Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Data: 27-04-2009
Visualizações: 1463
INTRODUÇÃO
A grande ênfase do primeiro capítulo de Filipenses é mostrar que Cristo ocupa o lugar mais alto da nossa vida.
Ele tem a supremacia. Para mim o viver é Cristo, diz o apóstolo Paulo (Fp 1.21). O capítulo dois de Filipenses
nos revela que o próprio Pai exaltou a Cristo sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome (Fp
2.9-11).
Se a ênfase do capítulo primeiro de Filipenses é Cristo primeiro; a ênfase do capítulo segundo é o outro na
frente do eu. Neste capítulo dois Paulo dá quatro exemplos de abnegação e auto-sacrifício. Ele menciona o
exemplo de Cristo (Fp 2.5-11), o seu próprio (Fp 2.17,18), o de Timóteo (Fp 2.19-24) e o de Epafrodito (Fp
2.25-30).
Já examinamos o exemplo de Cristo; agora, veremos os outros três exemplos.
O apóstolo Paulo vai usar três exemplos de altruísmo. Ele começa consigo. Quando vai tratar de si mesmo, usa
apenas um verso (Fp 2.17), mas quando vai falar de Timóteo e Epafrodito usava seis versos para cada um.
O apóstolo Paulo estava preso em Roma, sob algemas, com esperança de ser absolvido em seu julgamento por
meio das orações da igreja (Fp 1.19; Fm 22). Paulo era um homem que nutria a sua alma de esperança (Fp
2.24). Ele se considerava prisioneiro de Cristo e não de César. Não eram os homens maus que estavam no
controle da sua vida, mas a providência divina. Ele não estava travando uma luta pessoal, mas estava pronto a
morrer pelo evangelho.
2. Um homem pronto a dar sua vida como libação em favor de outros (Fp 2.17)
O apóstolo Paulo usa a figura da libação, um rito comum tanto no paganismo como na religião judaica (Nm
15.1-10) para expressar sua disposição da dar sua vida pelo evangelho e pela igreja (2Tm 4.6).
William Barclay diz que uma libação no paganismo consistia em derramar um cálice de vinho como oferenda
aos deuses. Cada comida pagã começava e terminava com dita libação como uma espécie de ação de graças.
No judaísmo a libação era o derramamento de vinho ou azeite sobre a oferta do holocausto (Nm 15.5,7,10). A
vida e o trabalho dos cristãos poderiam ser descritos como um sacrifício (Rm 12.1). A oferta dos filipenses a
Paulo foi comparada como oferta agradável a Deus (Fp 4.18).
Paulo olhava para a vida numa perspectiva espiritual. Ele não está pensando numa libação dos cultos pagãos,
mas na entrega fervorosa de usa vida a Deus. Ele via a prática cristã dos crentes de Filipos como um sacrifício
para Deus e via sua morte em favor do evangelho como uma oferta de libação sobre o sacrifício daqueles
irmãos.
Nessa mesma trilha de pensamento H. C. G. Moule diz que Paulo via os crentes de Filipos como um altar de
sacrifício, onde a vida e o serviço deles eram como uma oferta a Deus; e sobre esse altar de sacrifício, ele via o
seu sangue que seria em breve derramado como uma oferta de libação.
Ralph Martin diz que “sacrifício” e “serviço” é combinação de duas palavras, uma das quais é leitougia. Os dois
termos formam uma única idéia. Leitourgia é uma palavra de culto, associada a thysia (sacrifício), e juntas
referem-se a um culto sacrificial, realizado pela fé dos filipenses, ao sustentar ativamente o apóstolo, mesmo
sendo pobres (2Co 8.2). As dádivas deles eram como oferta fragrante a Deus (Fp 4.18).
3. Um homem pronto a dar sua vida por outros não por constrangimento, mas com grande alegria
(Fp 2.17,18)
O apóstolo Paulo demonstra uma alegria imensa mesmo estando na ante-sala da morte e no corredor do
martírio. Suas palavras não são de revolta nem de lamento. Ele foi perseguido, apedrejado, preso, e açoitado
com varas. Ele enfrentou frio, fome e passou privações. Ele enfrentou inimigos de fora e perseguidores de
dentro. Ele, agora, está em Roma, sendo acusado pelos judeus diante de César, aguardando uma sentença que
pode levá-lo à morte; mas a despeito dessa situação sua alma está em festa e seu coração está exultando de
alegria.
Paulo está usando a figura da libação para mostrar que a morte dele completaria o sacrifício dos filipenses. O
martírio coroaria sua vida e seu apostolado. Porém, Paulo deseja que esse sacrifício seja colocado como crédito
aos filipenses e não a seu próprio. Sendo assim, não haveria motivo para lágrimas.
Essa perspectiva levou Paulo a dizer: “... alegro-me e, com todos vós, me congratulo. Assim, vós também, pela
mesma razão, alegrai-vos e congratulai-vos comigo” (Fp 2.17,18). Nessa mesma linha de pensamento William
Hendriksen escreve: “O derramamento do sangue de Paulo é motivo de alegria para ele, sempre que seja
considerado como uma libação que coroará a oferenda sacrificial apresentada pelos filipenses”.
Paulo está dizendo para a igreja que sendo ele absolvido (Fp 1.25) ou morrendo (Fp 2.17), ela deveria alegrar-
se. Plutarco usa essa mesma expressão usada por Paulo para falar do mensageiro da batalha de Maratona que
depois de uma longa corrida chegou a Atenas, e deu a notícia da vitória do seu povo na batalha: “Alegrai-vos e
congratulai-vos comigo”. E caiu morto.
Quem era esse mensageiro de Paulo chamado Timóteo? Sua mãe e sua avó eram crentes (2Tm 1.5) e seu pai
grego (At 16.1). Ele conhecia a Palavra de Deus desde a infância (2Tm 3.15). Foi convertido na primeira viagem
missionária de Paulo e cresceu espiritualmente, pois, passou a ter bom testemunho em sua cidade antes de
unir-se ao apóstolo em sua segunda viagem missionária (At 16.1,2). Timóteo era filho na fé de Paulo (1Tm
1.2), cooperador de Paulo (Rm 16.21), e mensageiro de Paulo às igrejas (1Ts 3.6; 1Co 4.17; 16.10,11; Fp
2.19). Ele esteve preso com Paulo em Roma (Fp 1.1; Hb 13.23). Ele era jovem (1Tm 4.12), tímido (2Tm 1.7,8)
e doente (1Tm 5.23). Ele tinha um caráter provado (Fp 2.22) e cuidava dos interesses de Cristo (Fp 2.21) e dos
interesses da igreja de Cristo (Fp 2.20).
É ainda digno de nota que Timóteo esteve presente quando a igreja de Filipos foi estabelecida (At 16.11-40;
1Ts 2.2), e, ainda, subseqüentemente também os visitou, mais de uma vez (At 19.21,22; 20.3-6; 1Co 1.1).
Portanto, ele era a pessoa indicada para ser enviado novamente à igreja de Filipos.
Longe de proceder de forma egoística, procurando manter perto de si o maior contingente possível de amigos,
Paulo enviou Tíquico a Éfeso, Crescente à Galácia e Tito à Dalmácia (2Tm 4.10-12). Werner de Boor diz que é
maravilhoso saber que Paulo pretende, agora, enviar a Filipos Timóteo, o melhor colaborar de que dispõe.
Havia muitos cooperadores de Paulo, mas Timóteo ocupava um lugar especial no coração do velho apóstolo. Ele
era um homem singular pela sua obediência e submissão a Cristo e ao apóstolo como um filho a um pai. A
palavra grega que Paulo usa para “igual sentimento” só aparece aqui em todo o Novo Testamento. É a palavra
isopsychos, que significa “da mesma alma”. Esse termo foi usado no Antigo Testamento como “meu igual” e
“meu íntimo amigo”(LXX Sl 55.13). F. F. Bruce citando Erasmo diz que ele parafraseia esta passagem assim:
“Eu o enviarei como o meu alter ego”.
