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6.1 – ANÁLISE DE ESTABILIDADE GLOBAL PELO MÉTODO DAS FATIAS ............................................................. 73
6.2 – ANÁLISE DE ESTABILIDADE GLOBAL UTILIZANDO O MAE ........................................................................ 75
6.3 – COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS................................................................................................................. 79
7 – CONCLUSÕES ................................................................................................................................................... 81
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................................... 83
ANEXOS.................................................................................................................................................................... 84
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LISTA DE FIGURAS
Figura 2.3 – Representação dos esforços de empuxo hidrostáticos para os níveis notáveis..17
Figura 2.22 – Múltiplas superfícies de falha – Simplificação para dois planos .................. 43
Figura 2.23 – Relação entre a área de compressão da base com a resultante das
forças Verticais ...................................................................................................................... 46
3
Figura 2.24 – Representação da seção transversal de uma Casa de Força de geometria
complexa. .............................................................................................................................. 48
Figura 3.1 – Seção Transversal de uma Casa de Força de uma PCH que abriga duas turbinas
Francis ................................................................................................................................... 54
Figura 3.2 – Fatia (Seção Transversal) crítica utilizada para análise de estabilidade da CF da
Figura 3.1. ............................................................................................................................. 55
Figura 3.6 – Tensões verticais ao longo do plano de descontinuidade da fundação obtida por
análise em MEF. ................................................................................................................... 58
Figura 6.1 – Seção da Casa de Força, esforços hidráulicos atuantes e níveis d´água. .......... 74
4
Figura 6.2 – Vista isométrica do modelo tridimensional da Casa de Força ........................ 75
Figura 6.4 – Volume d´água da cunha de montante (a) e dentro da tomada d´água e circuito
interno de adução (b). ........................................................................................................... 76
TABELAS
QUADROS
FOTOS
GRÁFICOS
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1 – Introdução
A organização de uma usina hidrelétrica, bem como de suas estruturas hidráulicas, é denominada
Arranjo. Esse contempla todas as estruturas funcionais da usina e é estabelecido conforme
condições desejáveis e existentes do local de implantação da obra.
Os órgãos essenciais das usinas hidrelétricas são: a barragem, a casa de força e os dispositivos de
condução do fluxo até esta última. Em alguns casos, algumas destas estruturas, até mesmo a
barragem, podem ser dispensáveis, citando MASON (1988): os casos de captação direta da água
para acionamento das turbinas, sem a interposição de barragem, são relativamente raros e só
ocorrem em pequenos aproveitamentos.
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Entende-se como estabilidade global o comportamento da estrutura hidráulica quando sujeita aos
esforços solicitantes e a reação desta levando-se em conta as equações de equilíbrio:
∑ Fx = 0 Eq. 1.1
∑ Fy = 0 Eq. 1.2
∑ Fz = 0 Eq. 1.3
∑ Mx = 0 Eq. 1.4
∑ My = 0 Eq. 1.5
∑ Mz = 0 Eq. 1.6
Consta como objetivo geral deste trabalho o estudo do comportamento de estruturas de concreto
em aproveitamentos hidroenergéticos, no que se refere à sua estabilidade global.
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2 – Revisão Bibliográfica
Apresenta-se aqui uma descrição dos principais esforços atuantes nas estruturas hidráulicas
conforme constam nas bibliografias do assunto, bem como uma abordagem da obtenção dos
mesmos.
O peso próprio, ou dead load, depende sobremaneira do peso específico do concreto e este por
sua vez depende dos agregados utilizados. Normalmente, o valor do peso específico está entre
2,2 a 2,4 tf/m3, cabendo sempre que possível, realizar ensaios para obtenção do valor correto.
Segundo SCHEREIBER (1977) a granulometria do agregado deve ser fixada de modo que se
obtenha um concreto mais denso possível. A vibração do concreto fresco ajuda seu adensamento
e reduz a porosidade. Assim pode-se conseguir facilmente concreto com peso específico de 2,4
tf/m3.
Além do peso da estrutura de concreto em si, para o peso próprio, segundo MASON (1988),
computa-se o peso de todos os acessórios e equipamentos, tais como comportas, pontes de
serviço, etc.
Segundo CEMIG (1994), entende-se por empuxo de terra a ação produzida por maciços
granulares (enrocamento, solos, sedimentos, sólidos, terrenos desintegrados) sobre as estruturas
de contenção.
USACE (1995) coloca que os esforços de terra em barragens, podem ocorrer com a deposição de
material escavado da fundação que preenchem, de forma não uniforme, aterros em volta das
estruturas.
USACE (1995) cita ainda que, pressões de material siltoso são consideradas em projeto se o
sedimento suspenso puder ser mensurado e computado. Acerca disto, MASON (1988) coloca
que no caso de depósito de silte a montante, estes são levados em conta como um líquido, mais
pesado que a água e de peso específico de 1,6 a 1,9 tf/m3.
Normalmente o silte é considerado com altura de 10% da lâmina d´água na estruturas hidráulicas
de saneamento.
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SCHEREIBER (1977) menciona que em todos os reservatórios, deposita-se lodo em frente às
barragens. Nos reservatórios pequenos, essa sedimentação é maior que nas barragens com grande
reservatório, onde o lodo se deposita já na desembocadura dos rios. Porém, no decorrer do
tempo, o lodo alcança, também, o local da barragem. Por outro lado, pode-se constatar que o
lodo pouco a pouco se compacta, formando uma massa densa, com ângulo de atrito interno
muito grande, exercendo, assim, empuxo muito pequeno sobre a barragem.
Ainda segundo SCHEREIBER (1977), a influência do empuxo do lodo sobre a estabilidade das
barragens altas é desprezível, porém, em barragens de pequena altura, deverá ser elevada em
consideração. Quando faltam dados exatos sobre as quantidades físicas do lodo, o Bureau of
Reclamation (USBR) aconselha tratá-lo como uma suspensão, exercendo pressão hidrostática no
sentido horizontal de um fluido com peso específico de cerca de 1.300 kgf/m3.
Segundo CEMIG (1994), os empuxos devidos aos aterros e reaterros dependem das propriedades
mecânicas dos materiais envolvidos ao seu terrapleno, dos métodos utilizados para lançamento e
compactação, dos deslocamentos do maciço compactado, bem como da variação daquelas
propriedades com o tempo. Em função da rigidez relativa entre a estrutura e o terrapleno
(interação solo-estrutura) e dos respectivos deslocamentos relativos (magnitude e direção), o
empuxo atuante será considerado nas condições de estado ativo, passivo ou de repouso.
MASON (1988) estabelece que os empuxos de terras (e siltes) provêm de eventuais aterros a
montante ou a jusante da estrutura. Devem ser considerados de acordo com as teorias usuais,
adotando-se os pesos específicos submersos [1], quando for o caso. Para aterros a jusante,
recomenda-se o uso do empuxo de repouso, em vez do empuxo passivo. A Figura 2.1 apresenta
um diagrama de empuxos de terra atuando em uma estrutura.
[1] O peso específico submerso (γsub) é estimado como sendo o peso específico saturado (γsat) do solo, menos o peso específico
da água (γw). γw = 1,0 t/m3. ROCHA (1978) propõem para o peso específico submerso a seguinte relação: γsub = γsat – m. γw;
onde m é um coeficiente relacionado ao índice de vazios (e) do solo. Para o caso de argilas e terras compactas, m varia de 0,8 a
0,9 e para areia assume o valor de 0,6.
