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MINISTÉRIO PÚBLICO
Vós sois o sal da terra (S. Mateus, 5)
Contra este ato nos insurgimos, pois eivado de ilegalidade, falta de amparo na legislação,
de encontro aos princípios da moralidade, da eficiência e aos parâmetros razoáveis para
uma atuação nos limites dos deveres de honestidade e fidelidade, atos devidos pela
Procuradora Geral de Justiça.
Para conhecimento dos Conselheiros, e entendimento da referida notificação, que não foi
baseada em qualquer ato legal, a Associação de Classe recebe em suas dependências os
associados, promotores e procuradores de justiça que desejam usar, adquirir e contratar
os serviços e produtos ofertados por empresas conveniadas, a exemplo de serviços de
telefonia, cartão de crédito, empréstimos consignados em bancos, serviços estes
prestados há mais de 20 anos, negociados em melhores condições econômicas, ou seja,
pactuadas por intermédio da entidade de classe.
Não existe razão plausível para o cancelamento das consignações requeridas pelos
promotores de justiça, pois a Procuradoria Geral de Justiça ainda continua a pactuar e
consignar empréstimos com outros Bancos e Entidades Cooperativas, a exemplo da
COOMAMP/MA e Banco do Brasil, inclusive este último banco se torna privilegiado, pois
paga o aluguel das Promotorias de Justiça da Capital, local onde estão todas as
promotorias de justiça da Capital.
DO DIREITO
Cabe inicialmente assentar que a medida adotada pela gestora administrativa, sua
excelência a senhora Procuradora Geral de Justiça, passou a gerar transtornos a
membros da instituição que, com a própria intervenção e recomendação desta, pactuaram
facultativamente, e dentro da normatividade vigente, serviços e bens, penalizando-os
quanto à credibilidade na honra do pagamento e inviabilizando melhores condições em
serviços de dívidas a serem contraídas e ou em negócios jurídicos a serem pactuados,
ante a minimização de riscos de inadimplência na perspectiva do prestador de serviços
contratado.
O estatuto civil em vigor, em seu art. 128, permite compreender que em situação pontual,
e de um contrato particularizado, se sobrevier condição resolutiva que inviabilize o
cumprimento da obrigação do recolhimento e do pagamento de natureza facultativa,
apenas assim, extinguir-se-ia, para todos os efeitos, o direito a que ela se opusesse; mas,
se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo
disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que
compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-
fé.
Ainda, inquire-se: qual o critério adotado para pagamento das obrigações financeiras
apenas contratadas diretamente com a Procuradoria Geral de Justiça? Qual a motivação?
Quanto ao art. 15 do ATO 3760 E ATO 415, pesar de expressar que a Procuradoria Geral
de Justiça não é responsável pela dívida contraída por servidor, torna-se civilmente
responsável pelos contratos nos quais autorizou e atuou como garantidor e
executor da condição de satisfação da obrigação negociada, mesmo por que nestes
atos negociais, uma vez destituído do imperium, o administrador público enquanto
terceiro, após informar a agencia financeira pactuante, ou qualquer outro
consignatário, adimple a condição do art. 176 do Cciv.[7] - É obvio que não há uma
solidariedade da contração da dívida, mas a consignante é juridicamente responsável
pela observância da cláusula autônoma da modalidade do pagamento, como supra-
demonstrado.
A Constituição Federal em seu art. 127 preconiza que a Instituição do Ministério Público
tem por princípio a independência funcional, sendo-lhe assegurada autonomia funcional e
administrativa, podendo, observado o disposto no arf. 169, CF, propor a política
remuneratória e os planos de carreira dispondo em lei sobre sua organização e
funcionamento.
Aliás, nem ali nos fundamentos do Decreto Estadual está autorizado suspensão ou
cancelamento de consignação desmotivada ou estabelecida em prioridade elegida pelo
Chefe do Poder Executivo em razão de contratos celebrados diretamente com o Poder
Executivo, ao contrário, mesmo na hipótese constante no art. 19 exige-se da
administração pública a observação dos critérios da oportunidade e da conveniência da
medida, em procedimento administrativo.
Ademais, cumpre relembrar que a Folha de Pagamento do Ministério Público após anos
de luta institucional passou a ser confeccionada independentemente pela administração
superior do MPMA sob o forte, o concreto e o inegável argumento da autonomia
administrativa e financeira da Instituição.
