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Textos Sobre o Batismo

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Índice

05 O Batismo e a Salvação
06 Batismo é Necessário Para a Salvação?
09 Objeções
15 Jesus e Nicodemos
16 Salvação Sem Batismo
17 É o Batismo simplesmente um Sinal Externo?
18 Salvação Precede o Batismo?
18 O Batismo É Necessário para Entrar em Cristo?
20 Batismo é a Única Exigência?
29 O Batismo e as Boas Novas
36 Batizados duas vezes?
49 "Salvos, Através da Água"
53 Deveriam as crianças ser batizadas?

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Textos Sobre o Batismo

O Batismo e a Salvação

O batismo é um assunto importante nas Escri-


turas. Muitos textos mostram que o batismo está in-
timamente relacionado com outros temas fundamen-
tais do evangelho. Quando Jesus encarregou os apósto-
los da Grande Comissão, ele fez o batismo ser um
elemento central da mensagem que eles deveriam pre-
gar ao mundo: "Jesus, aproximando-se, falou-lhes, di-
zendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na ter-
ra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito
Santo; ensinando-os a guardar todas cousas que vos
tenho ordenado. E eis que estou convosco todos as
dias até à consumação do século" (Mateus 28:18-20).
Quando Paulo apresentou os sete fundamentos da
unidade cristã, o batismo era um deles: "Há somente
um corpo e um Espírito, como também fostes chama-
dos numa só esperança da vossa vocação; há um só
Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai
de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos
e está em todos" (Efésios 4:4-6). Você pode perceber a
importância do batismo por causa da sua ligação com
aqueles outros elementos vitais do cristianismo. Infe-
lizmente, poucos entendem o que a Bíblia afirma acer-
ca da relação entre batismo e salvação. O objetivo des-
te artigo é mostrar que o batismo é um requisito para
a salvação.

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As Escrituras ensinam que há vários requisitos
para a salvação: a graça de Deus, o amor de Deus, o
sangue de Cristo, o ouvir a palavra, o arrependimento,
a confissão, a fé, a obediência, etc. Nenhum dos ele-
mentos acima salva sozinho; todos são, no entanto,
imprescindíveis. Em meio a tudo o que o homem tem
que fazer para ser salvo está o batismo. Ninguém pode
ser salvo sem fé, sem a graça de Deus, sem o sangue de
Cristo, sem o arrependimento, etc., mas também não
pode ser salvo sem o batismo. O batismo é um dos
vários requisitos indispensáveis para a salvação.

O Batismo é Necessário para a Salvação

Marcos 16:16- "Quem crer e for batizado será salvo;


quem, porém, não crer será condenado." O texto é
claro. É necessário que creiamos e sejamos batizados.
Alguns acreditam que o batismo não é essencial por-
que na segunda metade do versículo Jesus não disse
que aquele que não crê e não é batizado será condena-
do. A questão obviamente é se queremos ser salvos ou
condenados. Para sermos salvos duas coisas são neces-
sárias: a crença e o batismo. Para sermos condenados
basta uma: a descrença. Examine este paralelo: quem
for contratado pela fábrica e trabalhar esforçadamente
receberá a promoção; quem não for contratado não
receberá a promoção. Na verdade, não importa quão
arduamente um homem trabalhe, se nunca for contra-
tado, certamente não receberá a promoção.

João 3:5- "Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade

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te digo: Quem não nascer da água e do Espírito não
pode entrar no reino de Deus." Não é possível en-
trarmos no reino do céu sem nascermos de novo da
água e do espírito. O único nascimento pela água de
que falam as Escrituras é o batismo (veja Romanos
6:3-4). Nascer do espírito diz respeito à transformação
espiritual que devemos experimentar. Sem o batismo
das águas e sem a mudança espiritual, é impossível
entrarmos no reino.

Atos 2:38- "Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e


cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo
para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom
do Espírito Santo." O contexto aqui é muito impor-
tante. Pedro tinha acabado de pregar um sermão no
qual acusava os que o ouviam de haverem assassinado
ao Senhor. Seus ouvintes perguntaram o que tinham
que fazer então para serem salvos. Pedro mandou que
se arrependessem e fossem batizados para receber o
perdão dos pecados e o dom do Espírito Santo. Sem
arrependimento e sem batismo, permanecemos perdi-
dos, sem perdão.

Atos 22:16- "E agora, porque te demoras? Levanta-te,


recebe o batismo e lava os teus pecados, invocando o
nome dele." Esse texto nos mostra como invocar o
nome do Senhor e ser salvo. Certamente devemos in-
vocar o nome do Senhor para sermos salvos (Romanos
10:13; Atos 2:21). Mas isso significa mais que sim-
plesmente gritar "Jesus" (Mateus 7:21-23; Lucas 6:46;
Atos 19:13-16; Romanos 10:1-3). Invocar o nome do

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Senhor significa voltar-se para ele e submeter-se a ele
para receber a salvação. O modo pelo qual fazemos
isso é para ser batizados e lavar os pecados. Uma vez
que não é possível sermos salvos tendo ainda o pecado
e uma vez que o batismo é exigido para ser lavado dos
pecados, fica claro que o batismo é necessário para a
salvação.

Romanos 6:3,4- "Ou, porventura, ignorais que todos


nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos bati-
zados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele
na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi res-
suscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim
também andemos nós em novidade de vida." Essa pas-
sagem compara o batismo do cristão com a morte, o
sepultamento e a ressurreição de Cristo. Jesus morreu.
Nós temos que morrer com respeito ao pecado. Jesus
ressuscitou; devemos também ressurgir do nosso se-
pulcro do batismo para vivermos uma vida nova. Está
claro que a nossa nova vida segue o nosso batismo.
Como não se enterra ninguém vivo, mas sim os mor-
tos, assim também os batizados são aqueles que estão
mortos no pecado e não os que já estão vivos em Cris-
to. A vida nova é recebida após o batismo.

1 Pedro 3:21: "A qual, figurando o batismo, agora


também vos salva, não sendo a remoção da imundícia
da carne, mas a indagação de um boa consciência para
com Deus, por meio da ressurreição de Jesus Cristo."
O batismo compara-se ao dilúvio dos dias de Noé. O
dilúvio salvou a Noé da corrupção e da perversidade

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do velho mundo. O batismo nos salva da corrupção e
do pecado de nossa velha vida. Uma vez que o texto
afirma que o batismo nos salva, a questão é
indiscutível.

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Objeções

"O batismo não é batismo de fato." Algumas


pessoas tomam os textos acima e tentam desidratá-los,
dizendo que não se referem ao batismo nas águas. Isso
é difícil fazer de forma convincente. João 3:5, por
exemplo, afirma claramente: "nascer da água e do espí-
rito". As pessoas tentaram dar toda sorte de significa-
dos à água nesse texto. Algumas dizem que Jesus estava
falando do nascimento físico e que a água é o líquido
amniótico de que tratamos quando dizemos que rom-
peu a bolsa d'água de uma grávida. Mas seria um pou-
co estranho que Jesus dissesse a homens vivos que eles
tinham de nascer de novo fisicamente para entrar no
reino dos céus. Informar Nicodemos que precisava
nascer fisicamente para entrar nos céus era visivelmen-
te desnecessário; isso obviamente já havia ocorrido! No
contexto, Jesus mostrou categoricamente que estava
falando de um nascimento espiritual e não físico. Foi
Nicodemos, não Jesus, que imaginou entrar de novo
no ventre da mãe para nascer. Alguns dizem que água
em João 3:5 significa a palavra. Mas isso é arbitrário.
Podemos dizer que água significa qualquer coisa - io-
gurte, por exemplo - e ensinar que as pessoas devem
ser batizadas no iogurte para ser salvas! Mas Jesus disse
água, e não há por que mudar isso.

Deve ficar claro que 1 Pedro 3:21 se refere ao


batismo nas águas. No contexto, ele estava falando
sobre como o mundo dos dias de Noé se encheu de
água. Alguns defendem a idéia de que Noé foi salvo

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das águas e não pelas águas. O ponto do contexto,
entretanto, não é a preservação de Noé na arca, mas
sua salvação pela água do pecado do mundo.

