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O terceiro tipo de animal: o golfinho. Os golfinhos são dóceis por natureza. Agora,
quando atacados revidam e se um grupo de golfinhos encontra uma carpa sendo
atacada eles defendem a carpa e atacam os seus agressores.
Os "Verdadeiros" golfinhos são algumas das criaturas mais apreciadas das
profundezas. Podemos suspeitar que eles sejam muito inteligentes - talvez, à sua
própria maneira, mais inteligentes do que o Homo Sapiens. Seus cérebros, com
certeza, são suficientemente grandes - cerca de 1,5 quilograma, um pouco maiores do
que o cérebro humano médio - e o córtex associativo do golfinho, a parte do cérebro
especializada no pensamento abstrato e conceitual, é maior do que o nosso. E é um
cérebro, como rapidamente irão observar aqueles fervorosos entusiastas dedicados a
fortalecer os vínculos entre a nossa espécie e a deles, que tem sido tão grande quanto
o nosso, ou maior do que o nosso, durante pelo menos 30 milhões de anos.
O comportamento dos golfinhos em volta dos tubarões é legendário e, provavelmente,
eles fizeram por merecer essa fama. Usando sua inteligência e sua astúcia, eles
podem ser mortais para os tubarões. Matá-los a mordidas? Oh, não! Os golfinhos
nadam em torno e martelam, nadam e martelam. Usando seus focinhos bulbosos como
clavas, eles esmagam metodicamente a "caixa torácica" do tubarão até que a mortal
criatura deslize impotente para o fundo.
Todavia, mais do que por sua perícia no combate ao tubarão, escolhemos o golfinho
para simbolizar as nossas idéias sobre como tomar decisões e como lidar com épocas
de rápidas mudanças devido às habilidades naturais desse mamífero para pensar
construtiva e criativamente. Os golfinhos pensam? Sem dúvida. Quando não
conseguem o que querem, eles alteram os seus comportamentos com precisão e
rapidez, algumas vezes de forma engenhosa, para buscar aquilo que desejam.
Golfinhos procuram sempre o equilíbrio, jogam o ganha-ganha, procuram sempre
encontrar soluções que atendam as necessidades de todos.
Declaração que o golfinho faz para si mesmo:
• "Sou um golfinho e acredito na escassez e na abundância potenciais. Assim
como acredito que posso ter qualquer uma dessas duas coisas - é esta a nossa
escolha - e que podemos aprender a tirar o melhor proveito de nossa força e
utilizar nossos recursos de um modo elegante, os elementos fundamentais do
modo como crio o meu mundo são a flexibilidade e a capacidade de fazer mais
com menos recursos."
Se os golfinhos podem fazer isso, por que não nós?
Achamos que podemos.
Adaptado de: "A Estratégia do Golfinho"
Dudley Lynch e Paul L. Kordis - Ed. Cultrix.
Conversão
O carro
Era uma vez um rapaz que ia muito mal na escola. Sua notas e comportamento eram
uma decepção para seus pais que, como bons cristãos, sonhavam em vê-lo formado e
bem sucedido. Um belo dia, o bom pai lhe propôs um acordo: se você, meu filho,
mudar o comportamento, se dedicar aos estudos e conseguir ser aprovado no
vestibular para a Faculdade de Medicina, lhe darei então um carro de presente.
Por causa do carro, o rapaz mudou da água para o vinho. Passou a estudar como
nunca e a ter um comportamento exemplar. O pai estava feliz, mas tinha uma
preocupação. Sabia que a mudança do rapaz não era fruto de uma conversão sincera,
mas apenas do interesse em obter o automóvel. Isso era mau!
O rapaz seguia os estudos e aguardava o resultado de seus esforços. Assim, o grande
dia chegou! fora aprovado para o curso de Medicina. Como havia prometido, o pai
convidou a família e os amigos para uma festa de comemoração. O rapaz tinha por
certo que na festa o pai lhe daria o automóvel. Quando pediu a palavra, o pai elogiou o
resultado obtido pelo filho e lhe passou às mãos uma caixa de presente. Crendo que ali
estavam as chaves do carro, o rapaz abriu emocionado o pacote. Para sua surpresa
era uma Bíblia. O rapaz ficou visivelmente decepcionado e nada disse. A partir daquele
dia, o silêncio e distância separavam pai e filho. O jovem se sentia traído e, agora,
lutava para ser independente. Deixou a casa dos pais e foi morar no Campus da
Universidade. Raramente mandava notícias à família. O tempo passou, ele se formou,
conseguiu um emprego em um bom hospital e se esqueceu completamente do pai.
