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Índice

I - Os Primeiros Povos da Península Ibérica...................................................3

Viriato, um chefe invencível........................................................................5

II – Os Reis Portugueses............................................................................... ...9

I Dinastia - Casa de Borgonha ou Afonsina..................................................9

II Dinastia – de Avis ou Joanina..................................................................12

III Dinastia – Filipina, de Habsburgo ou de Áustria....................................13

IV Dinastia – de Bragança ou Brigantina...................................................14

Condado Portucalense...........................................................................18

O Milagre das Rosas..................................................................................19

O romance trágico de Inês de Castro........................................................21

DINASTIA DE AVIS.................................................................................. ...23

A Padeira de Aljubarrota............................................................................24

III DINASTIA...............................................................................................29

Escritores de Época................................................................................30

IV DINASTIA.................................................................................. ..........33

O Regicídio.............................................................................................40

REPÚBLICA PORTUGUESA.............................................................................41

Governo Provisório da República (1910-1911)..........................................41

I República (1911-1926)...........................................................................41

A República Velha................................................................................. ..41

A Nova República Velha (restauração da República Velha)....................42

II República: Ditadura Militar (1926-1933) e o Estado Novo (1933-1974). 43

A Ditadura Militar...................................................................................43

Estado Novo...........................................................................................43

III República (1974-presente)....................................................................44

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 2


I - Os Primeiros Povos da Península Ibérica
A Península Ibérica fica situada no Sudoeste da
Europa1. Politicamente, três países localizam-se
nesta península: Portugal, Espanha e Andorra,
além de um enclave território britânico
ultramarino, Gibraltar.

Formando quase um trapézio, a Península liga-se


ao continente europeu pelo istmo2 constituído
pela cordilheira dos Pirenéus, sendo rodeada a
Norte, Oeste e parte do Sul pelo oceano
Atlântico, e a restante costa sul e leste pelo mar
Mediterrâneo. O seu ponto mais ocidental é o
Cabo da Roca e o mais oriental o Cabo de Creus.

1
Europa - é a parte ocidental do supercontinente euroasiático.
2
Istmo - porção de terra estreita cercada por água em dois lados e que liga duas
grandes extensões de terra.

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 3


55

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 4


Viriato, um chefe invencível

Ninguém sabe ao certo quando nasceu Viriato


nem a que família pertencia. Segundo a tradição,
durante a juventude terá sido pastor nos Montes
Hermlnios, que hoje se chamam Serra da Estrela (1).
Há quem diga que Viriato participou desde muito novo em assaltos-
relâmpago às povoações dominadas por romanos. E que já então se
distinguia pela agilidade, pela força e pela inteligência guerreira.
No entanto, foi um dos homens que acreditaram nas promessas de
Galba e desceram à planície na intenção de se instalar e viver em paz
numa terra fértil. Assistiu ao ataque traiçoeiro; não pôde lutar porque
não tinha armas, mas conseguiu fugir.
Depois do massacre, todos os lusitanos sobreviventes regressaram
aos seus castros nas montanhas. A pouco e pouco reorganizaram-se,
fabricaram armas e prepararam o contra-ataque.
No ano 147 a.C. dez mil lusitanos em fúria avançaram para sul e
dirigiram-se a uma zona dominada pelos Romanos.
Queriam saquear as povoações e vingar a morte dos companheiros,
mas quando menos esperavam perceberam que estavam cercados à
distância por um anel de soldados inimigos. Que fazer?
Os chefes, para evitarem nova carnificina, propuseram-se ir
negociar a rendição. Viriato opôs-se com veemência. Erguendo a voz,
lembrou:
- Os Romanos não respeitam promessas. Enganaram-me uma vez,
não me tornam a enganar. Comigo não contem para negociações.
Prefiro lutar ou morrer.
O discurso e a firmeza impressionaram toda a gente, sobretudo os
outros chefes. E Viriato continuou:
- Se não podemos vencê-los pela força, vencê-los-emos pela
astúcia. Ora oiçam o meu plano.

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 5


Propôs-lhes então o seguinte: os homens que combatiam a pé
deviam formar grupos e a um sinal combinado disparar em todas as
direcções e romper a barreira que os cercava sem dar tempo aos
inimigos de se organizarem.
- Enquanto vocês fogem, eu e os outros cavaleiros caímos sobre
eles ora de um lado ora de outro, de forma a derrotá-los e a proteger
a vossa fuga.
O plano foi aceite; faltava combinar o sinal.
- Fiquem atentos. Quando eu montar a cavalo, já sabem... é ordem
para arrancar.
Pouco depois ecoavam gritos de guerra pelos campos, zuniam setas
e lanças, por toda a parte se ouvia o tinir das espadas. Os romanos
não estavam à espera daquela táctica-relâmpago e, tal como Viriato
previra, desnortearam-se. Muitos grupos de peões romperam o cerco
e desapareceram, enquanto os bravos cavaleiros lusitanos, apesar de
estarem em minoria e de possuírem armas mais fracas, lutavam sem
cessar.
O campo de batalha ficou juncado de mortos, o próprio general
romano perdeu a vida, mas não se pode falar de vitória ou derrota.
Neste confronto, Viriato, mais do que vencer os Romanos, salvou os
Lusitanos. A partir de então foi reconhecido e amado como chefe
máximo por todas as tribos.
As mulheres sonhavam com ele, os homens admiravam-no,
acatavam as suas ordens e seguiam-no com tanto entusiasmo e
convicção que durante anos lançaram o terror entre as hostes
inimigas. Viriato parecia invencível. E, de facto, em guerra aberta
ninguém o derrubou.
No ano de 139 a.C. Viriato foi assassinado à traição, quando dormia
na tenda, por três homens da sua tribo que os Romanos tinham
aliciado e subornado. Os Lusitanos choraram longamente a perda
daquele chefe querido e ficaram muito enfraquecidos. Quanto aos
assassinos, parece que não chegaram a obter nenhuma recompensa

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 6


pelo crime. Segundo consta, foram recebidos com desprezo pelo
chefe romano, que lhes terá dito «Roma não paga a traidores».
É engraçado que tudo o que sabemos a respeito deste homem que
os Portugueses consideram como o primeiro dos seus heróis foi
escrito por autores romanos. Impressionados pela personalidade
forte, austera e recta do chefe lusitano, impressionados também pelo
imenso valor que demonstrava na guerra, escreveram vários textos
elogiosos sobre ele. Apesar de serem adversários, foram os Romanos
que deram a conhecer ao mundo a figura de Viriato
(1) Os historiadores actuais consideram que a ideia de Viriato ter
sido pastor nos Montes Hermínios é lendária.
in Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, Portugal - História e
Lendas, ed. Caminho

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 7


Os mouros foi um povo difícil de expulsar da Península Ibérica.
Todavia Pelágio, em 718, na Batalha de Covadonga deu o
primeiro passo neste sentido, sendo aclamado rei do primeiro reino
cristão das Astúrias.

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 8


II – Os Reis Portugueses

I Dinastia - Casa de Borgonha ou Afonsina


Início
Nome do
do Fim do Cognome(
Rei/Rainh Notas
govern governo s)
a
o

Também
chamado D.
Afonso
Henriques
(Afonso,
filho de D.
Henrique;
O
27 de 6 de aqui radica
D. Conquistador
1 Julho de Dezembro a
Afonso I O Fundador
1139 de 1185 designação
O Grande
que os
muçulmanos
lhe
atribuíram,
Ibn-Arrik -
«filho de
Henrique»).

6 de
D. 27 de Março
2 Dezembro O Povoador
Sancho I de 1211
de 1185

O Gordo
27 de
D. 25 de Março O Crasso
3 Março de
Afonso II de 1223 O Gafo
1211
O Legislador

4 D. 25 de 1247 O Capelo Deposto


Sancho II Março de O Piedoso pelo Papa
1223 O Pio Inocêncio IV
no I Concílio
de Lyon, em
1245, sob a

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 9


acusação de
«rex
innutilis»,
viria a
abdicar em
1247,
exilando-se
em Toledo, e
vindo a
falecer
pouco
tempo
depois, em
inícios de
1248.

