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2 - GAZETA DE LIMEIRA LIMEIRA, SÁBADO, 3 DE JANEIRO DE 2009

Renato Fabregat realiza trabalho inédito de caricaturas em tempo real no laptop

VAPT-VUPT
Caricaturas Um corpo em
queda livre
MARCOS PAULINO

A mulher era atendida nor-


malmente naquela agência dos
Correios. Era final de ano, quan-
do o volume de correspondên-
cias aumenta e, conseqüente-
mente, o movimento nos pontos
de atendimento também. Mas
não havia muita gente naquele ho-
MARCOS PAULINO rário. Todos sentados, seguran-
MARCOS PAULINO

EDITOR DO PLUG Fabregat com seu


laptop; abaixo, o do suas senhas, esperando a vez
encontro com de serem chamados.
Kotscho no Isca e Na verdade, muita gente hoje


Nas minhas andanças para a caricatura do
opta por trocar cartões de boas
jornalista feita no
fazer palestras por esse computador festas virtuais, pela internet, o
mundão brasileiro, sempre que, imagino, deve ter diminuído
acabo descobrindo novos lugares e o trabalho dos Correios em de-
personagens, coisas que não conhe- zembro. É só um chute. Deveria,
cia. Já tinha visto muitos artistas que como rezam as cartilhas de jor-
trabalham ao vivo, como meu ami- nalismo, checar a informação
go Paulo Caruso, que faz este tra- antes de jogá-la assim, ao léu.
balho há anos no programa ‘Roda Mas, desculpem, não tenho tem-
Viva’, mas na semana passada en- po nem paciência para isso ago-
contrei uma novidade nesta área. ra. Além do mais, o assunto é
Em Limeira, no interior paulista, fi- outro e estou divagando.
quei conhecendo um cartunista que Assim como os demais usu-
também trabalha em tempo real, mas ários daquela agência, eu espe-
direto no laptop. É o jovem Renato rava, de olho no painel lumino-
Fabregat, professor do Instituto Su- so, o momento em que o núme-
perior de Ciências Aplicadas, onde ro da minha senha apareceria.
ele fez minha caricatura, enquanto eu Entre as várias fileiras de cadei-
participava da Semana de Comuni- ras, estava na quarta ou quinta,
cação”. contando a partir dos guichês.
O trecho acima foi publicado no Bem no meio. Passava os olhos
pelas pessoas sendo atendidas
“Balaio do Kotscho”, blog de Ricar-
quando vi aquela mulher, sem
do Kotscho, um dos mais respeita- mais nem menos, despencar.
dos jornalistas brasileiros. De fato, Não foi um tombo daqueles
como um dos palestrantes da em que a pessoa, vítima de uma
Secom 2008 do Isca Faculdades, queda de pressão ou algo que o
realizada em novembro, ele teve sua acabamento com programas como
DIVULGAÇÃO

