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Manifesto Abstencionista – Por um Portugal Igual!

Versão beta 1.0 – Afonso Esperança

Tudo o que pode ser dito a respeito do sufrágio pode ser resumido em uma frase:

Votar significa abrir mão do próprio poder!

Aqui estão os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os


que fogem ao padrão. Aqueles que vêem as coisas de um
jeito diferente. Eles não se adaptam às regras, nem
respeitam o status quo. Você pode citá-los ou achá-los
desagradáveis, glorificá-los ou desprezá-los. Mas a única
coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles
mudam as coisas. Eles empurram adiante a raça humana.
Porque as pessoas que são loucas o bastante para pensarem
que podem mudar o mundo são as únicas que realmente podem
fazê-lo.

Ser governado significa ser observado, inspeccionado,


espionado, dirigido, legislado, regulamentado, cercado,
doutrinado, admoestado, controlado, avaliado, censurado,
comandado; e por criaturas que para isso não tem o
direito, nem a sabedoria, nem a virtude... Ser governado
significa que todo movimento, operação ou transacção que
realizamos é anotada, registada, catalogada em censos,
taxada, selada, avaliada monetariamente, patenteada,
licenciada, autorizada, recomendada ou desaconselhada,
frustrada, reformada, endireitada, corrigida. Submeter-se
ao governo significa consentir em ser tributado,
treinado, redimido, explorado, monopolizado, extorquido,
pressionado, mistificado, roubado; tudo isso em nome da
utilidade pública e do bem comum. Então, ao primeiro
sinal de resistência, à primeira palavra de protesto,
somos reprimidos, multados, desprezados, humilhados,
perseguidos, empurrados, espancados, garroteados,
aprisionados, fuzilados, metralhados, julgados,
sentenciados, deportados, sacrificados, vendidos, traídos
e, para completar, ridicularizados, escarnecidos,
ultrajados e desonrados. Isso é o governo, essa é a sua
justiça e sua moralidade!... Oh personalidade humana!
(seleccionar os melhores adjectivos!)

☺ Certamente os eleitores acreditam na honestidade dos candidatos e isto perdura


enquanto durar o fervor e a paixão pela disputa.
Todo dia tem seu amanhã. Da mesma forma que as condições se modificam, o
homem também se modifica. Hoje o candidato que apoia curva se à sua presença;
amanhã ele o esfola. Aquele que vivia pedindo votos, transforma-se em seu senhor.
A atmosfera do governo não é de harmonia, mas de corrupção.
Por isso, não abandone sua liberdade.

Em vez de incumbir os outros pela defesa de seus próprios interesses, decida-se. Em


vez de tentar escolher mentores que guiem suas acções futuras, seja seu próprio
condutor. E faça isso agora! Homens convictos não esperam muito por uma
oportunidade.

Não vote!
☺ Ser obrigado a votar (não é votar), obrigado a opinar (não é opinar), a fazer parte
(é não fazer parte), obrigado a escolher (não é escolher), obrigado a compartilhar (não
é compartilhar), obrigado a ir a uma urna (tumba da liberdade), obrigado a todo um
conjunto ridículo e torturante do espectáculo dessa "democracia" ridícula, é não saber
o que é democracia nem o que é viver em uma.
O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos e
os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido, nem instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita. Não existe nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Já não se
crê na honestidade dos homens públicos. A classe média abate-se progressivamente
na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são
abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias aumenta em cada dia.
Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferença de cima a baixo! Todo o viver
espiritual, intelectual, parado. O tédio invadiu as almas. A mocidade arrasta-se,
envelhecida, das mesas das secretárias para as mesas dos cafés. A ruína económica
cresce, cresce, cresce… O comércio definha. A indústria enfraquece. O salário
diminui. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como
um inimigo. De resto a ignorância pesa sobre o povo como um nevoeiro. O número
de escolas só por si é dramático. O professor tornou-se um empregado de eleições. A
intriga política alastra-se por sobre a sonolência enfastiada do país. Apenas a devoção
perturba o silêncio da opinião, com pais -nossos maquinais. Não é uma existência, é
uma expiação.

☺ Os seres humanos têm capacidade de percepção, mas o mundo que percebem é


uma ilusão criada pela descrição que lhes fazem desde o dia em que nascem. Assim, o
mundo que a sua razão pretende sustentar é o mundo criado por uma descrição e
pelas suas regras dogmáticas e invioláveis, que a sua razão aprende a aceitar e a
defender.
Quando se trata da autoridade exercida por um homem sobre outros homens, por um
soberano despótico sobre os súbditos, por um patrão sobre os empregados,
imediatamente se percebe que esta personalidade emprega a vida dos que lhe estão
submetidos para dar satisfação aos seus prazeres, às suas necessidades ou aos seus
interesses; ou seja, para melhorar e ampliar a sua vida pessoal em prejuízo da deles.