Alguns tentam interpretar essas passagens


como se fosse uma referência ao batismo com Espírito
Santo. É verdade que a Bíblia menciona o batismo do
Espírito Santo. Há, no entanto, diferenças significati-
vas entre o batismo nas águas e o batismo do Espírito
Santo que devem deixar claro a qualquer estudioso
qual é qual. O batismo do Espírito Santo era uma
promessa, nunca uma ordem (observe Atos 1:4-5,8).
Se um batismo é ordenado, sabemos que não se trata
do batismo do Espírito Santo. Com base nisso, Atos
2:38 e Atos 22:16 têm que referir-se ao batismo nas
águas. Cristo é quem batizava com o Espírito Santo,
não o homem. Se o batismo tratado é um batismo fei-
to por homens, sabemos tratar-se do batismo nas
águas. Por essa razão, Marcos 16:16 deve referir-se ao
batismo nas águas (veja Mateus 28:18-20; Marcos
16:15-16). Romanos 6:3-4 é o batismo nas águas por-
que implica um sepultamento e uma ressurreição para
uma nova vida.

"A salvação não é salvação de fato." Às vezes as


pessoas negam que esses textos realmente ensinem que
o batismo é essencial para a salvação. Com muita fre-
qüência, fazem-no com Atos 2:38: "Respondeu-lhes
Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado
em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pe-
cados, e recebereis o dom do Espírito Santo". Dizem

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que a expressão "para remissão dos pecados", no gre-
go, significa ser batizado porque os seus pecados já
foram perdoados e não para receber o perdão dos pe-
cados. O interessante é que a mesma expressão, tanto
em português quanto em grego, é usada em Mateus
26:28: "Porque isto é meu sangue, o sangue da nova
aliança, derramado em favor de muitos, para remissão
dos pecados". O sangue de Jesus foi vertido para re-
missão dos pecados. Teria seu sangue sido derramado
porque os nossos pecados já haviam sido perdoados ou
para recebermos o perdão? Sem dúvida, para receber-
mos. Atos 2 já em si afirma que devemos arrepender-
nos e ser batizados para o perdão. Se devíamos ser ba-
tizados porque os nossos pecados já foram perdoados,
então o arrependimento também se daria porque já
recebemos a remissão dos pecados. Sabemos, porém,
que o arrependimento é um requisito para recebermos
o perdão; também o batismo.

"Salvos pela fé." Muitas pessoas fazem vistas


grossas a todos os textos que tratam do batismo ao
tentarem decidir se o batismo é ou não imprescindível
para a salvação. Elas ressaltam os versículos bíblicos
que ensinam que somos salvos pela fé (João 3:16;
5:24; Atos 16:31; Romanos 5:1; 10:9-10, etc.). Sem
dúvida somos salvos pela fé. A Bíblia deixa isso bem
claro. Mas esse fato nada fala sobre o batismo ser ou
não também necessário para a salvação. Somos salvos
por Cristo (Romanos 5:9-10), mas isso não significa
que a fé seja dispensável. Somos salvos pelo arrepen-
dimento (Atos 3:19), mas isso não invalida a graça de

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Deus. Mateus 5:9 ensina que somos salvos por sermos
pacificadores, mas isso não nos autoriza a descartar a
fé, o arrependimento e o batismo, crendo que o fato
de sermos pacificadores seja em si o que nos vai salvar.
Se desejo saber sobre a relação que há entre o batismo
e a salvação, devo estudar os textos que tratam do as-
sunto do batismo e da salvação. Os textos que abor-
dam a relação entre a fé e a salva'e7ão não responderão
à pergunta.

Conquanto a Bíblia inequivocamente ensina


que somos salvos pela fé, ela também nos mostra que
nem todo tipo de fé salva. Tiago 2:14-26 sustenta com
convicção que a fé sem a obediência é uma fé morta
incapaz de salvar. João 12:42,43 apresenta algumas
pessoas que creram, mas não professaram a Cristo:
"Contudo, muitos dentre as próprias autoridades cre-
ram nele, mas, por causa dos fariseus, não o confessa-
vam, para não serem expulsos da sinagoga; porque
amaram mais a glória dos homens do que a glória de
Deus". Será que foram salvas? Certamente, nem todo
tipo de fé salva, apenas a fé que obedece ao que as Es-
crituras ensinam (Gálatas 5:6; Hebreus 5:9).

O que realmente importa perguntar é: quando


é que a fé salva? A fé de Josué e dos homens de Israel
causaram a ruína dos muros de Jericó quando obede-
ceram ao Senhor e marcharam ao redor dos muros 13
vezes (Hebreus 11:30). A nossa fé salva quando obe-
decemos ao Senhor (Romanos 6:17-18) e somos bati-
zados (Gálatas 3:26-27).

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"Não salvo pelas obras." As Escrituras ensinam
que não somos salvos pelas obras (Efésios 2:8-9; Ro-
manos 4:1-5), mas também que somos salvos pelas
obras (Tiago 2:24). Não há dúvida de que esses textos
falam de diferentes tipos de obra. A Bíblia, aliás, abor-
da muitos tipos diferentes de obras. Há as obras da
carne (Gálatas 5:19-21). É claro que não somos salvos
por estas obras. A Bíblia trata de obras para ganhar ou
merecer a salvação. Com estas obras, a salvação seria
uma questão de salário e aquele que a recebesse pode-
ria gabar-se de ter merecido a salvação porque traba-
lhou para conquistá-la. Esse tipo de obra não salva
(Romanos 4:1-5). Mas as obras de uma fé obediente
são imprescindíveis para a salvação (Tiago 2:14-26).
Devemos sempre analisar o tipo de obra que se acha
em discussão no contexto. Tito 3:5 ensina que não
somos salvos pelas obras, mas pelo batismo: "Não por
obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua
misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regene-
rador e renovador do Espírito Santo". Paulo estava
aqui usando obras no sentido de Efésios 2 e de Roma-
nos 4, afirmando que o batismo não é uma obra de
merecimento, pela qual não somos salvos. O batismo é
um ato de obediência pelo qual somos salvos.

A confusão surge do nosso uso da palavra


obra. Suponhamos que eu lhe prometa dar um milhão
de reais sob certas condições. Você tem de limpar toda
a minha casa. Minha casa não é muito grande, nem
está muito suja, então está claro que o pagamento se

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trata de um presente e não um salário. Você fez obras
suficientes para merecer um milhão? Claro que não.
Seria absolutamente impossível você ganhar um mi-
lhão de reais limpando uma casa. Você fez obras para
cumprir as condições e receber um milhão de presen-
te? Sem dúvida. Você o recebeu só depois de limpar a
casa. Nossa palavra obra às vezes só faz referência a
algo feito. Outras vezes, refere-se a algo feito para me-
recer salário. Precisamos fazer algo para ser salvos, mas
não podemos ganhar a nossa salvação como um pa-
gamento.

"O ladrão na cruz." Às vezes, ouvimos a obje-


ção de que o ladrão da cruz não foi batizado, mas foi
salvo. O ladrão foi salvo antes de Jesus morrer. Nin-
guém podia ser batizado na morte de Jesus antes que
ele mesmo tivesse morrido. Portanto, nem Abraão,
nem Moisés, nem Davi, nem ninguém antes de Jesus
foi batizado para ser salvo. Os requisitos bíblicos para
a salvação mudaram com a morte de Cristo. Nem
Abraão, nem Moisés, nem Davi, nem o ladrão acredi-
taram que Jesus tinha ressuscitado dentre os mortos.
Mas ninguém pode ser salvo hoje sem crer que Jesus
ressuscitou dos mortos.

Hebreus 9:15-18 afirma que o testamento de uma pes-


soa passa a vigorar após sua morte. Antes de eu mor-
rer, posso distribuir os meus bens da maneira que eu
bem entender. Após minha morte, minhas proprieda-
des serão distribuídas de acordo com as disposições do
meu testamento. Antes da morte de Jesus, ele deu a

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salvação àqueles que quis. Mas, após morrer, a salvação
é dada de acordo com as condições de seu testamento.
Após sua morte, Jesus claramente afirmou que aquele
que crê e se batiza será salvo (Marcos 16:15-16).

