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A IDENTIDADE EM QUESTÃO

A
questão da identidade está sendo
extensamente discutida na teoria social.
Em essência, o argumento é o seguinte: a5-
velhas identidades, que por tanto tempo
estabilizaram o mundo social, estão em declinio,
fazendo surgir novas identidades e fragmentando
o individuo moderno, até aqui visto como um
sujeito unillcado. A assim chamada "crise de
}
identidade" é vista como parte de um processo
mais amplo de mudança, que está deslocando as
estruturas e processos centrais das sociedades
modernas e abalando os quadros de referência
que davam aos indivíduos uma ancoragem estável
no mundo social.

O propósito deste livro é explorar algumas


das questões sobre a identidade cultural na'
I modernidade tardia e avaliar se existe uma "crise
de identidade", em que consiste essa crise e em
que direção ela está indo. O livro se volta para
questões como: Que pretendemos dizer com" crise
de identidade"? Que acontecimentos recentes nas
sociedades modernas precipitaram essa crise? Que
formas ela toma? Quais são suas conseqüências
potenciais? A primeira parte do livro (caps. 1-2)

,
I
I A IDENnDADE CULTURAl. NA r6S-MODERNIDADE A IDENnDADE EM QUESTÃO

I
lidl com mudanças nos conceitos de identidade e seguros sobre as alegações e proposições teóricas
de/sujeito. A segunda parte (caps.3-6) desenvolve que estão sendo apresentadas. Deve-se ter isso
es~e argumento com relação a identidades em mente ao se ler o restante do livro.
cullurais - aqueles aspectos de nossas identidades Para aqueles/as teóricos/as que acreditam
q~e surgem de nosso "pertencimento" a culturas ue as identi es modernas estão entrando em
étnicas, raciais, lingüisticas, religiosas e, acima cola so o ar ento se desenvo ve a, seguinte
forma. Um tipo diferente e mu ança estrutural
dj tudo,
Estenacionais.
livro é escrito a partir de uma posição e"'Státransformando as sociedades modernas no
basicamente simpática à afirmação de que as fmal do século XX. isso está fragmentando as
idbntidades modernas estão sendo "descentradas", paisagens culturais de classe, gênero, sexualidade,
isto é, deslocadas ou fragmentadas. Seu propósito etnia, raça e nacionalidade, que. no passado, nos
é 10 de explorar esta afirmação, ver o que ela tinham fornecido sólidas localizações como
implica, qualifIcá-Ia e discutir quais podem ser indivldllos sociais. Estas transformações estão
suas prováveis conseqüências. Ao desenvolver o também nossas identidades essoa',
atgumento, introduzo certas complexidades e abalando a idéia que temos e nós ró rios como
examino alguns aspectos contraditórios que a suieitos inte~a os. sta perda de um "senti o
npção de "descentração", em sua forma mais de si" estável é chamada. algumas vezes~
sfmplifIcada, desconsidera. deslocamento ou descentração do sujeito. Esse
duplo deslocamento - descentração dos inilividuos
Conseqüentemente, as formulações deste

t
J
o são provisórias e abertas à contestação. A tanto de seu lugar no mundo social e cultural
. pinião dentro da comunidade sociológica está
quanto de si mesmos - constitui uma "crise de
identidade" para o indivíduo. Como obs~
onda profundamente dividida quanto a esses
ssuntos. As tendências são demasiadamente critico cultural Kobena Mercer, "a identidade
lecentes e ambiguas. O próprio conceito com o qual somente se torna uma questão quando está em
,tamos lidando, "identidade", é demasiadamente crise, quando algo que se supõe como fixo,
omplexo, muito pouco desenvolvido e muito pouco
coerente e estável é deslocado pela experiência \1
mpreendido na ciência social contemporânea para da dúvida e da incerteza" (Mercer,.1990, p. 43).
er defInitivamente posto à prova. Como ocorre Esses processos de mudança, tomados em
om muitos outros fenômenos sociais, é impossível conjunto, representam um processo de
ferecer afinnações conclusivas ou fazer julgamentos transformação tão fundamental e abrangente que

