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PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

“NA TRILHA DO MANGUE”


HERMANN SCHMITT
LIGIA REZENDE SCHMITT

SOCIEDADE AMIGOS DE ITAMAMBUCA


EIXO TEMÁTICO: O HOMEM

INTRODUÇÃO

O presente projeto de Educação Ambiental denominado “Na Trilha do Mangue”, foi


desenvolvido nas escolas do município de Ubatuba, integrante da bacia hidrográfica do
Litoral Norte de São Paulo.
A partir dos anos 60 de séc. XX, a questão ambiental entrou definitivamente na agenda de
discussões mundiais, pois não havia mais como esconder que as reações às agressões
sofridas pelo planeta ao longo de duas centenas de revolução industrial, estavam
atingindo a todos indiscriminadamente, e ações deveriam ser realizadas localmente para
surtirem efeito mundialmente.
Considerando a disposição constante do Inciso X, da Lei Federal nº 6938/81 - Política
Nacional do Meio Ambiente:
"X - educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da
comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente"
Considerando o que dispõe a Constituição da República, no seu Artigo 225, §1º, Inciso VI:
Art. 225 - “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização
pública para a preservação do meio ambiente;"
A Educação Ambiental no Brasil é regulamentada pela Política Nacional de Educação
Ambiental – PNEA, instituída pela lei n° 9795, de abril de 1999, que foi regulamentada
pelo Decreto xxx/02 e implementada pelo ProNEA (Programa Nacional de Educação
Ambiental), cuja primeira edição é de 2003 e que definiu os seus princípios básicos dentre
os quais se destacam o enfoque democrático e participativo, uma concepção totalizante
de ambiente e a garantia de continuidade e permanência do processo educativo.
A Educação Ambiental é um processo permanente de aquisição de conhecimentos,
habilidades, experiências, valores que devem ser trocados, em todos os lugares, em
todos os momentos, na busca de soluções para os problemas ambientais, restabelecendo
a ligação do homem com o seu ambiente.
A educação ambiental nos dias atuais é considerada urgente e necessária para que se
efetive uma melhoria da qualidade de vida, qualidade que está diretamente ligada às
atitudes da população perante o ambiente.
A Educação Ambiental em ambiente natural é uma fonte inesgotável de meios que
facilitam a compreensão do lugar do homem no mundo, servindo como laboratório natural
que favorece o entendimento do entorno ecológico, o reconhecimento das ações
humanas sobre o entorno, a possibilidade de escolha de formas mais saudáveis de vida e
o envolvimento no esforço conjunto para a conservação da natureza.
Conciliar a recreação do visitante com educação ambiental, sem que esta transmissão de
sensações, impressões, conhecimentos, se torne maçante e cansativas é a arte e técnica
da interpretação ambiental.
A interpretação ambiental é a ferramenta mais informal e eficiente para fazer com que as
pessoas entendam seu entorno, e assim possam reconhecer e avaliar as possíveis
conseqüências de suas atitudes para então poder tomar decisões conscientes.
Nessa proposta em Educação Ambiental as atividades abordam temas variados que
permitem a integração com as matérias desenvolvidas no currículo do Ensino
Fundamental, favorecendo assim a construção em sala de aula de estratégias que visem
o trabalho em equipe, possibilitando o planejamento, a organização, a criatividade, a
decisão, a compreensão e auto- avaliação frente aos assuntos e conteúdos sugeridos.
O projeto na “Na Trilha do Mangue” teve como público alvo os alunos das Escolas
Municipais José Belarmino Sobrinho e Prof. Honor Figueira, localizadas nos Bairros do
Poruba e Itamambuca respectivamente. Essas instituições atendem crianças que moram
em regiões de manguezais ou em de beira de rio, e que mesmo freqüentando o ambiente,
não conhecem suas principais características e sua grande importância ecológica.
Cientes de que este desconhecimento é uma constante na maior parte das populações
ribeirinhas, o projeto “Na trilha do Mangue” pretende que suas ações sejam incorporadas
pela rede pública municipal de ensino em todas as cidades que possuam manguezais em
seus recursos naturais.
OBJETIVOS