3. Timóteo, um homem que cuida dos interesses dos outros (Fp 2.20b)
Timóteo aprendeu o princípio ensinado por Paulo de buscar os interesses dos outros (Fp 2.4), princípio esse,
exemplificado por Cristo (Fp 2.5) e pelo próprio apóstolo (Fp 2.17).
Timóteo de igual modo vive de forma altruísta, pois o centro da sua atenção não está em si mesmo, mas na
igreja de Deus. Ele não busca riqueza, nem promoção pessoal. Ele não está no ministério em busca de
vantagens; ele tem um alvo: cuidar dos interesses da igreja.
É uma pena que os cristãos de Roma estivessem tão envolvidos com os próprios problemas e desavenças (Fp
1.15,16) a ponto de não ter tempo para a obra importante do Senhor. Warren Wiersbe diz que essa é uma das
grandes tragédias causadas pelos problemas internos das igrejas; eles consomem tempo, energia e
preocupação que deveriam estar sendo dedicados a coisas mais essenciais.
Jacó, depois de convertido, passou a ter uma grande sensibilidade para lidar com os outros (Gn 33.13,14).
Timóteo era assim também. Você se preocupa com o povo de Deus? Você trata as pessoas de forma gentil?
Você conduz sua família, seus filhos, sua classe de Escola Dominical, seus irmãos em Cristo de forma gentil?
Concordo com Robertson, quando afirma: “O melhor caminho para ser feliz é fazer os outros felizes”.
Só existem dois estilos de vida: aqueles que vivem para si mesmos (Fp 2.21) e aqueles que vivem para Cristo
(Fp 1.21). Estamos em Filipenses 1.21 ou, então, estaremos em Filipenses 2.21. Timóteo queria cuidar dos
interesses de Cristo e não dos seus próprios. Sua vida estava centrada em Cristo (Fp 2.21) e nos irmãos (Fp
2.20b) e não no seu próprio eu (Fp 2.21).
Corretamente Werner de Boor afirma: “Quem busca o que é seu, sua própria fama, seu próprio conforto,
esquiva-se do esforço e da dor de ir a fundo nas questões em uma igreja e solucionar as mazelas com mão
paciente, afetuosa, e por isso também firme”.
James Montgomery Boyce diz que é fácil colocarmos outras coisas primeiro em nossa vida. Você pode colocar
sua própria reputação primeiro. Pode colocar seus prazeres em primeiro lugar. Pode colocar em primeiro lugar
seus planos, sua família, seu sucesso ou qualquer outra coisa. Mas, se você fizer isso, todas essas coisas ficarão
distorcidas e você perderá a maior de todas as bênçãos da sua vida. Porque Timóteo colocou Cristo em primeiro
lugar, as outras coisas se estabeleceram naturalmente.
Havia muitos que colocavam seus interesses acima e antes dos interesses alheios, ou estavam muito
preocupados, buscando mais “o que é seu, e não o que é de Cristo Jesus”. Embora, alguns em Roma estavam
pregando o evangelho “por amor” (Fp 1.16), de todos quantos estavam disponíveis perante Paulo, nenhum era
tão destituído de egoísmo como Timóteo. Para Timóteo, como para Paulo, a causa de Cristo Jesus envolvia o
bem-estar de seu povo.
Timóteo tinha bom testemunho antes de ser missionário (At 16.1,2) e agora, quando Paulo está para lhe passar
o bastão, como continuador da sua obra, dá testemunho de que ele continua tendo um caráter provado (Fp
2.22). É lamentável que muitos líderes religiosos que são grandes em fama e riqueza sejam anões em caráter.
Vivemos uma crise avassaladora de integridade no meio evangélico brasileiro. Precisamos urgentemente de
homens íntegros, provados, que sejam modelo do rebanho.
É digno de nota que Timóteo serviu ao evangelho. Ele serviu com Paulo e não a Paulo. Embora, a relação entre
Paulo e Timóteo fosse de pai e filho, ambos estavam engajados no mesmo projeto. Hoje, muitos líderes se
colocam acima de seus colaboradores. A relação não de é de parceria no trabalho, mas de subserviência
pessoal.
Paulo, o administrador solícito da obra missionária, agora se volta de Timóteo para Epafrodito. Este valoroso
obreiro só é citado nesta carta aos Filipenses neste parágrafo e em Filipenses 4.18, porém, é o suficiente para
compreendermos seu profundo amor por Jesus e pela igreja.
Paulo era um “hebreu de hebreus”, Timóteo era em parte judeu e em parte gentio (At 16.1). E, tanto quanto
sabemos, Epafrodito era inteiramente gentio. Mas, todos eles tinham a mesma característica: estavam
dispostos a viver para Cristo e dar sua vida pelos irmãos. O nome Epafrodito significa “encantador”, “amável”.
Sua vida refletia o seu nome.
1. Um homem pronto a servir o apóstolo Paulo mesmo correndo grandes riscos (Fp 2.25a,30)
Epafrodito foi o portador da oferta da igreja de Filipos a Paulo e o portador da carta de Paulo à igreja de Filipos.
Ele viajou de Filipos a Roma para levar uma oferta da igreja ao apóstolo (Fp 2.30; 4.18) e também para assistir
ao apóstolo na prisão (Fp 2.25). Paulo o chama de irmão, cooperador e companheiro de lutas. Como diz
Lightfoot, Epafrodito era um com Paulo em afeto, em atividade e em perigo. Isso mostra que Epafrodito era um
homem equilibrado. Warren Wiersbe corretamente comenta:
O equilíbrio é importante para a vida cristã. Alguns enfatizam tanto a “comunhão” que se esquecem do
progresso do evangelho. Outros se encontram de tal modo envolvidos com a defesa da “fé evangélica” que não
desenvolvem a comunhão com outros cristãos. Epafrodito não caiu nessas armadilhas. Era como Neemias, o
homem que reconstruiu os muros de Jerusalém segurando a pá em uma das suas mãos e a espada na outra
(Ne 4.17). Não podemos construir com uma espada nem combater com uma pá! Precisamos desses dois
instrumentos para realizar a obra do Senhor.
Vejamos a descrição que Paulo faz de Epafrodito:
Em primeiro lugar, ele era um irmão (Fp 2.25). Se nós estamos em Cristo, há um elo de amor fraternal que nos
une uns aos outros. Essa é uma palavra que destaca a relação de família.
Em segundo lugar, ele era um cooperador (Fp 2.25). Epafrodito era um trabalhador na obra de Cristo e um
ajudador de Paulo. A palavra grega usada por Paulo é synergos, denotando que Paulo e Epafrodito estão no
mesmo serviço do reino de Deus.
Em terceiro lugar, ele era um companheiro de milícia (Fp 2.25). A vida cristã não é um parque de diversões,
uma colônia de férias, mas um campo de guerra. Epafrodito estava no meio desse campo de lutas juntamente
com o apóstolo Paulo. O pano de fundo é o de uma metáfora geral, em que ambos são “companheiros no
conflito”, na guerra contra o mal. Epafrodito é um companheiro de milícia, um companheiro de armas. William
Hendriksen diz que um obreiro deve ser também um guerreiro, porque na obra do evangelho terá que
combater contra muitos inimigos: mestres judaizantes, gregos e romanos escarnecedores, adoradores do
imperador, sensualistas, governadores deste mundo tenebroso, etc.
