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FACULDADE DE FARMÁCIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
Salvador
2007
JUCELINO NERY DA CONCEIÇÃO FILHO
e
ADRIANA DE SOUZA PEREIRA DOMINGUES
Salvador
2007
C744a Conceição Filho, Jucelino Nery da
Acesso a medicamentos não selecionados: impactos sobre a
gestão da assistência farmacêutica no município de Salvador /
Jucelino Nery da Conceição Filho; Adriana de Souza Pereira
Domingues. - Salvador: os autores, 2007.
56 f. 29cm.
CDD: 615
CDU: 615
Agradecimentos
Agradeço
A Deus por ter nos iluminado;
Ao meu marido Jayme pelo companheirismo e apoio;
Aos meus filhos Jayme, Jade e Lara pelo amor e luz na minha vida;
Ao meu pai Almir pelo incentivo;
À Denice Brito e Carlos Alberto Trindade pela confiança e credibilidade;
Ao Tio Holanda, pelo cuidado;
A orientadora Maria do Carmo e professores pelo crescimento;
À Secretaria Municipal de Saúde pelo apoio ao desenvolvimento desta
Monografia
SIGLAS E ABREVIATURAS...................................................................... 5
LISTAS DE ILUSTRAÇÕES...................................................................... 6
LISTA DE ANEXOS.................................................................................... 7
RESUMO ................................................................................................... 8
CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO...................................................................... 9
I.1. PRESSUPOSIÇÕES.................................................................. 14
I.2. METODOLOGIA..........................................................................14
CAPÍTULO II. LITERATURA....................................................................... 16
II.1. Políticas de Saúde no Brasil...................................................... 16
II.2. Os Princípios e Diretrizes do SUS ............................................ 16
II.3. A Política Nacional de Medicamentos....................................... 25
II.4. Medicamentos Essenciais......................................................... 28
II.5. Programa de Medicamentos de Dispensação em Caráter
Excepcional........................................................................................... 30
II.6. A Demanda de Medicamentos não Selecionados e a
Judicialização................................................................................... 31
CAPÍTULO III. RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................... 33
CAPÍTULO IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................ 42
BIBLIOGRAFIA........................................................................................... 44
ANEXOS..................................................................................................... 51
SIGLAS E ABREVIATURAS
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Freqüência de acordo com o vínculo de atendimento
entre o paciente e a unidade de saúde onde este foi
acompanhado ........................................................................ 37
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Divisão do município de Salvador em Distritos
Sanitários................................................................................ 12
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Distribuição da população residente de Salvador por faixa
etária ................................................................................... 10
Tem sido cada vez mais freqüente o número de processos administrativos e judiciais
para o fornecimento gratuito de medicamentos não selecionados, ou seja, não
contemplados pela relação de medicamentos essenciais do município de Salvador
(REMUME). Situação semelhante tem sido vivenciada pela maioria dos gestores das
três esferas de governo de todo o país.
Este trabalho tem como objetivo conhecer e analisar as características dos pleitos
jurídicos e administrativos de medicamentos não contemplados pela REMUME com
vistas a identificar as conseqüências econômicas e técnicas à gestão da assistência
farmacêutica deste município. As informações foram obtidas a partir do banco de
dados do setor de Assistência Farmacêutica da Secretaria Municipal de Saúde e
aplicação de questionário aos usuários e prescritores. Verificou-se um aumento no
número de processos de pleito de medicamentos não selecionados em 2006 de 59%
em relação ao ano anterior. Muitos prescritores e usuários desconhecem a
existência do elenco de medicamentos selecionados pelo município. Nos pleitos dos
medicamentos em questão são evocados os princípios constitucionais da
universalidade, equidade e integralidade, de maneira indiscriminada, sem serem
levadas em consideração algumas questões técnicas como disponibilidade de
medicamentos de ação farmacológica semelhante na relação de medicamentos
essenciais do município. O valor financeiro resultante da aquisição destes
medicamentos tem correspondido a um elevado percentual quando comparado com
a aquisição de medicamentos básicos, quando se considera o número de pacientes
atendidos.