O presente trabalho pretendeu divulgar conceitos e informações úteis para o benefício da


coletividade atual e das gerações futuras que habitam regiões próximas ao ambiente dos
manguezais, partindo da máxima: CONHECER PARA PRESERVAR. Ao mesmo tempo,
somou-se aos projetos ambientais já desenvolvidos, culminando assim na ampliação do
universo cultural de todos os envolvidos.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Conhecer o grau de entendimento / afinidade que o público alvo do projeto


mantêm do entorno de onde vivem / freqüentam.
• Capacitar os professores a lidar com o material pedagógico fornecido.
• Apresentar conceitos básicos que forneçam entendimento e permitam discutir
sobre a importância do equilíbrio ecológico para a sustentabilidade e a melhora da
qualidade de vida.
• Apresentar as principais características ambientais do ecossistema de Manguezal.
• Realizar visitas a dois manguezais que permitam reconhecer as diferenças entre
um manguezal impactado pela ocupação humana e um manguezal preservado.
• Discutir as conseqüências que a ocupação ilegal impõem na qualidade do
ambiente e como isso afeta o homem.
• Avaliar o grau de entendimento / satisfação que o público alvo manteve do projeto
/ equipe.

METODOLOGIA

No ano de 2004, foram feitos encontros com a Secretaria Municipal de Educação de


Ubatuba – SME – Coordenadora do Ensino Fundamental e encontros com as diretoras
das duas escolas previamente escolhidas por se encontrarem próximas a manguezais, e
posteriormente um encontro com os professores da Escola José Belarmino, no bairro do
Poruba, onde foi exposto o projeto de trabalho, a etapa inicial de diagnóstico e um
“boneco” do material didático que estava em elaboração. Na Escola Municipal Honor
Figueira, no bairro da Itamambuca, foi tratado com a Coordenadora Pedagógica a
realização das atividades de diagnóstico que foram aplicados pela estagiaria que compôs
a equipe.
Para este diagnóstico foi realizado um questionário junto aos professores a fim de se
construir um quadro sócio-ambiental que mostrasse qual o conhecimento e entendimento
que o público alvo do projeto tinha do seu entorno, enquanto que para as crianças foi
solicitado que fizessem um desenho do que é mais significativo para eles no caminho de
casa para a escola. Os desenhos realizados pelas crianças deram a base para produção
do material didático que foi aplicado em sala de aula, material este que foi apresentado
previamente aos professores como forma de capacitá-los,
O projeto não avançou em suas etapas no 2º semestre de 2004, por inúmeros motivos
que culminaram no afastamento do responsável técnico que respondia pela coordenação,
assim sendo, quando retomado, em julho de 2005, todos os contatos anteriormente
estabelecidos tiveram que ser refeitos.
Ao aceitar a Coordenação Pedagógica do Projeto a convite da Presidência da Sociedade
Amigos Itamambuca – SAI – entidade recebedora do financiamento – o primeiro desafio
foi novamente divulgar o projeto junto à coordenadora do Ensino Fundamental da
Secretaria da Educação de Ubatuba e mapear quem eram as novas diretoras das escolas
que já eram nossas parceiras.
A coordenação do projeto contatou e firmou a parceria com a direção do Núcleo
Picinguaba do Parque Estadual da Serra do Mar – PESM-NP – na figura da Diretora Sra.
Eliana Simões (que inclusive faz um relato no documentário que produzimos), retomando
oficialmente as iniciativas de ação do Trilha do Mangue.
Toda esta retomada se deu nas últimas semanas do mês de Julho e a 1ª quinzena de
agosto de 2005. Foi preciso uma certa “insistência” para que os diretores na época
tomassem ciência e dessem aval para iniciarmos (reiniciarmos) o contato com os
professores e alunos, não sem justa causa, afinal havia se passado um ano!
Em tempo: Quando se lida com educação ambiental em escolhas didáticas de projetos de
trabalho, é preciso equacionar o tempo das etapas e o tempo do calendário escolar; já
que o cotidiano escolar é um continuo, e mudam professores, alunos passam de ano;
entram e se vão – ou seja, tudo muda um pouco.
Ao mesmo tempo a equipe de trabalho mudou também: nessa 2ª fase do Projeto “Na
Trilha do Mangue”, sob a presidência do Sr. Aldhemar José de Freitas Filho atuaram: Sra.
Maria Lucia Costa Mello (Responsável Técnica), Sra Ligia Rezende Schmitt
(coordenadora pedagógica), Sr. Hermann Schmitt (coordenador de visitação), Sr. Antonio
Roberto Teixeira (gerente administrativo da SAI), Sabrina de Souza Carrijo (estagiaria,
aluna do curso de Educação Física/UNITAU), Sra. Regina Teixeira (colaboradora) e Srs.
Joanice Cristo e Luciano (monitores ambientais).
A coordenação pedagógica chamou uma reunião com a presença da Responsável
Técnica Maria Lucia, a estagiaria Sabrina e a colaboradora Regina Teixeira. Na pauta a
leitura do diagnóstico produzido pela socióloga Alexandra Pitolli (ainda na 1ª fase de
coordenação do projeto, 2º semestre de 2004), e análise da tabulação das enquêtes feitas
junto aos alunos das 1ª e 4ª séries e o então corpo docente de cada escola.
O ”Guia do Professor”: publicação que tem como característica o enfoque conceitual das
informações, buscando oferecer subsídios para os professores trabalharem com o
assunto. São abordadas questões sobre meio ambiente e aplicados conceitos como o
ciclo da água, degradação da qualidade ambiental, poluição, poluidor e recursos
ambientais. Também são tratados temas como a urgente necessidade de conscientização
da limitação dos recursos pluviais do planeta; a importância de mudança de hábitos
(desafio quando se trata de adultos) a fim de que a máxima ambiental “Pensar global e
agir local” possa realmente se efetivar, evitando o desperdício. Essa abordagem
favorecerá o respeito e o incentivo à ação de reflorestamento das matas ciliares,
recomposição e a preservação dos manguezais, o combate à poluição em qualquer
instância, e do engajamento nas campanhas favoráveis à mudança de mentalidade e de
atitude. O “Guia do Professor” contém índice, apresentação, bibliografia de referência e as
informações que estão apresentadas em forma de textos, ilustrações, gráficos e tabelas,
além de espaços para anotações e observações avaliativas.
Caderno de atividades: publicação destinada aos alunos, com enfoque nos conteúdos