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Os valores do empuxo de terra, conforme já citado acima, devem ser estimados através das
teorias usuais de esforços de terra. Estes esforços, podem ser ativos, passivos ou em repouso,
conforme definições das teorias existentes. As mesmas teorias estabelecem que, levando-se em
conta o carregamento triangular (conforme apresentado na Figura 2.1), o ponto de aplicação da
resultante do empuxo estará a 1/3 da altura (Z) do solo em relação à base.
As principais estruturas para as quais é necessário o cálculo de empuxo de terra são, conforme
CEMIG (1994):
a) muros de transição;
b) muros laterais de calhas de vertedouro;
c) muros de contenção de pé de aterro;
d) muros-ala ou de encontro;
e) muros laterais de eclusa
As estruturas correspondentes aos itens “a, d, e” são geralmente do tipo gravidade, de grande
inércia e rigidez. Desta forma, para estes tipos de estruturas, os empuxos deverão ser calculados
em princípio na condição de repouso. Especificamente, para os muros de transição, esta
suposição será válida para os empuxos nas faces de montante, jusante e lateral.
Muros laterais de calhas de vertedouro, ligados à laje de fundo, poderão ser considerados como
indeslocáveis, caso sejam estruturas de gravidade, correspondendo nesta situação a empuxos de
repouso. Paredes estruturais esbeltas (tipo catilever), com possibilidade de deslocamento ou
rotação na base, poderão ser calculadas considerando empuxos para a condição ativa.
Muros de contenção de pé de aterros de solo e/ou enrocamento terão em princípio seus empuxos
calculados para condição ativa.
Os empuxos nas condições ativa e passiva de cunhas de rocha sobre estruturas serão calculados
utilizando o método de Coulomb, porém considerando as inclinações de cunhas condicionadas
por planos de fraqueza estrutural (falhas, acamamento, etc.). Para o caso de maciços rochosos
muito fraturados/decompostos, serão utilizados os mesmos procedimentos que para terraplenos
em solo, CEMIG (1994).
Segundo CEMIG (1994), nos casos em que os esforços cisalhantes do terrapleno são
mobilizados a favor de manter o equilíbrio contra a ação da gravidade, resulta a condição de
Empuxo Ativo: o valor do empuxo é sempre reduzido por motivos de cooperação dos esforços
cisalhantes.
As pressões ativas, horizontais (ph) e verticais (pv), pela Teoria de Coulomb, em um ponto do
tardoz situado a uma profundidade Z, são obtidos através das Equações 2.1 e 2.2 abaixo:
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Onde,
ph – pressão horizontal;
pv – pressão vertical;
γ – peso específico do solo
Z – altura do Solo;
λh – coeficiente de Empuxo Ativo horizontal;
Eq. 2.3
Eq. 2.4
Onde ainda,
No caso de se considerar coesão do solo, temos (como mostra a Equação 2.5) para a pressão
horizontal:
A força que representa o empuxo ativo (Ea) atuante na estrutura é obtida integrando-se a pressão
obtida, através das Equações 2.1 a 2.5, ao longo da altura (Z). Sendo assim temos, conforme a
Equação 2.6:
Z
Ea = ∫ ph.dZ Eq. 2.6
0
De forma simplificada, a resultante do empuxo ativo horizontal (Eh) pode ser obtida através da
relação apresentada na Equação 2.7, abaixo:
ka.γ .Z 2
Ea = Eq. 2.7
2
Onde,
ka = tg2(45- φ/2);
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2.1.2.2 – Empuxo Passivo
O cálculo do Empuxo Passivo é feito de forma similar ao Ativo, bastando apenas, no cálculo da
pressão atuante em uma altura Z, mudar o sinal do ângulo de atrito interno do solo (φ).
Da mesma forma que o empuxo ativo, a força que representa o empuxo passivo (Ep) pode ser
obtida integrando-se a pressão obtida ao longo da altura (Z). Assim temos, conforme a Equação
2.9:
Z
Ep = ∫ ph.dZ Eq. 2.9
0
De forma simplificada, a resultante do empuxo passivo horizontal (Eh) pode ser obtida através
da relação apresentada na Equação 2.10, abaixo:
kp.γ .Z 2
Ep = Eq. 2.10
2
Onde,
kp = tg2(45+ φ/2);
senϕ
ϕ ' = sen -1 Eq. 2.11
(2 − senϕ )
Conforme CYPE (2007), a pressão relacionada ao empuxo de repouso (Prep) é obtida pela Teoria
de Jaky e calcula-se conforme a Equação 2.12 a seguir:
12
Pr ep = γ .Z .Krep Eq. 2.12
Onde,
Krep = 1- sen(φ);
Z – altura do solo.
Os empuxos hidrostáticos são solicitações que atuam nas estruturas hidráulicas devido
essencialmente a altura (nível) d´água em relação a uma elevação de referência (datum). A
determinação do módulo do empuxo d´água pode ser obtida através da integração da função
pressão (Equação 2.13) ao longo da altura considerada.
Onde,
γw – Peso específico da água (1,0 tf/m3);
z – Diferença de cota entre as elevações do nível d´água e de um datum de referência.
z
Ew = ∫ P( z )dz Eq. 2.14
0
USBR (1987) cita que os carregamentos das elevações d´água são obtidos através de estudos
hidrológicos e estes por sua vez determinam as elevações notáveis referentes ao volume de água
a montante da estrutura.
O mesmo é abordado pelo USACE (2005) que discorre que todas as condições de carregamentos
hidrostáticos são baseadas em informações hidrológicas que fornecem as elevações médias de
água em função de períodos de retorno.
Os níveis notáveis d´água em relação a uma estrutura hidráulica são ilustrados na Figura 2.2 a
seguir.
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FLUXO
Normal, J
- NA Normal: cota máxima até a qual as águas se elevam, nas condições normais de
projeto;
- NA Máximo Maximorum: cota máxima até a qual as águas se elevam quando da cheia
máxima calculada.
- Coincidente Pool: representa a elevação de água que será utilizada para a combinação
com eventos sísmicos. É a elevação que se espera que a água estará, ou abaixo, durante a metade
do tempo a cada ano;
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- Infrequent Flood: a Infrequent Flood (IF) representa as elevações de superfície da água
ou da elevação de cheia associadas com os eventos de período do retorno de não mais que 300
anos (probabilidade anual de 0,33%), fazendo IF um carregamento incomum pelo Quadro 2.1.
Esta condição de carregamento substitui carregamentos tais como a água acima das comportas
dos spillways. Substitui também a elevação da cheia do projeto (elevação da crista menos
freeboard) usada para o projeto e a avaliação dos muros alas.
- Maximum design flood: maximum design flood (MDF) é a designação usada para
representar a condição de carregamento estrutural máxima (considerando o fator mínimo de
segurança) e deve ser determinada para cada estrutura ou para cada elemento da estrutural. A
MDF pode ser elevada para PMF. Para floodwalls, MDF é usada geralmente quando o nível de
água está ligeiramente acima da cota mais elevada do muro. A elevação até níveis de água mais
elevados resultaria em níveis de água levantando-se no lado protegido, assim reduzindo as forças
laterais líquidas. A mesma situação pode ser verdadeira para represas, mas overtopping
frequentemente significativo pode ocorrer sem aumentos significativos em níveis máximos. O
coordenador do projeto deve consultar o coordenador da hidráulica para pesquisar as
combinações possíveis do headwater e do tailwater e seus efeitos na estrutura. Algumas
estruturas (tais como vertedouros ou bacias de dissipação) são carregados diferentemente dos
elementos principais da represa. Para tais elementos, as condições diferentes do fluxo produzirão
o carregamento estrutural máximo. Quando não for óbvio o carregamento, o fator de segurança a
ser adotado será o mais baixo. O deslizamento é a modalidade de falha mais provável para a
maioria de estruturas de gravidade, e assim, a MDF pode geralmente ser usada para determinar
as máximas forças de escorregamento. Entretanto, devido às condições de subpressão variável,
um esforço de escorregamento menor poderia ser utilizado com fator segurança mais baixo. Uma
vez que o MDF é determinado, deve ser classificado como usual, unusual, ou extreme pelo
Quadro 2.1. baseada em seu período do retorno.
