Celebração Penitencial

Cântico inicial

Introdução:
Estamos aqui reunidos com aquilo que somos e com aquilo que temos.
Somos homens e mulheres, criados à imagem de Deus.
Somos filhos e filhas de Deus.
Somos fruto do Seu Amor manifestado aos nossos pais.
Somos uma parte do Seu Povo a caminho d’Ele.

Mas também somos limitados na correspondência ao Seu Amor.

Somos pecadores porque nos afastamos d’Ele.
Somos pecadores porque quisemos ser felizes sozinhos.

Temos um grande desejo de crescer e de estar em comunhão com Deus e com os irmãos.
No nosso coração temos uma grande ânsia de Infinito – de Deus.
Mas também temos muitas divisões e frisuras em nós.
Há muitos ramos secos em nós.

Elevemos a nossa oração até Deus, suplicando-Lhe misericórdia e compaixão.

Oração:
Oremos!
Senhor, tu nos convidaste a escutar a tua Palavra e a deixarmo-nos transformar por ela.
Nós te pedimos: liberta-nos do medo que nos impede de reconhecer a nossa realidade de
pecado e que não nos permite experimentar a tua misericórdia e participar na alegria do
banquete que tens preparado para cada um de nós.

Salmo 42
Como o veado suspira pelas águas correntes,
assim a minha alma anseia por Ti, ó meu Deus!
A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo:
quando voltarei a ver a face de Deus?

As lágrimas são o meu pão, noite e dia,

e durante todo o dia me perguntam:
«Onde está o teu Deus?»

Começo a recordar as coisas

e a minha alma deterre-se dentro de mim:
quando eu passava, à frente do grupo,
em direcção à casa de Deus,
em gritos de alegria e louvor,
no barulho da festa.

Porque te curvas, ó minha alma,

gemendo dentro de mim?
Espera em Deus, eu ainda O hei-de louvar:

«Salvação da minha face e meu Deus!»

A minha alma curva-se dentro de mim,
e por isso eu me lembro de Ti,
desde a terra do Jordão e do Hermon,
de ti, ó pequena montanha.

Grita um abismo a outro abismo

com o fragor das tuas cascatas;
as tuas vagas todas e as tuas ondas
passaram sobre mim.

De dia O Senhor envia o seu amor,

e durante a noite
eu vou cantar uma prece
ao Deus da minha vida.

Vou dizer a Deus: «Meu rochedo,

porque Te esqueces de mim?
Porque devo andar pesaroso
sob a opressão do inimigo?»

Esmigalhando-me os ossos,
os meus opressores insultam-me,
perguntando durante todo o dia:
«Onde está o teu Deus?»

Porque te curvas, ó minha alma,

gemendo dentro de mim?
Espera em Deus, eu ainda O louvarei:
«Salvação da minha face e meu Deus!»

Glória ao Pai...

Aclamação à Palavra de Jesus:

Boa Nova de Jesus Cristo segundo S. João (Jo 4,5-19)

Jesus tinha que atravessar a Samaria. Chegou, então, a uma cidade da Samaria chamada
Sicar, perto do campo que Jacob tinha dado a seu filho José. Estava ali o poço de Jacob.
Cansado da viagem, Jesus sentou-Se junto do poço. Era quase meio-dia. Então chegou uma
mulher da Samaria para tirar água. Jesus pediu-lhe: «Dá-Me de beber». (Os discípulos
tinham ido à cidade para comprar mantimentos). A samaritana perguntou: «Como é que Tu,
sendo judeu, me pedes de beber a mim que sou samaritana?» (De facto, os judeus não se
dão bem com os samaritanos). Jesus respondeu: «Se conhecesses o dom de Deus e quem te
pede de beber, tu é que Lhe pedirias. E Ele dar-te-ia água viva».
A mulher disse a Jesus: «Senhor, não tens um balde e o poço é fundo. De onde vais tirar a
água viva? Certamente não pretendes ser maior do que o nosso pai Jacob, que nos deu este
poço, do qual ele bebeu com seus filhos e animais!» Jesus respondeu: «Quem bebe desta
água volta a ter sede. Mas aquele que beber a água que Eu vou dar, nunca mais terá sede. E
a água que Eu lhe darei vai tornar-se dentro dele uma fonte de água que jorra para a vida
eterna». A mulher disse a Jesus: «Senhor, dá-me dessa água, para que nunca mais tenha
sede nem precise vir aqui tirá-la».
Jesus disse à samaritana: «Vai chamar o teu marido e volta aqui». A mulher respondeu:
«Não tenho marido».
Jesus disse: «Tens razão em dizer que não tens marido. De facto, tiveste cinco maridos. E o
homem que agora tens não é teu marido. Nisso disseste a verdade». A mulher então disse a
Jesus: «Senhor, vejo que és um profeta!
Palavra da Salvação

Momento de reflexão individual:

A vida de cada um de nós pode ser comparada com o cântaro da Samaritana.

