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br
Com a política de
amortizar
investimentos
em meses, como
se vivêssemos
ainda os tempos
da inflação
tresloucada, não
há PAC que
Wilson Palhares possa dar certo

Enquanto o PAC
não acontece
P
or reconhecermos sos leitores que não se dei-
nossa rasa penetra- xem conduzir pelos toques
ção nas profunde- de corneta da turma do
zas da economia, eximimo- venha-a-nós. Sim, referi-
nos de entrar na roda dos mo-nos ao alarido, ecoado
palpites insensatos sobre pela mídia, dos que espe-
o Plano de Aceleração do ram folgadamente que o
Crescimento (PAC) recen- governo, esse pai que mais
temente anunciado pelo tira do que dá, “faça a eco-
Governo Federal. Nem por nomia esquentar”. Do PAC
isso vamos nos calar, ante o alguém já disse que “para
convite em que o bate-boca dar certo é preciso que tudo
se transforma para que mais dê certo”.
também metamos a colher É nessa premissa que se
meio pelas bordas. Quanto impõe às empresas tentar
ao plano propriamente dito, ganhar fatias de mercado,
fica aqui registrado que já para estarem maiores quan-
assistimos muitas vezes a do, de fato, a economia
esse filme, mas torcemos crescer. O caminho, sem
para que dê certo e continu- dúvida, é investir. E não
amos fazendo o que sempre vale queixar-se das altas
fizemos, na certeza de que taxas brasileiras de juros,
é bom para nós e para o quando, a rigor, muitas
país: trabalhar e investir. empresas no país se recom-
É verdade que não somos pensam com as mais exa-
gigantes em nosso segmen- geradas margens de ganho
to e, mesmo se o fôssemos, do planeta. Enquanto insis-
jamais teríamos a pretensão tirem na política de amor-
de nos pormos como exem- tizar investimentos em
plo. Temos, sim, orgulho meses, como se vivêssemos
do que fazemos, mas não ainda os tempos da inflação
pecamos pela soberba. tresloucada, não há PAC
Assim, modestamente nos que possa dar certo. Até
atrevemos a sugerir a nos- março.
nº 90 • fevereiro 2007
Diretor de Redação
Wilson Palhares
palhares@embalagemmarca.com.br

14
Reportagem de capa:
Especial PET
Cobertura especial
10 Compostáveis
Materiais alternativos aos
plásticos tradicionais
Reportagem
redacao@embalagemmarca.com.br
Flávio Palhares
ganham espaço no mundo
traz panorama das flavio@embalagemmarca.com.br

12
movimentações do setor Guilherme Kamio
Conveniência
Vinícola australiana guma@embalagemmarca.com.br
Briga comercial Leandro Haberli Silva

16
aposta na combina-
Uma análise da disputa ção de garrafa e leandro@embalagemmarca.com.br
antidumping que opõe taça de acrílico
Brasil e Argentina numa só embalagem Departamento de Arte
arte@embalagemmarca.com.br
Sucos prontos Carlos Gustavo Curado

17 Parmalat sai na frente


em PET asséptico
José Hiroshi Taniguti

28
para sucos no Brasil Administração
Vidro
Eunice Fruet
Cachaça Sagatiba conquista
Fechamentos Marcos Palhares

18
prestígio internacional com
Mais econômicos, embalagem de alta sofisticação Departamento Comercial
gargalos menores podem
comercial@embalagemmarca.com.br
revolucionar mercado
Karin Trojan
de refrigerantes
Wagner Ferreira

22 Entrevista:
Alfredo Sette
Presidente da Abipet
Circulação e Assinaturas
Marcella de Freitas Monteiro
Raquel V. Pereira
fala, entre outros temas, assinaturas@embalagemmarca.com.br
sobre perspectivas do PET Assinatura anual: R$ 99,00
para cerveja no Brasil
Público-Alvo
EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais
que ocupam cargos de direção, gerência

32 Termoencolhíveis e supervisão em empresas integrantes da


Depois de comprar Prodesmaq, cadeia de embalagem. São profissionais
CCL arremata negócio de envolvidos com o desenvolvimento de
sleeve da ITW embalagens e com poder de decisão colo-
cados principalmente nas indústrias de bens

36
de consumo, tais como alimentos, bebidas,
Índice de Anunciantes cosméticos e medicamentos.
Relação das empresas
que veiculam peças Filiada ao
publicitárias nesta edição

Design do envelope (frente) desta edição:


Speranzini Design
(11) 5685-8555 • www.speranzini.com.br
Impressão: Congraf Tel.: (11) 5563-3466

EMBALAGEMMARCA é uma publicação


3 Editorial mensal da Bloco de Comunicação Ltda.
A essência da edição do mês, nas palavras do editor Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo
Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SP
Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463
6 Display
Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens Filiada à
FOTO DE CAPA: STUDIO AG / ANDRÉ GODOY

30 Panorama
Movimentação no mundo das embalagens e das marcas www.embalagemmarca.com.br
O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é
32 Conversão e Impressão resguardado por direitos autorais. Não é per-
mitida a reprodução de matérias editoriais
Produtos e processos da área gráfica para a produção de rótulos e embalagens
publicadas nesta revista sem autorização
da Bloco de Comunicação Ltda. Opiniões
38 Almanaque expressas em matérias assinadas não refle-
tem necessariamente a opinião da revista.
Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens
Em parceria com a Itap Bemis,
a Assolan lança no mercado um produto
que é um espetáculo em inovação!
A nova lã de aço perfumada da Assolan vem com uma agradável
fragrância que dá um toque especial na limpeza do dia a dia.
O novo fenômeno vem embalado por um exclusivo filme desenvolvido
pela Itap Bemis que mantém o produto seco e perfumado.
Edição: Flávio Palhares

Mate em pó é novidade no verão

FOTOS: DIVULGAÇÃO
Celocorte
Leão Junior lança mate em pó em embalagem que dá para fazer 1 litro
(11) 4156-3011 A Leão Junior, fabricante do Matte Kommdesign. As caixas-display de
www.celocorteembala-
gens.com.br Leão, apresenta uma novidade: o Matte papel cartão são fornecidas pela Igel e
Mix – primeiro chá mate em pó do Bra- pela Impressora Paranaense.
Igel
sil, nos sabores natural, pêssego,
(11) 4071-9999
www.igel.com.br limão e mate+guaraná.
A embalagem contém
Impressora
27 gramas, conteú-
Paranaense
(11) 6982-9497 do suficiente para se
www.dixietoga.com.br obter 1 litro da bebida.
Kommdesign
Os sachês de filme lami-
(11) 3443-7761 nado são produzidos pela
www.kommdesign.com.br Celocorte, com layout da

Embalagem para Portfólio maior


Nutry agora tem sabor banana diet
facilitar o consumo FutureBrand
(11) 3821-1166
www.futurebrand.com A Nutry, a marca de barras de cereais
Frasco de Nescafé Ice tem a tampa como base
da empresa paranaense Nutrimental,
Garboni
A Nestlé amplia o por- (24) 2244-3300 aumentou seu portfólio e lançou o novo
tfólio do Nescafé com o www.garboni.com.br sabor Banana Diet de 25 gramas. As
lançamento do Nescafé embalagens de filmes laminados são
Indeplast
Ice. O produto traz um (11) 6806-5000 produzidas pela Zaraplast, e as caixas de
mix de café líquido já www.indeplast.com.br papel cartão, com inscrições em braile,
adoçado e pronto para Sleever são impressas pela
ser misturado ao leite (11) 5641-3356 Gráfica Romiti.
gelado. O frasco de www.sleever.com

PEAD é fornecidos pela


Indeplast. A tampa,
produzida pela Garboni,
fica na parte de baixo,
e serve como base da
embalagem, projetada
pela FutureBrand. O
objetivo é facilitar o
consumo, já que o líqui-
do é viscoso. Os rótulos
termoencolhíveis são
da Sleever. A novida-
de chega primeiro às
prateleiras dos Estados
do Sul do país. Com o
lançamento, a Nestlé Gráfica Romiti
(11) 6165-1514
pretende ampliar a base romiti@romiti.com.br
de consumidores do
Nescafé, além de reju- Zaraplast
(11) 3952-3000
venescer a marca. www.zaraplast.com.br

6 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2007


Del Valle Light renovado
Latas e caixinhas acondicionam sucos

As embalagens da linha
de sucos light da Del Valle

FOTOS: DIVULGAÇÃO
estão de cara nova. Desen-
volvido pela Seragini/Farné,
o design segue o mesmo
conceito já estampado na
linha clássica dos sucos
em 2006. As embalagens
cartonadas assépticas de 1
litro e de 200 mililitros são Crown
(11) 4529-1000
fornecidas pela Tetra Pak.
www.crownembalagens.com.br
As latas de alumínio de
325 mililitros são produzi- Seragini/Farné
(11) 2101-4300
das pela Crown. Os sucos www.seraginifarne.com
são vendidos nos sabores
uva, maracujá, caju, maçã, Tetra Pak
(11) 5501-3200
manga e pêssego. www.tetrapak.com.br

Pack para vinhos importados


Aurora lança embalagem promocional
A Aurora Alimentos Finos ma as características, pon-
apresenta uma embalagem tuações e prêmios de cada
promocional para os vinhos uma das bebidas, além de
Los Vascos (chileno), Bode- apresentar outras marcas do
gas Valentin Bianchi (argen- portfólio da Aurora. O projeto,
tino) e Beronia (australiano). criado pela Speranzini Design,
O cartucho de papel cartão considerou uma forma de
microondulado impresso acondicionar com segurança
em quatro cores e com aca- garrafas de diferentes tama-
bamento em verniz à base nhos. Os cartuchos são fabri-
d’água, com corte especial e cados pela BoxPrint.
fechamento automático, infor-

