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PARECER

SOBRE O

MERECIMENTO 00 RECURSO DE REVISTA


inlei'posto, pelos Administradures da

CAIXA FILIAL DO BAJYCO UN I10

CCORDÃO DO TRIBUNAL C O Y M E R C I I L I)E 1.' I,YSTAN(:I \

proferido na
CAUSA DE FALLENCIA DO SR. THOMAZ MARIA BEPSOSK
BEQUERIDA PELO RANCO [)E KPORTUGAL))

Por
F A . F. DA SILVA FERKÃO
i~oltse\\xci~oaloseq\taho ào S. Tzib. de Just. ihuocjuAù
pe~nntoas T~ib~tg~aes i.&Cô~te,e k .
*i: ~ 1 1 1 5tcmeraria empresa,O pretender allilir
r(iinin justira apparente com a verdadeira justiça.
fflllla ngrndii n totlos, ma9 riinguern n qrier eri,
*C1139.))
-
BASTO+. Co[l. d e yens.

Aclia-se pendente da decisáo do Supremo Tribiiml


rle Justiça, um recrirso de revista interposto de accor-
dão tlo tribu~ialcomincrcial d e 2." instancia, recu-
sando tomar conhecimerito de urna appellação coin
qiie o bnnco liniao da cidade do Porto se oppoz ri
sentent:a que ileclaiou em estado de qucl~rao sr. Tlio-
m:iz JI. l~essoricnegociarite da praça dc Lisboa.

E-rios petiiiio o nosso parecer sobre o merecimento


deste recurso, e rnesmo sobre o dá referida sentença,
tendo preseiitcs, por copia, as peças principaes do
respectivo processo, e por f h a delle, diversos docii-
mentos e inforrnaçóes, relativas a toda esta desgrayadn
yuestjo. Tambem lemos diversos op~isculos. piibli-
cados por uiilri e por outra parte.
Pbucia, ou talvez nenhuma, utilidade poderá ter este
riosso trabaltio; por isso que no dito processo, pen-
derite de revista, já niiriutaram, em tempo e logar
competenie, os disliiictos advogados das partes liti-
gantes, e nada de riovo poderiamos subsiaticialrnente
dizer, digno de ser tomado eni consideração.

Toodavia, 6 tiin desafogo para quem assini o exige


de ncis, e uma prova de confianç;~ na irnparcialiùade
com que costumamos responder 5s consultas que nos
s30 dirigiclas, e por isso escrevereriios sobre a mate-
ria o que nos suggerir o sou exame.

Foi fundamerito da questão prejudicial, levantada


na referida Relação e decidida por aqicelle accordáo,
rio poderem ser admittiùos, conio pessoas legitimas
para appellar, os administratlores da caixa filial que
r k ~banco Unifio se acha estabelecida em Lisboa.

Já o juiz de i b ainstancia .se liavia mostrado incli-


nado a excluil-os.pela ii~cornpetcnciac10 iiieio, preteii-
clendo que fosse o de embargos a serite11i.a~em logar
de ser o da requerida appella$io.

Replicouse a este primeiro despacho e enao o juiz,


re~o~dercaacio, mandou tomar o respectivo termo,
mas com certa reserva, tanto é dilíieil confessai-.qiie
nos enganilnosf
5
-
Effwtivamente o recurso de appellaçlo era o unim
de que o banco ünião da cidade do Porto podia usar,
nos termos da Ord. do Liv. 3 . O tit. 81, pr., do $ 11.0
art. 681."da Ref. Jqd. e do alinea 2 . O do art. 411.3."
do C d . Comm. confrontado com o art. 1.O do m e s m
C&. Nán podia deixar de ser assim, pois que nenhum
tribunal, e menos um excepcional, pijde julgar contra
terceiros, embora intlirectat~ente,sem qite estes te-
nham direito de reclamaçio e defesa contra deeisóes
que os prejudicam.
Podem pois appellnr:
an3o sónientc cada um (10s litigantes que se
usenlir aggravoclo mas ainda pialquer o/l!ro,
*a que o feito possa tocar, e Ihe da s m t ~ n .
@possavir algum prejuizo.
declara o legislador na cit. Ord. do Liv. 3.' tit. 81,
e, em menos palavras, no cit. 1i .O da Ref. Jiid.
<tPoderão appellar todos os que se julgarem
aaggravados na sentença. .lp

E esta disl)asiç5o é subsidiaria e complementar da re-


gra geral estabeleeida no cit. art. 19 1 3 . O do Cod. Comin.
Alem da que, se ahi se determina que os tribu-
naes de commercio da '4 .a iinstancia tem aicada delSni-
tiva nas causas cuja continencia a não exceder: tam-
bem ahi se declara, que excedendo-a cabe o recurso
d'appellnçáo para o lrs'btmal de cornmercio de scprnda
instancia, e esta disposiçáo absoluta, n5o podia sof-
frer uma restricçso, que limilasse essa faeuldado ás
pessoas litigantes, sem qu8 tal limitacáo, absurda
por ser moralmente irnpossivel, fosse expressa.
Acaescia que, determinando-se, no art. 1LiB.O do
mesmo Cod., que as causas de commercio deseonhe-
cem todo o recurso, que nio seja o de aggraw no
auto do processo, e o de appellapi70, e que em todos
os caso% tem esta sórncnle o e f e l l o decolzdtivo: ao
mesmo passo, que os appellantes por parte do bnnc6
C~izãocorriam o grande periyo de serem postos fúra
da causa pela incompetencia do meio de euibaryos, 5
facultados, por excepç60, aos fallidos, nenhum prejuizo
resultava ao atidamento da mesma causa, usando eG
ies do meio de appellação.

Se os appe'rlaotes pois tivessem seguido o consei


li-10 ouinsinuação do juiz, veriam, sem davida, compro-
mettidos cis interesses que interitaram defender, ca-
hindo no laço, que elle, involuntariamente, pela. e F
rada applicação. da. lei, I.hes teria armado. O tribu-
nal superior, quando mais tarde conliecesse por ap-
pellaçáo da sentença proferida sobre os embargos, po-
(leria julgar extemporaneo e prejudicado este novo re-
curso, pela ineompetencia dos mesmos embargos, e
consequerite nullidadie de lodo o processcx
Pasta por tanto fórs de controversia. a legitimidade
clo recurso : vamos entrar no exame da qucsth pen-
dente e, ex-abundanti,, de outras connexas, fazendo
ver : 1. O que se fez orna errada. applicaçáo das leis do
reino no aceordáo recorrido negando aos appellantes a
legitimidade pessoal para poderem recorrer em nome
e a favor do banco União: 2."que, consistindo o fun-
damento da appellaç-ão fia nullidade, ineompetencia e
excesso de jurisdicçáo.com que foi proferida a sen-
tenta que declarou o sr. Bessone ein estado de que-
bra, existe essa nullidade, insanavel e insiipprivel :
3." que, ainda abstraliindo desta nullidacls, existe ella
na decisio tomada na mesma sentenra e tanto no ponto
de facto como iio ponto de direito.

Nso queremos fazer assirn aguert'a CIO OUIICO de


~ortocgal:D nenhuma indisposir,50 temos contra um
estabelecimento alias respeitavel e de tanta utilidade
publica: queremos a sua maior prosperidade e desen-
volviinento ern proveito de seus accionistas c da Na-
cão : temos levado cluasi até ao heroismo a defesa
publica dos seus direitos e justiça ; somos amigos, pre-
sos mesnlo pela gratidno a algum, dos cavaltieiros di-
rectores do mesmo banco : forcejámos por alcancl.ar
uma conciliação: porem, por emcluanto,,as esperanps
della estão perdidas : por em qtcnlzto, dizeiiios, por
que airida confiamos do tempo, cios liorneris, e (12
reflexão; e nesta situac30, deplorando, muito sincera-
mente, a reciprocidade de iricrepações e de insinua-
ções, a que este malfadado negocio tem dado occasiáo,
e que náo desejamos nem queremos por modo algiim
reproduzir, trataremos da materia, e sò da rnateria,
objecto desta ~ e m o r i a prociirando
, demonstrar, com
razòes, as tres conclusóes referidas : sem perder a
esperança de que as partes venliam ainda a seguir
o conselho do legislador: i Ord. L. 3." Tit. 20 5 1.'
1 Vimos em certo jornal de 8" dc jultio de 1863, urna
correspondeneia anonyina, na qual, pretendendo-se j usti-
ficar o banco do procedimento, que teve para com o Sr.
Bessone, precede a seguinte ohserva@o :
=Oaccordao da Relação commercial r150 tornou es-
nbecimento da appellação interposta por parte &
banco União da cidade do Porto com o fundamento
de qiie, sendo essencial em todo o processo a legiti-
mação das partes, como se poiiderou no 1 2 . O do tit.
3: da lei de 22 de dezembro de 1761, as pessoas
aNão ha ninguem que não saiba que o J~ancode Por-
atugal azcqicn eontT'z~z10~para a fallencia dos seus deve-
((dores, e que, pelo contrario, muitas vezes tem hab a%-
a,iY\u a muitos que sem elle se precipitariam no abysmo.
((Não podia pois o banco abrir uma e z c c ~ p i ~ \para
o com o
crsr. Bessone, se ~ncotivospm~ixto~ponhe~ososo não acconse-
c(1hassern a isso. A missiio p.cin~ciryalde uni estabeleci-
mento de credito, é, sabemol--o, amlyaray o eonme~e'w,
nobviar as difficuldades e transtornos, que muitas vezes
R T ~ OsuV~tawmte coI1ocar em apuros negociantes honra-
c(dissimos.s
E exactissima esta observação no que respeita a linha
de conducta, ue o banco em regra tem seguido, e beirr
9
merecido é o ouvor que assini se lhe attribue, ou antes,
se assim nãro fosse, seria justioima a mais serera Zen-
sura.
Equiparado o banco, desde a lei primordial da sua
institui$ào, em yrivilegios a Fazenda Publica, assim como
B axioma para o Estado, que este perde sempre em ar-
ruinar os seus devedores, o banco tem appropriado o
mesmo principio, e por maioria de razão; porque os seus
inb~essesexigem qiie não inspire por modo algum r e
ceios ao carnmercio.
O banco teni sido sempre, e mais ou menos, unia potea-
clln no Estado: quando creho~,e 11% c ~ e h o rgohe~oso; e se
h f o ~ pque d'ahi lhe vem, e aos pi"ùi\e$~os de que se
achi armado, juniasse o carecteristico de ~ ~ t l ' z o r a com-
w~i~
merciantes e não comnierciantes, uns, fugirião de a11 con-
trahir obrigicões : outros, procurariam exonerar-ss dellas
a todo o transe, para lá não voltar.
Houve tempo que o banco mais parecia uma caixa e
casa de fabricação de moeda a e1 por conta e em pro-
veito do thesouro, do iie estagerecimento de desconto e
de cireulaçáo em ben$cio do commereio.
que appellararn, como representantes do bcrlrco
eo4 quarito se tlissessem administradores da caixa fi-
tia] do mesino banco, e se reportassem a nomeaçan

náo legitimavain, pois Ities cumpria apresentar tran-


sumpto legal desse registo; assim por se [ião po~lei.
A fallcncia e riiina do 1)anco cstevc eiiiincnte e teria
infalli velniente acoriteçido, se os poderes publicaos Ilie riáo
acudissem, sujcitaiido, para esse fim, a penosos sacrilicios,
os contribuintes e os servidores do Estado.
O passado tem servido, e tiade ço~itinuara scrvir, 6s
direc~õesdo mesmo banco, de liçào ara o futuro, para
!
entendrr yuo e perigoso acceitar em c einasia traiisac~ões
com qualquer governo, e que lhe é seinpre mais iitil
alargar o circiilo das (pie deve admittir de particulares, e
sempre explorando mais o cxeti~iooyulssod que o c.ttK\to
TUA, qu o resultante de bens de fortuna.
Se il'ua ou n'outro caso o banca, apesar do correctivo
deseus privilegio$, tiver prrdas, resultarites de Ijllcncias
iniprevisias, serão estas cobertas pela maior provenien-
cia de lucros resultantes do desenvolvimento de transac?
ções, que só terão liigar em riiaior escalla n?o <e inspi-
rando terror ao commerciante.
Esta 6 a missão do banco de Portugal; esta é, e terri
sido, a sua sciencia e prudencia economica e adiiiinistra-
tiva; assim o teiii reconhecido e praticado sempre a sua
direcção.
Logo só por nioti~os muito ~ ~ C ~ P I P O Çpoderia
OS fazer
uma excepqão contra o sr. Beçsone. Para se justificar,
nao Ilie bastava ter por motivos o direito firmado no
art. 1126.0 do cod. de comm. e os mais que allegou em
sua peticão para a abertura da quebra: era-lhe mais pre-
ciso, por col~S\&e~aciiocsyeciai, que esses motivos bssem
muito rpond~~~osos.
A primeira condirão para que esses motiyos obtires-
sem similhante qualiiica~ão,na quinta essenc!a de muito
ponhcrosos, era n p.rc\\\eAititac&u bem carecterisada e (1""
fosse exclusiva de toda a idéa de .p~~c'v$ztaqUo.
Dependia da direcçjo do banco o assasi\~tr\lo co~nn\e~cial
do sr. Bes~one,a ~ i w ~ tdo e seu credito, e entiio era de-
fazer obra por documentos existentes nos archivos pu-
blico~,como para se conhecer a latitude dos po@res
conferidos.