Regente de
Portugal,
sob o título
de
Procurador
e Defensor
do Reino,
3 de 16 de desde 21 de
D.
5 Janeiro de Fevereiro de O Bolonhês Setembro de
Afonso III
1248 1279 1245, até à
data da
morte do
irmão,
quando
assume
plenamente
a realeza.

O Lavrador
O Rei-
16 de
7 de Janeiro Trovador
6 D. Dinis I Fevereiro
de 1325 O Rei-Poeta
de 1279
O Rei-
Agricultor

7 D. 7 de 28 de Maio O Bravo
Afonso IV Janeiro de de 1357

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 10


1325

O Justiceiro
O Cruel
O Cru
28 de 18 de O Vingativo
D. Pedro
8 Maio de Janeiro de O Tartamudo
I
1357 1367 O Até-ao-
Fim-do-
Mundo-
Apaixonado

O Formoso
O Belo
D. 18 de 22 de O
9 Fernando Janeiro de Outubro de Insconstante
I 1367 1383 O
Insconscient
e

22 de
( D. 6 de Abril
Outubro (ver nota 1)
10) Beatriz I de 1385
de 1383

Interregno (1383 - 1385)

Designação dada pela historiografia oficial ao período que medeia a


morte de D. Fernando e a ascensão ao trono do seu meio-irmão, o
Mestre de Avis D. João, e que compreende as regências de Leonor
Teles e do próprio Mestre de Avis.

Início do Fim do
# Nome Notas
governo governo

D. Leonor 22 de 16 de Exerce a regência


Teles de Outubro de Dezembro de em nome da sua
Menezes 1383 1383 filha D. Beatriz

D. João, 16 de
6 de Abril de
Mestre de Dezembro de
1385
Avis 1383

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 11


II Dinastia – de Avis ou Joanina

Início do Fim do Cognome(s


# Nome Notas
governo governo )

11 14 de
D. 6 de Abril O da Boa
(10 Agosto de
João I de 1385 Memória
) 1433

12 D. 14 de 9 de O Eloquente
(11 Duart Agosto de Setembro O Rei-
) eI 1433 de 1438 Filósofo

Abdica em
favor do filho,
13 D. 9 de 11 de
que assumia
(12 Afons Setembro Novembro O Africano
já as funções
) oV de 1438 de 1477
de regente do
Reino.

É aclamado rei
nas Cortes de
14 11 de 15 de O Príncipe Santarém de
D.
(13 Novembro Novembro Perfeito 1477; abdica
João II
) de 1477 de 1477 O Tirano ao regressar
ao Reino o seu
pai.

13 D. 15 de 28 de
Reassume a
(12 Afons Novembro Agosto de O Africano
realeza.
) oV de 1477 1481

14 28 de 25 de O Príncipe
D.
(13 Agosto de Outubro de Perfeito
João II
) 1481 1495 O Tirano

Casa reinante: Avis-Beja

Início do Fim do Nota


# Nome Cognome(s)
governo governo s

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 12


O Venturoso
15 25 de 13 de (ver
O Bem-
(14 D. Manuel I Outubro Dezembro nota
Aventurado
) de 1495 de 1521 2
)
O Afortunado

16 13 de
11 de Junho O Piedoso
(15 D. João III Dezembr
de 1557 O Pio
) o de 1521

17 11 de 27 de O Desejado
(16 D. Seba I Junho de Agosto de O Encoberto
) 1557 1578 O Adormecido

O Casto
18 27 de 31 de
D. Henrique O Cardeal-Rei
(17 Agosto de Janeiro de
I O Eborense/O
) 1578 1580
de Évora

Conselho de
Governador 31 de
24 de Julho
- es Janeiro de
de 1580
do Reino de 1580
Portugal

25 de
Agosto de
O Prior do
1580
Crato
(em
19 24 de O Determinado (ver
Portugal
(18 D. António I Julho de O Lutador nota
Continental
) 1580 O 3
)
)
Independentist
1583 (na
a
ilha
Terceira)

III Dinastia – Filipina, de Habsburgo ou de Áustria

Os soberanos desta dinastia foram também reis de


Castela, Países Baixos, Nápoles, Sicília, Leão, Aragão,
Valência, Galiza, Navarra, Granada, duques da
Borgonha, etc., títulos genericamente reunidos sob a
designação de Reis de Espanha.

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 13


Início do Fim do Cognome(s
# Nome Notas
governo governo )

também
20 13 de Filipe II em
Filipe 17 de abril
(19 Setembro O Prudente Espanha
I de 1581
) de 1598 (1556-1598)
(ver nota 4)

21 13 de 31 de Filipe III em
Filipe O Pio
(20 Setembro Março de Espanha
II O Piedoso
) de 1598 1621 (1598-1621)

22 31 de 1 de Filipe IV em
Filipe
(21 Março de Dezembro O Grande Espanha
III
) 1621 de 1640 (1621-1665)

Durante este período de sessenta anos, os reis fizeram-se representar


em Portugal por um vice-rei ou um corpo de governadores -

À revolta de 1 de Dezembro de 1640 seguiu-se a Guerra da


Aclamação, depois chamada, pela historiografia romântica do século
XIX, como Guerra da Restauração. |}

IV Dinastia – de Bragança ou Brigantina

Início do Fim do
# Nome Cognome(s) Notas
governo governo

23 15 de 6 de O
D. João
(22 Dezembro Novembro Restaurador
IV
) de 1640 de 1656 O Afortunado

24 D. 6 de 12 de O Vitorioso Regências
(23 Afonso Novembro Setembro de Luísa de
) VI de 1656 de 1683 Gusmão (6
de
Novembro
de 1656 –
23 de Junho
de 1662) e

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 14


do Infante
D. Pedro (23
de
Novembro
de 1668 –
12 de
Setembro de
1683)

25 12 de 9 de
D.
(24 Setembro Dezembro O Pacífico
Pedro II
) de 1683 de 1706

O
Magnânimo
26 1 de 31 de
D. João O Magnífico
(25 Janeiro de Julho de
V O Rei-Sol
) 1707 1750
Português
O Freirático

27 31 de 24 de
O
(26 D. José I Julho de Fevereiro
Reformador
) 1750 de 1777

Regência do
Príncipe D.
João
(despacho
governativo:
28 24 de 20 de
D. A Piedosa 1792 –
(27 Fevereiro Março de
Maria I A Louca 1799;
) de 1777 1816
regente: 15
de Julho de
1799 – 20
de Março de
1816)

O
D. 24 de 5 de
Capacidónio Rei-consorte
- Pedro Fevereiro Março de
O Sacristão de D. Maria I
III de 1777 1786
O Edificador

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 15


Regente de
Portugal
1792-1799;
Príncipe-
Regente de
Portugal e
Algarves
1799-1808;
Príncipe-
Regente de
Portugal,
Brasil e
Algarves
29 20 de 10 de
D. João (1808-1816;
(28 Março de Março de O Clemente
VI Rei do Reino
) 1816 1826
Unido de
Portugal,
Brasil e
Algarves
(1816-
1825); Rei
de Portugal
e dos
Algarves e
Imperador
Titular do
Brasil (1825-
1826)

Também
Imperador
do Brasil (1
de
O Rei-
Dezembro
30 D. 26 de Soldado
2 de Maio de 1822 – 7
(29 Pedro Abril de O Rei-
de 1826 de Abril de
) IV 1826 Imperador
1831);
O Libertador
regente de
Portugal
(1831 –
1834)

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 16


31 11 de
D. 2 de Maio A Educadora
(30 Julho de
Maria II de 1826 A Boa-Mãe
) 1828

O Rei Regente em
Absoluto nome de D.
32 11 de 26 de O Absolutista Maria II (2
D.
(31 Julho de Maio de O de Maio de
Miguel I
) 1828 1834 Tradicionalist 1826 – 11
a de Julho de
O Usurpador 1828)

Regência do
31 20 de 15 de
D. A Educadora pai D. Pedro
(30 Setembro Novembro
Maria II A Boa-Mãe (1831 –
) de 1834 de 1853
1834)