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A IDENTIDADE EM QUESTÁO
A IDENTIDADE CULTURAL NA 'ÓS-MODERNIDADE

somos compelidos a perguntar se não é a própria e com ele se desenvolvia, ainda que permanecendo
modernidade que está sendo transformada. Este livro -
essencialmente o mesmo continuo ou "idêntico"
acrescenta uma nova dimensão a esse argumento: a a ele - ao longo da existência do indivíduo. O centro
afirmação de que naquilo que é descrito, algumas essencial do eu era a identIdade de uma pessoa.
vezes, como nosso mundo pós-moderno, nós somos Direi mais sobre isto em seguida, mas pode-se ver
também "pós" relativamente a qualquer concepção que essa era uma concepção muito "indivídualista"
essencialista ou fixa de identidade algo que, desde- do sujeito e de sua identidade (na verdade, a
o numinismo, se supõe definir o.próprio núcleo ou identidade dele: já que o sujeito do Iluminismo era
essência de nosso ser e fundamentar nossa existência usualmente descrito como masculino).
como sujeitos humanos. A fIm de explorar essa A noção de suieito sociológico refletia a
afIrmação, devo examinar primeiramente as crescente complexidade do mundo moderno e a
defInições de identidade e o caráter da mudança na consciência de que este núcleo interior do sujeito
modernidade tardia. não era autônomo e auto-suficiente, mas era formado
na rela ão com "outras pessoas importantes ara
Três concepções de identidade ele", que mediavam para o sUjeitoos v ores, sentidos
e símbolos - -a-cu:lrura- âOs mundos que eleíela
'Para os propósitos desta exposição, 'liã1Jítãva.G.H. Mead, C.H. Cooley e os interacionistas
distinguirei três concepções muito diferentes de simbólicos são as figuras-chave na sociologia que
identidade, a saber, as concepções de identidade elaboraram esta ~iin "in~rativa" da..
do: identidade e do eu. De acordo com essa visão, que
a) sujeito do Iluminismo, se tornou a concep~o sociológica clássica da questão,
a identidade é formada na "interação" entre o eu e
b) sujeito sociológico e a sociedade. O sujeito ainda tem um núcleo ou
c) sujeito pós-moderno. essência interior que é o "eu real", mas este é
formado e modificado num diálogo contínuo com os
O sujeito do Iluminismo estava baseado
mundos culturais "exteriores" e as identidades que
numa concepção da pessoa humana como um esses mundos oferecem.
indivíduo totalmente centrado, unillcado, dotado
das capacidades de razão, de consciênciae de ação, A identidade, nessa concepção sociológica,
cujo "centro" consistia num núcleo interior, que preenche o espaço entre o "interior" e o "exterior"-
emergia pela primeira vez quando o sujeito nascia entre o mundo pessoal e o mundo público. O fato