Para se ver a errada applicacio que do principio


ver moral uma solida p~emeh\tac,Uo,e resultaria uma cir-
cunstancia Ki~ime~tte de toda a inipiitacão, sendo aqui ne-
cessaria para $enn i\\.sti\\cic~úo, como para a $mn ron-
hsmcc~iioseria, se se tratasse de quem houvesse prati-
cado um assnssinato copozccl.
Em um e outro caso a ~\,~eci$itc\.cíio,com a qual é 'h-
emc'patiotl a maior retleaão, ou ~z~rniK\taq&o, só pode
servir como CVEAL"RS~~I\&~ e nunca d\,lr'tnne%te,
cct~~'uiu.cltc,
em bom ou máo sentido.
Ora, vi:-se, pelo qae vae ser demonstrado, que houve pelo
iiienos rn\i\to, ~vsee+ttac$o no pzoc eKxn~cnio w c epnonccl,
p3ra com o sr. Bessone, e que, por tanto, não existiram
para essa excepci2io.o~motivos ~ u l ~ tPoO ~ ~ ~ ~ T que OSO a S,
podiam plenamente justificar, e que, ainda, pelo menos,
não foram muito p~\he.>~nhoç, como deviam ter s-ido.
Que não existiam esses motivos prova-se niais a pos-
teriori:
1.O IBcla primeira decisão mo.cu,l~~\ennte ~ N jury.
~ \ P ~ C C ~ do (L
Dizemos ~~-o-rulmel\te ntgcctixn, orqiie dando-se o caso do
x i l ~n\~~~\\rnen,te
P
empate, o voto de r\uia\\hnht, pe o calculo de hlinerva, he-
ser dado contra a abertiira da fallencia.
Z0 Pelo superveniente conhecimento, que tem tido o
publico, de que um dos jurados, ue presumidamente
i!
votou a favor da fallencia, não duvi ou ser juiz e parte.
Este jurado foi o Sr. José Maria Coelho Falcão que por
si e sua rriulher e accionista do banco por L5:000&000rs.
de capital, cmia tal comprchendido n a lista dos maiores
accionistas, que formam a assembl6a geral, em confor-
midade com o art. 38." da sua carta organica.
E o primeiro que assigna, e que marcha a frente do
mesmo jury !..
3." porque, exclui&o este voto, ou não houve jury, ou
a maioria foi, ou podia ter sido, contra a fallencia.
4.", emlirn, porque, para se cortar o nó gordio, foi ne-
invocado assim se fez ao'caso dos autos, 6 preeisq
antes de tudo, analysar o 42." da lei citada,

&ia lei caducou, porque o titiilo em que se acha


esse $ tratava do qae se devia observar pelo consel l ~ ade
aessaria a interveii$io do juiz na delibera@o definitiva
deste jiiry, ein segit~\cln ~euziilbo, verilicada acta con.-
tinuo, pela L,yu i ~ w i o v ,resultaate do despacho do mesmo
juiz, guc assin~o determinou.
Tu o isto é csclusivo da a reciacào devidamente p n -
Jie~ahclde motivos x'il'uoito l y o ~erosos.
A verdade 6, para nós, que a direcçiío, como se diz na
referida c o * ~ ~ c ~ p o ~ \ h c \teve
~ c i a ,muito presente a considera-
$80 de quc lhe «nUo i n y o u t n ~ aest\uecev qv+e w\c& ~pnztc
d a s f u ~ t u n n s cle m u i t a s \CG~I<&~US estb, co\cfiuha k sue\ ze-
elo%^\ a d ~ i i u i ~ s t ~ n c , í e~ oque
, o bulaco s e f ~ u~ i &c
o inqe~dwl-
+uel c v i i ~ e ,se\\im obstassc ao hesbuzute hestns \o\.tunas p o ~
t~tohusus fbzmus que ns leis 1\02, f u c u \ t u i ~
Assim :>ara a diie-ão pre onderou a relevo da me-
a
dalha so por este lado, fican o o.c estu xer, sem maior
exame nem reíiexáo, o reverso a mesma nicdatha.
A nossa coiicliisáo, pois, 6, que póde ser desculpado e
muito o procedimento tia direccào: mas que não existe a
i b é u coi~\piasa hu, ~ o t i u o slitzlito yonhevosos, que a absol-
leriamente de haver feito tima exeepcão á regra
:$i& para com os negoeiantrs desta prata.
hliiito pelo contrario, se a regra fosse ou!ra, havia w-
wrn cspetiaes, para que a excepção a respeito do SE. Bes-
sone, em lugar de ser hostil; fosse IienevoIa.
Tratava-se de um perfeito cavallieiro, negociante desta
praia, sobrinho e herdeiro do nome, da fortuna, e do
eommercio de outro, que gosuu de um credito immenso
e iismaculado; que foi um dos maiores accionistas do
banco e presidente da sua direccão.
Tratava-se de um homem, que havia psto,á disposicão
do banco a sua firnia e intervencão, para que o mesmo
banco, em puro e exclusivo proveito de seus accionistas,
podesse ~eyzdavnentelucrar a differença de juro de 6 para
6. e meia por cento, em diversos eniprestimos com o gn-
fazenda no despacho dos negocios da jurisdieç5o-can-
tenciosa, que a mesma lei lhe atlribuia. Esse conw
lho foi extincto e hoje, nos negocios coiitbriciosos da
fazenda, fiiucionam os tt-ibunaes civis ordinarios,
.conforme As disposições geraes, ou espcci;ics dn re-
forma judikria e leis posteriores a ella.
-verno, o que foibumbeneficio de mais de se:.--enta contos
de réis.
S50 estes os denominados e*~aprestimas sin~~\iahos,de
que acintosos declamadores .contra a direceão do hanm
tiraram partido: nias de que nada ha a notar mais que
,&r approveitado assim a mesma direccã~, para os seus
accionitas, uma parte da melhoria do jtiro, que teria ea-
trado nas algibeiras de pequenos agiotas.
Tratava-se mais de uni homem, que, em rasão de seu
movimento commercial eni lettras e outras tranrac~c',es, ha-
a-ia dado ao hanco de interesse, em juros o11 preniios, mak
de oitenta contos de rei,
.Tratava-se de um honiem que concorria com o hanco
.jw satisfa~ãode exigenciss ou desejos manifestados por
parte do governo, em apuros do thesouro, presbndo-se
a adiantamentos .e supprimentos, especialmente em 1848,
sendo ministro da lazenda o baráo de Tojal.
Muitas e muitas pqrtarias de louvor lhe foram dirip-
das nessa época:
aiz uma coni data de 99 de fevereiro, qiic a Soberana
4 6 , senq.ce wnl a g ~ a h oa soll'kituhe com quc A i e se pves-

ntam a ~w,i\tw O 9oTiernbo e,%\ oceclsi"us hc IS~TO:~~


Nestes supprimentos poz elle a disposicão do governo,
eni transacffies smcessivas, mais de duzentos contos de
dis.
De não menosiimportancia, pela expontaneidade, prow-
ptidiío, e generosidade, com que foram praticados, a o
os servips por eHes prestados no Ultramer, sendo mi-
.nistro da marinha o illustre, hoje niarquez de, Sa da Ban-
cdeira, subministrando pela sua casa commercial eni Mo-
fambipue, até 8 quantia de dois contos de reis men-
mes, para d e s r da estaca0 naval n'aquella provia-
tia, e destinan $ para uma commissão de ~ervicoptiMíeo
a sua escuna=E*yqma,=tiido sem premio nem retrihai-
Todacia, o principio invocado pelos juizes do a w r -
&o recorriilo, de que o legislador deduziii uma wn-
dusiío preeeptha; principio que elle deu como certo,
corno preeristente, para justificar s sua dispsiçáo,
subsiste, i120 lia duvida, como doutrinai,

$80 alguma, de que dá testemunlio de louvor a portari;,


de 26 de agosto do mcsmo anno.
De um Iioniem einpieliendedor, acerca de objectos o.
mais vitaes para o p a z , conio provani os seus eiltalielcci-
metitos eni JIocc~v~L'\qua, e as ohras dos planos incliiiados
eni Pùf-to-B~unhio, nao por coiiimettimentos arriscados c
sern futuro certo, iiias com visivel e traiisceridente iitili-
dade, e qiie jií ~ ã produzindo
o os seus í'iuctos.
De um horricm, cnifirn, de qrieiii o referido marquez
escreveu em 1863.
@Commen~inistrede 1e mnriiie j'at eu asec monsieiii
rt3essone dcs rapports nomhreux; et j'ai étc toujoi!rs sa-
cctisfait de la nianièrc comnie i1 s'est conduit crivers Ic
c~gouvcrneineiit,et dc I'csprit entreprenriiit qu'il inontrait
uen formant des Ctablisseriients dans nos coloiiib?;.»
Ora, n'estas cirçun~tancias,o banco de l'ostugal, que c
e terri sido seniprc, iiiiia caixa auxiliar do governo, utii
poderoso sustentacirto dos intere~esdo Estado, urna viva
]iroteccão ao coniinercio e emprezas uteis, se carecesse
fazer cma cscepgão, .em, por certo, o Sr. Be;sonc digna
d'ella.
Resiiltou de um panico, de uni terroi* nial fundado,
mal reílcctido, a caii5a que fez requerer eoiitra o sr. Bes-
sone a sua iallencia: hoje resta suspender os effeitos do
mal, que é já irreparavel, quaiato a preterito; e mor-
mente esperamos qiie a~sim.aconCecai y uando o Sr. Bes-
*e, em relação ao hanco, k ~ Q \nlY&do
L senk wassa \A\WR
pois que esta em lugar de diminuir, tem crescido e vai
crescendo de dia para dia.
Quanto aos mais credores acha-se o sr. Bessone etii
:ingular posição! Para elles não importou a abertura da
quebra uma .ps~do,mas sómente uma s\~s\\c\\súo,de creK~to.
e não sb isto, a swve\\sko, não e m o d , nias só de \o\.\&
maior; e desta ate recorre o. hanco Uniko'.!
I4
Mas, para bem se entender, e necessario ler do dito
5 19." mais que o primeiro periodo: trinçiaile est nisi
tata fege perspecta una aliqua partGcztZa ejrcs propo-
sita, judicare oel r e s p w d e r e . i~
.Sendo certo, se lê alii, que em todo e qualquer
#juizo, OU srja ordinario ou suinmario, ou ainda da-
aquelles em que se procede de plbno,. . . náo pode
#pessoa algunia ser admittida, sena se Icgitinmr amtes
d e tttd0.o
UE sendo egiialmente cerlo que os embargos de
aterceiro senhor e possuidor contém por sua nature-
cea um remedio meramente possessorio no qual sem-
cpre se ajuntam os titiilos, ainda que se náo trate,
usenão de justijicar com elles a posse:
a0rdeno que os embnrga~tesexhibam logo com OS
aseus einbargos todos os titulos que tiverem para li-
ugitimar-se. ))

Logo 6 mais que evidente que a applicaçáo do prin-


cipio doutrinal, feita pelo legislador neste sei] sylogis-
mo, se refere mais 5 legitimidade real o11 objectiva,
que a legitimidade pessoal ou subjectiva: mais ao di-
reito com que se requer em juizo, que a pessoa que
requer: mais ao mea izjterest-que ao 912e adsum-e
por isso o legislador exigiu, que quem embarga de
terceiro possuidor exhiba logo, pelo menos, os titukrs
da posse para com elles se legitimar.

Em todo o caso, o principio doutrinal da legitimi-


dade de pessoa, assim consignado, como preesistente,
envolve uma idbn complexa, que se compõe de objecto
e sujeito, oii de que a identidade da pessoa que vem
a jriizo, C! a cor-relativa ao interesse que poderá ter na
causa.

Posto isto, C: tle hotar, que os juizes corifundiram a


questáo de legitimidade de partes liligantes coin a
tle I egi timidatle (10s seus procicrndores ou niandairr-
?'lOS.

A parte appellante nos ditos autos foi o banco Cf~ião,


que i: unia pessoa moral: uma entidade juridica: um
ser piiblico e notorio: um facto permanente de tracto
succesaivo; tlc cjiie náo 6 preciso eshibir prova nos
autos.

Essa pessoa moral, essa entidade juridica, como


çompanliin anonyma, n5o póde materialmente estar
ern juizo, pois cIue seiis accioiiistas não tem responsa-
bilidacie soiidaria, c.omo os socios das outras socieda-
des mercantis: c entGo e de necessidade que alg~lern
se jndividualise para demandar ou para defender pe-
rante os tribni~aesos interesses ou direitos de taes
estabelecimentos.

Ora que tem existencia publica um banco denomi-


nado União, prova-se pela parte oficial do Dia?*ioclu
Lisbou n . O 200 tle 6 cLe setembro de 6861, em que
n%n-pul~licada a Carta de lei de 20 de agosto dóa
mesmo anno: e pela do mesmo Diario 1i.O 3 de B de-
pneiro de 4883, em que foram publicados os respe-
ctivos estatutos e decreto com data de 1 0 dc dezem-
bro tambem de 1861. Escusado í: accrescentar que das
publica~õesoficiaes n2o e necessario fazer prova nos
autos. Todos os juizes teem coiiliecimento, porque o
de~ernter, e isso basta.

A legitima razão de interesse que tem esse banco


para, ein conformidade com a Ord. Liv. 3 . O tit. 81 p1-.
appellar da sentença da abertura de fallencia do sr. Tlio-
maz Maria Bessone, corista do proprio recluerimento do
credor banco de Porlugal em nome de quem se pro-
moveu a mesma fallencia, e a tiriliam os juizes no doc.
de íi. 40; e, de.,reslo, esse interesse liride ser objecto
de julgado.

E pois evidente que a pcssoa juridica appellante,


legiiirnabse pela notoriedade da piiblicaç30 official, e
a raxjo de nirwesse na causa, jirsli/ica-se pelo que se
allega e consla dos autos; por tanto, a legitimidade
a

c o r n p l ~ a ,a qiie se referiu a lei de 1761, está aqui


mais que provada, quanto ao banco União.

Mas diz-se: - as pessoas qric ~iersmappellar -foram


os administraderes da caisa filial do banco União,
mas não os directores do mesmo banco, e t~ãaexbiibern
aquelles-aulorisação especial.
r7
-
Diversas considerações furididas em direito mnspi-
r.am a refutar similtiante objecçáo. Se nos estatutos
do baoco Ulaião, auto~isadospelo Dar. de 40 de
dezembro de 1861, se náo acha restringido o objecto
das attribuicões das caixas filiaes, em defesa dos inte-
resses do mesrno banco, como pbde admittir-se a res-
t ri cção?

Belo contrario, v6-se do art. 84, n." 3, dos mesmos


estatutos, que pertence á dicecçiio.
apropor 4 assembUa geral o estabelecimento
ade caixas liliaes, onde julgue que isso con-
avem ao banco.D
Logo os administradores da caixa filial creada nesta
cidade, e ciijo estabelecimento dependeu de uma re-
solwão da assetnbléa geral, n% são meros agentes
ou caixeiros dos directores do banco União, e, se pela
mesma indole e natureza desta instituição, teem slban-
ilnlo gerul coinprehensivo de qualquer acto que seja
.cmueniente, com mais forte razão o teern para prati-

Effectivamentc a caixa filial do banco União, estabele-


cida nesta cidade, representa aqui inteiramente o mesmo
baqco.
E bem significativa a este respeito a formula de que
usa nas operacóes de emprestimos sobre penhores.
A respectiva apolice ou obrigaçáo tem o rotulo: Bawo
UqizSo &o Porto.
Cccixw T%liuCam Lisbou.
E no texto da mesma obrigação se lê:
apela presente obrigação por mim assignada me
aconstituo devedor ao banico Uni60 da quantia. . . ))

Assignarn:
0 s Administncaho~ese o &euebo.
2
car os aebs prevduo8 ou fepukiiaeu de evelilucdi-
d&&.prejadiciaes, qual e o de usar do direito de appet--
lat de qiiaesquer sentenças conforme i. expressa dis-
posição da Ord. liu. . 3 . O tit. 81.

Mas não B preciso recorrer a estes princiyios ge-


raes,

No caso, de que se trata, tinham os adrninistrado~es-


desta caixa um nza~adcitoespeciat, ou, ~mlhorque este,
1m madado jscridicu.