Rei-consorte
de D. Maria
II; oriundo
D. 16 de 15 de
da família
- Fernand Setembro Novembro O Rei-Artista
de Saxe-
o II de 1837 de 1853
Coburgo-
Gotha
(ver nota 5)

Casa reinante: Bragança-Saxe-Coburgo-Gota (ou Bragança-Wettin)

Início do Fim do
# Nome Cognome(s) Notas
governo governo

Regência do
O
pai D.
Esperançoso
33 D. 15 de 11 de Fernando (15
O Bem-
(32 Pedro Novembro Novembro de Novembro
Amado
) V de 1853 de 1861 de 1853 - 16
O Muito
de Setembro
Amado
de 1855)

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 17


O Popular
34 11 de 19 de
D. O Bom
(33 Novembro Outubro
Luís I O Rei-
) de 1861 de 1889
Marinheiro

O Diplomata
O Martirizado
35 D. 19 de 1 de
O Mártir
(34 Carlos Outubro Fevereiro (ver nota 6)
O
) I de 1889 de 1908
Oceanógrafo
O Rei-Pintor

O Patriota
O
Desventurad
36 D. 1 de 5 de
o Implantação
(35 Manue Fevereiro Outubro
O Estudioso da República
) l II de 1908 de 1910
O Bibliófilo
O Rei-
Saudade

Condado Portucalense

O primeiro rei de Portugal foi D. Afonso Henriques.

O conde de Borgonha D. Henrique, viera a Espanha auxiliar


el-rei D. Afonso VI, de Leão, na guerra contra os infiéis (os árabes), e
D. Afonso VI, ficando vitorioso, concedeu-lhe em recompensa a mão
de sua filha D. Teresa, e o governo do Condado Portucalense. D.
Henrique era ambicioso, e não tardou a querer ficar independente do
seu sogro

D. Afonso Henriques, filho do conde de Borgonha, D.


Henrique e de D. Teresa, em 1128 luta contra a sua mãe na
batalha de Mamede, passando a governar o condado.

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 18


No ano de 1143, no Tratado de Zamora, D. Afonso Henriques
é reconhecido como primeiro rei do reino de Portugal.

O objectivo de D. Afonso Henriques era conquistar novas


terras a sul, povoado então por mouros: Leiria em 1135, Santarém em
1146, Lisboa, Almada e Palmela em 1147, Alcácer em 1160 e depois
quase todo o Alentejo, que posteriormente seria recuperado pelos
mouros.

Mas só no reinado de D. Afonso III é que, Faro foi tomada com


sucesso em 1249 e o Algarve é incorporado no reino de Portugal. É no
reinado deste rei, , em 1267, no Tratado de Badajoz é que se
definem as fronteiras entre Portugal e Castela., realizado em Madrid

Segue-se a D. Afonso III, D. Dinis, casado com a Rainha


Santa Isabel em 1290 funda a primeira Universidade Portuguesa
e manda plantar o famoso Pinhal de Leiria.

O Milagre das Rosas


D. Isabel, mulher de D. Dinis, era
tão boa e tão atenta aos outros que
ainda em vida lhe atribuíam
milagres. Mais tarde o Papa veio a
canonizá-la, ou seja, a reconhecê-la
como santa.
Numa manhã fria de Inverno a
rainha saiu do palácio levando pães
nas pregas do manto para distribuir.
O rei encontrou-a e perguntou-lhe o que levava ali tão bem
escondido. Ela ficou embaraçadíssima, porque não gostava de
divulgar as suas boas acções, e respondeu-lhe:
- São rosas, senhor!
O rei estranhou.
- Rosas em Janeiro?

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 19


Muito corada e de olhos baixos, Santa Isabel abriu o manto. O pão
transformara-se em rosas!

in Ana M. Magalhães, Isabel Alçada, Portugal, Histórias e Lendas, ed. Caminho

D. Afonso IV sobe ao trono depois de D. Dinis. Durante o seu


reinado surgiu a peste negra, dizimando cerca de um terço da
população de Portugal.
Seu filho herdeiro. D. Pedro I, é obrigado a casar com D.
Constança. Porém apaixona-se por uma das suas aias, Inês de Castro.
D. Afonso IV manda assassiná-la e só quando D. Pedro sobe ao
trono vinga-se dos assassinos da sua amada.

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 20


O romance trágico de Inês de Castro
Quando o príncipe D. Pedro
chegou à idade de casar, o rei D.
Afonso IV fez o que era costume
na época: mandou pedir a mão de
uma menina nobre para o seu
filho. A escolhida foi Constança
Manuel, que pertencia à família
real castelhana.
D. Pedro recebeu D. Constança
como sua mulher mas apaixonou-
se perdidamente por uma das aias
que a acompanhavam.
Não é fácil esconder sentimentos
fortes. Toda a gente percebeu, comentou, cochichou. Há quem diga
que D. Constança também sabia do caso e tentou resolvê-lo de uma
maneira subtil. Naquele tempo os padrinhos de uma criança
passavam a ser como irmãos dos pais da criança. Um acto de amor
entre eles seria considerado crime.
Para impedir que o marido se aproximasse da aia, convidou-a para
madrinha do primeiro filho rapaz.
O menino, de nome Luís, faleceu uma semana depois de baptizado,
e então é que estalou o falatório! A corte em peso comentava pelos
corredores que a culpa era de Inês. Com certeza não tinha
pronunciado com fé as palavras sagradas junto da pia baptismal...
A hostilidade cresceu à volta de Inês de Castro, reforçada com este
excelente pretexto. Mas a verdade é que há muito despertava invejas.
Entre as mulheres, por ser linda. Entre os homens, por não lhes
prestar atenção.
O romance continuou, embora discreto. E o príncipe não descurou
as obrigações matrimoniais, já que no ano seguinte Constança deu à
luz outro rapaz, Fernando.
Nessa altura o destino encarregou-se do assunto. D. Pedro ficou
viúvo, e juntou-se com a sua amada. Durante alguns anos viveram
felizes e despreocupados. Quando já tinham três filhos pequenos,
instalaram-se em Coimbra para passar uma temporada num pavilhão
de caça que se erguia no sítio onde hoje fica a Quinta das Lágrimas. E
as intrigas voltaram agitar a corte, chegando ao ponto de convencer
o rei de que a única forma de afastar Inês era matá-la. Um dia,
sabendo que o príncipe saíra para ir à caça, o rei e três homens da
corte foram procurá-la.
Tinham combinado que a matariam onde a encontrassem. Por acaso
encontraram-na à beira de uma fonte.
D. Inês percebeu ao que vinham; ficou aflitíssima, chorou, lembrou
os filhos, que tão pequeninos iam ficar sem mãe. O rei então hesitou,
mas não quis desdizer-se e foi-se embora, deixando aos três

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 21


malvados companheiros liberdade para procederem como
entendessem. E eles apunhalaram-na sem dó nem piedade!
Segundo a tradição, o sangue de Inês escorreu sobre as pedras da
fonte e nunca mais ninguém conseguiu apagar a mancha vermelha
que ali ficou para sempre a lembrar o terrível crime.
D. Pedro, louco de dor, levantou-se em armas contra o pai e
incendiou muitos castelos e povoações que lhe pertenciam. Só
passado muito tempo aceitou fazer as pazes, mas aos assassinos
nunca perdoou. Mal subiu ao trono, mandou persegui-los, capturou
dois e condenou-os à morte. Segundo consta, exigiu ao carrasco que
arrancasse o coração a um pelo peito e a outro pelas costas! Diz-se
também que retirou Inês do túmulo, a sentou no trono e obrigou a
corte a beijar-lhe a mão, o que é muito pouco provável que tenha
acontecido. Mas não restam dúvidas de que lhe organizou um enterro
espectacular. Mandou construir dois belos túmulos, um para si próprio
e outro para Inês. Quando ficaram prontos, ordenou que os
colocassem no mosteiro de Alcobaça. E então organizou um cortejo
fúnebre entre Coimbra e Alcobaça. Gente do povo, do clero e da
nobreza espalhou-se pelo caminho, e todos fizeram vénias à
passagem do caixão. E muitos criados acompanharam o enterro com
tochas acesas.

in Ana M. Magalhães, Isabel Alçada, Portugal, Histórias e Lendas, ed. Caminho

Da união de D. Pedro I com D. Constança passa a rei D.