BoxPrint
(11) 5505-2370
www.boxprint.com.br

Speranzini Design
(11) 5685-8555
www.speranzini.com.br
Saponáceos Assolan
com termoencolhíveis
Frascos e tampas dos produtos foram modernizados
A Assolan investiu na A principal inovação ficou
modernização de suas por conta do rótulo termo-
embalagens e redesenhou encolhível, que envolve os MDesign
(11) 3839-0969
os frascos de todos os frascos dos saponáceos www.mdesign.art.br
saponáceos. As tampas em pó e cremoso.
que antes eram coloridas, Os frascos de PEAD são Nilplast
(19) 3468-1991
agora ficaram vermelhas fornecidos pela Plimax, os
para combinar com o rótulos pela Propack e as Plimax
design do rótulo e ganhar tampas pela Nilplast. (11) 4524-9199
www.plimax.com.br
destaque nas prateleiras. A criação é da MDesign.
Propack
(11) 4785-3700
www.propack.com.br

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Destaque na gôndola
Litográfica Produtos da Sofruta têm roupa nova
Uberlândia
(21) 2597-1652 A Sofruta mudou a identidade visual de toda a
sua linha de vegetais, e já comemora o cresci-
Target Business
Design mento de vendas. O novo layout, desenvolvido
(11) 4688-1432 pela Target Business Design, destaca a emba-
www.targetbus.com.br
lagem na gôndola, mostrando as fotos dos pro-
dutos em conserva. As latas de aço são forneci-
das pela Litográfica Uberlândia.
Velho Mundo tem boas nov
Embalagens produzidas com alternativas sustentáveis aos plásticos convencionais ga

O
logotipo ao lado, que indica ao de consumo, questões legais e ambientais)
consumidor que sua embalagem e travaram contato com o que há de novo
portadora é compostável, trans- na produção de embalagens com bioplás-
formou-se numa espécie de bra- ticos, numa exposição com presença de 25
são da European Bioplastics, recém-criada empresas. “Foi a maior reunião sobre o tema
união de empresas européias interessadas já organizada na Europa e as perspectivas
na consolidação dos chamados bioplásti- para a segunda edição, a se realizar no fim
cos – alternativas às resinas termoplásticas de 2007, são altamente positivas”, afirma
convencionais obtidas a partir de recursos Harald Kaeb, diretor-executivo da entidade.
naturalmente renováveis, como milho, cana- Um retrato do avanço em solo europeu das
de-açúcar, mandioca e palma (dendê). Nos embalagens baseadas em resinas sustentá-
dias 21 e 22 de novembro último essa asso- veis é mostrado a seguir, através de casos de
ciação realizou sua primeira conferência, em mercado destacados durante a conferência.
Bruxelas, na Bélgica. O evento atraiu cerca Em tempo: um CD-ROM contendo todo o
de 300 profissionais, de 27 diferentes países. conteúdo das apresentações da conferência
Os participantes assistiram a palestras pode ser encomendado no site www.europe-
sobre variados temas (como mercado, hábitos an-bioplastics.org.

DUPLO USO NA DM TUDO ORGÂNICO


Sacolas compostáveis do Maior rede varejista holandesa, a
tipo camiseta começam a se Albert Heijn cada vez mais se vale
difundir na Europa. A rede de embalagens comspostáveis
varejista alemã DM, por para seus alimentos orgânicos,
exemplo, incentiva o reuso especialmente frutas e vegetais.
de suas sacolas de boca- As embalagens têm estampado
de-caixa, produzidas com o logotipo de compostabilidade
biopolímero da Basf, para a da European Bioplastics, o que
separação de lixo orgânico garante sua aceitação nas usinas
nas casas dos consumidores. de compostagem. As embalagens
Desse modo, a embalagem são produzidas pela convertedora
e o conteúdo podem seguir Natura (homônima da fabricante
diretamente para os aterros brasileira de cosméticos).
de compostagem.

OFERTA CRESCENTE
A cadeia varejista italiana
IPER começou a utilizar
embalagens flexíveis
fabricadas com filmes de
ácido polilactídeo (PLA),
um biopolímero derivado
do milho desenvolvido pela
NatureWorks (joint-venture
entre a Dow e a Cargill), em
2003. O uso de embalagens
desse tipo vem crescendo
nas seções de delicatessen e
de produtos frescos das 22
lojas da bandeira.

10 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2007


as em biopolímeros
nham mais adeptos e até uma conferência própria na Europa

ENERGIA NA ALEMANHA PASTA CORRETA


As primeiras garrafas Principal marca de massas
de rápida degradação orgânicas da Itália, a
produzidas com a Biorigin vem acelerando a
resina de milho migração de embalagens
PLA no mercado termoformadas
alemão foram convencionais para
lançadas em aquelas produzidas
setembro último, com o ácido polilactídeo
para o envase de (PLA) da NatureWorks.
bebidas funcionais
vendidas nas redes
de drogarias Ihr BERÇO ESPLÊNDIDO
Platz e Drospa.
A australiana Plantic já berços agora estão sendo
distribui berços para bombons utilizados pela Nestlé no
fabricados com amido de Reino Unido. As embalagens
DESCARTÁVEIS VERDES mandioca há quase dois anos começam a se desintegrar em
Embalagens compostáveis em seu mercado local. Os contato com água.
também avançam no canal
do catering. Nessa área, a
finlandesa Huhtamaki, por
exemplo, já disponibiliza
há alguns meses sua linha
BioWare de copos descartáveis,
produzidos com ácido
polilactídeo (PLA). Além dos
copos, utensílios como potes,
pratos e talheres compostáveis
oferecem a vantagem de
poderem ser descartados junto
com as sobras de alimentos.

JANELA DE ACORDO BANDEJAS DE DENDÊ


O NatureFlex, filme transparente derivado Bandejas compostáveis, com aparência
da celulose produzido pela Innovia Films, daquelas produzidas com polpa de
começa a ganhar utilizações criativas, celulose moldada, estão sendo produzidas
como na confecção de janelas em sacos pela Grenidea, empresa de Cingapura com
para pães e produtos de confeitaria. escritórios europeus, com a AgroResin
Como o restante da embalagem é feita – biopolímero com base no óleo de palma,
de papel, tem-se uma embalagem o popular dendê brasileiro.
totalmente compostável.

RÁFIA DE AMIDO
Grandes fornecedoras de embalagens,
como a holandesa NNZ, apostam
gordas fichas no potencial da sacaria
de ráfia compostável para frutas. Um
saco de fibra de amido vegetal, como
o mostrado na foto ao lado, suporta
carregar até 2,5 quilos de frutas.

fevereiro 2007 <<< EmbalagemMarca <<< 11


Via da auto-suficiência
Garrafinha com copo acoplado e tampa de rosca busca novos canais para vinhos

FOTOS: DIVULGAÇÃO
V
em da terra dos cangurus e coalas DOIS-EM-UM dades Shiraz e Chardonnay da marca Hardys,
mais uma amostra de como uma Combinação de garrafa forte no mercado australiano. Uma versão de
e taça de acrílico numa
singela idéia em apresentação de só embalagem visa às 250 mililitros da garrafinha, para exportação,
produto pode render boas chances vendas em espetáculos será testada no Reino Unido.
de negócios. Buscando um modo eficaz de ven- e ao consumo ao ar livre
der seus vinhos durante exibições da companhia Concorrência ao PET
circense Cirque du Soleil, a australiana Hardy Segundo a Hardy Wine, tal conceito de emba-
Wine Company concebeu uma praticíssima lagem é inédito no mundo. “É uma tecnologia
embalagem individual, na qual a garrafa e um com potencial para redefinir o modo de as pes-
copo para o consumo do vinho criativamente se soas beberem vinho, especialmente em espetá-
complementam. culos esportivos, concertos e eventos ao ar livre
Moldada em polimetil metacrilato (acrí- em geral”, aposta Miriam Leenders, gerente de
lico), a garrafinha de 187 mililitros acopla a marketing da vinícola. “São ocasiões em que o
taça, feita com a mesma resina termoplástica, vidro sofre cada vez mais restrições por motivos
de ponta-cabeça. A garrafa possui parede com de segurança.”
desnível para assentar o utensílio, cujo fundo Singlz International Conforme sustenta a executiva da vinícola,
+64 (9) 488-0398
se encaixa firmemente a uma tampa de rosca. a garrafa de acrílico garante uma vida-de-prate-
Desse modo, a rotação do copo facilita a aber- leira de doze meses aos vinhos, “o dobro daque-
tura da embalagem. la oferecida pelas garrafas de PET de pequenas
Apelidado de Shuttle, devido a uma alegada dimensões”. A garrafa, a taça e a tampa da
semelhança de seu formato com aquele dos ôni- embalagem Shuttle são fabricadas pela neoze-
bus espaciais, o conjugado já acondiciona varie- landesa Singlz International. (GK)

12 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2007


capa: especial PET

Tempos movimentados
para a indústria do PET
Além da disputa entre Brasil e Argentina, projeção em novos mercados e
tecnologias capazes de gerar economia de escala agitam mercado da resina

O
ano começou mais agitado do que Por Leandro Haberli cosul, a questão ganhou ares institucionais,
o normal na indústria de emba- Colaborou alimentando as rotineiras críticas e especu-
Guilherme Kamio
lagens de PET. A movimentação lações em torno do enfraquecimento desse
extra se deveu em grande parte bloco de comércio regional.
à recente decisão do governo argentino de O embate comercial entre Brasil e Argen-
contestar a taxa antidumping imposta pelo tina, porém, não é o único fator a movimentar
Brasil à resina PET oriunda do país vizinho. a indústria brasileira de embalagens de PET.
Tal atitude não ecoou apenas na indústria de Como será possível perceber nas páginas a
embalagem. Ao engrossar a lista de disputas seguir desta reportagem especial, a cadeia de
comerciais entre países membros do Mer- valor do polietileno tereftalato atravessa um
dos ciclos mais férteis desde a massificação
da resina entre fabricantes de refrigerante a
partir da década de 1990.
O avanço do material nos mercados de
cosméticos, fármacos e alimentos constitui
um ótimo exemplo disso. Nos últimos anos,
frascos de xampu, blisters contendo itens de
cuidados pessoais e recipientes de condi-
mentos como maionese já começaram a ser
produzidos a partir de PET no Brasil. Parale-
lamente, a indústria do PET se prepara para
novas tecnologias de envase asséptico, que
prometem disseminar a resina como material
de acondicionamento de bebidas sensíveis, a
exemplo de sucos e lácteos, e ainda vê com
bons olhos a tão esperada disseminação das
garrafas de PET no mercado de cerveja.
Nas próximas páginas, EMBALAGEMMAR-
CA traz uma cobertura especial em que busca
fornecer um panorama dessas movimenta-
ções. Entre outras reportagens, o trabalho
inclui uma entrevista com Alfredo Sette,
presidente da Abipet – Associação Brasileira
da Indústria do PET, e uma análise do con-
flito Brasil vs Argentina, que em dezembro
chegou ao âmbito da Organização Mundial
do Comércio (OMC). Boa leitura.