Em segundo lugar, ele é um auxiliar da igreja para ajudar Paulo (Fp 2.25b). A palavra grega usada por Paulo é
leitourgos, de onde vem a nossa palavra “liturgia” que significa serviço ou culto sagrado. Lightfoot diz que essa
palavra tem uma vasta história: 1) Era um serviço civil; 2) Depois passou a significar qualquer tipo de função
ou ofício; 3) Em seguida recebeu o significado de uma ministração sacerdotal, especialmente entre os judeus;
4) Também significou os serviços eucarísticos; 5) E finalmente, passou a significar as formas da divina
adoração. A idéia, portanto, do apóstolo é que o crente é um sacerdote que ministra um culto a Deus enquanto
atende às necessidades dos outros. Epafrodito fazia do seu serviço prestado à igreja uma liturgia e um culto
para Deus.
William Barclay ainda traz mais luz para o entendimento dessa palavra. No grego secular leitourgia era uma
palavra nobre. Nos dias da Grécia antiga, muitos amavam tanto a sua cidade que com seus próprios recursos e
às suas próprias expensas se responsabilizam de certos deveres cívicos importantes. Podia tratar-se de bancar
os gastos de uma embaixada, ou o custo da representação de um importante drama de algum dos famosos
poetas, ou o entretenimento dos atletas que iriam representar a cidade nos jogos ou o equipamento de um
barco de guerra e os gastos de uma tripulação a serviço do Estado. Eram sempre dons generosos para o
Estado. Tais homens eram conhecidos como leitourgoi. Esta é a palavra que Paulo adota e aplica a Epafrodito.
Bruce Barton afirma que Epafrodito tinha vindo a Roma não apenas para trazer dinheiro para Paulo, mas
também para ministrar às necessidades espirituais de Paulo sem prazo determinado para voltar. Como Timóteo
esse homem colocou as necessidades dos outros acima de suas próprias (Fp 2.4; 2.20).
Em Roma, Epafrodito caiu enfermo, possivelmente vítima da conhecida febre romana que às vezes varria a
cidade como uma epidemia e um açoite. A enfermidade o havia levado às portas da morte. Não estamos livres
como cristãos das intempéries naturais da vida. Paulo não disse que ele ficou doente porque isso foi um ataque
de Satanás nem que ele ficou doente porque tinha uma fé trôpega nem ainda porque estava em pecado.
Aqueles que pregam que um crente não pode ficar doente e que toda doença é obra maligna estão
equivocados.
Em segundo lugar, Epafrodito mesmo fazendo a obra de Deus adoeceu mortalmente (Fp 2.27). Ele não apenas
adoeceu, mas adoeceu para morrer. Sua enfermidade foi algo grave. Os crentes não são poupados de enfrentar
as mesmas dores, as mesmas tristezas e as mesmas enfermidades. Paulo não considera a doença grave de um
irmão como uma falha na vida de fé, diz Werner de Boor. Nessa mesma linha de pensamento James
Montgomery Boyce diz:
Algumas pessoas têm ensinado que a saúde é um direito inalienável do cristão e que a doença é resultado do
pecado ou da falta de uma fé robusta. Outros, como os falsos consoladores de Jó têm dito que a doença é
sempre um sinal do castigo e da disciplina de Deus. Esses pensamentos não são verdadeiros e o caso de
Epafrodito os refuta. Epafrodito era um homem que devia receber as maiores honras na igreja (Fp 2.29). No
entanto, ele caiu enfermo no meio do trabalho abnegado do serviço cristão. Ainda mais, ele ficou doente por
um longo período. Filipos ficava há 1.080 quilômetros de Roma. Naquele tempo gastava-se pelo menos seis
semanas para se viajar de Roma a Filipos. Ele ficou doente o tempo suficiente para que os crentes de Filipos
soubessem disso e a notícia de volta acerca de tristeza da igreja chegasse a ele em Roma. Assim, ele esteve
doente pelo menos por uns três meses. E mais, ele estava na companhia de Paulo, porém, o apóstolo não tinha
indicações do Senhor para curá-lo.
Em terceiro lugar, Epafrodito mesmo sendo um servo de Deus sofreu profunda angústia (Fp 2.26). Paulo
descreve a angústia de Epafrodito usando a mesma palavra que os evangelistas usaram para a angústia de
Cristo no Getsêmani (Mt 26.37). Essa palavra no grego ademonein denota uma grande angústia mental e
espiritual (Mc 14.33), a angústia que se segue a um grande choque. A saudade dos irmãos, a apreensão acerca
da sua condição e a impossibilidade de cumprir plenamente o seu trabalho em relação ao apóstolo Paulo afligiu-
lhe a alma sobremaneira.
A cura de Epafrodito foi um ato da misericórdia de Deus. Não há aqui qualquer palavra de Paulo acerca da cura
pela fé. Simplesmente o apóstolo afirma que Deus teve misericórdia dele e de Epafrodito. Em última instância,
toda cura é divina (Sl 103.3). Deus cura por intermédio dos meios, sem meios e apesar dos meios. Deus curou
Epafrodito por amor a ele, a Paulo e à igreja de Filipos (Fp 2.27,28). Deus ainda tem todo o poder de curar. Ele,
ainda, tem tirado muitos das portas da morte. Porém, precisamos nos acautelar acerca dos embusteiros que
enganam os incautos com falsos milagres e se enriquecem com promessas vazias.
Paulo estava preocupado que algumas pessoas pudessem criticar Epafrodito pela sua volta prematura à igreja
sem cumprir plenamente seu papel em relação à assistência a Paulo na prisão. O apóstolo, então, com seu
senso pastoral, antecipa a situação e ordena à igreja a receber esse valoroso irmão com alegria e com honra.
Não há nada de errado em um servo receber honra. Aliás, esse é um princípio bíblico que precisamos obedecer.
Escrevendo aos crentes de Tessalônica Paulo diz: “Agora, vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que
trabalham entre vós e os que vos presidem no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais com amor em
máxima consideração, por causa do trabalho que realizam. Vivei em paz uns com os outros” (1Ts 5.12,13).
O mundo honra aqueles que são inteligentes, belos, ricos, e poderosos. Que tipo de pessoas a igreja deve
honrar? Epafrodito foi chamado de irmão, cooperador, companheiro de lutas, mensageiro e auxiliar. Esses são
os emblemas da honra. Paulo nos encoraja a honrar aqueles que arriscam a própria vida por amor de Cristo e o
cuidado dos outros, indo onde não podemos ir por nós mesmos.
6. Um homem que se dispôs a dar sua vida pela obra de Cristo (Fp 2.30)
A viagem de Filipos para Roma era uma longa e árdua jornada com mais de mil quilômetros. Associar-se com
um homem acusado, preso e na iminência de ser condenado também constituía um risco sério. Porém,
Epafrodito se dispôs a enfrentar todas essas dificuldades pela obra de Cristo em favor da assistência material e
espiritual a Paulo na prisão.
A palavra grega que Paulo usa neste verso 30 para: “... dispôs-se a dar a própria vida...” é paraboleuesthai.
Essa palavra se aplica ao jogador que aposta tudo em uma jogada de dados. William Barclay diz que o que
Paulo está dizendo é que Epafrodito jogou sua própria vida pela causa de Jesus Cristo arriscando-a
temerariamente.
CONCLUSÃO
Paulo, assim, apresentou três exemplos da mesma atitude de auto-renúncia, “o mesmo sentimento que houve
em Cristo Jesus” (Fp 2.5). Ele escreveu sobre sua própria prontidão para sofrer o martírio (Fp 2.17). Ele
menciona o trabalho altruísta de Timóteo em favor de Cristo e da igreja (Fp 2.18-23) e finalmente, ele fala
sobre a devoção de Epafrodito à missão que lhe fora confiada de ir a Roma para levar-lhe uma oferta da igreja
e assisti-lo em sua prisão (Fp 2.30).
