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31/05/2009

follow up viquiano

no post scienza nuova eu havia saudado a publicação de uma seleta dos princípios
de ciência nova, de giambattista vico, pela ícone. chegou o volume que encomendei.

na ficha catalográfica do livro consta "título original: the first new science", e
na página de rosto consta "tradução do texto original italiano: principii di
scienzia [sic] nuova", "tradutor: professor sebastião josé roque".

além dessa discrepância, há uma outra: o que os viquianos chamam de "primeira


ciência nova" é a edição de 1725. a ciência nova que acabou se firmando é de 1744,
totalmente diferente da de 1725. o conteúdo da seleta do professor sebastião josé
roque pertence não à "primeira" ciência nova e sim à de 1744.

a tradução padece de vários problemas e o resultado geral apenas confirma a alta


complexidade e árdua compreensão do texto viquiano. mas o que aqui importa é que
se trata de uma tradução de direito próprio.

imagem: frontispício da obra

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30/05/2009
pinóquio

ainda na linha dos estudos comparados, existe uma interessante dissertação de


mestrado de lucia maria pinho de valhery jolkesky, apresentada ao programa de
estudos de tradução da ufsc em 2007. chama-se legibilidade de diálogos: a
colocação de pronomes nas traduções brasileiras de pinóquio de 2002, disponível no
portal do mec.

a análise, bastante técnica, aborda três traduções de pinóquio, de carlo collodi,


a saber: de marina colasanti, de gabriella rinaldi e de pietro nassetti. são
analisados 20 excertos, e ao final há um quadro sinóptico por tradutor, além de um
breve perfil biográfico de cada um deles.

no "Anexo F – Quadro sinóptico da colocação pronominal na tradução de Nassetti",


na coluna da direita, encontram-se diversas observações interessantes sobre várias
opções pouco usuais no português do brasil, numerosas ocorrências de mistura de
tratamento de segunda e terceira pessoa, contrações de pronomes diretos e
indiretos não muito usadas em nossas bandas e outras peculiaridades.

e a dissertação traz também uma raridade, coisa que tanta gente se perguntava:
quem é pietro nassetti?

"Anexo J – Biografia de Pietro Nassetti


Pietro Nassetti nasceu em Parma, Itália, no final da 2ª. Guerra Mundial. Aos 23
anos emigrou para o Brasil, morou em São Paulo, onde se formou em odontologia pela
Universidade de São Paulo. Abriu um consultório na região do ABC paulista. Foi um
pesquisador de terapias holísticas. Na década de 80 entrou em contato com a
filosofia univérsica, uma visão de mundo holística criada pelo brasileiro Huberto
Rohden. A partir de 1996 começou a realizar trabalhos de tradução para a Editora
Martin Claret, principalmente do italiano, inglês e francês. Faleceu após longa
enfermidade em janeiro de 2005.
Informações fornecidas por Rosana Citino, Assistente Editorial, via internet, em
26/08/2005."

imagem: enrico mazzanti, pinóquio, 1883

Postado por denise 3 comentários


29/05/2009
a luta pelo direito

a luta pelo direito, de rudolf von ihering (1818-92), é daquelas obras que fazem
parte da bibliografia obrigatória de todos os cursos de direito. foi uma
conferência apresentada pelo jurista alemão em 1872, em viena, e no mesmo ano
publicada em livro. foi um tremendo sucesso e, passado pouco tempo, já era tido
como um marco na história do pensamento jurídico alemão.

sua primeira tradução para o português foi feita por joão vieira de araújo, da
chamada escola de recife, e publicada em 1885. depois saiu outra, feita por josé
tavares bastos, com prefácio de clóvis beviláqua (não sei a data certa, mas o
prefácio traz o ano de 1909). aqui na frase do dia já tem uma canja do tavares
bastos.

também em 1909 saiu em portugal uma tradução feita por joão de vasconcellos. a
principal diferença em relação às duas traduções brasileiras é que essa tradução
portuguesa tomou como base o original revisto por ihering em 1888, que eliminava
os parágrafos iniciais e trazia um prefácio todo sério, mas também muito simpático
e espirituoso. (depois, na edição de 1891, ele vai fazer alguns acréscimos finais
no próprio prefácio, muito bonitos, uma homenagem póstuma a uma amiga, frau
auguste von littrow-bischoff.)

a tradução mais corrente no brasil, seja lá por que razão for, é justamente essa
portuguesa de joão de vasconcellos (também grafado como joão de vasconcelos ou
joão vasconcelos), em incontáveis reedições pela forense. a de tavares bastos
também é bastante conhecida, até por conta da apresentação de beviláqua e da
inclusão do longo prefácio de leopoldo alas à edição espanhola - hoje em dia está
disponível para download. curiosamente, a tradução de joão vieira, nome importante
na história do pensamento jurídico brasileiro, aliás citada pelo próprio ihering
no prefácio de 1891 e que está em domínio público faz um tempão, não se encontra
disponível para download nem no portal do mec.

existem outras ainda, assinadas por: vicente sabino jr.; henrique de carvalho;
joão cretella jr. e agnes cretella; roberto de bastos léllis; richard paul neto;
mário de méroe; silvio donizete chagas; ricardo rodrigues gama; edson bini; ivo de
paula; pietro nassetti; heloísa da graça burati.

como a cultura não se constrói sozinha nem se compra em pacotinhos na esquina,


acho legal acompanhar esse desenvolvimento de nossas letras jurídicas. acho legal,
por exemplo, que já no começo de 1885 estivesse publicada em recife a tradução de
joão vieira. acho legal também que tantos juristas se debruçassem fisicamente
sobre as obras, queimassem as pestanas e pusessem isso em língua que as gentes
daqui entendiam. hoje em dia não sei se é bem assim, mas acho esses antecedentes
interessantes, até, digamos, edificantes. egrégios exemplos da construção de um
patrimônio cultural brasileiro e provas vivas da atividade das cabeças pensantes
d'antanho.

esse introitozinho é porque na semana que vem vou apresentar umas duas ou três
traduções (?) de a luta pelo direito publicadas em data recente.

imagem: wikimedia commons


Postado por denise 1 comentários
por onde anda otelo

o otelo de "jean melville", pela editora martin claret - que, como vimos, parece
uma montagem das soluções tradutórias de cunha medeiros/oscar mendes com vários
pespontos de barbara heliodora - anda trafegando um pouco pelas escolas e
bibliotecas:

www.cptl.ufms.br/ded/EncontroLetrasI/html/PDF/PDF%20ARTIGOS/221a.pdf
www.filologia.org.br/revista/37/03.htm
http://ceul.ufms.br/ded/EncontroLetrasI/html/PDF/PDF%20ARTIGOS/241a.pdf
www.michelangelo.edu.br/scripts/sqlweb/sysbweb.exe/busca_html?alias...%22MARTIN%20
CLARET%22/...
www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a213689
7.xml
www.colegiopentagono.g12.br/lista2008/lista_material_8_ano.pdf
http://www2.pucpr.br/reol/index.php/PA?dd1=442&dd99=pdf
www.bce.unb.br/documentos/Boletimv1n3-2009.pdf
www.michelangelo.edu.br/scripts/sqlweb/sysbweb.exe/dados_completos_html?codigo=449
4&alias=sysbibli
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2405 --

imagem: www.shillpages.com

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28/05/2009
ufa, menos mau

uma das melhores coisas do mundo é desfazer mal-entendidos, penso eu.

duas obras de tradução tinham me deixado meio confusa: memórias de sherlock holmes
e aventuras de sherlock holmes, de conan doyle, publicadas pela editora martin
claret, sendo que pelo menos uma delas lhe teria sido supostamente licenciada pela
editora melhoramentos.

mas não, não é isso não. ontem recebi mensagem da editora melhoramentos,
explicando que:

"Houve um equívoco na informação enviada a respeito da cessão de direitos autorais


sobre a obra Memórias de Sherlock Holmes.
A Editora Melhoramentos não assinou nenhum contrato de cessão de direitos autorais
sobre as obras de Sherlock Holmes com a Editora Martin Claret."

que bom, um mistério a menos. o sr. joaquim machado e o sr. carlos chaves podem
continuar em paz, com seus direitos devidamente protegidos pela editora
melhoramentos, à qual agradeço a gentileza em atender a uma leitora perplexa.

agora é torcer para que a editora martin claret, por seu lado, desvende para nós
leitores os mistérios sherlockianos de john green e jean melville.

imagem: www.ontariocondolaw.com
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27/05/2009
the books

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26/05/2009
otelo comparado

mais uma para quem gosta de análise comparada.

