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DIFUSÃO DE DOENÇA OU PRAGA

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37.1 CONCEITO, OBJETIVIDADE JURÍDICA E SUJEITOS DO


CRIME

O art. 259 do Código Penal estabelece: “difundir doença ou praga que possa causar
dano a floresta, plantação ou animais de utilidade econômica. Pena: reclusão, de 2 (dois) a
5 (cinco) anos, e multa”. O art. 61 da Lei nº 9.605/98 – a Lei dos Crimes Ambientais –
revogou tacitamente a norma do estatuto penal, por regular inteiramente a matéria, assim:
“Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à agricultura, à
pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
anos, e multa.”

O bem jurídico protegido é a incolumidade pública, especialmente a segurança da


agricultura, da pecuária, da fauna, da flora e dos ecossistemas.

Sujeito ativo do crime é qualquer pessoa que realiza a conduta incriminada.

Sujeito passivo é o Estado, a coletividade, e também a pessoa, física ou jurídica, que


tiver exposto ao perigo um de seus bens patrimoniais.

37.2 TIPICIDADE

37.2.1 Conduta e elementos do tipo

O núcleo do tipo é o verbo disseminar. Significa difundir, espalhar, estender, fazer


propagar ou distribuir. Realiza-se por qualquer meio físico.

Doença é o processo patológico que altera a saúde do organismo vivo. Praga é outro
2 – Direito Penal III – Ney Moura Telesc

mal que acomete os seres vivos, animais e vegetais. A norma da lei nova refere-se também
a espécies que possam causar dano, devendo-se entender como tais quaisquer outros
organismos vivos que tenham esse potencial lesivo.

A nova lei utilizou expressões mais amplas: agricultura, pecuária, fauna, flora e
ecossistemas. Alcançou não só as plantações e os animais de utilidade econômica, antes
protegidos pelo Código Penal, mas, além deles, toda a fauna e a flora, bem assim todo e
qualquer ecossistema.

Basta a realização da conduta para que se aperfeiçoe o crime, que é de perigo


abstrato ou presumido, não necessitando ser demonstrado. A ação do agente pode recair
inclusive sobre lavoura, pastagem, gado ou rebanho de sua propriedade.

Deve o agente, para incorrer na proibição, atuar com dolo, ou seja, com consciência
de que está disseminando a doença, praga ou espécie nociva, sem qualquer outra
finalidade. Se não conhece a nocividade da espécie que espalha ou não sabe que se trata de
doença ou praga, a tipicidade fica excluída por erro de tipo.

O art. 259 do Código Penal previa modalidade culposa, o que não aconteceu com o
art. 61 da Lei dos Crimes Ambientais, que silenciou a respeito, não sendo possível, a meu
ver, por ter sido revogada integralmente a norma do Código Penal, reconhecer a
permanência em vigor apenas do tipo culposo, o que aconteceria se a Lei nº 9.605 tivesse
dado nova redação ao art. 259, revogando, expressamente, apenas o dispositivo do caput.

37.2.2 Consumação e tentativa

Consuma-se no momento em que o agente realiza a primeira conduta consistente


em disseminar, espalhar, fazer propagar a doença, praga ou espécie danosa. A tentativa é
possível, quando ele, por exemplo, no momento em que começa a difusão, é interrompido,
não ocorrendo a interação entre a doença, praga ou espécie nociva e o meio agrícola,
pecuário, fauna, flora ou o ecossistema protegidos.

37.3 AÇÃO PENAL

A ação penal é de iniciativa pública incondicionada. A suspensão condicional do


processo penal é possível, desde que, além dos requisitos do art. 89 da Lei nº 9.099/95,
sejam observadas as regras do art. 28 da Lei nº 9.605/98.

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