Todas as tentativas do pai para reatar os laços foram em vão. Até que um dia o velho,
muito triste com a situação, adoeceu e não resistiu. Faleceu.
No enterro, a mãe entregou ao filho, indiferente, a Bíblia que tinha sido o último
presente do pai e que havia sido deixada para trás. De volta à sua casa, o rapaz, que
nunca perdoara o pai, quando colocou o livro numa estante, notou que havia um
envelope dentro dele. Ao abri-lo, encontrou uma carta e um cheque. A carta dizia: "Meu
querido filho, sei o quanto você deseja ter um carro. Eu prometi e aqui está o cheque
para que você escolha aquele que mais lhe agradar. No entanto, fiz questão de lhe dar
um presente ainda melhor: A Bíblia Sagrada. Nela aprenderás o Amor a Deus e a fazer
o bem, não pelo prazer da recompensa, mas pela gratidão e pelo dever de
consciência".
Corroído de remorso, o filho caiu em profundo pranto. Como é triste a vida dos que não
sabem perdoar. Isso leva a erros terríveis e a um fim ainda pior. Antes que seja tarde,
perdoe aquele a quem você pensa ter lhe feito mal. Talvez se olhar com cuidado, verá
que há também um "cheque escondido" em todas as adversidades da vida.
A Construção do Navio
A construção de um navio parece com a formação das pessoas. Durante a gestação o
casco é construído, até que somos lançados ao mar. A maior parte de um navio é
colocada depois, como acontece com a gente. Camarotes, porões, motores, pinturas,
enfeites são acrescentados durante a infância e adolescência, até o navio ficar pronto
para a primeira viagem. Um navio fica pronto quando sai do estaleiro, mas com a gente
é diferente - e este é o desafio de cada um, pois crescemos todo dia e nunca ficamos
prontos.
Apesar disso é preciso partir.... Mas nem todos têm a coragem de ir e continuam
atracados ao cais, julgando-se incapazes de navegar sozinhos. Algumas pessoas são
obrigadas a zarpar, já que os encargos de segurança do porto tornam-se pesados
demais e, às vezes, perdem um tempo precioso da viagem revoltadas e lamentando-se
por tudo isso.... mas nem todo mundo é assim....
Alguns mal o dia amanhece, já partiram. Parecem muito ocupados e logo somem no
horizonte. Desde cedo sabem o que querem e têm pressa de viver. Outros navios
também saem logo que podem, mas ficam dando voltas e mais voltas sem chegar a
lugar algum. Acabam navegando só para comprar mais combustível todo dia, e o que
ganham mal dá para a reforma do casco...
Os maiores desperdiçadores de seus próprios recursos são aqueles que não sabem o
que querem... e o pior é que, quando a gente não sabe direito o que espera do rumo
que está tomando ou nem se tem um rumo, não pode corrigir a rota se estiver no
caminho errado... nós somos os maiores responsáveis pelas tempestades que não
conseguimos evitar.
Já outras pessoas deixam de navegar milhares de milhas para se conformarem com
umas poucas centenas, porque tem medo de atrair ventos contrários ou então querem
agradar ou impressionar alguém.... a gente não deve aceitar isso, pois significa
concordar em ser menos do que pode ser. Todo dia é dia de evolução e aprendizado e,
como a lua cheia, quando paramos de crescer, começamos a diminuir.
Então a primeira coisa a fazer é tornar-se comandante de si próprio e isso equivale a
pensar com a própria cabeça, ser timão e timoneiro, assumindo riscos pelos erros, pois
só erram os que tem a coragem para ousar e, se caírem, levantar e tentar de novo-
sempre... pois ninguém sabe nossa autonomia no mar, nossa capacidade de carga, ou
a que velocidade podemos singrar as águas dos oceanos, sejam azuis ou escuras.
Ninguém nos conhece melhor que nos mesmos e, por mais que digam o que temos -
ou não temos - que fazer, ninguém pode viver a vida no nosso lugar. Outras pessoas,
ainda, vivem frustradas e infelizes porque não conseguem ter as mesmas coisas que
viram em outro navio. Algumas também vivem furiosas quando alguma coisa ou
alguém não age ou sai como gostariam. O amor a si próprio e ao próximo é um
exercício diário para saber a diferença entre o que precisa ser mudado e o que
devemos aceitar como é.