Fernando que deseja ter o trono de Castela perdendo as batalhas
contra esta nação. Castela faz um tratado de paz com Portugal e
Inglaterra para evitar mais guerras.
Durante o reinado de D. Fernando é decretada a Lei das
Sesmarias, que obrigava a cultivar as terras abandonadas.
Este rei cria também a Companhia das Naus, em 1380, que
funcionava como uma seguradora.
D. Fernando teve só uma filha, D. Beatriz I que ao casar
com o rei de Castela põe em perigo a independência de Portugal.
Leonor Teles, esposa de D. Fernando sobe ao trono como regente da
D. Beatriz, todavia o povo elege o filho ilegítimo D. João, Mestre de
Avis (filho de Inês de Castro e de D. Pedro), acabando assim a
Primeira Dinastia.

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 22


DINASTIA DE AVIS
À data da morte do rei D. Fernando I, sem herdeiros directos,
Portugal parecia em risco de perder a independência. A rainha D.
Leonor Teles de Menezes era impopular e olhada com desconfiança.
Ter tornado pública a sua ligação amorosa ao nobre galego João
Fernandes Andeiro, que vivia no paço, atraiu todas as críticas contra a
sua pessoa e contra o conde Andeiro. Para além do mais, a sucessão
do trono recaía sobre a princesa D. Beatriz, casada com o rei João I de
Castela.

No entanto, a burguesia e parte da nobreza juntaram-se à voz


popular que clamava contra a perda da independência, tão
duramente mantida por D. Fernando I. Dois pretendentes apareceram
para competir com D. Beatriz pela coroa portuguesa:

D. João, príncipe de Portugal, filho de D. Pedro I e D. Inês de Castro,


era visto por muitos como o legítimo herdeiro, dado o suposto
casamento dos seus pais, e

• D. João, filho de D. Pedro I e de Teresa Lourenço, que veio a


tornar-se rei.

Com o apoio de um grupo de nobres,


entre os quais Álvaro Pais e o jovem
D. Nuno Álvares Pereira, e
incentivado pelo descontentamento
geral, o Mestre de Avis assassinou o
conde de Andeiro no paço, a 6 de
Dezembro de 1383 e iniciou o
processo de obtenção da regência
em nome do Infante D. João. Com
este último, aprisionado por D. João I de Castela, abria-se a
possibilidade política de o Mestre de Aviz ser rei.

Como seria de esperar, D. João I de Castela não desistiu da sua


pretensão e preparou-se para lutar pelos direitos da sua consorte à
coroa portuguesa. Seguiu-se a Crise de 1383-1385, ou Interregno, um
período de anarquia e instabilidade política onde diferentes cidades
de Portugal se declaravam por D. Leonor Teles (até esta abdicar da
regência para a filha), por D. Beatriz ou pelo Mestre de Aviz.

Finalmente a 6 de Abril de 1385, as Cortes portuguesas


reunidas em Coimbra declaram o Grão-Mestre de Aviz, D. João I, rei
de Portugal. Esta tomada de posição resultava na prática como uma

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 23


declaração de guerra a Castela, visto que atacava o estatuto de D.
Beatriz de Portugal como herdeira.

Pouco depois, João I de Castela invade Portugal com o objectivo


de tomar Lisboa e remover D. João I de Portugal do trono. Com
Castela, seguia um contingente de cavalaria francesa, aliada de
Castela para se opôr aos ingleses, que tomaram o partido de D. João I
(Guerra dos Cem Anos). Como resposta, D. João I nomeia D. Nuno
Álvares Pereira Condestável de Portugal protector do reino.

A invasão castelhana foi repelida durante o Verão, depois da


decisiva batalha de Aljubarrota, travada a 14 de Agosto, perto de
Alcobaça, onde o exército castelhano foi quase totalmente aniquilado.
Castela, então, retira-se e a estabilidade da coroa de D. João I fica
permanentemente estabelecida.

A Padeira de Aljubarrota
Brites de Almeida não foi uma mulher vulgar. Era feia, grande, com
os cabelos crespos e muito, muito forte. Não se enquadrava nos
típicos padrões femininos e tinha um comportamento masculino, o
que se reflectiu nas profissões que teve ao longo da vida. Nasceu em
Faro, de família pobre e humilde e em criança preferia mais
vagabundear e andar à pancada que ajudar os pais na taberna de
donde estes tiravam o sustento diário. Aos vinte anos ficou órfã,
vendeu os poucos bens que herdou e meteu-se ao caminho, andando
de lugar em lugar e convivendo com todo o tipo de gente. Aprendeu a
manejar a espada e o pau com tal mestria que depressa alcançou
fama de valente. Apesar da sua temível reputação houve um soldado
que, encantado com as suas proezas, a procurou e lhe propôs
casamento. Ela, que não estava interessada em perder a sua
independência, impôs-lhe a condição de lutarem antes do casamento.
Como resultado, o soldado ficou ferido de morte e Brites fugiu de
barco para Castela com medo da justiça.

Mas o destino quis que o barco fosse capturado por piratas mouros e
Brites foi vendida como escrava. Com a ajuda de dois outros escravos
portugueses conseguiu fugir para Portugal numa embarcação que,

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 24


apanhada por uma tempestade, veio
dar à praia da Ericeira. Procurada
ainda pela justiça, Brites cortou os
cabelos, disfarçou-se de homem e
tornou-se almocreve. Um dia, cansada
daquela vida, aceitou o trabalho de
padeira em Aljubarrota e casou-se
com um honesto lavrador...,
provavelmente tão forte quanto ela.

O dia 14 de Agosto de 1385 amanheceu com os primeiros clamores


da batalha de Aljubarrota e Brites não conseguiu resistir ao apelo da
sua natureza. Pegou na primeira arma que achou e juntou-se ao
exército português que naquele dia derrotou o invasor castelhano.
Chegando a casa cansada mas satisfeita, despertou-a um estranho
ruído: dentro do forno estavam sete castelhanos escondidos. Brites
pegou na sua pá de padeira e matou-os logo ali. Tomada de zelo
nacionalista, liderou um grupo de mulheres que perseguiram os
fugitivos castelhanos que ainda se escondiam pelas redondezas.
Conta a história que Brites acabou os seus dias em paz junto do seu
lavrador mas a memória dos seus feitos heróicos ficou para sempre
como símbolo da independência de Portugal. A pá foi religiosamente
guardada como estandarte de Aljubarrota por muitos séculos, fazendo
parte da procissão do 14 de Agosto.

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 25


Em 1387, D. João I casa com D. Filipa de Lencastre, filha de João
de Gaunt, Duque de Lencastre, fortalecendo por laços familiares os
acordos do Tratado de Windsor, que perdura até hoje. Depois da
morte em 1390 de João de Castela, sem herdeiros de D. Beatriz, a
ameaça castelhana ao trono de Portugal estava definitivamente posta
de parte.

A partir de então, D. João I dedicou-se ao desenvolvimento


económico e social do país, sem se envolver em mais disputas com a
vizinha Castela ou a nível internacional. A excepção foi a conquista de
Ceuta, no Norte de África, em 1415, uma praça de importância
estratégica no controle da navegação na costa de África que é
conquistada a 21 de Agosto. Após a sua conquista são armados
cavaleiros, na mesquita daquela cidade, os príncipes D. Duarte, D.
Pedro e D. Henrique. (filhos de D. João I)

Entretanto, o príncipe D. Henrique criou em Sagres uma escola


náutica que se dedicava ao estudo e ensino para os marinheiros
portugueses e alguns estrangeiros na arte de navegar:

• 1434, Gil Eanes ultrapassa o cabo Bojador


• 1434, Gil Eanes e Afonso Baldaia chegam ao cabo dos
Ruivos
• 1437, uma armada português comandada pelos infantes D.
Henrique e D. Fernando cerca a cidade mourisca de
Tânger. Porém, foram mal sucedidos e para não serem
mortos prometem em troca a cidade de Ceuta, ficando D.
Fernando como refém dos mouros. Como Portugal não
entregou Ceuta, D. Fernando é assassinado pelos Mouros.

