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Esta apostila é uma compilação de numerosas fontes e tem como único objetivo orientar o estudo dos alunos do 4º
período em relação à disciplina “Tomografia Computadorizada” para o fim específico da primeira avaliação do
semestre 2009-1.
Introdução
Nos últimos 40 anos nenhum desenvolvimento tecnológico na área de imagem foi tão
importante quanto a Tomografia Computadorizada (TC). Avanços na tecnologia helicoidal e
subsequentemente na tecnologia de múltiplos detectores, tem oferecido tantas opções que
chega a ultrapassar nossa capacidade de atualização.
No final da década de 50 os componente necessários já estavam disponíveis, mas foi apenas
em 1967 que o projeto da TC foi apresentado pelo engenheiro inglês Sir Godfrey Hounsfield
(1919-2004) e pelo físico sul-africano Allan M. Cormack que desenvolveu a parte matemática.
Ambos receberam o prêmio Nobel de Medicina de 1979 .
Princípios básicos
Os princípios físicos da Tomografia Computadorizada (TC) são os mesmos da radiografia
convencional. Para a obtenção de imagens são utilizados os Raios-x (RX). Enquanto na radiografia
convencional o feixe de RX é piramidal e a imagem obtida é uma imagem de projeção, na TC o feixe é
emitido por uma pequena fenda e tem a forma de leque.
o
Na tomografia computadorizada o tubo de RX gira 360 em torno da região do corpo a ser
estudada e a imagem obtida é tomográfica ou seja são obtidas “fatias” (slices em inglês). Em oposição
ao feixe de RX emitidos temos um sistema detector de fótons que gira sincrônicamente ao feixe de RX,
mas que também pode ser fixo nos tomógrafos mais modernos. Como na radiografia convencional as
características das imagens vão depender das informações colhidas a respeito da absorção de fótons
pelo objeto em estudo.
Dessa forma, a quantidade de fótons recebidos pelos detectores depende da espessura do
objeto e da capacidade deste de absorver os RX. Os detectores de fótons da TC transformam os fótons
emitidos em sinal analógico. Quanto mais fótons de RX atingem os detectores, maior é a diferença de
potencial, ou voltagem que cada detector fornece ao computador – sinal analógico. O sinal analógico vai
ser convertido em sinal digital através do sistema de computação e será processado para formar a
imagem final que apesar de processada digitalmente, será de novo uma imagem analógica.
A TC atualmente utiliza um feixe “em leque” diferentemente
do RX convencional que utiliza um feixe piramidal.
Os sinais elétricos gerados pelos detectores contém informação a respeito do quanto o feixe foi
atenuado por cada estrutura do corpo (“coeficientes de atenuação”). Estas informações são acopladas
aos dados sobre posição da mesa e do cabeçote. Dessa forma é possível a determinação das relações
espaciais entre as estruturas internas e a fatia selecionada do corpo.
Os sinais elétricos analógicos são então enviadas ao sistema de computação que através de
algoritmos específicos vai transformá-los em sinais digitais para compor as imagens que iremos ver na
tela do computador.
O tomograma calculado, ou seja, a imagem que vemos na tela do computador, corresponde a
uma matriz dos valores de atenuação do feixe, visualmente apresentada em tons de cinza, em
formato analógico.
Atualmente há vários tipos de tomógrafos: (1) Convencional ou simplesmente Tomografia
Computadorizada (passo a passo); (2) Tomografia Computadorizada helicoidal ou espiral; (3) Tomografia
Computadorizada “multi-slice” e (4) Tomógrafos mais sofisticados, como “ultra-fast” e “cone-beam”. Na
tomografia helicoidal o tubo de RX gira em torno do paciente e os detectores podem girar também ou
permanecerem estáticos. A mesa desloca-se simultâneamente e a trajetória do feixe de RX ao redor do
corpo é uma espiral.
SISTEMAS DE VARREDURA
O sistema de TC foi evoluindo desde a sua criação conforme comentamos acima. Agora vamos descrever
os diferentes tipos de varredura de cada “geração” dos tomógrafos:
1.Tomógrafo de Primeira Geração (rotação/translação com detector único): este foi o primeiro
sistema comercialmente disponível. Nele um feixe de RX cilíndrico e estreito (“em lápis”) varre o
corpo fazendo uma meia volta (180º) com passos de 1 grau . A cada passo de um grau realiza uma
translação, após um número “x” de translações faz uma rotação e assim por diante, gerando 180
projeções a cada volta.