Muita gente tem preferido impor suas idéias e opiniões em vez de escutar o outro; ficar
revoltada com o mundo, em vez de admirar a vida, pois não sabem o que é amar. E
tem viajantes que pensam no amor como algo a ser obtido, como se fosse um objeto e
não como uma arte que precisa ser aprendida. Alguns acabam confundindo o amor,
Deus ou a felicidade com o significado de suas rotas, e vivem frustradas navegando
atrás do que não conseguem alcançar - e até desistem no meio do caminho,
desalentados, achando que a vida não vale a pena, que Deus não existe e felicidade e
amor são balelas... mas Deus, felicidade, amor, bondade não são lugares ou coisas
que possam ser possuídos.
A primeira coisa a fazer para quem quer encontrar estes bens é não procurar! Quando
procuramos o que não é um lugar ou objeto, e que muito menos está escondido, quem
fica perdido somos nós mesmos. Mas quando não procuramos, porque não pode ser
encontrado fora de nós, descobrimos que o que tanto queremos - Deus, felicidade, paz
- habita camarotes no coração do nosso próprio navio... e tem pessoas tão
preocupadas em procurar do lado de fora que até se esquecem de olhar por dentro!...
Não existe navio que não tem passado por tempestades e muitos afundam por não
saberem evitá-las, por falta de comunicação ou por acharem que não precisam dos
outros. Somos fortes quando unidos. Juntos somos tão grandes e poderosos quanto a
onda mais forte e ameaçadora. Perdoar as falhas e limitações de nossos semelhantes
é muito mais que amor ou virtude - é questão de inteligência e sobrevivência... pois a
única coisa que possuímos de verdade é a necessidade do outro.
Mas não existe tempestades que durem para sempre, assim como os dias de sol
também não são permanentes. Dor e frustrações muitas vezes são resultado de
querermos perpetuar momentos de prazer, bem-estar, alegria, que por si só são
efêmeros e com que facilidade esquecemos que nada é eterno - a não ser o próprio
movimento - e que, por isso, momentos de alegria se alternam com momentos de
tristeza, dor se alterna com prazer, fome com saciedade, doença com saúde - um
sempre dando lugar ao outro.
Quando a gente pára de tentar lutar contra isso e se abandona nesse jogo delicioso da
vida, descobrimos que, acima de tudo, a vida vale a pena ser vivida intensamente.
Autor e fonte desconhecidos
O Carneirinho Perdido
Baseada em Lucas 15:3-7
A mãe ovelha amava seu carneirinho da mesma forma que sua mãe amava você.
Era um filhote pequenino, de perninhas finas e com muito pouca lã ainda. Passava a
noite no ovil, dormindo aconchegado no calor da lã de sua mãe.
Passava o dia mordiscando a relva, bebendo a água do córrego e brincando na
pradaria.
Cuide do meu carneirinho a mãe ovelha tentou dizer ao pastor do rebanho.
Ele é muito pequenininho e frágil para cuidar de si.
O pastor compreendeu, e tratou de observar com atenção o carneirinho, embora
houvesse cem ovelhas no rebanho.
Tratava-se de um bom pastor, ou não teria conseguido cuidar de todos. Todas as
manhãs abria o portão do ovil e o rebanho saía. Ele então conduzia os animais a um
pasto verde na encosta de um morro e ali passava o dia tomando conta. Havia lobos
nas montanhas das redondezas, à espera de uma chance para pegar os carneirinhos.
O pastor mantinha os lobos afastados.
Quando o sol começava a descer por trás do morro, o pastor conduzia o rebanho de
volta para o ovil. E antes de fechar o portão, sempre contava suas ovelhas para ver se
havia cem.
As tempestades em lugares altos assim são muito terríveis. Um dia houve uma
tempestade, com vento, chuva fria e raios no céu. A ovelha mãe ficou assustada
demais, sem saber para onde ir. Seguiu as outras ovelhas, que se abalroavam e quase
esmagavam ao descer correndo a encosta. Mas o pastor as conduziu com
tranqüilidade, indicando o caminho com o cajado. Chamava cada um pelo nome que
lhes dera. Ia na frente para evitar que a tormenta as espantasse de volta antes de se
sentirem seguras, pois já se avistava o ovil.
Ao atravessarem o portão, uma por uma, ele as contou.
Só havia noventa e nove.
Então o pastor olhou nos olhos suplicantes da mãe ovelha. Ela estava tentando dizer
que seu filhote se perdera na tempestade.
Se não fosse um bom pastor, ele poderia pensar que um carneirinho daqueles não
seria uma grande perda. Mas pensou apenas no frio que estaria sentindo o bichinho
com tão pouca lã, no meio da tempestade. E lembrou-se de que, além da tormenta,
escutara o uivo dos lobos.