“A thing such as thou”: a representação dos personagens negros nas traduções das
obras de William Shakespeare para o português do Brasil , dissertação de mestrado
de márcia paredes nunes apresentada ao departamento de letras da puc-rio em março
de 2007, é uma cuidadosa análise comparada de diferentes traduções brasileiras de
três obras de shakespeare.

uma delas, otelo, é estudada em sete traduções diferentes: onestaldo de pennafort,


carlos alberto nunes, cunha medeiros e oscar mendes, péricles eugênio da silva
ramos, barbara heliodora, beatriz viégas-faria e jean melville. em prosa são as de
cunha medeiros/oscar mendes, beatriz viégas-farias e jean melville.

a autora traça um perfil de cada tradutor analisado, com uma ressalva no caso de
jean melville: "Infelizmente não foi possível localizar informações a respeito de
Jean Melville, além dos títulos de livros traduzidos que constam no site da
editora [martin claret]. Embora contactada, esta não forneceu dados sobre o
tradutor".

a partir da p. 155, a dissertação se debruça especificamente sobre a análise de


otelo. reproduzo aqui os trechos selecionados pela autora. para simplificar a
leitura, eliminei a referência às páginas de cada edição e numerei de 1 a 7 os
nomes dos diversos tradutores. salta aos olhos a identidade única e inconfundível
de seis das sete traduções analisadas por márcia p. nunes. a exceção é a de jean
melville. dei destaque em alaranjado e verde às fontes a meu ver escancaradamente
utilizadas na colcha de retalhos publicada pela martin claret.

IAGO
He, in good time, must his Lieutenant be,
And I - God bless the mark!- his Moorship's Ancient. (I. i. 32-3)
As traduções são as seguintes:
1. Onestaldo de Pennafort
Valha-me Deus! Alfeireiro, só, de Sua Senhoria Amoriscada.
2. Carlos Alberto Nunes
vai tornar-se tenente, enquanto que eu – Deus me perdoe! – continuarei sendo do
Mouro o alferes.
3. Cunha Medeiros/Oscar Mendes
Ele, em troca, esse fazedor de adições, será tenente quando o momento chegar; e eu
continuo alferes (Deus bendiga o título!) de Sua Senhoria Moura.
4. Péricles Eugênio da Silva Ramos
Ele é que na hora certa, deverá ser o lugar-tenente, e eu, Deus nos valha! o
alferes de Sua Senhoria, o Mouro.
5. Barbara Heliodora
Pois ele, agora, é que será tenente, E eu, por Deus, alferes do ilustríssimo.
6. Beatriz Viégas-Faria
E eu… Deus abençoando minha boa mira!..., continuo sendo o alferes de sua
majestade, o Mouro.
7. Jean Melville
Ele, em troca, será tenente quando o momento chegar; e eu continuo alferes (Deus
bendiga o título!) de Sua Senhoria Moura.

RODERIGO.
What a full fortune does the thick-lips owe,
If he can carry’t thus! (I. ii. 67-8)
O trecho foi traduzido da seguinte forma:
1. Onestaldo de Pennafort
RODRIGO (distraído) Que sorte a dele, então, se com aquelas beiçolas, consegue
abocanhá-la!
2. Carlos Alberto Nunes
Que sorte a desse tipo de lábios grossos, se puder, realmente, levar isso até o
fim.
3. Cunha Medeiros/Oscar Mendes
Que sorte sem igual terá o homem de lábios grossos, se conseguir levar assim essa
vantagem!
4. Péricles Eugênio da Silva Ramos
Grande sorte a daquele beiços grossos se puder alcançar vitória em tudo.
5. Barbara Heliodora
Mas que sorte total tem o beiçudo, Se ganha esta!
6. Beatriz Viégas-Faria
Se conseguir sair ileso dessa, o Lábios Grossos vai ficar devendo sua sorte ao
destino.
7. Jean Melville
Que sorte sem igual terá o homem de lábios grossos, se ganha esta!

IAGO. ‘Zounds, sir, you’re robb’d! For shame, put on your gown;
Your heart is burst, you have lost half your soul;
Even now, now, very now, an old black ram
Is tupping your white ewe. Arise, arise!
Awake the snorting citizens with the bell,
Or else the devil will make a grandsire of you.
Arise, I say! (I. 87-93)
Apresentamos agora as versões:
1. Onestaldo de Pennafort
Agora, neste instante, agora mesmo, um velho carneiro negro está cobrindo a vossa
ovelhinha branca! De pé, de pé! Mandai tocar a rebate! Despertai os burgueses de
seu ronco! Rápido! Rápido! Enquanto o diabo, num esfregar de olhos, não vos faz um
neto!
2. Carlos Alberto Nunes
Agora mesmo, neste momento, um velho bode negro está cobrindo vossa ovelha branca.
Tocai o sino, para que despertem os cidadãos que roncam; do contrário, o diabo vos
fará ficar avô.
3. Cunha Medeiros/Oscar Mendes
Agora mesmo, neste instante, neste momento mesmo, um velho bode negro está
cobrindo vossa ovelha branca. De pé! De pé! Despertai ao som de um sino os
cidadãos que estão roncando, ou caso contrário, o diabo vai fazer de vós um avô.
4. Péricles Eugênio da Silva Ramos
Agora, bem agora, agora mesmo, velho e negro carneiro está cobrindo a vossa ovelha
branca. Erguei-vos, ei, erguei-vos! Os cidadãos que roncam, despertai-vos com o
sino. Senão irá o demônio fazer de vós avô. Oh, digo, levantai-vos!
5. Barbara Heliodora
Neste momento um bode velho e preto cobre a sua ovelhinha; venha logo. Vá
despertar com o sino os que dormiam, senão o demo vai fazê-lo avô.
6. Beatriz Viégas-Faria
Neste instante mesmo, agora, agorinha, um bode preto e velho está cobrindo sua
ovelhinha. –Levantai-vos, rebelai-vos! – Acorde com o toque de sino os cidadãos
que ora roncam, pois do contrário o diabo vai lhe dar netos.
7. Jean Melville
Agora mesmo, neste momento, um bode velho e negro está cobrindo vossa ovelha
branca. Venha logo! Despertai ao som de um sino os cidadãos que dormem, ou caso
contrário, o diabo vai fazer de vós um avô.

