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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

AVALIAÇÃO TECNOLÓGICA DE FINOS DE MINERAÇÃO DE


AREIA PARA APLICAÇÃO COMO POZOLANAS

Deyna Pinho

Orientadora: Profa. Dr. Lilia Mascarenhas Sant’Agostino

RELATÓRIO FINAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO CIENTIFICA

SÃO PAULO
2002
1

ÍNDICE

RESUMO............................................................................................................ 2
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 3
2 JUSTIFICATIVAS ........................................................................................ 5
3 LOCALIZAÇÃO E ACESSO........................................................................ 6
4 GEOLOGIA REGIONAL E LOCAL ............................................................. 8
5 O SETOR DE CIMENTO............................................................................ 10
6 POZOLANAS............................................................................................. 13
6.1 ARGILAS POZOLÂNICAS ............................................................................. 14
7 MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................... 18
7.1 TRABALHOS DE CAMPO.............................................................................. 18
7.1.1 VISITA ÀS MINERAÇÕES........................................................................ 18
7.1.2 AMOSTRAGEM ........................................................................................ 25
7.2 CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA ........................................................... 29
7.2.1 PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS............................................................ 29
7.2.2 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA ............................................................... 30
7.2.3 ANÁLISE QUÍMICA................................................................................... 31
7.2.4 ANÁLISE TERMODIFERENCIAL (ATD) E ANÁLISE
TERMOGRAVIMÉTRICA (ATG) ............................................................................ 32
7.2.5 ANÁLISE MINERALÓGICA ...................................................................... 32
7.2.5.1 Difratômetria de Raios X para os Finos de Mineração .......................... 33
7.2.5.2 Difratômetria de Raios X para a Pozolana, e Pozolana com Cal .......... 34
7.2.5.3 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV).......................................... 34
7.3 ENSAIOS DE APLICAÇÃO ............................................................................ 35
7.3.1 ATIVIDADE POZOLÂNICA ....................................................................... 35
7.3.2 POZOLANICIDADE COM CAL ................................................................. 36
7.3.3 POZOLANICIDADE COM CIMENTO ....................................................... 37
7.3.4 DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO ........................ 40
8 RESULTADOS E INTERPRETAÇÕES ..................................................... 42
8.1 CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA ........................................................... 42
8.1.1 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA ................................................................ 42
8.1.2 ANÁLISE QUÍMICA POR FLUORESCÊNCIA DE RAIOS X..................... 44
8.1.3 ANÁLISE TÉRMICA POR ATD-ATG ........................................................ 44
8.1.4 ANÁLISE MINERALÓGICA POR DIFRATOMETRIA DE RAIOS X.......... 46
8.1.4.1 Difratometria de Raios X dos Finos de Mineração ................................ 47
8.1.4.2 Difratômetria de Raios X das Pozolanas e Pozolanas com Cal ............ 52
8.1.5 ANÁLISE MINERALÓGICA POR MICROSCOPIA ELETRONICA DE
VARREDURA (MEV) ............................................................................................. 55
8.2 ENSAIOS DE POZOLANICIDADE ................................................................. 63
8.2.1 ATIVIDADADE POZOLÂNICA COM CIMENTO ....................................... 63
8.3 ANÁLISE CRÍTICA DOS RESULTADOS E INTERPRETAÇÕES FINAIS .... 64
9 DIFICULDADES ENCONTRADAS ............................................................ 66
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 67
2

RESUMO

Esse trabalho teve por finalidade a caracterização tecnológica de materiais residuais finos,

gerados durante o processo de extração e beneficiamento de areia para construção civil,

oriundos de uma mineração de areia localizada no Bairro do Taboão, Mogi das Cruzes

(SP). Nesses resíduos foi realizada a caracterização tecnológica, e a partir do

conhecimento da natureza desses materiais foi investigada a aplicabilidade dos mesmos

como aditivos para indústria do cimento (pozolanas).

A possibilidade de utilização desses resíduos industrialmente como pozolanas concilia

duas importantes questões ambientais e econômicas, a primeira corresponde a urgência

de minimização do volume de material descartado diariamente em bacias de decantação

nas mineradoras, e a segunda no setor de cimentos, onde os materiais pozolânicos

substituem parte do clínquer, contribuindo para a redução da emissão de CO2 para a

atmosfera, além de participar na redução dos custos de produção.

Durante o projeto foram realizadas duas visitas à região com intuito de se conhecer o

processo de extração e beneficiamento de areia para construção civil. Numa primeira

etapa foram coletadas amostras das diferentes fases do beneficiamento, da extração aos

produtos finais residuais. Numa segunda etapa foram coletadas amostras do descarte de

finos (fração silte-argila), objeto principal deste projeto.

Das amostras da primeira e segunda coletas foram determinadas as distribuições

granulométricas, composições química e mineralógica. Sendo que de uma das amostras

da segunda coleta foram também realizados ensaios de atividade pozolânica com cimento.

A amostra escolhida para se realizar os ensaios de pozolanicidade com cimento obteve

como resultado índices de pozolanicidade satisfatórios, para ambas as temperaturas

escolhidas na calcinação. Esse resultado comprova que os finos da Mineração possuem

potencial como pozolanas, desde que sejam ativados termicamente no intervalo entre as

temperaturas de 600 e 850ºC.


3

1 INTRODUÇÃO

A região de Mogi das Cruzes, leste da Região Metropolitana de São Paulo, particularmente

o Bairro do Taboão, constitui-se em um importante polo produtor de areia para construção

civil, responsável por 7% da areia consumida na Grande São Paulo (Saito, 2002).

O agrupamento areieiro do Bairro do Taboão é representado por cerca de 12 empresas,

cuja produção mensal atinge 170.000 m3 de areia, através da extração por desmonte

hidráulico em cava seca. Desse conjunto de empresas, a empresa Cessi Materiais para

Construção Ltda colocou-se à disposição para cessão de dados e colaboração em

atividades de campo, sendo selecionada para estudo de caso (Saito, 2002).

Do processo de extração e beneficiamento de areia são gerados quantidades

elevadas de materiais estéril e resíduos (finos e grossos), que representam cerca de

40% e 15 % do volume total de material desmontado, respectivamente. Esses

materiais são depositados em bota-foras e bacias de decantação, resultando num

elevado custo operacional associado a diminuição da vida útil da jazida, além do

impacto ambiental causado por esse tipo de atividade.

Figura 1: Vista geral do tanque de decantação (largura aproximada: 400m).

Tratam-se de resíduos essencialmente siltito/argilosos, compostos principalmente de

caulinita e quartzo.

No local é típica uma elevada relação estéril/minério, função da geologia dos depósitos, que

correspondem à associações de leques aluviais da Formação Resende, onde ocorrem


4

intercalações de pacotes métricos de arenitos de granulações diversas, por vezes

conglomeráticos, e bancos de lamitos esverdeados maciços.

O relatório teve por finalidade uma compilação sobre o que são pozolanas, para que

são utilizadas, e ainda os ensaios para a determinação da pozolanicidade. Consta,

também, a caracterização granulométrica, além de análise química por fluorescência

de raios X, análise mineralógica por difração de raios X, análises termodiferenciais e

gravimétricas, e microscopia eletrônica de varredura, que ajudaram a investigar tanto

a mineralogia, quanto a aplicação dos resíduos da mineração na atividade

pozolânica.
5

2 JUSTIFICATIVAS

A região eleita para o desenvolvimento deste projeto foi objeto de alguns estudos

preliminares de argilas quaternárias e caulim da Mineração Horii da região Alto Tietê,

como apresentado por Corrêa (1984) e Motta (1991), visando aproveitamento

cerâmico. Zandonadi (1972) avaliou a potencialidade de argilas da Formação

Tremembé como descorantes de óleos.

Os estudos para o aproveitamento de resíduos argilosos de mineração de agregados

teve início na década de 80, enfocando principalmente o setor cerâmico. IPT (1987 in

Cuchierato, 2000) determinou a favorabilidade de aplicação de quartzo e feldspato de

finos de pedreira na indústria vidreira. Baseados em resultados de ensaios cerâmicos,

Alves & Baldo (1998); Cuchierato et al. (1998) e Cuchierato (2000) sugerem que os

resíduos de mineração de areia de um depósito de manto de alteração podem ser

aproveitados na indústria cerâmica.

