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Alexandre Catanho
Gilberto Laranja
Roberto Côrte
RESUMO
Neste relatório da visita técnica ao Aeroporto da Madeira faz uma abordagem dos
aspectos estruturais e soluções estruturais adoptadas para a concepção da mega estrutura.
A nível de Instrumentação e Observação de Obra o relatório aborda a instrumentação
introduzida na estrutura para uma observação, manutenção e controle de segurança a longo
prazo. É também apresentado os ensaios de carga realizados antes da abertura ao tráfego para
averiguação das características globais da estrutura.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1:Cabeceira 06,Santa Cruz. ............................................................................................. 2
Figura 2: Cabeceira 24, Machico................................................................................................ 2
Figura 3- Perspectiva dos cabos de pré-esforço da laje. ............................................................. 3
Figura 4- Maciço de encabeçamento de uma das fundações. ..................................................... 4
Figura 5- Exemplo de uma das disposições dos camiões no ensaio estático. ............................ 5
Figura 6- Deformada da laje provocado pela posição 4E (mm). ................................................ 5
Figura 7- Deslocamentos relativos na secção S43 (x10-6), pilar 25 ........................................... 6
Figura 8- Instrumentação do ensaio da libertação do peso, na 2ª fase da extensão da estrutura.
............................................................................................................................................ 6
Figura 9- Resultado da medição da aceleração da estrutura....................................................... 6
Figura 10 - Medição do Espectro. .............................................................................................. 7
Figura 11- Retracção e fluência do betão observados in sito, secção S15. ................................ 7
Figura 12- Planta geral de localização da instrumentação. ........................................................ 8
Figura 13 - Secções Instrumentadas no pórtico P25 .................................................................. 8
Figura 14- Localização dos extensómetros S43. ........................................................................ 9
Figura 15 - Localização da instrumentação na secção S50 e S84L da laje. ............................... 9
Figura 16 - Localização dos termómetros dentro da secção S43. ............................................ 10
Figura 17 - Planta de localização da instrumentação do sistema de monitorização da corrosão.
.......................................................................................................................................... 11
Figura 18 - Exemplo de aplicação dos sensores antes da betonagem. ..................................... 11
Figura 19 - Aplicação de sistema de monitorização da corrosão num pilar. ............................ 12
Í$DICE
1. Introdução….........................................................................................................................1
1.1. DELIMITAÇÃO DO TEMA......................................................................................................................... 1
1.2. OBJECTIVOS .................................................................................................................................................. 1
2- ASPECTOS ESTRUTURAIS .......................................................................................................................... 1
2.1. 1ª FASE............................................................................................................................................................ 1
2.2. 2ª FASE............................................................................................................................................................ 2
2.3. SOLICITAÇÕES DE DIMENDIONAMENTO ........................................................................................................ 4
3 - OBSERVAÇÃO DO COMPORTAME$TO ESTRUTURAL ..................................................................... 5
3.1. E$SAIOS DE CARGA .................................................................................................................................. 5
3.1.1. E$SAIO ESTÁTICO .................................................................................................................................. 5
3.1.2. E$SAIO DI$ÂMICO ................................................................................................................................. 6
3.1.2.1. CIRCULAÇÃO DE CAMIÕES CARREGADOS ................................................................................. 6
3.1.2.2. LIBERTAÇÃO SÚBITA DE UM PESO ................................................................................................ 6
3.1.3. E$SAIO PRISMAS COMPE$SADORES TERMO-HIGROMÉTRICOS E DE FLUÊ$CIA ........... 7
3.2. E$SAIO DE PULSO ULTRA-SÔ$ICO $AS ESTACAS MOLDADAS .................................................. 7
CO$CLUSÃO ....................................................................................................................................................... 7
3.3. OBSERVAÇÃO A LO$GO PRAZO ........................................................................................................... 8
3.3.1. OBSERVAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS MECÂ$ICAS ESTRUTURAIS .................................... 9
3.3.2. CO$DIÇÕES AMBIE$TAIS .................................................................................................................... 9
3.3.3. OBSERVAÇÃO QUALITATIVA DO BETÃO...................................................................................... 10
3.3.3.1SISTEMA DE MO$ITORIZAÇÃO PARA A CORROSÃO DO BETÃO. ........................................ 10
CO$CLUSÃO ..................................................................................................................................................... 12
5 - CO$CLUSÕES .............................................................................................................................................. 12
REFERÊ$CIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................................... 12
1. Introdução
1.2. Objectivos
O primordial objectivo da visita de estudo baseou-se na busca de conhecimento acerca da
Instrumentação utilizada na estrutura do aeroporto, bem como da consequente Observação do seu
comportamento estrutural, quer no processo construtivo, quer na manutenção da estrutura no seu
tempo operacional.
