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DESACATO
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No art. 331 do Código Penal está o tipo penal: “desacatar funcionário público no
exercício da função ou em razão dela”. A pena: detenção, de seis meses a dois anos, ou
multa.
106.2 TIPICIDADE
A conduta deve ser realizada de modo a que o funcionário público dela tome
conhecimento imediatamente, em sua frente ou não, desde que venha a ouvir ou
presenciar a ofensa, não sendo exigida a presença de qualquer outra pessoa.
Crime doloso. O agente sabe que o funcionário público está no exercício da função,
ou simplesmente que ele é funcionário e, com vontade livre e consciente, realiza a conduta
ofendendo-lhe a honra ou a dignidade.
Age, além disso, com o propósito claro de denegrir a função exercida pelo sujeito
passivo. Este elemento subjetivo é essencial para a caracterização do desacato, sem o qual
subsiste apenas o delito de injúria. O fim do agente, no desacato, é não só atingir a pessoa
do funcionário mas a sua qualidade e a sua atividade funcional.
Se o agente não sabe que a pessoa a quem dirige a ofensa é funcionário público, não
há desacato, mas injúria ou difamação.
O desacato não exige que o agente esteja psicologicamente calmo, com ânimo
refletido, podendo ocorrer ainda quando ele esteja embriagado desde, é óbvio, que não
completamente, quando não tem qualquer capacidade de entendimento.
Apesar dessa lamentável decisão da Corte Suprema, é preciso ver que o exercício
pleno da advocacia, indispensável à administração da justiça, requer a mais ampla
liberdade de expressão do pensamento. Na defesa dos direitos legais e constitucionais do
seu constituinte, necessita o advogado, muitas vezes, lançar mão de expressões mais
ácidas, menos suaves e elegantes, como se desejaria.
Não se harmoniza com a prepotência ou com o arbítrio, nem com a arrogância que,
às vezes, move um ou outro advogado, que, por isso, deve responder.