Ficam evidenciados impactos financeiros e técnicos sobre a Assistência
Farmacêutica, além da necessidade de se criar mecanismos técnicos e legais com o
objetivo de normatizar o fornecimento destes medicamentos, definir a competência
do município, Estado ou União nesta questão, além de subsidiar as decisões do
Judiciário. Faz-se necessário, ainda, promover ações de conscientização dos
profissionais médicos de se observar o elenco de medicamentos disponibilizados
pelas secretarias de saúde, evitando a prescrição de medicamentos inadequados,
onerosos e com existência de similar com igual efeito terapêutico.
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CAPÍTULO I . INTRODUÇÃO
Total 2.714.977
Fonte: Tabnet-2006/DATASUS.
Nos últimos anos, Salvador apresentou gastos anuais com a saúde superiores a R$
41.000.000,00 e um percentual de recursos próprios aplicados em saúde acima de
10% (Quadro 3). Foram gastos, nos últimos 3 anos, mais de doze milhões de reais
com medicamentos básicos (Quadro 4).
farmacológico, ou que foi prescrito para uma patologia onde não se tem uma eficácia
terapêutica comprovada.
Despesa com recursos próprios por habitante 22,02 33,47 35,05 53,49
% despesa com ser. terceiros – pessoa jurídica 15,8 27,9 52,9 57,24
/depesa total
Fonte: SMS
Este fenômeno compõe o mais novo desafio da gestão farmacêutica no SUS, onde
se busca o uso de critérios na aplicação de recursos públicos, com o uso racional de
medicamentos, frente às demandas judiciais e administrativas.
Diante deste quadro, este trabalho busca conhecer e analisar as características dos
pleitos jurídicos e administrativos de medicamentos não contemplados pela
REMUME com vistas a identificar as conseqüências econômicas e técnicas à gestão
da Assistência Farmacêutica no município de Salvador, identificando os fatores que
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I.1. Pressuposições
I.2. Metodologia
Este modelo de assistência à saúde gerava prejuízos à população. Este fato, além
da desarticulação dos serviços prestadores então existente, gerou um movimento na
direção de uma reforma sanitária e de uma transformação dos paradigmas do
sistema, em busca da universalização pública da cobertura de saúde. Esse
movimento de reforma ocorreu simultaneamente às propostas da Organização
Mundial de Saúde (OMS) e Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) para que
fosse dado maior atenção à esta área (MEDICI apud COSTA, 2002).
Este processo significou um grande avanço, uma vez que dava início a um sistema
de saúde de caráter universal (CONASS, 2003). Todo este processo culminou com a
criação do SUS, definido no art. 4º da Lei Federal nº 8.080/90 como sendo “O
conjunto de ações e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições públicas
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dos principais problemas (cerca de 85%), através das Unidades Básicas de Saúde.
Os demais problemas devem ser referenciados aos serviços de maior complexidade
tecnológica. O nível secundário é responsável pela resolução de cerca de 10% da
demanda e é prestado nos centros de especialidades, como as clínicas não
incluídas no nível primário (ex.: neurologia, otorrinolaringologia, cardiologia,
dermatologia e especialidades paramédicas, como Nutrição e Fonoaudiologia, etc.).
O nível terciário, onde estão os hospitais de referência, abrangem menos de 5% das
necessidades em saúde e compreendem os serviços de média e alta complexidade
(ex.: hemodiálise, medicina nuclear, tomografia, quimioterapia, radioterapia, etc.). O
nível quaternário, por sua vez, responde por menos de 1% das necessidades
intervenções em genética, transplantes, exames hemodinâmicos, alguns
procedimentos neurológicos e cardíacos) (MP, 2005).