Era. materialmente impossivel que o banco Upaifio,.


com a sult sede na cidade do Ywto, fosse, como. se
diz no doc. fl. 46, o portador do uma 1et1.ana cidade
de Lisboa, para todos os actos conseruatovios ate ao
pngawletzto no d¶a do vencimento, a não ser pelo in--
termediario de uni agente geral ou especial nesta pra-
!:a=@od quis per aliutiz fucit per se fucerc uidetur.

Ora, wses agentes, esses maiidatarios geraes dobarno


Uniüo existem nesta cidade por modo permanente e
notorio, e são os administiTadoresda sua caixa filial
desde que foi estabelecida e que a nomraçáo destes
foi registada no Tribunal do Coinmercio.

Foram estes viandatarios geracs, que, pela tra-


d i ~ á osymbolica ou juridica, verificada pela entrega
e deposito da referida*letra, nos termos do art. 47%.
e 473." do Codigo, ficaram depois inrestidos na quali-
dade de nuzndatarios especks para todos os direitos
e obriga~tiesrelativas ao objecto da inesnia letra.

Por um lado, e em nome do banco Ulzião, conforme


ao srt. 380.", não eram obrigados a receber o paga-
mento antes d~ vencimento ; por outro lado, conforine
ao art. 376.' podendo protesta1 a, nos casos de fallen-
cia do saccado,.usctr dessa faculdade era reconiiecer
os effeitos da sentença qu5 declarou aberta a mesma
fa!lencia, sujeitando-se ás consequencias de uma liqui-
dação; por outro lado, ainda, nos termos do art. 775."
encarregados do adimpiernento deste negocio, tinliam
rigoroso dever, para serem escusos de culpa, de minis-
trar ti administrac,áo ceritral do bnrzco Uniao proca
coívcluílente da i!npossibilidade resultante da sentenr,a ;
e essa prova n3o Ihes seria admittida, se laborando
a mestna sentença em nutlidade, náo recorrassem della,.
C O I ~ Orecorreram.

Alem disto, se os admin-istrahres da caixa filial, em


Lisboa, sao mandatarios !egaes e geraes do banco
Unitio, para tudo aquiilo em que se apresentam a re-
querer em nome delle : e se o mandato especial, com-
rnercial e jiiridico, como fiea dito, se manifesta pelo
facto de porta,dorcs da alludida letra : negar-lhes o di-
reito de appellar e uma violação da Ord. liv. 3," tit.
527." pr.
Portanto. não podendo duvidar-se juridicamenle da
legitimidade de parte quanto ao banco Unilio, em nome
ilo qual se appelloo, tambem se não podia duvidar da
legitimidade dos procuradores legaes ou agentes ge-
raes do inesmn hrico, constituidos nesta cidade : e
;issini no accordao recorrido se fez unia errada appli-
c3qi11 do p~'ir~cipioreconliecido rio citado '$ 42.' da
I(li cle 4761 c foram violadas as leis citatias.

.\Ias, 3cr1r.escentamos juizes C13 Rela~Zo,aonde está


jutlta aos autos 3 certid9o da nomeqão dos appel-
Iiirttcs, corno adininistraclorgs da caixa filial do banco
jti(io ?

Esta registada no registo publico do coinmercio.

K5o basta, dizem os ditos juizes, e precisa uma cer-


tidsc~;iian sc, pfide fazer obra por documentos existeti-
tes em archivos publicas. -

Esta ultima parte dos consideraridos do accordão


recorrido conduziria aos maiores absurdos, e seria a
eondemnaçáo de todo este processo ; pois demons-
traria a nullidade radical do nccord8o recorrido, por
se achar lan~aùoem processo todo nullo por identi-
r1ade de fundatilento.
Pois que ? aonde está a certidão junta aos autos da
nomeação dos directores do banco de Portugal, srs.
João Ribeiro Franco e Antonio José Pereira Serze-
dello, para a fl. 4. requerer contra o sr. Tl~omazMa-
ria Bessone a declaração de fallencia?

Aonde está a certidão da nomeaqão de directores:


que autorisasse o mesmo sr. Joáo Ribeiro Franco e o
sr. Joaquim Caetano Lopes da Silva para constiiuir pi80-
curador na causa ?

Aonde está essa certidão, para o mesmo effeito, a


respeito do mesmo sr. Joaquim Caetano Lopes da Silva
e do sr. Augusto Xavier da Silva9

Em parte nenhuma. Logo, se o accordao recorrido


proclamou unla verdade juridica,, ó processo não B
processo ; se não ha partes legitimas como appellantes,
tambem as não ha como appellados, escepto se, entre
OS muitos privilegios do banco de Portugal, ha algum
que dispense os membros da sua direc@o, de eiiliibir
essa certidáo, privilegio, que lambem sejii extensivo
aos administradores da sua caixa fiiial na cidade do
Porto 1

Se isto 6 assim, muito mal tem andado todos os


tribunaes, desde tempo irnmemorial.
Nunca se tem ekigido taes certiãoés de legitimãção
em cada processo aos agentes do ministerio puMla>.
aos advogados inscriptos, aos procuradores encsrtadw,
aos syndicoa, aos presidentes das eamaras menicipaes,
aos administradores de estabelecimentos publicas, d e
sociedades mercantis, arionymas, especialmente auto-
risadas, e nem de irmandades ou confrarias.

E se mais alguma garantia se preeisa nos t~ibmaes


de commercio, ella se encontra no registo ahi feito d e
taes nomeações.
Sem duvida que os tribunaes não podem fazer obra
por documentos existenles em archivos pu blicos, sem
que se apresente transumpto legal.

Mas este principio, que é ver(ladeiro, quanto a do-


cumenta pobatorios sobre o merecimento do objecto
controvertido, falha sempre. que se appiiqae tk legiti-
maçáo de uma qualidade pessoal, autorimda por lei
quando e perblica e notoria. 3
3 Temos visto invocar a disposição dos art. 1071." e
1078.O do cod. para que o juiz commercial possa pres-
cindir de certas exigencias, niio substanciaes, e I ~ c J R . ~
9th oerhade so,Yz&a,.
Mas aqui, quanto á ligitimidade de essoas, não se ob-
servoii esta lei, senão a respeito dos lreetores, procora-
e
dores advogados por parte do banco de Portugal, como
advertimos!. . .
Depois, para se cohonestar a não obçervancia desta
mesma lei, acrescentou-se, que as palavras ae~iaahksai0zhu
'e entendem, pelo que consta do altcqako e pmn$o !as
autos, e não pelo que consta ou pode constar por fora
Falha ainda tuando essa notoriedade consta dwbre-
aistos do proprio tribuoal, que tem de apreciar e8sa
legitimidade.

4 para esse fim e nZo outro, que o Cod. de Com-


mercio mandn no nrt. 34 i.', que sejam ali registadas
a aautorisaçtio, procuração ou poderes dados a feito-
aiaes na direcção e adrninislrafdo dos negocios dos
~commerciantes.P

O art. 216." é muito explicito a declarar que taes


mandatarios náo podem apresentar-se como taes, n5o
se effeiluando o registo, .mas em parte dgpaia do
mesmo Codigo s e exige que, sempre que -vierem r
juizo, carecem -juntar certidão do registo : cer tidb
que tambem se não exige do registo das nomeaçúes
dos jurados, arligo 1058.O, nem das matriculas dos oe-
gociantes, art. 210.O : para que a intervenção destas
pessoas em-tal qualidade seja reconhecida.

deites, e proclue-sc para âemmstratjão a urd. tiiv. 3.0


tit. 66.
Mas esta mesma ord. não é tão absoluta como se quer
inculcar:
.I." porque $6 trata das sentenças difini8vas sob~eo
Objecto rincipal da .causa: 2.' por que ella mesma, in.
R
pr , aut orisou o juiz a mandar juntar aos autos, prova
que neltes se não produziu, mas que esiste em seu mesmo
lribunal, caso em que esta o registo para effeitos com-
merciaes.
0s áppellantes no requerimento a 4. 45 se repoir
taram expressamente A sua qualidade de administra-
dores da caixa filial do banco Uniáo, cuja ram~~-
$60 se acha, registada-disseram elles no mesmo r+
querimento.

Nessa qualidade constituiram, na procuraç30 a ff. 68,


advogado e sollicitador ; e, por virtude da procura-
cão assim celebrada, o escrivão não duvidou tomar o
termo a fl. 49, que assignou o procurador Lopes da
Silva.

Como é pois que sobre este ponto se podia consti-


tuir no Tribunal Superior fundamento exclusivo do
conhecimento da appellaç30 interposta?

Assim se nega ao banco União a justiça que se não


recusa ao banco de Portívgal, nem na primeira nem
na segugda insiancia commercial ? Ahi estão agora os
directores do banco União a fazer coro com os admi-
nistradores da sua caixa filial, assignando eunjiiiictos
a procuraçao fl. g&+paraos effeitos da interposi~ãada
revista, protestando assim todos contra a injustiça do
aceordão recorrido :- Pouco faltou que a procuraçiio
não viesse assignada em assembléa geral de accionis-
tas e por todos ellcsi!

Podiarnos ficar por aqui, pois que o objecto do r.e--


curso da revisfa e restricto A qiiestio prelzt@inar,
que o accordáo recorrido decidiu. de tomir ou náct.
conliecimento (Ia nullidade, ein que se firmava o re-
curso de appellação.

Mas? como esta nullidade 6 c o m p ~ e a ,pois que


envolve questiio de co~~zpetencin e excesso de &ris-
dicgão, é possivel que o Supremo Ti'ibcinal, clelini-
tzvo em taes questóes, eritencla n ã o caitcer de ouvir
primeiro sobre ella qualquer Relaçno, c qiio por isso
I he cumpre desde jd coriliecer do merecimeiito de tado
o processo.

Para se entrar devidamente na questão desta nulli-


dade, cumpre, antes de tudo, Iiistoi<irirna parte corre-
latira, o que se passou no trib~:nal de primeira ii~s-
tancia camrnercial.

Havendo sido reqiiei'ido em nome da direcção do


banco de Portugal, que o riegoci.intc Ttiomae hlaria
Bessone, fosse declarado fallidu, pelos motivos que
para esse fim foram allegados lia petição, e reconhe-
cida a procedencia desses motivos, na resposta fiscal a
fl. 6 . v.., o juiz propoz este negocio em sessão do tri-
bunal com jury ,e ahi, depois de breve relatoiio, con-
sultou o mesmo jury.

Recolhido este a sala das suas conferencias, voltou


*ao Irtbilnai para declarar, que seis jurados votayirrt
p i a abertura da fallencia e outros -seis em sentido
-contrario.

Entáo o juiz presidente, observando que nas que*


~tõesde f&ncia a decisão -compete ao .tribtinal -ira-
teiro, composto de jttiz e jzirados, e que, cunlmdo-se
o seu coto não podia. haver empate, recolheu-se corn
o jury é i sah das conferencias, e, resolvida a aber-
$lura, voltarani todos ao tribunal, e se proferiu sen-
stença, que assignou o juiz e jurados, .com a .siagula-
ridade de um s6 com a declaracão de-vencido.

&%oque uonsia da a ~ i a fl. 13 v.', e esta sessá o


4ere logar em 44 de junho de i.863.

O juiz entendeu pois no principio da sessão. que,


para se proferir sentença sobre a abertura de falleii-
eia, era prhciso fazer separação da materia de facto,
,que ao jury competia.exclusivaae~~ te determinar :,mas,
.por occaião do empate de votos, não duvidou recon-
sideral; e sem erplicitmente annullar a votaçáo ieiia,
procedeu, com se esta não existisse, recolhendo-se
WII Q jury a .sala das conferencias.

O que lá se passou não sabemos nGs, mas pelo resulta-


do se deixa rer que o juiz nem sequer desem~atou;
antes tudo leva a crer, que .houve nova discussão em
que levou de vencida alguns dos mesmos juradas que
<votavamcontra a falleneia, o que fci muito peor que de-
senipa tar .

E de que serviria a seis jurados sustentar a nega-


tiva, qiiando a propalação clo voto do juiz importava
o immetlinlo conhecimento para .todo o jury de qual
seria a sua resol'uçáo ?

Se o jtliz tivesse de principio proposto a qiiestáo,


como elle diz, ao tribunal inteiro, poderia manter a
imparcialidade de presidente, deixando aos jurados
plena liberdade na sua deliberação : mas depois de de-
clarar que o empate era iniposivel, contando-se
cam a seri voto, ficaram elles sentindo ao vivo
toda a pressão, que Ihes vinha da prepond~rancia
desse voto.

A Yerdade 6 que o jury se havia dividido em votos:


e nesse estado da divisão só havia a .cumprir fielmente
o que determina o art. 1 1 . 0 4 . O elo eodigo, mandando o
Juiz proceder á ronda de dois .e dois jurados supra-
numerarios até enoonhr ~smirnento.~

O mesmo sr. iz Sanches, em outra eawb he faken-


i"
Cza, em 14 de ju ho de Ib62, sendo tallido o sr. Manoel
Joaquim ABònso, entendeu que pódia dar-se empate, e
ue para este cessar, cumpria mandar que a lei fosse
&ervada!
Eis o que se lê na acta respectiva:
A observancia desta disposiç30 era urria consequen-
eia necessaria da applicação clne o juiz tinlia feih ao
processo, do art. 1103.', sep:irando ri liiateria de hcto
da materia de direito.

O juiz riesta separar20 aridou legalincritc : ci-l*osti

ccpassou o mesmo sr. j iiiz prcsitlentc' a fazer uin flreve


((relatorio, depois do que recollierido-se o jory ii salla de
«suas coii t'erencias para a sua dccisiío, voltaram passado
eal,uurn tenipo, e pelo relator do inehino jury, foi decla-
((rado publiciimente que ti\\\lc\i\\~ i~~\jutuclo. Eni presenp
«do que, c náo havendo na 5al;i outros jui-ados l u ~ u SE ,
clpohc~ p~occhcr r o n h O referido .;r. juiz presidente
ccaddiou a decisõo para a sessáo segtiirite I 7 do corrente,
((ordenando ao official do tribunal, qiie intimasse seis ju-
urados para coniparecerern ria se.islio scgiiinte, n ~L'L'\LAP.
ase ~ ' C O C C & P ~oilos
T tem~osho n ~ t . .P ~ O ~ L . do
" coh. con\ime.i-
(Iel&L.
E tauto mais 6 para adniirar a diversidade de juris-
prudencia n'esta compamciio, que a decisâo ali empatada,
tinha apenas por objecto o tJciei*iiiiento ou iiidefcrirnento
de uni reqiierin~eritio.do fallido, crn que pedia ao tribu-
nal que ~ O U Y C ~ S de C rccori~idcrar uin seu despacho a
cerca de ~ct\.l\iu'\i~:ito,a ~ l l t ~ t d(L ncu~c\houesda sua fallen-
cia, em quanto que o empate, no nosso caso, versava so-
+e o ponto mais grave eni taes causas tla mesma faHen-
tia, que 6 sonio tica dito, a declaraqào della.
Será por ventura o art. llíJLi.O unia tea de aranha na
qual se prendam os pequenos insectos, e de que facil-
mente se desprendam-os grandes moscardos?. .. Não o
acreditamos; e esperamos o correctivo no Supremo Trí-
hunal de Jnstica.
Aquelle empate effectivame-iite foi desfeito na re.ferida
sesão de 17 de julho, ~ei\~niUo Be 14. \uilcnhoç, reti-
rando-se estes á salla das siias conferencias, sem que
ahi se intrometeçse o juiz, e donde voltaram com a sua
decisão, que o mesmo juiz não fez mais que homologar
e assignar,
foi u posterior consolidaçáo dc suas attribuiç6e-s mis-
turando-se com o jury.