D. Duarte, sucedeu D. João e destaca-se por ser muito culto e ter


escrito livros como: o Leal Conselheiro; “A Arte de Bem Cavalgar Toda
Sela”.

D. Pedro, irmão de D. Duarte rege o reino enquanto D. Afonso


V ainda é menor.

D. Afonso V, o Africano, assume reinado em 1446, apenas com


14 anos de idade. D. Afonso V concentrou-se na continuação da
expansão no Norte de África.

O exército real conquistou, nas campanhas que valeram a D.


Afonso o cognome de o Africano, Alcácer Ceguer (1458), Anafé (1464)
e Arzila (1471); com a tomada desta praça caíram também nas mãos
dos Portugueses as de Tânger e Larache. O rei subsidiou ainda as
explorações do Oceano Atlântico, concedendo o comércio na Guiné a

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 26


Fernão Gomes, com a condição de descobrir todos os anos 100 léguas
de costa, o que o levaria até à costa de São Jorge da Mina.

João II foi um grande defensor da política de exploração


atlântica iniciada pelo seu tio-avô Henrique. Os descobrimentos
portugueses serão a sua prioridade governamental, bem como a
busca do caminho marítimo para a Índia. Durante o seu reinado
conseguiram-se os seguintes feitos:

• 1484 – Diogo Cão descobre a foz do Rio Congo e explora a


costa da Namíbia
• 1488 - Bartolomeu Dias cruza o Cabo da Boa Esperança,
tornando-se no primeiro europeu a navegar no Oceano
Índico vindo de oeste
• 1493 – Álvaro de Caminha inicia a colonização das ilhas de
São Tomé e Príncipe são enviadas expedições por terra
lideradas por Pêro da Covilhã e Afonso de Paiva ao Cairo,
Adém, Ormuz, Sofala e Abissínia, a terra do lendário Preste
João, donde enviam relatórios sobre essas paragens, ficando
D. João II com a certeza de poder atingir a Índia por mar.

Cristóvão Colombo pede auxílio a D. João II, convicto que


chegaria à Índia. Como este rei recusa, Cristóvão Colombo recebe
apoio para a sua expedição da parte dos Reis Católicos de Espanha.,
liderando a frota que alcançou a América em 12 de Outubro de
1492,.

D. Manuel l provou ser um sucessor à altura, apoiando os


descobrimentos portugueses e o desenvolvimento dos monopólios
comerciais. Durante seu reinado, Vasco da Gama descobriu o caminho
marítimo para a Índia (1498), Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil
(1500), D. Francisco de Almeida tornou-se no primeiro vice-rei da
Índia (1505) e o almirante D. Afonso de Albuquerque assegurou o
controlo das rotas comerciais do Oceano Índico e Golfo Pérsico e
conquistou para Portugal lugares importantes como Malaca, Goa e
Ormuz.

Também no seu reinado organizam-se viagens para ocidente, tendo-


se chegado à Gronelândia e à Terra Nova.

D. Manuel opta por uma política de expansão indiana e põe em


prática os seus princípios, criando a oportunidade para a realização
da viagem de Vasco da Gama
em 1497, contra, ao que
parece, a oposição de parte do
seu conselho. Escolhe, ainda, a
via da inversão pró-
aristocrática, ou seja, de
restauração de privilégios e

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 27


direitos antes postos em causa e isto certamente por opção política
de Estado. O rei edifica, igualmente, um Estado que prenuncia em
boa medida o absolutismo régio (ele governa sozinho o país) e o
governo iluminado, por contraponto, aliás, ao problemático e agitado
centralismo do seu antecessor D. João II[1].

Tudo isto contribuiu para a constituição do Império português,


fazendo de Portugal um dos países mais ricos e poderosos da Europa.
Manuel I utilizou a riqueza obtida pelo comércio para construir
edifícios reais, no que se chamaria muito posteriormente estilo
manuelino, dos que são exemplo o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre
de Belém. Atraiu cientistas para a corte de Lisboa e estabeleceram-se
tratados comerciais e relações diplomáticas com a China e a Pérsia,
além de que, em Marrocos, realizaram-se conquistas como Safim,
Azamor e Agadir.

Houve sem dúvida um ar de renovação cultural no reinado de D.


João III, importante na afirmação do renascimento português. Na
literatura apareceu o poeta mais conhecido mundialmente Luís Vaz de
Camões, como também Garcia de Resende, Sá de Miranda, Bernardim
Ribeiro e João de Barros. Na náutica surgiu Pedro Nunes, na botânica
Garcia da Orta, na arquitetura Francisco de Holanda, Miguel de
Arruda, João de Castilho. Outros nomes foram Luís Vives, André de
Resende, Damião de Góis, João de Ruão e Nicolau Chanterrene.
Erasmo lhe dedicou uma de suas obras e o rei teria pensado em o
contratar para professor da nova universidade de Coimbra, criada em
1537. Foi em seu reinado que se criaram bolsas de estudo no
estrangeiro e o Colégio das Artes.

João III era, no entanto,


extremamente religioso, o que o
tornou servil ao poder da igreja e
permeável à introdução da
inquisição em 1536, pois o
movimento luterano era já uma
realidade europeia. As
consequências sociais foram
desastrosas, pois provocou
insegurança nos cristãos novos,
obrigando à fuga muitos mercadores judeus.

D. Sebastião torna-se herdeiro do trono depois da morte do


seu pai, o príncipe João de Portugal, duas semanas antes do seu
nascimento, e rei com apenas três anos, em 1557. Em virtude de ser
um herdeiro tão esperado para dar continuidade à Dinastia de Avis,
ficou conhecido como O Desejado; alternativamente, é também
memoriado como O Encoberto ou O Adormecido, devido à lenda que

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 28


se refere ao seu regresso numa manhã de nevoeiro, para salvar a
Nação.

Durante a sua menoridade, a regência foi assegurada primeiro


pela sua avó, Catarina da Áustria, princesa de Espanha, e depois pelo
tio-avô, o Cardeal Henrique de Évora. Neste período, para além da
aquisição de Macau em 1557 e Damão em 1559, a expansão colonial
foi interrompida. A premência era a conjugação de esforços para
preservar, fortalecer e defender os territórios conquistados.

Durante a regência de D. Catarina e do cardeal D. Henrique e o


curto reinado de D. Sebastião, a Igreja continuou a sua ascensão ao
poder. A actividade legislativa centrou-se em assuntos do foro
religioso, como por exemplo a consolidação da Inquisição e sua
expansão até à Índia, a criação de novos bispados na metrópole e nas
colónias. A única realização cultural importante foi o
estabelecimento de uma nova universidade em Évora – e
também aqui a influência religiosa na corte se fez sentir, pois foi
entregue aos Jesuítas.

Investiu-se muito na defesa militar dos territórios. Na rota para


o Brasil e a Índia, os ataques dos piratas eram constantes e os
muçulmanos ameaçavam as possessões em Marrocos, atacando, por
exemplo, Mazagão em 1562. Procurou-se assim proteger a marinha
mercante e construir ou restaurar fortalezas ao longo do litoral.

Quando João III de Portugal morreu, muitos o poder da regência


passa a Catarina de Áustria, irmã de Carlos I de Espanha, mãe de D.
Sebastião. O tio-avô deste monarca, Henrique sucedeu assim à sua
cunhada, em 1562, servindo como regente para Sebastião, seu
sobrinho de segundo grau. Mas após a desastrosa Batalha de Alcácer-
Quibir em 1578 e de receber a confirmação da morte do rei, no
Mosteiro de Alcobaça, acabou por suceder ao sobrinho-neto.

Todavia, como era Cardeal, D Henrique, não tinha herdeiros e


Filipe II de Espanha invade Portugal, em 1580, acabando a nossa
independência.