Conclusão

Muitas vezes Deus fez uso da água como linha


divisória. Nos dias de Noé, a água do dilúvio separava
o mundo pecaminoso da nova vida num mundo puri-
ficado (Gênesis 6-8). No êxodo, a água do mar Verme-
lho era a linha divisória entre a escravidão e a liberda-
de (Êxodo 12-15). Nos dias de Naamã, a água do rio
Jordão era a linha divisória entre a lepra e a purificação
(2 Reis 5). Nos dias do cego, a água do Tanque de Si-
loé era a linha divisória entre a cegueira e a capacidade
de ver (João 9). Por que Deus usou a água nesses ca-
sos, eu não sei. Mas, sem dúvida, não nos deve parecer
estranho que Deus tenha feito a água no Novo Testa-
mento ser a linha divisória entre a velha vida de peca-
do e a nova vida em Cristo.

O batismo não é o único requisito para a salvação


hoje, mas não podemos ser salvos sem ele. "Respondeu
Jesus: Em verdade, em verdade te digo: Quem não
nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino
de Deus" (João 3:5).

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Jesus e Nicodemos

A Bíblia registra vários diálogos que Jesus fez.


Essas trocas nos dão vislumbres fascinantes de como
teria sido falar com ele. Em João 3, um líder judeu,
Nicodemos, foi falar com Jesus à noite. Ele começou
elogiando a Jesus (João 3:2). Será que Nicodemos pen-
sou que Jesus o comoveria a alta posição entre seus
discípulos? Em caso afirmativo, a resposta de Jesus
deve ter sido devastadora: "Em verdade, em verdade te
digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver
o reino de Deus" (João 3:3). Nem mesmo uma auto-
ridade de destaque pode entrar no reino sem uma
mudança radical.

No desenrolar da conversa, Jesus explicou o


que queria dizer "nascer de novo". Ele disse: "Quem
não nascer da água e do Espírito não pode entrar no
reino de Deus" (João 3:5).

Nascido da água. O único nascimento da água


na Bíblia é o batismo. Romanos 6:4 explica que, após
o sepultamento no batismo, ressuscitamos para levar
uma nova vida. A relação entre João 3:5 e Romanos
6:4 é tão óbvia que nenhuma pessoa, sem ter sido pre-
viamente influenciada, pode negar que nascer da água
seja uma referência ao batismo. Infelizmente, muitas
pessoas têm teologias que negam ser o batismo essen-
cial para a salvação; tentam fugir do que Jesus quis
dizer, redefinindo o nascimento da água. Mas Jesus
afirma que, para entrar no céu, o batismo se faz neces-

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sario.

Nascido do Espírito? Jesus explicou: "O que é


nascido da carne é carne; o que é nascido do Espírito é
espírito" (João 3:6). O nascimento do Espírito consis-
te numa transformação espiritual radical (veja Roma-
nos 6). O ato físico do batismo, em si, não garante
ingresso no reino. Ao batismo nas águas deve-se mes-
clar a transformação espiritual, ou seja, o renascimento
do interior. Você nasceu de novo?

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Salvação Sem Batismo?

O papel do batismo no plano de Deus para a


nossa salvação é um dos mais discutidos e menos
compreendidos assuntos bíblicos. Vamos procurar as
respostas de Deus para essas nossas questões.

É o Batismo Simplesmente um Sinal Externo?

Muitos ensinam que batismo é importante,


mas não é essencial para a salvação. Essas pessoas ge-
ralmente descrevem o batismo como "um sinal exter-
no de uma graça interna", com o propósito de mostrar
para outras pessoas que alguém foi salvo. Algumas pes-
soas ensinam que o batismo é um privilégio e um de-
ver, não uma necessidade.

Em contraste, o Novo Testamento mostra o


batismo como uma exigência para se salvar do pecado.
Pedro instruiu milhares de pessoas: "Arrependei-vos, e
cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo
para remissão dos vossos pecados" (Atos 2:38). Ana-
nias disse para Paulo: "Levanta-te, recebe o batismo e
lava os teus pecados" (Atos 22:16). Nenhum versículo
afirma que o batismo é simplesmente um sinal externo
desnecessário!

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Salvação Precede o Batismo?

A doutrina de que o batismo é simplesmente


um símbolo anda de mãos dadas com a idéia comum
de que salvação é conseguida antes (e sem) o batismo
nas águas.
Novamente, a Bíblia é clara. Enquanto vários manda-
mentos e exemplos nos mostram o batismo como uma
exigência para se salvar, não existe nenhum versículo
que diz que a pessoa pode se salvar sem o batismo.
Repare na ordem que esses versículos nos mostram:

Eles podem tentar quanto quiserem, líderes


religiosos simplesmente não podem provar a doutrina
popular que a salvação pode ser conseguida sem o ba-
tismo.

O Batismo É Necessário para Entrar em Cristo?

Sabemos que ninguém pode ser salvo sem Je-


sus (Atos 4:12). As pessoas que amam a Jesus e obede-
cem sua palavra têm o privilégio de compartilhar com
ele num relacionamento muito especial (João 14:23).
Como entramos nesta comunhão com Cristo? Paulo
destacou duas coisas essencias para entrar em Cristo: a
fé e o batismo. Veja as palavras dele em Gálatas
3:26-27: "Pois todos vós sois filhos de Deus mediante
a fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes bati-
zados em Cristo de Cristo vos revestistes." No batis-
mo, nós entramos em Cristo para participar da comu-
nhão com ele. O batismo faz parte da resposta correta

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à autoridade de Jesus. Quando nos batizamos, estamos
nos submetendo à autoridade do Pai, do Filho e do
Espírito Santo (Mateus 28:19-20).

Se não entrarmos em Cristo, não teremos a


vida eterna. A Bíblia usa duas ilustrações impressio-
nantes para mostrar o papel do batismo no revivamen-
to da pessoa. A primeira é o novo nascimento. "Res-
pondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: Quem
não nascer da água e do Espírito não pode entrar no
reino de Deus" (João 3:5). O Espírito Santo tem nos
revelado o que é necessário para a salvação, e age para
nos transformar. Sem a palavra comunicada pelo Espí-
rito, não haveria nenhuma esperança da salvação. O
Espírito nos mostra o que é preciso para receber a sal-
vação. A figura do novo nascimento na água e no Es-
pírito mostra que o batismo é o começo da nova vida.
Antes da imersão em água, a pessoa está morta no pe-
cado. Após ao batismo, ela vive.

A segunda ilustração se encontra em Romanos 6:3-4:


"Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos
batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua mor-
te? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo ba-
tismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre
os mortos pela glória do Pai, assim também andemos
nós em novidade de vida." Neste trecho, Paulo mostra
que o batismo segue o padrão da morte, sepultamento
e ressurreição de Cristo. Jesus morreu na cruz. Nós
morremos para o pecado. Jesus foi sepultado no sepul-

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cro. Nós somos sepultados nas águas do batismo. Jesus
foi ressuscitado para uma nova vida. Nós, semelhan-
temente, somos ressuscitados para uma nova vida. Ob-
serve neste paralelo que a vida vem depois do sepul-
tamento. Antes do batismo, o pecador está espiritual-
mente morto. No batismo, o morto está sepultado.
Ninguém sepultaria um corpo vivo. A nova vida co-
meça quando ele se levanta das águas do batismo.

Batismo É a Única Exigência?

Alguns, entretanto, torceram a verdade de que


batismo é essencial para um erro extremo, de que o
batismo é tudo o que é necessário para a salvação. Esta
é, de fato, a idéia central para "batizar" crianças que
são incapazes de crer em Jesus Cristo. A ênfase é colo-
cada na ação para excluir a verdadeira obediência que
Deus exige. Preste atenção novamente na ordem dos
eventos em Marcos 16:16 e Atos 2:38. Fé e arrepen-
dimento devem preceder o batismo para ser aceitável a
Deus. Somente o batismo não salvará ninguém, no
entanto ninguém será salvo sem o batismo!