Se o erro esteve na separação, o negocio já não


fiaira )*c-i~rtrp-a
T - para que o juiz o podesse
reparar com a rectid5o e neutralidade de presi-

350 serii fora c i t a preposito accrescciitar qiie, na pro-


r~osia de lei ,iol,i.e ai terayr?es ao cod go comniercial, ap.
presentada i caniara d:)s tiepiilados eni sessào de 20
de ii~aiode 1864, c distrihiiida impressa na camara do.;
pare.; eni seisiio dc 24 de jane ro da corrente aniio, o
iictiial ininistro da jristica, Gaspar Pereira da Silva, que,
pois t i l r i t o ~ avliioi. foi juiz de coniinercio, lenibra conio
adnp ave1 a scgtinda ps videncia do nrt. 1104, arnpiian-
do aos crtsos Au. c\\\pute, etii lo gar da .co\~,Arc,o qiie atii se
~ c i ~ para que a
deterniiiia para os ccleos h ç b ; L e c ~ q e ~toti\\,
rli~estào seja deonovo proposta na pcesenca de todos os
jutahos e s~bstlt\~tos.
Não julgamos concliidentes as ponderacõcs com que u
illustre miriictro acoiiipanha esta alteraciio ou ainplia~iio
ao codigo nos casos de cm.pute; luas e .digno de notar-se
que não e m p o u á sua pericia cornmerci;il a gossibiLi~la2lc
\\\c~te~ii\\e t\\\ro\\\t{\ hu uhnlissko ho systemn do dcscrn-
pate pelo juiz, iiei1-i a im~o%i&iLx&uc\e r\\o.cu\ e nbolutu
ilu uh\~i\st;i\o(\O \l\teii\a systc\\\u, como se v i da.; palíivra*.
@Poderiatu\ucz adrnittis-.se o sustema de o juiz de>em-
apotai.; mas \\no o r\~\'~=cn\osahofpta~,porque elle Y~QUJIU~
~u tuhos os p ~ i n c i p l o s , yua3do se trata hc fuitos ç\Ji a6
i\hcuc\~SPT n~~ecinhus pelo ji~ry.
))

Etfectivanieiite náo consta que similbante systenia b ~ s c


adoptado, nem mesmo por excepcão, desde que foi &do a
esecuciio o cotligo de conimercio.
Foram juizes illustrados, intelligente;, e que, desde
logo, sc mostraram muitl versados nas praticas e lei.:
mercantis, os srs. Alves de Sá, Alvares de Faria, e ncrii
um netn outro entendeu nunca ter a faciildade de inter-
pôr voto de privilegio, vot3 de qualidade ou de intcrfe-
rencia ptssoa\. nas tlelil~erat$es do j u y .
dente , esem Fazer violencia moral aos jurados
Náo havia pois erro, mas se o Iit~iive, peior ficou-
-
a emenda ; e, em. ambas as hypoilieses, a nuliidade 6
palpitante.

Ojuir, para justificar a sua intervençáo na materia

Não ha exemplo em contrario, quer na primeira ins-


tancia de Lisboa, quer na do Porto ou de qualquer OU-
tra coniarca, em que existeiri tril~iinaes de conimercio.
Pelo n u o s , nunca. deparánios com esse esenq)lo em pro-
e e y a!gum commercial, submettido ao iiipreiiio tribunal
de justica,. ne decurso d e 10 annos, que tantos foram OS
em que tiveinos a honra de ali servir.
Mas ate morrer, apprender.
O actual juiz do comniercio entendeu a quesifio de di-
versa forma. Isso mesmo, qiie não tem e\eniplo: que O
ministro. da justica stigmatisou como iiiadmissivel de iure
wtlstituenho, por ser altamente al),.iirdo, oii -\.q\\r~uni~%t
t o b e os ~\.'\N<\$WS, julgou praticavel o i;!.. Saiiclies,. sem
oKensa do &~~eitcs con%t~~i~ho; para conciliar ri Khencgen-
Gla tota! ou em.yato &os jwaclos, desein atando clle nles-
S
mo, e como? . .. a favor cla. sentenga e niorte c10 cre-
dito do sr. Bessone!!,.
N3o foi por certo, peio calculo dc Alilierva; teve W-
tras, por ventura, nie1hme.s razões, porque as regras que
esta deusa costutnava seguir, segulicto a s tradicúe:; inyto-
logicas, que sào as d 1 e uidade e do bom senso, e tào
eserepulosamente.ohservaaas pelos antigos juizes de Alhe-
nas, dariam diverso desenlace! ....
Os termos em que o juiz formulou a. sua.intervea~.?o
nesse acto, para sempre memsravel, sso por certo dignos
de uma especial contemplação.
E notavel a i~~qzalal\.\hnhe, não .dizemos so\\s\n,n, com
que procedeu, iiegando vfrtualnientc a esistencia do em-
pate; não lhe dando esse nome a qualificacão; corivertendo
O numero yey em nvmero i m p r COXTBNDO-SE A SI MESMO
para-.produzir esse resultado: incorporando-sc em no.
reunião com o mesmo jury, *sem declarar iiulla a pri-
3 11'
& facto; que antes liavia separado, uvançaii duas i d . & ~ ,
qual dellas mais erronea.
A primeira, dc que o Tribunal de C~)mmerciosci era
I.ntei1.0, qi&ido se cornpilnha de juiz e jurados.

A segunda, de que ein questões de fallencias per-

riieira: ~ e c o ~ t s ' ~ h c ~au isua


~ h ornesn1.i jurispriiderlcia ymticlc
cm ideiilidatle tlc circunstancias; c ficando, por esta. for-
iria, não só ~\.evuqnnnle com tohos os y\;L\~C1P\os, mas TC-
p~bn~\iulr~iec o\n si90 nlesnlo.
liouve taiiibeni assini uni systerna qiie n-no entrou na:
prevideiite imagiiiayão do sr. miriistro da jusiiya, para se
dar ao traballio de o refutar.
Niío ~)odeiilosdeilar de tributar ac iii a riossa sincera
c profunda veiier;içiio a c>te es-juiz do trii~iiiinldo cmii-
iiiercio de 1." inbtancia. E gkral, é notosia, a o ,inião de
que gosoii, o kiccrto cle sias decisóes, a saiiflade e gra-
tidáo que licou inspisa!ido. Todo o corpo de commercio
desta capital é accorde ~ieatc conceito, que 6 indepen-
tiente de toda a coiril)ara$io.
Este i1.losti.e magistrado 1130 I)I ecisa toninr por egidc u.
dictado-htuuz hc m i ~ \ i q$~.ce\\lbonk we 1ul.i'-o seu
iiierito e serviço, no dcsempcribo de suas í'u~ic~ões judi-
ciae;, sobrevi\ e de si, e coin aI)st;.acçiío d;: factos ou çir-
curistaricias altlcias.
Oxalri, que, no dcscrnl;eniio de suas fiitrccbes ministe-
riaes, t i ~ c s s e iriellior coliiprchendido yiic iiciii todos 0 4
iiiaóibtraclos s . ; o para. iiiatcrili; civis cciiio para rnaterias
çriminaes; para rnaterias administrativas ou tiscaes, coilio
para materias coinmerciaes; e que uma l o \ i c ~applicaflo ~
e e~crcitioexçlusixo a negocios contençiosos dc certa e>-
yecialitlade pb.le causar delicinicia em outros raiiios de
1uriu~rudencia prat i ra.. ..
O sr. S a i i c i ~ c de
~ , cuja rectidiio ninguem duvida, teria,
por certo, sido miiito inellior juiz se hise t-aiisferido para
uriia das varas civis, ou niesmo quando despachado para
uma das rclaçóes.
tencia a decisão ao tribunal inleiro, assim com-
posto-

E inexacta a primeira; porque nunca p6de haver


fragáo (10 tribunal, paila a clistingi~irclo tribunal in-
teiro. Se a pest2o L; só de direito, oii se a lei a u h -
r i a o j u i z a jillgnr de facto e de direito, elle só cons-
titrie o t/:ihecncrli9zteit.o: se no juizo intervem jlirados.
o tribunal n5o fica sendo menos inteiro, porque o juiz,
em ubsersanciri do art. 1 103.O, fazerido Ia divisão do
facto e do ilireito, propõe ao jury sO a conclusáo, su-
hre que esle dme prccisa»ienle e:otntSe decidir.

15 inexacta a segunda :

4." porque em parte nenhuma cio mdigo está esta-


1,èleciùo que, nas questõcs de fallencias, pertence a
decisgo sempre a o triÚz112uZ inteiro, isto e, composto
de juizes e de j~ir:idos, decidindo cumulativamente so-
bre facto e tiircito.

?,@porqueem totlas as questões pura e simples-


tnente de direito, sein excepqão das emergentes em
processos (I!: faliencia, quer esteja presente quer 1150
o jury, sí, ao juiz letrado pertence a deciszo : como i:
expresso no nrt. 4030.'-As regras de hermeneutica
jurídica lino consenteni ùistincfles; fbra da letra da
ei.
3." porque de se remir'sempre o jury, não se segut:
que deva ser postergada a divisáo do facto e do di.
reito, sobre que e absoluta e sem excepção a dis
posição do citado ai't. 1103.O, corifirmada no art
4 4M.',declarando que o tribunal superior jslga d~
direito havendo por provado o facto decidido pelc
jwry.

4." porque a regra da divisão do objecto coiitru-


vertido, para que o jwtj julgue do fado, e ojtdiz du
direito, só tem excep~so nos casos ern que nlio for
cornpaticel essa divisüo: conio se declara no art. 1030.O:
c esta excepçáo firma para todos os mais casos não
exceptuados a regra eni coritrario.

5.", finalniente, porque em vci+dade a queslao da


abertura ou nao aberii1i.a de fallencia, envolve facto
cuja verificação e dcterniinngão por sentenp L; base
essencial para a applicncáo do direito, em coiiformi-
dade com o citado avt. 1030.O

Ila effectivamente liesta primeira questão sobre fal-


lencia, mais importarite que todas as superreoientes
ek&taes causas, facto a determinar, cuja verificaçao
base essencial para a appIicaç30 do direito.

kmonstrâ-se, terminante e affirmativameiit e, l,r?ll


art. 4.923.O do Cod, de Comni.:
:)
.Todo o commerciante que cessa pagamen-
tos, acha-se em eslado de quebra.3

Existe, pois, nas causas de fallencia, faclo a ~erifi-


çar, sobre que tem de assentar a sentença de abcr-
tura, e esse facto 4 a cessa~iíade pngamentos, e a ef-
lectiva, corno tambem declara o art. 1130.O

Esta cessação de pagamentos, por isso mesmo quc


6 um facto co~nplexo, muito difficil era definil-cl na
lei, descrevendo todos os elementos de facto isolado,
~;oristitutivosda these geral.

ti por isso que o nosso Codigo, como todos os coii-


cordantes, se absteve de nos dar uma definicão ; e
ti'ahi nasce lioje infelizmente o arbitrio do juiz, em
lugar da sua przldencia, em que o legislador sórnente
cor~fionpara supprir a deficiencia da sua lei.

Sendo esta a doutriiia o juiz aiidou regularmente,


quando, entendendo que havia facto a verificar e de-
terminar pelo jury, o consultou : mas a consulta, que
eatáo Ihe bn sobre a negativa ou afirmativa da abertu-
ra de falleneia, nZo pertencia ao jiirv, mas a elle, juiz.

Era a conclusáo que este devia tirar da premissa


coiistituida pelo jiiry.
35
.C) jury devia ser perguntado sobre o facto da ces-
sação de pagamevalos ; e eZo sci isto, porque o art.
1930." nao t: letra morta : alli se exige que a cessação
de pagameritos seja eflectha : e se declara que certos
factos uno constitlteru de per si abertura de fallencia :
cumpria que o juiz propuzesse ao jury não s6 uma
tliese geral, mas as concliisões necessarias, para esta-
belecer e cleterminas o facto da cessaçúo de pagamen-
tus, sobre qiie o mesmo jury era cliarnado precisa-
alcrite a votar e decidir. "
5 Para o juiz consiiltar o jury devia nos termos do art.
2103.", apontar aos jurados qual a lei que repula~aa
hypothese, da ctssucko hc lynqamentos, facto determinalte
do estado de qucl)ra, e por tanto citar-lhes não só o
art. 1123." mas tanil~erno art. 1130." fazendo-lties vèr
que assim se tratava de um facto complexo, e não sti
l , 'iiriclico; de um facto ou factos, nào ~ Y O -
~ ~ a t e r i a nias
latios que a eod. declara inex\y\cimtcs de pcsi, a.s [ic
tini hcto co\\\~osiode diversos elementos, constitiiti\.os e
da ~ ~ c \ \ i \ sas ~estd~,elecer
" para fundamentar iima con-
demnacão de morte coniinercial.
Devia mais indicar aos jun~dosa disposicão do art.
1121, para que tivesseiii mais presentes os dois ca.c~uLe-
risticos ahi nieucionados: devia mesmo, nos termos do
iirt. 1129." lembrar-lhes so a respeito d e s e estado havia
noto~iehahapub\ica, isto é, pmha de c~ccllto.
Procedeu-se porém de mui diverso modo.
O S . juiz Sanches não o interideu assim. Pelo menos
da acta respectiva não consta mais, que haver o Sr. juiz
m s u l l t a d o o j u ~ y ,sem se declarar sobre que: deprehen-
dendo-se apenas que a sua ulterior deliberacão, não ver-
sou precisamente s o l m ccssn~soou, cessa$C!o bc paga-
~~llentos, mas sohre n b n t u ~ asul %tio a b e ~ t ~ hrea falle.csci:~o
em que os jurados se haviani declarado divididos na vo-
tação; e em que o sr. juiz, mistiirando-se depois com
alies, j%lqo'~,conjwcta\mwAe a materia asOm befado eu-
PAO && &m
ioti.
E iato devia ser assiin, para qtie as jurados n6o con-
fundissem o Edcto de quem cesso pagamentos, com o
de quem si~menteos suopende. e i150 to(los, mss 90
nlgttns, por motivos mais ou meiios jiistilicad~~x,corno
riatam Rogron, Locri: e outros, ao art. 427.O do Cod.