O julgamento de Paulo estava se aproximando. Alguns já o haviam abandonado. Estavam ainda com ele
Timóteo e Epafrodito. O que ele está pensando em fazer? O que Paulo está pensando acerca dos dias sombrios
que precederão a sua execução? Sobre si mesmo? Sobre seu futuro? Não! Ele está pensando nas necessidades
de seus irmãos e está pronto a sacrificar seus próprios interesses para enviar a eles seus dois grandes
colaboradores. Paulo era um imitador de Cristo. E Cristo deixou a glória para vir ao mundo morrer em nosso
lugar. Cristo viveu para os outros, deu sua vida pelos outros (Jo 3.16) e ele nos ensinou a fazer o mesmo (1Jo
3.16), como o fizeram Paulo, Timóteo e Epafrodito.
O NOME MAIS PODEROSO DO MUNDO
Data: 13-04-2009
Visualizações: 2027
INTRODUÇÃO
• Existem três formas de um homem ter um grande nome: 1) Por herança; 2) Por
doação; 3) Por conquista. O nome de Jesus é o mais excelente por essas três causas.
• Jesus revelou-se a João na Ilha de Patmos, dizendo: “Eu sou o primeiro e o último, e
aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos, e
tenho as chaves da morte e do inferno” (Ap 1:17,18).
• Aquele que tem a chave é a pessoa autorizada, aquela que detém o poder e a
autoridade.
• Jesus diz: “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra, ide portanto, fazei
discípulos de todas as nações” (Mt 28:18-20). E ele acrescenta: “Estes sinais hão de
acompanhar aqueles que crêem: em meu nome expulsarão demônios, falarão novas
línguas, pegarão em serpentes; e, se alguma cousa mortífera beberem, não lhes fará
PAIS CONVERTIDOS AOS FILHOS
Data: 28-05-2004
Visualizações: 3510
INTRODUÇÃO:
A paternidade é uma das missões mais nobres, mas mais difíceis. Grandes homens de
Deus foram brilhantes em diversas áreas da vida mas fracassaram como pais: Ex.
Isaque, Eli, Samuel, Davi, Josafá.
Deus quer construir lares fortes:
1) Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa
2) Noé - Não estaria tranqüilo se os filhos não estivessem na arca
3) Um pai israelita - se o primogênito não estivesse debaixo do sangue na noite da
matança
IV. Leve uma vida séria com Deus se não quiser ver seu filho cativo - Dt 28.41
Não aceite passivamente a decretação do fracasso na vida dos seus filhos. Você não
gerou filhos para a perdição. Você não criou filhos para o cativeiro. Seus filhos são
herança de Deus. São filhos da promessa.
INTRODUÇÃO
1. No capítulo 1, o apóstolo João identificou três marcas de uma falso cristão: 1) Ele
tenta enganar os outros; 2) Ele tenta enganar a si mesmo; 3) Ele tenta enganar a Deus.
2. Agora, o apóstolo vai falar sobre as marcas do verdadeiro cristão. Quais são os
critérios para avaliarmos se uma pessoa é verdadeiramente salva? Quais são os sinais
distintivos de um verdadeiro cristão? Num contexto de muitas igrejas, muitas
denominações e muitas doutrinas, como podemos saber se uma pessoa verdadeiramente
é convertida?
3. João escreve para falar sobre as marcas do verdadeiro cristão. Existem três provas
básicas: a prova moral – obediência (2:4,6), a provoca social - amor (2:9,10) e a prova
doutrinária – fé em Cristo (5:1,12).
4. Nós só podemos conhecer um cristão verdadeiro, checando sua vida com o modelo
perfeito que é Jesus. Ele precisa andar como Cristo andou. Ele precisa amar como
Cristo amou. Ele precisa ter a vida que Cristo doou. Ilustração: A maneira de não
receber uma nota falsa é conhecer bem a nota verdadeira.
5. O ódio traz grandes tragédias para quem o nutre e para quem ele é dirigido – v. 11
• Quem guarda mágoa no coração não pode orar, não pode ofertar, não pode receber
perdão.
• Quem guarda mágoa no coração perde a saúde, perde a paz e perde a intimidade com
Deus. E mais...
• Primeiro, onde há ódio não há salvação – v. 11a
• Segundo, onde há ódio não há santificação – v. 11b
• Terceiro, onde há ódio não há direção segura – v. 11c – Ilustração: O dia que estava
dirigindo no noveiro, vindo de Iúna (falecimento pai da Cláudia).
• O propósito de João é que não haja nada em nós que faça os outros tropeçarem. Mas
também não deve haver nada em nós que nos faça tropeçar. Se Deus é amor, se Cristo
nos mandar amar. Se o amor é o teste do verdadeiro conhecimento de Deus. Então, é
impossível termos comunhão com Deus e com os irmãos sem amor.
• O amor não é cego. O ódio, sim, cega! Uma pessoa amargurada fica cega. Seu
raciocínio obscurece. Ele perde o equilíbrio. Perde o discernimento, o bom senso –
Exemplo: A guerra no Iraque.
CONCLUSÃO
INTRODUÇÃO
Isaltino Gomes Coelho Filho diz que Jonas foi o mais estranho de todos os
profetas. Porém, sua mensagem produziu efeitos até naqueles que não o ouviram
diretamente. Nenhum outro pregador foi tão bem sucedido. Nem mesmo Jesus, pois
muitos se opuseram à sua pregação. No hebraico, o sermão de Jonas se compunha de
apenas cinco palavras, nada mais. E que impacto!
Page Kelley chega a ponto de afirmar que Jonas fez todo o possível para que sua
missão fracassasse. Um espírito indignado, um preparo insatisfatório, um sermão
medíocre. Resultado: um sucesso tremendo! A maioria dos pregadores trabalha
duramente para obter bons resultados; Jonas trabalhou durante para não ter bons
resultados, mas ele teve sucesso, apesar da sua atitude. Jonas foi o único pregador da
história que ficou frustrado com o seu sucesso.
Alguns estudiosos, dando rédeas à sua imaginação fazem do grande peixe que
engoliu Jonas o centro deste livro. Mas, o peixe não é o personagem principal do livro,
nem mesmo Jonas; Deus é. Deus é o Senhor não apenas de Israel, mas da natureza, da
História e de todas as nações. Sua vontade se cumpre, sempre, no final. Os homens não
podem criar-lhe obstáculos nem frustrá-lo. Sua graça é para todo o mundo. O peixe só é
citado duas vezes no livro enquanto Deus é quem ordena a Jonas a ir a Nínive. Deus é
quem manda uma tempestade atrás de Jonas. Deus é quem manda o peixe engolir Jonas
e depois vomitá-lo. Deus é quem novamente comissiona Jonas a pregar em Nínive.
Deus é quem perdoa os habitantes de Nínive e exorta o profeta emburrado. Nessa
mesma linha de pensamento Vincent Mora diz: “Este peixe, que foi obsessão para a
imaginação judaica e cristã não é o centro da narrativa. Não passa do instrumento
providencial que traz Jonas de volta a seu ponto de partida”.
Vamos destacar alguns pontos importantes na introdução deste precioso livro:
Alguns teólogos liberais rejeitam a tese de que Jonas profetizou no oitavo século
antes de Cristo. Eles colocam Jonas bem mais tarde, como um personagem que
profetizou no terceiro século. Buscando evidências internas no livro para ampararem
suas teses, esquecem-se de que o texto bíblico (2Rs 14.25) circunscreve o ministério de
Jonas num tempo determinado, ou seja, o oitavo século a.C.