O SUS preconiza que todo atendimento prestado ao cidadão que dele necessitar
deve ser realizado de forma igualitária, universal e gratuita. Na sua origem, o SUS
se caracteriza por ser solidário, pois toda a população tem acesso universal. O
sistema de saúde tem entre os seus princípios, além da universalização da
prestação de serviço de saúde, a descentralização do atendimento, a regionalização
e a hierarquização dos serviços de saúde, a integralidade das ações e a participação
popular através de representantes da sociedade organizada nos conselhos e
conferências de saúde (MAYORGA, 2004).
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A Lei 8.080/90, por sua vez, estabelece em seu artigo 6º que é atribuição do SUS a
execução de ações de “assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica”. Em
seu artigo 7º, apresenta os princípios doutrinários do Sistema Único de Saúde
(SUS), como a “universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis
de assistência”:
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para
fins idênticos.”
As discussões sobre estes princípios são muitas e perpassam por diversos campos
de atuação dos profissionais de saúde, inclusive o farmacêutico, havendo a
necessidade de se definir quem tem direito ao acesso e até que ponto cada
indivíduo pode utilizar os bens coletivos, de forma que a equidade seja mantida, pois
não se pode conceder de forma indefinida tudo para todos. Em algum momento há a
necessidade de se decidir quem tem direito a quê, uma vez que os recursos
disponíveis para investimento em saúde são escassos em relação à crescente
demanda (Brasil, 1998b; Carvalho, 2006).
Por sua vez a INTEGRALIDADE tem como referência tanto o homem quanto ao
Sistema de Saúde, reconhecendo-se que cada um se constitui numa totalidade.
Desta forma, cada pessoa constitui um todo indivisível e membro de uma
comunidade: as ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, da mesma
forma, constituem-se em um todo, não podendo ser divididas; as unidades
constitutivas do Sistema configuram também um todo indivisível, capaz de prestar
assistência integral (MP, 2005).
Almeida (2002) enfatiza que a sua formulação conceitual e histórica está relacionada
às noções de igualdade e liberdade, remetendo à questão da justiça, dos direitos e
deveres do homem/cidadão e do Estado. Segundo este autor, “os antecedentes
dessas discussões estão nos séculos XVII e XVIII, culminando na Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, após a Revolução Francesa e,
posteriormente, no século XX, na Declaração Universal dos Direitos do Homem, de
1948, e na Convenção Européia dos Direitos do Homem (1950), que marcam a nova
era pós-Segunda Grande Guerra Mundial e serviram de guia para todas as
constituições posteriores, dos diversos países”.
O Ministério Público Federal, por sua vez, entende como EQÜIDADE “a garantia de
acesso de qualquer pessoa, em igualdade de condições, aos diferentes níveis de
complexidade do Sistema, de acordo com a necessidade que o caso requeira, assim
como a garantia de que as ações coletivas serão dirigidas por prioridades amplas e
publicamente reconhecidas”. Assim sendo, todo cidadão é igual perante o Sistema
Único de Saúde e será atendido de acordo com as suas necessidades (MP, 2005).
É ainda ressaltado no referido manual, contudo, que deve-se receber com ressalvas
o argumento da existência do princípio constitucional da eqüidade como fundamento
para “mitigar os princípios da universalidade (excluir do SUS quem pode pagar) ou
da integralidade (excluir procedimentos demasiados caros, só por esse
fundamentos)”. Apresenta-se como reforço a este entendimento a redação do texto
constitucional, que assegura o “atendimento integral, com prioridade para as
atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais” (art. 198, II), e da
Lei Orgânica da Saúde (Lei 8080/90), que inclui no campo de atuação do SUS a
execução de ações de “assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica.” (art.
6º, I, d).
A definição de competências trouxe ganhos ao processo, uma vez que, até então, as
indefinições geravam dúvidas e incertezas aos gestores municipais quanto às suas
competências. Vale ressaltar, entretanto, que a definição de papéis ainda não é
completa, gerando espaço para questionamentos.
implantado pela Portaria GM nº 1.077 de agosto de 1999. A partir daí passou a ser
decisão dos gestores municipais e estaduais adquirir medicamentos (Brasil, 2002a;
Brasil, 2006).
