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CE/CSA‐RJ‐SP‐DF/03‐2009
Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, 28 de Abril de 2009.
Nota de esclarecimento sobre a aplicação dos regimes contábeis da Lei 11638/07 e
MP 449/08 para associação civil sem fins lucrativos.
No final de 2007 foi editada a Lei 11.638/2007, na qual trouxe algumas
alterações à Lei 6.404/76 (Lei das S.A.). Não restam dúvidas que a Lei das S.A é um pilar
para a contabilidade e que a mesma também é observada pelas empresas com
natureza jurídica distinta das Sociedades Anônimas.
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A fim de resolver a questão, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) editou a
Resolução – CFC n.º 1.159 em 13 de fevereiro de 2009, que foi publicada no Diário
Oficial da União (DOU), em 04 de março de 2009.
Os parágrafos 2º ao 5º, da respectiva Resolução, citam as pessoas jurídicas que
devem adequar‐se ao novo ordenamento jurídico, vejamos:
ADOÇÃO DAS NOVAS PRÁTICAS CONTÁBEIS NO BRASIL
(...)
2. As definições da Lei nº 11.638/07 e da MP nº 449/08 devem ser observadas
por todas as empresas obrigadas a obedecer à Lei das S/A, compreendendo não
só as sociedades por ações, mas também as demais empresas, inclusive as
constituídas sob a forma de limitadas, independentemente da sistemática de
tributação por elas adotada.
3. As empresas de grande porte, de acordo com a definição da Lei nº 11.638/07
(parágrafo único do art. 3º), devem, adicionalmente, observar as regras da
Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
4. Devem também ser observadas as determinações previstas nas Normas
Brasileiras de Contabilidade (NBCs) emitidas pelo Conselho Federal de
Contabilidade (CFC) e os Pronunciamentos Técnicos editados pelo Comitê de
Pronunciamentos Contábeis (CPC).
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5. As demais entidades, sem finalidades lucrativas, devem observar a
legislação aplicável e as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBCs)
específicas.
Conforme descrito no parágrafo 2º, todas as EMPRESAS devem observar os
novos textos legais. Não é preciso adentrar em um debate teórico para afirmar que as
sociedades sem fins lucrativos NÃO SÃO EMPRESAS. Inclusive, tal definição coloca em
risco os benefícios fiscais descritos na Constituição Federal e no Código Tributário
Nacional.
O parágrafo 5º estabelece que as ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS devem
observar a legislação aplicável e as NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE
ESPECÍFICAS.
Conforme já é sabido, as entidades sem fins lucrativos possuem em
normatização específica, cita‐se, por exemplo, as NBC T 10.19 e NBC T 3. Em relação à
estrutura dos demonstrativos contábeis das entidades sem fins lucrativos, cabem os
seguintes esclarecimentos:
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• Considerando que não houve edição de nenhuma norma retificadora, a
NBC T 3 ainda está em vigor. Assim, a estrutura dos demonstrativos contábeis
descritos pela MP 449 e pela Lei 11.638 não produziu efeitos sobre as
entidades sem fins lucrativos. Por isso, a entidade deve se atentar para o
cumprimento da legislação específica. Segue abaixo o texto da NBC T 3 .
NBC T 3.2 – Do Balanço Patrimonial
3.2.1 – Conceito
a) O ativo compreende as aplicações de recursos representadas por bens e
direitos;
b) O passivo compreende as origens de recursos representadas por obrigações;
c) O Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade, ou seja,
a diferença a maior do ativo sobre o passivo. Na hipótese do passivo superar o
ativo, a diferença denomina‐se "Passivo a Descoberto".
3.2.2.2 – As contas do ativo são dispostas em ordem crescente dos prazos
esperados de realização, e as contas do passivo são dispostas em ordem
crescente dos prazos de exigibilidade, estabelecidos ou esperados, observando‐
se iguais procedimentos para os grupos e subgrupos.
3.2.2.3 – Os direitos e as obrigações são classificados em grupos do Circulante,
desde que os prazos esperados de realização dos direitos e os prazos das
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obrigações, estabelecidos ou esperados, situem‐se no curso do exercício
subseqüente à data do balanço patrimonial.
Por fim, nesse primeiro momento, somos da opinião que não houve alteração
sobre os procedimentos contábeis adotados pelas entidades sem fins lucrativos. Desta
feita,a Lei 11.638 e a MP 449 não se aplicam para as respectivas entidades sem fins
lucrativos.
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