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USACE (1995) menciona que os carregamentos the headwater e tailwater atuantes em barragens
são determinados pela hidrologia, meteorologia e estudos de controle de volume do reservatório.
A freqüência de variação dos diferentes níveis serão necessárias pra determinar os cálculos com
as várias condições de carregamento.
Ainda segundo USACE (1995), a pressão hidrostática contra uma barragem é função da altura d
água e às vezes na unidade de peso. Nos casos em que ocorrerem jato de água, estes exerceram
pressão sobre a estrutura. Normalmente, estas forças são negligenciadas na análise de
estabilidade, prática esta não aconselhável.
- Nível Mínimo no Canal de Fuga: nível mínimo de água a jusante da Casa de Máquinas
com vazão nula através das turbinas, com os órgãos extravasores liberando a vazão mínima
garantida.
- Nível Mínimo a Jusante da Barragem: nível mínimo de água que pode ocorrer a jusante
da barragem;
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De forma geral, todos os critérios relacionam os esforços de empuxo d´água com a elevação dos
níveis notáveis. Assim o carregamento de empuxo hidrostático fica determinado utilizando-se a
Equação 2.14. A Figura 2.3 ilustra os carregamentos de empuxo em uma situação semelhante a
apresentada na Figura 2.2.
FLUXO
Figura 2.3 – Representação dos esforços de empuxo hidrostáticos para os níveis notáveis.
2.1.4 – Subpressão
A subpressão, pressão d´água no plano da fundação, pode ser entendida como um esforço
ascendente proveniente da percolação da água através do maciço da fundação, seja ela de
concreto, rocha ou solo.
Segundo LEVIS (2006) até o final do século XIX, este esforço não era levado em consideração
ao se projetar uma estrutura hidráulica. Os cálculos de estabilidade da Barragem de Vérut, na
França, é um exemplo. Foi somente após o acidente de Bouzey, em 1895, que Maurice Levy
indicou as pressões de água instaladas na rocha e a força de subpressão atuante sob a fundação
da barragem como causas da catástrofe.
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Figura 2.4 – Exemplo de condições de contorno – Fonte: USACE (1993)
Figura 2.5 – Ilustração do fluxo de água na fundação de uma barragem – Fonte: USACE (1993)
Ainda segundo GRISHIN (1982), a teoria do movimento potencial das águas em terra não é
aplicável às rochas, sendo válida apenas quando considerando uma massa grande da rocha e
havendo um mosaico de finas rachaduras.
CEMIG (1994) coloca que, para a avaliação da subpressão, no contato concreto/fundação, serão
consideradas as condições de percolação pela fundação diretamente influenciadas pela condição
geológica e pelos elementos de impermeabilização e de drenagem projetados, com as eficiências
que lhes caibam atribuir nas posições e intensidades adotadas. O diagrama de subpressão será
considerado atuante em 100% da superfície de contato da fundação e nas diferentes hipóteses de
carregamento.
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2.1.4.1 – Determinação da Subpressão
Devido a todas estas condições, a determinação da subpressão se coloca como uma tarefa não
muito fácil, principalmente quando não são realizados em campo ensaios de permeabilidade,
medições piezométricas e ensaios de perda d´água. Assim, diversos órgãos técnicos ao longo dos
anos e de experiências, desenvolveram metodologias para a obtenção da subpressão, os
chamados critérios de subpressão.
Segundo ANDRADE (1982), a primeira hipótese para estabelecer a subpressão atuante em uma
barragem foi proposta por Lieckfeldt em 1898. Nela o diagrama de subpressão se apresenta em
forma retangular (Figura 2.6-a). Posteriormente, Levy em 1899, propôs um diagrama onde a
subpressão se estabelecia linearmente de montante para jusante (Figura 2.6-b).
(a)
(b)
MASON (1988) cita que, com base em numerosos estudos teóricos e medições de subpressões
em muitas barragens, foram adotados diagramas simplificados por regulamentos de diversos
países, levando em conta a presença de linhas de drenos ou cortinas de injeção.
LEVIS (2006) apresenta em seu texto uma abordagem sobre os diversos critérios adotados por
órgãos regulamentadores e estudiosos. A seguir apresentam-se estes critérios:
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• CRITÉRIO SUECO: adota o valor de 100% ou 1,0 para os fatores de área e
intensidade, resultando em um diagrama triangular ou trapezoidal, dependendo do
nível de jusante. Cortinas de injeção e drenagem não são levadas em
consideração.
20
Figura 2.7 – Hipóteses de subpressão USACE - Adaptado LEVIS (2006)
21
• CRITÉRIO DO U.S. BUEREAU OF RECLAMETION: considera a subpressão atuando
em 100% da área da base e um fator de intensidade de 1/3 da carga hidrostática imposta à
estrutura na linha de drenos, Figura 2.8.
22
Figura 2.9 – Critério de Cruz e Silva (1978) - Adapatado – LEVIS (2006)
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• CRITÉRIO DE CRUZ E BARBOSA (1981): utilizam observações de obras no Brasil e
no exterior para apresentar critérios para determinação de subpressão no contato
concreto-rocha e em planos de fraqueza estrutural existente na rocha de fundação de
barragens concreto-gravidade (Figura 2.10).
-a-
24
- b-
25
Figura 2.11 – Critério AZEVEDO (1993) - Adapatado – LEVIS (2006)
26
Figura 2.12 – Critério de CRUZ (1996) - Adapatado – LEVIS (2006)
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Esse autor ainda mostra (Tabela 2.1) os valores das subpressões totais no plano da
descontinuidade, e as reduções previstas para os vários tratamentos, considerando eficiência de
100% (teórica) e 67% (comum em critérios de projeto). Para as vazões, admitindo gradiente
linear na fundação para a condição sem tratamento, pode-se estimar a redução ou o aumento das
vazões resultantes dos tratamentos.
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Figura 2.13 – Critério de Subpressão ELETROBRÁS - Adapatado – LEVIS (2006)
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Quando da ocorrência de estruturas com diferentes níveis de fundação, um critério de subpressão
a ser adotado pode ser o apresentado na Figura 2.14 abaixo. Nesse o diagrama final de
subpressão é uma composição dos diagramas de cada nível da base.
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2.1.5 – Esforços Sísmicos
USACE (2005) define que os carregamentos sísmicos são usados de forma a representar um
efeito inercial atribuído à estrutura, ao solo e à água do reservatório circundante.
MASON (1988) coloca que, nas regiões susceptíveis a abalos sísmicos, a sua ação deverá ser
levada em conta. Em geral, adota-se certa fração da aceleração da gravidade, 0,05g, 0,10g ou
mais, conforme o caso, carregando horizontalmente o maciço de concreto da barragem (ou
estrutura hidráulica). O sismo provoca também o aumento da pressão hidrostática sobre a face da
estrutura, o mesmo citado por CEMIG (1994).
SCHEREIBER (1977) coloca que apesar de quase todo território brasileiro pertencer a uma zona
tectonicamente acalmada, salvo, talvez a região do Alto Amazonas, perto das encostas Andinas,
aconselha-se levar em conta esforços sísmicos da seguinte maneira:
- Na direção horizontal atua uma força “Fi”, no centro de gravidade da estrutura, dada
pela Equação 2.15 abaixo:
Onde,
Pc – peso da estrutura.