Aquilo que em geral não se percebe tão facilmente é a nefasta influência, em tudo
isto, das autoridades de ordem abstracta: as ideias, os mitos religiosos ou de outro
género, os costumes, etc. E no entanto todas as manifestações exteriores de
autoridade têm origem numa autoridade mental. Nenhuma autoridade material, seja
ela a das leis ou a dos indivíduos, contém actualmente força e razão em si. Nenhuma
se exerce realmente por si mesma, todas se baseiam em ideias.
A subversão consiste em levar uma vida filosófica na qual as virtudes dominantes da
nossa época mercantil (o dinheiro, o poder, a riqueza, a ostentação, as honras, a busca
de celebridade, a futilidade, a mundanização, a paixão pelas aparências…) sejam
completamente ignoradas e substituídas sem alarde por valores reais: ser em contraste
com o ter; o poder sobre si e não sobre os outros; a indiferença em relação ao
dinheiro – quer o tenhamos ou não, nada se fará para o ter; a supremacia da vida
interior contra o império do olhar do outro sobre si; a recusa das honras, de que se
preferirá o sentido da honra; a indiferença relativamente à celebridade – tenha-se ou
não, o importante é nada fazer para a ter; o desejo de se construir em profundidade
longe da superficialidade mundana, ou seja, a escultura de si como acto para si e não
como ficção para o outro.

☺ Estamos nós, que vivemos no presente, condenados a nunca experimentar a


autonomia, nunca pisarmos, nem que seja por um momento sequer, num pedaço de
terra governado apenas pela liberdade? Estamos reduzidos a sentir nostalgia pelo
passado, ou pelo futuro? Devemos esperar até que o mundo inteiro esteja livre do
controlo político para que pelo menos um de nós possa afirmar que sabe o que é ser
livre?

☺ Chamam-te "Zé-ninguém!", "Homem Comum" e, ao que dizem, começou a tua


era, a "Era do Homem Comum". Mas não és tu que o dizes, Zé-ninguém, são eles, os
vice-presidentes das grandes nações, os importantes dirigentes do proletariado, os
filhos da burguesia arrependidos, os homens de Estado e os filósofos. Dão-te o
futuro, mas não te perguntam pelo passado.

Tu és herdeiro de um passado terrível. A tua herança queima-te as mãos, e sou eu que


te digo. Há algumas décadas, tu, Zé-ninguém, começaste a penetrar no governo da
Terra. O futuro da raça humana depende, a partir de agora, da maneira como pensas e
ages. Porém, nem os teus mestres nem os teus senhores te dizem como realmente
pensas e és, ninguém ousa dirigir-te a única crítica que te podia tornar apto a ser
inabalável senhor dos teus destinos. És "livre" apenas num sentido: livre da educação
que te permitiria conduzir a tua vida como quisesse.

Deixas que os homens no poder a assumam em teu nome. Mas tu mesmo nada dizes.
Conferes aos homens que detêm o poder, quando não o conferes a renomeados mal
intencionados, mais poder ainda para te representarem. E só muito tarde reconheces
que te enganaram uma vez mais.

Mas eu entendo. Vezes sem conta te viram nu, psíquica e fisicamente nu, sem
máscara, sem opção, sem voto, sem aquilo que faz de ti "membro do povo". Nu como
um recém-nascido ou um general em cuecas. Ouvi então os teus prantos e lamúrias,
ouvi-te os apelos e esperanças, os teus amores e desditas. Conheço-te e entendo-te. E
vou dizer-te quem és, Zé-ninguém, porque acredito na grandeza do teu futuro, que
sem dúvida te pertencerá. Por isso mesmo, antes de tudo o mais, olha para ti. Vê-te
como realmente és. Ouve o que nenhum dos teus chefes ou representantes se atreve a
dizer-te: És o "homem médio", o "homem comum". Repara bem no significado destas
palavras: "médio" e "comum".

Não fujas. Anima-te e contempla-te. "Que direito tem este tipo de dizer-me o que
quer que seja?" Leio esta pergunta nos teus olhos amedrontados. Ouço-a na sua
impertinência, Zé-ninguém. Tens medo de olhar para ti próprio, tens medo da crítica,
tal como tens medo do poder que te prometem e que não saberias usar. Nem te
atreves a pensar que poderias ser diferente: livre em vez de deprimido, directo em vez
de cauteloso, amando às claras e não mais como um ladrão na noite. Tu mesmo te
desprezas, Zé-ninguém, dizendo: "Quem sou eu para ter opinião própria, para decidir
da minha própria vida e ter o mundo por meu?" E tens razão: Quem és tu para
reclamar direitos sobre a tua vida? Deixa-me dizer-te.

Diferes dos grandes homens que verdadeiramente o são apenas num ponto: todo
grande homem foi outrora um Zé-ninguém que desenvolveu apenas uma outra
qualidade: a de reconhecer as áreas em que havia limitações e estreiteza no seu modo
de pensar e agir. Através de qualquer tarefa que o apaixonasse, aprendeu a sentir cada
vez melhor aquilo em que a sua pequenez e mediocridade ameaçavam a sua
felicidade. O grande homem é, pois, aquele que reconhece quando e em que é
pequeno. O homem pequeno é aquele que não reconhece a sua pequenez e teme
reconhecê-la; que procura mascarar a sua tacanhez e estreiteza de vistas com ilusões
de força e grandeza, força e grandeza alheias. Que se orgulha dos seus grandes
generais, mas não de si próprio. Que admira as ideias que não teve, mas nunca as que
teve. Que acredita mais arraigadamente nas coisas que menos entende, e que não
acredita no que quer que lhe pareça fácil de assimilar.

PS: apesar do “titulo” utilizado a minha intenção


caracterizou se por uma selecção de textos e prestar
assim o meu contributo.
Sempre que possível actualizarei esta versão beta!!!!
Nenhum dos textos é de minha autoria, simplesmente
seleccionei algumas partes e defini o encadeamento dos
mesmos. Foram simplesmente retirados da “Aldeia Global”!

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