IAGO. ‘Zounds, sir, you are one of those that will not serve God, if the
devil bid you. Because we come to do you service and you think we are
ruffians, you'll have your daughter covered with a Barbary horse;
you'll have your nephews neigh to you; you'll have coursers for cousins,
and jennets for germans. (I. I. 109-4)
Apresentamos agora as respectivas traduções:
1. Onestaldo de Pennafort
(...) o resultado é que vereis a vossa filha coberta por um cavalo da Berberia.
Quereis que os vossos netos relinchem para vos pedir a benção? Agrada-vos uma
parentela de corcéis e ginetes? 2. Carlos Alberto Nunes
(...) quereis que vossa filha seja coberta por um cavalo berbere e que vossos
netos relinchem atrás de vós? Quereis ter cordéis como primos e ginetes como
parentes?
3. Cunha Medeiros/Oscar Mendes
(...) deixareis que vossa filha seja coberta por um cavalo da Barbaria? Estais
querendo ter netos que relincharão em vosso rosto! Acabareis tendo corcéis como
primos e ginetes como parentes.

4. Péricles Eugênio da Silva Ramos


(...) tereis vossa filha coberta por um cavalo da Barbaria, tereis vossos netos
rinchando para vós, tereis corcéis por descendência e ginetes por parentes.
5. Barbara Heliodora
(...) terá sua filha coberta por um garanhão da Barbaria; terá netos que
relincham, terá corcéis por primos e ginetes por consangüíneos.
6. Beatriz Viégas-Faria
(...) terá um cavalo berbere cobrindo sua filha; terá seus sobrinhos relinchando
para o senhor; terá corcéis por primos e ginetes por parentes.
7. Jean Melville
(...) deixareis que vossa filha seja coberta por um garanhão da Barbaria? Estais
querendo ter netos que relincham! Acabareis tendo corcéis como primos e ginetes
como parentes.

RODERIGO.
Your daughter, if you have not given her leave,
I say again hath made a gross revolt,
Tying her duty, beauty, wit, and fortunes
In an extravagant and wheeling stranger
Of here and everywhere. (I. i. 134-8 )
As versões brasileiras são:
1. Onestaldo de Pennafort
Mas vossa filha, repito-o, se não lhe destes licença para tanto, cometeu uma grave
falta sacrificando honra, beleza, posição e nobreza, a um estrangeiro nômade, sem
eira nem beira.
2. Carlos Alberto Nunes
Vossa filha – de novo vos declaro – se não lhe destes permissão, mui grave pecado
cometeu, unindo o espírito, a beleza, o dever e seus haveres a um estrangeiro
andejo e desgarrado daqui e de toda parte.
3. Cunha Medeiros/Oscar Mendes
Vossa filha, se não a autorizastes, continuo dizendo, tornou-se culpada de grave
falta, sacrificando seu dever, sua beleza, seu engenho e sua fortuna a um
estrangeiro vagabundo e nômade, sem pátria e sem lar.
4. Péricles Eugênio da Silva Ramos
Vossa filha, se não lhe destes vênia, repito-o, perpetrou grossa revolta, ligando
seu dever, beleza, espírito e sorte a um estrangeiro errante e instável, daqui e
de toda parte.
5. Barbara Heliodora
Sua filha (sem sua permissão, Repito) fugiu-lhe com baixeza, Ligando herança,
espírito e beleza A um estranho errante e extravagante, Sem rumo certo.
6. Beatriz Viégas-Faria
Sua filha, se é que não recebeu a sua permissão, digo-lhe mais uma vez, rebelou-se
de modo grosseiro, vinculando sua submissão, sua beleza, sua inteligência e seus
dotes a um estranho extravagante e errático tanto por aqui como em qualquer lugar.
7. Jean Melville
Vossa filha, se não a autorizastes, continuo dizendo, tornou-se culpada de grave
falta, sacrificando seu dever, sua beleza, seu espírito e sua herança a um
estrangeiro extravagante e nômade, sem pátria e sem lar.

BRABANTIO. [...] Run from her guardage to the sooty bosom


Of such a thing as thou: to fear, not to delight. (I. ii.62-71)
Comparando as traduções, temos:
1. Onestaldo de Pennafort
BRABANTIO: [dirigindo-se a Otelo]
abandonar o lar paterno e se entregar aos braços ferrujentos de um ser tal como
tu, feito para inspirar terror e não prazer!
2. Carlos Alberto Nunes
fugir de seu guardião, para abrigar-se no seio escuro e cheio de fuligem de uma
coisa como é, mais feito para susto causar do que qualquer deleite.
3. Cunha Medeiros/Oscar Mendes
(…) fugido da tutela paterna para ir refugiar-se no seio denegrido de um ser como
tu, feito para inspirar medo e não deleite?
4. Péricles Eugênio da Silva Ramos
(...) fugido ao seu abrigo para buscar o seio de fuligem de alguém como és – de
dar receio, não prazer?
5. Barbara Heliodora
Haveria jamais (pra ser chacota) De fugir da tutela pro negrume De um peito como o
teu, que só traz susto?
6. Beatriz Viégas-Faria
(...) quando é que ela teria abandonado seu pai e protetor, correndo o risco de
ser motivo de zombaria geral, para aninhar-se no peito negro de uma coisa como
tu... figura que dá medo e não prazer?
7. Jean Melville
(...) ter fugido da tutela paterna para ir abrigar-se no seio escuro de um ser
como tu, feito para inspirar medo e não deleite?

DUKE. Let it be so.


Good night to everyone. And, noble signor,
If virtue no delighted beauty lack,
Your son-in-law is far more fair than black. (I. iii. 285-8)
Comparemos agora as traduções:
1. Onestaldo de Pennafort
DOGE (A Brabâncio):
Se o emblema da virtude é a alvura, eu asseguro, senhor, que o vosso genro é mais
branco que escuro.
2. Carlos Alberto Nunes
Muito nobre senhor, se de beleza a virtude não for destituída, mais belo é vosso
genro do que preto.
3. Cunha Medeiros/Oscar Mendes
Nobre signior, se é verdade que a virtude possui todo o brilho da beleza, vosso
genro é muito mais belo do que negro.
4. Péricles Eugênio da Silva Ramos
E, nobre signior Se a virtude confere formosura, Vosso genro tem mais beleza que
negrura
5. Barbara Heliodora
Seja tudo assim. Boa-noite a todos; meu nobre senhor, Se a virtude bonita é em seu
desvelo, Seu genro é menos negro do que belo.
6. Beatriz Viégas-Faria
E, meu nobre signior, se à virtude jamais faltasse encantadora beleza, seu genro
seria muito mais belo que negro.
7. Jean Melville
Nobre senhor, se é verdade que a virtude possui todo o brilho da beleza, vosso
genro é menos negro do que belo.

IAGO. (…) And what delight will she have to look on the devil?” (II. i. 216):
As versões brasileiras são:
1. Onestaldo de Pennafort
E que prazer podem os seus olhos encontrar na contemplação desse bruxo?
2. Carlos Alberto Nunes
E que deleite poderá encontrar na contemplação do demônio?
3. Cunha Medeiros/Oscar Mendes
E que prazer pode encontrar olhando para o demônio?
4. Péricles Eugênio da Silva Ramos
E que deleite tem ela para olhar no demônio?
5. Barbara Heliodora
E que prazer terá ela em olhar para o diabo?
6. Beatriz Viégas-Faria
E que deleite pode lhe advir de encarar o demônio?
7. Jean Melville
E que prazer pode encontrar olhando para o diabo?