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A IDENTIDADE EM QUESTÁO
A IDENTIDADE CULTURAL NA 'ÓS-MODERNIDADE

de que projetamos a "nós próprios" nessas torna-se uma "celebração móvel": formada e
identidades culturais, ao mesmo tempo que transfonnada continuamente em relação às formas
internalizarnos seus significados e valores, tornando- pelas quais somos representados ou interpelados no~
os "parte de nós", contribui para alinhar nossos sistemas culturais que nos rodeiam (Hall, 1987). E
sentimentos subjetivos com os lugares objetivos que defInida historicamente, e não biologicamente. O
ocupamos no mundo social e cultural. A identidade, sujeito assume identidades diferentes em diferentes
então, costura (ou, para usar uma metáfora médica, momentos, identidades que não são unillcadas ao
"sutura") o sujeito à esln,tnr" _Estabiliza tanto os redor de um "eu" coerente. Dentro de nós há
sujeitos quanto os mundos culturais que' eles identidadescontraditórias,empurrandoem diferentes
habitam, tornando ambos reciprocamente mais direções,de tal modoque nossas identificaçõesestão
unificados e predizíveis. sendo continuamente deslocadas. Se sentimos que *
temosuma identidade unificada desde o nascimento
Argumenta-se, entretanto, que são exatamente
até a morteé apenasporqueconstruímosuma cômoda
essas coisas que agora estão "mudando". O sujeito, estória sobre nós mesmos ou uma confortadora
previamente vivido como tendo uma identidade "narrativa do eu" (veja Hall, 1990). A identidade
unillcada e estável, está se tornando fragmentado;
plenamente unificada,completa,segura e coerenteé
composto não de uma única~ mas de várias
uma fantasia. Ao invés disso, à medida em que os
identidades, algumas vezes contraditórias ou não-
sistemas de significaçãoe representaçio cultural se
resolvidas. Correspondentemente, as identidades,
multiplicam, somos confrontados por uma
que compunham as paisagens sociais "lá fora"
multiplicidade desconcertante e cambiante de
e que asseguravam nossa conformidade subjetiva
identidades possíveis, com cada uma das quais
com as "necessidades" objetivas da cultura, estão
entrando em colapso, como resultado de
poderíamos nos identificar - ao menos
temporariamente.
mudanças estruturais e institucionais. O próprio
processo de identificação, através do qual nos Deve-se ter em mente que as três
projetamos em nossas identidades culturais, concepções de sujeito acima são, em alguma
tornou-se mais provisório, variável e medida, simplifIcações. No desenvolvimento do
\l problemático. argumento, elas setornarão mais complexas e
qualificadas. Não obstante, elas se prestam como
Esse processo produz~ s~eito pó~ode~ pontos de apoio para desenvolver o argumento
conceptualizado como não ten o uma I entida central deste livro.
fIxa, essencial ou permanente. A identidade

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A IDENTIDADE CULTUItA1 NA 'ÓS-MODUNIDADE
A IDENTIDADE EM QUESTÃO

o caráter da mudança na e futuro, os quais, por sua vez, são estruturados


modernidade tardia
por práticas sociais recorrentes (Giddens, 1990,
pp. 37-8).
Um outro aspecto desta questão da
A modernidade, em contraste, não é
identidade está relacionado ao caráter da mudança
definida apenas como a experiência de convivência
na modernidade tardia; em particular, ao processo
de mudança conhecido como "globalização" e seu com a mudança rápida, abrangente e continua,
impacto sobre a identidade cultural. mas é uma forma altamente reflexiva de vida, na
qual:
Em essência, o argumento é que a mudança as práticas sociais são constantemente examinadas
na modernidade tardia tem um caráter muito
e reformadas à luz das informações recebidas
específico. Como Marx disse sobre a modernidade: sobre aquelas próprias práticas, alterando, assim,
é o permanente revolucionar da produção, o constitutivamente, seu caráter (ibid., pp. 37.8).
abalar ininterruptode todas as condiçõessociais, Giddens cita, em particular, o ritmo e o
...
a incerteza e o movimentoeternos Todas as
-
alcance da mudança "à medida em que áreas
relações fixas e congeladas, com seu cortejo de
vetustas representações e concepções, são diferentes do globo são postas em interconexão
-.- dissolvidas, todas as relações recém.formadas umas com as outras, ondas de transformaçãosocial
envelhecemantes de .poderemossüicar.se. Tudo atingem virtualmente toda a superfIcie da terra" _
que é sólidose desmanchano ar... (Marxe Engels, e a natureza das instituições modernas (Giddens,
1973, p. 70).
1990, p. 6). Essas últimas ou são radicalmente
As sociedades modernas são, portanto, por novas, em comparação com as sociedades
definição, sociedades de mudança constante, tradicionais (por exemplo, o estado.nação ou a
rápida e permanente. Esta é a principal distinção mercantilização de produtos e o trabalho
entre as sociedades "tradicionais" e as assalariado), ou têm uma enganosa continuidade
"~odernas". Anthony Giddens argumenta que: com as formas anteriores (por exemplo, a cidade),
nas sociedades tradicionais, o passado é venerado mas são organizadas em torno de princípios
e os símbolos são valorizados porque contêm e bastante diferentes. Mais importantes são as
perpetuam a experiência de gerações. A tradição transformações do tempo e do espaço e o que ele
é um meio de lidar com o tempo e o espaço, chama de "desalojamento do sistema social" _ a
inserindo qualquer atividade ou experiência "extração" das relações sociaisdos contextoslocais
particular na continuidade do passado, presente
de interação e sua reestruturação ao longo de
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,I