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O BATISMO

No mundo religioso, o batismo é considerado


uma parte importante da doutrina. Quando pergun-
tados a respeito disto, muitos se voltariam para as pa-
lavras de Paulo, em Efésios 4:4-6 para mostrar sua im-
portância. Ainda, neste apelo à unidade, Paulo afirma
que só há um batismo. Não é necessário olhar muito
longe para se verem grupos religiosos com diferentes
tipos de batismo e idéias em relação a este assunto.
Alguns batizam crianças; alguns aspergem ou derra-
mam água nas cabeças dos crentes; outros ensinam
que o batismo é simplesmente um ato para mostrar a
qual igreja se pertence. Certamente, esta não é a idéia
que Paulo apresentou aos irmãos em Éfeso. Onde,
pois, podemos encontrar este único batismo? No meio
da confusão religiosa a respeito do batismo, pode-se
encontrar a verdade somente retornando ao plano do
Novo Testamento. Por favor, tenha em mente com
cuidado as idéias a seguir, enquanto tentamos encon-
trar o plano de Deus em relação ao batismo.

O Plano do Evangelho

Quando percebe a condição da alma sem


Deus, o verdadeiro penitente sabe que uma mudança
tem que ser feita. Por causa do amor de Deus por nós,
um plano de salvação foi estabelecido através da morte
de Cristo, pelo qual as pessoas poderiam fazer esta
mudança. Neste plano, Deus incluiu diversas exigên-
cias aos homens. Uma destas importantes exigências é

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a crença Nele e que Seu plano salva. Quando se aceita
este plano, Deus então exige arrependimento dos pe-
cados passados, justamente como Paulo afirmou em
Colossenses 3:5 "Fazei, pois, morrer a vossa natureza
terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo
maligno, e a avareza, que é idolatria" e 3:2 "Pensai nas
cousas lá do alto. . . ." Quando esta mudança tiver
sido feita, então Deus espera confissão da crença Nele
e no batismo para remissão dos pecados. Tomadas jun-
tamente, estas são as exigências de Deus para os ho-
mens, no plano do evangelho.

O Batismo É Exigido?

Conforme foi afirmado antes, o batismo é


uma parte essencial do plano de Deus para a salvação.
É por meio deste ato que Deus acrescenta os verdadei-
ros crentes a Sua família (Atos 2:47). Muitos, no
mundo religioso, têm contudo, tentado ensinar que o
batismo não é essencial. Em resposta a este ensina-
mento, examine as seguintes passagens:

Em Mateus 28:19, Cristo ordenou aos apósto-


los: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito
Santo".
Em Marcos 16:16, Cristo afirmou: "Quem crer e for
batizado será salvo; quem, porém, não crer será con-
denado".
Em Atos 2:38, Pedro pregou que o batismo em nome
de Jesus Cristo é para a remissão dos pecados.

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Em 1 Pedro 3:21, Pedro novamente afirmou
que o batismo é essencial para a salvação. Em cada
uma destas quatro passagens lemos que o batismo é
essencial para a salvação. Reforçando a idéia contida
nestas passagens, há numerosos exemplos de batismo,
alguns dos quais são estes: Crispo (Atos 18:8); o eunu-
co etíope (Atos 8:36-38); Paulo (Atos 22:16); o carce-
reiro de Filipos (Atos 16:25-34). Em vista destas pas-
sagens, temos que ver que o Novo Testamento ensina
que o batismo é essencial no plano de Deus para o
homem.

A Importância da Crença

É evidente, em vista das passagens acima, que


a crença é importante. Entretanto, como em muitas
coisas, alguns deixam o padrão de Deus e ensinam
opiniões dos homens, em vez da verdade. Um destes
falsos ensinamentos é que a crença por si só é suficien-
te e que o batismo é simplesmente um ato para mos-
trar aos outros homens que se crê. Em resposta a este
argumento, observe novamente as palavras de Cristo
em Marcos 16:16 e de Pedro em Atos 2:38. Estas
afirmações, claramente, quando tomadas com outras
da Bíblia, provam que, enquanto a crença é importan-
te, ela sozinha não é suficiente. O batismo não deve
ser removido do plano de Deus, pelo homem. Um
outro ensinamento que vai contra o padrão bíblico é
que a crença não é necessária. Tome, por exemplo, a
prática de batizar crianças. Pode um bebê crer? Pode

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um bebê cumprir todas as exigências dadas por nosso
Senhor e o apóstolo Pedro? Novamente, é claro que
esta prática é contrária ao plano de Deus, porque ela
deixa completamente fora a importância da crença no
Senhor. Quando o plano da Bíblia é seguido, nenhu-
ma das exigências de Deus para o homem será omiti-
da, ao contrário, o plano será seguido Inteiramente.

Como Deveria Ser Administrado o Batismo?

Várias respostas são dadas a esta questão. Para


encontrar a resposta correta, contudo, temos que vol-
tar novamente à Bíblia. Quando examinamos a lin-
guagem original da Bíblia, encontramos que a palavra
batismo significa, literalmente: "afundar, mergulhar,
imergir". Isto apoiaria a idéia de que o batismo, no
qual se é completamente submerso sob a água, é o si-
gnificado real da palavra batizar. Um argumento ainda
mais forte pelo batismo por imersão é encontrado nos
exemplos bíblicos. Mateus 3:16 diz-nos que Jesus "ba-
tizado, saiu logo da água"., concluindo-se que ele ti-
nha entrado na água. João 3:23 nos diz que João bati-
zou em Enom "porque havia ali muitas águas". Se ele
estivesse apenas borrifando ou derramando para bati-
zar, porque teria sido necessária muita água? Em Atos
8:38-39, encontramos Filipe e o eunuco entrando na
água. Novamente, isto reforça o fato de que o batismo
por imersão é exigido do crente. Também, Paulo com-
para o batismo a um sepultamento (Colossenses 2:12,
Romanos 6:3-6). Não sepultamos um corpo jogando
apenas uma pá de terra sobre ele nem tentaríamos se-

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pultar o velho homem do pecado simplesmente com
umas poucas gotas de água. A imersão está no plano
de Deus para o batismo do crente.

Conclusão

Precisamos não esquecer jamais que é através


da graça de Deus que podemos ter a salvação. Por cau-
sa de seu amor por nós, mandando Seu Filho, agora
temos a esperança de passar a eternidade com nosso
Pai. Precisamos também lembrar que a obediência em
todas as áreas é exigida por Deus. Seja batismo ou ou-
tro qualquer mandamento, temos que cumprir as exi-
gências de Deus exatamente da maneira que ele de-
terminou.

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O Batismo e as Boas Novas

As conclusões infundadas a que se chega, a


partir do fato de ser a justificação "pela graça" e "pela
fé" (Romanos 3:21-26), requerem um breve adendo à
minha explanação sobre o evangelho como o caminho
da salvação. Obviamente, nenhum conceito incoerente
com a graça ou com a fé pode ser fiel ao evangelho.
Uma justificação com base nas "obras" -- significando
contextualmente em Romanos uma exoneração com
base na própria inocência (veja 3:19-20) -- seria uma
conquista humana, e não, de modo algum, um dom
da graça divina. Isso explica a inferência de Paulo: "E,
se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a
graça já não é graça" (Romanos 11:6).

Justificação pela lei é o mesmo que justificação


pelas (= obras da lei, Romanos 3:20). E a conclusão de
Paulo sobre a justificação pela lei é a mesma: "E é evi-
dente que, pela lei, ninguém é justificado diante de
Deus, porque o justo viverá pela fé. Ora, a lei não pro-
cede de fé, mas: Aquele que observar os seus preceitos
por eles viverá" (Gálatas 3:11-12).

Nessas duas passagens, "obras" choca-se com


graça, e "lei" com fé. Uma vez que a justificação se dá
"pela graça" e "pela fé", a justificação pela lei é incon-
cebível.

Muitas pessoas, porém, aplicam o raciocínio


de Paulo acerca das obras da lei a qualquer manifesta-

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ção externa da fé interior. O batismo, por exemplo,
não pode ser necessário para receber o perdão, pensam
elas, uma vez que a justificação é pela graça e pela fé.
Estas pessoas todo tipo de manejo, lutando com pas-
sagens que na verdade tratam da relação entre batismo
e salvação, uma vez que cada uma delas põe o batismo
antes da salvação e faz a salvação depender do batismo
(por exemplo, Marcos 16:16; Atos 2:38; 22:16, etc).
Mas basta empunharem o sinal do artesão -- "fazendo
todo tipo de torneados ornamentais" -- e seguirem
adiante. Pois a justificação, pensam elas, não pode en-
volver o batismo, já que a mesma se dá "pela graça" e
"pela fé". Falando bem claro, elas pressupõem que o
batismo, à semelhança do que Paulo disse acerca da
lei, "não é da fé".