IAGO: Come, lieutenant, I have a stoup of wine, and here without are a
brace of Cyprus gallants, that would fain have a measure to the health
of the black Othello. (II. iii. 25-7)
Vejamos as traduções:
1. Onestaldo de Pennafort
Vamos, meu tenente, tenho ali um canjirão de vinho e, lá fora, uns amigos aqui de
Chipre que, de bom grado, molhariam a garganta conosco para um brinde ao negro
Otelo.
2. Carlos Alberto Nunes
Vamos, tenente; tenho um quartal de vinho e aí fora um par de galantes chipriotas
que de bom grado beberiam à saúde do negro Otelo.
3. Cunha Medeiros/Oscar Mendes
Vamos, tenente, tenho um cântaro de vinho e, lá fora, estão esperando uns galantes
cipriotas que ficariam bem contentes, se pudessem beber à saúde do negro Otelo.
4. Péricles Eugênio da Silva Ramos
Vamos, lugar-tenente, eu tenho duas quartas de vinho e esperando do lado de fora
há um par de bravos cipriotas que beberiam de bom grado à saúde do negro Otelo.
5. Barbara Heliodora
Vamos, tenente, eu tenho um garrafão de vinho, e aqui fora há um par de galantes
de Chipre que gostariam de beber um gole à saúde do negro Otelo.
6. Beatriz Viégas-Faria
Venha, tenente, tenho uma garrafa de vinho. E lá fora estão um punhado de galantes
cipriotas que de bom grado tomariam uma dose à saúde do negro Otelo.
7. Jean Melville
Vamos, tenente, tenho um cântaro de vinho e, lá fora, estão esperando amigos de
Chipre que gostariam de beber à saúde do negro Otelo.
IAGO: Ay, there’s the point; - as to be bold with you,
Not to affect many proposed matches
Of her own clime, complexion, and degree,
Whereto we see in all things nature tends
Foh! One may smell in such a will most rank
Foul disproportion, thoughts unnatural. (III. 3. 230-33)
Os tradutores apresentaram as seguintes versões para essa fala:
1. Onestaldo de Pennafort
Aí é que pega o ponto! Sejamos francos: recusar propostas de casamento de ótimos
partidos, de patrícios da mesma cor e meio, ao contrário do que seria natural
2. Carlos Alberto Nunes
Sim, esse é o ponto. Para falar franco convosco: recusado haver propostas de
casamento de sua própria terra, estado e parentesco, em que se achara conforme em
tudo a própria natureza
3. Cunha Medeiros/Oscar Mendes
Sim, eis aí a coisa. Assim (permiti esta ousadia), tendo recusado tantos partidos
que apareciam e que possuíam todas as afinidades de pátria, de raça e de estirpe,
para os quais vemos que tendem todas as coisas da natureza
4. Péricles Eugênio da Silva Ramos
Sim, esse é o ponto; também (para ser ousado convosco) não querer muitas propostas
núpcias
de sua terra, cor e posição - para as quais tende a natureza em tudo – fora!
5. Barbara Heliodora
Esse é o problema; pois se ouso dizê-lo, Pois recusar tantos partidos bons, De sua
terra, compleição e grau, Para os quais apontava a natureza
6. Beatriz Viégas-Faria
Sim, esse é o ponto. Como! ... sendo eu atrevido por falar assim com o senhor...
para não desejar muitas propostas de casamento condizentes com seu próprio clima,
cor de pele, e condição social, conforme vemos ser o caso, em todas as coisas, da
tendência natural!
7. Jean Melville
Sim, eis o problema. Assim (ouso dizê-lo), tendo recusado tantos pretendentes e
que possuíam todas as afinidades de pátria, de raça e de grau, para os quais
apontavam todas as coisas da natureza, hum!

IAGO. But pardon me: I do not in position


Distinctly speak of her; though I may fear
Her will, recoiling to better judgement,
May fall to match you with her country forms,
And happily repent. (III.iii.235-9)
As versões brasileiras são:
1. Onestaldo de Pennafort
(...) recear que ela, caindo em si, comece a comparar-vos com os seus patrícios e
depois... quem sabe? Talvez acabe por se arrepender....
2. Carlos Alberto Nunes
chegue a recear que seus desejos possam vir dar de encontro a um juízo mais sadio
e com seus compatriotas confrontar-vos, levando-a, porventura, a arrepender-se.
3. Cunha Medeiros/Oscar Mendes
(...) embora possa temer que sua alma voltando a inclinações mais normais, chegue
a comparar-vos com pessoas de seu país e acabe, talvez, por sentir-se arrependida.
4. Péricles Eugênio da Silva Ramos
O que eu receio é que sua vontade, Recuando para um juízo mais maduro, Venha a vos
comparar com a aparência Dos conterrâneos dela e então arrepender-se.
5. Barbara Heliodora
(...) embora tema Que o seu desejo, pensando melhor, Recaia sobre alguém de seus
costumes, E se arrependa
6. Beatriz Viégas-Faria
Embora eu receie que a sua vontade, uma vontade inversa a um bom discernimento,
ainda venha a comparar o senhor com as formas da pátria dela e venha arrepender-
se.
7. Jean Melville
(...) embora possa temer que seu desejo, voltando a inclinações mais normais,
recaia sobre pessoas de seu país, talvez, por sentir-se arrependida.

OTHELLO.
Haply for I am black
And have not those soft parts of conversation
That chamberers have; or for I am declined
Into the vale of years- yet that’s not much - (III. iii.260-3)
Comparando as traduções, temos:
1. Onestaldo de Pennafort
Talvez por eu ser negro e não ter o falar adocicado e as maneiras suaves dos
galantes da corte... Ou quem sabe porque já vou descendo o vale inclinado dos
anos.... Mas por tão pouco
2. Carlos Alberto Nunes
Porque sou negro e de fala melíflua não disponho qual petimetre, ou porque já me
encontro no declive da idade – mas não tanto —
3. Cunha Medeiros/Oscar Mendes
Talvez porque seja negro e não tenha na conversação as formas flexíveis dos
intrigantes, ou então, porque esteja descendo o vale dos anos (embora nem tanto
assim)
4. Péricles Eugênio da Silva Ramos
Talvez por eu ser negro e sem as qualidades agradáveis de fala e de maneiras a
serviço dos homens elegantes ou porque declinei no vale já dos anos, embora ainda
não muito,
5. Barbara Heliodora
Quiçá por ser eu preto, E faltar-me as artes da conversa Dos cortesãos, ou por
estar descendo Para o vale dos anos – mas nem tanto ...
6. Beatriz Viégas-Faria
Talvez porque sou negro, e não tenho em mim aquelas partes suaves do diálogo que
têm os galanteadores, ou talvez porque já me encontro no outono da maturidade...
contudo, ainda longe do inverno da velhice...
7. Jean Melville
Talvez porque seja negro e não tenha na linguagem as formas flexíveis dos
cortesãos, ou então porque esteja descendo o vale dos anos (embora nem tanto)...

OTHELLO
I’ll have some proof. Her name, that was as fresh
As Dian’s visage, is now begrimed and black
As mine own face. (III. iii.387-9)
Os tradutores apresentaram as seguintes versões para a fala:
1. Onestaldo de Pennafort
Quem me dera uma prova! O nome dela, que antes era límpido como a face de Diana,
se enegreceu como o meu próprio rosto.
2. Carlos Alberto Nunes
O nome dela, que era tão singelo como o rosto de Diana, ora se encontra como o meu
próprio rosto: negro e sujo.
3. Cunha Medeiros/Oscar Mendes
O nome dela, que era puro como o rosto de Diana, está agora embaciado e negro como
meu rosto...
4. Péricles Eugênio da Silva Ramos
Meu nome, que era tão viçoso como o rosto De Diana, está agora conspurcado e negro
Como o meu próprio rosto.
5. Barbara Heliodora
Quero prova: meu nome era tão claro Como o de Diana casta; e ora é tão negro
Quanto o meu rosto:
6. Beatriz Viégas-Faria
O nome dela, antes puro como a face de Diana, vejo-o agora enegrecido, escuro como
meu próprio rosto.
7. Jean Melville
O nome dela, que era puro como o rosto de Diana, está agora negro como meu
rosto...

