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FALSIDADE EM PREJUÍZO DA
NACIONALIZAÇÃO DE SOCIEDADE

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82.1 CONCEITO, OBJETIVIDADE JURÍDICA E SUJEITOS DO


CRIME

Sem denominação jurídica, encontra-se, no art. 310, o seguinte tipo penal:


“prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor de ação, título ou valor pertencente
a estrangeiro, nos casos em que a este é vedada por lei a propriedade ou a posse de tais
bens”. A pena cominada é detenção, de seis meses a três anos, e multa.

A norma protege a fé pública e também o interesse público na nacionalização de


determinadas sociedades e bens, cuja propriedade ou posse é, por força de norma
constitucional ou de lei, restrita aos brasileiros.

Sujeito ativo é qualquer pessoa de nacionalidade brasileira. Sujeito passivo é o


Estado, a sociedade.

82.1 TIPICIDADE

82.2.1 Conduta e elementos do tipo

A conduta típica é prestar-se a figurar como titular do direito de propriedade ou de


posse, em lugar do estrangeiro que não pode exercê-lo no Brasil, em virtude de norma
legal. É assumir a condição de proprietário ou possuidor de bem que, na verdade, pertence
a estrangeiro, para burlar a norma proibitiva.

É colocar-se na condição de testa-de-ferro ou laranja do estrangeiro que não pode


ser titular do direito no país. O agente, em verdade, empresta o próprio nome, que figurará
nos atos constitutivos da empresa, no livro de registro de ações ou em qualquer outro
2 – Direito Penal III – Ney Moura Teles

documento indispensável para a formação do título de aquisição do bem.

É necessária, para a configuração típica, a existência de norma legal vedando a


aquisição de ação, título ou valor por estrangeiro. Refere-se a norma tanto à propriedade
quanto à posse de tais bens.

A norma está em branco, devendo ser reconhecida a tipicidade somente quando da


existência de norma legal proibitiva da propriedade do bem por estrangeiro.

O crime é doloso. O agente, para incorrer na incidência típica, deve estar consciente
da existência de preceito legal proibindo o estrangeiro de ser possuidor ou proprietário do
bem e emprestar o próprio nome para figurar, em seu lugar, como titular do direito. Não
exige o tipo qualquer outro elemento subjetivo como o fim de lucro ou outro.

82.2.2 Consumação e tentativa

A consumação ocorre no momento em que o brasileiro assume a condição de


possuidor ou proprietário do título, ação ou valor, protraindo-se no tempo, crime
permanente que é, enquanto ele continuar figurando como proprietário ou possuidor do
bem.

A tentativa é inadmissível, pois a conduta típica é prestar-se e não efetivamente


figurar, de modo que a simples tentativa de dar o próprio nome para a aquisição do bem já
realiza o tipo.

82.3 AÇÃO PENAL

A ação penal é de iniciativa pública incondicionada, sendo possível a suspensão


condicional do processo penal.

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