Segundo Cuchierato (2000), os resíduos finos de mineração de areia na Região

Metropolitana de São Paulo podem ser síltico-argilosos a areno-siltosos, cuja

variações decorrem do processo de beneficiamento empregado. Em casos onde são

empregados hidrociclones, os resíduos são essencialmente silto-argilosos, compostos

por quartzo, caulinita e micas e subordinadamente feldspatos.

O aumento do uso de aditivos pozolânicos e a procura de novos materiais pozolânicos

no setor de cimento, intensificada nos últimos anos, são decorrentes da necessidade

de diminuição dos custos de produção e dos impactos ambientais associados, à

necessidade de redução do imenso volume de CO2 anualmente emitido pelas

indústrias cimenteiras (1,25 toneladas de CO2 , que corresponde entre 7 a 8% da

emissão global de CO2 para a atmosfera, alia-se à busca de melhor equacionamento

técnico-econômico por adições.


6

3 LOCALIZAÇÃO E ACESSO

O acesso a partir de São Paulo, capital, é feito pela Rodovia Presidente Dutra (BR

116) até a saída de Arujá, onde toma-se a Rodovia Mogi-Dutra (SP-098) sentido Mogi

das Cruzes. Por esta estrada segue-se até o trevo de acesso à Estrada do Taboão,

próximo ao cruzamento com a Rodovia Ayrton Senna (SP 070) e às instalações da

General Motors do Brasil. Daí Prossegue-se pela Estrada do Taboão por

aproximadamente 5km, até atravessar o Ribeirão Maria Rosa fazendo-se, a seguir,

uma conversão à esquerda, na estrada de terra que leva às instalações da Cessi

Comércio de Materiais para Construção Ltda. e à área de pesquisa (Figura 2).


Figura 2: Mapa de localização da área de pesquisa.
7
8

4 GEOLOGIA REGIONAL E LOCAL

O território paulista integra a Plataforma Sul-Americana (Almeida et al. 1976 in Carneiro &

Ponçano 1981). O arcabouço geológico da Região Metropolitana de São Paulo é

constituído por terrenos policíclicos do Cinturão de Dobramentos Ribeira representados

por rochas metamórficas, migmatitos e granitóides. Sobre esses terrenos, encontram-se

depositados sedimentos cenozóicos das Bacias de São Paulo e Taubaté que por vezes

são sobrepostos por sedimentos aluviais e coluviais quaternários (Figura 3).

Sedimentos Cenozóicos

No Estado de São Paulo, os registros cenozóicos ocorrem, principalmente na região leste,

assentados sobre o embasamento pré-cambriano a eopaleozóico. São exemplos dessas

ocorrências, as Bacias de São Paulo e Taubaté, preenchidas por sedimentos de idade

paleogênica, ambas pertencentes à uma feição maior denominada Rift Continental do

Sudeste do Brasil (RCSB) (Riccomini 1989). Adicionalmente ocorrem sedimentos

aluvionares preenchendo fundos de vales atuais.

O objeto deste projeto corresponde à porção distal dos sedimentos do sistema de

leques aluviais associados à planície aluvial de rios entrelaçados da Formação

Resende de Amador (1975 in Riccomini 1989). A geologia da área de estudo foi

definida através da análise de fácies sedimentares identificados em campo, assim

como verbalmente (Riccomini 2000 e Sant’Anna 2000).

A região de Guararema/Mogi das Cruzes corresponde a porção distal, sendo

caracterizada essencialmente por lamitos predominantemente arenosos e arenitos de

coloração esverdeada, estes localmente com estratificação cruzada acanalada de

médio porte e níveis conglomeráticos com seixos dominantemente de quartzo,

quartzito, feldspato e seixos de rochas do embasamento, com gradação normal a

inversa. Esses sedimentos ocorrem intercalados com níveis tabulares de argilitos

verdes maciços dos fácies de lamitos argilosos descritos por Sant’Anna (1999). A

Figura 3 traz o mapa geológico da RMSP e a localização da área de estudo.


9

Figura 3: Mapa geológico da região de Guararema-Mogi das Cruzes (Modificado de Instituto de


Geociências e LIG- Laboratório de Informática Geológica 1999 e SABESP-CEPAS - 1994).
10

5 O SETOR DE CIMENTO

Antes de entrar no setor de cimento propriamente dito, é importante ressaltar algumas

definições utilizadas na indústria do cimento que serão utilizadas ao decorrer deste

relatório, com ênfase ao uso de materiais pozolânicos como aditivos na fabricação de

cimento.

O cimento é um aglomerante hidráulico, cuja característica é endurecer apenas pela

reação com a água e que, após seu endurecimento, resiste satisfatoriamente à ação

da mesma, sendo constituído em sua maior parte de silicatos e/ou aluminatos de

cálcio NBR 11172/90 (ABNT, 1990).

Dentre os diversos tipos de cimento, o Cimento Portland é o mais conhecido e

comercializado. O Cimento Portland é um aglomerante hidráulico artificial que é obtido

pela moagem de clínquer Portland, o qual é um produto granulado obtido pela queima,

até fusão parcial, de uma mistura homogênea e convenientemente proporcionada,

constituída basicamente de calcário e argila, que por fim é feita geralmente a adição

de uma ou mais formas de sulfato de cálcio NBR 11172/90 (ABNT, 1990).

Segundo a mesma norma brasileira NBR 11172/90 (ABNT, 1990), o Cimento

Portland Comum, é o mesmo Cimento Portland, ao qual se adiciona durante a

operação a quantidade necessária de uma ou mais formas de sulfato de cálcio.

Durante a moagem são permitidas adições a esta mistura de materiais pozolânicos,

escórias de alto-forno e materiais carbonáticos, sendo assim o Cimento Portland

comum é classificado como: Cimento Portland Comum Simples (CPS), Cimento

Portland Comum com Escória (CPE), Cimento Portland Comum com Pozolana (CPZ).

Ao Cimento Portland Comum, segundo a norma brasileira NBR 5732/91 (ABNT, 1991),

é permitido adicionar-se materiais pozolânicos, escórias de alto forno, e materiais

carbonáticos, sendo utilizadas designações comerciais (siglas), CPI – para Cimento

Portland Comum (sem adição alguma), CPI-S – para Cimento Portland Comum com

adição de até 5% de material pozolânico (Quadro 1).


11

De acordo com a norma brasileira NBR 11578/91 (ABNT, 1991), o Cimento Portland

passa a ser Cimento Portland Composto (CPII), quando se é adicionado mais de 14%

de material pozolânico. E para a incorporação desse material em proporções maiores,

o cimento passa a ter a denominação do material incorporado. No caso do Cimento

Portland Pozolânico(CPIV), permite-se a adição de material pozolânico entre 15-50%,

com a adição ou não da materia-prima carbonática (Quadro 1).

Quadro 1: As designações e respectivas composições dos Cimentos Portland Comum,


Composto, Pozolânico.
Componentes (% em massa)
Cimento
Sigla* Clínquer + Material Material Norma ABNT
Portland
Sulfato de Cálcio Pozolânico Carbonático
Comum CPI 100 0 0
NBR 5732/91
Comum com
CPI-S 99-95 1-5 0 NBR 5732/91
adição
Composto com
CPII-Z 94-76 6-14 0-10 NBR 11578/91
pozolana
Pozolânico CPIV 85-45 15-50 0-5 NBR 5736/91
*Para fins comerciais, cada tipo de cimento é designado com uma sigla.

Evolução da Produção de Cimento Portland 1968-2000

35,000,000
Produção de Cimento em

30,000,000

25,000,000
toneladas

20,000,000

15,000,000

10,000,000

5,000,000

0
1968 1972 1976 1980 1984 1988 1992 1996 2000
Anos

Cimento Portland Comum + Cimento Portland Composto (CP I + CP II)


Cimento Portland Pozolânico (CP IV)

Figura 4: Produção de cimento Portland comum, composto e pozolânico de 1968 a 2000.