O nome do profeta Jonas só é citado no Antigo Testamento fora do seu próprio livro
mais uma vez. Esse relato está em 2Reis 14.23-25, como segue:
No décimo quinto ano de Amazias, filho de Joás, rei de Judá, começou a reinar em
Samaria Jeroboão, filho de Jeoás, rei de Israel; e reinou quarenta e um anos. Fez o que
era mau perante o Senhor; jamais se apartou de nenhum dos pecados de Jeroboão, filho
de Nebate, que fez pecar a Israel. Restabeleceu ele os limites de Israel, desde a entrada
de Hamate até ao mar da Planície, segundo a palavra do Senhor, Deus de Israel, a qual
falara por intermédio de seu servo Jonas, filho de Amitai, o profeta, o qual era de Gate-
Hefer.
Concluímos que ele profetizou durante o reinado de Jeroboão II, quando esse monarca
ilustre governou em Samaria quarenta e um anos, num tempo de prosperidade
financeira, conquistas militares e paz nas fronteiras. Gleason Archer diz que Jonas deve
ter iniciado o seu ministério profético antes do reinado de Jeroboão II ou pelo menos
antes deste brilhante rei ter conseguido alguns dos seus triunfos militares mais
marcantes. Nesse mesmo tempo a nação também se entregou à opressão econômica,
aos desmandos legais, ao descalabro moral e à apostasia religiosa. Foi nesse tempo que
Amós denunciou a ganância insaciável dos poderosos, a mancomunação dos juízes com
os ricos para oprimirem os pobres, a corrupção moral e o desaparecimento da piedade
em virtude de uma religião sem ortodoxia e sem vida.
1. A salvação é uma dádiva oferecida a todos os povos e não apenas aos judeus
Jonas tentou fugir da presença de Deus não com medo da sua ira, mas com medo da sua
misericórdia. Ele foi o único pregador que ficou profundamente frustrado com o seu
sucesso. Ele quis morrer porque os ninivitas receberam vida. Jonas fazia do seu
nacionalismo extremado uma bandeira maior do que a obra missionária. Tinha prazer de
pregar condenação aos pagãos, mas não se alegrava com sua salvação.
W. J. Deane acentua o fato de que a principal lição que os judeus deveriam aprender
com o livro de Jonas é que a salvação também é destinada aos gentios. Os israelitas
desprezavam os gentios e os consideravam indignos. Eles os viam como combustível
para o fogo do inferno. Os israelitas estavam acostumados a ver os gentios como
inimigos que deviam ser punidos por seus pecados e não como pessoas que deviam ser
salvas. Outros profetas anunciaram essa verdade, mas Jonas viu diante dos seus olhos
essa verdade se tornando realidade.
Deus, porém, mostra a Jonas que ele tem o direito de usar misericórdia com quem quer,
sem precisar dar satisfação a quem quer que seja. Diz Isaltino Filho: “Não temos o
copyright de Deus. Ele é Senhor do mundo, de todos os povos e raças”.
2. A salvação é uma dádiva de Deus recebida pela fé e não obtida pelas obras
Os ninivitas eram pessoas pagãs e viviam sem luz e sem santidade. Eles eram perversos,
truculentos, sanguinários e idólatras. Pelas obras, eles jamais seriam salvos. Eles viviam
sem esperança e sem Deus no mundo. Mas, Deus os amou e enviou-lhes um mensageiro
e eles se arrependeram e creram na mensagem e foram salvos. Ainda hoje, o método de
Deus de salvar o homem é o mesmo. A salvação não é uma conquista do homem, mas
um presente de Deus. A salvação não é resultado do que o homem faz para Deus, mas
do que Deus fez pelo homem. A salvação não é o caminho que o homem abre da terra
para o céu, mas o caminho que Deus abriu do céu para a terra. A salvação é de graça
para o homem, mas custou tudo para Deus. Ela é gratuita, mas não é barata. A verdade
central do livro de Jonas é que “ao Senhor pertence a salvação” (2.9).
O propósito principal do livro de Jonas é mostrar que Deus ama as nações e sua
salvação é destinada a todos os povos. Deus é o personagem principal deste livro, pois o
livro começa e termina com ele falando. Quem é Deus?
Deus não tolerou a maldade dos ninivitas e enviou Jonas para adverti-los (1.2) nem
aceitou a rebeldia de Jonas e enviou a tempestade para pegá-lo (1.4). Deus ouviu a
oração de Jonas e libertou-o do ventre do peixe; Deus ouviu o clamor dos ninivitas e
salvou-lhes a alma. Deus vê os pecados e vê o arrependimento. Aos convertidos, Deus
perdoa e salva; aos de coração duro, Deus repreende e corrige.
O pecado sempre provoca a ira de Deus, proceda ele dos ímpios ou da igreja. Deus não
é um ser bonachão nem um velho senil de barbas brancas assentado numa cadeira de
balanço. Ele é um ser revestido de glória e majestade, assentado num alto e sublime
trono, diante de quem até os serafins cobrem o rosto. Deus não faz acepção de pessoas
em sua misericórdia nem em sua disciplina. Deus não tem dois pesos e duas medidas.
Jonas fica desgostoso com Deus não por causa da sua ira, mas por causa da sua
misericórdia. Ele fica frustrado não com seu fracasso, mas com o seu sucesso. A
conversão dos ninivitas produz festa no céu e tristeza no coração de Jonas. Enquanto os
anjos celebram a vida dos ninivitas, Jonas pede para morrer. A grande verdade do livro
de Jonas é que Deus se recusa a odiar os nossos inimigos. Ele salva até mesmo aqueles
a quem nós queremos condenar.
O grande ensinamento do livro de Jonas é que Deus aceita também os gentios. É
Deus quem toma a iniciativa de reconciliar consigo o mundo. A salvação é uma obra
exclusiva de Deus. Os gentios que estavam separados da comunidade de Israel foram
também chamados para fazer parte da igreja do Deus vivo. Essa concepção só foi
completamente mudada no Novo Testamento, como vemos em Atos 10.34: “Então
Pedro, tomando a Palavra, disse: Na verdade reconheço que Deus não faz acepção de
pessoas”. Deus não é propriedade apenas da igreja; Ele é o Senhor soberano e absoluto
de todo o mundo.
4. Deus conduz os seus planos à consumação e nenhum deles pode ser frustrado
Jonas pensou que podia ser mais sábio do que Deus. Ele tentou mudar a agenda de
Deus. Ele tentou escapar de Deus e fugir para Társis, o fim do mundo. Deus o mandou
ir para Nínive, que ficava à leste, no nascente do sol, mas ele foi para Társis, no oeste,
no poente do sol. Jonas caminhou rumo a uma noite escura em vez de caminhar na
direção da luz.
Mas, Deus é inescapável e seus planos são vitoriosos. Ninguém pode frustrar os
desígnios do Altíssimo. Ninguém pode esconder-se Daquele que a todos e a tudo vê.
Para ele a luz e as trevas são a mesma cousa. Ninguém pode lutar contra Deus e
prevalecer. Ninguém pode cair sobre a rocha dos séculos sem ficar esmagado. Os
caminhos de Deus são perfeitos. A vontade de Deus é soberana. O propósito de Deus é
vitorioso!
Jonas foi infiel a Deus, desobedecendo à sua ordem, mas Deus foi misericordioso e fiel
a Jonas não o destruindo por isso, nem lhe retirando o ofício de embaixador de sua
Palavra. Em vez de destruir-nos em nossas fraquezas, Deus nos restaura. Em vez de
esmagar-nos por causa dos nossos fracassos, Deus nos ensina através deles.
Mesmo quando somos infiéis, Deus permanece fiel, porque não pode negar-se a si
mesmo. Deus nos usa apesar de nós. A missão de Jonas jamais teria sido um sucesso, se
dependesse dele. Nínive converteu-se a Deus não por causa de Jonas, mas apesar de
Jonas. A mensagem de Jonas foi um libelo de condenação sem qualquer fresta de
esperança. O sentimento de Jonas era contrário à salvação de seus ouvintes. A
motivação de Jonas não estava alinhada com a motivação de Deus de salvar os ninivitas.