14 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2007


capa: especial PET briga comercial

Há solução de curto prazo?


Duelo Brasil vs Argentina no mercado sul-americano de PET pode durar meses

C
omo já havia ocorrido na resina por quase a metade dos cerca Brasil. Ocorre que a M&G está prestes a
questão das alíquotas de de 1 200 dólares que o produto valia inaugurar em Suape, litoral de Pernam-
importação de eletrodo- tanto na Argentina quanto no Brasil. buco, uma fábrica de PET com capaci-
mésticos, a relação bilateral Depois de uma investigação conduzida dade de 450 000 toneladas, num investi-
entre Brasil e Argentina foi novamente pelo Departamento de Defesa Comer- mento de 700 milhões de dólares. Com
chamuscada. Desta vez o desgaste atin- cial (Decom), a Câmara de Comércio essa nova planta, a capacidade instalada
giu seu ápice em dezembro último com Exterior (Camex) chegou à conclusão de PET na Argentina e no Brasil atingirá
a demanda da Argentina na Organização de que houve dumping e por isso taxou 900 000 toneladas. A concorrência e
Mundial do Comércio (OMC) contra a resina vinda dos Estados Unidos e da a busca por novos mercados deverão
a taxação antidumping imposta pelo Argentina. O direito antidumping imple- crescer, pois a demanda dos dois países
governo brasileiro desde agosto de 2005 mentado foi de 345 dólares por tonelada é estimada em 650 000 toneladas.
à resina PET que vem do país vizinho. de resina PET vendida pela Voridian. A M&G classifica como pressão
Antes de abrir um painel de arbitragem, Antes da aplicação da sobretaxa, a política a proposta do governo argentino
a instituição sugeriu um entendimento Voridian exportava entre 80 000 e 90000 de estabelecer um volume mínimo de
entre os países. toneladas de PET para o Brasil. Com a exportação para o Brasil. “Reserva de
O problema é que não é fácil che- ação, as vendas caíram a praticamente mercado é uma anomalia em um regime
gar a um acordo numa questão dessas. zero, e a empresa foi substituída por de livre comércio”, disse ao jornal Valor
Tal dificuldade ficou evidente durante a produtores asiáticos, aumentando a ira Econômico Durval de Noronha Goyos
Cúpula do Mercosul realizada no início dos argentinos. No Brasil, metade da Jr, advogado da empresa. Segundo ele,
do ano no Rio de Janeiro. Durante o demanda é atendida por produto nacio- o pedido de vistas feito pela Argentina
encontro, o secretário da Indústria e nal e metade por importações. No auge é judicialmente muito frágil. Ademais,
Comércio da Argentina, Miguel Peirano, de suas vendas para o mercado brasilei- mesmo que os diplomatas brasileiros
disse ao jornal Valor Econômico que seu ro, a Voridian chegou a atender 25% do e argentinos cheguem a um acordo,
país retiraria a queixa contra o Brasil na consumo de resina PET no país. este ainda abrangerá a concordância das
OMC se os setores privados chegassem Como pano de fundo do conflito está empresas envolvidas no conflito. “A
a um acordo que garantisse um volume um importante investimento em aumen- decisão da OMC neste caso não vai até
mínimo de exportação para a Argentina to da capacidade instalada de PET no a esfera privada. Mesmo uma solução
a um preço razoável. Não demorou entre os países e ratificada pela OMC
muito para a proposta ser rechaçada no será apenas uma sugestão de solução,
lado brasileiro. mas sem a concordância das empresas
Para entender a delicadeza da situ- não há obrigatoriedade de que haja um
ação, é preciso considerar que, mais acordo”, disse.
do que envolver Argentina e Brasil, a Para o advogado da M&G, a forma
disputa opõe duas empresas: a argenti- como a Argentina fez sua reclamação à
na Voridian, subsidiária da americana OMC fere o acordo antidumping entre
Eastman, e a filial brasileira da compa- os países. “Ele não permite que se mude
nhia italiana Mossi & Ghisolfi (M&G), uma sobretaxa, que se revise a decisão
sendo esta responsável pelo pedido anti- da Camex”, disse. “Isso só poderia ser
dumping, e a primeira pela contestação feito judicialmente dentro do Brasil pela
da sobretaxa na OMC. empresa prejudicada, no caso a Vori-
Em 2002, a M&G, que fortaleceu dian.” Segundo o advogado, nesse tipo
sua expansão no mercado brasileiro de conflito, uma solução real viria por
ao comprar a Rhodia-Ster, dois anos meio de um acordo “judicial ou extra
antes, denunciou ao governo brasileiro judicial”. Procurada por EMBALAGEM-
NA OMC – Disputa antidumping opõe subsidiária
que a norte-americana Eastman estava brasileira da italiana M&G e argentina Voridian, MARCA, a Eastman não se pronunciou
vendendo no Brasil a tonelada de sua controlada pela americana Eastman sobre o assunto.

16 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2007


capa: especial PET sucos prontos

Fruto original
CASEIRA – Parmalat produz as
garrafas e também envasa em casa
seus sucos em PET asséptico

Parmalat sai na frente em PET asséptico para sucos no Brasil

A
o adquirir o controle da se asséptico a frio, informalmente os Por falar nos rótulos, eles desta-
Parmalat brasileira, sete chamamos de UHT, pois eles têm longa cam aquele que é tido como o prin-
meses atrás, o fundo de vida como os de caixinha”, comenta cipal benefício garantido pelo envase
investimentos Laep fixou Sérgio Pereira, engenheiro de embala- asséptico: a isenção de conservantes
a volta por cima da Santal como um gem da Parmalat. Os sucos em PET têm nos sucos. Uma campanha publicitá-
de seus principais objetivos. Baqueada vida-de-prateleira de doze meses sem ria, aliás, deverá explorar esse atributo.
pela fraude fiscal perpetrada pela matriz refrigeração, garantida por um “acondi- Os sucos Santal em PET terão como
italiana em 2003, a marca, até então cionamento campeão, realizado em sala missão brigar com os sucos em latinha
colada nos dois dígitos, caiu para a casa com pressão positiva e numa máquina em padarias, bares e lojas de conveni-
dos 3% de participação no mercado com câmaras estanques de total assep- ência. “A embalagem de PET é fácil
nacional de sucos prontos para beber. sia”, assevera Pereira. A Parmalat pede de ser transportada e pode ser fechada
Agora, uma extensão de linha promete para não ser divulgada a marca da depois de aberta”, diz Marcelo Passa-
revigorar a Santal. De quebra, ela torna enchedora. faro, gerente de marketing de bebidas
a Parmalat a precursora no Brasil no A garrafa é outro destaque. Com e fornos da Parmalat. “Isso vai ao
envase asséptico de sucos em garrafa de perfil bojudo, possui o volume de 305 encontro da tendência mundial do drink
PET, uma tecnologia que vem fazendo mililitros, incomum para a categoria. to go, em que as pessoas consomem o
barulho mundo afora. É fabricada pela própria Parmalat, produto enquanto se movimentam”. A
Os sucos em PET, num total de doze na planta jundiaiense, com resina da expectativa da Parmalat é que as vendas
itens, entre diferentes sabores e varian- M&G. A garrafa é fechada com um de Santal aumentem 15% nos próximos
tes light, são engarrafados na fábrica de selo de alumínio mais uma tampa de três meses e que a nova embalagem res-
bebidas da Parmalat em Jundiaí (SP). A rosca – moldada em polietileno de alta ponda por 30% do total comercializado
linha de PET asséptico já era utilizada densidade pela Sonoco For-Plas. Para pela marca. (GK)
nessa unidade há alguns anos para o proteger os sucos da fotodegradação, as
envase de chás prontos (cuja produção embalagens são decoradas com rótulos
FOTOS: DIVULGAÇÃO

Benchmark M&G Fibras e Resinas


continua), o que garantiu à Parmalat termoencolhíveis de corpo inteiro, pro- (11) 3057-1222 (11) 2111-1515
o módico desembolso de 1 milhão de duzidos pela ITW Canguru Rótulos em www.bench.com.br www.rhodia-ster.com.br
reais no desenvolvimento das novas PVC de alta contração, com impressão
ITW Canguru Rótulos Sonoco For-Plas
bebidas. flexográfica (seis cores). Os desenhos (11) 3044-2366 (11) 5097-2750
“Embora os sucos sofram um enva- dos rótulos são da Benchmark. www.itw-autosleeve.com www.sonocoforplas.com.br

fevereiro 2007 <<< EmbalagemMarca <<< 17


capa: especial PET fechamentos

Tampas mais baixas...