OTHELLO
Damn her, lewd minx! O, damn her!
Come, go with me apart; I will withdraw,
To furnish me with some swift means of death
For the fair devil. (III. iii. 476-8)
1. Onestaldo de Pennafort
Antes maldita seja! Maldita! descarada! dissoluta! Vamos lá para dentro. Quero
assentar contigo um meio fulminante de dar a morte àquele belo diabo.
2. Carlos Alberto Nunes
Que baixe para o inferno essa lasciva prostituta! Que baixe para o inferno! Fica à
parte comigo; retirar-me desejo, para refletir nalguma modalidade suave de
extermínio para esse belo diabo.
3. Cunha Medeiros/Oscar Mendes
Oh, que ela seja condenada! Vamos, afastemo-nos daqui! Vou retirar-me para
encontrar meios de morte rápidos para o encantador demônio.
4. Péricles Eugênio da Silva Ramos
Que o inferno a leve, luxuriosa mulher à toa! O inferno a leve! A perdição a leve!
Vamos, vinde comigo à parte. Eu me retiro para munir-me de alguns meios rápidos de
morte para o belo diabo. 5. Barbara Heliodora
Maldita seja a rameira: maldita! Vamos, venha comigo e, em segredo Hei de achar
meios de matar depressa A bela infame.
6. Beatriz Viégas-Faria
Maldita seja ela, mulherzinha descarada, indecente e lasciva. Oh, maldita seja
ela! Vamos, acompanha-me, separemo-nos dos outros. Vou retirar-me para suprir
minha imaginação com alguns meios rápidos de morte para aquele lindo demônio (p.
102)
7. Jean Melville
Maldita seja a rameira! Oh, que ela seja condenada! Vamos embora daqui! Vou
retirar-me para encontrar meios de morte rápidos para a bela.

OTHELLO
This argues fruitfulness and liberal heart:
Hot, hot, and moist: this hand of yours requires
A sequester from liberty, fasting and prayer,
Much castigation, exercise devout;
For here’s a young and sweating devil here,
That commonly rebels. ‘Tis a good hand,
A frank one. (III. iv. 34-40)
As versões do trecho são agora apresentadas:
1. Onestaldo de Pennafort
Denota exuberância e prodigalidade e coração. Quente, quente e úmida! Esta mão
pede clausuras, jejuns e orações, mortificações e práticas devotas, porque está
aqui um diabrete que ao mesmo tempo arde e sua por se rebelar a todo momento. Uma
bela mão, aliás. E aberta!
2. Carlos Alberto Nunes
Isso revela desperdício e, em tudo coração liberal. Úmida e quente! Esses sinais
indicam que é preciso cercear a liberdade e, assim, impor-vos jejuns e rezas, pios
exercícios e mortificações, pois um demônio suarento aqui demora, que costuma
rebelar-se. A mão tendes muito boa,
muito franca, em verdade.
3. Cunha Medeiros/Oscar Mendes
Isto anuncia liberalidade e coração pródigo. Quente, quente e úmida! Esta mão
requer o seqüestro da liberdade, jejuns e orações, muita mortificação e exercícios
de devoção, pois nela existe um demônio jovem e suarento que comumente se rebela.
É uma boa mão, e também
franca.
4. Péricles Eugênio da Silva Ramos
Isso indica fertilidade e um coração bondoso. Quente, úmida e quente. Vossa mão
requer Uma separação da liberdade; Jejum e prece austera, disciplina Devotos
exercícios. Pois aqui há um jovem diabo suado que ordinariamente Se rebela. É uma
boa mão. E livre.
5. Barbara Heliodora
Então é fértil, tem bom coração; Úmida e quente, a sua mão requer Muito controle,
preces e fastio, Com muita penitência e devoção; Pois um jovem demônio sua aqui,
Que tende à rebeldia. É uma mão boa. E franca.
6. Beatriz Viégas-Faria
Isso denuncia frutífera amorosidade e um coração liberal. Quente, quente e úmida.
Esta tua mão requer um seqüestro de tua liberdade; requer jejum e orações, muita
penitência, práticas piedosas, pois há aqui um demônio jovem que sua e transpira o
tempo todo um rebelde.
Esta é uma boa mão, de dedos francos.
7. Jean Melville
Então é fértil e tem bom coração. Quente, quente e úmida! Esta mão requer muito
controle, jejuns e preces, muita penitência e devoção, pois nela um demônio jovem
transpira e tende à rebeldia. É uma boa mão, e também franca.

OTHELLO:
O devil, devil!
If that the earth could teem with woman’s tears,
Each drop she falls would prove a crocodile. (IV. i. 234-6)
Apresentamos as versões brasileiras a seguir:
1. Onestaldo de Pennafort
Demônios! demônios! Se a terra pudesse ser fecundada por lágrimas de mulher, de
cada gota vertida brotaria um crocodilo.
2. Carlos Alberto Nunes
Oh, demônio! Demônio! Se, com lágrimas de mulher fosse a terra fecundada, cada
gota geraria um crocodilo.
3. Cunha Medeiros/Oscar Mendes
Ó demônio, demônio! Se as lágrimas de uma mulher pudessem fecundar a terra, cada
lágrima que ela deixasse cair viraria um crocodilo.
4. Péricles Eugênio da Silva Ramos
Oh, que demônio! Demônio! Se com pranto de mulher Pudesse a terra se fertilizar
Cada gota por ela derramada Mostrar-se-ia um crocodilo.
5. Barbara Heliodora
Oh, demônio! Se co’esse pranto ela emprenhasse a terra, Gerava um crocodilo cada
lágrima.
6. Beatriz Viégas-Faria
Oh, demônio, demônio. Pudesse a terra ser fecundada por lágrimas femininas, de
cada gota por ela derramada nasceria um crocodilo.
7. Jean Melville
Ó demônio! Se as lágrimas de uma mulher pudessem fecundar a terra, cada lágrima
que ela deixasse cair geraria um crocodilo.

OTHELLO
Was this fair paper, this most goodly book,
Made to write “whore” upon? What committed! (IV. ii. 70-1)
Transcrevemos agora as versões:
1. Onestaldo de Pennafort
Pois esse pergaminho alvíssimo, esse livro tão precioso terá sido feito para
escrever-se nele “prostituta”?
2. Carlos Alberto Nunes
Teria sido feito um tão formoso papel, tão belo livro, para nele ficar escrito o
nome “Prostituta”?
3. Cunha Medeiros/Oscar Mendes
Esta página tão branca, este livro tão belo, foram feitos para que nele se
escrevesse a palavra “prostituta"?
4. Péricles Eugênio da Silva Ramos
Este belo papel, este vistoso livro, Foram feitos para escrever “rameira” neles?
5. Barbara Heliodora
Mas foi feita essa página, ou esse livro, Para se escrever “puta”?
6. Beatriz Viégas-Faria
O papel mais alvo, o livro mais formoso foram feitos para que neles se escrevesse
a palavra "prostituta"?
7. Jean Melville
Esta página tão branca, este livro tão belo, foram feitos para que nele se
escrevesse a palavra “prostituta”?