procedimentais e atitudinais, embora esclarecendo fatos, conceitos e princípios
relacionados ao manguezal, apresentando também tarefas para serem desenvolvidas em
sala de aula sobre as situações propostas. Cabe ressaltar, entretanto, que o tratamento
dos assuntos será lúdico, fazendo uso de estratégias como jogos, cruzadinhas, ligue-
pontos, atividades de recorte e colagem, contornos para preencher e colorir, “você
sabia?”, adivinhas, poesias e roteiros orientadores para saídas a campo, listas de
espécies animais e vegetais no ambiente estudado, quadro de tempo de decomposição
dos resíduos na água, e uma atividade finalizadora avaliativa.
Combinamos as próximas ações: encaminhar as cópias dessas análises para cada
diretora, junto com carta de retomada das ações. Este material foi deixado na SME.
Como atuávamos em duas escolas afastadas, a possibilidade de uma “base” central para
troca de informes foi de especial valia, nesse sentido o projeto só tem a agradecer a
seção de secretaria e protocolo na SME.
Após o envio da correspondência, foram agendados encontros nas escolas que
ocorreram nos horários das reuniões pedagógicas semanais das equipes. Na pauta:
atualização de informações, apresentação da nova equipe, adequação da agenda,
exibição e apreciação do material, orientações gerais sobre sua aplicação e acolhimento
de queixas e criticas que as equipes tinham com relação ao Projeto. Na escola do Poruba,
a equipe manifestou uma postura mais compromissada, preocupada com os
desdobramentos das ações do Projeto junto à comunidade de pais e o efetivo
desdobramento institucional nas questões ambientais tratadas no material didático.
Argumentaram que se sentem tratando de temas e problemáticas que as soluções
verdadeiras não estão no âmbito das ações e discussões educativas e sim em diretrizes
políticas locais e nacionais.
A equipe do projeto argumentou que, mesmo concordando com as observações dos
professores, cabe a todos dar sua contribuição, que o projeto poderia ser um inicio de
tomada de consciência e mudança de atitudes por parte das novas gerações e que
poderíamos ajudar na continuidade das discussões e encaminhamento de decisões na
comunidade junto aos órgãos públicos, mesmo após o termino das atividades do projeto.
O Guia do Professor pressupõe que os docentes dediquem algum tempo a leitura do
material e confiram a associação entre o que esta sendo proposto e discutido no guia
(com proposições e explicações mais teóricas) e as atividades do caderno do aluno. Nas
reuniões tivemos com as equipes das duas escolas, fui apresentando cada parte do guia
e mostrando a atividade associada no caderno do aluno.
Considerando que o professor é um importante agente multiplicador em ações educativas
como a do presente projeto, envolvê-lo em discussões sobre a temática, a infra -estrutura
dos passeios e as possibilidades de intervenções nas situações de ensino-aprendizagem,
foi a forma de garantir sua adesão e participação. As escolas tiveram diferentes
disponibilidades: na EM José Belarmino, os próprios docentes realizaram as atividades
em classe e organizaram a seqüência de acordo com seus planejamentos e o
agendamento dos passeios, isso após dois encontros com a Coordenação do projeto. A
EM Prof.Honor Figueira preferiu disponibilizar horários para que representantes de nossa
equipe encontrassem com os alunos e tratassem das atividades dos cadernos. Tal
decisão também ocorreu após reunião com a Coordenação, na ocasião se buscou
conciliar data dos passeios e encontros com uma agenda já bastante intensa de eventos
para o 2º semestre, por parte da escola.
A etapa de visitação foi dividida em momentos distintos, objetivando a apresentação de
dois manguezais em diferentes estados de conservação, para que as crianças pudessem
relacionar as condições ambientais do entorno com o ambiente visitado e as
conseqüências que a ocupação humana irregular pode trazer.
O manguezal do Rio Fazenda, ecologicamente equilibrado, se encontra dentro da área
administrada pelo Núcleo Picinguaba do Parque Estadual da Serra do Mar, sendo este
um atrativo já utilizado pela UC para atividades de Educação Ambiental e Ecoturismo,
tendo todo o procedimento de visitação já estabelecido.
A atividade se inicia com a recepção dos alunos no Centro de Visitantes onde é feita uma
rápida palestra sobre a UC e o ambiente visitado. Do CV até os botes, onde começava a
atividade, os visitantes fazem uma pequena caminhada onde eles podiam ver e perceber
a imponência da Mata que protege a área de manguezal do Rio Fazenda, reforçando a
importância de preservação para a manutenção dos sistemas ecológicos.
Em seguida os alunos seguem em grupos de dez para conhecer o manguezal conservado
do Rio Fazenda, em um passeio monitorado, navegando por entre a vegetação
característica do mangue, observando os animais, sentindo a textura do solo, descobrindo
o gosto da água, enfim, aprendendo na prática o que viram em sala de aula.
Como contraponto foi escolhido o manguezal do Rio Itamambuca, por se encontrar
bastante degradado pela ocupação ilegal de suas margens, inclusive rio acima. A retirada
de vegetação e aterro para construção de imóveis são marcas claras deste local, junto
com todo o lixo e esgoto não tratado que ficam nas águas.
A atividade de visitação no Rio Itamambuca era feita obrigatoriamente por uma trilha que
é utilizada pela comunidade, fato que colaborou no entendimento dos impactos que a
ocupação humana causou naquele ambiente, enquanto que a visitação no Rio Fazenda
era feita dentro de um bote de alumínio locado e por mais dois botes cedidos pelo Núcleo
Picinguaba enquanto parceira do Projeto. Esta forma como é dada a visitação no
ambiente de manguezal garante uma atividade altamente interativa, com os visitantes
podendo ter contato direto com o solo, a água, a vegetação, enfim, com as principais
características do ecossistema com o menor impacto possível, pois não há pissoteamento
de solo garantindo a integridade do frágil solo e raízes das plantas da área.
Em todas as visitas a classe era acompanhada por seu professor e mais uma pessoa
designada pela escola, por um monitor e pela estagiaria do projeto.
Após todos os passeios foram servidos lanches especiais para as crianças e toda a
equipe presente.