Mas espere só um pouco. A conclusão delas


não veio de Paulo. Na verdade, ele afirma em cinco
capítulos de Romanos que a justificação é pela fé
(3:21-28; 5:1). Mas ele não menciona o batismo até o
capítulo 6. Não deveríamos esperar que o apóstolo
desse o veredicto sobre o batismo em vez de simples-
mente aceitar o raciocínio prematuro de algum porta-
voz autodesignado de Cristo?

Romanos 6 é a resposta de Paulo à pergunta


sobre a graça servir de estímulo ou não para o pecado.
Ele responde entrando na questão da experiência de
conversão implicada na fé justificadora. Vimos seu
raciocínio sobre as "obras" e sobre a "lei". Agora vere-

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mos como Paulo trata o batismo em relação aos seus
ensinos anteriores sobre a graça e sobre a fé.

Não podemos continuar vivendo no pecado,


sustenta Paulo, visto que morremos para o pecado.
Essa morte para o pecado ocorreu no momento que
fomos batizados na morte de Cristo. Fomos "unidos
com ele na semelhança da sua morte" e, assim, mor-
remos para o pecado. "Foi crucificado com ele o nosso
velho homem, para que o corpo do pecado seja destru-
ido, e não sirvamos o pecado como escravos; porquan-
to quem morreu está justificado do pecado" (Romanos
6:1-7).

Mas como, após dizer que somos "justificados


mediante a fé" (5:1), Paulo pode agora dizer que so-
mos justificados por meio de uma morte para o peca-
do, a qual ocorre no batismo? Muito simples: Paulo
não via o batismo como muitos o vêem. Ele não en-
tendeu que a fé era uma coisa e o batismo era outra
bem diferente. Ambos são a mesma coisa. O batismo é
um ato de fé, a incorporação da fé. "A lei não é da fé",
mas o batismo é. Sua essência é a fé. O batismo é a
manifestação da fé e do arrependimento no coração.

As "obras" podem fazer com que a graça não


seja "mais graça", mas o batismo não -- é "para per-
dão", e isso é um caso de graça.

Após identificar o momento em que se liberta


do pecado com o batismo (6:1-7), Paulo escreve que a

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pessoa se liberta do pecado no momento em que obe-
dece "de coração" ao evangelho (6:17-18). Claramen-
te, a obediência da qual fala ocorreu no batismo. A
pessoa crê "de coração" (Romanos 10:9-10). O batis-
mo é uma obediência "de coração", a incorporação ou
manifestação concreta da fé no coração.

Antes, Paulo havia discutido a fé de modo


mais genérico. É Romanos 6 que mostra o que a fé
justificadora é no exato momento em que alguém
morre para o pecado, deixa de ser servo do pecado e se
torna servo da justiça. Nesse exato momento de entre-
ga do coração a Deus, fé não é assinar um cartão, ir ao
banco de penitência ou cobrir-se de cinzas. É o batis-
mo em Cristo. Você tem uma palavra do apóstolo a
respeito disso.

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Estamos ensinando toda a verdade sobre o batismo?

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O batismo é um assunto importante. Concei-
tos errôneos populares sobre quem, o quê e quando do
batismo ocupam uma grande parte de nossa atenção
quando discutimos a Bíblia com nossos amigos e vizi-
nhos. Muitas vezes nos achamos ressaltando a impor-
tância do fato que, para o batismo ser bíblico, é preci-
so honrar o propósito desse ato como é ensinado nas
Escrituras.

Mas qual é o propósito do batismo nas Escri-


turas? O que precisa ser entendido pelo candidato para
que o batismo seja o que Deus tencionava que fosse?
O batismo que culmina a obediência inicial de uma
pessoa ao evangelho e completa o que precisa ser feito
para estar “em Cristo” (Romanos 6:3-4; Gálatas 3:27;
Colossenses 2:12) é um ato que olha para diante como
também para trás. Sendo assim pela remissão dos pe-
cados passados, ele certamente olha para trás mas,
sendo um compromisso a viver para Cristo, ele tam-
bém olha para diante. Paulo escreveu francamente,
“Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo ba-
tismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre
os mortos pela glória do Pai, assim também andemos
nós em novidade de vida” (Romanos 6:4). Estudando
com outros, enfatizamos nós este compromisso de
olhar para diante do batismo bíblico tanto quanto en-
fatizamos esta verdade de olhar para trás que é para a
remissão dos pecados? Estamos ensinando toda a ver-
dade sobre o batismo?

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Dada a alta taxa de mortalidade de novos cris-
tãos entre nós, precisa-se imaginar se estamos fazendo
um bom trabalho de conferir a outros o entendimento
global de tudo o que o batismo é. Em muitos lugares,
aqueles que têm sido “batizados” desaparecem numa
proporção alarmante. O modelo é muito familiar:
uma pessoa que parece muito “receptiva” é ensinada
rapidamente, e depois de apenas uma ou duas sessões
de ensino, o indivíduo parece estar ansioso para ser
batizado. Para que a pessoa não se atire ao batismo
com idéias não-bíblicos em mente sobre ele, levamos
tempo para enfatizar que o batismo é para remissão
dos pecados. Podemos ir até o ponto de insistir que,
logo antes do ato, quem quer que faça o batismo, diga
as palavras reais que o batismo “é para a remissão dos
pecados”. Mas muito pouco é dito, e muito poucas
perguntas são feitas ao candidato, para se ter certeza de
que ele, ou ela, entende o compromisso que é envolvi-
do no batismo bíblico. Certamente, nada é dito sobre
o ato disciplinar que precisa acontecer se a pessoa che-
gar a repudiar esse compromisso (2 Tessalonicenses
3:6-15). Assim, depois de assistir a somente umas
poucas reuniões da igreja, a pessoa nunca mais é vista.
Depois que uns poucos meses passam, alguém sugere
que simplesmente “apaguemos seu nome da lista de
endereços”. Vem fácil, vai fácil. E tudo isto entre pes-
soas que virtualmente se diplomaram no estudo do
que se supõe que o batismo seja. Ainda que entenda-
mos muito sobre Romanos 6:4, a evidência sugere que
não o estamos comunicando muito bem a outros!

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Lembremo-nos de que não há verdadeira
“conversão” a Cristo se nenhum compromisso real é
tomado quando alguém dá os passos familiares que
são exigidos pelo evangelho (Atos 3:19; Romanos
6:17-18). Não somente o compromisso é parte de um
batismo bíblico, é também parte fundamental de fé,
arrependimento e confissão. Cada um destes atos
(quando feito de coração e por razões bíblicas) implica
fazer um voto de fidelidade a Cristo, uma promessa de
viver depois para ele para sempre (Hebreus 10:23). Ao
encorajar Timóteo a ser forte e não permitir que seu
compromisso enfraquecesse, Paulo escreveu: “Comba-
te o bom combate da fé. Toma posse da vida eterna,
para a qual também foste chamado, e de que fizeste a
boa confissão, perante muitas testemunhas” (1 Timó-
teo 6:12). Por que relembrar Timóteo de que ele tinha
confessado Cristo publicamente? Certamente era para
dizer, “Timóteo, nunca volte atrás no voto de fidelida-
de que você tem feito cada vez que tem confessado
Cristo diante de outros. Lembre-se de sua promessa
pública, e jamais volte atrás nela!”

Quando dizemos que alguém se tornou “desle-


al” ao Senhor, entendemos o que estamos dizendo?
“Deslealdade” é virtualmente a mesma palavra que
“infidelidade.” Ambas as palavras descrevem a situação
daquele que “quebrou a fé” num voto anterior. Elas
têm a ver com muito mais do que a mudança de idéia
da pessoa num nível teórico; mais importante, elas
têm a ver com a violação de um compromisso a nível
prático. Elas significam que uma pessoa voltou atrás

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num acordo de boa fé que foi feito. E nada menos do
que isto acontece quando alguém se torna “desleal”
depois do batismo. A promessa que é quebrada é a
mais séria promessa que um ser humano é capaz de
fazer, e a violação do compromisso de uma pessoa no
batismo é a mais séria quebra de fé possível neste
mundo (2 Pedro 2:20-22).