CEMIG (1994) define que, para estruturas de concreto assentes em rocha, poderão ser
considerados os esforços assumidos para abalos sísmicos de pequena intensidade, que
correspondem às acelerações de ah = 0,05g e av = 0,03g, nas direções horizontal e vertical,
respectivamente, sendo “g” o valor da aceleração da gravidade local. Os esforços estáticos
correspondentes serão obtidos a partir das expressões fornecidas a seguir, onde P representa a
resultante de todas as cargas envolvidas. Da mesma forma, considera-se que o ponto de
aplicação dos carregamentos, concentra-se no centro de gravidade da estrutura.
No caso de análise dos esforços sísmicos atuando no reservatório ou sobre a água, surge uma
pressão hidrodinâmica no corpo da estrutura, atuando nas faces da mesma e seu valor, segundo
CEMIG (1994) é dado pela Equação 2.16.
Sendo,
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Cm z z z z
C= . (2 − + (2 − Eq. 2.17
2 H H H H
Onde ainda,
Z – adotado 0,05;
INCLINAÇÃO PARAMENTO
Figura 2.15 a - Coeficiente de Pressão Cm – Adaptado CEMIG (1994)
32
A resultante e o momento a uma profundidade “Z” podem ser calculados pelas expressões
indicadas nas Equações 2.16 e 2.17.
Os esforços de um reservatório produzidos por abalos sísmicos podem ainda ser estimados
utilizando a consagrada equação de Westergaard. O USACE (1995) apresenta, como mostrado
na Equação 2.18, a seguinte formulação:
Onde,
h – altura d´água.
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2.1.6 – “Wave Loads”
Entende-se por wave load os esforços oriundos do impacto de ondas produzidas principalmente
em reservatórios. Os esforços produzidos pelas ondas dependem de sua altura, que por sua vez
está relacionada com a área do reservatório adjacente, orientada na direção do Vento.
O USACE (1995) coloca que os esforços produzidos pelas ondas possuem pequenos efeitos na
análise de estabilidade da estrutura. Desta forma não será dará uma ênfase maior sobre este tipo
de esforço neste trabalho.
Uma sistemática para determinação de esforços de ondas pode ser encontrada em SCHEREIBER
(1977), página 54.
2.1.8 - Ancoragens
As ancoragens são utilizadas com o objetivo de acrescentar esforços que contribuem para a
estabilização da estrutura.
A ancoragem pode ser do tipo Ativa (protendida) ou Passiva, sendo esta última, função do
aparecimento de minúsculas deformações aceitáveis no maciço. O mecanismo de aderência é
preponderante no dimensionamento do sistema de ancoragem, sendo então relacionado
diretamente ao comprimento do embutimento da barra de aço no maciço.
CEMIG (1994) coloca que além do dimensionamento do comprimento da barra de aço a ser
embutido no maciço, no caso de rocha, deve-se verificar a capacidade do maciço para resistir aos
esforços de tração transmitidos pelo conjunto de ancoragens. A superfície resistente será
constituída de um cone, com vértice voltado para o extremo da ancoragem e a geratriz formando
um ângulo com esta direção. Na falta de dados experimentais, adota-se o valor de 30º.
CEMIG (1994) indica um valor de resistência de uma barra de ancoragem passiva igual a 20
toneladas, utilizando-se aço com diâmetro de 20.0 mm, CA-50. No entanto, à favor da
segurança, o mesmo adota o valor de 17 toneladas por barra de ancoragem passiva.
Recomenda-se ainda que as forças resistentes das ancoragens passivas só sejam consideradas nas
condições de carregamento excepcional e de construção.
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Foto 2.1 – Ancoragens passivas para base de um vertedouro.
Além dos esforços mencionados acima, deve-se ter em mente que outros esforços também
podem ocorrer, conforme condições locais. Citam-se, abaixo, outros esforços passivos de
ocorrência, sendo a determinação dos mesmos conforme bibliografias especializadas.
- Temperatura;
- Pressões de Gelo;
- Ações devidas ao Vento – Segundo CEMIG (1994) podem ser determinadas conforme
NBR-6123 da ABNT.
A interação entre a estrutura de base e a estrutura hidráulica se faz muito importante, tendo em
vista que são necessárias as avaliações de escorregamento da estrutura e de tensões na base.
Quando da análise da resistência ao escorregamento de uma estrutura sobre o plano de sua base,
deve-se levar em conta o ângulo de atrito específico entre as duas superfícies e não o ângulo de
atrito do material da fundação. Este por sua vez deve ser levado em conta quando da verificação
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de ruptura do maciço em si. O Quadro 2.2 apresenta valores dos coeficientes de atrito entre
várias estruturas conforme o tipo de solo, já o Quadro 2.3 apresenta valores de ângulo e
coeficientes de atrito entre alguns tipos de materiais.
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2.3 – Análise de Estabilidade Global
Para barragens de concreto, o USACE (1995) estabelece as seguintes condições para análise de
estabilidade mediante os carregamentos considerados:
- que exista uma segurança ao tombamento da estrutura com relação ao eixo da base ou a
um plano abaixo da base;
- que exista uma segurança ao deslizamento horizontal da estrutura com relação ao plano
da base ou a um plano abaixo da base;
CEMIG (1994) considera que a análise de segurança global de estabilidade deve ser feita para
todas as estruturas principais; elementos estruturais e sistemas de interação entre fundações e as
estruturas submetidas aos diversos casos de carregamentos e englobará a análise de estabilidade
no contato concreto-rocha, a análise de estabilidade em planos inferiores ao da fundação, a
análise de tensões e deformações, a definição dos coeficientes de segurança (que são definidos
conforme condição de carregamento) e a verificação entre as tensões atuantes e as tensões
admissíveis dos materiais.
Ainda segundo CEMIG (1994) a análise de estabilidade é feita considerando a estrutura como
um conjunto monolítico, podendo desse modo ser assimilada a um corpo rígido. Os estudos de
estabilidade devem comprovar a segurança das estruturas nas seguintes condições:
- tombamento;
- flutuação;
- deformações e recalques;
- vibrações.
2.3.1 – Tombamento
37
Entende-se como momentos estabilizantes os provenientes das forças estabilizantes, que por sua
vez se tratam dos esforços que contribuem para o “não tombamento” da estrutura. De forma
análoga, porém contrária, definem-se os momentos desestabilizantes. A Figura 2.17 ilustra
esforços estabilizantes e desestabilizantes.
FLUXO
Me
CST = ∑ Eq. 2.19
Md
38
2.3.2 – Deslizamento
CEMIG (1994) define que, para a verificação da estabilidade das estruturas ao deslizamento,
devem-se selecionar as superfícies de ruptura de modo a incluir todos os planos de menor
resistência possível, ou os submetidos a tensões críticas ou os da fundação e os do contato da
base. Devem-se ainda utilizar como valores básicos, os parâmetros geomecânicos extraídos dos
resultados de investigações e ensaios preliminares.
- o excesso de tensão de cisalhamento não absorvido pelo trecho deve ser transferido às
partes remanescentes da superfície de deslizamento, recalculando-se a segurança ao
deslizamento para cada trecho, e assim sucessivamente até que se satisfaçam os critérios ou se
verifique a necessidade de se introduzir modificações no conjunto estrutura-fundação.
rτ (σ . tan ϕ + c)
FS = = Eq. 2.20
τ τ
39
Figura 2.18 – Gráfico de resistência conforme critério de Mohr-Coulomb
Analisando uma fatia unitária da fundação, a Equação 2.20 pode ser representada conforme
Equação 2.21 abaixo.