RESULTADOS

Para a realização deste projeto foram impressos 450 unidades de dois livros utilizados
como material didático, aplicados em 12 classes de 1ª à 4ª séries do ensino fundamental
de duas escolas próximas a manguezais no município de Ubatuba, e entregues para 296
alunos regularmente matriculados.
Das quarenta e cinco visitas à campo previstas inicialmente, foram realizadas quarenta e
três, sendo que duas visitas ao manguezal do Rio Fazenda foram sucessivamente
adiadas por razões climáticas, isto é, dias com chuva que não permitiam que as crianças
saíssem da sala de aula, até seu cancelamento definitivo pois havia acabado o período
letivo e as crianças não mais iriam a aula.
As avaliações dos alunos e professores sobre o projeto solicitadas, e que estão no final
do Livro do Professor e no Caderno de Atividades dos alunos, não foram entregues fim do
ano de 2005, pois os professores justificaram que estavam muitos atribulados com o final
do ano letivo para realizá-las.
Da parte das escolas, tivemos dificuldades em resgatar as avaliações por escrito dos
professores no começo do ano de 2006, porque vários deles já não estão mais naquelas
unidades escolares, a Direção também mudou, assim como a secretaria da educação e a
coordenadora do EF. Conforme proposto pela equipe do projeto, entramos em contato
com as escolas no inicio desse ano letivo para participarmos de algum momento do
planejamento. Não houve disponibilidade e interesse manifesto por parte das atuais
equipes, sendo que a Direção da escola do Poruba ainda colaborou, enviando respostas
de questionários de alunos e as avaliações dos dois professores (a que temos e
tabulamos). A escola de Itamambuca não retornou o contato e as avaliações que temos
dos alunos de lá, foram pegas em dezembro, na ocasião em que a equipe do projeto
esteve presente para a exibição do vídeo piloto e entrega do CD de fotos.
CONCLUSÃO