Ao se observar o gráfico (Figura 4) pode-se notar que o cimento Portland Comum e o

composto representam a grande maioria, em termos de produção de cimento, no

entanto o cimento Portland pozolânico vem apresentando um grande aumento de sua

produtividade a partir de 1970, de 42.910 toneladas para 109.707 toneladas, que a


12

partir daí aparentemente não parou mais de crescer, até 1987, quando aparentemente

se estabilizou em torno de 3.000.000 de toneladas de cimento, em termos percentuais

o cimento Portland pozolânico representou em 2000, 15% da produção total de

cimento, enquanto que o cimento Portland comum e composto representaram juntos

cerca de 80% da produção total de cimento.


13

6 POZOLANAS

Neste trabalho, pozolanas são definidas segundo a norma NBR12653 (ABNT, 1992),

como Materiais silicosos ou sílico-aluminosos que, por si sós, possuem pouca ou

nenhuma atividade aglomerante , mas que quando finamente divididos e na

presença de água , reagem com o hidróxido de cálcio à temperatura ambiente para

formar compostos com propriedades aglomerantes.

Segundo a NBR12653 (ABNT, 1992), as pozolanas podem ser classificadas em:

Pozolanas Naturais (Materiais de origem vulcânica, geralmente de caráter

petrográfico ácido (-65% de SiO2) ou de origem sedimentar com atividade

pozolânica), e Pozolanas Artificiais (Argilas Calcinadas, cinzas volantes, escórias

siderúrgicas, cinzas de materiais vegetais e rejeito de carvão vegetal).

O Material pozolânico pode ser adicionado ao Cimento Portland Comum, entre 15 a

50%, para a fabricação do Cimento Portland Pozolânico. Devido à grande economia

proporcionada pela adição de pozolana, as indústrias de cimento buscam incrementar

sua produção com adições tanto de escória de alto-forno, quanto de pozolanas.

A reação entra a pozolana e o hidróxido de cálcio é chamada de reação pozolânica.

Ao comparar-se o Cimento Portland, e o cimento pozolânico, compreende-se as

razões para a diferença entre seus comportamentos (Mehta,1994):

Cimento Portland: RÁPIDA

C3S + H → C-S-H* + CH

Cimento Portland Pozolânico: LENTA

Pozolana + CH + H → C-S-H

*Abreviação empregada pelo setor de cimento, no qual C, S e H, representam CaO, SiO2 e


H2O. E onde C-S-H → CaO.SiO2.H2O; CH → Ca(OH)2 ; H → H2O.

O Silicato de cálcio hidratado (C-S-H) constitui 50 a 60% do volume de sólidos de

uma pasta de cimento Portland completamente hidratado e é, consequentemente, o


14

componente mais importante na determinação das propriedades da pasta

(Mehta,1994).

O cimento Portland quando altamente hidratado produz cerca de 28% de seu peso

em CH, isso não cria uma significante contribuição a resistência e durabilidade do

concreto, mas a eliminação deste CH pela reação com a pozolana pode resultar num

grande aumento de durabilidade e resistência (Sabir et al.,2001).

A substituição parcial do cimento por outros materiais com propriedades pozolânicas

reduzem: a emissão de CO2 em 40%, dos 7 a 8% que a indústria de cimento libera

para a atmosfera, a reação alcali-agregado e a permeabilidade entre outros (Mehta et

al,1998; Désir et al, 2001).

6.1 ARGILAS POZOLÂNICAS

A argila, em sí , raramente se comporta como considerada pozolana, mas ao ser

aquecida entre 550 a 900oC, sofre alterações dos minerais componentes podendo

adquirir propriedades pozolânicas, a este processo chama-se calcinação.

A calcinação promove a transformação da caulinita, argilomineral presente nas

argilas, em um composto de sílica e alumina com estrutura amorfa, chamado de

metacaulinita, que se forma graças a perda da hidroxila, presente na caulinita, na

forma de água através de aquecimento à temperaturas de 550 a 900ºC.

Durante o processo de ativação de argilas por calcinação ocorrem importantes

transformações térmicas. Essas modificações podem estar associados às perdas de

água adsorvida, em temperaturas mais baixas (~100ºC), água estrutural (hidroxila) em

temperaturas superiores a 500ºC, geração de fundidos e formações de novas fases

sintéticas em temperaturas mais elevadas. Essas transformações podem ser

observadas em curvas de ATG (análise termogravimétrica), nas quais são observadas

as perdas de massa durante as reações térmicas e ATD(análise termodiferencial)

(Figura 4), onde se verifica as trocas energéticas, pelas reações endo e exotérmicas.

Quando ocorrem transformações endo ou exotérmicas, estas aparecem como


15

deflexões em sentidos opostos (endo deflexão para baixo, e exo deflexão para cima)

na curva termodiferencial ou termograma, como a que tem logo abaixo (Figura 5).

Figura 5: Comportamento térmico dos argilominerais caulinita, montmorillonita e illita (extraído


de Souza, 1989)

No caso da caulinita, a primeira deflexão representa a desidratação da caulinita, a

segunda deflexão representa a desestruturação da caulinita, pela perda da hidroxila

(OH-), e consequentemente a formação de uma substância amorfa, a metacaulinita; e

a terceira deflexão representa a formação de uma nova fase sintética, a mulita.

Na montmorilonita, como na caulinita, a sua deflexão representa a perda de água

(adsorção), já a segunda deflexão (perda de OH-) pode variar de posição, dependendo

da quantidade de Ferro na sua estrutura, pois este funciona como fundente,

diminuindo a temperatura de desarranjo estrutural. O intervalo de ativação térmica da

montmorilonita pobre em Ferro corresponde de 700 a 850oC, e para a montmorilonita

rica em Ferro, de 500 a 850oC.


16

A iIlita, como as caulinita e montmorilonita, possui a primeira deflexão como sendo a

perda de água, e a segunda deflexão como sendo o desarranjo estrutural. Tendo

como intervalo de ativação térmica de 550 a 850oC.

Para a ativação térmica da argila é imprescindível a utilização dos termogramas para a

determinação das temperaturas de calcinação. Essas temperaturas “ótimas”

confeririam ao material pozolânico uma situação que conciliaria dois fatores muito

importantes na avaliação: maior atividade pozolânica com a menor temperatura de

calcinação (fator tecnológico e fator econômico).

Essa temperatura “ótima” de calcinação corresponde para qualquer argilomineral, um

intervalo entre a desidroxilação e a formação de novas fases cristalinas, ou seja, num

faixa de onde existiriam materiais desestruturados (amorfos). Essa temperatura varia

de acordo com o tipo de argilomineral.

Segundo Zampieri (1989), algumas argilas podem ser empregadas como pozolanas desde

que sejam termicamente ativadas a partir da calcinação em temperaturas que variam de

500 a 900ºC. As caulinitas sofrem ativação entre 600 e 800ºC; esmectitas entre 700 e

800ºC, enquanto que illitas sofrem ativação a temperaturas superiores a 900ºC.

He et al (1994, 1995 e 2000) determinaram as temperaturas de 550ºC, 930ºC e 960ºC

para ativação térmica de caulinita, ilita e de um interestratificado sintético de

esmectita/illita, respectivamente. Montanheiro (1999) apresentou resultados favoráveis

de argilas sedimentares, essencialmente cauliníticas, com alta reatividade como

material potencial pozolânico, após ativação térmica a 800oC. Assim, nesse projeto

após a caracterização, submeteu-se o material de estudo à ativação térmica,

precedida ou não de beneficiamento de acordo com a composição mineralógica

presente.

A metacaulinita representa uma alternativa economicamente viável para a

substituição parcial do cimento na produção de argamassa e de concreto de alto

desempenho. Porém este potencial depende de certas características do produto, tais


17

como: temperatura de queima, grau de finura, atividade pozolânica (Désir et al.,

2001).

Como já foi dito, o hidróxido de cálcio é derivado da hidratação do cimento, na

presença de água. A reação entre o CH e a metacaulinita formam produtos com

estrutura cristalina, incluindo aluminato de cálcio e C-S-H. A formação desses

produtos depende principalmente da razão metacaulinita/CH e a temperatura de

reação (Zampieri, 1993).