Recém-publicado pela ISBT, novo padrão de gargalo para garrafas plásticas
pode gerar economia de escala para indústria de bebidas carbonatadas

A
s garrafas de PET usadas padrão atual de gargalo é classificado tecni-
pela indústria de bebidas camente como PCO 1810, mas popularmente
carbonatadas vivem a imi- conhecido como PCO 28. Ele vem sendo
nência de uma relevante adotado pela indústria de bebidas carbona-
alteração técnica. É o que informa a tadas desde o início dos anos 1990. Por sua
MENOS RESINA – Novo gargalo
Bericap, um dos maiores fabricantes de (acima, à direita) pesa 3,74g,
vez, o novo padrão de gargalo foi batizado de
tampas plásticas do mundo. Segundo a contra 5,05g do atual PCO 1881, mas também vem sendo chamado
empresa, os principais fornecedores de de Short CSD finish, numa referência a sua
sistemas de fechamento e de equipamen- extensão curta. Na ponta da balança,
tos de injeção, sopro e enva- um gargalo produzido com as espe-
se acabaram de definir, em cificações atuais (PCO 1810) pesa
conjunto, um padrão mundial 5,05 gramas. Com o novo padrão
voluntário de gargalo para (PCO 1881), o peso cai para 3,74
garrafas PET. Já publicado gramas. Em linhas com capacidade
pela International Society of produtiva de milhares de unidades por
LEVEZA – Bericap vem
Beverage Technologists (ISBT), com sede desenvolvendo tampas mais dia, essa diferença pode representar econo-
em Minnesota, Estados Unidos, o modelo, curtas desde 2004. Abaixo, mia de dezenas de milhares de dólares.
modelo Shorty, especial “No Brasil, assumindo-se que há o poten-
que foi aprovado por 17 dos 19 votos
para garrafas de cerveja
possíveis, estaria prestes a ser adotado cial de adoção desse gargalo para garrafas de
na América do Norte (Canadá e Estados até 2 litros, a indústria de bebidas carbonatadas
Unidos). Sua principal vantagem é gerar pode economizar até 60 milhões de reais por
economia de escala aos fabricantes de ano”, calcula o diretor da Bericap. Ele alerta,
tampas e de garrafas PET, e, por con- porém, que no mercado de água mineral sem
seqüência, às indústrias usuárias desses gás as vantagens do novo gargalo inexistem.
produtos. Isso seria possível por que o “Para esses envasadores, o gargalo atual, com
novo padrão de gargalo é mais curto que diâmetro de 26,7mm, proporciona a maior
o atual, diminuindo o consumo de resina PREVISÃO – No Brasil, economia possível de resina PET”, informa
por garrafa e permitindo a utilização de mudança pode economizar 60 Forgaci.
milhões de reais por ano na
tampas mais leves. Outra vantagem do Atenta aos movimentos de mercado que
indústria de carbonatadas
novo padrão é minimizar o dilema da utili- precederam a recente definição da ISBT, a
zação de dois modelos de gargalo, um para Bericap vinha desenvolvendo um gargalo mais
DIVULGAÇÃO

bebidas carbonatadas e outro para bebi- curto desde 2004. “No início deste ano, duas
das não-carbonatadas, como água mineral cervejarias de renome na Europa adotarão esse
natural e sucos. gargalo, em conjunto com a tampa Shorty
“Além de viabilizar embalagens mais versão cerveja”, revela o diretor da empresa,
leves, esse novo padrão vai evitar set-ups referindo-se a um dos modelos do portfólio da
diferentes da injeção e sopro e posterior- empresa desenvolvidos para gargalos mais cur-
mente na linha de envase, como ocor- tos. A tampa Shorty que será adotada por esses
re hoje”, comenta Aurel Forgaci, diretor usuários é dotada de fechamento DoubleSeal
geral da Bericap. “Não serão necessários e de um componente seqüestrante de oxigênio
ajustes de maquinário de acordo com os para aumentar a validade do produto. (LH)
diferentes produtos a serem envasa-
Bericap ISBT
dos”, ele completa. No Brasil (15) 3235 4500 +1 651 454 7250
O executivo informa que o www.bericap.com www.bevtech.org

18 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2007


... podem se
multiplicar
Alcoa prevê disseminação de
gargalos curtos em refrigerantes

U
ma mudança de paradigma comparável ao
avanço das garrafas de PET no mercado de
refrigerantes no início da década de 1990. É
assim que a Alcoa, uma das principais fabri-
cantes de tampas plásticas do mundo, avalia o novo padrão
de gargalo para garrafas de PET prestes a ser adotado no
mercado norte-americano. “Por se tratar de uma inovação
tecnológica que traz grande redução de custos ao engar-
rafador, acreditamos que o conceito irá se expandir rapi-
damente”, prevê Rodolfo Haenni, gerente de marketing
da Alcoa CSI América do Sul. Para gargalos mais curtos,
também conhecidos como short height, a empresa já ofe-
rece as tampas Xtra Lok mini. O produto ainda não está
no mercado, mas sua rápida disseminação é vista como
“questão de tempo”.
“O gargalo curto que desenvolvemos é basicamente
igual ao gargalo PCO, que também foi criado pela Alcoa
e virou padrão mundial, porém com uma altura menor”,
explica Haenni. Segundo ele, o abaixamento reduz o peso
do gargalo em 27%. “Trata-se de algo extremamente
significativo, já que o preço da matéria-prima tem alto
impacto sobre o custo final da garrafa”, comenta o gerente
de marketing, acrescentando que a redução na altura do
gargalo não compromete os parâmetros de performance da
embalagem. Para Haenni, a mudança no gargalo proposta
pela Alcoa possibilita uma integração simples e rápida nas
linhas de envase existentes, acarretando pouca necessidade
de mudanças. “Nossa tecnologia também permite aplica-
ções em altas velocidades e índices de perdas extremamen-
te reduzidos. Ao reduzir o peso das embalagens, diminuí-
mos o consumo dos recursos naturais, contribuindo para a
preservação do meio ambiente”, ele conclui. (LH)
BAIXINHAS PODEROSAS – Tampas Xtra Lok, Alcoa
próprias para gargalos 27% mais leves: 0800 159 888
adoção no Brasil é “questão de tempo” www.alcoa.com.br
DIVULGAÇÃO

fevereiro 2007 <<< EmbalagemMarca <<< 19


capa: especial PET Entrevista: Alfredo Sette

“Para o PET, o entrave está


longe de ser ambiental”

A
despeito das disputas comerciais das últimas As primeiras, dez anos atrás, tinham 54g/m². Hoje já são
semanas, incluindo a decisão da Argentina de fabricadas garrafas para água mineral com gramatura de
recorrer à Organização Mundial do Comércio 45g/m². No corpo da embalagem praticamente não há mais
(OMC) contra a cobrança de sobretaxa pelo o que reduzir sem prejudicar as qualidades da garrafa. É
governo brasileiro à resina que vem do país por isso que as ações estão sendo concentradas no gargalo.
vizinho, as movimentações da indústria do PET não arrefe- As novas tecnologias estão permitindo menos consumo de
ceram. Os fabricantes continuam trabalhando para ampliar matéria-prima no gargalo. A diminuição do gargalo não
participação na seara das embalagens, num panorama em tem relevância de marketing. O sentido é consumir menos
que determinadas estratégias estão em evidência. resina. Trata-se de um aprimoramento da embalagem, uma
Na parte de bebidas, por exemplo, alterações de forma- sofisticação tecnológica. Esse desenvolvimento também
to praticamente imperceptíveis ao consumidor prometem não é novo, vem de algum tempo. Nas embalagens antigas
gerar enorme economia de escala nas linhas de produção. é possível observar que o anel de transporte, situado na altu-
Por outro lado, os acondicionamentos feitos de PET, que ra do gargalo, era bem diferente dos atuais, bem menores.
anos atrás só eram vistos nas gôndolas de águas minerais, Pode parecer pouco, mas essa mudança já gerou uma grande
óleos comestíveis e refrigerantes, continuam avançando economia de resina. O novo padrão de gargalo também vai
sobre novos nichos dos mercados de alimentos, fármacos ser menor. É preciso lembrar, porém, que essa é uma altera-
e cosméticos. ção tecnicamente complicada, que envolve troca de moldes
Na entrevista a seguir, Alfredo Sette, presidente da das injetoras, troca de tampas, enfim, alterações em todo o
Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), comen- sistema de fechamento da embalagem. Não é uma alteração
ta esses e outros lances importantes no setor, como recicla- simples. Mas é um passo muito natural. A redução da maté-
gem, novas tecnologias de envase e a eterna expectativa ria-prima na confecção da embalagem vem sendo buscada
sobre a adoção de embalagens de PET no mercado brasi- ao longo dos anos. Isso já aconteceu no aperfeiçoamento
leiro de cerveja. A respeito das brigas comerciais, porém, do desenho da embalagem, que gerou recipientes mais
o porta-voz da Abipet prefere não se pronunciar. “Não nos rígidos com uso de menos material graças às característi-
envolvemos nas disputas entre diferentes setores da indús- cas do design. Agora a indústria está partindo para atacar
tria”, limita-se a dizer. os detalhes. É algo muito saudável, que vai ao encontro
da tendência de modernização das técnicas de produção,
No esforço de produzir embalagens mais baratas, os fabri- visando a acondicionamentos dinamicamente perfeitos, que
cantes de garrafas de PET estão apostando na diminuição comportem e transportem os produtos da melhor maneira
da altura dos gargalos. Qual a importância desse tipo de possível, com o menor uso possível de matéria-prima.
avanço para a indústria? Como curiosidade, lembro que cinco anos atrás houve o
A redução do consumo de matéria-prima não é um movi- desafio do gargalo boca larga para isotônicos, categoria em
mento novo. A gramatura global da garrafa já caiu bastante. que os profissionais de marketing entendiam que tinha que

Envase asséptico, gargalos mais curtos e a eterna


expectativa da disseminação do PET no mercado de
GAÇÃO

cervejas. Com a palavra, Alfredo Sette, presidente da


FOTO: DIVUL

Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet)

22 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2007


capa: especial PET Entrevista: Alfredo Sette

ser boca larga. A indústria investiu tecnicamente em pesqui- atual dos usuários ociosa. Não me parece uma alternativa
sas e conseguiu atender essa demanda. adequada para o usuário.

