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Tal assistência se distingue da assistência simples que por sua vez, se afasta, como
forma de intervenção de terceiro, do litisconsórcio.
A matéria em estudo tem sido objeto de diversas conclusões pelos mais autorizados
processualistas, em que, geralmente, se confundem assistência simples com assistência
litisconsorcial.
Por sua vez, Pontes de Miranda, em seus “Comentários ao Código de Processo Civil”
(1959), t. II, p. 132, apresenta como exemplo de assistente equiparado ao de litisconsorte o
caso da intervenção do tabelião na ação em que se discute a validade da escritura pública, por
defeito de forma.
No direito italiano, Zanzucchi, “Diritto Processuale Civile”, vol. I, § 138, acentua que
a assistência litisconsorcial nasce de uma segunda controvérsia entre o interveniente e o
adversário de seu litisconsorte e apresenta alguns exemplos:
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Fabbrini, em seu “Contributto alla dottrina dell’ intervento adesivo”, afirma que o art.
105 do Código Italiano não prevê nada mais que uma forma postergada ou sucessiva de um
litisconsórcio facultativo, similar à figura como do litisconsórcio.
O assistente simples está vinculado à justiça da decisão (art. 55 do CPC), que é o fato
jurídico tido como processualmente verdadeiro, na premissa menor do silogismo sentencial,
os fundamentos da decisão. Já, na assistência litisconsorcial, o terceiro assume a posição de
parte, desde que também a relação jurídica que o vincula ao adversário do assistido será
decidida pela sentença, com força de coisa julgada, pois a influência, mencionada
timidamente no art. 54 do CPC, corresponde a coisa julgada.
Assim, data vênia, o fiador e o tabelião, que possuem interesse mediato como
terceiros, na lide, não são assistentes litisconsorciais, mas adesivos, tanto quanto o sub-
locatário (interesse imediato) em relação ao locatário, na medida em que auxiliam a parte, e
tem interesse jurídico na sua vitória.
Tese correta é aquela que defende que a assistência litisconsorcial não é hipótese de
litisconsórcio superveniente, porque a posição processual do assistente é parte.
Não pode o assistente litisconsorcial requerer ação declaratória incidental, pois não
tem essa autonomia, não pode reconvir ou alterar o pedido ou a causa de pedir, pois sua
intervenção não afeta o objeto litigioso.
i) caso em que a irmã dos interditos assiste o Ministério Público em ação que este
propõe para destituir o atual curador daquele, isto porque, tendo legítimo interesse
na pretensão destitutória, poderia ela litigar como parte (TJMT – 1.ª t – Ap. 9.305,
j. 17.10.77);
q) ações referentes a silvícolas sobre as terras que habitam, em que a União Federal,
por força da Lei n.º 6001/73, art. 36, p. único, se apresentava como assistente
litisconsorcial (Dinamarco, Litisconsórcio, 4.ª edição);
O instituto tem traços misteriosos. Por certo, o assistente litisconsorcial não se alça à
condição de litisconsorte, pois o direito postulado na demanda inicial não é seu. Mas que se
dirá da situação trazida no art. 42, § 2.º do CPC, diante da proibição do assistente
litisconsorcial dispor do direito material ou do processo? Certamente, não pode a parte
principal (substituto processual) dispor de direitos sem consenso do substituído processual,
titular da relação processual e parece certo que o assistente, apesar de tal, pode dispor de tal
direito, desde que, de acordo com a parte contrária.