No entanto, como não houve possibilidade de nos conceder essa informação por completo, ficamos
apenas com alguns dados sobre essa questão.
Assim, a visita centrou-se fundamentalmente em outros aspectos úteis ao nosso conhecimento,
designadamente à abordagem das características estruturais da pista, bem como dos processos de
construção da mesma.
2- Aspectos Estruturais
2.1. 1ª Fase
Datada de 1978 e inaugurada em 1986, esta fase foi denominada de “Projecto Segurança”.
Consistiu em estender ambas as extremidades da pista, de modo a aumentar a pista de 1600 metros
para 1800 metros.
No lado de Santa Cruz (Zona de Cabeceira 06, Fig. 1) foram aumentados 50 metros à pista,
com auxílio de um, na altura chamado de, “Muro de Gigantes”. Sendo concebido para suportar um
volume de aterro de 400 000 m3, é uma estrutura em betão armado constituída por um conjunto de
abóbadas inclinadas e continuas em vãos de 25 metros e apoiadas em contrafortes de geometria
triangular;
No lado de Machico (Zona de Cabeceira 24, Fig. 2) foram aumentados 150 metros à pista,
com o auxílio de uma estrutura de betão armado de 58 metros de altura e 18 000 m2 de área. Tratava-
se de uma estrutura de laje trapezoidal pré-esforçada, apoiada numa sucessão de pórticos de betão
armado que distam 32 metros entre cada um, com um conjunto de 14 pilares ao todo, e de um muro de
suporte que faz a transição da pista sobre o solo para a pista sobre a pista sobre a estrutura supracitada.
Com esta estrutura, o aeroporto passou a suportar quase todo o tipo de aeronaves de médio curso.
2.2. 2ª Fase
Adjudicada em 1994 a um consórcio, esta fase baseou-se em parte nas soluções do “Projecto
de Segurança” (1986) de modo a obter uma configuração quase idêntica à da 1ª fase de ampliação da
pista, sendo projectada por uma equipa liderada pelo Eng.º António Segadães Tavares.
Efectuada no lado de Machico, esta fase acabou por ser subdividida em outras duas fases de
construção (sem contar com uma terceira, respeitante à gare, curiosamente), tendo terminado as obras
em Setembro de 2000. Assim proporcionou-se um aumento aproximado de 800 metros no
comprimento da pista do aeroporto, somando um total de 2 781 metros.
Pormenores estruturais da 2ª Fase:
O tabuleiro da pista é realizado por uma laje de ± 180 metros de largura e de espessura
variável. A laje foi construída com betão armado em pré-esforço típico (construção da laje, Fig. 3) e
assenta nas travessas dos pórticos;
As travessas dos pórticos designam-se por “vigas carlinga” e têm formato em “I” aproximado,
tendo uma altura variável entre o meio vão/extremidade das consolas e a zona de apoio sobre
os pilares. Sobre os pilares a existência de uma curva de transição evita pontos angulosos
sobre os mesmos;
A super estrutura está separada por mais do que uma junta dilatação, sendo uma delas a que
separa a estrutura da ampliação das estruturas em terra, garantindo assim uma eventual
reacção sísmica independente aos dois tipos estruturais. As juntas de dilatação têm
fundamental desempenho a nível de variações térmicas, retracção e fluência do betão;
Cargas Permanentes: foram constituídas pelo peso próprio de estrutura e por todos os outros
elementos fixos nela existentes. O peso volúmico do betão armado, dada a sua composição
com inertes basálticos, foi fixado em 27 kN/m3;
Cargas Variáveis: foi utilizada uma sobrecarga característica correspondente ao peso máximo
do avião BOEING 747-400, cujo trem de aterragem consiste em quatro conjuntos de quatro
rodas cada, com um peso máximo de 3960 kN. Foram considerados os respectivos
coeficientes dinâmicos referentes à pista, às raquetes e as margens;
Acções Sísmicas: foi encomendado um estudo de sismicidade especial de modo obter dados
sobre a magnitude dos sismos naquela zona;
Acção das Variações de Térmicas: foi feito um estudo especial para quantificação dos
valores da temperatura em ambas as faces da laje do tabuleiro e a respectiva variação ao longo
da espessura da mesma;
Conclusão
Durante e após a conclusão de uma obra de esta envergadura é necessário realização de
ensaios para averiguar as características globais da estrutura, devera-se observar e seguir protocolos
atenciosamente os ensaio, para que os resultados obtidos correspondam à realidade e não sejam
distorcidos. Foi dado anteriormente alguns exemplos de resultados, já tratados, dos ensaios realizados
em algumas secções e de fases de extensão da pista, estes ensaios poderão servir de referência para
futuros ensaios realizados.