III DINASTIA
Durante 60 anos, de 1580 até 1640, Portugal fica sobre o
domínio de Espanha. Era proibido falar e escrever em português e o
povo português tinha que pagar elevados impostos a Espanha.

No dia 1 de Dezembro de 1640, um grupo de quarenta


portugueses invadiu o paço Ribeira e assassinam, um traidor da
pátria, Miguel de Vasconcelos, recuperando Portugal a
independência.

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 29


Escritores de Época

Gregório de Matos

Agradecimento de uns doces a sua freira

Senhora minha, se de tais clausuras


Tantos doces mandais a uma formiga,
Que esperais vós agora que eu vos diga
Se não forem muchíssimas doçuras?

Eu esperei de Amor outras venturas,


Mas ei-lo vai, tudo o que é dar obriga,
Ou já ceia de amor, ou já da figa,
Da vossa mão são tudo ambrósias puras.

O vosso doce a todos diz: comei-me,


De cheiroso, perfeito e asseado;
Eu por gosto lhe dar comi e fartei-me.

Em este se acabando irá recado,


E se vos parecer glutão, sofrei-me
Enquanto vos não peço outro bocado.

Freira – Carolina Simões – 3º ano

Pirata - Luís Ribeiro – 4º ano

Duque - Luís Figueiredo – 3º ano

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 30


D. Tomás de Noronha, Fénix Renascida,

A uns noivos que se foram receber, levando ele os


vestidos emprestados, e indo ela muito doente e chagada

Saiu a noiva muito bem trajada,


Saiu o noivo muito bem trajado,
O noivo em tudo muito conchegado,
A noiva em tudo muito conchagada.

Ela uma anágoa muito bem bordada,


Ele um capote muito bem bordado;
Do mais do noivo tudo de emprestado,
Do mais da noiva tudo de emprastrada.

Folgámos todos os amigos seus


De ver o noivo assim com tanto brio,
De ver a noiva assim com tantos brios.

Disse-lhe o cura então: – Confia em Deus.


E respondeu o noivo: – E eu confio.
E respondeu a noiva: – E eu com fios.

Noiva empastrada – Inês Calmão – 3º ano

Noivo de vestes emprestadas – André Faustino – 3º ano

Sr. Padre Cura - Daniel Augusto – 2º ano

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 31


Cervantes

Quando for grande vou ser, quero ser um realejo.


Nunca quero ser grande. Quero ser sempre miúdo. Quero voar livre.
Quero voar solto. Quero ser o que sempre sonhei. Feliz. Quero ser o
sol e a lua ao mesmo tempo; o ar e a água em conjunto... quero ser
tudo, nada... só quero
ser...existir...parecer...brincar...saltar...fugir...chegar.
E a vocês cavaleiros desta vida, como eu, o melhor é existir...
partir...fugir... voltar...ficar...AMAR!!!! Só quero ter que contar no meu
livro de aventuras. O resto, fica, vem, aparece, desaparece... Vamos
seguir o caminho e tudo se irá resolver... vão ver!!!!Tudo se irá
resolver!!!
Um grande abraço!!!! Soltos voaremos!!!

Pajem - Fábio Figueiredo – 2º ano

Donzela – Selena Wincott – 2º ano

Shakespeare

Comparar-te a um Dia de Verão?

Comparar-te a um dia de
verão?
Há mais ternura em ti, ainda
assim:
um maio em flor às mãos do
furacão,
o foral do verão que chega ao fim.
Por vezes brilha ardendo o olhar do
céu;
outras, desfaz-se a compleição
doirada,
perde beleza a beleza; e o que
perdeu
vai no acaso, na natureza, em
nada.
Mas juro-te que o teu humano
verão
será eterno; sempre crescerás
indiferente ao tempo na canção;
e, na canção sem morte, viverás:
Porque o mundo, que vê e que respira
te verá respirar na minha lira.

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 32


Rodrigo Dinis – 4º ano

Perguntei a um sábio,
a diferença que havia
entre amor e amizade,
ele me disse essa verdade...
O Amor é mais sensível,
a Amizade mais segura.
O Amor nos dá asas,
a Amizade o chão.
No Amor há mais carinho,
na Amizade compreensão.
O Amor é plantado
e com carinho cultivado,
a Amizade vem faceira,
e com troca de alegria e tristeza,
torna-se uma grande e querida
companheira.
Mas quando o Amor é sincero
ele vem com um grande amigo,
e quando a Amizade é concreta,
ela é cheia de amor e carinho.
Quando se tem um amigo
ou uma grande paixão,
ambos sentimentos coexistem
dentro do seu coração.

Shakespeare

Donzela - Rafaela Castanheira – 1º ano

Donzela - Carolina Simões – 3º ano

Donzela – Patrícia Alves – 3º ano)

IV DINASTIA

D. João IV fica conhecido como “O Restaurador” por ter


restaurado a independência de Portugal. D. Afonso VI continua
com as lutas contra Espanha, mas só em Fevereiro de 1668 é
assinada a paz entre Portugal e Espanha, por D. Pedro II.

D. João V sucede a D. Pedro II que estimula a cultura


literária, artística e científica.

Sucede a D. João V, D. José I, conhecido como o


“Reformador” pois mudou a política do país tendo colaboradores

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 33


para o ajudar a governar, nomeadamente como Primeiro-
Ministro o Marques de Pombal.

O reinado de José I é sobretudo marcado pelas políticas do seu


primeiro-ministro, o Marquês de Pombal, que reorganizou as leis, a
economia e a sociedade portuguesas, transformando Portugal num
país moderno. A 1 de Novembro de 1755, José I e a sua família
sobrevivem à destruição do Paço Real no Terremoto de Lisboa . Os
jesuítas expulsos de Portugal e das colónias.

Uma segunda fase, de 1756 a 1764, caracteriza-se pela guerra


com a Espanha e a França, pelo esmagamento da oposição interna
- expulsão dos Jesuítas, reforma da Inquisição e execução de
alguns nobres acusados de atentarem contra a vida do rei,
entre os quais o duque de Aveiro e o marquês de Távora -, e pela
criação de grandes companhias monopolistas, como a do Grão-Pará.

Numa terceira fase, até 1772 é marcada por uma grande crise
económica e, até final do reinado, assiste-se à política de fomento
industrial e ultramarino e à queda económica das companhias
brasileiras.

Todo o reinado é caracterizado pela criação de instituições,


especialmente no campo económico e educativo, no sentido de
adaptar o País às grandes transformações que se tinham operado;
reforma-se o ensino superior, cria-se o ensino secundário (Colégio dos
Nobres, Aula do Comércio) e o primário (mestres régios); reorganiza-
se o exército. Em matéria de política externa, D. José conservou a
política de neutralidade adoptada por seu pai.

D. Maria I foi a primeira rainha em Portugal a exercer o poder


efectivo. Seu primeiro acto como rainha, iniciando um período que
ficou conhecido como a Viradeira, foi a demissão e exílio da corte do
Marquês de Pombal, a quem nunca perdoara a forma brutal como
tratou a família Távora durante o Processo dos Távoras. Rainha
amante da paz, dedicada a obras sociais, concedeu asilo a
numerosos aristocratas franceses fugidos ao Terror da
Revolução Francesa (1789).

D. João VI

Em 1788 foi declarado herdeiro do trono, por ter


falecido seu irmão primogénito, o príncipe D. José.

Por ocasião da morte de Luís XVI, rei de França,


em 1793, Portugal entrou na liga com a Inglaterra
e a Espanha contra a República Francesa. O governo português

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 34


pede à República Francesa a paz, mas Napoleão Bonaparte, declara
guerra a Portugal, em 1801. As tropas deste país aliadas a
Espanha atacaram Portugal e entraram no Alentejo. 0 nosso exercito
achava-se num estado miserável, e não podendo resistir, teve o
governo de aceder a um tratado de paz humilhante, feita em
Badajoz, que tem a data de 6 de Junho do referido ano de
1801.

Napoleão mandou marchar para Lisboa com a maior rapidez um


exército comandado pelo general Junot, a 18 de Outubro de
1807, sendo esta a primeira Invasão Francesa. A segunda foi
em 1808 e a última a1810.