τr ( N . tan ϕ + c.L)
FS = = Eq. 2.21
τ T
Onde,
τr – tensão resistente;
τ – tensão atuante.
CEMIG (1994) considera que a segurança ao deslizamento está verificada se a relação
apresentada na Equação 2.22 for atendida.
Onde,
40
φi – ângulo de atrito característico da superfície de escorregamento, em análise;
Verifica-se que na relação anterior (Equação 2.22), os coeficientes de segurança estão implícitos
à equação.
Já para o caso de estruturas com fundação em material não coesivo, CEMIG (1994) estabelece a
relação apresentada na Equação 2.23.
∑ Ni.tg (φ
i)
CSDö = Eq. 2.23
∑ Ti
Onde,
Similar às equações apresentadas neste item, MASON (1988) determina que o fator de segurança
ao deslizamento (Fsd) é dado pelo fator resultante dado pela Equação 2.24.
∑V .tgφ ∑ c. A
+
Fφ Fc
Fsd = Eq. 2.24
∑H
Onde,
V – forças verticais;
H – forças horizontais
c – coesão característica;
41
Fφ – coeficiente de segurança relativo ao atrito;
Figura 2.20 – Diagrama de corpo livre do sistema estrutura/fundação - Fonte: USACE (1981)
42
Para obter o coeficiente de segurança ao deslizamento o USACE (1981) apresenta dois casos:
43
As equações que determinam os coeficientes são: Equação 2.25 (Primeiro Caso) e 2.26 (Segundo
Caso)
Eq. 2.25
Eq. 2.26
Onde,
Eq. 2.27
V – forças Verticais;
H – forças Horizontais;
No caso da Equação, 2.26 o processo é iterativo, de forma que o fator de segurança FS convirja
para o mesmo valor de FS estipulado na Equação 2.27.
2.3.3 – Flutuação
Quando a resultante das forças atuantes na base da estrutura, no sentido vertical ascendente,
forem maiores que as forças de gravidade, a estrutura pode passar ao estado definido como
Flutuação.
Nas estruturas em que se prevê a instalação futura dos equipamentos eletromecânicos (turbina e
geradores) e para outras condições temporárias em que se tem Σ V / Σ U < CSF, deve-se projetar
sistemas de ancoragens, conforme CEMIG (1994).
44
2.3.3.1 – Coeficiente de Segurança Flutuação
O coeficiente de segurança à flutuação (CSF) pode ser obtido através da relação entre o
somatório dos esforços gravitacionais e o somatório das forças de subpressão. Este é dado pela
expressão apresentada na Equação 2.28.
∑V
CSF = Eq. 2.28
∑U
Onde,
V – Forças verticais;
U - Subpressão
A estrutura ao ser solicitada, transfere os esforços à sua base de fundação, fazendo valer a
capacidade e resistência desta aos esforços de compressão e tração.
Vários são os métodos aplicados para a análise de tensões na fundação e na base da estrutura,
desde métodos simplificados, baseados na teoria da Resistência dos Materiais até métodos mais
elaborados como os baseados em Elementos Finitos.
No caso de estruturas como barragens de concreto massa, assentada em rocha, se faz importante
análises e sistemáticas de cálculos mais elaboradas, considerando a existência de fissuras e a
deformação tanto do maciço.
Apresentam-se neste item abordagens baseadas na teoria clássica da Resistência dos Materiais.
Em estruturas hidráulicas pequenas e médias, a análise de tensões na base pode ser verificada
através do método de JASEN e GRISIN, Método da Gravidade, que adotam a teoria clássica da
Resistência dos Materiais, admitindo contribuições lineares na estrutura e na sua base. As
máximas tensões na base da estrutura podem então ser obtidas pela Equação 2.29.
N M
σ= ± Eq. 2.29
A W
Onde,
A – área da base;
45
OLIVEIRA et al (2002) menciona que as suposições de uma distribuição de tensões pelo Método
da Gravidade são razoavelmente corretas, desde que os planos horizontais em análise não
estejam muito perto da base. Com relação à interface entre barragem-fundação, OLIVEIRA
menciona que as tensões e as fissuras prováveis podem ser afetadas pela deformidade da rocha,
que não é levada em conta na concepção.
Os valores de tensões máximas de tração e compressão devem ser comparados com os valores
admissíveis do concreto, da interface concreto-rocha ou de fraturas na fundação.
USACE (1995) especifica que as tensões admissíveis no concreto e na rocha não devem ser
ultrapassadas. Define que para a condição de carregamento normal, as resultantes das forças
verticais devem atuar no núcleo central de inércia da seção (100% de base comprimida) e admite
tração (resultante atuando fora do núcleo central de inércia) nos casos de carregamento
excepcional. A Figura 2.23 ilustra tal situação.
Figura 2.23 – Relação entre a área de compressão da base com a resultante das forças Verticais
Fonte USACE (1995)
46
CEMIG (1994) determina que:
- nos carregamentos com aplicação do efeito sísmico deve-se considerar que, devido a
natureza cíclica do fenômeno não haverá aumento da subpressão na situação de fissura aberta.
CEMIG (1994) coloca ainda que a capacidade de carga das fundações está relacionada à tensão
normal máxima, definida mediante critérios que atendam às condições de ruptura. A tensão
normal máxima admissível deverá ser obtida a partir da relação apresentada na Equação 2.30.
Cc, fund
σt , adm = Eq. 2.30
CS
Onde,
CS – coeficiente de Segurança.
47
Figura 2.24 – Representação da seção transversal de uma Casa de Força de geometria complexa.
Segundo MASON (1988), a essência do método baseia-se na hipótese usual de que o movimento
de uma estrutura rígida pode ser reduzido a uma rotação instantânea, em torno de um centro de
rotação. A fundação reage linearmente e por reações proporcionais à distância deste centro,
levando-se em conta a consideração da fundação com comportamento elástico.
Seja a estrutura rígida da Figura 2.25, com a linha de fundação de contorno poligonal KLMN e
projeção K´L´M´N´N´´ M´´ L´´ K´´, Figura 2.25-b, de largura b.
48
A área da superfície de fundação tem centro de gravidade em G e a resultante de todos os
carregamentos externos resume-se na força P, à distância normal e de G.
Onde ,
Pe M
k= = Eq. 2.35
∑ r 1.dA ∑ r 2 1.dA
2
Mr1
σ= Eq. 2.37
Ip
Mr1.senØ
σn = Eq. 2.38
Ip
Mr1. cos Ø
τ= Eq. 2.39
Ip
Para se obter as tensões totais, deve-se acrescentar às tensões das Equações 2.37, 2.38 e 2.39,
devidas ao momento M = Pe, a tensão devida à resultante de P, que é dada pela Equação 2.40.
49
P
σp = Eq. 2.40
∑ dA
A equação compacta, que reúna M e P, pode então ser obtida mediante o conceito do Centro de
Rotação (CR). O CR é definido como o ponto de tensão nula, ou seja, o ponto para o qual a
tensão devida a P é igual e contrária aquela devida a M = Pe.
Verificando na Figura 2.25-a, por considerações elementares, pode-se concluir que o CR “C”
situa-se no prolongamento GC de GP, normalmente à direção de P, sendo GC = e1, de tal forma
que:
P
ke1 = Eq. 2.41
∑ dA
P Ip
e1 = = Eq. 2.42
∑ dA.k ∑ dA.e
P.e
σ= .r Eq. 2.43
Ip
em que r é um vetor, cujo módulo é dado pela distância normal r de C a dA, e σ é normal
a r.