Com contribuição de novas tecnologias de clarificação, o E quanto a sucos?


polipropileno (PP) vem sendo apresentado em alguns mer- Com relação a capacidade de barreira, melhor proteção
cados como um material alternativo ao PET para acondi- para saída do gás carbônico ou para entrada do oxigênio,
cionamento de produtos diversos. Como a indústria do PET é questão de pouco tempo. Do ponto de vista do tempo
planeja reagir a esse assédio? de prateleira, o PET está atendendo
Eu nem chamaria de assédio. O PP diversas necessidades de mercado
tem uma excelente qualidade, que “A nova fronteira para a (ver reportagem a respeito na pág.
é a resistência térmica. Para certos 15). As opções incluem paredes mais
mercados, nesse aspecto é o material espessas para permear o gás carbô-
adequado. Só que existem outros
indústria de embalagens nico mais lentamente. E também
aspectos a considerar. O PET tem há, é claro, as mais leves. O enva-
um brilho maior. Os dois são leves. de PET é a dos farma- se asséptico em PET também está
Acredito que o PP tenha seu espaço se desenvolvendo. A tendência é o
em sucos e outros produtos que pre- cêuticos e cosméticos. PET atender, de forma customiza-
cisam ser envasados assepticamente. da, às diferentes necessidades de
Nesse caso o PET tem um compor- A Natura já usa fras- shelf life do usuário. Para o chope é
tamento um pouco diferente do PP. uma demanda, para a cerveja, outra,
Mas a concorrência é bem-vinda. para bebida carbonatada, uma tercei-
Não temos restrição alguma, até por-
cos de PET para uma de ra. Também entre os fabricantes de
que o PET está desenvolvendo tec- refrigerantes pode haver demanda
nologias para aumentar a tolerância suas linhas de xampus. por maior tempo de prateleira. A
à pressão térmica do envasamento indústria está interessada em atender
asséptico Recentemente a Johnson esse mix de necessidades do cliente.

Falando em envase asséptico, muito & Johnson adotou blisters Quais seriam as novas oportunida-
se tem comentado sobre as emba- des de crescimento para as embala-
lagens de PET longa-vida. Qual a
perspectiva desse tipo de tecnologia
de PET para itens de gens de PET?
Há dez anos, quando o trabalho da
crescer no Brasil? É algo muito Abipet foi iniciado, praticamente
distante? higiene pessoal” 100% do PET produzido no país
Acredito que sim. É preciso lembrar se destinava a acondicionamento de
que há diferentes tecnologias para que a garrafa PET seja refrigerantes. Com o tempo surgiu outro nicho: o mercado
considerada, por assim dizer, longa-vida. Uma das possibi- de água mineral, cuja participação na indústria do PET hoje
lidades é a capacidade de barreira diferenciada da própria é bastante expressiva. Depois apareceu o óleo comestível. A
embalagem. Mas também já há disponíveis rótulos que nova fronteira é a dos farmacêuticos e cosméticos. O PET
proporcionam barreira necessária para o “PET longa-vida”. tem qualidades próprias como brilho, transparência e leveza,
Tenho a impressão que para produtos muito críticos, como que são muito valorizadas. O PET é muito leve, facilitando a
leite, apesar de esses desenvolvimentos já estarem na boca distribuição desse tipo de produto, cuja produção está con-
do forno, vão demorar um pouco para ganhar mercado. centrada no Sudeste, para todo o país. Na análise de ciclo
de vida do produto, muitas empresas da área farmacêutica
Em outros países tem crescido o uso de PET no mercado e de higiene pessoal também perceberam que o PET é uma
de leites? embalagem mais amigável ao ambiente. O PET já é usado
Sim. Na Europa já é utilizado. No Chile temos notícia de no mercado de cuidados pessoais para enxaguatórios bucais,
que também já há leite em PET. Mas no Brasil ainda não além de crescer em remédios. Mas este último é um mer-
houve nenhuma iniciativa, e isso é compreensível. Aqui o cado de pequenos frascos, que não tem o mesmo impacto
mercado está muito baseado nas cartonadas assépticas. No para a indústria do PET que o setor de refrigerantes. A área
caso de leite, o uso de uma embalagem asséptica não envol- de cosméticos também é vista com atenção. A Natura já usa
ve apenas a compra da caixinha. O cliente adquire todo o embalagens de PET nos xampus da linha Ekos, e recente-
sistema de envase. Portanto, qualquer movimento visando a mente a Johnson & Johnson tomou a decisão de adotar blis-
um sistema de envase diferenciado vai deixar parte da base ters de PET para itens de sua linha de higiene pessoal. Tudo

24 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2007


capa: especial PET Entrevista: Alfredo Sette

isso ocasionou uma diminuição da participação da indústria grada do lixo, tem feito um excelente trabalho de divulgação
de refrigerantes carbonatados na cadeia de embalagens PET. das cooperativas. Com isso a coleta seletiva tem aumentado
Hoje esse índice está próximo a 60%. expressivamente. Sabemos perfeitamente que esses 47%
podem ser aumentados se houver uma participação munici-
E a área de alimentos? pal. O estudo que encomendamos tem uma metodologia de
É outro bom exemplo das novas oportunidades. No caso aferição, e mostrou coisas muito curiosas. Por exemplo, há de
das maioneses, a Hellmann’s adotou, a Arisco foi atrás. 25% a 30% de ociosidade na indústria que processa a garrafa.
Junto com o setor de medicamentos Outro dado: 70% dos entrevistados
e personal care, esse é um nicho dessas indústrias pretendem aumentar
que, diferentemente da garrafa de 2 “No ranking dos a capacidade de reciclagem de PET.
litros, que é fabricada aos bilhões, O fato é que o PET é 100% reciclável,
não é tão grande agora, mas que está mas trabalhamos para que ele seja
crescendo.
materiais que melhor 100% reciclado.

Uma liminar condicionou no Brasil remuneram o catador, o O senhor tem dados sobre o avanço
o uso de garrafas de PET para do PET no mercado cervejeiro de
cerveja à realização de Estudo de PET está em segundo outros países?
Impacto Ambiental (EIA-Rima). Tal Já existem garrafas de PET para
imposição não é nova, data de 2002, lugar, atrás apenas do cerveja em diversos países. Inclusive
mas foi destacada recentemente pelo nos países onde opera a Interbrew
jornal Valor Econômico e por outros (N. do E.: multinacional belga que
veículos. O que a Abipet tem a dizer
alumínio. Portanto, comprou a AmBev em 2004). Em
sobre essa liminar? termos de tecnologia há hoje dispo-
De longe, observamos que está muito está muito longe de ser níveis de cinco a sete sistemas para
longe de ser ambiental o entrave para produção de garrafa de PET para cer-
a adoção das garrafas de PET pelas ambiental o entrave veja. No Brasil as tecnologias tam-
cervejarias brasileiras. A lata de alu- bém estão disponíveis. Todas elas
mínio é a embalagem que inegavel- para a adoção das têm seus representantes aqui. Um
mente melhor remunera o catador, setor que desperta mais atenção é o
pois se trata de um material nobre.
Mas o PET já vem logo atrás, em
garrafas de PET pelas dos grandes eventos. No carnaval em
Salvador, que é talvez a maior festa
segundo lugar. Há dez anos, quando de rua do país, é proibido usar mate-
começamos a monitorar os índices cervejarias brasileiras ” rial que quebre, e o PET não quebra.
de reciclagem de PET no Brasil, fala- Em jogos de futebol e eventos espor-
va-se em 13% do total produzido. Falava-se, pois essa taxa tivos segue-se a mesma linha. Fala-se muito da substituição.
refletia uma sensibilidade do setor. Recentemente contra- Mas esse não é o caminho. Também é preciso lembrar que
tamos uma consultoria independente, a Noûs Consulting, as poucas marcas de cervejas nacionais já engarrafadas em
representante da PCI no Brasil, que deu resultado de 47%. PET não usam nenhuma das tecnologias diferenciadas atu-
Hoje são recicladas no Brasil 174 mil toneladas de garrafas almente disponíveis para esse fim. São garrafas comuns. Por
PET pós-consumo. Esse número não contempla o resíduo isso, a shelf life é bem curta. Isso não é adequado ao estilo
industrial, por que ele é 100% reciclado, isto é, não se perde de produção das grandes cervejarias. Lá fora a situação é
absolutamente nada. Temos foco na garrafa pós-consumo, diferente. Vários países já contam com cervejas em garrafas
justamente para realçar a questão ambiental. Portanto, a de PET especiais, que protegem a bebida por mais tempo.
garrafa que poderia ter sido lançada no meio ambiente é em A China, se não me falha a memória, pretende que 25% de
grande parte recuperada, entra de novo no sistema industrial todo o seu mercado interno de cerveja seja acondicionado
da reciclagem. Salientei o aspecto financeiro do catador, mas em PET. Essa pretensão explica-se pelos ganhos logísticos
há outros fatores que contribuem para a melhoria dos índices desse tipo de garrafa, muito leve, e pelas próprias vantagens
de reciclagem. A conscientização da população é um deles. do pós-consumo. Essas tecnologias estão disponíveis à
Percebemos por indicativos qualitativos que a conscientiza- indústria cervejeira. A resposta está na mão deles.
ção do brasileiro mudou radicalmente. O consumidor já está
separando as embalagens. Ele normalmente não faz mais que O setor prevê novos investimentos em aumento da capaci-
isso, mas mesmo isso já é um avanço. O Cempre, associação dade produtiva?
empresarial dedicada à promoção da reciclagem e gestão inte- Do ponto de vista da resina haverá a entrada em operação

26 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2007


ainda em 2007 da fábrica nova da M&G. Serão mais 450 mil
toneladas. Na parte da demanda o setor não espera nada de
bombástico. A indústria de refrigerantes carbonatados, que
concentra de 70% a 75% da demanda por garrafas de PET
fabricadas no Brasil, vem apresentando crescimento vege-
tativo. A previsão de crescimento da Associação Brasileira
das Indústrias de Refrigerantes (Abir) é inferior a 2%.