A sua seleção deve ser feita de forma criteriosa, considerando a sua relevância em
saúde pública, evidência de eficácia e segurança e custo-efetividade e o perfil
epidemiológico da população (OMS, 2002). Como afirma Wannmacher (2006), a
seleção cuidadosa de número limitado de medicamentos essenciais permite
melhorar a qualidade de atenção à saúde, a gestão dos medicamentos, a
capacitação dos prescritores, além da educação do público.
A demanda por medicamentos não selecionados tem sido cada vez mais crescente.
Este aumento seria em função de maior conscientização da população quanto aos
seus direitos, não observância das listas essenciais dos serviços públicos de saúde,
mudanças nos protocolos clínicos, influência das indústrias farmacêuticas ou de um
conjunto de fatores?
Na pesquisa de literatura, não foi encontrado nenhum estudo que tivesse como
objeto, além dos processos judiciais, os administrativos de pleitos de medicamentos
não selecionados. Desta forma, não foi possível fazer comparações da situação
vivida pelo município de Salvador em relação a outros municípios no que diz
respeito aos processos não-judiciais.
2,3%
97,7%
Processos Administrativos
Processos Judiciais
Nº de Processos 300
275
264
250
225
200 166
175
150
125
87
100
75
50
14
25 1
0
2002 2003 2004 2005 2006 Ano
Município n %
Salvador 255 96,6
Feira de Santana 2 0,8
Alagoinhas 1 0,4
Cardeal da Silva 1 0,4
Camaçari 1 0,4
Simões Filho 2 0,8
Xique-Xique 1 0,4
Município não informado 1 0,4
TOTAL 264 100,0
Tabela 4. Distribuição dos processos de acordo com o município de residência
do pleiteante.
Medicamento n %
ácido ursodesoxicólico 47 25,5
Tiotrópio 38 20,7
Clopidogrel 29 15,8
Sinvastatina 16 8,7
Anlodipina 14 7,6
Aas 13 7,1
Metoprolol 11 6,0
Captopril 10 5,4
Losartam 8 4,3
Atorvastatina 7 3,8
Enalapril 7 3,8
formoterol + budesonida 7 3,8
Domperidona 6 3,3
Enoxaparina 6 3,3
Omeprazol 6 3,3
Prednisona 6 3,3
Tabela 5. Freqüência dos medicamentos mais solicitados nos processos.
desenvolvidas pela rede municipal de saúde, a qual ainda não possui unidade
hospitalar.
Clínica
- particular / plano suplementar 29,0%
- através do SUS 12,3%
Hospital universitário (federal) 26,8%
Hospital privado
- particular / plano suplementar 6,5%
- através do SUS 13,0%
Consultório
- particular / plano suplementar 8,0%
Hospital estadual 2,2%
Unidade básica de saúde (municipal) 2,2%
Constatou-se, através das entrevistas aos usuários, que 53,6% dos pacientes foram
orientados pelo prescritor a pleitear os medicamentos junto ao Ministério Público ou
diretamente à Secretaria de Saúde.
Estas situações corroboram a idéia de que os usuários com menor renda e/ou baixo
nível de esclarecimento são menos beneficiados nesta busca de medicamentos não
selecionados.