Estas verdades, sóbrias como são, precisam ser


claramente enunciadas quando ensinamos o evangelho
ao perdido. Compromissos feitos levianamente são
levianamente rompidos. É tão melhor para aqueles
que estão prontos a se regozijarem com a remissão de
seus pecados serem avisados do compromisso que eles
estão para fazer. Para ensinar toda a verdade sobre o
batismo, precisamos ensinar as pessoas a calcular o
custo do seu discipulado. Não ousamos deixar de fora
passagens de “primeiros princípios” como esta: Nin-
guém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás,
é apto para o reino de Deus” (Lucas 9:62).

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Por que os homens em Éfeso foram batizados duas


vezes?

Na sua terceira viagem, Paulo encontrou, em


Éfeso, uns doze homens que haviam sido batizados no
batismo de João. Depois de ouvir o ensinamento de
Paulo, foram batizados em o nome de Jesus (Atos

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19:1-7). Por que foi necessário esse segundo batismo?
O próprio Paulo não disse, em Efésios 4:5, que há um
só batismo?

O caso citado, em Atos 19, esclarece vários pontos


importantes. Observe:

1. Há um só batismo válido para cada pessoa. O ba-


tismo de João teve um papel importante numa época
anterior. O próprio Jesus foi batizado por João, cuja
pregação veio de Deus (João 1:6). Mas, como veremos
nas observações abaixo, o batismo de João não estava
mais em vigor quando Paulo chegou a Éfeso. Para
aqueles homens, o batismo de João não foi suficiente.

2. Após a morte de Jesus, o batismo em nome dele


entrou em vigor. O batismo de João teve um papel
paralelo ao dos sacrifícios feitos antes da morte de Je-
sus. Deus mandou que os homens sacrificassem ani-
mais pelos pecados cometidos, mas esses sacrifícios
não removiam pecado (Hebreus 10:4). Podemos ilus-
trar o papel dos sacrifícios com a prática comum no
Brasil de emitir cheques pré-datados. Quando a pessoa
preenche um cheque pré-datado, raramente tem di-
nheiro na conta para cobrir o cheque. Mas, até a data
do cheque, ela deposita o dinheiro e cobre a “dívida”
que o cheque representa. Os sacrifícios de animais de-

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pendiam de um “depósito” futuro na conta. Jesus, pela
morte na cruz, fez o depósito, cobriu os “cheques” de
sacrifícios e perdoou os pecados anteriores (Hebreus
9:15). O batismo de João, por ser pregado antes da
morte de Jesus, também foi um tipo de cheque pré-da-
tado. Continuar praticando esse batismo, décadas de-
pois da morte e ressurreição de Jesus, não traria ne-
nhum benefício espiritual. A pergunta de Paulo (Atos
19:2) foi uma maneira direta de verificar qual batismo
foi pregado aos doze em Éfeso. O Espírito Santo des-
ceu no dia de Pentecostes (Atos 2) e foi pregado para
judeus e gentios a partir daquele momento. Esses ho-
mens haviam ouvido uma mensagem incompleta de
Apolo (Atos 18:24-28) ou de alguém com o mesmo
entendimento parcial do evangelho.

3. O batismo é importante. Muitos pregadores e pro-


fessores, hoje em dia, desvalorizam o batismo, dizendo
que ele não faz parte do plano de Deus para nossa sal-
vação. Além de vários outros textos que mostram a
necessidade do batismo (Atos 2:38; 22:16; Marcos
16:16; etc.), este exemplo reforça sua importância. Se
o batismo não fosse importante, até essencial, por que
seria necessário corrigir o batismo desses homens?

4. Algumas pessoas precisam ser batizadas novamente.


Pessoas que se batizaram sem entenderem os fatos

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fundamentais sobre Jesus precisam ser batizadas no-
vamente. Alguém que foi batizado antes de ter fé, ou
antes de se arrepender dos seus pecados, não fez o que
Jesus nos ensina hoje. Alguém que se batizou, acredi-
tando que já havia recebido a salvação, não foi batiza-
do para remissão dos pecados (Atos 2:38). Precisa
aprender mais e fazer um batismo válido.

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Batismo em nome de quem?

Homens discutem e igrejas dividem sobre a


suposta diferença entre o mandamento de Jesus em
Mateus 28:19 ("batizando-os em nome do Pai, e do
Filho, e do Espírito Santo") e a prática dos apóstolos e
evangelistas na igreja primitiva (batismo em nome de
Jesus — veja Atos 2:38; 8:16; 10:48; 19:5). Alguns
rejeitam as palavras de Mateus. Outros negam a vali-
dade do batismo porque as "palavras certas" não fo-
ram faladas na hora do batismo.

Não há contradição entre essas passagens, nem


motivo para causar divisões. Devemos observar:

Os sentidos diferentes de "em nome de". Em-


bora a tradução portuguesa não distingue, há uma di-
ferença interessante no grego. Em Mateus 28:19, o
sentido é de batizar para entrar no nome do Pai, e do

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Filho e do Espírito Santo. No batismo, nascemos de
novo para entrar no reino de Deus (João 3:5), onde
temos comunhão com o Pai (João 14:23), o Filho (Jo-
ão 14:23; Gálatas 3:27) e o Espírito Santo (1 Corín-
tios 6:19). A mesma preposição usada em Mateus
28:19 aparece, também, em Atos 8:16 e 19:5. Esses
dois versículos, como Gálatas 3:27, afirmam que en-
tramos em Cristo através do batismo. Pelo fato que
Cristo é perfeitamente unido com as outras pessoas
divinas, quando entramos em comunhão com ele, go-
zamos, também, de comunhão com os outros (João
17:20-21). Em Atos 2:38 e 10:48, outras preposições
gregas têm o sentido de "pela autoridade de" Jesus.

Que esses trechos não falam de algum tipo de


cerimônia de batismo. Como já observamos, falam
sobre a autorização e o propósito do batismo. Jesus
não sugeriu o uso de "palavras mágicas" para validar o
batismo.

Que esses trechos não se contradizem. Jesus


mandou que os apóstolos batizassem para entrar no
nome do Pai, Filho e Espírito Santo. Quando eles
obedeceram e realizaram batismos, fizeram isso, de
fato, pela autoridade de Jesus. Quando pessoas obede-
ceram ao evangelho, foram batizadas para entrar em
comunhão com Jesus. As pessoas que sugerem algum
tipo de contradição aqui esquecem da perfeita unidade
de Deus (João 17:22-23).

| 40 |
A pessoa batizada no nome do Pai e do Filho e
do Espírito Santo o faz pela autoridade de Cristo. E a
pessoa batizada em nome de Jesus entra em comunhão
com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

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O batismo é obra de justiça?

Apesar do fato que Jesus disse que o batismo é


necessário para a salvação (Marcos 16:16), e que os
apóstolos e outros cristãos primitivos ensinaram que o
batismo é essencial para remissão dos pecados (Atos
2:38; 22:16; 1 Pedro 3:21), muitas pessoas hoje ne-
gam sua necessidade. Um dos argumentos mais fortes
contra a necessidade do batismo é a afirmação que ele
é obra de justiça e, por isso, não pode contribuir à
nossa salvação. Efésios 2:8-9 diz que a salvação vem
pela graça, mediante a fé, e não de obras.

Mas o batismo não é o tipo de obra sob consi-


deração nesse trecho. As obras do versículo 9 não são
obras de graça (as obras de Deus para efetuar a nossa
salvação), nem obras de fé (a resposta do homem à
graça de Deus). Esse fato fica bem claro quando con-
sideramos o contexto de Efésios 2 e várias outras pas-
sagens.

Efésios 2:8 contém duas palavras chaves. A graça in-


clui tudo que Deus faz para nossa salvação. Inclui a
revelação da palavra, a vida perfeita de Jesus, a morte e

| 41 |
ressurreição dele, etc. A fé inclui tudo que o homem
faz para receber o dom da salvação (fé, arrependimen-
to, batismo, etc.). Mesmo depois do batismo, conti-
nuamos mostrando nossa fé pelas "boas obras" que
Deus preparou (versículo 10).