Os tomógrafos helicoidais podem ter uma fileira única de detectores ou múltiplas fileiras de
detectores. Estes últimos são denominados “multislice” – lembrando que slice (inglês) quer
dizer fatia em português. Podem ter 4, 16, 32 ou 64 fileiras de detectores - isto significa que a
cada giro de 360 graus podemos obter 4, 16, 32 ou 64 cortes. Assim em uma mesma extensão
um tomógrafo multislce de 64 fileiras de detectores, pode obter 64 vezes mais imagens que um
tomógrafo de fila única de detectores.
Nos tomógrafos convencionais a aquisição de dados ocorre passo a passo, com intervalo entre os cortes (A). Nos tomógrafo
(B) o movimento do tubo, dos detectores e da mesa é contínuo, da mesma forma que a emissão dos RX
Vantagens da TC helicoidal:
Maior velocidade de escaneamento:
Exames mais rápidos
Maior número de pacientes
Redução de artefatos de movimento
Diminue a dose de contraste EV e permite avaliar diferentes fases da passagem do
mesmo pelas vísceras
Aquisição volumétrica (sem espaçamento)
Aumenta a capacidade de diagnosticar pequenas lesões
Reformação de alta qualidade
Abertura
Detectores
detectores
Cristal de cintilação
Fotodiodo
Pinos de solda
Pla
Esquemas de detectores de
Janela de Entrada
Câmara de pressão
Placas
Alta Tensão
Amplificador Sinal
Esquema de Detectores de Câmara de Ionizção
Foto do sistema de
Colimação
Necessária para reduzir a dose no paciente restringido o volume de tecido a ser irradiado e também
para melhorar a qualidade de imagem pela diminuição da radiação secundária. Normalmente existem
dois conjuntos de colimadores:
• Junto ao cabeçote (pré-paciente) – controla a radiação no paciente
• A frente dos detectores (pós-paciente) – reduz a radiação secundária,define a
espessura de corte e também limita o campo de visão (FOV - field of view)
Ao lado um esquema do tubo de RX com os colimadores que p
antes do paciente na saída do tubo (setas azuis) e após o pacie
dos detectores (setas pretas)
Sistema Elétrico
A tensão do tubo (kVp) é fornecida por sistemas trifásicos e de alta freqüência, garantindo que a
produção de fótons seja constante durante todo o exame e que o feixe tenha sempre o mesmo
espectro. O sistema de alta freqüência permite a compactação dos circuitos eletro-eletrônicos e assim o
gerador pode ser instalado dentro do portal, economizando espaço físico.
Tecnologia de anéis deslizantes (slip ring technology): na maioria dos tomógrafos de gerações
anteriores, as conexões entre os componentes do sistema rotacional do portal e os componentes da
parte estacionária do mesmo,eram feitas através de cabos de espessura limitada e havia necessidade de
necessidade de rotação de até 700 graus. O sistema precisava parar para reverter a rotação entre os
cortes. Com a tecnologia de anéis deslizantes, “escovas” elétricas permitem conexão entre os
componentes rotacionais e estacionários. Com isso foi possível desenvolver os sistemas helicoidais. A
função crítica dos sistemas de anéis deslizantes é fornecer kilowatts para energizar o tubo de RX ao
mesmo tempo que transfere sinais digitais em alta velocidade e controla estes sinais.
Anéis deslizantes
“Escovas”
Consoles de controle:
O console de controle é o centro operacional do sistema. Através dele se monitoriza o exame. Esta
unidade possui um monitor de TV com um ou dois canais, dependendo do modelo. Nos modelos para
dois canais, um deles é utilizado para o texto que é digitado no teclado e reproduzido no vídeo. O texto
corresponde a informações sobre o paciente e parâmetros de cada exame (espessura do corte, tempo,
incremento da mesa e número de cortes tomográficos por exame, entre outros ). No outro canal,
observam-se diretamente as imagens, o que permite a análise das mesmas assim que elaboradas.
Como o sistema utiliza RX a sala que abriga a unidade de varredura deve possuir adequada proteção
radiológica. As unidades de controle e de processamento devem ser mantidas a 20Cº, com umidade
relativa em torno de 50 a 60 %.