O cálculo prático pode ser realizado, de preferência, em forma tabular, sendo o uso das equações
referidas a G mais direto, com adoção de um sistema de coordenadas.
O Quadro 2.4 mostra a sistemática do cálculo tabular para uma estrutura como a apresentada na
Figura 2.25.
Segmento Ym,i – Ym,G Zm,i – Zm,G (Ym,i – Ym,G)2 (Ym,i – Ym,G)2 r2.A
KL Produto
LM
MN
50
r2 – Raio de Giração;
Ao final, as relações a serem calculadas em cada ponto serão, para tensão normal (Equação 2.44)
e para tensão cisalhante (Equação 2.45).
V M ( ym − yg )
σi = ± Eq. 2.44
∑ dA Ip
H M ( zm − zg )
τi = ± Eq. 2.45
∑ dA Ip
A segurança da estabilidade global de uma estrutura hidráulica será considerada após a análise
das possíveis situações de carregamento sob os quais esta esteja sujeita; levando-se em conta as
situações de serviço, excepcionais e situações durante a fase de construção.
A metodologia para a combinação de esforços pode ser desde combinações realizadas pelo
projetista até combinações utilizando critérios estatísticos, como o utilizado pelo software
CADAM® , se valendo do Método de Monte Carlo.
É importante definir, nesta fase, quais são os esforços considerados na operação normal do
sistema, quais são os esforços possíveis em situações excepcionais e quais os esforços que está
sujeita a estrutura durante a fase de construção.
51
USACE (2005) apresenta, em seu Apêndice B, alguns casos de carregamento para tipos
específicos de estruturas.
Ainda segundo CEMIG (1994), as ações a serem consideradas no CCN, CCE e CCC são:
- CCN:
h) ancoragens ativas;
52
- CCC:
a) neste caso deverão ser considerados todos os esforços da fase de construção como
esforços de montagem, instalação e testes de equipamentos permanentes ou temporários,
esforços de cimbramento e descimbramento; esforços de construção como execução de
ancoragens, injeções, esgotamento, enchimento, compactação, e outros, inclusive os níveis de
água a montante e a jusante durante a fase de construção.
- CCE:
a) considerar a mesma relação de esforços dada para o CCN, calculados, no entanto, para as
condições excepcionais de operação ou manutenção e com as seguintes modificações e
aditamentos:
Trata-se de uma metodologia para análise de estabilidade global das estruturas, em que se
considera uma seção unitária (fatia) transversal representando toda a estrutura e seu respectivo
peso próprio (volume da fatia vezes o peso específico do material). A seção considerada é
escolhida entre as “fatias” menos estáveis, ou seja, a de menor área transversal e
consequentemente de menor peso próprio. Os demais esforços atuantes também são
considerados levando-se em conta a seção transversal dos mesmos, como é o caso de empuxos e
subpressão, e cargas aplicadas, que neste caso consideram-se atuando na largura desta fatia.
53
FLUXO
Figura 3.1 – Seção Transversal de uma Casa de Força de uma PCH que abriga duas turbinas
Francis
54
CG
Figura 3.2 – Fatia (Seção Transversal) crítica utilizada para análise de estabilidade da CF da
Figura 3.1.
Devido à geometria complexa apresentada pela seção transversal, o Método das Fatias se torna
extremamente trabalhoso do ponto de vista geométrico, já que são necessárias informações como
o Centro de Gravidade e/ou os Momentos de Inércia. Desta forma, no meio técnico, em alguns
escritórios de cálculo, ainda são utilizadas ferramentas computacionais baseadas no Método das
Fatias para análise de estabilidade de estruturas hidrelétricas.
Em alguns casos, como os de estruturas que possuem seção transversal constante, o Método das
Fatias pode ser utilizado, tendo em vista que a estabilidade global pode ser avaliada através de
uma seção de largura unitária a qual representa, em termos práticos, toda a estrutura.
Exemplos de estruturas passíveis de serem avaliadas pelo Método das Fatias são muros de
arrimo, vertedouros e barragens de concreto. Neste caso, é necessário que toda a estrutura seja
constante, não ocorrendo modificação na seção transversal.
O CADAM® é um software que utiliza da metodologia do Método das Fatias para análise de
estabilidade de barragens de concreto. Trata-se de um software capaz de analisar tensões no solo,
em seções transversais ao longo da estrutura, avaliação da segurança global quanto ao
tombamento, deslizamento e flutuação. Além disto, possibilita a análise de ações sísmicas, uso
de ancoragens, critérios de subpressão conforme critérios do USACE, USBR, FERC (2000) e
ANCOLD (1991) e combinações de esforços pelo método estatístico de Monte Carlo. A Figura
3.3 apresenta algumas janelas de entrada de dados do software CADAM®.
55
Figura 3.3 – Janelas de entrada de dados do CADAM® ; (a)Interface reservatório/barragem; (b)
Geometria da Barragem; (c) Propriedades dos materiais. – Fonte: CADAM (2002).
56
As aproximações de resultados obtidas através do MEF são de aceitação muito grande o que
valida o uso desta metodologia para análise estrutural e de segurança à estabilidade global.
Através do MEF é possível modelar a interação entre a estrutura e sua fundação, o Módulo de
Elasticidade dos materiais, singularidades como galerias de drenagem no maciço e as
propriedades mecânicas dos materiais envolvidos na análise.
Os resultados das simulações em elementos finitos podem ser de tensões ao longo da estrutura,
na base de fundação e análise ao deslizamento, como apresentado por GUTSTEIN (2003).
A Figura 3.4 apresenta a modelagem de uma barragem de concreto sujeita aos esforços e a sua
interação com a estrutura de fundação. Já as Figuras 3.5 e 3.6 mostram, respectivamente, a
análise de uma descontinuidade na rocha e a tensão ao longo da base fraturada, nesta barragem.
Figura 3.5 – Análise de fratura em rocha modelada em elementos finitos. Fonte: GUTSTEIN (2003)
57
Figura 3.6 – Tensões verticais ao longo do plano de descontinuidade da fundação obtida por
análise em MEF. Fonte: GUTSTEIN (2003)
O método considera então a interação das infinitas fatias transversais da estrutura ao longo de
sua largura, fazendo cada uma “trabalhar” com a adjacente formando um conjunto sólido como
um todo.
Não faz parte deste trabalho a orientação para construir os modelos tridimensionais, tendo em
vista que se trata de um assunto vasto e de aprendizagem prática e que foge do escopo deste.
Um corpo modelado tridimensionalmente possui dimensões nos três eixos coordenados (X, Y e
Z) que compõe os planos XY, XZ e ZY. A Figura 4.1 ilustra o sistema de eixos coordenados
XYZ.
58
Figura 4.1 – Eixos coordenados
Figura 4.2 - Modelagem tridimensional da estrutura de uma Câmara de Carga – Vista Isométrica
59
4.2 – Obtenção dos Esforços
Pela metodologia proposta, os esforços, assim como as estruturas, podem também ser obtidos
através de modelagem tridimensional dos sólidos representativos dos mesmos; bastando apenas
que sejam definidas as geometrias básicas bidimensionais e posteriormente a extrusão das
mesmas. A Figura 4.3 ilustra a seção da estrutura e os diagramas de alguns esforços atuantes na
estrutura da Casa de Força de uma PCH.
Figura 4.3 – Diagramas bidimensionais dos esforços atuantes na estrutura da Casa de Força.
Onde,
Além do volume do sólido modelado, outra informação importante obtida através da modelagem
tridimensional é a posição (distância) do centro de gravidade (CG) que estará definido(a) em
relação aos eixos coordenados XYZ.
