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1. Introdução.
Mas que poderes (ou técnicas de poderes) são estes, tão alheios em sua
natureza ao poder soberano do Estado? São formas de poder que incidem
diretamente sobre a vida, e que podem se manifestar, conforme os seus
"focos" de incidência, sob a forma de disciplina e sob a forma de
biopolítica.
Esse projeto, evoca, por fim, a prosa quase poética de Italo Calvino que,
para aplacar a curiosidade do grande Kublai Khan diante dos mistérios de
seu vasto império (e, por que não dizer, diante dos mistérios da própria
vida), coloca na boca do viajante Marco Polo o seguinte diagnóstico:
"O inferno os vivos não é algo que será; se existe, é aquele que já está
aqui, o inferno no qual vivemos todos os dias, que formamos estando
juntos. Existem duas maneiras de não sofrer. A primeira é fácil para a
maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte deste até o ponto
de deixar de percebê-lo. A segunda é arriscada e exige atenção e
aprendizagem contínuas: tentar saber reconhecer quem e o que, no meio
do inferno, não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço." [xxxix]
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BODIN, Jean. Les six livres de la Republique. Paris: Fayard, 1985. Vol. I -
VI.
CALVINO, Italo. As cidades invisíveis. Trad. Diogo Mainardi. São Paulo: cia.
das letras, 1990
FONSECA, Ricardo Marcelo. Modernidade e contrato de trabalho: do
sujeito de direito à sujeição jurídica. São Paulo: LTr, 2002.
[iii] BODIN, Jean. Les six livres de la Republique. Paris: Fayard, 1985. Vol.
I - VI.
[xxiii] PERBART, Peter Pál. Vida capital: ensaios de biopolítica. São Paulo:
Iluminuras, 2003, p. 58.