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PROFERIDOS
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1 POR
1
I
IOIUUIQ
~ i i R I I I U L SPRADBSSO DA SXLVEIItA
Deputado pelo circulo de Andia
i NAS
1 ~ ~ PORTUGUEZA
x0
POR
LISBOA
IWRENBA NACIONAL
1810
Dwejo entrar na discuisão d'este assumpto friamente e
aem paixHo. Ao discurso repassado de poesia do illustre de-
putado, que me precedeu, responderei eu prosaicamente.
Nem o assumpto, na parte que me parece mais necessario
discutir agora, se presta a outra cousa, nem eu tenho dis-
posiçgo para de outra maneira orar.
A questão de que se trata, e que tem uma grandissirna
importancia, não B apenas relativa a esse decreto de que
têem fallado os illustres deputados ; p6de bem dizer-se que
6 a questh do imposto.
Necessitâmos entrar n'essa questão. Poderiamos entrar
n'ella por um modo ou por outro; entraremos pelo estudo
d'este primeiro decreto, a que os illustres deputados se têem
referido.
Tomo eu a discussão n'este sentido, e parece-me que a
devo aceitar assim. Assim a aceito Bem paixão, assim quero
aceita-la para as minhas apreciações; e desde j6 declaro que
não prometto ser muito breve, pedindo B camara que m'o
desculpe.
NBo 86 o aesumpto B grave e exige um certo desenvol-
vimento (apiudos), mas por outra parte parece-me que não
se perderá com emse desenvolvimento, indirpemavsl para
que nada fique obscuro, pua que tudo se poua d a r , e
para que nenhuma duvida pesa restar no pais, porque
6 naiaesario que todas ae duvida8 se desvaneçam (apoia-
dw).
Eu quero crer que nenhum dos illustres deputados, que
fireram esta interpellnção, se apresentou com animo de aggre-
dir algiiem. Deolaro que e&n convencido de que S. exeU
hinesta inter@Irr#b unicamente no interesse da a m a
publica, que a fizeram aproveitando a posigao que tbem
aqui, para levantarem a voz, a fim de sustentarem o que lbea
parece rasoavel e justo. Aos illustres deputados respondo
eu, contrariando uma parte das suas doutrinas; respondo,
Bem que na minha resposta haja nem o mais remoto desejo
de fazer aggressaes a quem quer que seja. Ngo tenho esses
desejos, não Q isso d a minha indole, e quando fosse, havia
de modifica Ia n'eate logar, para evitar o que me parece que
nào p6de nunca ser proveitoso ao paiz. (Vozes: -Muito
bem.)
Estudando eata questão, a primeira necessidade que nbs
temos 6 apreciar quaes eram as circumstancias em que es-
tava o governo quando subiu ao poder em agosto de 1869.
Começam n'este ponto os primeiros trabalhos, que deram
o r i g ~ mao decreto de 30 de.dezembro.
E preciao estudar a questão desde o principio, Q preciso
ver como as cou~asestavam jB dispostas, 8 preciao indagar
como se encontrou o terreno preparado, 6 preciso saber
quaes eram na disposições, que antes se tinham tomado,
para poder apreciar com justiga o procedimento do go-
verno.
Que eram mlls as matrizes, dizia-o n'esse tempo o par-
lamento, diziam-n'o as juntas geraea dos districtos, dizia-o
a imprensa, diziam-n'o todos os empregados fiscaes do esta-
do. Era untmime a opinião r este respeito, não havia uma
d voz para defeade-las, estavam todos de accordo, quando
o governo subiu ao poder em agosto' de 1869.
Por ema epocha um illustre deputado, que foi aqui meu
collega, que foi 14 f6ra meu discipulo, de quem tenho sido
rempre amigo, e que reepeito muito pelo seu talento e pelas
mas qualidades, levantava-se n'ests oasa, e dizia verdades
i regppito das matriees, verdades que eu devo repetir
agora.
E perdoe-me a camara se eu, no intento de ser breve,
apenas cito a opinigo d'esae illustre deputado ;permitta-me
que, por esse motivo, cite uma a6 opiniilo, ou apenas apre-
sento um s6 documento em objecto a respeito do qual po-
deria apresentar muitas opiniões e muitos documentos.
A csmara sabe perfeitamente que para apresentar no
parlamento opinices a renpeito das matrizes n6s poderiamos
ir busca-las aos tempos mais remotos. NSo me refiro s eras
que j B 18 vHo, ha muito, como fez o nobre deputado que me
precedeu, que foi procurar esses tempos; refiro-me ao que
se passou aqui ha dez ou quinze annos; e parece-me que
n'este periodo temos bastante materia. para o estudo $as
questães que devemos debater deste logar sobre o aasumpto
de que se trata.