Segundo Zampieri (1989) a argila é moída até adquirir a finura necessária para o

ensaio, depois essa argila é aquecida em forno, até atingir a temperatura ideal para a

formação da metacaulinita, através da reação, na presença de calor:

Al2.SiO2.H2O → Al2O3.2SiO2 + 2H2O↑


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7 MATERIAIS E MÉTODOS

Este tópico trata dos materiais e métodos empregados até o momento e também as

etapas seguintes, incluindo as atividades de ensaios de aplicação.

7.1 TRABALHOS DE CAMPO

7.1.1 VISITA ÀS MINERAÇÕES

Em agosto de 2001 foi realizada a primeira etapa de campo, com a visita à Cessi

Materiais para Construção Ltda.. Nessa ocasião foram observados aspectos do

processo produtivo da empresa, com coleta de informações numéricas sobre a

produção.

Assim como as demais minerações do Bairro do Taboão, a técnica de extração é de

cava seca, com desmonte hidráulico por jateamento. Possui duas frentes de lavra em

atividade simultânea, uma de material mais grosso e outro de arenitos finos, visando a

adequação granulométrica do material. O material empolpado é bombeado por

tubulações até o primeiro silo de classificação, onde há a remoção inicial de cascalhos

e fragmentos de lamitos por meio de peneira estática de abertura ¾” (Figura 10). A

seguir o material é novamente bombeado para o segundo silo, para a retirada da

fração ½” (Figuras 11a, 11b e 11c), também constituída de argilitos e cascalhos.

A etapa seguinte consiste na relavagem da areia, com novo jateamento de água na

areia depositada em caixas de aço de cerca de 150m3. A seguir o material arenoso é

transportado por gravidade para silos de classificação (Figuras 7a, 7b, e 7c), de 25-

730m3 de capacidade, para a produção de areia grossa, média e fina. Resultam do

processamento da areia resíduos finos, areia fina, silte e argila, depositados em bacias

de decantação que são cavas desativadas.


19

Figura 6: Fluxograma de beneficiamento de areia na empresa Cessi Comércio de Materiais para


Construção Ltda (extraído de Saito, 2002).
20

Figura 7a: Silos de Classificação.

Figura 7b: Vista mais de perto dos Silos de Classificação.


21

Figura 7c: Vista de cima dos Silos de Classificação.

A produção de areia varia de acordo com as frentes lavradas e a necessidade do


mercado. Em média, segundo informações fornecidas verbalmente pela Mineração
Cessi, são produzidos 650m3 de areia diariamente, conforme o Quadro 2:
22

Quadro 2: Características produtivas da empresa Cessi Materiais para Construção Ltda.


(dados de março de 2001).
Volume Produção
Material Destinação
(m3/dia) (% em volume)
areia (0,074 -1,2mm)* 650 41,4 Venda a varejo
rejeito + 3/4" (clastos polimíticos
50 3,2 Bota fora
e fragmentos de lamitos)
rejeito +1/2” (clastos polimíticos
20 1,2 Bota fora
e fragmentos de lamitos)
Bota fora e alteamento
estéril (argilito) 600 38,2 de barragem de
rejeitos
finos (areia muito fina a argila) 250 15,9 Tanque de decantação
Total 1570 100 ---------
* O intervalo abrange de areia muito fina a areia muito grossa na escala Wentworth (1922 in:
Suguio, 1973).

As características das duas frentes de lavra, definidas como Cavas 1 e 2 são:

Cava 1 - Aproximadamente 200m de largura, aproximadamente 250m de comprimento


e 40m de profundidade. O avanço da lavra é efetuado por uma única frente com talude
de 50-60º, que pode atingir 90º, bastante instável ( Figuras 7a, 7b e 7c).

Cava 2 - A Cava 2 é lavrada de forma menos ordenada, por ser constituída por
intercalações de espessas camadas de argilito esverdeado com os níveis de arenitos,
resultando numa relação estéril/minério de quase 1:1 ( Figuras 8a e 8b).

Figura 8a: Cava 1, vista geral.


23

Figura 8b: Extração de areia por desmonte hidráulico na Cava 1.

Figura 8c: Vista de cima da Cava 1.


24

Figura 9a: Vista geral da Cava 2.

Figura 9b: Vista geral Cava 2.


25

7.1.2 AMOSTRAGEM

Segundo Goes (1991) a amostragem de minérios sólidos ou em polpa é dividida de

acordo com o estado de movimento em que se encontra o minério , podendo ser :

amostragem do minério em fluxo, e amostragem do minério estático.

Na amostragem do minério em fluxo, a amostra primária é formada a partir da coleta

de incrementos que está sujeita a todos os tipos de erros (de amostragem e

preparação). Quanto maior for o número de incrementos, menor será o erro total

cometido. E o número mínimo de incrementos está relacionado à massa mínima

necessária para formar a amostra primária.

Nesse projeto foram realizadas dois tipos de amostragem, um com um número mínimo

de incrementos, definindo a amostra instantânea, com amostragem de 20l de polpa; a

segunda, definindo a amostra composta, foi realizada pela amostragem com

incrementos, sendo os mesmos 20l compostos por três amostragens parciais durante

um dia de produção.

Os tipos de amostragem envolveram as duas etapas de atividades de campo:

Primeira etapa de amostragem: Coleta de três amostras em três pontos de coleta

(Amostras 1, 2 e 3) – Amostragem Instantânea (agosto de 2001);

Segunda etapa de amostragem: Coleta de uma amostra instantânea (Amostra 4) e uma

composta (Amostra 5), todas do ponto de amostragem da Amostra 3 (janeiro de 2002).


26

Figura 10: Peneira estática de ¾”: Primeira classificação granulométrica do material extraído
das cavas. A seta vermelha indica o local de coleta da Amostra 1 (material passante em ¾”).

Figura 11a: Peneira estática de ½”: Segunda classificação granulométrica do material extraído
das cavas. Local de coleta da Amostra 2 (material passante em 1/2”).
27

Figura 11b: Peneira estática de ½”: Segunda segregação granulométrica do material extraído
das cavas. A seta vermelha indica o local de coleta da Amostra 2 (material passante em 1/2”) –
detalhe da saída da polpa.

Figura 11c: Detalhe da coleta do material passante em 1/2”. Amostra 2.


28

Figura 12a:Tanque de relavagem. A polpa –1/2” é depositada neste tanque e depois relavada.

Figura 12b: Relavagem da areia, continuação do processo da Figura 12a.


29

Figura 13: Descarte dos finos (rejeito), e coleta do material correspondente a Amostra 3, 4 e 5.

7.2 CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA

A caracterização tecnológica foi realizada em diferentes laboratórios diversos do

Instituto de Geociências – USP; Laboratório de Caracterização Tecnológica (LCT) do

Departamento de Engenharia de Minas da Escola Politécnica da USP.

7.2.1 PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS

Após a amostragem na mineração, as amostras 1, 2, 3, 4 e 5 foram encaminhadas ao

Laboratório de Preparação de Amostras – GSA, no Instituto de Geociências da USP –

IGc , onde foram preparadas para as análises química, física e mineralógica

A preparação constou primeiramente de adensamento da polpa por filtração a vácuo,

onde se retirou expressivo volume de água das amostras, conforme indicado no

Quadro 3.

Depois as amostras foram secas em estufa a 60oC até eliminação da umidade

residual, seguido de pesagem. As amostras com massas totais indicadas no Quadro 3,

foram, então, homogeneizadas e quarteadas no quarteador JONES.


30

Quadro 3: Quantidade de sólidos em cada amostra coletada.


Massa Total Volume de água Quantidade de Sólido
(kg) (L) (% em peso)
Amostra 1 6,750 17 28,5
Amostra 2 7,140 19 27,3
Amostra 3 1,776 21 7,8
Amostra 4 1,430 13,6 9,51
Amostra 5 2,850 10 22,2

A preparação das amostras consistiu em etapas:

- drenagem do líquido sobrenadante da polpa (água) por meio de tubo de látex;

- filtração à vácuo em funil de Büchner com papel de filtro qualitativo (3μm de

abertura). Verificou-se na água passante, que não havia nenhum material presente

(a água estava completamente transparente), pelo menos a olho nu. Este método

por filtração a vácuo foi escolhido por ser um método mais rápido, com perda de

material insignificante, que entretanto, se ao invés desse método fosse utilizado a

decantação, a perda de material seria bem maior.