Ao analisar a seqüência de acontecimentos desde seu início em agosto de 2003 até


dezembro de 2005, a equipe que realizou o Projeto de Educação Ambiental “Na Trilha do
Mangue” pôde chegar à diversas conclusões que estão relacionadas às dificuldades
encontradas ao longo do processo, na confirmação da tese de que é mais fácil e eficiente
sensibilizar crianças do que lidar com adultos e na questão de como o homem esta sujeito
às imposições do ambiente.
A realização do projeto esteve seriamente ameaçada durante a sua primeira fase por
dificuldade de comunicação dentro da equipe, e que só foi solucionado quando o projeto
já estava atrasado um ano em seu cronograma, com a substituição do Responsável
Técnico e a reestruturação da equipe de coordenação.
Assim que o quadro humano se ajustou, novas dificuldades “adultas” foram aparecendo,
principalmente na falta de comprometimento e vontade política por parte de alguns dos
responsáveis pelo Ensino Fundamenta da SME, que se refletiu na pouca participação dos
professores da escola prof. Honor Figueira do bairro de Itamambuca.
Felizmente, nem tudo são mágoas.
A direção, a coordenação, os professores e os alunos da escola Prof. José Belarmino no
bairro do Poruba estão de parabéns pela receptividade que foi dada a equipe, pela
seriedade com que encararam as reuniões e aplicação do material didático em sala de
aula, na participação efetiva durante as atividades de campo e na cobrança de políticas
públicas permanentes em Educação Ambiental.
Quando ao público alvo direto do projeto que são as crianças, nada a reclamar.
Desde a fase de diagnóstico até a avaliação foram ótimos. Participaram, estudaram, se
sensibilizaram, se divertiram nos passeios, cuidaram do lixo.
Realmente é emocionante perceber o brilho no olhar de uma criança ao mostrar uma
fêmea de caranguejo ovada, ou vê-la preocupada com as pessoas que atravessam o rio
quando soube que aquele rio era poluído por esgoto doméstico, ou como ficavam
constrangidas quando percebiam que suas próprias casas podiam estar colaborando com
aquela poluição.
Quando avaliadas no que farão de agora em diante, a quase unanimidade em não jogar
lixo no chão é marcante e promissor. Indica uma sociedade futura mais preocupada com
suas ações perante ao meio em que vive, sabendo que se cada um fizer a sua parte o
planeta inteiro sairá ganhando.
Sabemos também que demos apenas um pequeno passo neste sentido, sendo
fundamental que este processo educativo de interação do homem com o meio ambiente
não se interrompa jamais, pois é a continuidade da reflexão que permite a apropriação do
conceito, permitindo desenvolvê-lo em bases pessoais mais profundas, isto é, quanto
mais a criança se conscientiza que jogar lixo em local inapropriado polui o rio, mata
peixes, gera doenças, menos ela joga lixo no chão.
Outra conclusão percebida pela equipe é que mesmo sendo aplicadas boas práticas
pedagógicas em sala de aula, a sensibilização sobre o que foi visto nos livros se dá
efetivamente quando as crianças entram em contato direto com o tema estudado fora da
sala de aula.
As diferenças entre os ambientes do dois manguezais estudados, um conservado com
muito verde, sem casas no entorno, águas limpas, muitas espécies de animais; enquanto
o outro muito impactado por construções de casas, aterros, lixo, esgoto, foi fundamental
para que as crianças percebessem a importância e a fragilidade que se encontra o meio
ambiente diante da pressão humana.
Por outro lado, também perceberam que mesmo o homem sendo capaz de impor tanta
pressão nos recursos, também estamos à mercê das condições impostas pela natureza.
As etapas de visitação sofreram muitos adiamentos no calendário por questões
meteorológicas que impediam os alunos a saírem da escola. Sendo atividades realizadas
em ambiente natural, ao ar livre, fomos limitados de constância das chuvas.
Isto é, em ações futuras, deve-se prever no cronograma de visitação, datas extras para
serem utilizadas quando as condições climáticas não permitirem o cumprimento do
previamente estabelecido.
Ou seja, ainda estamos (sempre seremos), reféns dos limites impostos pela natureza, e o
grande desafio que se impõe é lidar com estes limites, sem prejudicar a sustentabilidade
dos recursos naturais e garantir o desenvolvimento desta e das futuras gerações.

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