Como ia dizendo, poderia apresentar, recorrendo h8 dis-
cuss8es parlamentares, muitas opiniíjes e muito auctori~adas,
todas ellas contrarias ás matrizes, como estavam e estiKo
no seu estado actual. Limito-me p o r h a apresentar u m a
s6 para ser breve. Peço A csinnra licença para lh'a ler.
Quando m e referi ha pouco a um antigo eollega, ciijo
merito reconheço e respeito, faltava do sr. Henrique de B ~ I - -
ros Gomeri, pessoa digna da consideraçlio de todos (apoia-
dos).
O Sr. Henrique de Barros Gomes disse n'euts casa, crn
sessão de 10 de julho de 1869, o seguinte:
r A distribuiçbo\ baseada exclusivamente sobre o rendi-
mento collectavcl agravaria os factos, que todos reconhe-
cemos e Ismentâmos, carregando o pobre com quasi todo
o peso do imposto, o havendo de concelho para concelho,
de freguesia para freguesia e de vizinho para vizinho, o
que 6 mais terrivel, porque p6de ser mais immediatamente
apreciado, as injustipas e as iniquidades mais fragrantes e
rnaoifestae. B
* * . . . * . . . * . * . . . . . . * . e . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . * . . . . .
Niimeros ( a )
- Hendiniento total dos prrdios
Ka matriz predial
de 1869
P ~ l onovo
arrolame~ito( b )
Differeoya
a mais
-
e liquido em dinheiro
inscripy ão
.2
Designsy80
das prol~riedades
- A, -
e 50
:fi
z z-
Na matriz No arrolamento
-
1 7 Casa nobre e quin- 504000 réis ...... 1105000 réis.
tal
--
6 896 Quinta da Atalaia, Milho 100 alqueires Centeio 150 alq.
com sobreiras, Bolota 24a000 réis Pastos 84000 réis.
terra de cultura Cortiga '54000 réis Fructas 24000 reis.
(3.aclasse)
-- (a)
81 519 Couto e terras de Centeio 1162/3 alq.. Centeio 278 alq.
cultura Pastos 23fi400 réis Pastos 16$000 réis.
--
82 564 Couto.. ......... Centeio 60 alq. ... Centeio 150 alq.
Pastos 64670 réis.. Pastos 106000 réis.
Azeite 1 alq.
--
83 566 Couto.. ......... Centeio 100 alq. .. Centeio 110 alq.
Pastos 108000 réis Pastos 204000 r&.
Azeite 1 alq.
--
84 562 Couto. .......... Centeio 150 slq. .. Centeio 2 12 alq.
Pastos 10,4000 réis Pastos 18f700 réis.
--
98 373 Couto. .......... Centeio 300 alq. .. Centeio 1:097 alq.
Pastos 734340 réis Pastos 834400 réis.
--
.. 15,$i000 róis. ......\80K)B000
-1
130i Casa e quintal.
133 ( l7 Lagar de azeite.
--
. 8Q000rhis. ....... reis.
2 &
!i $2 Xa matriz No arrolamento
2 -
-
617 '
618/659 Tapada.. ....... 108000 r6ia ...... Centeio 150 a b
v -
....... Pastos 9$000 réis.
68000 r6is
661 938 Um chEto. ....... 106000 rbis ...... Milho 50 alq.
As sobreiraa 16500
réis.
1-
(fl) fa matriz comprehen&.se nAo ai> s. quinta, como um3 das duas tapadas de SO-
hrciras ]~roxiriinsA mesma qu jnts, 9 arios tprrrnos do sitio da Atalaia. ~ I I Rno arrola-
mrnto v50 itlscrfpto~em separ~da,se, ido niguns d'eliea de rciitlimeuto colisideruvel.
Outro mappa diz respeito ao rendimento bruto, relativo
a uma frleguezia: fez-se o calculo do rendimento bruto an-
nual em relação a certos generos de cultura.
...
DISTRICTO DE -FREGUEZIA DE .e
*
minar e poder reclamar.
evidente que, nttendendo a estas circumstancias, nin-
guein p6de pensar que o contribuinte esth agora peior do
que estava.
Antigamente, antes de formada a matriz nada tinha com
ella; o escrivão de fazenda recolbia as informações, e so-
b r e essas informações fazia o seu trabalho. Agora A cha-
mado a assistir á informação, dá informações elle proprio,
ou manda-as dar pelo seu caseiro; vae ver o resultado da
informação, qual o laudo ; e, antes de feita a matriz, p6de
reclamar.
Mas isto que se deduz do decreto, vem expresso nas con-
dições mencionadas nos editaes publicados.
Eu leio 4 camara um edita1 d'estes publicados em con-
formidade com a disposição do decreto que mandou que se
fizesse constar que o servi90 ia começar.
. . ...
aDistricto de.. Comarca de.. Concelho d e A com-
missão nomeada em virtude do artigo 2 . O § 1."do decreto
de 30 de dezembro ultimo ha de começar o servi90 do ar-
..
rolamento predial e pessoal d a freguezia de.. . no dia.. . de..
