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Português (Mia Couto)

Escola Secundária Artística António Arroio


Joana Marques Nº15
Escola Secundária Artística António Arroio
Português

- Conto de Mia Couto: “Ezequiela, a humanidade”

1- Esta narrativa relata uma história que nos fala sobre um rapaz, de
seu nome Jerónimo, que se apaixonou por uma rapariga chamada
Ezequiela; foi um amor fulminante. Casaram. Mas houve um dia em
que Jerónimo acordou e no seu leito estava deitada uma mulher loira,
de cabelos compridos e muito branca, e ele havia casado com uma
mulher negra. Achou estranho e pôs-se a chamar pelo nome da
mulher. Esta mesma mulher, loura e branca, que estava no seu leito,
era a mesma com quem tinha casado, era Ezequiela, mas com um
outro corpo, explicou-lhe ela. O homem achou tudo muito estranho,
mas acabou por aceitar, se bem que, de quando em vez, Ezequiela
mudasse de corpo, uma vez esquimó, outra indiana. Lá se foi
habituando e adaptando „às diferentes mulheres, de diversos físicos e
aparências, que lhe surgiam. Amou, com igual intensidade, todas as
formas e volumes que a sua mulher assumia, pois apesar de mudar
de corpo, era sempre a sua Ezequiela. Até que um certo dia acordou
ao lado de um homem, barbudo, provido de vigorosos músculos. Essa
mudança de Ezequiela foi-lhe excessiva. Não aguentou e decidiu
separar-se. Certa noite, muito doente, decide voltar mas com uma
distância conveniente e consentiu que Ezequiela, ainda homem, o
tratasse. No dia seguinte, Jerónimo pensa que vê um espelho, mas
apercebe-se que não é, que há alguém “vestindo” o seu corpo e
pergunta: - Ezequiela? – E do outro lado respondem-lhe: -
Ezequiela?! Você, Ezequiela, não reconhece o seu marido?

2- Neste conto, existem apenas duas personagens, Ezequiela e


Jerónimo. Ezequiela é uma mulher invulgar, tendo em conta que
muda de corpo de vez em quando, embora sempre humana, mas um
dia negra, outro branca, esquimó, indiana, homem etc. A partir deste
conto podemos concluir que Ezequiela era uma mulher, diferente,
calma, compreensiva, e vive conformada com o facto de mudar
constantemente de corpo. Jerónimo, seu marido, é um homem que
lida diariamente com as transformações de Ezequiela, e que aprende,
com essa constante metamorfose, a amar todas as formas e volumes
de Ezequiela, ou seja, é um homem compreensivo e apaixonado pela
“metamorfoseante” Ezequiela.

3- De todo o conto destaco apenas estas três expressões:

-“…ele e ela, os dois e ambos.” – Porque de uma maneira repetitiva


pretende acentuar o facto de este casal ter unido destinos.

-“…Ezequiela acordou esquimó, peles amareladas, olhos repuxados


em ângulo e esquina.” – Esta expressão é curiosa pois o narrador
brinca com o facto de os esquimós terem os olhos rasgados.

-“E amava todas as formas, volumosas, transilíneas, tamanhosas, ou


reduzidas.” – É admirável o facto de Jerónimo se conformar com a
constante metamorfose da mulher e aprender a amá-la fosse qual
fosse a sua forma.

4- “ Mas, estranhamente: ela sempre ela, sempre Ezequiela. E


Jerónimo a foi aceitando, transitável mas intransmissível. No início,
lhe custava esse acerto e reacerto. Mas depois até encontrou gosto
nesse jogo de reencorpagem. E amava todas as formas, volumosas,
transilíneas, tamanhosas ou reduzidas. Até dava jeito: ele era o
polígamo mais monógamo do universo.” – Para mim este parágrafo
significa o amor que o Jerónimo sentia pela mulher, Ezequiela, e o
facto do mesmo se ter conformado com a metamorfose constante da
sua esposa e de mesmo assim não ter deixado de a amar, pois afinal
era sempre Ezequiela.
5- O título, “Ezequiela, a humanidade”, serve um pouco como moral
da história, pois a personagem, Ezequiela, no fundo, simboliza a
humanidade, pois muda de corpo constantemente como se
representasse todas as pessoas do mundo, brancos, negros,
esquimós, indianos, homens, etc. Toda uma variedade de raças,
culturas, mas que nesta história quer passar a mensagem de que
apesar de haver muitas pessoas diferentes neste mundo, não
deixamos de ser todos iguais no interior, tal como Ezequiela nunca
deixou de ser Ezequiela apesar das transformações.

6- O final é, para mim, um tanto ou quanto confuso, se bem que


possa dar várias interpretações, pois este termina com Jerónimo,
marido de Ezequiela, a perguntar a um ser igual a ele se era
Ezequiela enquanto este outro ser responde de uma forma
inconclusiva dado que fica meio incrédulo quando este o questiona e
pergunta se não reconhece o seu marido, dirigindo-se ao outro como
Ezequiela.

7- (imagem a ser apresentada durante a apresentação oral).

8- O ponto mais importante nesta narrativa é a ideia central, ou seja,


a ideia que o conto quer transmitir às pessoas através da história de
Ezequiela. Que a humanidade é feita de inúmeras pessoas de
diversas raças. E que, tal como Jerónimo, temos que aprender a lidar
com as diferenças, porque, embora elas existam, no interior de cada
ser humano há a igualdade absoluta, ou seja, somos todos, a
Humanidade.

9- Na apresentação oral deste conto de Mia Couto, tenciono


apresentar da seguinte forma:

- Começar por explicar o que me chamou a atenção no título, para


optar por esta escolha.
- Fazer uma síntese da acção, para os meus colegas conseguirem
perceber em que consiste este conto.

- Dar a minha opinião relativamente à mensagem que o conto


pretende passar ao leitor.

- Mostrar o desenho que concluí baseado nesta narrativa e explicar o


seu significado.

- Em seguida, pretendo mostrar um objecto que se relaciona com o


texto e explicar o seu significado relativamente ao contexto da
narrativa.

- E terminarei a minha apresentação com um excerto do conto de que


mais gostei.

10- Este conto, tendo um final aberto, inconclusivo, dá-nos a


liberdade de o podermos interpretar de várias maneiras. Apesar disso
gostei bastante desta leitura, podendo referir que não me arrependo
de o ter escolhido, embora também gostasse bastante de ter
apresentado outros, de que também muito gostei. Posso realçar que
este conto tem uma moral universal, querendo com isto dizer que o
que se pode reter desta narrativa serve para toda a humanidade.
Devemos encarar um qualquer ser de igual forma que encaramos um
outro, na medida em que este tem os mesmos direitos e deveres que
os outros.

Joana Marques Nº15 10º F

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