Tiido leva a crer, que n'este jiilgado, vi& a refcrenciu


que n'elle se faz á certidso, iiào fi>i alircc.ia(!o o \&cio,
iiias sc toiriou c-se documento conic dc yyir-t,\ ~ u z c u \ t s t i -
\\iibn, que niiiica podia ser eni vista do iit. ;ii.t. 1221 ."
11 29.0, e 1130.O.
6 O juiz disse em seu 1 considerarido que sc ~\\\oçt.ic\\iu
.O

yclo Aacu,n\e\\to f .... que o ~ \ ' ~ f t T i A~o\ c \ ~ ù i t n \ \ t cc essu.c.u v,\-


i\kv\bt~utos, acIia~ido-sepor isso eiti ehiatlo de quelira.
Mas niio era só com esse tlocumento qiie devia mos-
trar-se provado o facto hu cesçcu$.il Ac ~ty,il\\\euios. E i ~ i -
\)ora interviesse o juiz de niistura corii o jiii.? iiri ap1-e-
c i a ~ â odcsse facto, era obrigado, nos tei-iiios dos arõ.
IlJL3.O c 1130.", a declarar, se e f f c c i i ~ u ~ \ \ c ~eaistiain~tt pru-
lidos factos const'~buit'~~os,
segundo a lei, do í''\c.lo eo\itl)ie:c*i
cs.ji\rí~o h e ~~UÇJCLIN~T~~OS.
i*

liernais, cssc documento provava sinipl e>ii?eiitc o fat t+


porque ne?le
Ac p ~ a t e s i o sde letras, e era ~O~E~~'U~Y~AW,CQ\I\QQ,
.c declara quc as lettras v . ~ o t c s t u h u s liaeiain sido t i j x t i -
uuhus.
Ora, o tribunal titilia a determinar, se, e i i ~tacs circcins-
taiicias, haveria ou não le$xtiii\n CU%&SLL j t \ w YIVWU AO pn-
~ u ~ \ ~ c a ot o que
, clle nào podiai"azer, porque teni de ~ u l -
rrar niais tarde cssa questiio nos processos 1)c~dentes.
Desse documento so resiiltavam. elemeiitos de facts ti-
tiyioso, de facto c o \ k t ~ m e x o o , que nciii juiz iicm jurados
podiam wccitar como rova concludeirte, seiii violiyão
dos arL 940.0 a 941.O {o cod.
h conc!usiíe, unie? legal, a tirar era então a impmoe-
tlenciâ da petiçile, nsta a sua referencia a similhalite do-
cumento.
Assim foi prcientido por essa metade do jtiry, que de
~~rincipiovotou contra o pedido. . . . iiietadc que Q sr.
11iiz depois al~sorveu. . .
37
Podia, a requerimento de um só dos credores, e
rneçmo sem altegação de su@cierites factos co~stitt@i-
uos Lta cessn@io de pngantentos, declarar-se a quebra
por notoricdntlc! prl blicn; nos termos do art. 4 429." :
mas n3o podiam factos de não pagamento só a esse
mesino credor ser tomados em considerac50, para
prova do facto complexo da cessuqáo de pagarnentus.

Devia ser assim, por isso que o mesmo Cd. do


Comrn., no art. 1421.O, estabelece cumulativamente
dois caracteristicos, parri sc poder juridicamente qua-
lificar de yiiebrnclo uni negociante :

.i .' que elle se actie inkabal p w a sarisfazw a setL9


prfgafnetitos,

2." que dle tenha abandoodo o sw con~niercio.

O banco de Lisboa suspendeuem i846 o pagamcrito


de suas notas; mas nem por isso se deu por bllido ;

nQuelques pvotkts MoLhs, qai peuvent avoir leut m t c e


aou b~,\~,s zcn, P C \ ~ S Ge$'~ticneBe p%e,~ ou mênie drns ün
*embarras momaataaé du débikur: quelques m~h~.cn,1xa-
ot'w~cs oùte\\\u,s c o n t ~ eLUA, wcits aulx % e l e s i L I ~ P tade
,
*satisfcti~c, t s leiire dbdorer en
suv~i n s s \ T ~ s ~ apour w\-
ulita s'il ~ i ' ya d'ailleurs r)2 hid"cc dans S ~ Saftai~cs,
c\pertu de c~ixit,n i i~tmu,'ptl~s &$ c~wae,~t'~ee.i)
Dalloz-fail tite<-n.~ 65.
com quanto, se disse, houvessem então iddas de o fbr-
yar a appresenhr-se no tribunal de mrnmereio, mes-
mo a instancias de alguem que geria os negocios do
estado * . .

Está-se, pois, proeeden-80 em nossos tribunaes de


cornmercio, acerca de fallencias, de um modo confuso,
irregular e tumultuario ; oii antes, no negocio judicial
o mais grave da vida comrnercia\, não se encontra mais
que arbitrio, destituido completamente de regras, que
Ihe sirvam de correctivo.

Esta irregularidade, este arbitrio, verificou-se neste


processo, por isso que, dando-se o caso do empate, era
forcoso, como jA fica dito, cumprir o que determina
o art. i 104." do Cod. nas palavras :
GNOcaso de empate procede-se i ronda de
dois e dois dos supranumerarios. r,

0juiz, para se poupar a censura de il~consequen-


tia e contradicção comsigo mesmo, e de haver dado
causa, por errada interpretação da lei, a manifestação
do empate pelo jury, a propalação da preponderancia
de voto, contando-se o seu para o vencimento, tinha
por ventura melhor alvitre, para sahir da diBcddade,
cumprindo o mesmo art. 4iOS.O, nas palavras :
4avendo divergencia total que o presidente
.não possa conciliar, será de novo a camapre-
rposta na presença de todos os jurados e su-
ubstitutos, e fari vencimento a pluralidade ab-
a soluta. B

Rigorosamente fallando. sempre que, em numero


par, metade affirma e metade nega, se da uma diver-
gencia total, e, se o juiz não podia desempatar, nem
queria reconhecer o empate, podia, por uin desculpa-
vel argumento de analogia, fundado na lei de i 8 d6
agosto de 4 769, § l i mandar que fosse observado o
.O,

mesmo art. d404.'

Seria isto um erro, mas muito preferirei ; poiq-


que, náo pondo em duvida um sO instante a rectidão
do juiz, a decisão do tribunal, ficou todavia sem força
moral para o mesmo banco de Portugal.

Póde temerariamente suspeitar-se, que o juiz guar-


daria silencio sobre a pretendida exorbitancia do jury,
se a declaração fosse affirmativa da abertura da que-
bra, restringindo-se nesse caso o mesmo juiz a homo-
logal-a por sentença : e que premeditou annullar essa
decisão se fosse negativa.

D'aqui a conclusão maligna de que o juiz esteve


preoccupado sempre a favor da abertura da quebra,
e de que, se esse fosse o resultado da primeira deli-
beração do jury, não proclamaria a competencia do tri-
bunal inteiro.
Longe de o6s, repetimos, insinuar assim a menos
boa fé, ou parcialidade, da parte do juiz ; mas é certo
que elle coiicentrou, absorveii, dominou e suhjugou
o jury : que assim só prestou ijiistica, que entendeu
assistir ao banco de Portugal, uma homenagem pouco
satishtoria para este, e pouco digna de applauso para
o corpo de commercio.

É preciso porém que este corpo, que vive do cre-


dito e pelo credito, acredite na equidade dos seus pa-
res, dos seus juizes especiaes : que n'isso tenha fé
viva, segurança plena, incompntivel com a volubili-
dade, incerteza c irregularidades dos tribanaes de
commercio.

Aqui houve primeira retmião e deliberaçáo do jn-


ry : houve em resultado um empate, que não foi -de-
sempa tado : uma seqzmda reunido do mesmo jury,
com intervençáo do juiz. Se a primeira foi illcgal, a
segunda, por isso que náo foi prinleira e u~ica,ffou
f6ra de tempo e de logar.

Por tanto ou ha excrescencia de reunião na pri-


meira, ou na segrtnda, e assim o principio, segui-
mento, s condrisáo do acto foi irregular, e esta irre-
gularidade Iafluiu essencialmeate na decisão da cau-
sa, e por eonsequencia converteu-se em nuliidade in-
sanavel.
44
O juiz havia reconl>ecido a sua incompeteneia sobre
:imateria de facto: d~pois, e em acto continuo, pre-
judicou ns legitimas eonsequencias do empate, resiil-
tante da delihcrac50, considernntlo de diverso modo a
competencia do jiiry : Iinuve em tudo isto uma yro-
palaçao de ~ o t o se de opinio'es e~~co~ztrntlas,
assim da
parte do juiz como da parte dos jurados, que na mesma
scssZo n3o podia conciliar-se, neni ter remcdio algum,
fora dos termos marcatlos no art. i i O 4 . O

Havia para qualquer jiiiz, no caso dos autos desta


fallencia, razões para proceder desta fòrma. i\ primeira
era a gruvitlcctle do negocio.

Tratava-se de nn(l3 menos que tf e proferir uma sen-


tença de morte contra tini respeilavel, e até ali res-
peitado, negociante desta praça.

De uma sentengn de ?norte: porque, em commer-


cio, o credito B a uidn, a fallencia C: a niorte.

A sentença de abertura dr, uma fallencia é urna


sentença de morte e de confisco, similhante em seus
effeitos 5s de condemnaç5o 4 morte corporal, conforme
ao arl. 52.O do Cod. Pen.

O falliclo fira tanibgm aqui inhibido pleno j»re da


disposição e administração dos teus hens, conforme ao
Cod. Comm., art. 4432."

& uma sentença de morte, peior mesmo em seus


effeitos, que a de morte natural, porque esies ferem
mais interesses que os da pessoa do fallido e de sua
familia.

Ferem direitos adquiridos por terceiras pessoas,


pois que todas as Itypotliecas vinte dias precedentes.
e todos os actos translativos a titulo gratuito, qua-
renta dias anteriores, ficam sem vigor, quanto aos
credores da massa fallida : art. 4 133.' e 4135."

É digna, talvez, de reforma, por injusta e ineons-


titucional, esta legislação. Nenhuma lei p6de ter effei-
tos retroaetios, diz a carta constitucional da inonar-
chia : e aqui apparece o Cod. Comm. a autorisar a
retroactividade ! 7

Funda-se esta legislacão em presunipcão de fraude, enr


quanto que o mesmo cod. no art 9hO.O declara que toda
e prova deve ser ~mivocae n k o equi~oca,e que a'mwo,
pssiVliYdahe em contrario torna a prova iq\su\Ttcemte.
Per maior que seja a authoridade do legislador, a pre-
sumpg2ío legal porduzirá no animo do juiz1 eonvicçãr, da
omdaàe Cyd,ws n,l)un,c(b a ha v~~haQe rno~bl,do seu jul-
gado sobre o objecto controvertido.
O juiz dormirá somno tranquillo, porque sabe, em sua
consciencia, haver cumprido a lei, mas não porque alcan-
asse grao de prova suficiente para roferir sentenca
!
com jnstiça; prova cin que lhe fosse da o pelo raciocinio
A k m da gravidade do negocio; em si mesmo, ou
D3S suas relações gpraes e effeitos de uma dcclaraçfio
de quebra, mormente qnando verificdda, a20 pela apre-
sentacão do fallido, nias a requerimento de credores3
saltavam aos ollios cnnsideracões especiaes, na Ilypo-
these dos autos, em presenp da mesma petição f. .. em
flue ilrn si, credor, o banco de Portugal, vinha reque-
rer essa declara~t5o.
rhegnr a uma co~iclusãode ~~ecessihuclc e não de yoss'%V%-
\'dc~be,*nosprecisos termos do art. 041.O.
Podem os actos de Iiypotheca anteriores ii falleneia
ser uma fraude em prcjuizo dos credores, d'antemão
preparada: podem os translativos a titulo gratuito ter o
mesmo vicio de causa deterniinante: mas podein tarnbem
e muito pelo contrario, não ser mais que operacáo mixta
de credito ~eaLe .ptssoi~leni beneficio Ao co~~~w\cz.u\o de
quem os estipula: opera~ãoexclusiva de toda a idCa de
tessac.~o he pagamc~tos, no IouvaveI e licito iiittiito de
prover a maior pontualidade e regularidade desses paga-
mentos.
Urna operação previdente, que d4 em resultado um
fwtho he Iresema, um capital de g n ~ u ~ c t i que
a , previna 0s
inconvenientes da demora nas ~ e e e i t c ~ous nas rremessas.
Por outro lado, os erubaracos do commerciante podem
assaltal-o por acontecimentos que venham feril-o de im-
proviso, como do raio despedido das nuvens.
E tambem, pelo contraria, pode um cominerciante, se
teve o pensamento reservado de prejudicar a seus cre-
dores, nutril-o com a prevencáo de um, dois, e mais
mezes.
E quanto aos actos translativos a t i t d o % ~ a t u i t opodeni
,
ter a forma e a qualificacão de beneficos, sem o ser na
essmia, por ser pagdmento de gratidiio ou de servi-
p s wpeclaes, não es~iecificados,mas que nem as leis,
aem a moral, podem reprovar, e tanta razão ha para se
deduzir presumycão de fraude da proximidade de qua-
reiila dias á abertura da quebra, quanto Bs transinissões
anteriores ; como da proximidade de 80 dias, quarito ás
h ypothecas .
Carno elerneqtos cons titutivos della allegou o banco:

4." ser portador de uma serie tle letras commer-


çiaes, importantes em avultatlissirna sorniila, aceitas
pelo fallido, corri vencimento iio ultiriia dia de calia
iim dos rneze3 de 4863, e que este liavia deixado de
pagar as vencidas rlos (lias 18 de fevereiin, 3.1 dc
inarço, 30 d'abril, e 31 iiiaio.

Mas o acceite destas ietras foi baseado ein provisQo


fie fundos, feita pelo niesmo baiico.

O fallido tem pi'elendiiio sustentar em juizo 1150 ser


+)brigadoa fazer boa a sua firina nestas letras sem q u e
sejam cumpridas, por parte do banco, as obriga-
correlativas: tem pre teiidiilb sustentar que essa proua-
O fundos Itic foi retirada no rneliior, ou antes no
Y ~ de
mais solido e recal, da sua garantia: esta pretensão
acha-se contenciosa; e portanto, n30 podia, antes da
sentença, proferida sobre o litigio respectivo, a taes
letras, B recusa de seu pagamento ser tornada em coii-
sideraç.20 para a abertiira da fallencia.