A IDENTIDADE CULTUIAL NA PÓS-MODERNIDADE A IDENTlDAQE EM QUESTÃO

escalas indefinidas de espaço-tempo" (ibid., p. A sociedade não é, como os sociólogos pensaram


21). Veremos todos esses temas mais adiante. muitas-vezes,um todo unificado e bem delimitado,
Entretanto, o ponto geral que gostaria de enfatizar uma totalidade, produzindo-se através de
é o das descontinuidades mudanças evolucionárias a partir de si mesma,
Os modos de vida colocadosem ação pela como o desenvolvimento de uma flor a partir de
modernidade nos livraram, de uma forma bastante seu bulbo. Ela está constantemente sendo

. I
inédita, de todos os tipos tradicionais de ordem.
social. Tanto em extensão, quanto em intensidade,
as transformações envolvidas na modernidade são
"descentrada" ou deslocada por forças fora de si
mesma.
mais profundas do que a maioria das mudanças As soci6d~des da modernidade tardia,
características dos perlodos anteriores. No plano argumenta ele, são caracterizadas pela
da extensão, elas serviram para estabelecer formas "diferença"; elas são atravessadas por diferentes
de interconexão social que cobrem o globo; em
termos de intensidade, elas alteraram algumas
divisõese antagonismossociaisque produzem uma
das características mais íntimas e pessoais de nossa variedade de diferentes "posições de sujeito" -
existência cotidiana (Giddens, 1990, p. 21). isto é, identidades - para os indivíduos. Se tais
sociedades não se desintegram totalmente não é
David Harvey fala da modernidade como
porque elas são unificadas, mas porque seus
implicando não apenas '(um rompimento
diferentes elementos e identidades podem, sob
impiedoso com toda e qualquer condição
certas circunstâncias, ser conjuntamente
precedente", mas como "caracterizada por um
articulados. Mas essa articulação é sempre parcial:
processo sem-fim de rupturas e fragmentações
a estrutura da identidade permanece aberta. Sem
internas no seu próprio interior" (1989, p. 12). isso, argumenta Laclau, não haveria nenhuma
Ernest L~clau (1990) usa o conceito de história.
"deslocamento". Uma estrutura deslocada é
aquela cujo centro é deslocado, não sendo Esta é uma concepção de identidade muito
substituído por outro, mas por "uma pluralidade diferente e muito mais perturbadora e provisória
de centros de poder". As sociedades modernas, do que as duas anteriores. Entretanto, argumenta
argumenta Laclau, não têm nenhum centro, Laclau, isso não deveria nos desencorajar: o
nenhum principio articulador ou organizador deslocamento tem características positivas. Ele
único e não se desenvolvem de acordo com o desarticula as identidades estáveis do passado,
desdobramento de uma única "causa" ou "lei". mas também abre a possibilidade de novas

