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Pesquisa inserida no Grupo de Pesquisas em Paradigmas Assistenciais em Terapias
Alternativas (NEPATA) da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás
(UFG).
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Arteterapeuta, Profª Drª da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás
(FEN/UFG), Presidente da Associação Brasil Central de Arteterapia (ABCA), membro do
conselho diretor da UBAAT, integrante da rede PsicoArta. E-mail: aclaudiaval@terra.com.br
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Graduanda de Psicologia da UFG e relatora do trabalho
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Graduanda de Enfermagem da UFG
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Médico-Psiquiatra, Psicoterapeuta e Arteterapeuta do Instituto Atenea do Chile. Coordenador
da rede PsicoArte.
no novo cenário da atenção em saúde mental. Este tipo de atendimento, no
qual se incluem as sessões de Arteterapia, permite que se valorize o potencial
existente em cada ser humano, objetivando melhorar sua saúde e qualidade de
vida.
Introdução
Para Jung (1990) e Silveira (1992), o transtorno mental é um distúrbio que
reside no colapso do ego e consiste na invasão de conteúdos do inconsciente
ao campo do consciente, fenômeno que ocorre em diferentes graus, a
depender da fragilidade do ego do ser humano.
Tommasi (2005) cita como diferença individual a intensidade emocional
que cada um despende para a resolução de seus problemas. Para a autora, o
transtorno mental surge quando a pessoa não consegue libertar-se da forte
emoção causada pela dificuldade de uma crise da vida cotidiana, ficando
impotente diante dela.
Segundo a Psicologia Analítica (JUNG, 2005), a psique do ser humano
possui um potencial criativo inesgotável, e como a consciência é uma parte da
psique, esta tem sua maior parcela constituída de elementos psíquicos
inconscientes.
Assim, a doença mental sobrecarrega o consciente do doente de imagens
arcaicas que revelam a existência de um conteúdo coletivo alojado nas
camadas mais profundas do inconsciente (TOMMMASI, 2005). Para amenizar
este processo, segundo Jung (1990); Silveira (1992) e Tommasi (2005), é
necessário induzir a mente do usuário para fora do inconsciente, operação
facilitada pela expressão artística; somente assim a imagem ameaçadora e
caótica se despotencializará, a tensão dos afetos diminuirá, havendo
conseqüente fortalecimento do ego e aumento do relacionamento social do
usuário, de acordo com suas possibilidades adaptativas.
Então, ao se expressar por meio da arte, o usuário libera, despotencializa
e desloca para a consciência conteúdos psíquicos internos presos, o que
permite que sua energia volte a fluir. O símbolo trazido pela produção de arte
libera a energia psíquica inconsciente do usuário, facilita sua trajetória natural,
cria um efeito transformador no organismo em busca do processo de cura e se
esforça para dar equilíbrio e totalidade ao organismo de seu produtor (FURTH,
2004).
A Arteterapia considera o usuário um ser humano complexo, dinâmico e o
impulsiona a encontrar novos “sentidos” e viabilidade de um constante
ressignificar da sua vida como um todo (VALLADARES, 2004a e b;
VALLADARES, 2006a, b. c e d; VALLADARES & FUSSI, 2003; VALLADARES
et al, 2003). Apregoa, ainda, que os usuários com transtornos mentais devem
ser respeitados nos aspectos afetivos, culturais, cognitivos, motores, sociais,
de saúde e físicos, entre outros.
O arteterapeuta, ao utilizar as técnicas da Arteterapia, é capaz de
compreender o que o usuário expressa por meio da comunicação não-verbal,
de forma ampla, e o auxilia na sua instrumentalização, almejando a busca de
soluções para alguns de seus sofrimentos (REYES, 2005).
Assim, delinearam-se como objetivos deste estudo: descrever e analisar
o processo arteterapêutico e as imagens produzidas por pessoas em
sofrimento mental hospitalizadas.
Percurso Metodológico
a) Tipo de Estudo: Trata-se de um relato de experiência dentro da visão da
psicologia analítica na abordagem qualitativa, colocando em evidência as
riquezas, fantasias e sentimentos apresentados pelas produções plásticas das
pessoas (objetos de estudo).
Procurou-se descrever os fenômenos pesquisados por meio da
observação, descrição e classificação do objeto de estudo, como também
explorou as dimensões desse fenômeno.
Considerações Finais
A Arteterapia procura lidar com o ser complexo e permite maior
subjetividade e singularidade no atendimento às pessoas em sofrimento
psíquico.
A saúde mental vem ampliando seus conhecimentos e utilizando-se de
novas práticas na assistência a seus usuários, assim, o investimento no
trabalho e em práticas complementares e criativas, com pessoas com
transtornos mentais, é fator importante no novo cenário da atenção em saúde
mental.
Este tipo de atendimento, no qual se incluem as sessões de Arteterapia,
permite que se valorize o potencial existente em cada ser humano, objetivando
melhorar sua saúde e qualidade de vida.
Referências
BERNARDO, P. P. Oficinas de criatividade: desvelando cosmogonias
possíveis. Revista Científica de Arteterapia Cores da Vida (Online), Goiânia,
v.2, n.2, p.8-23, jan.-jun. 2006. Disponível em:
http://www.brasilcentralArteterapia.org