O banco de Portugal não e um terceiro portador destas


letras a quem não posFa ser op sta a excepção de snp-
P"
posicão de valor, porque era e1 e mesmo que havia kito
e havia promettido continuar a fazer provisão de fundos,
para que as mesmas letras podes~einser pagas nos dia5
dos' sms vencimentos.
Isto 6 doiitrina corrente entre to&s os jiir'isconstil-

Eis tini e.speciiiieii destas letras :


Li>iloa, 31 dc dczeiiibro de 18liO.
..
BPZS..
*No dia prefixo de 39 tic iio~eirilrro de 1869 pagara
v. S.' por csta iiiintiii iiiiica letra, o~Acn\~ C KL ~ C C ,AO
~O
*bu\\co AC Yo~\'tnqci\tb cl~i;lilfia ( ] C . . .. .. ynutc Ao htbito c\(\
H~\Y\IL(C socin\, Sa Ilasto c! C." do Hio !:c. .Tiiiiciro, confiw-
crme a conta cjiie, cacirno so;iù ~o\\l\i~.ii.) da dita liriiia fOr-
wrieci n'estn data á dirccyiio, Y ~ \ \ O Y c\\\ co\\itt L\& LPSS&O (\\\\\C
~ ~V \ C ~C\G "r\\csfi\.n\\'\YPc\:\\o t'~nns\\i\it'\u"v-
*\\o.c E S C P ~ V ~ \ L~Y\ \ Ù
qv. s " de todo o direito c accfio colitra a incsma firma
rpn-tn s c ~B ~ \ ) O \ ~ O(10 (lel)ifo total (11113 a referida roiita
t<mostra (as-ignxlo) Fi*nrici~cao 'i'eiueirn h t o - ao Ill.lnn
« S r . Tlioniaz Aiai-ia l~c~sone-l,i4on. ))

Esta4 letras pois proiani, por s i niesrnas, qiic o sr.


Bessone acceitoii kizor pngniile~itodc r\c\,ito n\\\aio: que s
este acceitc precederi uin ~ L C ~ Y Aentre O o iaccador, o
~accado,c a tlircrci'io do it;iiicw tlc Portiigal:-(ltle a di-
r'ecqão promctteii ao saccad r c ao saccado, 'jl\ue~y ~ o u i -
*%o hc \w\&os, para que e<tc podesse rcali4ar esse pasn-
rilenlo:
Ora e;ta ~ ~ ù ~ i s\\ti i \o\ L ~ ~ o ns , h foi 11~111libdia ser s u
a cedciicia cio direito e ncc,'io a cluc se referem as letra.;.
Era iuaii cor\\~\extt,c neni potlia dcilar dc ser assii?i,
para ser ~ e c t \ , pasn ser s ~ t \ \ C b i i v i t ,n~oriiienteporcliie nti
csrripturn de cessa0 (Lcclinoii a tlirccg.fio depois tod:, O
risco da Iwa ou niá cohranca.
A ces.;acao, a cjiie se referem as letra.;, devia scr n h o -
tutu, c por tanto nào csclii4va da í'ritura allagaciio da
i\\çufficiencin da provi~iiode ftintlos; a cscí.ipttira poréii~,
e.m cont!-adiccáo coln a prorncqsa feita pelo saccarlor pnrn
o acceite, foi ctausul;ida, levando â conta e risco d0,acei-
tante a eventricilidade da mesma insiifficiencia. .
Mas todo isto se exl)licn pela simic\ut,i~ocom qrie to&>$,
saccitdor, saccado, e direcciio, andaraili no negocio des-
tas letr'as e da referida cscriptura
Nesta si\~w\ucíio, iilio Iioiive por certo a menor idba (Ir-.
tr~t%cheoii de eqcuio eritrc os coritrahentcs, mas só o pro-
posito de dar a cda operaciío u~.pauc~<\asde ~ec~u~nf\hu-
105, que tem tratado especialmente da maleria: e a sua

talvez para que o seu e\\iqto momk fosse


hs t~ml\\e"C~i~\\~
nielliorado perante a as.;en~l)léageral dos accionistas do
II~CGIIBOl~ancs.
Esta simu\rw,iío consistia em se occultar na p~oxisúo&c
Iaidns, pata yagan~eentodas letras e segurança do sacca-
do, diverso.; ( ireitos e ol,ri;acGes correlativas, coiitrahi-
das em boa fk, que condituiam a p ~ o t i s C o seai, muito
iiiais co.\\\p\rxrt, que a si\nu\ucla nas letras e na escriptura
que se llies seguiu.
O er. Hessone, para s a l ~ a r direcção do banco do apu-
ro e da resporicahilidade eni que se a c h a ~ aconstituitia,
iimuloz\l tornar como yvouisno &e f ; ~ ~ h uma o s cessão de di-
reito e wcão que os niío podia produzir: e, não só isto,
annuiii .a tomar sobre sí os riscos da ma cobranca; e, por
esta forma, appareceu o Sr. Bessone a secundar, com o
predigio da sua firnia e da sua fortuna, as vistas da di-
recyfio, elimi~iandoda coatu. de peuhits na e s e r i p t u q ã a
do i~ancoa iniportaricia do alcance da agencia Sa, Basto
& C,'
Se não fosse esta mesma ç \ n ~ d q í i o nada
, haveria ue,
uioral nem commercialmcnte, podessc salvar de nillli ade
o aceite dessas letras; poisquc degeneraria em contracto
B
leoiiino; em doac6o de bens e fortulia privada a favor d o
lianca de Portugal; sem insinua~ão nem direitos de re-
(risto; na riiais inexplicavel prodigalidade ; n'uma opera-
m-
$ao, ,enlliw, destituida de todo o senso conlmum, que da-
ri? direito a rescisão em favor n(?o só cio sr. Bessone,
nias da sua í'aniilia e de seu.; filhos eni menoridade, que
tem direito a legitimas por morte d e seu pae, e jã o ti-
iiharii pelo falleciniento tie sua mãe.
bfas a realidade foi outra. Tanto o sr. Bessone como a
direc!:áo apreciaratil o sacriywio, ue clle fazia, c o ser-
v i ~ .que
, !
o banco utilisara: recon ecerain que esse si-
crilicio, que esse wrerrip, não podia arrumar-se entre
cont~nctosbesebeos, que a rpncouisüo ta fun,&w, não podia
wlitriir-se em valores incertos ou iw,uff'\cieilntts, mas em
valores, pelos nienos, equiwu!entcs.
Ouro B o que oriro va1. -4provisão de fundos estava
bite por outros meios, e por isso o sr. Beasona aceedeii
a u'k~1~1~ii0, alias inoffensiva.
procedericia reconhecida nos tribrinaes dc cornmercio

Effccti\anicntc a direcfão nào teve a intericiio de si-


criticar a firiiia e a fortuna do sr. Bes~one,nem o beni
estar c fortiiiia de suii laniila, aos interesses iiiateriaes do
banco, e por isso tratou dc adiiiittir cfiversos elcnieritos
de coiiipeiis;i~So,
(:oncckdcii-llie:
I." a iiora apneia iio Rio de Jnrieiro.
2 .O '511111 A P ~ O S I ~ Orleril fiiinca previa.
3.' Coin ;I entrega tie 100:000$000 rs. r p r ~ ~owef,c ~i~
Ae p ~ o u i s i i ohc \u~u\os, dc~)osi to da tin tcrior agencia.
4.' Com e~it~nA(\ Ç o ~ c , t u \ \ ~do snccador Basto.
5." Coin o sequ~ohc ,~iAnda pessoa do nicsnio Basto.
.O 6 Fi~ialnicrite, coili l\ni\\as e hiuc~s\\syyornassfis (jlic
iiiiiica clicga:aiii, coiiio as antcwtlciitcs, a consolidar-se.
&tas Ictras Ior tanto tem uiiia Iiistoria, que a direqào
(10 hsiiro de bortugal, ha-de iim (lia estudar nielhor.
para ser jii.ta, pois que este ricgocio das lettras do al-
caaiicc, c!a Agciiria-Sii, Basto, e (:.a-diepdo e toniado
cm liiilia ilc conta corno clcnicrito dc ECS<.I\C<\O C\& p q b -
tilen.tos, pelo riiesrno credor que retirou a ~ Y O L ~ C ~ '\\R~ L O
LI\C
\ ~OS: 1130 ~oderánunca justilicar-se aos oliios da 1110-
d
ral ncm do ireito.
Assim sobre a i~~ecju\nrinlrche e sl~\\~\luc,iiode sinc'\L\~u#-
tes \ . e t t ~ ~ spoderá
, vir a ser aliegada uiii dia, niio a má
Sti e crigano que este negocio náo t e ~ e lia sua origem,
mas \*r(\~\Ae sz\pe~~cnie.ntr: pois que, eni verdade, tiiz em
alguma parte iima das orderiacóes do reino, lia factos
y ue coniecaiii niuito innocciitetiiente, nias que dcpois se
transforiii~iiic converteni n'outros nioral e jur~dicariiente
illicitos.
Teinos preseiites as deois0es do tribunal do conimercio
já depois que é seri presidente o actual juiz, o Sr. San-
ehes: c estas nos offerecem muitos exeinplas de que ali
tem sido jiilgados sem valor aceites que niio cohrem OU
que nào obti\erarn effectiva provis20 de fundos.
Sirva de exemplo, entre outr~s,dois processos, em qiie
foram assini julgados iiiillos e de nenhum eReito acceite3
(10 conde da Cunlia,
dsta coneliisiio é precedida dos seguiiitefi eoii~iùerarid03.
* Attrndcndo que o art. 311 do rod. prescrevea<lo
.O
portuguezes e pelo mesmo meritissimo juiz que actuat-
inerite i: o presidenie do tle 1.Vnstaricia.
certas fon~\ci!'xA~des c o n s t i i u t i ~ a sdas Ictras de canibio,
\\WT jkns e~\unc't\\c~õas
since~'~hahc substc\\\ci~\cs, e co\thcnx.clt~
~ L Ss~pposir~óes, sendo conser~iienr~ia, qiic c ~ i ia-fio >e eiitin-
cia uni valor, se não c a expre.;s;;io tia vcrdatlcira ori-
\.cncc?o das partes.
c(Atteiit1cndo n que acsini como iirria cnriw licita nc-
cessaria nas runuc~\c,Gtsniuis, a ~ s i r iein~ m\\tc\.lcts &c ictruii
hai cnnVi,o é neccssaria r i dec*lnraciio d'iirii aior ~.efkci-
~ntnte\OTMR&O. Çod. C ~ V .f. art. I l : l l .O-Sougiier n. 1Sjk
Orillarid n.' 383.
aAttendendo a que por direito i r\h\-i\ttiAo n TTL\YAT (\nu
~ ' l li~cche~~
o ~ \ t t ~ ( t ,aquclie qiic dcclaroil ha-
o o d o hn
\-ei'o recelido. Pnrdessus n ." 3 4 0 .
ctAttei~dendo a qtic o effcit,) civil ria si.\\\u\a\iio é, a
\~.\~\\ic\nAe nos termos da ord. l i v . 4. tit. 7 2 pr.
Est .s tlccisóes proferida* em 186:1, foi-nrii coiifirrnadas
ria reiaçBo cninmercial, cin 32 de maio e 4 de jirulio de
1864.
Ora a ilustre direcciío sabe, e C Iiojc pri\)lic'o, cpe 0
S r . Bessone, em quanto duroii a proiisiio d c fiindos, pro-
visào cn.c\\p\a.tn, prigoii as letras provenieoc+ia
Assim pagoti suceessivam eii tc todas nç qii c sc vcnccraiii
tlesdr, 30 de abril de 1861, atk 3L dc jniiciro d e 3863,
tia impnrtancia dc 193:/9ii&531 rs.
Coiiti~iiioiiassim a pagar ilicsrno dc j~oi.;de Iiavcr ces-
m i o a provisiio dc fiindos, porquc foi dezde 31 de outii-
kiro de 1802, que a direcctío deu por araliada e di.501-
vida a agencia concedida: e dcqde ucteiiihro do niesuio
i m o qile comerou a pòr em drivida a i.e-ponsal~iiidadr
(eoniraliida para o pagainento (10 premio d e seguro de vi-
da dc Baçto, que não duvidori fazer no 1 . O anno.
Por-esta fforma se prova, quc não houve cesssusúo d e
va~Bmentos, quanto a estas letras, inas somente sslsjezt-
riia diis que foram vencidas, depoi$ (lue a l,vi\.i\s&o, qiio
era de tracto successivo, foi retirada.
Pfovii.30 real de fundos so houve nos 100:000&000 E-
do deposito da anterior agencia, entregues ao sr. Besso-
ne, e esta se qacliava esgotada e muito excedida c111]ia--
garnentos.
Ailegou mais:

2." a falttt de pngarnento de outra letra ùu impoiS-

De resto, coiihrine nos dieiaiiiea da boa razão, aos pri~i-


cipioz. de direito coiiiniercial, e a . que ensinam 0s rc3-
pectivos jui.isconsultos, iiào podia, neiii ser toniado coiiio
c~eiiientode ctsauc,ko Ar vqu\i~,\itos,o facto da !alta doy
relativos a estas lcttras, estiiiido in3taurada e contestada
iiiiia accr?o orcliiiaria, so1)i.e a to\\ti\\uuc,i~o delles, iiciii
rliiaiido es3a hlta proi inlia de acoiitecinientos jistificado~
ou não justificados, que prodwbiraui retirada de provisão,
praticada por acjuelles niesmos que i~iiputama outreni a
cessasão de enèi tos, cuja subsisteiicia dependia da periiia-
ncncia da sua causa.
'Da provisão nascia o acceite; do acceite uaocia a obi~i-
gacâo; da obrigacào iiascia o direito.
Sc ;i prorisiio cessou: acceite obrigagfio e direito de-
sappareceram.
Se o sr. Bessout! pagoti de iuais, coiiio et't'ectivaiiieiitcl
pagou, isto é, alciii da provisiio, lorige de se poder to-
niar contra elle corno elcnieiito dc cessasiiu he \\ii~{\~\\u\i-
tos, a n i i o ç ù n t i ~ ~ i ~ u $dos
' w que são re1ativo.s a cslas ]c-
timas, teni accão para repetir o indeliito, expressamente
recoiihecida no foro mercaiitil, coma se v6 do art. OOG."
i10 csod. de corrim. e muito inelhor do art. 8 7 0 . O
«Todo o pagamelito siippúe ditida. O que sc
apagar seiii ser devido póde i*e etir-se.))
A verdade legal, a verdade conimeiciar, a verdade
mural, a justiça que brada niais alto, que os so hisn?as,
h'
que as declitmagões apaihonadã;, que as altas in uencias;
que as deçisóe~utesmas dos triburiaes hunianos: é que,
nas circunstancias eni que uma scrie de factos ines era-
dos collocou o sr. Bessone, tanto deve ser climina o do
>eu actit o n credito resultaiite do direito e accão cedido
B
pelo banco de Portugal coulra Basto, como do gassi.i@ o
debito pela iniporhncia das letras que deixou de pagar
pelo mesmo Basto.
An~ulladavirtiialinente a transccão ori~inariapela re-
tirada da red e ro\\\p\w,a provisão de funaos, só deiem
4
tancia de 5:000&000rs., nao saccada nem .acceitri pelu