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A IDENTIDADE CUUUIAL NA PÓS-MODERNIDADE
A IDENTIDADE EM QUESTÃO

articulações: a criação de novas identidades, a


Nojulgamento de Bush, os eleitores brancos (que
produção de novos sujeitos e o que ele chama de
podiam ter preconceitos em relação a um juiz
"recomposição da estrutura em tomo de pontos
negro) provavelmente apoiaram Thomas porque
nodais particulares de articulação" (Laclau, 1990,
p.40). ele era conservador em termos da legislação de
igualdade de direitos, e os eleitores negros (que
Giddens, Harveye Laclau oferecem leituras ap6iam políticas liberais em questões de raça)
um tanto diferentes da natureza da mudança do apoiariam Thomas porque ele era negro. Em
mundo p6s-moderno, mas suas ênfases na síntese, o presidente estava "jogando o jogo das
descontinuidade, na fragmentação, na ruptura e identidades" .
no deslocamento contêm uma linha comum.
Durante as "audiências" em torno da
Devemos ter isso em mente quando discutirmos o indicação, no Senado, o juiz Thomas foi acusado
impacto da mudança contemporânea conhecida de assédio sexual por uma mulher negra, Anita
como "globalização".
Hill, uma ex-colega de Thomas. As audiências
causaram um escândalo público e polarizaram a
o que está em jogo na questão sociedade americana. Alguns negros apoiaram
das identidades? Thomas, baseados na questão da raça; outros se
opuseram a ele, tomando como base a questão
Até aqui os argumentos parecem bastante sexual. As mulheres negras estavam divididas,
abstratos. Para dar alguma idéia de como eles se dependendo de qual identidade prevalecia: sua
aplicam a uma situação concreta e do que está identidade como negra ou sua identidade como
"em jogo" nessas contestadas definições de mulher. Os homens negros também estavam
identidade e mudança, vamos tomar um exemplo divididos, dependendo de qual fator prevalecia:
que ilustra as conseqüências políticas da seu sexismo ou seu liberalismo. Os homens
fragmentação ou "pluralização" de identidades. brancos estavam divididos, dependendo, não
Em 1991, o então presidente americano, apenas de sua política, mas da forma como eles
Bush, ansioso por restaurar uma maioria se identificavam com respeito ao racismo e ao
conservadora na Suprema Corte americana, sexismo. As mulheres conservadoras brancas
encaminhou a indicação de Clarence Thomas, apoiavam Thomas, não apenas com base em s~a
um juiz negro de visões políticas conservadoras. inclinação política, mas também por causa de sua
oposição ao feminismo. As feministas brancas,
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IDENTIDADE CUIJUIAL NA PÓS.MODERNIDADE A IDENTIDADE EM QUESTÃO

ue freqüentemente tinham posições mais identidades das pessoas possam ser


rogressistas na questão da raça, se opunham a reconciliadas e representadas.
ornas tendo como base a questão sexual. E,.uma De forma crescente, as paisagens politicas
vez que o juiz Thomas era um membro da elite do mundo moderno são fraturadas dessa
'judiciária e Anita Hill, na época do alegado incidente, forma por identificações rivais e
uma funcionária subalterna, estavam em jogo, nesses deslocantes - advindas, especialmente,
argumentos, também questões de classe social. da erosão da "identidade mestra" da
A questão da culpa ou da inocência do juiz classe e da emergência de novas
Thomas não está em discussão aqui; o que está
identidadeti, pertencentes à nova base
em discussão é o "jogo de identidades" e suas politica defibida pelos novos movimentos
conseqüências políticas. Consideremos os sociais: o feminismo, as lutas negras, os
movimentos de libertação nacional, os
I
.
seguintes elementos:
As identidades eram conlradit6rias. Elas se
cruzavam ou se "deslocavam" mutuamente.
movimentos antinucleares e ecológicos
(Mercer, 1990).
I
. As contradições atuavam tanto fora, na
sociedade, atravessando g:upos políticos
Uma vez que a identidade muda de acordo
com a forma como o sujeito é interpelado
I
estabelecidos, quanto "dentro" da cabeça ou representado, a identificação não é
' de cada indivíduo. automática, mas pode ser ganhada ou
I

I
· Nenhuma identidade singular por
exemplo, de classe social- podia alinhar
- perdida. Ela tornou-se politizada. Esse
processo é, às vezes, descrito como
todas as diferentes identidades com uma constituindo uma mudança de uma politica
"identidade mestra" única, abrangente, de identidade (de classe) para uma politica
na qual se pudesse, de forma segura, de diferença.
basear uma política. As pessoas não Posso agora esquematizar, de forma breve,
identificam mais seus interesses sociais o restante do livro. Em primeiro lugar, vou
exclusivamente em termos de classe; a examinar, de uma forma um pouco maisprofunda,
classe não pode servir como um como o conceito de identidade mudou: do conceito
dispositivo discursivo ou uma categoria ligado ao sujeito do Iluminismo para o conceito
mobilizadora através da qual todos os sociológico e, depois, para o do sujeito "pós-
variados interesses e todas as variadas moderno". Em seguida, o livro explorará aquele

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A IDENTIDADE CULTURAL NA ,6S-MODERNIDADE

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aspecto da identidade cultural moderna que é
formado através do pertencimento a uma cultura NASCIMENTOE MORTE
nacional e como os processos de mudança uma - DO SUJEITOMODERNO
mudança que efetua um deslocamento -
compreen-didos no conceito de "globalização"
estão afetando isso.

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