Mas, apesar de tudo isso, Deus realizou o maior milagre evangelístico da história na
cidade de Nínive por causa do evangelista, mas apesar dele.
Deus ouviu as orações dos marinheiros e os poupou. Deus ouviu o clamor de Jonas nas
entranhas do grande peixe e o libertou da morte. Deus ouviu o clamor dos ninivitas e os
salvou. Deus ouviu até mesmo os queixumes do profeta rebelde e o repreendeu com
amor.
Quando chegamos ao fim das nossas forças, Deus se manifesta abrindo-nos uma porta
de esperança. Quando as circunstâncias nos encurralam e parece que a tragédia se torna
inevitável, o braço onipotente de Deus nos traz livramento. Na verdade, as poderosas
intervenções de Deus na História são uma resposta às orações do seu povo. Ele jamais
desampara aqueles que nele esperam.
Deus não é uma divindade tribal. Ele é o Senhor do universo. O Reino de Deus é maior
do que a igreja. Deus se importa com todas as nações. Seu plano é abençoar todas as
famílias da terra através do seu povo. O apóstolo Paulo coloca essa verdade bendita de
forma eloqüente: “É, porventura, Deus somente dos judeus? Não o é também dos
gentios? Sim, também dos gentios” (Rm 3.29).
Israel foi separado por Deus para ser luz para as nações. O projeto de Deus não era
esconder Israel dos povos, mas levar a luz de Israel para dentro dos outros povos. Assim
também, a igreja não deve ser retirada do mundo, mas ser luz no mundo.
Jonas respondeu aos marinheiros: “Sou hebreu e temo ao Senhor, o Deus do céu, que
fez o mar e a terra” (1.9). Jonas diz que teme ao Senhor, mas o desobedece. Ele professa
crer na soberania de Deus, mas o desafia. Ele afirma que Deus é o criador do céu e da
terra, mas tenta fugir da sua presença. Ele diz que teme a Deus, mas além de fugir (1.3),
ainda discute com Deus (4.3,4; 4.8-11). Sua teologia está em descompasso com sua
prática. Ele é ortodoxo de cabeça e herege de conduta. Ele crê numa coisa e pratica
outra. Há um abismo entre sua fé e sua conduta; um divórcio entre sua teologia e sua
vida.
Isaltino Filho diz que Jonas era um homem com um credo ortodoxo e com uma
ética mesquinha. Ele sabia como citar a sua Bíblia de memória, pois sua oração, no
capítulo 2, está repleta de citações dos Salmos. Ele sabia as Escrituras, mas não se
importava nem um pouco com as pessoas. Sua queixa contra Deus é que Deus é
misericordioso. Até onde se sabe Jonas foi a única pessoa que reclamou da bondade de
Deus.
Jonas é como o irmão mais velho do pródigo, obedece por obrigação e não por prazer.
Sua obediência é compulsória e não voluntária. Ele prega, mas sem amor. Ele espera
não a salvação, mas a condenação de seus ouvintes. Ele chora de tristeza porque os
ninivitas recebem misericórdia em vez de juízo, perdão em vez de destruição. Jonas
quer morrer porque os ninivitas receberam o dom da vida eterna. Jonas tem piedade de
uma planta que ele não cultivou, mas nenhuma compaixão por mais de cento e vinte mil
pessoas que não sabem distinguir entre a mão direita e a mão esquerda (4.11).
Jonas quer mudar a mente Deus em vez de mudar sua própria conduta. Ele espera que
Deus se arrependa da sua misericórdia em vez dele arrepender-se de sua dureza de
coração. Jonas reclama não da severidade de Deus, mas da sua bondade. Jonas só
consegue amar os seus iguais. Sua teologia é reducionista. Ele tem a mentalidade de
gueto e quer lotear o céu apenas para o seu povo. Desmond Alexander disse que Deus
teve compaixão de Nínive, mas destruiu a planta. Jonas, por sua vez, teve compaixão da
planta, mas exigiu a destruição de Nínive. Jonas queria misericórdia para si e justiça
para os seus inimigos. Porém, Deus é soberano, sua justiça é totalmente imparcial e sua
misericórdia pode alcançar qualquer pessoa.
Jonas não tem medo da morte, ele tem medo de Deus salvar seus inimigos da morte.
Jonas está pronto a morrer, mas não disposto a se arrepender. Ele prefere ser jogado no
mar a humilhar-se diante de Deus e tomar o caminho da obediência.
Nem depois de passar pela dolorosa experiência de ser tragado por um peixe Jonas
mudou sua conduta. O livro se inicia com Jonas indiferente à sorte dos ninivitas e
termina com Jonas ainda absolutamente indiferente à sorte deles.
Por que Jonas fugiu? Por que ele ainda continua emburrado depois de terminar sua
missão em Nínive? Charles Feinberg lista cinco respostas a essas perguntas: primeiro, o
arrependimento e a conseqüente sobrevivência de Nínive poderia ser mais tarde a
derrocada do próprio povo de Israel; segundo, Jonas temia que a conversão dos gentios
seria em detrimento dos privilégios de Israel como povo escolhido; terceiro, o fanatismo
religioso de Jonas não o deixou alegrar-se no fato de Deus revelar sua graça a um povo
pagão; quarto, Jonas sabia mediante profecias anteriores (Os 9.3) que a Assíria deveria
ser o açoite disciplinador de Deus contra Israel; finalmente, Jonas declara que fugiu
porque temia que a mensagem de Deus fosse bem-sucedida entre os ninivitas.
Jonas é um homem contraditório, uma figura patética. Ele é um profeta, mas não se
dispõe a falar o que Deus manda nem a ir aonde Deus envia (1.2,3). Quando está com a
alma angustiada no ventre do grande peixe, nas camadas abissais do oceano, pede o
livramento da morte (2.2) e depois de resgatado e instrumentalizado por Deus já quer
morrer e pede para si a morte duas vezes (4.3; 4.8).
Jonas está ofendido porque pensa que Deus arruinou a sua reputação de profeta, uma
vez que pregou juízo e o povo ninivita experimentou misericórdia. Jonas receia ser
chamado de falso profeta por seu pronunciamento contra Nínive permanecer sem
cumprimento. Pelo arrependimento dos ninivitas Deus estava revogando um juízo já
pronunciado. Jonas deu mais valor à sua reputação do que a salvação de mais de cento e
vinte mil pessoas.
1. Os pagãos oram com mais fervor aos seus deuses que o profeta ao seu Deus
O temor de Jonas é mais teológico e menos prático. Ele tem ortodoxia, mas não tem
ortopatia nem ortopraxia. Ele tem a doutrina certa (ortodoxia), mas não sentimentos
certos (ortopatia) e atitudes certas (ortopraxia). Isaltino Filho diz que o bom ortodoxo
deve praticar a ortopatia e a ortopraxia. Caso contrário poderá ser apenas um fariseu.
Crê, mas não vive. Ortodoxia sem ortopatia e sem ortopraxia é de pouca utilidade para o
mundo. Tanto os marinheiros quanto os ninivitas demonstraram com vida transformada
o seu temor a Deus; Jonas professa temer ao Deus do céu, mas continuou recalcitrando
contra os aguilhões.
Jonas apenas diz que teme ao Senhor, o Deus do céu, que fez o mar e a terra (1.9), mas
os marinheiros ficaram possuídos de grande temor e repreenderam a Jonas (1.10).
Quando viram o mar se acalmar, eles temeram em extremo ao Senhor e ofereceram-lhe
sacrifícios e fizeram votos (1.16). O sentimento de reverência dos pagãos é maior do
que o temor do profeta. Quando os ninivitas ouviram a Palavra de Deus, eles creram em
Deus e proclamaram um jejum, e vestiram-se de pano de saco, desde o maior até o
menor (3.5).