.;er considerados validos os pagamento.; que com poria r ;i


parte da ,provis,?o realisda, ( I I k;699$;25Or.i.) tendo as-
,iin o sr. Bessone pago já um cscedende de mais de
80:000&000 rs.
Fica só em campo a letra dos planos inclinados, por
:i0:000&000 rs., unica lic~uida,e não contestada ; cpe
por certo pode ser paga, por encontro, em egual ou su-
perior qiiantia, ja depodada no mesmo I~ancodepois da
altertiira da hllencia, ficando ainda uni credito pdr aquelle
cscedente.
A verdade legal, a verdade conimercial, a verdade
riioral, a honra nresrno da corporacão de credito nacio-
nal,' qtx -tem. por divisa-ba~\co de Po.ctu,gul-hade uni
dia, nós o esperamss, retomar o h'i~ecto e ncqcto que ce-
(leu ao sr. Bessone para emholso das quantias t ue pa-
gasse por aquellas letras: e receber como de conta 60 oies-
iiio baiico, as apolices, do seguro de vida de Basto, da?-
tlo como pa as as mesmas letras.
O Laiico f e Portugal niio pode hoje deixar de reeonhe-
ver e acceitar como valiosa e equivalente co~npnçaçàoa
rmportancm dessas apdices.
Os seus accionistas n5o hão de qiierer que seja rnai~
\ aliosa essa garantia quando para consolidar receitas rea-
lisadas a favor do banco;, qiiando para saldar alcance de
iim meml~roda siia tiirecgfio;. qunrido para .ser toiriarii~
pelo governo, emhora para1 reabisagào de soccorros a f0-
voe dos infelizes habitantes de Cabo Verde!
Por muito sagrada, poiitim e de cquidade que seja
esta a plicacão, umas outras apoliees tambsm de seguro
de vi&, náo poderiáo ter sido, corno forani, objecto de
um contracto celebrado por escripturâ)publica em 10 de
dmentljro ultimo, figurando nella como acceitmtes .e ou-
tborgitntc~o ministro da marinha e o ajudante da .procu-
rador geral d a cor&, se as mesma8 apoiices liao .tives-
seiti um valor rert.1..
Mais forte razão teni o banco aca aceitar â fmor do
Sr. Bessone em pagamento a s apofices do .seguro do vida
de Basto, que a que o governo teve para acceitar as que
Zemou por aquella escriptiira; porque de nada mais se
tpata.aqui, que de fazer reverter para o banco uma prk
bllido, mas por este alriançada em carta d'aval. 9

da provisão de fundos que elle mesmo havia por essa fór-


ma ruliniinietrado ao sr. Bessone, pagando até no pri-
meiro anno o premio do seguro.
O banco não pode repellir este pagamento, este encena
tro cle valores, sem contravir seu proprio facto, sem re-
nunciar ao proprio beneficio resultante da convencáo feita
com o niinidro da niarinh?, e sem ap mesmo tempo ret
rovar o acto do governo, conio desvio dos dinheiros cio
Estado, como transacçào illicita.
O governo não estaria hoje a braços com uma aggrcs-
r'
são violenta Ia imprensa por causa dessa escriptiira,
re da conta o segurado, o banco extornasse uma quuila
tia equivalente ao dito alcance, e tomasse para sua in-
denini~açáoaqucllas apolices: e o sr; Bessone náo teri;i
contra .;í um grande debito, causa principal determinantc
da sua quebra, se o mesmo banco, retomasse para sí as
apolices de Basto.
Porque assim o não fez, gema o governo, gema o Sr.
Beçsone e a sua familia, gema o banco União, geniii o
llanco Mercantil, gema o banco Commcrcial, gemani o.
niais credores!
Não póde isto contintiar assim. A juslica Iiade emliiti
vencer: n3o só a justica dos tribunaes, mas a justi~~<tLo~:
âccioniatas do banco. dc Portiigal, quer eiii direccãu,
quer rm assembl8a geral.
Longe de nós admittir, como possivel, radicar-se pai'ii
o harico de Portugal a ahsrirda maxinia-de quc não teiii
je~\C~ointc~esscsmntclçlaes e ~te~kh~mbsob~ignqõesmo~ucs
-e de que L m m o y son~b~n de perda nesses interesse.:
Ilie é licito, n2o só promover o sacrificio de'fortii~aspri-
mdas, mas consentir no dos dinheiros do EstcMo.
9 Sobre esta carta d'tival, pela quantia de rs. 8:000&000.
de Francisco Jose de Lima, nunca houve recusa de pa-
gamento. Logo que. o banco de Portugal obte~emanhuho
he ~cnhovo,contra o sr. Bessone, entrou este immediata-
mente eni deposito comquma quantia superior.
JA em juizo tinha antes declarado qne, a eznr de ser
!
asta sua~responsabilidade,contratlida eiti 3 c dezeriilii'ca
de 1862, .a pedido do sr. Augiisto Xavier da Silva, e de-
bni-x@lda seguranga de que nunca seria por clla iiicoiiiiiiir-
A respeito desta carta d'aval, aliesou o falliùo pe-
i3ttnteo tr-ibunal, ria sua petic2o f. 7 v., que rio dia 9,
o mesmo em que o banco requcreu a abertura d 3 faI-
icricin, Iiavia tido logar o respectivo pagamento; o , por
tanto, dois dias antes da resposta fiscal; c10 despacfio
(10 juiz mandardo reunir. o tribunal; e do crn que ef-
f ctivarnente teve jogar a rnesma r'eiinião.

NSo foi, pois, nenr podia ser, este urn dos elemen-
tos (Ia cesss~iío de pcsgalnentos, antes ptaov;\va con-
tt':i ~113.

Allegou mais.

3." que tiavia sido n3o paga, no di:i do vencimerito


c por tanto protest;rd:t, outra letra d:i irnl~ortariciade
ti0:OOO.iiOOO rs., vencida em 20 de maio do mesmo
itllI10.

Mas, qiianto ri esta letra, consta dti propria certid30


junta, por parte do banco de Pn~tugal,qiie náo só es-
tava protestada mas ajeciznda. i0
dado, queria honrar a sua iirma, c por isso confessava
redondamente a acçáo para ser condemnado de preceito.
e assim o deferiu o juiz mandando tomar o respectivo
termo em 93 de abril de 2863.
ia A respeito desta letra sabemos, que precederam dili-
gen%iaspara a reforma, e que houve a esse respeito uma
c.orrespandenria por interveiicào do conselheiro Reis e
Havendo assiiri o barica de Portugal escoiliidu este
meio de haver a impoi-tancia desse credito, devia es-
perar- pela senten! coiidernnatoria, e sO co~isidei*ai.
!

como elemelito de c( ssaeáo de pagainentos. pai;) ~ I P -


rno~islracç~o(li? icillci~cin,a nio ~~ealisacio
de Jj1'()ii]p{i,
depois da ineaiiia seiiteiifa, ou por meio de caccuç;io.

O ba~lcode Po?.lrrgnl iiio igiioia. iião iyiiui.;i:;i (1


jiiry, n5o igrioravn o juiz prcsi,ilciilc, que os pi.ivilo-
gjps do inesmo I>ar;co o.liabilitauam a l~averpor ekc-
cuçao viva, sem opposi@o alguma de terceiros, aqueIl;c
importancia, peio niajs b,em prirado dos beris tlo acci-
tante; e, por t alito, c) ne?lk2dt?~i~zleressee çonscqiiei!te-
mente o ne~zl~uoi direito que tinha para alle,d r : ~ ~ l ,c01111

Vasconcellos, cori~espondciiciade que, tendo coiiicio ciii


11 de maio, só se obteve uma resposta em 19 V C P P O ~ ; I
do dia do venciniento:
Em 20; se tornava o protesto: e& $2, o'assi,ntim~6 SI..
Bessone; e em 9.4, se fazia o libello; yite \ o i ~ j ~ i z r t hemo 2i!
Sabemos qub o sr. Bessme tinha, no iilornento de cori-
traliir esta ohrigncno, 2vm, cncto nbc~topela, direry%l
np valor de 100:OU0$000 rs. que cstn lhe Iiavin conce-
ddo, rcprcsei~tadopor lima nota proniissoria, redigida pelo
rngito babil guarda l i ~ r o sdo mesmo baiico, o 'rava-
res.
Sabemos que, nesta situasão, o Sr. Bessoiie, na melhor
boa fé, e sem rcccio alguM '$e 'vexa.rJie, ap fieou esse
credito A empreza dou plqb$'k~)inados:qtie c legou a ser/
o seu debito, com esta o r j w , a quantia de 95:800&000
em dezembro do 1863: que'pii,@u:pok conta 4á:OUO&OOU
rs.: e que, todavia, doFB &ezes'~epd~s, a d i n c ~ ã oexi,'@tu 0
total pagamento immèdiato ' on rima 18tra.
Sahemos que o Sr. Bessone, que na orige~vdeste cre-
dite por 100:00l)&000 .r;.tinha por: liadores para roili u
assemhléa geral os membros da Mbsma direcego, nAo sert-
elemento constitutivo da cessação de pagamentos, a
falta do respectivo a esta letra no dia do seu venci-
mento.

De mais, houve snbrepção, invofuntaria porvent.ura,


mas prejudicial ao fallido, de que, a respeito desta
letra, houveram diligencias constantemente emprega-
gadas, e em tempo, para se alcançar a reforma, isto
é, o pagamedto virtuat por outra letra da mesma im-
portancia, com adiantamento de juros, operacão muito
regular, que o banco de Portugal nunca tomou como
resultante de recusa ou de suspensão de pagamentos,
para requerer fallencia.

do obrigado portanto a aIterar a forma de sua primi-


tiva ohrigçáo, todavia optou aceeitando esta letra.
Conclu~mosdesta sciencia 1." que o sr. Bessone, como
cavalheiro, não dnvjdou assim exonerar a direccão da
responsabilidade que havia contrahido : 2." que a di-
reqão tinha um be.aev w ~ adel corresponder a este actu
de cavalheirismo, e por tanto de não allegar em juizo,
como elemento constitutivo da cessq&o he rpccgamc~ttos,a
importancia desta letra: e já que a tinha oipizabo, desde
97 de maio, esperasse, pelo menos, a sentençs de con-
demnaçáo.
E e notavel, que, a respeito desta letra, esteja o sr.
Bessone sentindo hoje os resdtados ou de sua impruden-
Ga, ou de sua nímia credulidade, pela mesma forma que
a respeito das letras do alcance da agencia de Sa, Basto
e C.' e de uma c& d'aval cuja falta de pagamento se
allegou tambem para fundamentar a abertura de fallea-
fia!
Se o sr. Bessone advinhasse que as obrações, que
firmava, sem que 8 tanto fosse obrigado, haviam semr
para ser protestadas, emesmo produzidas depois para fua-
Accresee, como o fallido allegou na saa petiçáo n
'1. 7 v., que a importanci~desta letra tinha origem na
protecção prestada pelo banco de -Portugal a empreaa
dos planos $inclinados,cofferecidos em hypotlieca es-
pecial para a reforma da mesma letra: e que o faliido
-na0 podia esperar, que no momento do vencimento
o banco retirasse essa protecção, recusando a refor-
ma, sem contemplação .alguma com a posição mo7nett-
~taneado seu devedor.

lilegou-se mais, por parte dombancode Portugal.


na dlta petição f... que o fallido havia promettido b-
.zer uma proposta para pagamento de todo o seu de-
.bilo: que a direcçáo esperara quasi 45 dias sem que

damentar um proeesso de quebra, .não teria sido .por


certo assim condescendente ! Bem certo é que nem sem-
pre deixa (de ser fuma ração-%c&o c'uiiJ,e'\.-
A protecção que a direcção do banco tinha prestado
ao sr. Bessow, confiando que elle havia de ai., Iicar coni
8
energia e prudeacia aqueile credito de 100:OtJ &O00 rs.
a alguma empreza productiva: o facto de não haver ellt.
desmentido essa esperança, dando effectivo emprego i t
empreza dos planos inclinados: o cuidado coni que come-
g u a amortisar de 95:000&000 a quantia de 65?000&800
antes que o capital despendido desse dividendos: a ai-
k
nucncia com que pelos 80:000 000 rs. restantes, esco-
lhendo, #a alternativa que Ihe i imposta, aceitou let~a:
o louvavel intuito de não de endw uella empresa de
capitaes estrangeiros, dando-ke o si%ssone um cunho
de exclusiva nacionalidade : o abandono que elle propoz
ao banco dos ditos lanos inczlinados, como hypathocri
!
para a reforma desta etra, como era de rasgo, de justi-
p e de lei, visto que nelles se havia feito emprego dtl
dinheiros do banco: o valor que essa hypotheca já tinha.
nóo sh pelo qiie crii e se mostrava, mas pelo esperanpo
56

se appresentasse proposla algcima; qtie, pelo contra-


rio, approveitara o sr. Bes~oneesse intervallo para
hypotheear e alie~2m,a beneficio de outros credores,
muitos 403 bens que possue: e que, nitida inais, havia
annunciado ao publico a dissoluf$ío da sociedade que
tinha como socio capitalista na loja de loucas e ch&
na rcin dos cqellistos~que, segundo se d i ~ i a ,tratara
ile traspassar a uni terceiro com todas as fazendas L.
ccncros ali esisteiites.

I-sh rtllegaçáo, simples, nua e crúa, sem docu-


mento algum, que a comprovasse, nada eoi~cliiiaa fa-
vor do facto-cessapão de paga~~nentos,-e rnesmo que
fosse comprovada, antes se toi7nava contra piboduct:rite.

e certo future que appresentava : tudo eram motivos,


litais que uwito P O I ~ C T O Ç O ~para
, que a iilustre direc@o
não viesse tomar para fuiidainerito de abertura de que-
bra o (ncLo ~paqankentodessa letra:
1." porque a accitacao r\ ~ P Y T \ ~nâioO foi um acto pura-
rameute voluntririo, mas imposto ao sr. Sessone.
2." porque o capital ori.\zz~n\, respectivo a essa letra,
anistia por um modo niaterial. patente, e a todos visive!,
niw aiida niio realisavcl, por ainda se nào pndcr rnobi-
lisar, nem Fazer converter em meio circiilante.
A valia dessa empresa, dessa garantia, otyererida pelo sr.
Bessoiie : o avuttadissimo prejuizo que assim sc lhe causou
em pura perda do seu commercio, de seus credores, e:
do mesmo banco: ahi a p arece agora demonstrado tudo
no lornab do Van\~hercio 30 de dezemhro ultimo.
Sobre os trabalhos, sohre ai+sementes Iaocadas pelo
sr. Bessune em Porto Bmndàtil, alii se levanta uma
mmpnhia iinonyma com capital, totlo subscripto, de
2M:UBO Lb., da qua! pertencem quatro ípiintos a e -
trahgeiros, e um só a Portugal.
A nago pois ler& este grande inelhoramento c o im-
57
----
Porque o fallitlo annuneinrn a clissolii~áoda sua m-
ciedade, coiiio socio {.apiialista na ieferiila I ~ j a e, tra-
tara de a trespassar.. 1156 se manifestava irlilicio tlr,
nias só ùc que in t entarn 0 ~ s -
eessnp!io tlc, ~~rr!jcc~~ir~r>tos.
prender-se tlessc est:il)elc3cimento, para, com r i ~ â i sde-
safogo e proveito, ;i;,plicar a activitllide i!'~ sua intei-
ligencili c ii~tlustt.ia a outros dos rnuitos variados ra.-
rnos clo seti con~riic:i*cioe ir~tliistria.