A família real portuguesa, a corte e muitos dos seus vassalos


(criados) que quiseram acompanhá-la, embarcaram para o Rio de
Janeiro debaixo da protecção duma esquadra inglesa, a 29 de
Novembro e Portugal ficou entregue a uma regência.

0 povo, abandonado pelos seus príncipes, mas impaciente com


sofrer o jugo estrangeiro, indignado pelas exigências dos franceses,
pelas afrontas feitas por Junot à bandeira portuguesa, pela violência
que praticara expedindo para França o nosso exército, reduzido a um
pequeno corpo, que tomou o nome de Legião portuguesa, que foi
obrigada a militar no exercito de Napoleão, o povo ergueu-se
indignado no Porto em 1808, propagou-se a revolução nas
províncias do norte, e rebentou depois no Algarve.

O general Arthur Wellesley, depois duque de Wellington,


desembarcou com o seu exército a 6 de Agosto de 1808 na baía de
Vagos, em auxílio dos portugueses derrotando os franceses.

0 Brasil havia acolhido com entusiasmo a família real, cuja


residência ia transformá-lo de colónia em metrópole. Por isso,
também escapou ao contágio da revolução, e nem pensou em
reclamar a sua independência. Mas, ao terminar a guerra da

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 35


península, tendo D. João VI continuado a demorar-se na América,
Portugal começou a inquietar-se e a indignar-se, tanto mais que o
general Beresford, que ficara em Portugal comandando o nosso
exército, com muitos oficiais ingleses a comandarem os nossos
regimentos, governava mais do que a regência, o que sobremaneira
exaltava o ânimo do povo, pouco sofredor do jugo estrangeiro.

Em 1817 tramou-se uma conspiração promovida em parte


pelas ideias liberais, em parte pela indignação contra o estado de
colónia a que Portugal estava reduzido.

Em 24 de Agosto de 1820 deu-se uma revolução no


Porto, com o fim de dar ao país um governo constitucional.

Dois anos depois, em 1822, já com o


regresso de D João VI do Brasil, as Cortes
declaram a Constituição, iniciando-se assim a
Monarquia Liberal, forma de lei em que as
leis são feitas pelas Cortes.

D. Pedro VI é
aclamado imperador,
na mesma altura em
que se iniciam as guerras civis. No Brasil, no
dia 7 de Setembro do mesmo ano de 1822, D.
Pedro, no conflito que se erguera entre o Brasil
e as cortes portuguesas onde os deputados
brasileiros tinham sido até ali acolhidos dum
modo hostil, optava pelo Brasil, e a independência brasileira ficou de
facto proclamada, tomando o príncipe real D. Pedro o título de
imperador. Assim ficou constituído o império do Brasil,
oficialmente, comemorada a 7 de Setembro de 1822, quando
ocorreu o episódio do chamado "Grito do Ipiranga” embora só a
1825, Inglaterra e Portugal tenham aceite esta independência.

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 36


Seguiu-se depois a rainha D. Maria II Rainha de Portugal, em
1834, depois da abdicação de seu pai, Pedro IV (D.Pedro I, em seu
favor, no Brasil) em 1826. Esta rainha notabilizou-se pelo seu
empenho na educação e nos esforços em abolir com a
escravatura.

D. Pedro V ascende ao trono português, com


apenas 16 anos e foi considerado por muitos como um
monarca exemplar, que reconciliou o povo com a casa
real, após o reinado da sua mãe ter sido fruto de uma
guerra civil vencida. D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gota,
seu pai, desempenhou um papel fundamental no início
do seu reinado, tendo exercido o governo da nação na qualidade de
regente do Reino, orientando o jovem rei no que diz respeito às
grandes obras públicas efectuadas.

A 16 de Setembro de 1855, completando 18 anos, é aclamado


rei, presidindo nesse mesmo ano à inauguração do primeiro
telégrafo eléctrico no país e, no ano seguinte (28 de Outubro),
inaugura o caminho de ferro entre Lisboa a Carregado. É
também no seu reinado que se iniciam as primeiras viagens
regulares de navio, entre Portugal e Angola.

. Criou ainda, o Curso Superior de Letras, em 1859, que


subsidiou do seu bolso, com um donativo de 91 contos de réis. Nesse
mesmo ano é introduzido o sistema métrico em Portugal.

D. Pedro V foi um defensor acérrimo da abolição da


escravatura.

Portugal é, por essa altura, flagelado por duas epidemias, uma


de cólera, que grassa de 1853 a 1856, e outra de febre amarela,
principalmente em 1856/57. Durante esses anos o monarca, em
vez de se refugiar, percorria os hospitais e demorava-se à
cabeceira dos doentes, o que lhe trouxe muita popularidade.

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 37


Sendo a saúde pública uma das suas preocupações, fundou
hospitais públicos e instituições de caridade, nomeadamente, o
Hospital D. Estefânia, em Lisboa.

Não tendo filhos, foi sucedido pelo irmão, o infante D. Luís, que
habitava então no sul de França.

D. Luís I herdou a coroa em Novembro de


1861, sucedendo ao seu irmão Pedro V por
este não deixar descendência, Durante o
seu reinado e, em consequência da criação do
imposto geral de consumo, que a opinião
pública recebeu mal, deu-se o motim a
que se chamou a Janeirinha (em finais de
1867). Também a 19 de Maio de 1870, se
verificou uma revolta militar, promovida
pelo Marechal Duque da Saldanha e que pretendia a demissão do
governo.

Depois do conflito parlamentar que rebentou em 1878, os


progressistas atacaram o rei, acusando-o de patrocinar
escandalosamente os regeneradores. Este episódio constitui um
incentivo ao desenvolvimento do republicanismo.

No seu tempo surgiu a Questão Coimbrã (1865-1866) e ocorreu


a iniciativa das Conferências do Casino (1871), a que andavam
ligados os nomes de Antero de Quental e Eça de Queiroz, os
expoentes de uma geração que se notabilizou na vida intelectual
portuguesa.

Do seu reinado, merecem especial destaque o início das obras


dos portos de Lisboa e de Leixões, o alargamento da rede de
estradas e dos caminhos-de-ferro, a construção do Palácio de
Cristal, no Porto, actualmente designado de Pavilhão Rosa
Mota, a abolição da pena de morte para os crimes civis, a

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 38


abolição da escravatura no Reino de Portugal, e a publicação
do primeiro Código Civil.

Em 1884, foi efectuada a Conferência de Berlim,


resultando daí o chamado Mapa Cor-de-Rosa, que definia a
partilha de África entre as grandes potências coloniais:
Alemanha, Bélgica, França, Inglaterra e Portugal.

Fértil em acontecimentos, é no reinado de D. Luís que são


fundados alguns dos partidos políticos portugueses: o Partido
Reformista (1865), que ascendeu ao poder em 1868, o Partido
Socialista Português (1875), com o nome de Partido Operário
Socialista, e o Partido Progressista (1876), que chega ao poder em
1879. Em 1883, dá-se a realização do Congresso de Comissão
Organizadora do partido Republicano. No final do seu reinado, o
Partido Republicano apresenta-se já como uma força política
perfeitamente estruturada.

D. Luís seguiu os passos de sua mãe - D. Maria II, mandando


construir e fundar associações culturais. Em 1 de Junho de 1871,
D. Luís esteve no Seixal (uma vila fundada pela sua mãe), para
testemunhar a fundação da Sociedade
Filarmónica União Seixalense.

Sucede-lhe o seu filho Carlos, sob o nome


de Carlos I de Portugal durante todo o seu
reinado, o país encontrou-se a braços com
crises políticas e económicas, que se
estenderam ao ultramar. Face à instabilidade
geral, motivada pelo chamado rotativismo
(rotação alternada dos dois principais partidos políticos, o Progressista
e o Regenerador. A oposição lançou então uma forte campanha anti-
governo, envolvendo também o próprio rei, alegando que se estava
em ditadura. Este regime ditatorial foi o início do movimento
republicano, que começava a ganhar adeptos em todo o país.
Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 39
O Regicídio

Como era habitual no início de cada ano, D. Carlos partiu com


toda a família para Vila Viçosa, Entretanto, a situação política
agravava-se em Lisboa, com a oposição ao franquismo, estalando
uma revolta, abortada em 28 de Janeiro.