A fé viva sempre é ativa e obediente. Estude


bem o ensinamento de Tiago 2:14-26. O maior exem-
plo de fé do Velho Testamento, Abraão, foi justificado
pela fé obediente e operante. Só confessando a sua fé
sem seguir as ordens de Deus não era suficiente. Ele
tinha que obedecer a Deus, e nós temos que imitar o
exemplo de sua fé.

A fé é descrita como obra (João 6:29). O lavar


regenerador não é obra de justiça, mas um simples ato
de obediência que Deus mandou para nosso perdão
(Tito 3:5; Efésios 5:26; Atos 22:16). A eficácia do ba-
tismo não está na obra do homem, mas no poder de
Deus. Colossenses 2:12 deixa bem claro que o batismo
tem valor porque é o meio que Deus usa para remover
o nosso pecado: "Tendo sido sepultados, juntamente
com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressus-
citados mediante a fé no poder de Deus que o ressus-
citou dentre os mortos."

As doutrinas modernas que negam a necessi-


dade do batismo não são bíblicas.

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| 42 |
É a aspersão uma forma aceitável de batismo?

Hoje em dia, muitas igrejas praticam o batis-


mo por aspersão ou derramamento de água sobre a
cabeça da pessoa. Esta prática é bíblica? A palavra tra-
duzida como "batizar" em nossas Bíblias significa lite-
ralmente mergulhar ou imergir. O batismo da Bíblia
para a remissão dos pecados (Atos 2:38) foi sempre
praticado por imersão. É por isto que João batizava
num lugar onde havia "muitas águas" (João 3:23). É
por isto que o tesoureiro etíope não podia ser batizado
com a água de beber que qualquer viajante levava con-
sigo, quando atravessava o deserto. Ele e Filipe tiveram
que parar o carro e descer para a água e depois subir
da água (Atos 8:38-39).

A figura do sepultamento (Colossenses 2:12;


Romanos 6:3-6) também mostra que o batismo preci-
sa ser por imersão. Assim como uma pessoa sepultada
é envolta pela terra, uma pessoa é completamente
submergida na água, no ato do batismo.

A imersão foi universalmente aceita como o


modo normal de batismo durante vários séculos de-
pois que o evangelho começou a ser pregado por Jesus
e seus apóstolos. Conforme o passar do tempo, a as-
persão foi sendo aceita por alguns chefes da igreja em
casos excepcionais e, finalmente, chegou a ser uma
prática largamente espalhada em algumas igrejas. Mas
estas mutáveis tradições humanas não alteram a pala-
vra de Deus. O único batismo que Deus autorizou

| 43 |
para o perdão de nossos pecados é a imersão em água.

Entender este fato levanta uma questão práti-


ca. E se você foi batizado, quando era criancinha, pela
aspersão? Deveria você ser batizado novamente? A
primeira coisa que você deveria fazer é estudar cuida-
dosamente o que a Bíblia ensina para que possa agir
na base da convicção e da fé. O Novo Testamento
mostra a necessidade de uma fé verdadeira (João
8:24), acompanhada do arrependi-mento dos pecados
(Lucas 13:3,5; Atos 2:38) e o batismo para lavar estes
pecados (Atos 2:38; 22:16; Marcos 16:16). A pessoa
que entender verda-deiramente tais passagens vai se
arrepender e ser imersa na água para ser salva.

Mas, pode uma pessoa ser batizada duas vezes?


Deus aceita só um batismo válido (Efésios 4:5). As
pessoas que foram batizadas incorretamente, sem en-
tendimento da vontade de Deus, precisam ser rebati-
zadas (veja o exemplo dos efésios em Atos 19:1-5). Se
o primeiro batismo foi inválido, um segundo é neces-
sário para a salvação.

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O que é o batismo com fogo prometido por João Ba-


tista?

| 44 |
Todos os relatos do evangelho incluem
algum comentário feito por João sobre o poder supe-
rior de Jesus (Mateus 3:11-12; Marcos 1:7-8; Lucas
3:15-17; João 1:32-34). Os relatos de Mateus e Lucas
são os mais completos, e basicamente idênticos.
"...disse João a todos: Eu, na verdade vos batizo com
água, mas vem o que é mais poderoso do que eu, do
qual não sou digno de desatar-lhe as correias das san-
dálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com
fogo. A sua pá, ele a tem na mão, para limpar comple-
tamente a sua eira e recolher o trigo no seu celeiro;
porém queimará a palha em fogo inextinguível" (Lu-
cas 3:16-17).

O batismo com o Espírito Santo é identificado


em outras passagens. Em Atos 1:4-5, Jesus o prometeu
aos apóstolos. Ele cumpriu essa promessa em Atos
2:1-4. Outra vez, ele concedeu o batismo com o Espí-
rito Santo à família de Cornélio (Atos 10:44-48;
11:15-17).

Mas, o que é o batismo com fogo? Alguns su-


gerem que o fogo se refere às "línguas, como de fogo"
que pousaram sobre os apóstolos em Atos 2:3. Mas, tal
interpretação não explica adequadamente o comentá-
rio de João Batista.

No contexto imediato (Lucas 3:17; Mateus


3:12), João explica que o fogo representa castigo em

| 45 |
fogo inextinguível. Alguns de seus ouvintes seriam
batizados com o Espírito Santo, e outros deles seriam
imersos no fogo do castigo eterno.

João mencionou esses batismos principalmente


para ensinar a superioridade de Jesus (veja João 3:30).
João, sendo mero homem, tinha autoridade para con-
trolar as águas que ele usava nos batismos de milhares
de judeus. Mas Jesus, sendo o Filho de Deus, mostra-
ria seu poder ilimitado. Ele enviaria o Espírito Santo e,
também, rejeitaria algumas pessoas eternamente.

João e outros pregadores na Bíblia não falaram


do inferno sem propósito. Não falaram desse assunto
para assustar os ouvintes, nem para sugerir que Jesus
fosse somente severo (veja Romanos 11:22). Quando
pregaram sobre o castigo eterno, eles estavam nos aju-
dando a entender a importância de obediência a Cris-
to. Se não aceitarmos a salvação que ele oferece, tere-
mos o destino infeliz "em chama de fogo" (2 Tessalo-
nicenses 1:7-8).

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O batismo nas águas é necessário

Foi um dia incomum. Primeiro, um som do


céu como de um vento impetuoso encheu a casa. De-
pois, línguas, como de fogo, pousaram sobre cada um
dos homens dentro da casa. Aqueles mesmos homens,

| 46 |
os apóstolos de Jesus, começaram a falar em línguas
estrangeiras, em línguas que não conheciam.

A notícia dos acontecimentos que ocorreram


começou a passar pela cidade de Jerusalém. Logo, a
multidão se juntou para ver e ouvir o que estava acon-
tecendo, mas estavam confusos. Esses homens estavam
embriagados? Entre os judeus na multidão estavam
aqueles que haviam vindo de muitos outros lugares
para celebrar as festas religiosas em Jerusalém. Ficaram
admirados que esses homens da Galiléia estavam fa-
lando em línguas que nunca haviam estudado.

Os doze ficaram de pé e falaram à multidão


sobre o que estava acontecendo. Basicamente falaram,
“Isso não é embriaguez. Isso é o que o profeta Joel
profetizou. O Espírito Santo seria derramado e aqueles
que o receberam profetizariam.” Os apóstolos conti-
nuaram a falar à multidão sobre Jesus.

Eles afirmaram a verdade sobre a ressurreição


de Jesus observando profecias do Velho Testamento e
dando suas testemunhas oculares. Jesus havia sido
exaltado à destra de Deus e já estava reinando como
Senhor no céu. Esses pregadores não eram politica-
mente corretos! Declararam claramente repetidas vezes
que a nação judia havia matado o Filho de Deus!

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A mensagem dos pregadores nesse dia tocou o
coração dos ouvintes. Eles perguntaram, “O que de-
vemos fazer?” Eles acreditaram que Jesus havia ressus-
citado dos mortos e, por isso, era o Filho de Deus
como ele havia alegado. Muitas pessoas hoje teriam
dito a eles que não precisavam fazer nada; eles já esta-
vam salvos!