Uma Obra de Arte devido ao seu elevado custo deverá ser bem observada a longo prazo para
que o seu tempo de vida seja o mais longo possível. Esta observação a longo prazo é realizada com
instrumentação instalada durante ou após a execução da obra para o controlo da sua segurança e
funcionamento a médio e longo prazo. Figuras 12 e 13 indica a localização geral da instrumentação a
longo prazo instalada na 1ª e 2ª fase de extensão e as juntas estruturais com bases de alongâmetros.
Esta Instrumentação está toda conectada a unidades de aquisição de dados para uma fácil
recolha, ao todo existem 10 unidades de “dada loggers”.
Este processo de prevenção de corrosão teve inicio com a selecção dos materiais, nas práticas
construtivas, no projecto da estrutura (fase de pré construção) para garantir propriedades adequadas na
barreira de protecção para as condições de exposição ambiental e tempo de vida útil. A partir deste
ponto foi instalado monitorização da corrosão.
Definição dos parâmetros de durabilidade para o betão foi permeabilidade ao oxigénio 18x10-8 (m2),
absorção capilar 0,23 (g/ cm2), porosidade aberta 12%, carga AASHTO 6500 (c), coeficiente difusão
10x 10-12 (m2 /s), coeficiente carbonatação acelerada 1,2 (mm.d ½) com variações de 15%. A avaliação
destes parâmetros foi feita com provetes com composição estabelecida e após colocação em obra em
diferentes locais da obra para avaliar a penetração dos cloretos nesses betões ao longo do tempo.
Conclusão
O sistema de monitorização da corrosão do betão é muito importante para este tipo de Obra de
Arte devido as suas dimensões, uma inspecção manual seria imensamente demorada e de difícil acesso
para uma boa observação da estrutura. A localização da obra em ambiente marinho obriga a cuidados
redobrados para a protecção das armaduras, principalmente armaduras de pré-esforço que após
atingidas por corrosão podem ter uma rotura frágil. O bom planeamento do sistema e bons critérios de
qualidades dos materiais são necessários para que todo o processo seja eficaz.
5 - Conclusões
Conclusões do trabalho
No relatório elaborado para visita técnica ao Aeroporto da Madeira possibilitou-nos um maior
conhecimento da instrumentação usada neste tipo de Obras de Arte e a maneira como esta é aplicada e
instalada ao longo da estrutura, para um fiel recolhimento de dados das observações efectuadas ao
longo do tempo. É de notar a importância da criação de sistemas de monitorização. Seleccionando os
pontos estratégicos para a instalação dos equipamentos, normalmente é escolhido zonas criticas ou
zonas que à partida sabemos que são as mais solicitadas. Por fim o planeamento do sistema
proporciona uma rápida aquisição de dados não despendendo tempo.
Os ensaios realizados durante a execução da obra e depois da conclusão da obra antes da
abertura ao tráfego deverá ser igualmente bem instrumentados, neste caso houve necessidade de
instalação de equipamento adicional para reproduzir resultados fiéis
REFERÊ$CIAS BIBLIOGRÁFICAS
- XU, Min; OLIVEIRA, Santos L.; FERNANDES ,Almeida J.- Analysis and Observation of Funchal
Airport Extension