Mas, tal decreto aplicar-se-ia aos servidores do MPMA?! - Certamente que não. A
carreira administrativa do MPMA encontra-se organizada em estatuto próprio,
aplicando-se subsidiariamente as normas gerais dos servidores públicos civis
estaduais. - E, manifestando o princípio da autonomia administrativa é que o ATO
3760/2005 e 415/08 GPGJ veio disciplinar a modalidade de pagamento de
obrigações contratuais da consignação de pagamento em folha visando permitir
melhores taxas e serviços bancários aos servidores, diminuição do cálculo do risco
nas operações financeiras ou imobiliárias e mobiliárias pactuadas por estes
aumentando-se-lhes o poder de negociação com a sinalização de liquidez e de
credibilidade de cumprimento das obrigações contratualmente assumidas.
DO PEDIDO
FATO 2-
Entretanto, cumpre relatar que o ato foi regulamentado após o prazo previsto em nossa lei
complementar n.° 013/91, em seu artigo 111, que dispõe que até 15 de outubro serão
enviados os pedidos de férias pelos membros do Ministério Público e no artigo 16, inc. X,
prevê a elaboração da escala pela Corregedoria Geral do Ministério Público, até o dia 30
de outubro de 2008.
O ato Regulamentar foi realizado em desconformidade com a nossa lei, já que a escala
de férias já havia sido feita pela Corregedoria Geral, conforme requerimentos dos
promotores de justiça, entretanto, o mais grave não é o ato em si, e sim a conduta da
senhora Procuradora Geral de Justiça, que ao vedar as férias para vários membros do
MP causou grande transtorno na vida dos mesmos, levando a Associação a subscrever o
Ofício de n.° 1144/08, em data de 11 de dezembro de 2008, data esta em que foi
publicado na página do MP, o ato para os membros, onde a entidade de classe requereu
a suspensão do ato regulamentar, devido a forma como foi praticado e mais, a senhora
Procuradora Geral de Justiça ao arrepio de seus próprios atos regulamentares, já que as
leis não são no Maranhão para todos os membros do MP, violou as normas
administrativas e concedeu férias para os membros que desejava, inclusive para si
mesma, conforme Portarias em anexo.
FATO 03-
Entretanto, conforme faz prova dos documentos em anexo, de próprio punho, a Senhora
Procuradora Geral de Justiça, manifestou-se ¨ acolho a manifestação, abaixo
considerando ainda a priorização da participação da 2ª instância no conclave de
Procuradores Gerais, bem como leva-se em conta a limitação de participantes e de
orçamento. ¨
Não se pode admitir que dentro da nossa Instituição existam privilégios de qualquer
espécie, nem oferta de benefícios, nem segmentação de grupos. O Ministério Público
deve ser um, e a todos deve ser garantido o direito de participar de curso de
aperfeiçoamento, seminários, atualizações, sempre pautado na lei e normas
administrativas e princípio da moralidade. Outrossim, cumpre informar que não houve
qualquer convite aos promotores de justiça, nem publicação sobre o I Congresso por
parte da Procuradoria Geral, onde conferiria possibilidade para que todos participassem e
não na distribuição de diárias e passagens.
Este ato praticado, somando-se ao ato das férias, anteriormente relatado, demonstra que
hoje no Ministério Público do Maranhão, direitos só para alguns, se é que podemos
chamar regalias e benesses de direitos ?
Assim, levamos ao conhecimento dos Senhores Conselheiros para que analisem a forma
de oferta de passagens e diárias no Maranhão, realizadas pela senhora Procuradora
Geral de Justiça quando da realização do I Congresso Nacional dos Procuradores Gerais,
entendendo-se assim, clara violação aos princípios da moralidade administrativa.
FATO 04-
Todavia, a entidade de classe, com base na Lei Orgânica do Ministério Público, artigo 97
da Lei Orgânica do Ministério Público que prevê ¨que a qualquer título, serão revistos na
mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos
membros do Ministério Público em atividade, estendendo-se aos inativos, quaisquer
benefícios ou vantagens àqueles concedidos, inclusive quando decorrentes de
transformação or reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria,
oficiou a Procuradora Geral de Justiça, em data de 04 de agosto de 2008, solicitando que
fosse garantido aos aposentados e pensionistas os mesmos direitos, tendo reiterado
estes ofícios e realizada reunião até o dia 18 de dezembro de 2008, para que fossem
garantidos aos membros aposentados e pensionistas os mesmos direitos e vantagens
pagos aos da ativa no mês de setembro de 2008.
Saliente-se que em razão de terem sido pagos aos membros da ativa as vantagens
devidas, e não pagas aos aposentados, foram violados os direitos de igualdade, paridade
e garantia constitucional aos aposentados e pensionistas de perceberem as vantagens
em igualdade de condições dos membros da ativa.