O original inglês é:
EMILIA
O, the more angel she,
And you the blacker devil! (V. ii. 132-3)
As traduções são:
1. Onestaldo de Pennafort
Ela era um anjo tão certo com sois um diabo negro!
2. Carlos Alberto Nunes
Tanto mais anjo ela é por isso; e vós demônio negro.
3. Cunha Medeiros/Oscar Mendes
Oh, Por isto, mais anjo ela é e vós, mais negro demônio!
4. Péricles Eugênio da Silva Ramos
Tanto mais anjo ela, E o mais negro demônio vós!
5. Barbara Heliodora
Mais anjo então é ela, E o senhor mais negro demo!
6. Beatriz Viégas-Faria
Oh! Isso a faz o mais anjo ainda, e faz do senhor o mais negro dos demônios!
7. Jean Melville
Oh! Por isto mais anjo ela é, e vós, mais negro demônio!

EMILIA
Thou dost belie her, and thou art a devil. (V. ii. 133)
O trecho foi reproduzido da seguinte forma:
1. Onestaldo de Pennafort
Isso é uma calúnia! E tu és um demônio!
2. Carlos Alberto Nunes
Não passas de um demônio a caluniá-la!
3. Cunha Medeiros/Oscar Mendes
Vós a estais caluniando! Sois um demônio!
4. Péricles Eugênio da Silva Ramos
Tu a calunias, e tu és um demônio.
5. Barbara Heliodora
Isso é calúnia e o senhor um demônio!
6. Beatriz Viégas-Faria
Isso é calúnia, e tu és o demônio!
7. Jean Melville
Vós a estais caluniando! Sois um demônio!

OTHELLO: I look down towards his feet; but that’s a fable.


that thou be’st a devil, I cannot kill thee. (V. ii. 283-4)
A fala de Otelo ficou da seguinte forma nas traduções:
1. Onestaldo de Pennafort
Não tem os pés de cabra, como se diz na fábula; porém, se eu não puder matá-lo é
que é mesmo o demônio!
2. Carlos Alberto Nunes
Procuro ver-lhe os pés. Mas não... É pura fábula. Se fores o diabo, não
conseguirei matar-te.
3. Cunha Medeiros/Oscar Mendes
Olho para os pés dele ... Mas isto é uma fábula. Se és demônio, não posso matar-
te.
4. Péricles Eugênio da Silva Ramos
Olho para seus pés; mas isso é fábula Se és um diabo, eu não posso te matar
5. Barbara Heliodora
Eu olhei os seus pés, mas isso é lenda; Se és o diabo, não posso matar-te.
6. Beatriz Viégas-Faria
Olho para baixo, buscando ver-lhe os pés. Mas isso não passa de fábula. Se tu
fosses o diabo, não teria como matá-lo.
7. Jean Melville
Olho para os pés dele... Mas isto é uma lenda. Se és diabo, não posso matar-te.

OTHELLO: Will you, I pray, demand that demi-devil


Why he hath thus ensnared
My soul and body? (V. ii. 298-9)
As versões do trecho são:
1. Onestaldo de Pennafort
Poderíeis saber desse monstro a razão por que me quis colher alma e corpo, em seu
laço?
2. Carlos Alberto Nunes
Perguntai, por favor, a este demônio por que a alma e o corpo me enleou a tal
ponto.
3. Cunha Medeiros/Oscar Mendes
Quereis, por favor, perguntar a esse meio demônio por que enfeitiçou assim minha
alma e meu corpo?
4. Péricles Eugênio da Silva Ramos
Quereis, eu rogo-vos Interrogar a esse semi-diabo Por que ele assim enleou minha
alma e corpo? 5. Barbara Heliodora
Quer, por favor, indagar do demônio Por que foi que enredou meu corpo e alma?
6. Beatriz Viégas-Faria
Rogo-lhes: poderiam vocês perguntar a esse meio-demônio por que razão armou ele um
tal engodo para minha alma e meu corpo?
7. Jean Melville
Quereis, por favor, perguntar a esse demônio por que enfeitiçou assim minha alma e
meu corpo?

Outra alusão, mas dessa vez a Otelo ser (ou ter sido) pagão, encontra-se na
descrição que Iago faz do General como “an erring barbarian” (I. iii. 343):
1. Onestaldo de Pennafort: barbaresco nômade
2. Carlos Alberto Nunes: bárbaro errático
3. Cunha Medeiros/Oscar Mendes: aventureiro bárbaro
4. Péricles Eugênio da Silva Ramos: bárbaro errante
5. Barbara Heliodora: bárbaro errante
6. Beatriz Viégas-Faria: bárbaro pecador
7. Jean Melville: aventureiro bárbaro

DESDEMONA:
Well prais’d! How if she be black and witty? (II. i.130)
1. Onestaldo de Pennafort
Belo elogio! E qual o que farias De uma mulher morena e inteligente?
2. Carlos Alberto Nunes
Ótimo! E se for preta e espirituosa?
3. Cunha Medeiros/Oscar Mendes
Belo elogio! E se for uma dama morena e espirituosa?
4. Péricles Eugênio da Silva Ramos
Bem louvado. Mas se ela for morena e esperta?
5. Barbara Heliodora
Muito bem! E se for escura e viva?
6. Beatriz Viégas-Faria
Elogio muito bem feito! E se for negra e esperta?
7. Jean Melville
Belo elogio! E se for uma dama morena e espirituosa?

IAGO:
If she be black, and thereto have a wit,
She’ll find a white that shall her blackness fit (II. 1. 131-2)
1. Onestaldo de Pennafort
Se é morena, mas se de espírito não manca, Há de saber fazer com que a achem muito
branca.
2. Carlos Alberto Nunes
Preta e espirituosa... Que mistura! Mas um branco há de achar para a feiúra.
3. Cunha Medeiros/Oscar Mendes
Se ela morena for e espírito tiver, Um branco encontrará que quadre à sua cor.
[nota do tradutor: Há aqui trocadilhos com os vários significados de fair (loura e
bela) e black (negra e morena)]
4. Péricles Eugênio da Silva Ramos
Se for morena, mas tiver viveza a par, Encontrará um branco com quem se ajustar.
5. Barbara Heliodora
Se viva, mesmo sendo imitação, Um branco há de escolher-lhe a escuridão.
6. Beatriz Viégas-Faria
Se for negra e esperta a mulher, Esperteza ela sabe usar Para um homem branco
arranjar Que lhe esfregue a tal negra tez.
7. Jean Melville
Se ela morena for e espírito tiver, Um branco encontrará que quadre à sua cor.
[nota do tradutor: Trocadilhos com os diferentes significados de fair (loura e
bela) e black (negra e morena)]

IAGO:
She never yet was foolish, that was fair,
For even her folly help’d her to an heir. (II. i. 134-5)
1. Onestaldo de Pennafort Bela e tola, não há. Se é bela, acha um parceiro Que
logo a ajudará a arranjar um herdeiro.
2. Carlos Alberto Nunes
Mulher tonta não há, sendo bonita, Pois sabe arranjar filho e ser catita.
3. Cunha Medeiros/Oscar Mendes
Mulher tola não há, se beleza ela tem, Pois mesmo tola sendo, sabe filho arranjar.
[nota do tradutor: Trocadilho quanto ao sentido de folly (estupidez e devassidão)]
4. Péricles Eugênio da Silva Ramos
Nenhuma, se for bela, tola se mostrou, porque sua tolice herdeiro lhe granjeou.
5. Barbara Heliodora
Ser tola a moça linda eu nunca vi: A bela faz tolinhos para si.
6. Beatriz Viégas-Faria
Não existe mulher bela De tamanha estupidez Que não possa se gabar De um herdeiro
que ela fez.
7. Jean Melville
Se beleza ela tem, mulher tola não há Pois mesmo tola sendo, sabe filho arranjar.
[nota do tradutor: Trocadilho quanto ao sentido de folly (estupidez e devassidão)]