Ao lado vocês tem um esquema de um
sistema tomográfico completo com o
portal e seus principais componentes
(tubo de RX, gerador, detectores, sistema
de aquisição de dados), o sistema de
computação e geração de imagens, a
mesa e o console do operador. Vocês vão
ouvir muito a palavra “DAS” – “Digital
Archiving System” – sistema de
arquivamento digital. O “coração”
computacional de um sistema
tomográfico
Escaneamento:
Produz uma “fatia” (slice) da região que está sendo examinada
O que estamos medindo?
A quantidade de RX que penetra no corpo ao longo dos diferentes ângulos de aquisição, é medida
pelos detectores que interceptam o feixe após tê-lo atravessado
Obtemos então uma média de coeficientes de atenuação dos tecidos atravessados pelo feixe de RX
em cada fatia ou corte.
Ao lado vocês podem ver um esquema
simplificado do escaneamento. O tubo de RX gira
em torno de cada “fatia” do corpo e os
detectores recolhem informações a respeito de
quanto o feixe foi atenuado por cada estrutura
que atravessou.
Coeficientes de atenuação:
O coeficiente de atenuação é uma medida arbitrária criada por Hounsfield para quantificar a
atenuação do feixe de RX após atravessar o corpo. A representação de cada tecido na Escala de
Hounsfield (EH) varia de acôrdo com o quanto este absorveu de fótons de RX. A água corresponde
ao valor zero da escala,valor de referencia por ser de fácil obtenção para calibrar os aparelhos .
Tecidos muito densos como os ossos, absorvem mais fótons que tecido pouco densos como o ar
nos pulmões. Por convenção – para manter correspondência com a Radiologia - valores altos de
atenuação (ossos) são representados em branco e valores baixos (ar,gordura) em preto. A EH varia
de -1000 (ar) a +1000 (osso). Atualmente foi estendida para + 4000 para poder incluir o osso
cortical muito denso
Osso Cortical
Ar Agua
A sensibilidade de contraste vai depender tanto das características do método a ser utilizado,
quanto das características intrínsecas da região a ser examinada. Por exemplo, se queremos
visibilizar um pequeno lipoma (tumor benigno composto de gordura) na cisterna quadrigeminal do
encéfalo, vamos utilizar a Ressonância Magnética com imagens ponderadas em T1, onde a gordura
tem alto sinal e fica branca, contrastando com o liquor que é cinza. Na TC tanto a gordura quanto o
liquor são pretos.... e fica difícil fazer o diagnóstico
Resolução Espacial (RE): capacidade de distinguir dois pontos muito próximos entre si.
Depende de muitos fatores relacionados tanto à obtenção das imagens como ao processo de
reconstrução. Quanto maior o número de projeções durante o processo de escaneamento,
melhor será a resolução espacial. Quanto menor o pixel, melhor será a resolução espacial. A
Resolução Espacial também depende do número de pixels da matriz. Quanto mais “fina”
(maior) for a matriz, maior será o número de pixels e melhor será a resolução espacial como
vocês podem ver abaixo:
Resumindo, a RE depende de:
Matriz
matriz (matriz fina): CSR – coeficiente sinal/ruído - (mas tempo de reconstrução)
FOV
FOV sem mudar a matriz: pixel (mas CSR)
Espessura de corte
Cortes finos: artefato de Volume Parcial
Número de projeções
nº projeções RE
Ponto focal:
Região do anodo por onde os RX são emanados
Tem formato quadrado no cátodo e retangular no anodo, pelo fato deste ser angulado
As dimensões do ponto focal são críticas
Pode limitar a resolução espacial dependendo da relação entre a fonte de RX,detectores e o
corpo do paciente (deformação geométrica = geometric unsharpness ou penumbra). O foco
grosso aumenta o efeito de penumbra.
Foco fino aumenta a resolução espacial, mas não tolera tempo curto e alta miliaperagem
Deformação geométrica
Na radiologia convencional a deformação geométrica ou penumbra, é dependente da
distância entre o filme e o paciente. Quanto mais longe o paciente em relação ao
filme , maior é a deformação geométrica. O foco de pequenas dimensões permite
magnificação geométrica com muito menos distorção.
Quanto mais próximo do ponto focal está o objeto, maior é o “borramento” pelo
efeito da ampliação
Ponto focal
F = dimensão do
Obj. Obj. Obj.
Magnificação Ge
FDD/FOD
Penumbra (Ug) =
Penumbra Penumbra
Quanto menor o ângulo do anodo,menor
é o PF efetivo
PROCESSAMENTO DE IMAGENS
A unidade de processamento é um computador, centro de todo o sistema. Recolhe os dados brutos de
cada tomograma através dos detectores. Os dados são inicialmente armazenados no formato digital.