- secagem do material, primeiramente em temperatura ambiente e depois em estufa

a 60ºC, até eliminação da umidade.

- quarteamento dos materiais para caracterização tecnológica em quarteador Tipo

Jones de ½”.

Das amostras coletadas, somente as amostras 3, 4 e 5 foram submetidas à

caracterização tecnológica completa, pois constituem os materiais residuais de

interesse da pesquisa. As amostras 1 e 2 representam as etapas anteriores do

processo de beneficiamento, sendo as respectivas distribuições granulométricas

importantes para a determinação do balanço de massas.

7.2.2 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

Após essa preparação inicial, alíquotas de aproximadamente 400g das amostras 1 e

2 foram peneiradas a úmido em peneiras circulares de diferentes aberturas (Quadro

4), a fim de se determinar a distribuição granulométrica:


31

Quadro 4: Abertura das peneiras


utilizadas no peneiramento a úmido
Malha/Tyler Abertura
+5# 4mm
+10# 1,68mm
+18# 1,00mm
+28# 0,59mm
+32# 0,5mm
+80# 0,177mm
+150# 0,105mm
+230# 63μm
+325# 45μm

A amostra 3 não foi peneirada, por se tratar de um material fino, possivelmente fração

silte-argila. Foi realizada a classificação granulométrica das amostras 4 e 5, através de

um granulômetro laser, no Laboratório de Caracterização Tecnológica-LCT/EPUSP, os

resultados são apresentados neste relatório, mais adiante.

7.2.3 ANÁLISE QUÍMICA

A análise química foi feita através da fluorescência de raios X, no Laboratório de

Fluorescência de Raios X – DMG, no IGc – USP.

As amostras 3, 4 e 5 foram escolhidas tanto para essa análise, como para as demais

análises que se seguem. Primeiramente as amostras foram calcinadas a 1000oC até a

total eliminação do Carbono e demais elementos e compostos volatilizáveis . As cinzas

resultantes da calcinação foram pesadas em balança analítica (com precisão de

0,1mg) às quais foram adicionadas 9,00 g de fundente (Metaborato e Tetraborato de

Lítio). As misturas foram fundidas em cadinhos de Pt/Au e vertidas em moldes do

mesmo material obtendo-se assim vidros que foram analisados em Espectômetro de

Fluorescência de Raios X.
32

7.2.4 ANÁLISE TERMODIFERENCIAL (ATD) E ANÁLISE TERMOGRAVIMÉTRICA

(ATG)

O método de análise térmica diferencial consiste no aquecimento, em velocidade

constante, de uma amostra, juntamente com uma substância termicamente inerte,

registrando-se as diferenças de temperatura entre o padrão inerte e a amostra em

estudo, em função da temperatura (Santos, 1989).

A análise termogravimétrica consiste no aquecimento da amostra em velocidade

constante em ligação com uma balança, o que permite o registro das variações de

massa em função da temperatura; é instrumento de pesquisa útil, trabalhando em

paralelo com a análise térmica diferencial (Santos, 1989).

A análise foi realizada no Laboratório de Análises Mineralógicas – GSA no IGc.

Utilizou-se para a Amostra 3 uma massa inicial de 18,475mg; o aquecimento foi em

velocidade constante de 10oC por minuto até 1000oC, em um cadinho de alumina com

purga de 50ml. Para a Amostra 4, a massa inicial foi de 19,173mg, e o aquecimento

também de 10oC/min até 1250oC, em um cadinho de alumina com purga de 100ml,

sendo estas mesmas especificações pra a Amostra 5, mudando apenas a massa

inicial que foi de 18,127mg

7.2.5 ANÁLISE MINERALÓGICA

A assembléia mineralógica foi determinada pela interpretação de difratrograma de

raios X, e microscopia eletrônica de varredura. A difração de raios X é utilizada,

principalmente para a identificação de corpos cristalinos, também podendo fornecer

dados sobre a estrutura cristalina da amostra, orientações preferenciais, tamanho de

cristalitos e quantificação das fases presentes.


33

7.2.5.1 Difratômetria de Raios X para os Finos de Mineração

Os finos ou resíduos de mineração escolhidos para as análises foram as amostras 3,

4 e 5, que foram submetidas ao Laboratório de Difratômetria de Raios X – DMG, no

IGc – USP. Foram utilizados dois métodos (“Método do Pó” e “Método da Lâmina de

Vidro”). No “Método do Pó”, as amostras a serem analisadas (amostra 3, 4 e 5)

precisaram ser novamente peneiradas, a fim de se obter somente a fração Silte e

Argila (passante na peneira de 200# ou 75μm), para que fosse minimizado o erro da

análise. Após esse preparo cerca de 15g foram prensadas num porta-amostra, e a

analise foi feita em equipamento da marca Siemens, modelo D-5000, equipado com

monocromador de grafite e filtro de Ni, nas seguintes condições: tubo CuKα; intervalo

de 3o<2θ<65o; passo angular de 0,05º e tempo de exposição de até 1,0s/passo. O

resultado da analise foi realizado a partir de comparações com as fichas do banco da

dados no Software EVA correspondente a cada componente mineral.

Pelo método da “Lâmina de Vidro”, apenas as amostras 4 e 5 foram analisadas, sendo

que houve a necessidade da separação da fração argila (menor que 2μm), por

decantação. Essa preparação consistiu em uma massa inicial de 50g para cada

amostra, que colocadas em uma cápsula de porcelana, tiveram acrescentada água

deionizada e 1g de pirofosfato de sódio (Na4P2O7), para a desagregação da argila com

a ajuda do agitador mecânico. Então a parte líquida da polpa foi colocada numa

proveta de 1000ml, e na parte sólida restante foi-se acrescentada mais água afim de

se separar a argila ainda impregnada nos grãos de areia, processo que foi repetido até

que a areia aparentasse não conter mais argila. Por fim, todo o material sólido restante

foi colocado também na proveta, tendo-se esperarado a decantação por 2h e por

último tomando-se uma alíquota por pipetagem a qual foi colocada sobre uma lâmina

de vidro e seca por evaporação natural.


34

7.2.5.2 Difratômetria de Raios X para a Pozolana, e Pozolana com Cal

As amostras analisadas foram as pozolanas (Amostra 5 calcinada a 600ºC e 850ºC) e

uma alíquota (fragmento) de dois corpos cilíndricos de pozolana com cal, com sete

dias de cura. Para a análise das pozolanas não houve a necessidade de nenhuma

preparação prévia, já que vieram da calcinação moídas na fração Silte e Argila.

Entretanto para as alíquotas dos corpos cilíndricos de pozolana com cal, houve a

necessidade de uma moagem para que pudessem ser colocadas no porta-amostras.

O método utilizado foi o “método do pó”, em que as quatro amostras foram colocadas

nos porta-amostras, em que as pozolanas (amostras calcinadas), foram submetidas ao

Laboratório de Difratômetria de Raios X – DMG no IGc – USP, onde utilizou-se o

mesmo aparelho da marca Siemens, nas mesmas condições anteriormente

especificadas, enquanto que as alíquotas dos corpos cilíndricos foram submetidas ao

Laboratório de Caracterização Tecnológica – LCT/PoliMinas, onde utilizou-se um

equipamento da marca Philips, modelo MPD 1880, equipado com monocromador de

grafite e filtro de Ni, nas seguintes condições: tubo CuKα; intervalo de 2,5o<2θ<70o;

passo angular de 0,02º e tempo de exposição de até 1,0s/passo. Após a analise feita

pelo difratômetro, os difratogramas foram todos interpretados utilizando comparações

com as fichas do banco da dados no Software EVA correspondente a cada

componente mineral, no Laboratório de Difratômetria de Raios X – DMG no IGc –

USP.