É triste quando a espiritualidade dos pagãos é maior do que a do povo de Deus! Os
incrédulos, muitas vezes, agem de forma mais elevada que o povo de Deus. O
procedimento dos marinheiros pagãos e dos ninivitas é superior ao de Jonas.
1. Bill Hybes em um dos seus livros pergunta: “Qual é a igreja mais importante do
mundo?” É a igreja que Deus está edificando dentro de você.
2. Quais são as marcas dessa igreja que ainda hoje pode abalar o mundo? Para responder
essa pergunta, precisamos olhar não para as igrejas contemporâneas, mas para a igreja
mãe, para a igreja de Jerusalém.
3. Aquela igreja possuia algumas marcas: 1) Ela se reunia no templo e de casa em casa;
2) Ela tinha profundo compromisso com a doutrina e também uma celebração festiva; 3)
Ela era profundamente engajada em ação social (horizontal) e também na oração
(vertical); 4) Ela não apenas evangelizava, mas também fazia discípulos; 5) Ela tinha
grande comunhão dentro dos muros e também a simpatia dos de fora.
4. Hoje vemos igrejas que revelam grandes desequilíbrios: As igrejas que zelam pela
doutrina, não celebram com entusiasmo. As igrejas ativas na ação social desprezam a
oração. Aquelas que mais crescem em número mercadejam a verdade.
5. Vamos olhar para a igreja de Jerusalém como nosso exemplo e modelo:
1. Firmeza doutrinária – v. 42
• A igreja de Jerusalém nasceu sob o bastão da verdade. A igreja começa com o
derramamento do Espírito, a pregação cristocêntrica e a permanência dos novos crentes
na doutrina dos apóstolos.
• Ao longo da história houve muitos desvios da verdade: a) As heresias da Idade Média;
b) A ortodoxia sem piedade; c) O Pietismo – piedade sem ortodoxia; d) Quakers – O
importante é a luz interior; e) O movimento liberal – a razão acima da revelação; f) O
movimento neo-pentecostal – a experiência acima da revelação.
• Deus tem compromisso com a sua Palavra. Ele tem zelo pela sua Palavra. Uma igreja
fiel não pode mercadejar a Palavra.
2. Perseverança na oração – v. 42
• A igreja de Jerusalém não apenas possuia uma boa teologia da oração, mas
efetivamente orava. Ela dependia mais de Deus do que dos seus próprios recursos. a)
Atos 1:14 – Todos unânimes perseveravam em oração; b) Atos 3:1 – Os líderes da igreja
vão orar às 3 horas da tarde; c) Atos 4:31 – A igreja sob perseguição ora, o lugar treme e
o Espírito desce; d) Atos 6:4 – A liderança entende que a sua maior prioridade é oração
e a Palavra; e) Atos 9:11 – O primeiro sinal que Deus deu a Ananias sobre a conversão
de Paulo é que ele estava orando; f) Atos 12:5 – Pedro está preso, mas há oração
incessante da igreja em seu favor e ele é liberto miraculosamente; g) Atos 13:1-3 – A
igreja de Antioquia ora e Deus abre as portas das missões mundiais; h) Atos 16:25 –
Paulo e Silas oram na prisão e Deus abre as portas da Europa para o evangelho; i) Atos
20:36 – Paulo ora com os presbíteros da igreja de Éfeso na praia; j) Atos 28:8-9 – Paulo
ora pelos enfermos de ilha de Malta e os cura.
• A igreja hoje fala de oração, mas não ora.
CONCLUSÃO
1. Ricken Warren disse que a pergunta errada é: O que eu devo fazer para a minha igreja
crescer? A pergunta certa: O que está impedindo a minha igreja de crescer.
2. Nossa igreja tem feito diferença na nossa cidade? No nosso Estado e no País?
3. Que Deus nos ajude a ser uma igreja que produza impacto no meio em que vivemos!
IMITADORES DE DEUS
Data: 08-12-2008
Visualizações: 2997
INTRODUÇÃO
• Vivemos dois extremos quando se trata de imitar a Deus: Primeiro, a teologia de que o homem é um semi-
Deus. Ele fala e há poder em suas palavras. Ele decreta e as coisas acontecem. Ele ordena o mundo espiritual
precisa se colocar em movimento em obediência às suas ordens. Segundo, a teologia de que Deus é um ser um
desuso. O mundo secularizado não leva Deus em conta. Explica tudo pela ciência. Não lugar nem espaço para
Deus.
• Não podemos imitar a Deus na sua soberania, na sua onipotência, onisciência e onipresença. Não podemos
imitar a Deus na criação nem na redenção.
• A imitação a Deus é um ensino claro das Escrituras (Mt 5:43-48; Lc 6:35; 1 Jo 4:10,11). Devemos imitar
também a Cristo (Jo 13:34; 15:12; Rm 15:2,3,7; 2 Co 8:7,9; Fp 2:5; Ef 5:25; 1 Jo 3:16).
• Paulo argumenta que os filhos são como seus pais. Os filhos aprendem pela imitação. Deus é amor (1 Jo 4:8),
por isso os crentes devem andar em amor. Deus é luz (1 Jo 5:8), portanto os crentes devem andar como filhos
da luz. Deus é verdade (1 Jo 5:6), por isso os crentes devem andar em sabedoria.
1. Definição: A mímica era a parte mais importante para um orador : Teoria – mímica – prática. Se você quer
ser um grande orador, então imita os grandes oradores do passado. Mas se você quiser ser santo, então, imita
a Deus.
2. Limites da imitação – Paulo diz que devemos imitar a Deus no amor. Andar em amor denota uma ação
habitual. É fazer do amor a principal regra da nossa vida. Esse amor possui duas características distintas:
O perdão – Deus nos amou e nos perdoou (4:32). Assim, também, devemos amar e perdoar (5:1).
O sacrifício (5:2; 1 Jo 3:16). Este amor não é mero sentimento. Ele tudo dá pelo irmão, sem levar em conta
nenhum sacrifício por aquele a quem é dedicado. O sacrifício de Cristo foi agradável a Deus no sentido de que
satisfez sua justiça e adquiriu para nós eterna e eficaz redenção.
• Paulo passa do auto-sacrifício, para a auto-indulgência. A ordem “andai em amor” é seguida da condenação
da perversão do amor.
• Os crentes são santos – v. 3-4
• O crentes são reis – v. 5-6
• Os crentes são luz – v. 7-14
• Paulo ao tratar do assunto santidade, menciona os pecados dos quais é preciso fugir (v. 3-4). Os pecados
estão ligados a dois grupos: pecados do sexo ( v. 3) e pecados da língua (v. 4).
• Os pecados do sexo não deviam estar presentes na vida dos crentes. A infidelidade conjugal era
espantosamente comum nos dias de Paulo. O homossexualismo vinha sendo por séculos admitido como uma
normal maneira de proceder. Dos 15 imperadores romanos, 14 eram homossexuais. Havia o templo de Afrodite
em Corinto e o templo de Diana em Éfeso. A imoralidade sexual era uma prática comum nesse tempo.
• Os pecados da língua não deviam também estar presentes. Conversação torpe, palavras vãs ou chocarrices
não devem fazer parte do vocabulário dos crentes. Palavras obcenas, piadas imorais, mexericos fúteis
• Porque somos a nova sociedade de Deus, devemos adotar padrões novos, e porque decisivamente nos
despojamos da velha vida e nos revestimos da nova vida, devemos usar roupas apropriadas. Agora, Paulo vai
acrescentar mais dois incentivos à santidade:
• Paulo apresenta várias razões para andarmos de forma sábia: 1) A vida é curta – v. 16a; 2) Os dias são maus
– v. 16b; 3) Deus nos deu uma mente – v. 17a; 4) Deus tem um plano para as nossas vidas – v. 17b
• Os versos 15-17 definem o andar da sabedoria em dois pontos:
a) Primeiro, as pessoas sábias tiram o maior proveito do seu tempo – O verbo “remir” é comprar de
volta. Significa aqui tirar o maior proveito do tempo. “Tempo” refere-se a cada oportunidade que passa.