Imagens médicas apesar de processadas digitalmente tem que ser exibidas em formato analógico.
Imagens analógicas incluem fotos,pinturas e imagens médicas gravadas em filmes ou exibidas em
monitores de computador, por exemplo. Neste tipo de imagem cada ponto corresponde a um
determinado nível de brilho (ou densidade do filme) e cores. Trata-se de uma imagem contínua e não
composta de partes (pixels).
Imagens digitais são gravadas como vários números. A imagem é dividida em uma matriz de pequenos
elementos pictóricos (pixels). Cada pixel é representado por um valor numérico. Na reconversão para
imagem analógica esse valor vai corresponder a uma determinada nuance na escala de cinzas.
A B
A imagem analógica é contínua (A). A imagem digital (B) é constutuída de múltiplos “quadrados” ou “retângulo
A principal vantagem das imagens digitais é que podem ser processadas de várias maneiras por sistemas
de computação.
Para serem captadas pelo olho humano as imagens devem ser analógicas. Todos os métodos de imagem
que produzem imagens digitais devem convertê-las para imagens analógicas. Não podemos “ver”
imagens digitais, pois trata-se de uma matriz matemática de números....
Uma imagem digital é uma matriz de pixels. Cada pixel é representado por um valor numérico. O valor
do pixel está relacionado ao brilho (ou cor) que vamos enxergar quando a imagem digital for convertida
em imagem analógica para visualização. Quando visibilizamos uma imagem na tela do computador, por
exemplo, a relação entre o valor numérico atribuído ao pixel e o brilho exibido, é determinada por
ajustes de ”janela” como iremos discutir depois.
Uma imagem digital é representada no sistema de computação por números em forma de dígitos
binários denominados “bits” (binary digits).
Acima você pode ver a estrutura de uma imagem digital. Primeiro ela é dividida em uma matriz de
pixels. Depois cada pixel será representado por uma série de bits. Vamos em seguida discutir os
aspectos que afetam o número de pixels em uma imagem e o número de bits por pixel (profundidade da
imagem)
Sistemas numéricos: o sistema numérico humano baseia-se em dez dígitos (temos 10 dedos nas
mãos...). Acima de dez, cada dígito ocupa uma “casa” – dezena, centena, milhar, etc.... O valor final é a
soma dos valores individuais em cada “casa”
Níveis de cinza
Aumenta
modificar
e aument
RECONSTRUÇÃO DE IMAGENS EM TC
Cada porção do feixe de RX (“ cada raio”) atinge um determinado ponto no corpo do paciente e vai
“imprimir” um detector. Este “raio” vai ser atenuado ao atravessar o corpo e fornecerá dados à
memória do computador. Um conjunto de “raios” forma uma vista. Cada volta completa do tubo em
torno do paciente projeta múltiplas vistas. Cada vista produz um perfil ou linha de dados. Cada corte,
com suas múltiplas vistas produz um conjunto de dados que contém informação suficiente para
reconstruir uma imagem. Este processo é diferente nos tomógrafos helicoidais
Tubo
Monitor
Colimador
Detector
colimador
conversor
O processo de escaneamento define uma fatia do corpo. Cada fatia é subdividida em uma matriz de
vóxels (típicamente 512 x 512). No processo de reconstrução cada fatia será representada por uma
matriz com o mesmo número de pixels (elementos pictóricos ou elementos de imagem) onde o brilho
ou escala de cinza de cada pixel é a representação do coeficiente de atenuação associado a cada vóxel.
Cada fatia corresponde a uma matriz constituída de voxels até um maximo de 1024 x 1024
(típicamente 512 x 512)
Cada vóxel é atravessado por inúmeros fótons de RX
A intensidade de absorção de fótons é lida como coeficiente de atenuação linear – logaritmo da
inten
sidad
e de
sinal
rece
bida
Cada
imag
em –
cada
fatia
–
será
reco
nstru
ída digitalmente em uma matriz de pixels. A cada pixel será atribuído um valor de coeficiente
de atenuação correspondendo ao valor do vóxel associado.
Essa matriz forma a aimagem digital – matriz numérica e será reconvertida a imagem analógica
que é a que vermos no “Display”(monitor). Nesse processo o coeficiente de atenuação linear
será convertido em brilho na imagem final. Por exemplo,um valor arbitrário,digamos 255 pode
corresponder ao preto e um valor 1 ao branco...