A Figura 4.4 apresenta os esforços presentes na Figura 4.3 em forma de sólidos e, abaixo da
mesma, uma listagem obtida pela saída do software utilizado para modelagem, referente às
60
propriedades geométricas do esforço de subpressão. O sólido representando a subpressão está
modelado conforme a geometria da base da estrutura analisada.
Peso d´Água
Empuxo de
Terra
Subpressão
61
4.3 – Parâmetros e Dados de Entrada
O Quadro 4.1 abaixo apresenta outros parâmetros e dados de entrada necessários, conforme a
verificação desejada.
O ingresso dos parâmetros e dos dados na planilha elaborada é ilustrado no item 4.6 a seguir.
Os coeficientes de segurança utilizados para este modelo de análise são os propostos por CEMIG
(1994) e apresentados no Anexo 1.
A análise de estabilidade global avaliada através da metodologia proposta estará de acordo com
os critérios técnicos mais difundidos, como os apresentados na Revisão Bibliográfica,
diferenciando-se apenas na forma de obtenção dos esforços. Estes por sua vez serão obtidos
conforme os itens 4.1 e 4.2.
4.5.1 – Tombamento
4.5.2 – Deslizamento
A segurança da estrutura quanto ao deslizamento será avaliada conforme o descrito no item 2.3.2
e só será aceita quando satisfeita a Equação 2.22.
62
Ressalta-se que é de grande importância para a análise ao deslizamento o conhecimento dos
parâmetros geotécnicos da estrutura de fundação, principalmente o ângulo de atrito específico
dos materiais (φ) e a adesão entre estes (a). Quando estes forem estimados, devem então ser
obtidos de referências bibliográficas consolidadas e ainda ter o projetista o bom senso para tal.
4.5.3 – Flutuação
A flutuação será avaliada conforme o apresentado no item 2.3.3 e estará a estrutura segura,
quanto à flutuação, se o coeficiente (CSF) obtido na Equação 2.28 for maior ou igual que o
apresentado no Anexo 1.
A planilha eletrônica para a análise de estabilidade global foi elaborada no software MS Excel©,
sendo então executável em qualquer computador que tenha este instalado. Nomeou-se a planilha
como MAE, sigla para Módulo de Análise de Estabilidade.
A Figura 4.5 apresenta o módulo DADOS DE ENTRADA e neste são ingressados dos dados
conforme ilustrado na figura e especificado abaixo:
4.5b – entrada dos pontos que configuram a linha de contato da estrutura com a fundação;
4.5d – entrada dos dados de ângulo de atrito específico, adesão e confirmação do caráter
destes dados;
63
a
d
c
e
b
No módulo ESFORÇOS, são ingressados os dados referentes aos esforços obtidos após a
modelagem tridimensional; o MAE permite a entrada de trinta esforços. A Figura 4.6 apresenta a
tela de ingresso dos dados.
c d e f
64
Na Figura 4.6 têm-se:
4.6e – tipo do esforço, sendo “D” para desestabilizante e “E” para estabilizante;
d
b
65
Na Figura 4.7 têm-se:
4.7a – ilustração da estrutura em vista isométrica, vista de montante e planta; sentido dos
esforços e localização do eixo de tombamento;
O quarto módulo, TENSÕES NA BASE, realiza os cálculos para cada combinação de esforços
referentes às tensões normais e cisalhantes na superfície de fundação. O MAE utiliza o critério
apresentado no item 2.4.1. Neste módulo não é necessário a entrada de dados.
a b
O quinto e último módulo do MAE, RLT SAÍDA, é responsável pela saída dos dados em forma
de relatório. Neste são apresentados dados os de entrada e os dados de saída após os cálculos e
análises realizados.
66
5 – Verificação e análise comparativa utilizando o MAE
A Figura 5.1 ilustra a seção típica da barragem, suas dimensões e os esforços atuantes na mesma
em virtude dos níveis d´água.
67
5.1 – Análise de estabilidade global de validação
Barragem de Gravidade
68
Empuxo de Jusante NA nor.
Subpressão Máx
Subpressão Nor.
As combinações de cálculo analisadas são apresentadas no Quadro 5.1 abaixo. Já o Quadro 5.2
apresenta os resultados da análise realizada.
CCN 1
- Tombamento
69
- Deslizamento
- Flutuação
894,4
CSF = = 2,5
356,5
CCC 1
- Tombamento
- Deslizamento
- Flutuação
CCE 1
- Tombamento
- Deslizamento
-Flutuação
894,4
CSF = = 2,16
414
70
Para a análise de tensões na base, utilizou-se a Equação 2.29 para as tensões normais e a relação
das forças verticais com a área da base para as tensões cisalhantes. Os resultados obtidos para
cada combinação são apresentados abaixo.
CCN1
(894,4 − 356,5) (13273,12 − 5860,94)
σ= ±
23,00 1,0.23 2
6
σ 1 = 107,46 t/m2
σ 2 = -60,68 t/m2
(312,5 − 32,0)
τ=
23,00
τ 1 = 12,19 t/m2
τ 2 = 12,19 t/m2
CCC1
(894,4 − 0,00) (13273,12 − 2598,96)
σ= ±
23,00 1,0.23 2
6
σ 1 = 160,49 t/m2
σ 2 = -82,20 t/m2
(312,5 − 18,0)
τ=
23,00
τ 1 = 12,80 t/m2
τ 2 = 12,80 t/m2
CCE1
(894,4 − 414,00) (13322,56 − 7536,54)
σ= ±
23,00 1,0.23 2
6
σ 1 = 86,51 t/m2
σ 2 = -44,73 t/m2
(312,5 − 18,0)
τ=
23,00
τ 1 = 15,65 t/m2
τ 2 = 15,65 t/m2
71
5.2 – Análise de estabilidade utilizando MAE
Os dados de entrada dos esforços e das combinações são apresentados nas Figuras 5.2 e 5.3. Já a
Figura 5.5 apresenta os resulta os resultados referentes as tensões na base.
72
Figura 5.5 – Tensões nos pontos da base. Valores em tf/m2.
Verifica-se que os coeficientes apresentados no Quadro 5.2 e os obtidos através do MAE não
diferem muito, exceto os coeficientes de segurança ao deslizamento (CSD). A diferença se dá
devido ao critério utilizado na verificação de validação (conforme Equação 2.23) e na
verificação utilizada pelo MAE (conforme equação 2.22).
Comparando os valores de tensões na base obtidos no item 5.1 e os apresentados na Figura 5.5,
verificou-se que praticamente não há diferença entre os valores calculados manualmente e os
calculados pelo MAE.
Com o objetivo de avaliar e comparar os resultados obtidos através do MAE com uma
metodologia de análise que utiliza método da fatias, apresenta-se o estudo da estabilidade global
da Casa de Força de uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH).
A Casa de Força em análise abriga duas turbinas do tipo Francis Horizontal, perfazendo as duas
a potência de 9,0 MW. O Anexo 3 apresenta o Arranjo da Casa de Força através de uma seção
transversal típica.
Os esforços atuantes e a geometria da estrutura foram definidos levando-se em conta uma fatia
de largura unitária, sendo esta a de menor área e por conseguinte, conforme os critérios do
Método da Fatias, a de menor estabilidade.
73
FLUXO
Figura 6.1 – Seção da Casa de Força, esforços hidráulicos atuantes e níveis d´água.
74
6.2 – Análise de Estabilidade Global utilizando o MAE
Para a análise de estabilidade global utilizando o MAE, a estrutura e os esforços atuantes na Casa
de Força foram modelados tridimensionalmente e a partir dos volumes obtidos foram definidos
os valores dos esforços e suas propriedades geométricas, como discutido no item 4.2.