A 1 de Fevereiro de 1908, a família real regressou a Lisboa


depois de uma temporada no Palácio Ducal de Vila Viçosa. Viajaram
de comboio até ao Barreiro, onde apanharam um vapor para o
Terreiro do Paço. Esperavam-nos o governo e vários dignitários da
corte. Após os cumprimentos, a família real subiu para uma
carruagem aberta em direcção ao Palácio das Necessidades. A
carruagem com a família real atravessou o Terreiro do Paço, onde foi
atingida por disparos vindos da multidão que se juntara para saudar o
rei. D. Carlos I morreu imediatamente, o herdeiro D. Luís Filipe
foi ferido mortalmente e o infante
D.Manuel ferido num braço. Os autores do
atentado foram Alfredo Costa e Manuel
Buíça, embora avaliações recentes das
evidências balísticas sugiram a existência de
mais regicidas desconhecidos. Os assassinos
foram mortos no local por membros da guarda
real e reconhecidos posteriormente como
membros do movimento republicano.

O último rei de Portugal, subiu ao trono jovem após o regicídio


do seu pai. Todavia a República rapidamente se instalou condenando
este monarca ao exílio. Mesmo assim, D. Manuel teve sempre um
elevado grau de patriotismo, o que o levou, em 1915, a declarar no
seu testamento a intenção de legar os seus bens pessoais ao Estado
Português, para a fundação de um Museu, manifestando também a
sua vontade de ser sepultado em Portugal.

E assim acabou a monarquia em Portugal.

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 40


REPÚBLICA PORTUGUESA

Governo Provisório da República (1910-1911)

Presidente Partido Político Mandato Notas

5 de Outubro
Partido
Joaquim Teófilo de 1910 - presidente do
Republicano
Fernandes Braga 24 de Agosto Governo Provisório(1)
Português
de 1911

I República (1911-1926)
A República Velha

Posiç Partido
Presidente Mandato Notas
ão Político

Partido
primeiro presidente
Manuel José Republicano 24 de
constitucionalmente
de Arriaga Português Agosto de
eleito ao
1.º Brum da (depois 1911 -
abrigo da Constituição
Silveira e Partido 26 de Maio
de 1911;
Peyrelongue Democrático de 1915
demitiu-se do cargo
)

Joaquim 29 de Maio presidente substituto,


Teófilo Partido de 1915 - designado para
2.º
Fernandes Democrático 5 de Agosto terminar o mandato de
Braga de 1915 Arriaga

6 de Agosto
Bernardino
de 1915 - 1.ª vez; mandato
Luís Partido
3.º 5 de interrompido
Machado Democrático
Dezembro por golpe de Estado
Guimarães
de 1917

A República Nova

Posiç Partido
Presidente Mandato Notas
ão Político

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 41


militar, revoltoso,
presidente da
Partido 28 de Abril Junta Revolucionária(²);
Sidónio
Nacional de 1918 - único
Bernardino
4.º Republicano 14 de presidente eleito por
Cardoso
(«Partido Dezembro sufrágio
da Silva Pais
Sidonista») de 1918 directo na I República;
morreu assassinado no
exercício do cargo

14 de
Conselho de Dezembro
assume interinamente
Ministros de 1918 -
– – a chefia do Estado
chefiado por 16 de
Português
Canto e Castro Dezembro
de 1918

A Nova República Velha (restauração da República Velha)

Posiç
Presidente Partido Político Mandato Notas
ão

presidente
João do 16 de substituto(³),
Partido Nacional
Canto e Dezembro de destinado a
Republicano
5.º Castro 1918 - terminar
(«Partido
Silva Antunes 5 de Outubro o mandato
Sidonista»)
Júnior de 1919 presidencial
iniciado em 1915

Partido único presidente


Republicano 5 de Outubro da
António José Evolucionista de 1919 - I República a
6.º
de Almeida (depois Partido 5 de Outubro cumprir
Liberal de 1923 integralmente o
Republicano) mandato

6 de Outubro
o presidente-
Manuel de 1923 -
Partido escritor;
7.º Teixeira 11 de
Democrático resignou ao
Gomes Dezembro de
mandato
1925

8.º Bernardino Partido 11 de 2.ª vez; mandato


Luís Democrático Dezembro de interrompido

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 42


1925 -
Machado por golpe de
31 de Maio
Guimarães Estado
de 1926

II República: Ditadura Militar (1926-1933) e o Estado


Novo (1933-1974)
A Ditadura Militar

Posiç Partido
Presidente Mandato Notas
ão Político

31 de Maio militar, revoltoso;


José Mendes de 1926 - derrubado
9.º nenhum
Cabeçadas Júnior 17 de Junho por um contra-
de 1926 golpe de Estado

17 de Junho militar, revoltoso;


Manuel de Oliveira de 1926 - derrubado
10.º nenhum
Gomes da Costa 9 de Julho de por um contra-
1926 golpe de Estado

Estado Novo

Posiç Partido
Presidente Mandato Notas
ão Político

militar, revoltoso(4);
primeiro presidente
nenhum 16 de constitucionalmente
António
(a partir de Novembro de eleito ao abrigo
Óscar
11.º 1932, 1926 - da Constituição de
de Fragoso
União 18 de Abril de 1933; morreu
Carmona
Nacional) 1951 durante o exercício do
seu quinto
mandato presidencial

interino(5), desde a
18 de Abril de
António de morte de
União 1951 -
– Oliveira Carmona até à eleição
Nacional 21 de Julho
Salazar de
de 1951
Craveiro Lopes

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 43


Francisco 21 de Julho não teve o apoio da UN
Higino União de 1951 - para o
12.º
Craveiro Nacional 9 de Agosto exercício de um
Lopes de 1958 segundo mandato

último presidente do
União
Estado Novo;
Nacional
Américo de 9 de Agosto derrubado pelo golpe
(a partir de
Deus de 1958 - de Estado de
13.º 1968,
Rodrigues 25 de Abril de 25 de Abril de 1974 (o
Acção
Tomás 1974 seu terceiro
Nacional
mandato terminaria em
Popular)
Julho de 1979).

III República (1974-presente)

Posiç
Presidente Partido Político Mandato Notas
ão

junta militar interina,


25 de Abril cumulando os
Junta de
de 1974 - poderes presidenciais
– Salvação –
15 de Maio e ministeriais
Nacional
de 1974 após a Revolução dos
Cravos

militar, presidente da
15 de Maio Junta de Salvação
António
de 1974 - Nacional, depois
Sebastião
14.º nenhum 30 de nomeado Presidente
Ribeiro de
Setembro da
Spínola
de 1974 República pelos seus
pares; demitiu-se

30 de
Francisco da Setembro militar; nomeado após
15.º Costa nenhum de 1974 - a demissão do
Gomes 13 de Julho predecessor
de 1976

16.º António dos nenhum quando 14 de Julho militar, primeiro


Santos eleito de 1976 - presidente
Ramalho (depois Partido 9 de Março constitucionalmente
Eanes Renovador de 1986 eleito

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 44


ao abrigo da
Democrático)
Constituição de 1976

primeiro presidente
Partido Socialista
Mário 9 de Março civil
(suspendeu a
Alberto de 1986 - democraticamente
17.º filiação partidária
Nobre Lopes 9 de Março eleito
enquanto
Soares de 1996 em mais de meio
presidente)
século

Jorge 9 de Março
Fernando de 1996 -
18.º Partido Socialista
Branco de 9 de Março
Sampaio de 2006

Partido Social- primeiro presidente da


Aníbal Democrata área
António (suspendeu a 9 de Março ideológica do centro-
19.º
Cavaco filiação partidária de 2006 direita
Silva enquanto eleito após o 25 de
presidente) Abril

Trabalho realizado pelos alunos do 4º Ano 45

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