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A ESCOLA DOS GATOS

Antnio Torrado
escreveu e Cristina Malaquias ilustrou

Dantes, os ces e os gatos eram amigos. Tanto assim


era que, uma vez, um co pediu a um gato para ir com ele escola. Que escola? A escola dos gatos, j se v. Gostava de saber fazer o que vocs fazem disse o co. Gostava de aprender a miar, a trepar s rvores... O gato aceitou o novo colega e levou-o para o meio da gataria que andava a aprender. Mas o co era muito distrado. No s dava pouca ateno s aulas como faltava muito. E chegava sempre atrasado. Perdia que tempos at chegar escola. Pelo caminho, junto de cada rvore, alava a perna... Ora, quando se tem de chegar a horas, no se pode perder tempo com distraces destas. 1
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Uma vez, chegou escola j depois de ela ter fechado. Para onde foram os meus amigos gatos? perguntou ele professora, que ia a sair. Procura respondeu a professora e foi sua vida. O co baseou-se no pouco que at a tinha aprendido. Farejou para um lado, farejou para o outro e encontrou um rasto de gato. Sempre de focinho no cho, chegou ao p de uma rvore. Ia fazer o que costumava fazer junto de cada rvore, quando ouviu um risinho por cima da sua cabea. Era o gato que o tinha inscrito na escola dos gatos. Do que que ests a rir ? perguntou-lhe o co. De ti respondeu o gato. s um palono. No sou nada protestou o co. s um burro continuou o gato. No sou nada irritou-se o co. s um desqualificado insistiu o gato. No sou nada zangou-se o co. E comeou a ladrar, de patas fincadas ao tronco da rvore. Vs disse-lhe o gato. Se tivesses sido um bom aluno, j sabias trepar s rvores como eu sei. O co desesperou-se, mas j era tarde. Nunca iria aprender a miar e a subir s rvores. Por culpa sua. E o co e o gato deixaram de ser amigos.

FIM

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