Os dados geométricos obtidos, pelo software modelador, para o sólido que representa a Casa da
Força são apresentados a seguir:
75
Obs.: Valores na unidade de centímetro
A Figura 6.4 apresenta a modelagem tridimensional do volume d´água dentro do circuito interno
de adução da Casa de Força e da cunha formada à montante. Foram modeladas três situações,
representando cada uma os níveis mínimo, normal e máximo.
Figura 6.4 – Volume d´água da cunha de montante (a) e dentro da tomada d´água e circuito
interno de adução (b).
Os dados geométricos obtidos, pelo software modelador, para o sólido que representa o volume
d´água são apresentados a seguir:
76
Obs.: Valores na unidade de centímetro
Mass: 653193244.8138
Volume: 653193244.8138
Bounding box: X: 80.6175 -- 3858.5218
Y: 212.7247 -- 1624.8366
Z: -1399.8101 -- 0.0000
Centroid: X: 1576.3845
Y: 893.2394
Z: -800.1123
Moments of inertia: X: 1097309693533920
Y: 2981323285193739
Z: 3109058322232024
Products of inertia: XY: 6.6773E+14
YZ: -4.6711E+14
ZX: -8.2192E+14
Radii of gyration: X: 1296.1157
Y: 2136.4055
Z: 2181.6928
Principal moments and X-Y-Z directions about centroid:
I: 8.3790E+13 along [0.9593 -0.2824 0.0022]
J: 1014173450128186 along [0.2824 0.9593 -0.0058]
K: 9.6472E+14 along [-0.0005 0.0062 1.0000]
77
Figura 6.6 – Sólido modelado para subpressão.
3 3
ESFORÇO VOLUME ( m ) γ ( tf/m ) VALOR ( tf ) DIST. * ( m )
Peso próprio da estrutura 4.968,00 2,3 11426,4 22,75
Água dentro do circuito NA mínimo 653,20 1,0 653,2 22,72
Água dentro do circuito NA normal 653,20 1,0 653,2 22,72
Água dentro do circuito NA máximo 653,20 1,0 653,2 22,72
Empuxo d´água montante mínimo 2.617,25 1,0 2617,25 6,33
Empuxo d´água jusante mínimo 355,25 1,0 355,25 2,33
Subpressão NA mínimo 7.253,48 1,0 7.253,48 22,20
Empuxo d´água montante NA normal 3.197,25 1,0 3197,25 7,00
Empuxo d´água jusante NA normal 355,25 1,0 355,25 2,33
Subpressão NA normal 7.811,44 1,0 7.811,44 22,45
Empuxo d´água montante NA máximo 3.670,24 1,0 3670,24 7,50
Empuxo d´água jusante NA máximo 654,31 1,0 654,31 3,17
Subpressão NA máximo 8.927,36 1,0 8.927,36 21,85
* Distância do centróide ao ponto de tombamento
Com a estrada dos dados de esforços do Quadro 6.2 e as considerações sobre os parâmetros de
entrada, realizou-se a análise utilizando-se o MAE e obteve-se os resultados referentes à
estabilidade global da estrutura conforme o relatório apresentado no Anexo 2. O Quadro 6.3
apresenta um resumo do relatório.
78
QUADRO 6.3 - RESUMO DO RELATÓRIO MAE
COMBINAÇÃO CSF CSD CST
CCN 1 0,00 3,20 15,69
CCN 2 0,00 3,70 15,74
CCN 3 1,58 2,47 1,47
CCN 4 0,00 3,81 16,64
CCN 5 2,58 1,67 1,55
CCN 6 0,00 2,62 11,61
CCN 7 1,46 1,89 1,32
CCN 8 0,00 2,94 11,65
CCN 9 0,00 3,03 12,32
CCN 10 1,55 1,98 1,39
CCE 1 1,11 3,80 9,44
CCE 2 0,00 4,62 9,52
CCE 3 1,28 3,07 1,18
CCE 4 0,00 4,74 10,06
CCE 5 1,35 3,18 1,24
CCN 11 1,58 2,13 1,46
CCN 12 1,46 1,68 1,31
CCN 13 1,67 2,23 1,55
CCN 14 1,55 1,76 1,39
CCE 6 1,35 2,61 1,23
Com o objetivo de avaliar e comparar os resultados obtidos pela análise pelo Método das Fatias
(ESTABEST) e pela análise de estabilidade mediante a modelagem tridimensional e uso do
MAE, confrontou-se os dados dos Quadros 6.1 e 6.3 de forma a verificar a relação entre os
coeficientes obtidos pelas duas metodologias.
A comparação é feita através dos Gráficos 6.1, 6.2 e 6.3 apresentados a seguir.
79
Gráfico 6.1 - Comparação CSF
3,00
2,50
2,00
Coeficientes
1,50
1,00
0,50
0,00
ESTABEST MAE
5,00
4,50
4,00
3,50
Coeficientes
3,00
2,50
2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
ESTABEST MAE
18,00
16,00
14,00
12,00
Coeficientes
10,00
8,00
6,00
4,00
2,00
0,00
ESTABEST MAE
80
7 – Conclusões
Ainda que a bibliografia sobre o assunto em língua portuguesa não seja vasta, a literatura
especializada em outros idiomas configura-se como excelente fonte de consulta; sendo então de
muita valia e referência aos projetistas.
Para a análise das tensões na base da estrutura, o método de Nigam implementado na planilha se
mostrou consistente e com resultados satisfatórios, conforme mostrado na Figura 5.5. A
vantagem do método de Nigam está na possibilidade de se analisar as tensões em estruturas com
bases de geometrias complexas, o que dificilmente seria possível através de outros métodos a
não ser pelo MEF.
81
Ainda que a planilha MAE tenha consistência nos resultados apresentados, são objetos de
implementações futuras:
- possibilidade de ingresso de outros coeficientes de segurança, diferentes dos utilizados que são
baseados no critério de CEMIG (1994);
De uma forma geral, espera-se utilizar a planilha em trabalhos profissionais, tendo em vista a sua
facilidade de uso e praticidade.
82
Referências Bibliográficas
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interpretação, prática. Rio de Janeiro - Engevix, 1982.
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Committee for Large Dams; 1991.
GRISHIN, M. M. Hydraulic Structures – Vol.1 - Translated from the Russian by Prem Kumar
Dang, Moscow – Mir Publishers, 1982.
GUTSTEIN, D. Estudo das Tensões em fundações de barragens de gravidade pelo Método dos
Elementos Finitos / Daniela Gutstein. – Florianópolis, 2003.
NIGAM, P. S. Handbook of Hydroelectric Engineering. Nem Chand and Bros – Roorkee, 1979.
OLIVEIRA, F.F. de; Sousa JR. L.C.; PEDROSO L.J. Avaliação de Tensões e Estabilidade em
Barragens de Concreto pelo Método de Gravidade. In; JORNADAS SUL-AMERICANAS DE
ENGENHARIA ESTRUTURAL, XXX, 2002, Brasília. Brasília: ISBN, 2002. TRB 0601. 1 CD-
ROM.
ROCHA, A.M. Novo Curso Prático de Concreto Armado, Vol. 3 – 17º edição, Ed. Científica;
Rio de Janeiro, 1978. pg 183.
83
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USACE. Seepage Analysis and Control for Dams. Washington, DC – U.S. Army Corps of
Engineers, 1993.
USACE. Sliding Stability for Concrete Structures, DC – U.S. Army Corps of Engineers, 1981.
USBR (United States Bureau of Reclamation). Design Of Small Dams, Denver, Colorado, 1987
ANEXOS
84