O cântaro é levado debaixo do braço, bem junto ao coração daquele/daquela que o leva; no
regresso da fonte é levado à cabeça ou no braço, bem apertado ao coração. Ele vai à fonte
vazio, para ser enchido de água. Não lhe basta ir vazio. Ele tem de estar limpo de toda e
qualquer impureza ou sujidade. Se assim não for, estragará a água pura e cristalina que
recebeu.
A nossa vida caminha em direcção à fonte que é Deus. Ele leva-nos nos seus braços, bem
pertinho do seu coração. No regresso, leva-nos ao alto ou ainda mais perto do seu coração.
Ele preocupa-se em manter-nos limpos e puros. Para tal derrama gratuitamente a sua graça
sobre cada um/uma de nós: primeiro no baptismo, depois na eucaristia, sempre que
necessário no sacramento da reconciliação e por fim na unção dos doentes.

Por vezes e por nosso desleixo acontece que em vez de enchermos o cântaro da nossa vida
com água, enchemo-lo de muitas outras coisas. Por isso nem sempre há espaço para a água,
para o essencial.
O que é que enche o cântaro da minha vida?
Água? E como é que essa água?
Lixo? Que tipo de lixo?

Antes de encher o cântaro com água é costume enxaguá-lo, limpá-lo das impurezas que foi
acumulando porque esteve vazio e destapado.
Que impurezas é que há na minha vida e devem ser limpas?

Ás vezes acontece que esqueço-me que o meu cântaro e o cântaro dos outros é de barro.
Descuido-me e bato com ele na parede ou deixo-o tombar, provocando nele brechas e
rachas por onde se perde a água que eu ou Deus através dos outros lá deitamos. E assim
desperdiço inutilmente o dom da vida.
Quais são as brechas que há em mim e através das quais desperdiço a minha vida?

O cântaro tem uma única abertura por onde entra a água e por onde se tira a água. Mas tem
também uma tampa que é colocada para manter a água limpa e fresca.
A minha vida também tem uma abertura para Deus, para os outros e para mim.
Como é a minha abertura? Sempre aberta, semi-fechada, completamente fechada? Ou
aberta de vez em quando?

O cântaro tem também uma ou mais asas que ajudam a agarrá-lo melhor.
A que é que eu me agarro na vida? A Deus? Aos outros? Unicamente a mim mesmo?
Como é que eu me agarro?
Permito que outros encontrem em mim um apoio a quem se agarram e se segurem quando
se sentem fracos e débeis?
O cântaro é para ser enchido e se esvaziar, dando-se aos que têm sede... É para ir à fonte,
mesmo que corra o risco de tombar e de se quebrar... É para estar só, a um canto fresco da
cozinha, mas também para estar entre os homens e mulheres que necessitam de água... É
para estar deitado, mas sobretudo para estar em pé...
A vida que tenho é para ser vivida, partilhada e gasta com e para os outros... Gozando
também momentos de silêncio e de solidão...
Como é que vivo o projecto de Deus para mim?
O que é que me impede realizá-lo e vivê-lo no meu dia-a-dia?

Eu e o meu cântaro...

Momento para o encontro com Deus no Sacramento da Reconciliação

Absolvição:
Senhor, tu és um Deus misericordioso e compassivo e por isso procuras-nos quando nos
perdemos ou nos afastamos de ti, esperas pacientemente pela nossa vinda e vens ao nosso
encontro quando nos vês voltar de coração contrito e arrependido.
A tua misericórdia supera todos os limites e barreiras que o nosso pecado constrói e a
Alegria do Perdão faz-nos sentir que nos amas como pecadores.
Nós te pedimos: concede-nos a tua misericórdia e o teu perdão que nos faz sentir e
experimentar que fomos libertados de tudo aquilo que nos oprime e não nos deixa
participar no banquete que preparaste para nós.

E Deus que é Pai perdoa os nossos pecados, através do seu Filho + Jesus Cristo conduz-
nos até Ele e com a força do Espírito Santo ajuda-nos a não tornar a pecar.

Abraço da Paz

Pai-nosso

Bênção final
É Deus que através de seu Filho Jesus Cristo nos diz:
“Levanta-te. Os teus pecados foram-te perdoados. Vai e não tornes a pecar!”
nos abençoe e nos livre de todo o mal:
Deus Pai, Deus Filho + e Deus Espírito Santo. Amem.

Cântico final