7.2.5.3 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)

A microscopia eletrônica de varredura, permite fotos de micrografias diretas da

amostra, com um alto poder de resolução espacial e profundidade, portanto,

proporcionando imagens da forma e do arranjo interno da assembléia mineral na

amostra.
35

Acoplados ao microscópio, estão os analisadores de raios X por energia dispersiva

(EDS) ou por comprimento de onda (WDS), que aumentam o potencial da análise,

permitindo, além de imagens dos minerais, análises químicas em áreas muito

reduzidas ou pontuais. Sendo assim, a maneira mais confiável de se identificar

minerais com o MEV é comparar suas características morfológicas com a composição

química determinada por um analisador EDS.

As amostras analisadas pelo MEV foram os corpos cilíndricos de pozolana com cal,

após sete dias de cura, onde após a fragmentação destes corpos retirou-se uma

alíquota de cada corpo, com mais ou menos 1,5cm de largura. Estas alíquotas foram

metalizadas com Carbono, e então colocadas ao MEV, da marca Oxford /

Stereoscan440 (Leica), no LCT/PoliMinas.

7.3 ENSAIOS DE APLICAÇÃO

7.3.1 ATIVIDADE POZOLÂNICA

O procedimento descrito para os ensaios integra toda a pesquisa realizada até o

presente relatório.

Materiais sílico-aluminosos, nos quais a Si e o Al se apresentam com estrutura

amorfa podem reagir com cal para formar compostos com propriedades

aglomerantes. Sendo que, a princípio, a reatividade química em meio alcalino

(Hidróxido de Cálcio) é proporcional ao desarranjo estrutural em que o material sílico-

aluminoso se encontra (Zampieri, 1989).

Os ensaios de atividade pozolânica realizados foram: Atividade pozolânica com

cimento, pela ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland); e Atividade

pozolânica com cal, no Laboratório de Preparação de Amostras – IGc.


36

7.3.2 POZOLANICIDADE COM CAL

Os índices de atividade pozolânica, segundo Zampieri (1993), dependem da

proporção de pozolana/cal ou pozolana/fixa, mesmo se conhecendo que a

capacidade de fixação de hidróxido de cálcio difere conforme a natureza do material.

Segundo a NBR 5751 (ABNT,1992), a amostra de material pozolânico deve ser seca

em estufa (110oC); a argamassa deve conter uma parte de hidróxido de cálcio, nove

partes de areia e material pozolânico em dobro ao volume de hidróxido de cálcio e

água para a mistura, que é feita em um misturador mecânico (Figura 12), para então

se realizar a moldagem de três corpos-de-prova cilíndricos. A cura desses corpos-de-

prova é por sete dias, sendo as primeiras 24h à temperatura ambiente, e os demais 6

dias em estufa com temperatura de (55 ± 2)oC, após o que se realiza o ensaio de

ruptura à compressão para a determinação da resistência individual, média e o desvio

relativo máximo entre os corpos-de-prova.

Este ensaio foi realizado no Laboratório de Preparação de Amostras – IGc, não

seguindo a risca à norma antes citada, já que o objetivo não foi saber a

pozolanicidade com cal, mas sim observar as fases minerais neoformadas pela

reação, através de MEV.


37

Figura 14: Misturador mecânico, utilizado na preparação das argamassas, pertencente a


ABCP.

7.3.3 POZOLANICIDADE COM CIMENTO

O máximo de resistência mecânica dos cimentos aditivados com pozolanas, segundo

Zampieri (1993), não se relaciona unicamente com o equilíbrio da capacidade de

fixação do hidróxido de cálcio, mas decorre das novas fases geradas da hidratação

dos componentes do clínquer no cimento e da reação pozolânica. A substituição do

cimento pela pozolana, deve obedecer à proporções estequiométricas, como

observado pelo mesmo Zampieri (1993), em torno de 30% de hidróxido de cálcio, em

relação à massa de pozolana.

Segundo NBR 5752 (ABNT,1992), o material pozolânico a ser utilizado no ensaio

deve estar seco em estufa (110oC), e ter determinadas a área especifica e a finura na

peneira de 45μm, tanto para a pozolana como para o cimento. São preparadas duas

argamassas (A e B), sendo que a argamassa A deve conter apenas cimento Portland,

e a argamassa B deve conter 35% de seu volume absoluto de cimento substituído por

pozolana, sendo utilizado um misturador mecânico (Figura 12) para a preparação de


38

cada argamassa. A partir dessas duas argamassas são moldados (Figura 13), então,

dois conjuntos de corpos de prova, sendo três corpos de cada argamassa, ambos de

forma cilíndrica, que devem ser colocados em recipientes hermeticamente fechados,

numa câmara úmida à (23 ± 2)oC, durante 24h, só então estes corpos-de-prova são

submetidos à temperatura de 38oC, permanecendo a partir daí por 27 dias em cura.

Para o ensaio a compressão, os corpos-de-prova devem ser resfriados até 23oC, e

então se calcula a resistência individual, média e o desvio relativo máximo entre os

corpos-de-prova.

Figura 15: Moldagem dos corpos-de-prova com cimento, ABCP.

A amostra 5 foi escolhida para se realizar o ensaio de atividade pozolânica com

cimento, que foi realizado pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP),

seguindo a risca as normas da ABNT acima citadas.


39

A preparação das amostras pela ABCP envolveu as seguintes etapas:

1) Secagem: A Amostra 5 conforme recebida foi seca em estufa a 100ºC durante

aproximadamente 24 horas.

2) Britagem/Pulverização: A amostra seca foi britada em um britador de

mandíbulas e, em seguida, pulverizada numa granulometria inferior a 0,84mm.

3) Moagem: A amostra britada foi moída em um moinho de bolas (porcelana) até

obter-se um resíduo na peneira de 45μm inferior a 20%.

4) Calcinação: A amostra moída foi calcinada a 600ºC e a 850ºC durante 2 horas

em forno estático de alta temperatura.

O Quadro 5 apresenta os resultados da caracterização física da Amostra 5 após a

calcinação a 600ºC e a 850ºC e do cimento utilizado.

Quadro 5: Caracterização física da Amostra 5 e do cimento


Resíduo na
Identificação das Massa específica Área específica
peneira de 45μm
Amostras (g/cm3) (cm2/g)
(%)
600ºC 850ºC 600ºC 850ºC 600ºC 850ºC
Amostra 5
2,6 2,64 10.820 9.290 12,3 12,6
CP I-S-32 (cimento) 3,10 4,60 6,6

Foram preparadas duas séries de três corpos-de-prova cilíndricos (Figura 16),

conforme as recomendações da norma NBR 5752/92 (ABNT, 1992), sendo uma

composta por cimento Portland, água e areia normal compondo a argamassa A, e a

outra substituindo 35% do volume do cimento pela pozolana compondo a argamassa

B. As composições das argamassas são apresentadas no Quadro 6.

Quadro 6: Composição das Argamassas A e B.


Massa dos materiais (g)
Identificação
CP I-S-32 Pozolana Água*
das Amostras Areia
(cimento) 600ºC 850ºC 600ºC 850ºC
CP I-S-32
312 936 --- --- 173 173
(argamassa A)
Amostra 5
202,8 936 91,5 93 186 190
(argamassa B)
* A quantidade de água necessária para produzir argamassas com índice de consistência de
(225 ± 5)mm, determinada de acordo com a norma NBR 7215 (ABNT, 1996).
40

7.3.4 DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO

Segundo a norma brasileira NBR 7215/96 (ABNT, 1996), este método compreende a

determinação da resistência à compressão de corpos-de-prova cilíndricos de 50mm de

diâmetro e 100mm de altura, somente após os dias de cura a que foram submetidos.

Também é necessário que se faça um capeamento nas bases do corpo-de-prova, de

um material composto pela fundição de enxofre com caulim, pozolanas, quartzo em

pó, ou outras substâncias. No caso foi utilizado uma mistura de enxofre com quartzo

em pó, à uma temperatura de fundição de 136oC.

Segundo a mesma norma, os corpos devem ser quebrados numa velocidade de

carregamento da máquina de ensaio, com uma transmissão da carga de compressão

ao corpo-de-prova equivalente a (0,25 ± 0,05) MPa. E, por fim, calcula-se:

• Resistência individual: resistência à compressão, em megapascals (MPa), de

cada corpo de prova, dividindo a carga de ruptura pela área da seção do corpo-

de-prova.