((Os contribuintes poderão apresentar á commissto dire-
ctamente ou por interven~godo regedor da parochia, as
declarações e informaçges verbaes ou escriptas antes do
arrolamento, ou durante o serviço da inscrippão, assim como
a s suas reclamações, depois de concluido o dito arrolamento.
aAs declarações e informaçges deverão referir-se á des-
cripção, ao rendimento, aos encargos de seus predios, e
'
i
Inscriptos Manifestados
antea do depoia do , Total
encerramento encerramento
das matrizes das matrizes
para 1869 para 1869
Aveiro .....................
Beja. ......................
Rrrtga .....................
Bragnnça ..................
Castello Branco.............
Coimbra ...................
Evom .....................
Faro ......................
Guarda ....................
Leiria .....................
Lisboa. ....................
Portalegre .................
Porto ......................
Santarem ..................
.........
Vianna do Castello..
Villa Real .................
Vizeu ......................
Armamar
Carrega1
........
......... Topographica.
Mixta.
Caatro Daire ..... Por grupos de predios pertencentes a cada indi-
vidao em cada freguezia.
8anta Comba DLlo.. Idem idem.
Fragnae .........
S. J& de Areias..
Idem idem.
Idem idem.
Lsmego ..........
Mangualde ....... Topographica.
Por grupos (na fórma acima).
Moimenta da Beira Alphabetica,
Mondii .......... Topographica.
Mort8gua
Nellae
........
........... Por grupos (na fórma acima).
Idem idem.
Oliveira de Frades Idem idem.
8. Pedro do Sul. .. Idem idem.
Penalva do Castello Topographica.
Penedono
Pesqueira
........
........ Por grupos (na fórma acima).
Idem idem.
Rezende ......... Idem idem.
kttam ..........
Sernancelhe ...... Idem idem.
Idem idem.
Sinfhs .......... Idem idem.
Tabuaço
Tarouca
.........
.........
Mixta.
Alphabetica.
Tondella
Vizeu
.........
............ Por grupos (na fórma acima).
Mixta.
Vouzella ......... Por grupos (na fórma acima).
Passo a outro ponto. Quando se considera a quesso dos
arrolamentos, esquecem-se inteiramente as matrizes quanto
4s despezas, e o pais provavelmente acredita que nno havia
despezas ; acredita que air matrizes não custavam dinheiro,
que os trabalhos preliminares dos arrolamentos nfio se pa-
gavam, que eram de graça. Declaro formalmente que o
serviço nunca se fez de graça, nem creio no serviço feito '
N. B. Tanto os escriv&es de fazenda como os louvados teem sido remuiieradori pelo seiviso das contribuiq0es pessoal e
i duatrial sem distincgiio da parte respectiva a cada uma daa mesmaa contribuiqOes.
Agora outro exemplo. Vamos a outro districto. Vejamos
quanto custou a reforma da matriz n'um anno. Note-se que
muitas vezes a matriz, que muito custa, nào 8 senão a co-
pia da matriz anterior (apoiados), segundo diz s camara
municipal de Amarante.
No districto de Coimbra gastou-se n'um anno, e não cito
este exemplo para dizer que se gastava muito, mas para
provar que se gastava, 5:1374000 r8is e com os louvados
1:5866540 réis.
DISTRICTO DE COIMBRA
Nota das gratificacões e salarios pelo serviço das matriees grediaes
no anno de 1866
II
Gratificações
Concelhos
I
OldiDariP Extraordi-
narie
1 Total
Arganil.. .
Cantanhede.
...... 160,&572 848010
213b592 1026880
2448582 112$600 367&182
3168472 188700 3356172
Coimbra. .. ... 4654020 828740 547&760 808300 6288060
Condeixa. .... 1115771 358780 147565551 465200 1936751
Figueira ..... 3413400 764970 4186370 124a920 S43C290
Goes. .. ...... 563480 47$710 1045190 108&330 212&700
Lotizã.. . . . ... 758200 264950 102$050 96&900 198$950
M i r a . . ....;. . 56J555 228740 79$295 32i200 82iZ495
. .
Miranda .. . 725050 293760 101565810 226200 124$010
.. .
lvlontemór . 2863468 613170 3474638 60$600 408d288
Oliveira doHos-
..
pital. . ... 1814749 436740 2258489 2338640 4591129
Pampilhosa.. . 516287 348560 856847 396800 1258647
..
Penacova . .
... .
Penella . .
706380
674078
'i24970 1438350 1435700 287$050
40Ji940 108$015 444700 158&718
Poiares ..... . 336618 206S60 548 178 85$600 1394778
Soure ........ 2416506 738720 315822G 898880 4038106
Tábua.. ..... 1508049 598550 2094599 2748700 484t209
2:6349675 9164750 3:5516425 1:5866240 5:137#665