Ressalte-se que até a presente data não foi assegurado este direito aos membros do
Ministério Publico pela Procuradoria Geral de Justiça, na qualidade de gestora do
Ministério Público de conformidade com a nossa Lei Complementar n.° 013/91, artigo 97.
Pela Associação de Classe foram empreendidos todos os esforços para que os valores
fossem garantidos aos aposentados e pensionistas, havendo assim uma violação clara à
nossa lei complementar, devendo ser determinado pelo Conselho Nacional do Ministério
Público que a gestora do Ministério Público do Estado do Maranhão, Dra. Maria de Fátima
Rodrigues Travassos determine que a referida verba e vantagens sejam garantidas aos
Membros do Ministério Público aposentados e pensionistas, conforme documentos em
anexo, por ser direito da classe ministerial.
Até o presente momento, nenhuma ação concreta garantiu o pagamento das vantagens
devidas, inclusive cumpre ressaltar que os membros da ativa receberam as vantagens
desde os meses de setembro e outubro, perfazendo assim, mais de dois meses de
diferença e desigualdade entre os membros da ativa, aposentados, pensionistas.
DO PEDIDO
FATO 05-
Urge informar, que até a presente data ainda não publicada esta Portaria que concedeu
diárias à Procuradora Geral de Justiça, quando de sua presença ao plenário do TSE para
assistir ao julgamento do atual Governador do Maranhão, para que ao final se possa
mensurar o total de diárias em seis meses e viagens feitas ao redor do País.
Saliente-se, que diárias são negadas a outros membros por alegação de falta de recursos
e boa administração das finanças do Ministério Público e que de forma austera tem se
comportado a Procuradora Geral de Justiça, entretanto, as viagens e diárias distribuídas
levam a gastos exorbitantes.
Ocorre, diante de todos estes fatos e promotorias existentes, após ofícios da ex-diretora
da Capital, Dra. Maria Da Glora Mafra, da Associação de Classe, ora representante, dos
promotores de justiça da Capital, reivindicando melhores condições de trabalho, e
inclusive, pasmem, promotores solicitando reforma de salas, ventiladores, sem ter
qualquer resposta da Procuradora Geral de Justiça, seu primeiro ato na gestão, foi
determinar de forma urgente e rápida , a reforma de seu gabinete, orçada em através da
Tomada de preços n.° 17/2008, em módicos R$ 33.444,18 ( trinta e três mil, quatrocentos
e quarenta e quatro reais e dezoito centavos) . Só acreditando para crer, a beleza e
magnitude do gabinete, com suas peças de arte, móveis de bom gosto e custo, enquanto
promotores subscrevem pedidos à Administração em busca de um simples forro para
suas salas, ar-condicionado, ventilador, banheiros adequados, móveis.
A sociedade clama por um Ministério Público austero em suas contas, gestor dentro do
limite da lei e orçamento, mas acima de tudo baseando suas ações nos princípios da
legalidade, moralidade, eficiência e publicidade. A classe ministerial espera um
administrador consciente de suas funções, sem personalismos, excentricidade e que
sempre tenha como parâmetro para suas ações a sociedade. Em nosso Estado humilde,
em pleno crescimento, e com tantas mazelas ainda existentes, precisamos estar acima
dos padrões morais da sociedade.
DO PEDIDO FINAL
Desta forma, esperamos que este Conselho Nacional do Ministério Público examine os
fatos apontados neste procedimento, para ao final, suspender, revogar e reexaminar os
atos praticados, determinando medidas adequadas para sanear os pontos elencados :
determinando o imediato retorno de todos os contratos consignados intermediados pela
Entidade de Classe, que estavam em pleno vigor, dos promotores e procuradores de
justiça, aos seus contracheques e inclusão do desconto de contribuição extraordinária e
obrigatória do pecúlio para o mês de fevereiro de 2009 ;com a determinação imediata da
reforma do atual prédio das Promotorias de Justiça da Capital, concedendo os pedidos
ofertados pelos Promotores de Justiça para reforma dos seus gabinetes, dentro dos
prazos razoáveis com que foi feita a reforma do Gabinete da Procuradora Geral de
Justiça; determinação de pagamento por processo administrativo dos juros e correção
monetária dos anuênios aos aposentados e pensionistas, diante da flagrante quebra da
paridade interna no MP do Maranhão; reexame dos valores gastos na reforma do
gabinete da Procuradora Geral de Justiça e diárias recebidas e concedidas.
Aguarda deferimento e coloca-se a disposição para esclarecimentos, juntada de
documentos e depoimento, se necessário.