Certamente as pessoas sábias têm consciência que o tempo é um bem precioso. Todos nós temos a mesma
quantidade de tempo ao nosso dispor: com 60 minutos por hora e 24 horas por dia. As pessoas sábias
empregam o seu tempo de forma proveitosa. Ilustração: 1) Aviso: “PERDIDAS, ontem, nalgum lugar entre o
nascer e o pôr do sol, duas horas de ouro, cada uma cravejada com sessenta minutos de diamente. Nenhuma
recompensa é oferecida, pois foram-se para sempre!”
2) “RESOLVIDO: nunca perder um só momento de tempo mas, sim, tirar proveito dele da maneira mais
proveitosa que eu puder!” Jonathan Edwards.
3) Os gregos representavam a oportunidade como um jovem com asas nos pés e nas costas, com longo cabelo
na fronte e calvo atrás.
b) Segundo, as pessoas sábias discernem a vontade de Deus – v. 17 – O próprio Jesus orou: “Não se
faça a minha vontade, e, sim, a tua” (Lc 22:42) e nos ensinou a orar: “Faça-se a tua vontade, asssim na terra
como no céu” . Nada é mais importante na vida do que descobrir e praticar a vontade de Deus. A coisa mais
importante na vida é estar no centro da vontade de Deus. Exemplo: Ashbell Green Simonton.
CONCLUSÃO
INTRODUÇÃO
1. A maior necessidade da igreja não é das bênçãos de Deus, é de Deus. O Deus das
bênçãos é melhor do que as bênçãos de Deus. A igreja contemporânea mudou a sua
ênfase. A pregação moderna diz que o fim principal do homem é glorificar a Deus, mas
o fim principal de Deus é glorificar o homem. O evangelho moderno ensina que é Deus
quem está a serviço do homem e não o homem a serviço de Deus. O foco mudou. Não é
mais Deus que é a medida e o fim de todas as coisas, mas o homem que é a medida de
todas as coisas.
2. Hoje o homem trocou Deus pelas dádivas de Deus. As pessoas querem a salvação e
não o salvador. Querem os dons e não o doador. Querem coisas e não Deus.
3. No passado, a presença de Deus era a coisa mais importante que o povo de Deus
buscava. Deus apareceu para Moisés no deserto numa sarça. A glória de Deus se
manifestou e Moisés caiu com o rosto em terra. A presença de Deus revelou-se poderosa
no Egito e quebrou o poder dos deuses e o orgulho de Faraó.
4. O povo foi liberto pelo sangue do Cordeiro e protegido pela presença de Deus na
coluna de fogo e na coluna de nuvem. A nuvem era o símbolo da presença de Deus. A
presença de Deus dava direção de dia e proteção à noite.
5. Mas, houve um dia em que a presença de Deus foi embora do arraial de Israel. O
povo pecou e o pecado faz separação entre nós e o nosso Deus. A maior tragédia do
pecado é que ele afasta de nós a presença de Deus. 1) Deus disse para Josué que não
seria mais com o povo enquanto houvesse pecado no arraial de Israel; 2) Quando os
filhos de Eli pecaram contra Deus, a arca, símbolo da presença de Deus foi roubada e a
glória de Israel, a presença de Deus, se apartou do povo; 3) No tempo de Ezequiel a
glória de Deus se afastou da cidade, do templo, do monte e o povo foi levado ao
cativeiro.
2. Precisamos ter consciência que é por causa do pecado que Deus está se retirando do
meio do seu povo
• O Deus que fizera milagres tremendos, arrancando-os com mão poderosa do Egito,
triunfando sobre seus deuses, sobre Faraó e seus cavaleiros, abrindo o Mar Vermelho,
não estava mais com eles. Isso os encheu de desalento. Isso os alarmou e os levou a
prantear (33:4).
• Não há nada mais sério do qeu estar sem a presença de Deus.
• As bênçãos de Deus sem o Deus das bênçãos não têm valor. Canaã sem Deus não tem
valor. A terra que mana leite e mel sem Deus não tem valor. A posse da terra sem Deus
não tem valor. A comunhão com Deus é a própria essência da vida eterna (Jo 17:3).
• A igreja pode ter prosperidade, influência, dinheiro, influência na sociedade, mas Deus
está presente? Sua glória está entre nós? Canaã não nos interessa sem Deus. O que
precisamos mais do que a água para matar a nossa sede é da presença de Deus: “A
minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo” (Sl 42:1).
3. Se queremos a presença de Deus em nossa igreja, precisa ter coragem para romper
com tudo aquilo que nos afasta de Deus – v. 4-5
• Foram esses adornos que os havia levado à queda. A simples lembrança era odiosa.
Deus disse: Despojem-se deles e eles o fizeram. Se queremos a presença de Deus,
precisamos nos despojar de coisas que ofendem a santidade de Deus. Deus disse para
Jacó: tira as roupas contaminadas, lave as mãos sujas e jogue fora os ídolos. Deus disse
para Josué: tire as coisas contaminados do arraial. Elias removeu o baal que se
enterpunha entre o povo e as torrentes do céu.
• Precisamos chorar pelo pecado e abandonar o pecado.
2. Não basta apenas, deixar o pecado, é preciso ansiar ardentemente pela volta da
presença de Deus – v. 7-8
• Moisés estava ansioso para que a presença de Deus retornasse. Assim, ele estabeleceu
um lugar de oração. Ele não pressionou. Era espotâneo (33:7): “Todo aquele que
buscava ao Senhor saia à tenda da congregação”. Nem todos foram à tenda da
congregação. Mas houve pessoas que sentiram o mesmo fardo que Moisés sentiu e
foram buscar a presença de Deus.
• É importante notar que eles não se contentaram em orar em suas próprias tendas. Eles
tinham um lugar específico para se reunirem em oração. Precisamos nos reunir para
orar. A igreja primitiva orava nos lares e também no templo.
• Outros não foram à tenda para orar, mas viram os que tinham fome da presença de
Deus entrando na tenda (33:8). Não espere que toda a igreja venha orar. Venha você e
verá que todos serão impactados.
• Quando Moisés se separou para buscar a Deus e o povo também foi buscar a Deus, a
nuvem da presença de Deus veio sobre a tenda da congregação (33:9).
• Quando a presença de Deus veio sobre a tenda, o povo começou a adorar a Deus nas
suas tendas (33:10).
• A oração muda as coisas. Deus havia dito que sua presença não iria com o povo (33:2-
3). Mas, quando o povo se arrependeu e orou e buscou a Deus, Deus disse: “A minha
presença irá contigo, e eu te darei descanso” (33:14).
• Quando a presença de Deus é restaurada, o povo quer mais de Deus (33:11).
• Quando a presença de Deus é restaurada, desejamos ansiosamente ver a glória de Deus
(33:18).
CONCLUSÃO
• O sinal da presença de Deus que tinha ido embora, volta. A igreja é restaurada quando
há uma manifestação da presença de Deus em seu meio. Há uma nova vitalidade. A
adoração torna-se viva. As orações fervorosas. Quando a coluna de nuvem cobre a
tenda, os corações se dobram nos lares.
• A glória de Deus foi manifestada em Jesus. “E o verbo se fez carne e habitou entre
nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai”
(Jo 1:14). E ele prometeu: “Eis que estarei convosco todos os dias até a consumação do
século” (Mt 28:20). Jesus está aqui. Ele está entre nós. Ele está em nós. Adoremo-lo!