IAGO
There’s none so foul, and foolish thereunto,
But does foul pranks, which fair and wise ones do. (II. i. 139-40)
1. Onestaldo de Pennafort
Feia e tola que seja, inda assim é capaz De fazer o que a mais bonita e esperta
faz.
2. Carlos Alberto Nunes
Não há feia tão tola que não possa Nas belas e sabidas fazer mossa.
3. Cunha Medeiros/Oscar Mendes
Feia ou tola não há mulher que não pratique as loucuras que a bela e sábia fazer
sabe.
4. Péricles Eugênio da Silva Ramos
Não há ninguém tão tola e feia além do mais que não faça o que a bela, o que a de
siso faz.
5. Barbara Heliodora
Nunca houve ninguém tão tola e feia que, como a bela, não armasse teia.
6. Beatriz Viégas-Faria
Não há mulher feia o suficiente e burra na medida certa que não consiga ser tão
quente como a dama mais bela e esperta.
7. Jean Melville
Não há mulher feia ou tola que não pratique as loucuras que a bela e sábia sabe
fazer.

(Márcia Paredes Nunes, pp. 170-243, passim)

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25/05/2009
toques legais 2

nesses últimos dias, mais gente deu toques: tradutores e intérpretes br; tradutor
profissional; blog do cinesemana.

o nãogosto agradece.

em 30/5, uma boa chamada em recomende-me um livro.


em 09/06, um post legal em para sempre poe.

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snif

muita gente pensa que a oportunidade de ler uma tradução brasileira de was ist
aufklärung de kant se deve a alguém de nome "leopoldo holzbach", pela martin
claret. em verdade deve-se, até onde consigo perceber, a floriano de souza
fernandes, pela editora vozes. dê uma comparada. o triste é ver isso:

http://www.consciencia.org/a-busca-do-criterio-de-moralidade-na-reflexao-etica-de-
kant
http://www.historiaimagem.com.br/edicao3setembro2006/reflexkant.pdf
www.cchla.ufpb.br/ppgh/PPGH_2008-2_TE_Historia_e_Conhecimento_Historico.pdf
www.ufpel.tche.br/gt17/GT172955.doc
www.anped.org.br/reunioes/29ra/trabalhos/trabalho/GT08-2403--Int.pdf
http://www.joaodorio.com/Arquivo/2007/06,07/filosofias.htm
http://www.unipinhal.edu.br/ojs/voxforensis/index.php/vox_2007/article/view/12/34
http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/1884/14223/1/modelo%20completo%20da%20
dissertacacao.pdf
www.fae.edu/pesquisaacademica/pdf/primeiro_seminario/politicas_publicas_italo.pdf
http://serpensar.vilabol.uol.com.br/esclarecimento.htm

imagem: emoticon msn

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24/05/2009
was ist aufklärung

em as luzes e as sombras apresentei o cotejo de que significa orientar-se no


pensamento, de kant, na edição bilíngue da vozes e na edição da martin claret. em
as sombras e as luzes especulei um pouco sobre o grau de difusão desse texto de
kant pela martin claret.

há um outro texto de kant, que é a celebérrima beantwortung der frage: was ist
aufklärung? [resposta à pergunta: que é "esclarecimento"?], de 1783. não tenho
palavras para descrever a importância desse pequeno artigo de kant na história do
pensamento ocidental moderno. se a martin claret o apresenta em sua edição como um
opúsculo pouco conhecido (p. 97), só posso incluir essa afirmação em seu vasto rol
de desserviços prestados ao leitor.

abaixo, a tradução de floriano de souza fernandes (vozes) e a tradução atribuída a


"leopoldo holzbach" (martin claret). os itálicos na tradução de souza fernandes
seguem os itálicos originais de kant.

1. floriano de souza fernandes


esclarecimento ["aufklärung"] é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele
próprio é culpado. a menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento
sem a direção de outro indivíduo. o homem é o próprio culpado dessa menoridade se
a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão e
coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. sapere aude! tem coragem
de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento
["aufklärung"]. (p. 100)

2. leopoldo holzbach
"esclarecimento" [aufklärung] significa a saída do homem de sua menoridade, da
qual o culpado é ele próprio. a menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu
entendimento sem a direção de outro indivíduo. o homem é o próprio culpado dessa
menoridade se a sua causa não estiver na ausência de entendimento, mas na ausência
de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. sapere
aude! tem a ousadia de fazer uso de teu próprio entendimento - tal é o lema do
esclarecimento [aufklärung]. (p. 115)

1. floriano de souza fernandes


a preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma tão grande parte dos homens,
depois que a natureza de há muito os libertou de uma direção estranha (naturaliter
maiorennes), continuem no entanto de bom grado menores durante toda a vida. são
também as causas que explicam por que é tão fácil que os outros se constituam em
mentores deles. é tão cômodo ser menor. se tenho um livro que faz as vezes de meu
entendimento, um diretor espiritual que por mim tem consciência, um médico que por
mim decide a respeito de minha dieta, etc., então não preciso de esforçar-me eu
mesmo. (pp. 100-2)

2. leopoldo holzbach
a preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma grande parte dos homens,
depois que a natureza de há muito os libertou de uma direção estranha (naturaliter
maiorennes), continuem, não obstante, de bom grado menores durante toda a vida.
são também as causas que explicam porque é tão fácil que os outros se constituam
seus tutores. é tão cômodo ser menor! se tenho um livro que faz as vezes de meu
entendimento, um diretor espiritual que por mim tem consciência, um médico que
decide por mim a respeito de minha dieta, etc., então não preciso esforçar-me eu
mesmo. (p. 115)

1. floriano de souza fernandes


para este esclarecimento ["aufklärung"] porém nada mais se exige senão LIBERDADE.
e a mais inofensiva entre tudo aquilo que se possa chamar liberdade, a saber: a de
fazer um uso público de sua razão em todas as questões. ouço, agora, porém,
exclamar de todos os lados: não raciocineis! o oficial diz: não raciocineis, mas
exercitai-vos! o financista exclama: não raciocineis, mas pagai! o sacerdote
proclama: não raciocineis, mas crede! (um único senhor no mundo diz: raciocinai,
tanto quanto quiserdes, e sobre o que quiserdes, mas obedecei!). eis aqui por toda
a parte a limitação da liberdade. que limitação, porém, impede o esclarecimento
["aufklärung"]? qual não o impede, e até mesmo o favorece? respondo: o uso público
de sua razão deve ser sempre livre e só ele pode realizar o esclarecimento
["aufklärung"] entre os homens. (p. 104)