E tanto nitiis qu(: esse terzccir.o cra o [)ro~,rio íiliio


tio sr. Bessotie e ~ ( I I orn
' cof)tracto, qiie Iùtige de pise-
jiidicar a massa comriiei.cial, Itie er.3 iitil, pois se ele-
vava o preqo dessa tr-arisn6;lo a 50:000~000,n i o pagos
logo, mas represenka(los por lettras a vcilccr a (i, 7,
8,9 e 12. mezes.

portan t is3iiii o porto dc I,i~t)oa >c npro\iii~;ii.~dos iiiais


notaveis tla Elirol)ri, riliiniiitlo a4 ricjricza5 cl;i iiirlustria
i.; I)clle.qa-;(Ia natlircza: coiii n tliffercnc;i, de qtic o Sr.
Resmrie, contiiiiiaiido a scr niiijiasatlo pcl;i dii*cty;lo nlio
c;ircr.*cria tlc nipitacs r>traiigcii.ol:: c clc q11e assim as
cotisti.iic~õc:: feitas c j)nis IA'cI', ein logar ile ficar infeu-
dadas ;i ínglaterra, ficaria111 inf~udadasao hanco de Por-
tugal.
(_) si.. Bes.;oiie poderi clizci. g\~:t.~hn&oC+\\ o bocc~c\o
1)u.c~q\tt\n o h& co\\~c\: c gravar eni algiiriia (Ia.; lapides
de P o r t o BrandRo.-\\os cqn ur~sicxt\osIcci t\\lit ( \ \ t ~ p)R*
1lONS.
A illustre dircr-$0, nào qniz, por ccrto neni podia
querer, similliante; rrcriltados. se bcm oq tivcs.c previsto
e inetlitado: e awim se manifesta mais e mais qiic o p ~ o -
cehi\\\c\\to eu~el\cionr\\, que teve para com o si.. Bessone,
foi oão :;i)v.\*eci\iituc\o, iiliis qiic haviam i l l o i i \ OS m n i t n
pozi&wuaos d c moralidade e ntú dc eon~enicii(~in prililicn.
para sol)rc-estar nesse prorcdiniento, itiotiros (liir !;iinl)cm,
por cesto, nao fornni I)cm reflectidos.
58

E nestas circunstancias a quantia de ..>0:000@00E.


igual a da letra do banco, podia ser applieada a fazer
face a este pagamento quando .fosse forçado pela pe-
rihora.
Effectivamente .estas eram as vistas preveriliras do
si.. Fssone; essa, e n90 ouira, era a applicaráo, que
pretendia (lar ás letras do mesmo trespasse.

Grande foi pois a levesa, a imprudencia, com que


-se arguiu e depois se annullou esta transação; e e bem
para notar, que tendo-se feito grande fincapb no facto
deste trespasse, para justificar a triste necessidade de
ae requerer a falleneia, depois, passados alguns mezes,
reconhecendo-se, que se náo teria prejudicado a massa,
foram arguidc% os curadores riscaes por não harerem
sustentado a validade do mesmo contracbo, oplando
por este.!

Quanto 3 allus3o a 'bypatliecas, era o banco de 'lior-


tugal incampeteritissimo para a fazer: era o ultimo da
credores do lallido para a vir allegar em juizo.

As leis constitutivas da sua eristeneia dão-lhe a ty-


potlieca tacita, e, em v.ista deste privilegio, não tem in-
leresse algum, e por tanto ~jenhumdireito. a queixar-
se dessas hypothecas, desde que se conl~eceque os
seus ereditos, quando assim privilegiados, sáo anterio-
res.
'Os outros credores eram os que corriam o risco de
a preferencia pelo concurso do privilegio; e, se
apezar desse risco, acceitavani a garantia, significava
esse facto a persuasáo de que o credito real e pes-
soal do sr. Bessone ~ o d i afazer face a todas as suas
dividas.

Os negociantes, que náo vi~em sb do credito pes-


soal, porque tem a fortuna de possuir bens de raiz.
podem, por meio de operações, miatas de credito real
c pessoal, reforçar a sua caixa em beneficio do seu
eonimercio~em proveito de seus credores : para paga-
mento de dbrigafies a termo.: para .alcançar susgen.
sáo de outras : para, emfim, dar solidez a m a exis-
qtencia commercial, e tornar improvavel a eventualidade
de tima fallencia.

$0'banco de Portugal náo pbde querer que os seus


devedores fiquem interdictos da administraqão dos
seus bens, e portanto, do direito de os hypothecar ; o
o mesmo Cod. do Comm., declarando no art. 1133
que ninguem pUde adquirir hgpotheea nos bens do
quebrado nos vinte dias precedentes 6 abertura da
fallencia, sustenta a legitimidade desses contractos
quando anteriores a esses vinte dias.

Os credores, que aceefiavam essas tiypotiiecas, não


sO n5o ignoravam que o fallido se achava envolvido
em transacções com o bapco de Portugal ; mas tam-
60
bem que uma fallencia k tão possível, c !:o incefla,
conio o evento de um incendio n'uma morada de ca-
sas : possibilidade e incerteza que acompanlia neces-
sariamente toda a Iiypotl~ecacele.l~rad;icom proprie-
brios commerciarites.

Assim o facto dessas Iippnthccas k~lliveisern razirt


da privilegiada e orculta do banco, e em rdzáo da
eventualidade de uma fallencia i~nprevist~, prova, con-
traproducentemente, que predominava a favor do SI..
Bessouc o seu credito real e pessoal, e (pie, portaiito,
nao hauia motivo, fundado para se receiai* o facto,
complexo, da cessaçZo de pagamentos, ern qtie pótfe
basear-se ilijia sentença iIe abertura de yiiebra.

Antes de concluirmos este tiosso parecer, diremos


;tlgilmas palavras sobre a phrase h!/pot!zccar e alienm-
cmprcgada talvez na peliq'lo fl. de ~~roposito, para fa-
zer, iai,pressaono animo dos jurados.

Altr!nap% e l q p o t h e e ~s5o coisns disiirictas. E t t


rrresmo Cod. de Çommercio, que faz a distincçao, tra-
latido das hypotlrecas iio art. 1133 : e dos actos trms-
ldtiuos nos artigos f d36 e 1136.

A Novissima Lei hyputLwai3ia de 1863 faz a,mearna


sepni.a@o, e u seu regulamerito geral de 4 de agosicb
de 1864 a tornou bem ev-ente, estabelecendo dois
E com r;iz2o. porque todos sabem que a Iiypotiicca
~ i i o9 tniiis qrie uma garantia accessoria para o 11ag;i-
uiento de riiiiti divida ou para o cumpriniento de uma
t:briga~io,e sb se resolve em alienafio, quando, pela
t'tilta de alliniplemento, é preciso csciitii. os beris li!-
potiiecaclos.

Todos sabern que o seritior do predio coaser\-ti o


tlominio, posse e aclministrag2o (10 que tem Iiypottie-
~ 3 d 0 ,assiin coiiio o t i ~ i t i aarites da hyyottieca, e que
si, fltt? ac:cr8esct? ;i rnollilica~áoresultaritl: clo oiius 111-
potl~ecario.

Já se v&, porta~ito,a precipitada .e erronea afllirrna-


tiva, que em algunia parto se tem propalado, de ytie
o faliido, por. nieio de taes liypoti~ecas,procurana pôr
os s e m bens eori- cnbega alheia. Alérii de falsa sinii-
tiante atiirmati~a,é iiiepta r irtjuridica.

O iinico neto trarislativo, que o failido praticou, foi


o do trespasse da dita loja da rua dos çlyillistas a
seu filho Thomaz Maria Uesstlne Junior ; mas a res-
'peito deste contracto era essencial, nos termos do art.
f 447 do Cod., que nao só se presumisse fraude, quanto
;to fallido, mas qiie a fraude se procasse e, jlí se &,
62
pela aeç5o eoinpetente, contra o dito-filho do fallidbr
parte cootractante na. escriptura do I .' de junho de
1863.

Mas tudo leva a- crer que esse acta foi yreven-


tivo de provisão de fundo,. a favor do mesmo banco,
a respeito da letra de igual quantia, como fica ponde-
rado. -

Em coriclusão, ha no accordão recorrido uma er-


rada ayplieação da lei á. hygottiese dos autos : ha. nu
mesmo accorclão falsa causa de facto sobre a negai iw
de leg.itimaç30 das partes appellantes.

Vrendé com esta negatiia, e seu fundamento, a


legitimação por parte dos appellados ; porque Iabo-
rando appellante.;,e appellados no mesmo defeito, sr
n fundamento, é. terdadeiroa pi*ocesso.esti nullo para
todos ; se 6 falso .para os appeilados, 6 falso para os
appellante~~,e a instarleia da appella~ão~eslá vaiida. "
l 1 Foi sempre uma especie de afforismo em nossa juris-
prudencia forense, que não carecem de ser prorady
ualidades pessoaes quando ~ \ a t o ~ ieuyuib1"Iicus: e esta
!outripa tem fundamento na ord. liv. 3." tit. 6ii %li po-
ke~iioapot\tar uaesquer contradíctos, ~ U L~CO~OT\(LB e p%-
hhco~sejam&. 8. tit: I. %%-E. isto SG \ar& ~ssMi\:
i\ua~do+oto+ian~ntefotmi COIL\\GF%I\OIpor ben eliciados,
ou de ordens sacras-o mesmo se diz no 8 23; e a do. liv-
3." til. %à 8 2.O-aos pobres, que q\otù.ciurne.nta con8tar
que aão tem possibifidadè,. .. se poderá moderar a-tan.
H0 :
Mas, em todo o caso, o Supremo Tribunal de Jus.
eica, com authnridade para conhecer definitivamente
sobre nullidaùes,. termos c formalidades de processo,
e sol~re incomptenoias e excessos de jurisdic@o,
póde, por esta occa&ão, prover de remedio, nos leib-
mos dos artigos 2.", 6i0 e 7 . O da lei de 19 de de-
zembro de 1843, para que, annullado todo o pro-
cesso clesde o julgamento fl.. ., o jiiiz cumpra o art.
1403, 4 106 e 1030t. fazendo, para o jrilgarnento da
causa, a separaçáo dos pontos de facto, e reservando
para si a applicacáo do direito: e que, portanto, na
hypotbese dos autos; forrrie e yroporilia ao jury que-
+tos especiacs em harmonia com os factos nllegados

h mesma doutrina se confirilla com O que dlspiíe a Ref.


ibd. no art. 1003.0'e*1004..0.Para que os juizes liquem
inhibidos dc passar maridado de custodia contra rim mi-
nistro d'estado, um niembro do corpo legislativo, o11 con-
tra oiitros jriize.;, nào carecem de ver junto aos auto4
transumpto legal do decr. ou carta regia que conferii~a
tt qualidade. pessonl a que é inh(lreiitc, o p~ivilegio. Se,
tuli\ esse ly~etesltodecretassem a prisão, seriam responsa-
vei; por nbitso &c n\~cto.c\clnhce exesso bc gohet, rios ter-
m o ~da Ici penal-nttc~tta COY~LTR, de q~ibzts.arfftzcr, q ~ o -
to~it,t,trctt-como diziam-os padres do 1 concilio de Pisa,
.O

sess. 1 2 .
Ora a qualidade pessoal dos appellados e agpcllantes
é tiio wotol;\a como e hoje notofia, pela puhlicn~ãode
listas impress~s,a qualidade tie aclbnista do lianco, que
tinlia e tein o sr. JosC! Maria Coelho Falcão, um dos
jurados, que proniinciaram a quebra, do sr. Beswne.. . ..
Xáo queremos fazer rriysteno ao banco do partido le-
gat que poderá rcsultar desta ultima circuns.taiicia por
m e i o de reciirso ou acçào ein que seja dcduzida, pqra a
r ual não obsta lapso de tempo. .. Ler antainos uma partc8
do réo, porque antes queremos prevenir que siisteiitn!.
demandas.. ..
ila petição fl 8, eoiislitutivos da determinação do fae<icro
cvhiplexo-cessação de pagntnentos, declarado uo ar t .
,1123; e que, depois (13 resposta d o jury sobre esses
quesi!os, o mesrno juiz declare oii não o estado de que-
bra, em conformidade com o mesmo art. 1123, ligan-
410-0 com o artigo 1 130 c 1121.

Se o Supremo Tribunal de Justiça etilender, erii


siia ~ti'ofuiidasabedoria, estes artigos do Cod. de Ccirnin.
corno nhs os enteridernua, estabelecei-ia um aresto,
que poria termo i confusão, contradicções e inconse-
quencias, que se estão praticando, e poderio conti-
riuai a praliear-se, pelo tribunal de eommei~cio,no jul-
gameiito, gravissiino, da abertura de i;illencias, mor-
mente quando a reqi~erimeritode credores, que pUde
seit precipitatio e sem causa sçficictnte.

Cortar, quanto seja possivel, o arl~itrioclo juiz Ietrado


ria apreciacio dos factos, foi para o legislador uma das
causas determinantes da iriterveri~ãode jury, quer rio
jtiizo eommum, quer no juizo criminal, quer no juizo
commercial: mas as leis rfio cluerein, iiçm podem
cluelci., que o jury scja absorvidit pclo juiz letrado,
rwrn este pelo jitry.

15riti.e estas leis predornirrri scmpiec a piSiineira, a


fiiridamental, no artigo ld9.
65
-
a o s jurados pronunciam sobre o facto, c os juizes
aapplicam a lei.^

Eis quanto, por agora, se nos offerece a dizer so-


bre o assumpto, repetindo sempre os nossos desejos
de ver ainda conciliados os justos e razoat.eis interes-
ses do banco de Portugal, com os jiistos e legaes tfi-
reitos, assim do sr. Bessone e de sua familia, como
dos seus credores.

Esta conciliação, para ser moralmente possivel, cum-


pre que n5o seja leonina : e, sem ella, as demandas
serão intermiriaveis, pois que a injustka do que se
tem ate aqui feito e julgado, é evidente, 6 flagrante.

~Triplexest injwtitia! fons : vis mera; illaqueatio


amalitiosa prztextu legis ; et acerbitas ipsius legis. D

Ora, aqui antolha-se-nos haver de tudo isto, e não


pouco*

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