• Resistência média: média das resistências individuais, em MPa, dos corpos-de-

prova, com o resultado arredondado para o décimo mais próximo.

• Desvio relativo máximo: Divide-se o valor absoluto da diferença entre a

resistência média e a resistência individual, pela resistência média,

multiplicando-se por 100 (o resultado é expresso em porcentagem); a

porcentagem obtida deve ser arredondada ao décimo mais próximo.

Figura 16: Corpos-de-prova de cimento com pozolana (amostra 5 calcinada a 600ºC e 850ºC).
41

Figura 17: Maquina de ensaio de compressão uniaxial, pertencente a ABCP.


42

8 RESULTADOS E INTERPRETAÇÕES

8.1 CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA

8.1.1 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

No Quadro abaixo (Quadro 5) estão os resultados da análise granulométrica das

amostras 1 e 2. Aproximadamente 21% da amostra concentra-se nas frações silte e

argila, menores que 0,062mm (escala granulométrica de Wenthworth, 1922 in: Suguio,

1937), enquanto que a amostra 2 concentra apresenta aproximadamente 27% na

fração silte e argila.

Quadro 5: Resultados do peneiramento a úmido realizado nas amostras 1 e 2:


Intervalos Amostra 1 Amostra 2
granulométricos Massa retida Peso retido Massa retida peso retido
(mm) (g) (%) (g) (%)
>4,0mm 54,81 13,27 15,91 3,60
4,0 a 1,68mm 34,18 8,28 47,86 10,83
1,68 a 1,00mm 64,15 15,53 54,77 12,40
1,0 a 0,59mm 60,21 14,58 66,10 14,95
0,59 a 0,5mm 27,88 6,75 46,58 10,54
0,5 a 0,177mm 66,50 16,10 50,22 11,36
0,177 a 0,105mm 12,60 3.05 24,36 5,51
0,105mm a 63μm 5,12 1,24 6,40 1,45
63μm a 45μm 5,57 1,35 11,69 2,64
<45μm 81,98 19,85 118,11 26,72
Total 413 100 442 100

Os gráficos de distribuição granulométrica e histograma (Figuras 18 e 19),

apresentados na seqüência, representam o resultado da análise granulométrica obtida

no analisador a laser, para as amostras 4 e 5.

Observando o gráfico de distribuição granulométrica (Figura 18), pode-se notar que a

amostra 4 tem uma tendência a ter material mais fino do que a amostra 5. Em relação

à porcentagem em peso passante, nota-se que 90% do peso da Amostra 5 é passante

em diâmetro de 103μm, e 90% do peso da Amostra 4 é passante até um diâmetro

48μm; ou seja, enquanto que na Amostra 5 há um maior volume de material passante

em 103μm, na Amostra 4, há um maior volume de material passante em 48μm.


43

Distribuição granulométrica acumulada


100
Amostra 4 - Amostragem Instantânea 48 103
90
Amostra 5 - Amostragem Composta
% em peso (passante)

80 D10%
70 D50%
60 D90%
7,7 12,2
50
40
30
20
1,4 1,95
10 4

0
0.01 0.1 1 10 100 1000
diâmetro da partícula (μm)

Figura 19: Distribuição granulométrica das amostras 4 e 5, com os diâmetros e porcentagem


volume passante.

Histograma

4.5
Amostra 4 - Amostragem
4.0
Instantânea
3.5
% em peso passante

Amostra 5 - Amostragem
3.0 Composta
2.5
2.0
1.5
1.0
0.5
0.0
0.01 0.1 1 10 100 1000
diâmetro da partícula (μm)

Figura 20: Histograma de freqüência da porcentagem em volume passante e diâmetro das


partículas.

Observando o histograma acima (Figura 20) é bem nítido, para a Amostra 4, que há a

presença de duas populações, uma maior população no intervalo de 3 a 6μm, e uma

outra população que é passante no intervalo 20 a 40μm, e com baixa

representatividade dos materiais mais grossos (área da extrema direita do histograma

é menor). Para a Amostra 5, nota-se que há uma maior porcentagem de material

passante no intervalo de 4 a 9μm, mas que está relativamente melhor distribuída entre
44

os diâmetros, mas com uma maior representatividade de materiais grossos (área da

extrema direita do histograma é maior).

8.1.2 ANÁLISE QUÍMICA POR FLUORESCÊNCIA DE RAIOS X

As determinações apresentadas no Quadro abaixo (Quadro 6) são quantitativas.

Quadro 6: Composição química das Amostras*


Amostra 3 Amostra 4 Amostra 5
Óxidos
(% em peso) (% em peso) (% em peso)
SiO2 55,610 50,96 52,07
Al2O3 24,980 29,81 29,30
MnO 0,021 0,015 0,017
MgO 0,560 0,49 0,47
CaO 0.090 0,05 0,06
Na2O 0,150 0,10 0,13
K2O 2,840 2,08 2,41
TiO2 0,805 0,908 0,873
P2O5 0,063 0,061 0,065
Fe2O3 4,780 5,4 4,87
Perda ao Fogo 9,020 10,65 10,13
Total 98,919 100,52 100,40
* Fluorescência de Raios X, analise feita no Laboratório de Fluorescência de Raios – DMG.

Nota-se que as três amostras são compostas essencialmente por sílica, alumina,

óxidos de ferros e potássio, isso pode indicar a presença de caulinita

(Al4Si4O10(OH)8.4H2O), o magnésio pode ser atribuído a esmectita

((Al1,67Mg0,33)Si4O10(OH)2), o potássio e o ferro podem ser de micas (illita).

8.1.3 ANÁLISE TÉRMICA POR ATD-ATG

Nota-se no Termograma (Figura 21): a primeira deflexão pela perda de água por

adsorção; a segunda deflexão (mais evidente) resultado da perda de hidroxila, e

conseqüente, desestruturação dos argilominerais; a terceira deflexão não está muito

evidente, representa a cristalização da fase sintética mulita.


45

ATD-ATG da Amostra 3
101 3.5

3.0

Duferença de Temperatura
99
Cristalização de 2.5
Perda de Massa (%)

447,48ºC mulita
Perda de água adsorvida
97 2.0
(78ºC)

Fase Amorfa 1.5

(ºC)
95 Perda de massa
-4,21% 1.0
Perda de ägua estrutural
93 (482,50ºC) 0.5

522,76ºC 0.0
91
-0.5

89 -1.0
0 200 400 600 800 1000 1200
Temperatura (ºC)

Figura 21: Termograma (ATD-ATG) da Amostra 3, misturada com 50% de alumina.

Portanto, o intervalo de ativação térmica da Amostra 3 corresponderia ao da formação

da fase amorfa, entre 550 a 900oC.

ATD-ATG da Amostra 4

102 4.5
100 4.0

98
3.5 Diferença de Temperatura
Perda de Massa (%)

Perda de água adsorvida


(55,89ºC)
3.0
96
2.5
94 2.0
(ºC)

429,79ºC
Perda de água estrutural Cristalização de
92 (976ºC)
Fase Amorfa mulita 1.5
Perda de massa 1.0
90 -9,03%
0.5
88
0.0
86 -0.5
516,05ºC
84 -1.0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
Temperatura (ºC)

Figura 22: Termograma (ATD-ATG) da Amostra 4 tal qual.

Neste termograma (Figura 22) as deflexões de perda d’água adsorvida e estrutural

estão bem evidentes, assim como o intervalo da fase amorfa, que corresponde ao

intervalo de ativação térmica da amostra 4, que no caso é de 550 a 900ºC.


46

ATD-ATG da Amostra 5

102 3.5
100 3.0

Diferença de Temperatura
Perda de água adsorvida
98 2.5
Perda de Massa (%)

(55,81ºC)
96 2.0
94 1.5

(ºC)
523,51ºC
Cristalização de
92 mulita 1.0
Fase Amorfa
90 Perda de massa 0.5
-8,338
88 0.0
Perda de água estrutural
86 -0.5
(473,12ºC) 512,96ºC
84 -1.0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
Temperatura (ºC)

Figura 23: Termograma (ATD-ATG) da Amostra 5 tal qual.