Pois o bom pastor saiu no vento e na chuva para encontrar o carneirinho.
Já estava tão escuro que ele mal podia enxergar. O vento estava frio, a chuva
encharcava seu manto e as pedras cortavam-lhe os pés. Qualquer outro pastor teria
desistido. Mas o bom pastor via, através da tempestade, os olhos sofridos da ovelha
mãe do carneirinho. E prosseguiu até encontrar o carneirinho perdido, deitado, com
medo e com frio, à beira da estrada.
O pastor pegou o carneirinho nos braços. O animalzinho estava com frio para voltar
andando. Levou-o para casa no colo, com o mesmo cuidado que sua mãe tinha por
você quando bebê. Ficou muito feliz ao chegar ao ovil e poder devolvê-lo à mãe.
Convidou os vizinhos a virem partilhar de sua alegria, pois nem um carneiro se quer
havia se extraviado do rebanho.
Os vizinhos estranharam um pouco a alegria do pastor.
Noventa e nove é quase cem disseram. Que diferença faria um carneirinho
num rebanho tão grande?
O bom pastor sabia. O carneirinho que se perdeu era um dentre os seus, e ele os
amava a todos.
Do livro: O Livro das Virtudes II - O compasso moral
William J. Bennett - Ed. Nova Fronteira
A Lição da Borboleta www.metaforas.com.br
Um homem, certo dia, viu surgir uma pequena abertura num casulo. Sentou-se perto
do local onde o casulo se apoiava e ficou a observar o que iria acontecer, como é que a
lagarta conseguiria sair por um orifício tão miúdo. Mas logo lhe pareceu que ela havia
parado de fazer qualquer progresso, como se tivesse feito todo o esforço possível e
agora não conseguisse mais prosseguir. Ele resolveu então ajuda-la: pegou uma
tesoura e rompeu o restante do casulo. A borboleta pôde sair com toda a facilidade...
mas seu corpo estava murcho; além disso, era pequena e tinha as asas amassadas.
O homem continuou a observá-la porque esperava que, a qualquer momento, as asas
dela se abrissem e se estendessem para serem capazes de suportar o corpo que iria
se firmar a tempo. Nada aconteceu! Na verdade a borboleta passou o restante de sua
vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas. Nunca foi capaz de voar.
O que o homem em sua gentileza e vontade de ajudar não compreendia era que o
casulo apertado e o esforço necessário à borboleta para passar através da pequena
abertura eram o modo pelo qual Deus fazia com que o fluido do corpo daquele
pequenino inseto circulasse até suas asas para que ela ficasse pronta para voar assim
que se livrasse daquele invólucro.
Algumas vezes o esforço é justamente aquilo de que precisamos em nossa vida. Se
Deus nos permitisse passar através da existência sem quaisquer obstáculos, Ele nos
condenaria a uma vida atrofiada. Não iríamos ser tão fortes como poderíamos ter sido.
Nunca poderíamos alçar vôo.
Fonte: "Para que minha vida se transforme"- Maria Salette e Wilma Ruggeri - Editora
Verus
Duas opções
Desde pequena Svetlana só tinha conhecido uma paixão: dançar e sonhar em ser uma
Gran Ballerina do Bolshoi Ballet. Seus pais haviam desistido de lhe exigir empenho em
qualquer outra atividade. Os rapazes já haviam se resignado: o coração de Svetlana
tinha lugar para somente uma paixão e tudo mais era sacrificado pelo dia em que se
tornaria a Bailarina do Bolshoi. Haviam criado um apelido especial para ela : lankina
que no antigo dialeto queria dizer "a que flutua". Era uma forma carinhosa de brincar
com a bela e talentosa Svetlana pois a palavra também podia significar "a que divaga",
ou "que sonha acordada".
Um dia, Svetlana teve sua grande chance. Conseguira uma audiência com Sergei
Davidovitch, Ballet Master do Bolshoi, que estava selecionando aspirantes para a
Companhia. Dançou como se fosse seu último dia na Terra. Colocou tudo que sentia e
que aprendera em cada movimento, como se uma vida inteira pudesse ser contada em
um único compasso. Ao final, aproximou-se do Ballet Master e lhe perguntou:
"Então, o Sr. acha que eu posso me tornar uma Gran Ballerina?"