Falando em refrigerante, o vidro está voltando com força


ao setor, numa estratégia capitaneada pela Coca-Cola.
A estratégia da Coca-Cola não chega a ser um grande pro-
blema para a indústria do PET. Essa retomada tem um obje-
tivo de marketing muito definido. A idéia não é substituir
as embalagens de PET pelas embalagens de vidro. O que
a Coca-Cola pretende, e vem conseguindo concretizar com
grande êxito, é aumentar o mix de embalagens disponíveis
para o consumidor, que poderá beber um refrigerante Coca-
Cola onde quer que esteja e da maneira que lhe for conve-
niente. Isso também faz parte da guerra da Coca-Cola contra
os tubaineiros, para os quais perdeu muito mercado quando
a produção de refrigerante se disseminou entre pequenos
fabricantes, com inegável contribuição do PET. A atitude
estratégica para retomar esse mercado envolve a difusão
de novos tipos de embalagens, volumes diferenciados. As
garrafas de PET compõem o mix de embalagens ao lado de
outras alternativas, como vidro one way e retornável. No
caso da garrafa de vidro de 1 litro, a aposta da Coca-Cola,
que vem se revelando correta, é que o consumidor, em vez
de comprar dois litros de um refrigerante qualquer, vai
preferir um litro de Coca-Cola. A diferenciação nem é de
preço. Considerando dessa forma, ou seja, que não é uma
substituição, mas sim um complemento dentro de um mix
de produtos, acho absolutamente natural.

A que se destina o PET reciclado no Brasil?


O setor têxtil consome 50% do total. Grosso modo, a outra
metade se divide na produção de piscinas de fibra, tintas,
vassouras, tapete para carro e resinas alquídicas. O sistema
de coleta está se desenvolvendo com a inestimável ajuda do
catador. Se não fosse ele, não teríamos esse sucesso todo.
Outros países têm visitado o Brasil para saber como implan-
tar um sistema de reciclagem de garrafas PET semelhante
ao nosso. Eles não têm estrutura de cooperativas e pequenos
empresários trabalhando com reciclagem como nós. Apesar
de todas as dificuldades do país, as pessoas são empreende-
doras. Calcula-se em cerca de 300 empresas ligadas somen-
te à reciclagem de PET no Brasil. Há de grandes nomes a
pequenas cooperativas. Por tudo isso não concordamos que
o problema da cerveja no PET seja ambiental. Caso haja
uma consolidação no PET nesse mercado, ela na verdade
vai se somar a um panorama de crescimento da reciclagem
de embalagens PET para outros produtos além de cerveja. A
questão estará em cada vez coletar mais.

fevereiro 2007 <<< EmbalagemMarca <<< 27


materiais >>> vidro

Preciosidade para poucos


Edição limitada de Sagatiba ganha embalagem de luxo

N
inguém mais tem dúvidas de que Domeq os Estados Unidos uma amostra para que o
cachaça não é só bebida de bote- +33 5 4535 6622 Beverage Testing Institute – BTI, um dos mais
quim. A bebida ganha importantes Idéia de Papel importantes institutos de análise de bebidas
mercados e já agrada aos pala- (11) 4533-0212 alcoólicas do mundo, pudesse avaliar a qua-
dares mais refinados, e não só no Brasil. A lidade da cachaça. Desde então, Sagatiba Pre-
Linea Design
Europa cada vez mais se curva ao sabor da +33 5 4592 8383 ciosa passou a ser a única cachaça no mundo
aguardente de cana tipicamente brasileira. Um www.linea-packaging.com a conquistar a medalha de platina da entidade
bom exemplo foi o leilão realizado pela tra- Saverglass
e a integrar a Superlative Category, categoria
dicional Christie´s, em Amsterdã, no final do +35 1 21 924 8060 máxima do instituto. A bebida obteve 96 pon-
ano passado, quando uma garrafa da exclusiva www.saverglass.com tos, num total de 100 possíveis.
Sagatiba Preciosa foi arrematada por nada Segede
menos que 550 euros. +33 1 6421 6413 Embalagem especial
O preço alcançado mostra o esforço do www.segede.com Além do líquido, a embalagem também é
fabricante na valorização da bebida. Primeiro, preciosa. A garrafa de vidro incolor de 700
a Sagatiba investiu na divulgação e posicio- mililitros exclusiva da Sagatiba Preciosa foi
namento no exterior da Sagatiba Pura e da desenvolvida e teve todos os fornecedores
Sagatiba Velha – suas cachaças tradicionais, contratados na França. O layout foi criado
encontradas no mercado brasileiro. Agora,
a aposta é na Sagatiba Preciosa, que por
enquanto só pode ser comprada em ocasiões
especiais, como em leilões internacionais,
principalmente os promovidos pela Christie’s.
“Em breve a bebida será vendida no Brasil”,
promete o diretor de marketing da Sagatiba,
Flávio Stadnik. “Mas serão selecionados ape-
nas alguns pontos”, já que, por ser um produto
de altíssimo valor e com edição limitada de
apenas 3 000 garrafas, não será colocado nos
pontos-de-venda normais.
A Sagatiba Preciosa é uma cachaça doura-
da superpremium que durante 24 anos descan-
sou em barris de carvalho trazidos da Europa
há um século por Francisco Schmidt, fundador
do Engenho Central, a mais antiga destilaria
de São Paulo, criada em 1906 na cidade
de Ribeirão Preto. A cachaça foi pro-
duzida em 1982, e os tonéis foram
descobertos em 2004, quando o
conteúdo foi filtrado e purificado
de acordo com os padrões de
qualidade da Sagatiba, para
garantir que as características
originais, como o aroma e PRECIOSA
Garrafa de edição
o sabor, fossem preserva-
especial da cachaça
das. Ao final do processo, Sagatiba foi arrematada
a Sagatiba enviou para por 550 euros

28 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2007


FOTOS: DIVULGAÇÃO

PESO DA TRADIÇÂO – Design, garrafa, rolha de


cortiça e gargaleira foram contratados na França

pela Linea Design, especializada na criação de


garrafas premium. O vidro extrafino foi feito
pela Saverglass, que também usou uma tinta
especial misturada com ouro para fazer os
apliques no corpo da garrafa. As tampas e as
rolhas de cortiça natural foram desenvolvidas
pela Segede e a gargaleira foi fabricada pela
Domeq. Segundo o diretor de marketing da
Sagatiba, a França foi escolhida por ter tradi-
ção em embalagens de luxo, e o produto preci-
sava de uma garrafa com a máxima qualidade.
“A Saverglass apresentou a melhor proposta,
e conseguiu executar o projeto”, diz Flávio
Stadnik. A garrafa é definida pela Saverglass
como “uma verdadeira jóia, uma embalagem
de cachaça como nunca havia sido feita”.
Mas o requinte da embalagem não ter-
mina nas garrafas. Elas são acondicionadas
em caixas de madeira, criadas pela designer
Claudia Moreira Salles e produzidas artesa-
nalmente pela Idéia de Papel, com madeiras
brasileiras nobres recicladas, provenientes de
áreas sustentáveis. “Os primeiros rabiscos
logo demonstraram o conceito da embalagem:
linhas sinuosas, evocando o Brasil modernista
dos anos 50” lembra a designer. Claudia uti-
lizou madeiras certificadas e de reaproveita-
mento como sucupira, freijó e imbuia. As pla-
cas de madeira foram unidas uma a uma, em
uma espécie de sanduíche de chapas para que
a caixa com base oval tivesse uma aparência
mesclada, sem unidade de cor. (FP)
Obra promissora Longa vida
Está prevista para maio a inauguração
da primeira fase do projeto de expan-
no Itamaraty
são da C-Pack, fabricante de bisnagas Caixinhas viram cadernos
plásticas. A empresa investiu numa Numa parceria firmada com a Tetra
nova linha de produção – segundo ela Pak, o Ministério de Relações Exteriores
com atributos tecnológicos ainda iné-
terá agendas de 2007 confeccionadas
ditos no Brasil –, e irá instalá-la numa
em papel reciclado com fibras de cai-
nova fábrica, já em construção no Dis-
trito Industrial de São José (SC).
Tradbor tem nova xinhas longa vida. A agenda será dis-