valha, vai desfalecendo aos pou-


caricatura feita por Fabregat, pro- Photoshop e CorelDraw. “É o mes- cos, numa esquisita dança rumo
fessor do curso de Publicidade e mo raciocínio de se desenhar no ao chão. Ela caiu dura, reta, de
Propaganda, que também utilizou papel, mas utilizando outras ferra- costas. O choque de sua cabeça
seu laptop para desenhar outros mentas”, explica o publicitário, que contra o chão fez subir um ruído
participantes do evento. A surpresa descobriu o dom de desenhar logo surdo, opaco. Pisquei algumas
de Kotscho ao vê-lo trabalhar dire- na infância. “É uma paixão desde vezes para limpar a visão. Mas
tamente no pequeno computador que me conheço por gente”, lembra. não era ilusão qualquer. A mu-
portátil se justifica. Afinal, o piraci- “Recebi o incentivo da família e fui lher caíra a poucos metros.
cabano Fabregat, radicado em Li- me aperfeiçoando”. Antes que fizesse menção de
meira há três anos, é, até onde se Fabregat gostava de desenhar, levantar, almas bem mais pron-
sabe, o único artista a fazer carica- para matar o tédio das aulas, per- tas que a minha já estavam ao
turas em tempo real dessa forma. sonagens da Hanna Barbera em seus lado da pobre coitada. Um se-
“Não conheço outra pessoa que cadernos. Os colegas gostaram e nhor a amparou enquanto um fun-
faça isso”, confirma Fabregat, de 30 passaram a pagar para que ele ilus- cionário chamava o resgate. Ela
anos, que, além de professor e de- trasse seus trabalhos. Depois, pu- estava sozinha. Aos poucos vol-
senhista, ainda blicou ilustra- tou a si, sentou-se e foi embora
presta asses- ções, charges na ambulância dos ágeis bombei-
soria na dire- Vou trocando e tirinhas em ros. Nunca mais vou vê-la, acre-
dito. Nem vi bem seu rosto.
ção de arte e jornais piraci-
criação a idéias com a pessoa, cabanos. Des- desenhar. O toque de humor vem
Mas aquela pessoa vai habi-
tar minha memória talvez para
agências de de 1995, vem com o exagero das características
publicidade. ela se solta e percebo expondo tam- mais marcantes. Fabregat prefere
sempre. Vou me lembrar de
como podemos precisar, de re-
Realmente é desenhar vendo a pessoa “ao vivo”
mais detalhes
bém no Salão pente, da ajuda de estranhos.
impressionante de Humor de do que em fotos. Talvez pessoas que nem tínhamos
vê-lo trabalhar, Piracicaba. E, “Vou trocando idéias com a pes- notado, para a qual negamos um
utilizando, Renato Fabregat apesar de um soa, ela vai se soltando e percebo simples bom dia. No corre-cor-
conectada ao ou outro cur- mais detalhes”, explica. “Vou falan- re, só queremos pegar nossas
laptop, uma so, aprendeu do e desenhando. Poucos artistas senhas antes que os outros, ser-
mesinha própria para desenhos. A mesmo sozinho, inclusive a fazer ca- fazem isso, a maioria prefere dese- mos atendidos primeiro que os
Secom do Isca foi a primeira vez em ricaturas, quando foi convidado para nhar calada”. E, claro, Fabregat vai demais e seguirmos para tantos
que ele realizou esse tipo de traba- retratar participantes de eventos de escutando pedidos, principalmente infindáveis afazeres.
lho em tempo real. Ou seja, enquan- Campinas. das mulheres, para maneirar na re- Porém, ali no chão, aquela
to o palestrante ia falando, Fabregat “A partir daí fui ganhando ritmo”, produção de seus traços marcantes. mulher precisou de ajuda. E ela
fazia sua caricatura. diz Fabregat. As chamadas carica- Afinal, para elas, mesma que seja veio. Quem já se viu num acidente
“Já tinha feito esse trabalho em turas-esquete, por exemplo, dessas humor, é preciso sair bem na “foto”. sabe o quanto esse auxílio nes-
festas e confraternizações de empre- feitas em festas, ficam prontas em ses momentos é importante. Vou
sas, mas sempre no papel”, conta o não mais que três minutos. Uma mais tentar me lembrar sempre disso.
artista. “Direto no laptop, nunca”. caprichada pode levar uns 20 minu-
Após desenhar utilizando mouse e tos. Para fazê-las, o artista procura Veja mais trabalhos de Renato Fabregat em
MARCOS PAULINO É EDITOR DO PLUG
PRESSCOM@VIVAX.COM.BR
uma caneta especial, Fabregat dá o peculiaridades nos rostos que vai www.desenhosdofabregat.blogspot.com

muitas pessoas precisam tomar ati- toa. Fica mais fácil jogar a culpa
tudes drásticas, como destruir o car- em qualquer motivo disponível e,
tão de crédito ou até mesmo procu- como todo mundo pensa igual, a
rar ajuda de um psicólogo para con- cultura continua: não é possível

Dívidas - Parte 2
ter os impulsos de compras. Geral- enriquecer dignamente.
mente, os parcelamentos são feitos Mas as ferramentas estão aí:
por uma cultura embutida na cabe- reveja seus hábitos, faça o fluxo de
ELISSON ANDRADE
ça das pessoas, de que não é possí- caixa para ver onde está indo o
vel adquirir bens e serviços de outra dinheiro, converse com toda a fa-
forma. Espera-se que sempre será mília e se engajem na diminuição
Antes de traçar uma estratégia possível dar um jeitinho de pagar de gastos, conscientize os filhos,
para pagamentos de dívidas, a pri- depois. fique de olho em oportunidades de
meira atitude a ser tomada é parar Muitos relutam em aceitar que ganhar dinheiro, planeje-se. Viver
de fazê-las. Trocar uma dívida por não sabem se planejar: “Ganho pou- trabalhando para pagar dívidas não
outra até pode ser um interessante co; tenho um monte de contas para é algo salutar para nenhum ser hu-
primeiro passo, caso se consiga pagar; só com meus filhos gasto boa mano.
uma taxa de juros menor. Mas esse parte do salário; por enquanto não
serve para ser apenas o começo dá para guardar dinheiro”. Essas ELISSON ANDRADE É MESTRE EM ECONOMIA
de estratégia, porque dívida se são frases que escuto aos montes e APLICADA PELA USP E PROFESSOR DO
paga com sua renda mensal e não de pessoas das mais diversas clas- CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DA FACULDADE
DOM BOSCO DE PIRACICABA
com outra. ses sociais e níveis culturais. É difícil WWW.EANDRADE.COM.BR
Quando o assunto é gastança, aceitar que gasta muito dinheiro à PERGUNTAS PARA EAPANDRA@UOL.COM.BR

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