No entanto, o apóstolo Pedro não lhes disse


que já estavam salvos, mesmo vendo claramente que
eles acreditaram e estavam cientes do seu pecado de
crucificar Jesus (sua pergunta aos apóstolos comprova
isso). Ele disse que precisavam se arrepender e serem
batizados em nome de Jesus Cristo para a remissão
(perdão) dos pecados. Cerca de três mil pessoas fize-
ram exatamente isso – foram batizados e o Senhor os
acrescentou à sua igreja.

Hoje, muitos pregadores dizem às pessoas que


elas não precisam ser batizadas para serem salvas. Di-
zem que o batismo nas águas é apenas um ato simbóli-
co que mostra que fomos salvos a partir do momento
que tivemos fé. A Bíblia, por outro lado, diz que o
batismo nos salva através da ressurreição de Jesus Cris-
to (1 Pedro 3:21). Como o batismo pode ser desneces-
sário para a salvação se é para “remissão dos pecados”?
O apóstolo Paulo escreveu que fomos batizados em

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Cristo e que, ao fazer isso, nós “nos revestimos de
Cristo” (Romanos 6:3; Gálatas 3:26-27).

Se você gostaria de ler a história desse dia in-


comum, o Dia de Pentecostes, encontrará o relato em
Atos 2.

"Salvos, Através da Água"

Certa vez li, em algum lugar, que, se a superfí-


cie da terra fosse lisa, a água a cobriria numa profun-
didade de cerca de 3 km. Lembro também que os se-
res vivos, mesmo o corpo humano, se compõem de
aproximadamente 80% de água. A água é, obviamen-
te, de todas as substâncias uma das mais encontradas,
e sem ela toda a vida acabaria.

Com toda a natureza nos impondo a necessi-


dade de água, ela parece ser um símbolo quase inevitá-
vel de vida e salvação. Não admira que Deus lhe dê
um destaque tão grande nas Escrituras e no projeto de
redenção.

Um dos empregos mais naturais da água é


como recurso purificador. Quando que as pessoas dei-
xaram de usar a água para tirar a sujeira do corpo ou
de qualquer outra coisa suja? Abraão pediu água para
que os seus três convidados pudessem lavar os pés
(Gênesis 18:4). Em Gênesis 43:31, registra-se que
José lavou o rosto antes de comer.

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A mudança da purificação literal a um sentido
simbólico não é coisa difícil. As Escrituras falam de
purificações rituais que capacitavam os sacerdotes para
diversos serviços: "Toma os levitas . . . e purifica-os;
assim lhes farás [cerimonialmente], para os purificar:
asperge sobre eles a água da expiação; e sobre todo o
seu corpo farão passar a navalha, lavarão as suas vestes
e [assim] se purificarão" (Números 8:6-7). O povo em
geral também tinha várias purificações que os limpava
da contaminação cerimonial (Levítico 4:8-9; Números
19:11-13).

A água era usada para purificação espiritual.


Assim, Jó fala de se lavar com "água de neve" e limpar
as mãos com sabão (9:30). Ainda mais diretamente,
Davi roga: "Lava-me completamente da minha ini-
qüidade e purifica-me do meu pecado . . . Purifica-me
com hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais
alvo que a neve" (Salmos 51:2,7; veja Provérbios
30:12; Isaías 1:16).

Tudo isso nos prepara para o elo inquebrável que o


Novo Testamento estabelece entre a purificação do
pecado e as águas do batismo. Ananias disse a Saulo:
"E agora, por que te demoras? Levanta-te, recebe o
batismo e lava os teus pecados, invocando o nome
dele" (Atos 22:16; veja 1 Coríntios 6:11; Efésios 5:26;
Tito 3:5). Em 1 Pedro 3:20,21, o apóstolo insiste que
o batismo é um banho que salva, não um banho que
meramente limpa a sujeira do corpo.

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A água também tem algum sentido como ele-
mento de julgamento, com poder para libertar e para
destruir. Ocorrem-nos dois exemplos impressionantes
do Antigo Testamento: a travessia do mar Vermelho
por parte de Israel e, é claro, o dilúvio. No primeiro
caso, relatado em Êxodo 14, o mar Vermelho se tor-
nou a barreira entre Israel e a escravidão e o meio de se
destruir Faraó. O salmista disse: "Dividiu o mar e
fê-los seguir; aprumou as águas como num dique . . .
Dirigiu-o com segurança, e não temeram, ao passo
que o mar submergiu os seus inimigos" (Salmo 78:13,
53).

Pedro, referindo-se ao grande dilúvio, disse


que na arca "oito pessoas, foram salvos, através da
água" (1 Pedro 3:20). Mas o mesmo acontecimento
foi um julgamento sobre a terra (2 Pedro 3:5-6) e ser-
ve de um tipo de garantia de que todo o mundo será
novamente destruído S pelo fogo da próxima vez.

Com o dilúvio, Deus destruiu os perversos dos


dias de Noé (Gênesis 6:5-7) e libertou o justo Noé
(Gênesis 6:9). Mas o valor redentor do dilúvio teve
efeitos ainda mais abrangentes. Ele preservou uma
linhagem justa para o Messias, que viria "buscar e sal-
var o perdido" (Lucas 19:10), e "dar a sua vida em
resgate por muitos" (Mateus 20:28).

Pedro prosseguiu afirmando que o dilúvio


simboliza "o batismo, agora também vos salva, não

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sendo a remoção da imundícia da carne, mas a inda-
gação de uma boa consciência para com Deus, por
meio da ressurreição de Jesus Cristo" (1 Pedro 3:21).
O pecador é batizado na morte de Jesus (Romanos
6:3), um acontecimento que liga o julgamento de
Deus sobre o pecado e a redenção do pecador. Em
certo sentido, portanto, ser batizado é ser julgado e
redimido no mesmo ato. A morte do velho homem, a
ressurreição do novo.

Por fim, Pedro estabelece uma relação entre a


água e a criação, quando diz que os céus e a terra sur-
giram "da água e através da água pela palavra de
Deus" (2 Pedro 3:5). Que adequado, então, que a
água, no ato do batismo, desempenhe o seu papel na
formação, por parte de Deus, da nova criação: a pessoa
em Cristo (2 Coríntios 5:17). A transformação do
velho homem no novo é tão radical, que somente um
acontecimento tão radical quanto a própria criação
pode servir de analogia ou antítipo adequado. Nas
águas do batismo, Deus forma "feitura dele, criados
em Cristo Jeus . . ." (Efésios 2:10).

Nunca nada foi mais verdadeiro que a afirma-


ção de que o homem é "salvo através da água". Deus
pôs água entre nós e a vida, quer falemos de vida físi-
ca, quer tratemos de vida espiritual.

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Deveriam as crianças ser batizadas?

No Novo Testamento, somente os crentes fo-


ram batizados. Veja Atos 2:37-38; 8:12-13; 18:8; etc.
Isto não nos deveria surpreender, porque em João 6:45
Jesus tinha dito: "E serão todos ensinados por Deus.
Portanto, todo aquele que da parte do Pai tem ouvido
e aprendido, esse vem a mim". A pessoa tem que,
primeiro, ouvir e aprender o evangelho e depois vem a
Cristo, no batismo. O crente que se arrepende é a úni-
ca pessoa que pode ser batizada, de acordo com as Es-
crituras.

Quando nos lembramos do propósito do ba-


tismo do Novo Testamento, torna-se óbvio por que
nenhuma criança foi batizada. O batismo é para lavar
os pecados de um homem (Atos 22:16). Uma criança
não necessita de batismo porque ela nunca pecou. Al-
guns argumentam, erradamente, que embora as crina-
ças nunca tenham pecado pessoalmente, elas herdaram
o pecado. A Bíblia ensina que o pecado é cometido,
não herdado (Ezequiel 18:20; 1 João 3:4). Uma vez
que, quando somos convertidos, tornamo-nos como
crianças, sabemos que as crianças são sem pecado (Ma-

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teus 18:3). Uma criança é pura; ela não cometeu nem
herdou nenhum pecado.

Deveriam as crianças ser batizadas? Não. A


Bíblia mostra que as crianças não devem ser batizadas.
Somente quando um homem está amadurecido o sufi-
ciente para crer e arrepender-se, o batismo limpará seu
coração e fará dele um filho de Deus.

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