identidade visual tribuída para diplomatas no Brasil e no


exterior e embaixadores estrangeiros no
Desinvestimento?
Deu na Gazeta Mercantil: a americana Logo tem grafia mais limpa país. Cada semana traz impresso um
Owens-Illinois poderá vender a ope- A Tradbor Stand-up Pouches iniciou tema referente a projetos de responsa-
ração de embalagens plásticas. Por o ano com nova identidade visual. bilidade social ou sustentabilidade nas
trás da idéia de liquidação estariam Além de incorporar à marca Tradbor áreas ambiental, social e econômica.
as quedas das vendas. A unidade tem as palavras stand-up pouches, a
valor de mercado estimado de 1,5 Agenda: papel
nova logomarca tem um grafismo pós-consumo
bilhão de dólares. mais limpo. Também foram criados
ícones para cada uma das linhas de
Troca de bastão I
produtos que compõem o sistema
Laurent Guillot é o novo diretor-geral
para o Brasil do grupo francês Saint- de embalagem Tradbor. A logomarca
Gobain, controlador da vidraria forte foi criada pela Packing Design.
em embalagens no mercado nacional.
Ele substitui Jean-Pierre Floris. O fa- Brinde à imaginação
turamento da Saint-Gobain no Brasil, Cervejaria une marketing viral e embalagem em concurso
somando-se todos os negócios, é de
mais de 5 bilhões de reais. Numa promoção que começou no fim no site da cervejaria (www.becksit.de),
do ano passado, a cervejaria alemã que auxilia na criação da etiqueta e
Troca de bastão II Beck’s, da InBev, está convidando os depois a imprime.
A subsidiária brasileira da química consumidores a desenhar uma nova
alemã Rohm and Haas, fabricante de embalagem para sua bebida. A criati-
adesivos industriais utilizados em vidade é requisitada para os projetos
embalagens, também tem novo co- de rótulo, gargalheira e multipack para
mando. José Magalhães Fernandes,
uma garrafa do tipo long neck. O autor
com 18 anos na empresa, assumiu o
daquela que for considerada a melhor
cargo de presidente em 1º de janeiro.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
idéia ganhará 100 caixas de cerveja
Ele substitui Fernando Paiva.
com as garrafas incorporando o seu
Reconhecimento design. O concurso não é só para pro-
Fabricante de embalagens e paletes fissionais. Qualquer um pode participar
voltados a exportações, a Ripack, de através de uma ferramenta presente Site da Beck’s: crie a etiqueta
Limeira (SP), recebeu um prêmio de
reconhecimento da Daimler Chrysler
(Mercedes-Benz). Em sua 15ª edição,
Lupa germânica
o Prêmio Interação marcou 50 anos de Revista alemã detalha pote da Natura
atuação da montadora no Brasil. A Ri-
As embalagens da linha de produtos de cuida-
pack foi a única empresa com capital
dos pessoais Ekos, da Natura, estrelaram – com
100% nacional a ser premiada.
direito a foto na capa – uma recente edição da
Velas sopradas revista alemã Verpackungs-Rundschau, espe-
Uma das mais renomadas consulto- cializada em embalagens. A reportagem des-
Pote da linha taca a concepção do pote-refil dos produtos,
rias em design e estratégia de marca, Ekos: Natura
a americana Landor Associates, com- na Alemanha envasado com tecnologia da fabricante de
pleta neste ano seu 65º aniversário. máquinas Optima.

30 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2007


Expansão em encolhíveis
CCL cresce no Brasil ao adquirir mundialmente negócio de sleeves da ITW

U
ma nova demonstração do neiro na categoria, e também pelos te importância dessa tecnologia no
dinamismo característico sleeves do chope Belco vendido em setor de decoração de embalagens.
da aquecida indústria de garrafas de PET de 1,5 litro, a ITW A compra do negócio de sleeves
rótulos termoencolhíveis. Canguru não é o primeiro alvo da da ITW, aliás, não se restringe ao
Assim pode ser definido o recente estratégia expansionista da CCL na ramo de termoencolhíveis (shrink
anúncio da CCL Industries, gigante América Latina. Dona de um fatura- sleeves). A CCL também irá adquirir
canadense que atua em diferentes mento global de 1 bilhão de dólares as unidades de rótulos esticáveis
segmentos do setor de embalagem, por ano, a gigante canadense havia (stretch labels) da empresa. Embora
de que concluiu as negociações iniciado suas operações no Brasil há visto como uma alternativa de menor
para a compra da operação mundial cerca de um ano, quando comprou a potencial, esse sistema de decoração
de sleeves da ITW (Illinois Tool Prodesmaq, uma das principais con- é utilizado no Brasil e no mundo em
Works). Com potencial para dese- vertedoras nacionais de rótulos auto- produtos como iogurtes e refrige-
nhar um novo panorama no mercado adesivos, passando a atuar como rantes acondicionados em garrafas
mundial de rótulos termoencolhíveis, CCL Label do Brasil. de PET. Seja como for, a incorpora-
em ebulição nos últimos anos graças Além de evidenciar a marcha ção de novas soluções de rotulagem
à consolidação dessa alternativa de batida sobre o mercado brasileiro ao portfólio da CCL evidencia a
decoração de embalagens nos mais e a estratégia global de atuar com estratégia global do grupo de espe-
diferentes segmentos do varejo, o diferentes tecnologias de decoração cializar-se no ramo de decoração
negócio foi fechado em 105 milhões de embalagem, o avanço da CCL na de embalagens, onde quer tornar-se
de dólares canadenses (aproximada- seara de sleeves confirma a crescen- hegemônico.
mente 89 milhões de dólares ameri- “A combinação das operações das
canos), segundo comunicado oficial linhas de sleeve da CCL Label com as
REFLEXOS NO MERCADO
emitido de Toronto, em 10 de janeiro NACIONAL – Antiga ITW da ITW nos transformará em líderes
último. Canguru, que produz globais num segmento de crescimen-
Não obstante movimentar ainda termoencolhíveis para a to rápido”, confirma Geoffrey Mar-
cerveja Belco, também
mais o segmento de sleeves, a fusão será controlada pela
tin, presidente e chefe de operações
pode ser lida como um novo avanço CCL: Brasil na rota da CCL Industries. Paralelamente,
de empresas multinacionais no cená- da globalização especula-se que a aquisição da ITW
rio brasileiro de rotulagem. Ocorre também permitirá à CCL explorar a
que a mais recente cartada da gigante área de embalagens flexíveis, onde
canadense a colocará à frente da uni- sua atuação é mais discreta. Embora
dade fabril que a ITW mantinha em o comunicado oficial não mencione
Criciúma (SC), em associação com a essa estratégia, ela é aguardada com
brasileira Canguru, sob o nome ITW atenção no Brasil. “A expectativa é
Canguru. Por sinal, esta associação que a CCL agregue novos clientes e
foi desfeita no final de 2006, justa- atualize os equipamentos das antigas
mente para permitir que se efetivasse plantas da ITW Canguru”, anima-se
a transação. Mundialmente a CCL Carlos Rosa, consultor em rotulagem
vai assumir também as fábricas de termoencolhível que representa no
sleeve da ITW localizadas na Grã- Brasil, entre outras marcas, a Karl-
Bretanha (duas), na Áustria e nos ville, fabricante de túneis de encolhi-
Estados Unidos. mento. (LH)
Responsável no mercado bra-
FOTO: DIVULGAÇÃO

sileiro pelos recém-desenvolvidos


CCL Label
rótulos termoencolhíveis dos vina- No BRASIL: (19) 3876-9300
gres Castelo, num fornecimento pio- www.ccllabel.com.br

32 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2007


Edição: Leandro Haberli

Heat transfer em novo lubrificante automotivo


Technopack decora frascos plásticos que acondicionam óleo da Petrobras
Específica para embalagens plásticas, são impressos em seis cores e dois
a rotulagem heat transfer deu um novo vernizes pela Technopack, empresa do
passo no mercado brasileiro de frascos sul do país especializada na tecnolo-
de lubrificantes automotivos. Baseada em gia. Além de facilitar o processo de
cilindros de transferência que produzem reciclagem, uma vez que não são
calor e pressão, sem precisar de nenhum colados filmes ou papéis nos fras-
tipo de substrato para decorar a embala- cos, o sistema apresenta outras
gem, a tecnologia está presente no novo vantagens, como resistência, aca-
Lubrax Valora, óleo lubrificante produzido bamento livre de rugas e bolhas.
pela Petrobras Distribuidora. Os rótulos Technopack: (51) 3470-6889

O
GAÇÃ
FSC aterrissa nas

UL
gôndolas brasileiras

S: DIV
FOTO
Parceria entre Klabin e Box Print
certifica cartuchos da Natura
A primeira embalagem mente correta, socialmente
brasileira certificada pelo justa e economicamente
Forest Stewardship Council viável. A certificação tam-
(FSC), entidade internacio- bém garante a rastreabili-
nal que promove o uso res- dade das matérias-primas
ponsável das florestas em em toda a cadeia produtiva. Bayer investe para
todo o mundo, chegou às “A parceria com a Boxprint combater piratas
gôndolas. Trata-se dos car- demonstra que a incorpo-
Linha de defensivos agrícolas
tuchos de papel cartão de ração e a prática dos prin-
terá selo antifalsificação da 3M
um dos itens antiidade da cípios da sustentabilidade
linha Chronos, da Natura. em toda a cadeia produtiva O contrabando e a fal- como pro-
As embalagens são produ- são viáveis”, afirma o dire- sificação de defensivos jeto-piloto
zidas pela gráfica Box Print tor comercial da área de agrícolas já movimentam nos rótulos dos produtos
com papel cartão da Klabin. papéis da Klabin, Donald 150 milhões de dólares Gaucho FS, Folicur e
A certificação do FSC indi- Mota. por ano no Brasil. Numa CropStar. Desenvolvido
ca que toda a cadeia de Box Print: (11) 5505 2370 tentativa de conter esse pela 3M do Brasil, o
produção da embalagem, www.boxprint.com.br tipo de contravenção, a acessório é composto
desde o manejo florestal, Klabin: (15) 3255 9006 Bayer CropScience, uma de um filme holográfico
passando pela fabricação www.klabin.com.br das principais fabricantes de segurança, possibi-
do papel, pela conver- do setor, lançou no Brasil litando a verificação da
são e pela impres- um selo antifalsificação autenticidade a olho nu.
são, ocorreu de aplicável nas embala- A empresa informa ser
forma ambiental- gens dos produtos. A impossível retirar o selo
ação integra a campa- de uma embalagem para
nha “Seja Original”, na colar em outra. Ao ser
qual a empresa alerta retirado ele se rompe e
os agricultores sobre os deixa uma marca denun-
riscos da utilização de ciando a violação.
produtos ilegais. O selo 3M do Brasil
vem sendo aplicado www.3m.com.br
desde novembro último 0800 013 23 33