Na longa viagem de volta a sua aldeia, Svetlana, em meio as lagrimas, imaginou que
nunca mais aquele "Não" deixaria de reverberar em sua mente. Meses se passaram
até que pudesse novamente calçar uma sapatilha . Ou fazer seu alongamento frente ao
espelho.
Dez anos mais tarde Svetlana, já uma estimada professora de ballet, criou coragem de
ir a performance anual do Bolshoi em sua região. Sentou-se bem a frente e notou que o
Sr. Davidovitch ainda era o Ballet Master. Após o concerto, aproximou-se do cavalheiro
e lhe contou o quanto ela queria ter sido bailarina do Bolshoi e quanto doera, anos
atrás, ouvir-lhe dizer que não seria capaz.
"Mas minha filha, eu digo isso a todas as aspirantes" respondeu o Sr. Davidovitch.
"Como o Sr. poderia cometer uma injustiça dessas? Eu dediquei toda minha vida!
Todos diziam que eu tinha o dom. Eu poderia ter sido uma Gran Ballerina se não fosse
o descaso com que o Sr. me avaliou!"
Havia solidariedade e compreensão na voz do Master, mas não hesitou ao responder:
"Perdoe-me, minha filha, mas você nunca poderia ter sido grande o suficiente, se você
foi capaz de abandonar seu sonho pela opinião de outra pessoa."
Enviada por: Castro Lima de Souza
O pote rachado
Defeito ou qualidade?
Um carregador de água na Índia levava dois potes grandes, ambos pendurados em
cada ponta de uma vara a qual ele carregava atravessada em seu pescoço. Um dos
potes tinha uma rachadura, enquanto o outro era perfeito e sempre chegava cheio de
água no fim da longa jornada entre o poço e a casa do chefe. O pote rachado chegava
apenas pela metade.
Foi assim por dois anos, diariamente, o carregador entregando um pote e meio de água
na casa de seu chefe. Claro, o pote perfeito estava orgulhoso de suas realizações.
Porém, o pote rachado estava envergonhado de sua imperfeição, e sentindo-se
miserável por ser capaz de realizar apenas a metade do que havia sido designado a
fazer.
Após perceber que por dois anos havia sido uma falha amarga, o pote falou para o
homem um dia, à beira do poço:
- Estou envergonhado, quero pedir-lhe desculpas.
- Por quê?, perguntou o homem. - De que você está envergonhado?
- Nesses dois anos eu fui capaz de entregar apenas metade da minha carga, porque
essa rachadura no meu lado faz com que a água vaze por todo o caminho da casa de
seu senhor. Por causa do meu defeito, você tem que fazer todo esse trabalho, e não
ganha o salário completo dos seus esforços, disse o pote.
O homem ficou triste pela situação do velho pote, e com compaixão falou:
- Quando retornarmos para a casa do meu senhor, quero que percebas as flores ao
longo do caminho.
De fato, à medida que eles subiam a montanha, o velho pote rachado notou flores
selvagens ao lado do caminho, e isto lhe deu ânimo. Mas ao fim da estrada, o pote
ainda se sentia mal porque tinha vazado a metade, e de novo pediu desculpas ao
homem por sua falha. Disse o homem ao pote:
- Você notou que pelo caminho só havia flores no seu lado do caminho??? Notou ainda
que a cada dia, enquanto voltávamos do poço, você as regava??? Por dois anos eu
pude colher flores para ornamentar a mesa do meu senhor. Sem você ser do jeito que
você
O Samurai
A quem pertence um presente?
Perto de Tóquio vivia um grande samurai, já idoso, que agora se dedicava a ensinar o
zen aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar
qualquer adversário.
Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu por ali.
Era famoso por utilizar a técnica da provocação: esperava que seu adversário fizesse o
primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para reparar os erros
cometidos, contra-atacava com velocidade fulminante. O jovem e impaciente guerreiro
jamais havia perdido uma luta. Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para
derrotá-lo, e aumentar sua fama. Todos os estudantes se manifestaram contra a idéia,
mas o velho aceitou o desafio. Foram todos para a praça da cidade, e o jovem
começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em
seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos, ofendendo inclusive seus ancestrais.
Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível. No final
da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.
Desapontados pelo fato de que o mestre aceitar tantos insultos e provocações, os
alunos perguntaram: "Como o senhor pode suportar tanta indignidade? Por que não
usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se
covarde diante de todos nós?"
"Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o
presente?" - perguntou o Samurai. "A quem tentou entregá-lo" - respondeu um dos
discípulos. "O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos" - disse o mestre.
"Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo. A sua
paz interior, depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma,
só se você permitir..."