A Tabela 6 mostra os grupos de doenças mais freqüentes que levaram ao pleito dos
medicamentos junto à SMS, de acordo com a classificação do Código
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38
Patologia (CID) n %
Doenças do aparelho circulatório (I00-I99) 86 32,6
Doenças do aparelho digestivo (K00-K93) 56 21,2
Doenças do aparelho respiratório (J00-J99) 46 17,4
Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas (E00-E90) 37 14,0
Patologias Associadas 25 9,5
Doenças do sistema nervoso (G00-G99) 21 8,0
Doenças do olho e anexos (H00-H59) 13 4,9
Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (M00-M99) 9 3,4
Transtornos mentais e comportamentais (F00-F99) 7 2,7
Doenças do aparelho geniturinário (N00-N99) 6 2,3
Algumas doenças infecciosas e parasitárias (A00-B99) 4 1,5
Doenças da pele e do tecido subcutâneo (L00-L99) 4 1,5
Doenças do sangue e dos órgãos hematopoéticos e alguns transtornos 2 0,8
imunitários (D50-D89)
Malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas 2 0,8
(Q00-Q99)
Neoplasias [tumores] (C00-D48) 2 0,8
Outras 6 2,3
Tabela 6. Distribuição das patologias apresentadas pelos pacientes, de acordo com o
relatório médico apresentado, que os levaram a pleitear medicamentos ao município de
Salvador, em 2006, de acordo com o CID-10.
PATOLOGIA FREQUÊNCIA
Cardiopatia isquêmica 14
Dislipidemia 13
Glaucoma 10
Insuficiência cardíaca 07
Cirrose 07
Diabetes 06
De acordo com o desfecho dos processos, 85,9% tiveram o pleito deferido (sendo 6
deles de ordem judicial). Dentre os pedidos indeferidos (14%), nove (6,3%) foram
encaminhados à Secretaria Estadual de Saúde por terem os medicamentos
pleiteados e as patologias contempladas pelo PEMAC, seis outros (4,2%) foram
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41
n Faixa Etaria %
< 1 ano 1 0,4
01 a 04 anos 9 3,3
05 a 09 anos 5 1,9
10 a 14 anos 9 3,3
15 a 19 anos 5 1,9
20 a 29 anos 19 7,0
30 a 39 anos 19 7,0
40 a 49 anos 55 20,4
50 a 59 anos 37 13,7
60 a 69 anos 49 18,1
70 a 79 anos 35 13,0
80 e + anos 10 3,7
Ign 17 6,3
TOTAL 270 100,0
Tabela 9. Distribuição dos processos por faixa etária.
Vale ressaltar que os recursos que deixam de ser utilizados na atenção primária
muitas vezes podem levar à complicações decorrentes de determinadas patologias
tais como hipertensão e diabetes, como AVC e amputações, respectivamente,
aumentando a demando do nível de atenção secundária e terciária, com custos
muito mais elevados ao SUS e, principalmente, à qualidade de vida do paciente.
BIBLIOGRAFIA
______. SAÚDE: O tudo para todos que sonhamos e o tudo que nos impingem os
que lucram com ela. (Citado em 13 dez 2005, 23:58 H). Disponível na internet
(http://www.opas.org.br/observatório/Arquivos/Destaque92.doc)
VIEIRA F.S. & ZUCCHI, P. Distorções causadas pelas ações judiciais à política de
medicamentos no Brasil. Rev Saúde Pública. V. 41, n. 2, p. 214-22. 2007.
QUESTIONÁRIO PARA
O PRESCRITOR
QUESTIONÁRIO PARA
O USUÁRIO
( ) Sim ( ) Não
( ) Sim ( ) Não
( ) Sim ( ) Não
7 - O(a) Sr.(a.) acha que o SUS deve fornecer qualquer que seja o
medicamento que o cidadão necessite?
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_______________________________________________________________
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_______________________________________________________________
ANEXO III
QUESTIONÁRIO PARA
O GERENTE DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
Sim:
( ) Amplamente para os prescritores.
( ) Amplamente para os usuários.
( ) Amplamente para os prescritores e usuários.
( ) Apenas nas Unidades de Saúde da Rede Municipal.
( ) Apenas nas Unidades de Saúde da Rede Municipal e conveniadas
ao SUS.
( ) Parcialmente, para os prescritores.
( ) Parcialmente, para os usuários.
( ) Parcialmente, para os prescritores e usuários.
____________________________
____________________________
ANEXO IV
Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que
foram lidas para mim, descrevendo o estudo. Ficaram claros para mim quais são os
propósitos do estudo, a garantia de confidencialidade e de esclarecimentos.
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Assinatura do participante