Como convenção,para não ficar diferente da radiologia convencional, quando a absorção de
fótons é muito intensa (alto coeficiente de atenuação) – osso, por exemplo – a estrutura vai
aparecer branca. Por outro lado, quando a absorção de fótons é mínima, como no ar dos
pulmões, a estrutura aparece preta.
PROJEÇÃO RETRÓGRADA:
Os dados obtidos p
imagem,mas um “m
de atenuação
Este “mapa” é proj
O tubo girou 90 gra
vista
Esta nova vista com
projetada sobre a p
São necessárias cen
uma imagem de alt
Projeção Retrógrada:
Cada vista vai deixando u
reconstruída produzindo
As projeções precisam
“borramento”
Diferentes filtros pode
Alta resolução
“Afinamento” (sm
moles
Field of View (FOV) = Campo de visão: corresponde ao campo onde a estrutura a ser
examinada vai estar contida. Por exemplo,para a cabeça precisamos de um campo de visão
menor que para o tórax. O campo de visão deve ser um pouco maior que a estrutura a ser
examinada, a não ser que nosso objetivo seja estudar apenas uma parte da estrutura. Se
quisermos estudar a sela túrcica, poderemos reduzir o campo de 20 cm utilizado habitualmente
para o encéfalo, para 16cm, por exemplo.
Se a anatomia é maior que o FOV, pode ocorrer o artefato de truncação nas margens - a
periferia do objeto não é lida corretamente e aparece branca.
O vóxel ideal é cúbico – com as mesmas medidas em suas 3 dimensões, dito vóxel isotrópico.
Propicia maior detalhe na imagem. É fundamental para imagens de alta resolução como por
exemplo ouvido, ou quando queremos realizar reformações multiplanares ou 3D. No caso
acima teríamos voxel isotrópico se a espessura de corte fosse 1.25
Pixel (unidade pictórica elementar): representação bidimensional do vóxel – o pixel não tem a
terceira dimensão (espessura do corte). A dimensão do pixel é calculada dividindo o valor do
FOV pela MATRIZ.
Como exemplo: com MATRIZ de 512 e FOV de 35 obteremos pixel de 0.7 mm
Sinal analógico: Valor físico que varia continuamente no tempo e/ou no espaço
O fenômeno físico que estimula os sentidos humanos pode ser medido por sensores, que
transformam a variável física que é capturada numa outra variável física medida, geralmente
uma tensão ou uma corrente elétrica (sinal)
Se o sinal for contínuo, diz-se que é análogo à variável física medida, isto é, diz-se que é um
sinal analógico.
O sinal analógico é produzido por um microfone:
detecta a variação da pressão do ar e transforma numa medida.
a medida toma a forma de uma corrente elétrica ou de tensão elétrica
Sinal digital: Sequência de valores codificados em formato binário, dependentes do tempo ou
do espaço, resultante da transformação de um sinal analógico
Codificação:
Associação de um grupo de dígitos binários - código - a cada um dos valores quantificados.
Associar um código binário a cada um dos níveis de quantização
4 níveis de quantização:
binário 00 ao nível N1
binário 01 ao nível N2
binário 10 ao nível N3
binário 11 ao nível N4
O sinal codificado resultante corresponde ao sinal digital e obtém-se juntando todos os códigos
pela ordem de ocorrência das amostras quantificadas: 1111100011101111110101.
Processamento digital:
Grande variedade de algoritmos de processamento dos dados
Universalidade da representação (multimídia)
> maior discriminação (detectores )
do ruído - 1/10 do da radiografia
Aumenta o sinal
Livre de erros
A imagem nunca é IDÊNTICA ao original
PARÂMETROS QUE PODEMOS MODIFICAR:
Kv, mAs,tempo, espessura de corte, FOV, matriz, pitch (helicoidal), filtro (osso,partes moles), modo
de aquisição (seqüencial ou helicoidal)
O olho humano não pode distinguir os 4000 valores da escala de cinza. Uma única foto não é capaz
de fornecer todas as informações necessárias. O computador disponibiliza o recurso de Janela e
Centro – variações do nível de brilho e contraste – possibilitando a visibilização otimizada para cada
tecido do corpo.
JANELA
Coeficientes de Atenuação Escala deCinza
OSSO
JANELA
TECIDOS
TEC. MOLES
CENTRO
AGUA
GORDURA
AR
JANELA: define a extensão de níveis de cinza que me interessa para ver uma determinada parte do
corpo. A largura de janela define os limites superior e inferior da Escala de Hounsfield que me
interessam.