34 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2007


CROCANTE
Pão murcho nunca mais Com Heat’n’Hold,
pão ganha
Papel cartão e filme de PET metalizado podem textura ondulada
revolucionar embalagens para microondas
Qualquer solteiro sabe que esquen- gens são feitas de papel cartão
tar pão no forno de microondas laminado a um filme interno de PET
é uma tarefa ingrata. Em vez da metalizado. “O material age como
aparência dourada do forno con- um prato quente, maximizando o
vencional, o alimento fica murcho, calor gerado pelo forno de micro-
parecendo borracha. Esse proble- ondas”, explica o departamento de
ma pode estar chegando ao fim. marketing da empresa. As embala-
Foi anunciada na Inglaterra uma gens podem ser desenhadas para
tecnologia de conversão de emba- diferentes tipos de pão, também
lagens para forno de microondas apresentando características de
que, além de manter os alimentos isolamento térmico. Assim, além de
aquecidos por mais tempo, faz com evitar a perda de calor, a tecnologia
que sua superfície fique ondulada e Heat’n’Hold evita que o consumidor
crocante. Desenvolvidos pela BCP se queime, pois a parte externa da
Fluted Packaging, sob a marca embalagem não aquece.
Heat’n’Hold, os novos acondicio- BCP Fluted Packaging
namentos são específicos para +44 (0)1254 687900
sanduíches e lanhes. As embala- www.bcpflute.com

As últimas da Sleever
Fabricante de rótulos termoencolhíveis
desenvolve tecnologia de braile
Rótulos termoencolhíveis impressos
em braile. Essa é a última novidades
da francesa Sleever International,
uma das pioneiras no mercado de
shrink labels. A empresa desen-
volveu uma tecnologia de aplica-
ção do sistema de escrita com
pontos em relevo diretamente
sobre os filmes termorretráteis,
e espera disseminar a solução
no mercado de farmacêuticos.
Outras novidades da Sleever
são o filme Dita, com efeito de
espelho, e o Skinsleever, mate-
rial termoencolhível com textura
semelhante a couro.
Sleever International
No Brasil: (11) 5641-3356 NOVA SAFRA – Sleever lançou shrink labels com pon-
www.sleever.com tos em relevo (detalhe) e filme com “efeito espelho”
Anunciante Página Telefone Site
Ápice 13 (11) 4221-7000 www.apice.ind.br
Catuaí Print 29 (43) 3552-1186 www.catuaiprint.com.br
Colacril 3ª capa (44) 3518-3500 www.colacril.com.br
Congraf 20-21 (11) 5563-3466 www.congraf.com.br
Frasquim 9 (11) 6412-8261 www.frasquim.com.br
Gumtac 15 0800 260 434 www.gumtac.com.br
Imaje 35 (11) 3305-9455 www.imaje.com.br
inLab 25 (11) 3088-4232 www.inlabdesign.com.br
Instituto Argentino del Envase 31 +54 (11) 4957-0350 www.packaging.com.ar
Itap Bemis 5 (11) 6982-9402 www.dixietoga.com.br
Label Summit 33 +1 (262) 754-6931 www.brazil.labelsummit.com
Limer-Cart 19 (19) 3404-3900 www.limer-cart.com.br
Luxepack 23 (11) 5521-4325 www.luxepack.com.br
Maddza 9 (35) 3722-4545 www.maddza.com
Moltec 8 (11) 5523-4011 www.moltec.com.br
Novelprint 8 (11) 3768-4111 www.novelprint.com.br
Petroquímica Triunfo 2ª capa (51) 3457-2200 www.ptriunfo.com.br
Propack 8 (11) 4785-3700 www.propack.com.br
Set Print 9 (11) 2133-0007 www.setprint.com.br
SIG Beverages 27 (11) 2107-6784 www.sigcorpoplast.com
Simbios-Pack 9 (11) 5687-1781 www.simbios-pack.com.br
SPL Dessecantes 7 (11) 3472-1430 www.spldessecantes.com.br
Technopack 29 (51) 3470-6889 www.technopack.com.br
Tetra Pak ENCARTE (11) 5501-3262 www.tetrapak.com.br
Vitopel 3 (11) 3089-5333 www.vitopel.com
Wheaton 4ª capa (11) 4355-1800 www.wheatonbrasil.com.br

36 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2007


Na estratégia de comunicação da STM, que atende o mercado
brasileiro e sul-americano com vasto leque de oferta de máquinas para
embalagens, é fundamental estar presente numa publicação prestigiada
pelos leitores. Por isso optamos por veicular todos os meses nossos
anúncios, em diferentes formatos, na revista EmbalagemMarca.
Trata-se de um veículo que em seu conteúdo editorial reflete o conceito
e a história da própria STM. Surgida em 1996, com base em larga
experiência de seus fundadores na área de equipamentos manuais para
embalagens e filmes termoencolhíveis e, quatro anos depois, parceira
do grupo argentino EPET, especializado na fabricação de máquinas
automáticas de agrupamento e inserção de sleeves, a empresa vem
ganhando crescente participação de mercado potencial. Por sua
credibilidade e por sua circulação qualificada, EmbalagemMarca tem
sido um instrumento eficaz em nossa meta de posicionar a marca STM
de forma cada vez mais firme no mercado.

Silvio Neiva, Diretor

É LIDA PORQUE É BOA. É BOA PORQUE É LIDA.


(11) 6191-6344
www.stm.ind.br www.embalagemmarca.com.br • (11) 5181-6533
Almanaque
Idéia simples, mas foi preciso tê-la Cachos que
A água mineral em copo é uma inven-
ção 100% brasileira, surgida em ano
deram muitos
impreciso da década de 1970. Seu cria- frutos e frutas
dor foi Jacques Siekierski, então pro-
A história da Chiquita, uma das marcas
prietário da Itap. Ele acreditava tanto
mais valiosas dos Estados Unidos e
no potencial da inovação que propôs
hoje presente em mais de sessenta
à Poá, primeira empresa a quem
países, teve início em 1870. Foi quando
apresentou a idéia, que só pagasse os
o norte-americano Lorenzo Dow Baker
equipamentos de acondicionamento,
comprou 160 cachos de bananas da
por ele importados, se o lançamento
Jamaica e em apenas onze dias vendeu
fosse bem sucedido. Por vários anos,
tudo na cidade de Nova Jersey. No ano
até o surgimento das garrafas de PET,
seguinte, Minor C. Keith, engenheiro
a embalagem fechada com uma folha
contratado para construir uma ferro-
de alumínio predominou no mercado
via na Costa Rica, plantou bananeiras
de água mineral no Brasil.
ao longo dos trilhos, para ajudar a
custear o negócio. Em 1899, os dois

Homenagem
uniram suas empresas, a Boston Fruit
VOCÊ SABIA? Company, criada em 1895 por Baker,

ao fundador Kuat, a marca do guaraná


e a ferrovia, formando a United Fruit
Company, com o objetivo de distribuir
da Tilibra da Coca-Cola, significa
“noite de lua cheia”
bananas nos EUA. Mas somente em
1944 a marca Chiquita foi introduzida
Criada em 1928 por João em tupi-guarani. no mercado. Naquele ano, a empresa
Batista Martins Coube em também lançou a “Miss Chiquita”,
Bauru, no interior de São personagem claramente inspirada em
Carmen Miranda e que evoluiu com
Paulo, a Tilibra, hoje a maior
o passar do tempo. Somente em 1947
fabricante de cadernos do a marca Chiquita foi registrada. Em
país, chamava-se Tipografia 1963, além da banana, todas as frutas e
Brasil. Na década de 1940 frutos da marca, como pepinos e toma-
a empresa cresceu e, além tes, passaram a ser vendidos com uma
de tipografia, passou a ser etiqueta colada.
livraria. O nome foi alterado
então para Tipografia e
Livraria Brasil. Vinte anos 
depois, foi criada a marca O Brasil possui 50% das
Tilibra, acrônimo formado reservas de água mineral do
pelas primeiras sílabas das mundo, mas é o oitavo pro-
dutor, com 7,7 bilhões de
três palavras que constituíam
litros anuais, e o nono colo-
o nome da empresa, comprada cado em receita, com 1,9
em 2004 pela americana bilhão de euros (R$ 4,35
1944
MeadWestvaco, controladora bilhões). Esse é o faturamen-
da Rigesa. O nome da escola to de uma única marca global,
a Aquafina, da Pepsi.
gráfica Senai de Bauru é uma
homenagem ao fundador. 
A primeira patente de emba-
lagem feita de folha-de-
flandres foi registrada em
1825 por Thomas Kensett, 1950
hoje conhecido como “pai da Atual
indústria da lata de aço”.

38 >>> EmbalagemMarca >>> fevereiro 2007


Desde a sua fundação, em

1984, a Colacril se orgulha

de ter contribuído para a


100% pontualidade
brasileira
consolidação e o
na entrega
crescimento do mercado de

auto-adesivos no Brasil.

Com investimentos

constantes em tecnologia,

seja em equipamentos,

seja em capital intelectual,


investimento
a Colacril sempre esteve à constante
frente das evoluções

do segmento.

Fincada em parcerias com


visão
de futuro
fornecedores de primeira

linha, a empresa, nascida


respeito ao

em Ribeirão Preto (SP), hoje


ambiente
produz em sua moderna
amplo leque de
fábrica de 50.000m² na cidade
produtos
de Campo Mourão (PR)

mais de 100 itens

dirigidos às mais diversas

aplicações, e exporta

para mais de vinte países

espalhados pelos quatro


regularidade
cantos do mundo. no fornecimento

www.colacril.com.br • colacril@colacril.com.br • + 55 (44) 3518-3500

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