2. leopoldo holzbach
para este esclarecimento [aufklärung], porém, nada mais se exige senão liberdade.
e a mais inofensiva dentre tudo o que se possa chamar liberdade, a saber: a de
fazer um uso público de sua razão em todos os assuntos. ouço agora, porém,
exclamações de todos os lados: "não raciocineis!" o oficial diz: não raciocineis,
mas exercitai-vos. o financista exclama: "não raciocineis, mas pagai!" o sacerdote
proclama: "não raciocineis, mas acredita!" (um único senhor no mundo diz:
"raciocinai, tanto quanto quiserdes, e sobre o que quiserdes, mas obedecei!"). eis
aqui por toda a parte a limitação da liberdade. mas que limitação impede o
esclarecimento [aufklärung]? qual não o impede, e mesmo o favorece? respondo: o
uso público de sua razão deve ser sempre livre e só ele pode realizar o
esclarecimento [aufklärung] entre os homens. (p. 117)

imagem: www.improbabilidade.com.br

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cotejos disponíveis

listinha dos cotejos aqui no nãogostodeplágio:

alexandre dumas, os três mosqueteiros


aristóteles, arte poética
balzac, a mulher de trinta anos (martin claret)
balzac, a mulher de trinta anos (nova cultural)
balzac, eugênia grandet
conan doyle, aventuras de sherlock holmes
conan doyle, memórias de sherlock holmes
d. h. lawrence, o amante de lady chatterley
dante, a divina comédia
dante, vida nova
darwin, a origem das espécies (hemus/claret)
darwin, a origem das espécies (hemus/ediouro)
descartes, o discurso do método
dominic crossan, o essencial de jesus
dostoievski, crime e castigo
durkheim, as regras do método sociológico
edgar a. poe, a queda da casa de usher
edgar a. poe, o gato preto
edmond rostand, cyrano de bergerac
émile zola, a besta humana
émile zola, naná
emily brontë, o morro dos ventos uivantes (landmark)
emily brontë, o morro dos ventos uivantes (nova cultural)
eurípides, alceste
eurípides, electra
eurípides, hipólito
fielding, tom jones
flaubert, madame bovary
fustel de coulanges, a cidade antiga
goethe, fausto
goethe, os sofrimentos do jovem werther
goethe, werther (nova cultural)
h. r. haggard, as minas do rei salomão
henry thomas, vidas de grandes filósofos
herman melville, moby dick
hobbes, leviatã
jack london, caninos brancos
jack london, o lobo do mar
jane austen, orgulho e preconceito
jane austen, persuasão
joseph conrad, lord jim
jules verne, volta ao mundo em oitenta dias
kant, crítica da razão prática
kant, sobre um suposto direito de mentir por amor à humanidade
kant, que significa orientar-se no pensamento
kant, resposta à pergunta: que é esclarecimento?
kierkegaard, o desespero humano
kipling, o livro da jângal
lampedusa, o leopardo
louise may alcott, mulherzinhas
maquiavel, o príncipe
mark twain, as aventuras de tom sawyer
maupassant, uma vida
nietzsche, acerca da verdade e da mentira
nietzsche, o anticristo
oscar wilde, a balada do cárcere de reading
oscar wilde, o retrato de dorian gray
pascal, pensamentos (martin claret)
pascal, pensamentos (nova cultural)
pirandello, o falecido mattia pascal
pirandello, seis personagens à procura de um autor
platão, apologia de sócrates
roderic anscombe, a vida secreta de laszlo, conde drácula
scott fitzgerald, suave é a noite
shakespeare, hamlet
shakespeare, otelo
sófocles, édipo rei
stendhal, o vermelho e o negro
stevenson, janet do pescoço torcido
stevenson, markheim
thomas cleary, o essencial do alcorão
thomas more, o elogio da loucura
thoreau, a desobediência civil
thoreau, andar a pé
thoreau, uma semana nos rios concord e merrimack
tolstói, ana karênina
voltaire, contos
von ihering, a luta pelo direito
von ihering, a luta pelo direito (pillares)
von ihering, a luta pelo direito (rideel)
walter scott, ivanhoé
weber, a ética protestante e o espírito do capitalismo
weber, ciência e política: duas vocações
xenofonte, apologia de sócrates
xenofonte, ditos e feitos memoráveis de sócrates

imagem: luca signorelli, dante

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23/05/2009
o nietzsche burati-rideeliano

no caso dos clássicos meio detonadões devido aos sequestros tradutórios sofridos
cá em nossa terrinha, costumo apresentar uma amostra dos estragos em teses,
artigos, ementas de curso, acervos de bibliotecas públicas, licitações, concursos
etc. dê uma olhada no arquivo à direita, "nas escolas".

para nietzsche não se sentir triste ou injustiçado por não ganhar uma listinha
toda sua, eis por onde andam acerca da verdade e da mentira e o anticristo em
plágio (ou será contrafação?)* de "heloísa da graça burati", pela editora rideel.

"Plágio: Violação da propriedade intelectual que se caracteriza pela imitação


total ou parcial de obra literária alheia, inculcando-se a qualidade de autor da
mesma. [...] Torna-se contrafação quando há reprodução fraudulenta de obra alheia
com o objetivo de lucro", Guimarães, Torrieri (org.), Dicionário Técnico Jurídico,
SP, Rideel, 3a. ed., 2001, p. 427.

www.prto.mpf.gov.br/info/info_detalhes_a.php?iid=689&ctg=&sctg
www.administradores.com.br/artigos/como_nos_tornamos_aquilo_que_somos/544/
http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-
14982007000200007&lng=es&nrm=iso
www.ufsj.edu.br/portal-
repositorio/File/dimap/PREGAO_40_2008_LIVROS%20MAIOR%20DESC_POR%20AREA.doc
www.comunidadeespirita.com.br/artigos/artigos2006/shakespeare%20dante%20nietzsch..
.
www.scielo.br/pdf/agora/v10n2/a07v10n2.pdf
http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=618
www.consciencia.org/niilismo-como-caminho-para-o-super-homem-em-friedrich-
nietzsche
http://dspace.lcc.ufmg.br/dspace/bitstream/1843/ECAP-6ZRFJ3/1/flavio_barbeitas.pdf

muitíssimo felicissimamente, a listinha é curta, até onde consegui apurar. claro


que tem também os milhares de leitores que adquiriram e continuam a adquirir os
exemplares contrafeitos (contrafatos? contrafazidos?) - mais uma forte razão para
que o pobre do nietzsche buratiado saia de circulação, não é mesmo, dona rideel?

imagem: http://entendanietzsche.blogspot.com

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22/05/2009
o quilo de 150 gramas

alguém sabe me explicar como um texto integral de mais ou menos umas 170-200
páginas, dependendo da edição, pode caber em 33 páginas, com letra de tamanho
normal e formato pocket, e continuar se apresentando como "texto integral"?*

* por exemplo, maquiavel, a arte da guerra:


- editora escala, 174 pp.
- editora l&pm, 208 pp.
- editora martin claret, 33 pp.

imagem: http://complexus.blogs.sapo.pt

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concurso

este foi um dos ganhadores do plagiarius 2008.


se alguma editora quiser concorrer,
pode baixar aqui o formulário de inscrição.

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21/05/2009
frase do dia

RUDOLF VON IHERING, A LUTA PELO DIREITO

A irritabilidade e a ação, isto é, a faculdade de sentir a dor causada por uma


lesão em nosso direito e a coragem aliada à resolução de repelir o ataque, são o
duplo critério mediante o qual se pode reconhecer se o sentimento do direito é são
- TAVARES BASTOS

A suscetibilidade, isto é, a capacidade de sentir a dor diante duma ofensa ao


direito, e a energia, isto é, a coragem e determinação de repelir a agressão,
constituem os critérios pelos quais se afere a presença dum sadio sentimento de
justiça - ROBERTO DE BASTOS LELLIS

A suscetibilidade, isto é, a capacidade de sentir a dor diante de alguma ofensa ao


direito, e a energia, isto é, a coragem e a determinação de repelir a agressão,
ambas constituem os critérios pelos quais se confere a presença do sentimento
sadio de justiça - PIETRO NASSETTI

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