Janela “aberta” – mostra a maioria das estruturas
Janela “fechada” - seleciona menos estruturas mas fornece mais detalhe e aumenta
o contraste
CENTRO ( LEVEL):
Ajusta o centro da janela e é o centro da EH
Nível alto: para visibilizar tecidos densos
Nível baixo: para visibilizar tecidos de baixa densidade
DOSE EM TC:
Conceitos básicos:
Dose absorvida (D): O efeito deletério das radiações está relacionado a quantidade de energia (em
Joules) transferida ao tecido por unidade de massa (kg). A razão entre a energia E (Joules) depositada
em uma massa m (kg) de tecido é denominada Dose Absorvida, simbolizada por D. Expressa a energia
média depositada em um determinado órgão. Tem no Sistema Internacional de Pesos e Medidas a
dimensão Joules/Kg, que corresponde ao Gray.
D=E/m
1 Gy = 1 J/Kg
A unidade antiga era o RAD (Radiation Absorbed Dose)
100 Rad = 1 Gy
Equivalente de dose (H): diferentes tipos de radiação produzem efeitos biológicos diversos. O conceito
de Equivalência de dose considera a média de dose depositada em um determinado órgão multiplicada
por um fator de peso relativo ao tipo de energia incidente. É expressa em Sieverts (Sv).
H = D.Q
1Sv = 1 J/Kg
Q é o fator de ponderação (peso) ou fator de qualidade de cada tipo de radiação. P ara os RX, raios X,
raios γ e elétrons, o Q= 1
Para RX: D=H
Dose Efetiva (H): também denominada Dose Equivalente de Corpo Inteiro, é média ponderada das
doses equivalentes de todos os tecidos e órgãos.
H = ∑ T. wT . HT
Onde W é o fator de peso de cada órgão e H a dose efetiva. Os valores de W dependem da sensibilidade
do órgão.
As doses aos tecidos na tomografia computadorizada, entre 10 e 100 mSievert estão no limite
conhecido para o aumento de probabilidade de câncer e, portanto, precisam ser minimizadas.
Na Terra, a radiação que nos atinge normalmente é de 360 milirem/ano (3,6 mili sievert/ano). No
sistema internacional de medidas, a dose é medida em gray (Gy) e 100 rad=1 Gy. O limite de dose
equivalente para a população em geral é de 0,1 rem/ano (1 mSv/ano). O limite para trabalhadores
ocupacionalmente expostos é de 2 rem/ano (20 mSv/ano).
Em qualquer aquisição de TC, para um potencial de tubo e espessura de corte constantes, a dose de
radiação no paciente varia proporcionalmente com a carga transportável (mAs) selecionada pelo
operador. A escolha do mAs também determina a quantidade de ruído na imagem e o aquecimento no
tubo de raios X.
A Portaria 453/98 do Ministério da Saúde apresenta níveis de referência para TC em paciente adulto
típico apenas nos exames de crânio, coluna lombar e abdome. Os valores de MSAD (medida
comparativa da dose média em múltiplos cortes) para crânio e abdome, são de, respectivamente, 50 e
25 mGy. Já o guia europeu apresenta níveis de referência para muitos exames, e os valores para crânio,
abdome e tórax são de 60, 35 e 30 mGy, respectivamente. Através das medidas realizadas conclui-se
que os exames de rotina podem ser realizados com valores abaixo dos apresentados. Tanto na Portaria
453/98 quanto no guia europeu não são referenciados valores de MSAD para pacientes pediátricos, mas
através da redução nas técnicas propostas, estes podem ser mantidos muito abaixo em relação aos
níveis considerados para adultos. Um nível de ruído levemente maior não impede que o diagnóstico seja
feito, mantendo-se, assim, a dose de radiação tão baixa quanto razoavelmente exeqüível (princípio
ALARA) e desgastando menos o tubo de raios X.
Referencias:
http://www.sprawls.org
http://www.medcyclopaedia.com
http://www.impactscan.org
http://w3.palmer.edu/russell.wilson/LC232_X-
ray_%20Principles_%20and_%20Physics%20_Lab/PowerPoint/new_page_1.htm
John R. Haaga MD, CT and MRI of the Whole Body. 5ª Edição. 2009 . Ed. Mosby/Elsevier