Neste termograma (Figura 23), as deflexões de perda d’água estrutural e adsorvida

também estão bem evidentes, assim como o intervalo da fase amorfa, e o pequeno

pico correspondente a cristalização da fase sintética mulita, o intervalo de ativação

térmica para a amostra 5, seria de 550 a 900ºC.

Para os ensaios de pozolanicidade utilizou-se um intervalo de ativação térmica, tanto

para a amostra 4 quanto para a amostra 5, de 600 a 850ºC, escolhendo-se os

extremos como temperaturas respectivamente mínima e máxima de calcinação.

8.1.4 ANÁLISE MINERALÓGICA POR DIFRATOMETRIA DE RAIOS X

Segundo Moore & Reynolds (1997), deve-se ter muito cuidado na identificação de

argilominerais por difratometria, pois nem todos os minerais na fração argila são

argilominerais. Além do mais, pode acontecer de se interpretar algum mineral pelo

difratograma, que na realidade seria outro mineral isomorfo do anterior, ou seja, de

mesma estrutura cristalina, mas podendo ter composição química diferentes.


47

8.1.4.1 Difratometria de Raios X dos Finos de Mineração

Amostra 3
800
I+Q
3,35

700

K
7,196
600

E (?) K
3,59
17.741

500 I
Lin (Counts)

10,05

400
Q

I+K F

300
K
I 2,38
4,998
200

100

3 10 20 30 40 50 60

2-Theta - Scale
c:\data\lilia\deyna\amostra3.RAW - File: amostra3.RAW - Type: 2Th/Th locked - Start: 3.000 ° - End: 65.000 ° - Step: 0.050 ° - Step time: 1.0 s - Temp.: 27.0 °C
Operations: Import
33-1161 (*) - Quartz, syn - SiO2 - Y: 50.00 % - d x by: 1.000 - WL: 1.54056
19-0932 (I) - Microcline, intermediate - KAlSi3O8 - Y: 35.42 % - d x by: 1.000 - WL: 1.54056
14-0164 (I) - Kaolinite-1A - Al2Si2O5(OH)4 - Y: 50.00 % - d x by: 1.000 - WL: 1.54056
26-0911 (I) - Illite-2M1 - (K,H3O)Al2Si3AlO10(OH)2 - Y: 50.00 % - d x by: 1.000 - WL: 1.54056

Figura 24: Difratograma de raios X da Amostra 3 tal qual. Preparação pelo método do pó. K –
caulinita; I – illita; Q – quartzo e E –esmectita; F – feldspato.

O difratograma (Figura 24) mostra a composição da Amostra 3 de caulinita, mica

(illita), quartzo, feldspato e possivelmente esmectita pela presença do pico a 17Å,

confirmada após a separação da fração argila e os tratamentos de glicolagem e

aquecimento que foram realizados para as amostras 4 e 5. Pode-se notar que os picos

de reflexão a 10, 05Å e 7,196Å, bem definidas equivalem ao planos 001 e da illita e

caulinita, isso representa argilominerais com alta cristalinidade. O plano 002 também

se apresenta com reflexões relativamente bem definidas, com uma distância d =

4,998Å na ilita, e 3,590Å para caulinita. O pico correspondente ao plano 003 da illita

também se apresenta com reflexão bem definida, mas nesse caso por estar junto com
48

o pico do quartzo a 3,33Å. Os dados de estrutura dos argilominerais identificados

estão resumidos no Quadro abaixo (Quadro 7).

Quadro 7: Argilominerais com seus respectivos planos cristalográficos e


a distância interplanares, para difratograma da Amostra 3.
Planos Cristalográficos e Distâncias
ARGILOMINERAIS Interplanares
001 002 003
Caulinita (K) 7,196Å 3,590Å 2,383Å

Esmectita (E) 17,741Å (?) - -

Illita (I) 10,05Å 4,998Å 3,351Å

O pico da esmectita indicado pela flecha em vermelho (Figura 24) de valor de

d=17,741Å,poderia ser atribuída a esmectita, porém de baixa cristalinidade.

K Am ostra 4
7,197

5 00

Q+I
3,344
4 00
K
E (?) 3,58
16,837
I
Lin (Counts)

10,047
3 00

K+Q
2 00
F I K
I 2,588 2,338
4,970

1 00

3 10 20 30 40 50 60

2-Theta - S cale
c :\ d at a\ lili a\ dey n a\am o s tr a4 .R A W - F i le: am o st ra 4. R AW - T y pe : 2 T h/T h loc k e d - St art : 3. 00 0 ° - E nd : 65 .0 00 ° - Ste p: 0 .050 ° - Ste p ti m e: 1. s - T em p .: 25 °C (R o om ) - T im e Sta
Op er at ion s : I m po rt
46 -10 45 ( *) - Q ua rtz , s y n - Si O2 - Y : 5 0.00 % - d x by : 1. - WL : 1 .5 40 56 - H e x ago na l - a 4. 91 344 - b 4.91 344 - c 5 .4 052 4 - al pha 90.00 0 - be t a 90 .0 00 - g am m a 1 20 .0 00 - P rim iti
43 -06 85 ( I) - Illit e -2M 2 [N R ] - KA l2( Si3 Al) O1 0(O H )2 - Y : 2 7.08 % - d x by : 1. - W L : 1 .5 40 56 - M o no cl inic - a 9.0 17 - b 5 .2 10 - c 20 .4 37 - a lph a 90 .0 00 - b eta 10 0.4 - g am m a 9 0.0
14 -01 64 ( I) - K ao linite -1A - A l2 Si2 O5 (OH )4 - Y: 50 .0 0 % - d x by : 1 . - W L : 1. 5 405 6 - T ric lin ic - a 5. 15 5 - b 8.95 9 - c 7. 40 7 - alp ha 9 1. 68 - b et a 10 4. 9 - ga m m a 8 9. 94 - B as e- c ent r

Figura 25: Difratograma de raios X da Amostra 4 tal qual. Preparação pelo método do pó. K –
caulinita; I – illita; Q – quartzo e E –esmectita; F – feldspato.
49

Os dados de estruturas dos argilominerais reconhecidos neste difratograma (Figura

25) estão resumidos no Quadro 8. Pode-se notar que a assembléia mineral é a mesma

(caulinita, illita, quartzo, feldspato e possivelmente esmectita) que a observada no

difratograma anterior (Figura 24), e com alta cristalinidade dos argilominerais

(caulinita, illita), que é evidenciado pelos picos elevados e agudos, respectivamente

7,197Å e 10,047Å.

Quadro 8: Argilominerais com seus respectivos planos cristalográficos e


a distância interplanares, para difratograma da Amostra 4.
Planos Cristalográficos e Distâncias
ARGILOMINERAIS Interplanares
001 002 003 004
Caulinita (K) 7,197Å 3,580Å 2,338Å -

Esmectita (E) 16,837Å (?) - - -

Illita (I) 10,05Å 4,97Å 3,344Å 2,588Å

Am ostra 5

5 00

K
7,196 Q+I
3,345
4 00

K
I
Lin (Counts)

3,584
9,936
3 00

F
K+Q F
K
2 00 I 2,351
I 2,564
4,997

1 00

3 10 20 30 40 50 60

2-Theta - S cale
c :\ d at a\ lili a\ dey n a\am o s tr a5 .R A W - F i le: am o st ra 5. R AW - T y pe : 2 T h/T h loc k e d - St art : 3. 00 0 ° - E nd : 65 .0 00 ° - Ste p: 0 .050 ° - Ste p ti m e: 1. s - T em p .: 25 °C (R o om ) - T im e Sta
Op er at ion s : I m po rt
46 -10 45 ( *) - Q ua rtz , s y n - Si O2 - Y : 5 0.00 % - d x by : 1. - WL : 1 .5 40 56 - H e x ago na l - a 4. 91 344 - b 4.91 344 - c 5 .4 052 4 - al pha 90.00 0 - be t a 90 .0 00 - g am m a 1 20 .0 00 - P rim iti
43 -06 85 ( I) - Illit e -2M 2 [N R ] - KA l2( Si3 Al) O1 0(O H )2 - Y : 1 8.75 % - d x by : 1. - W L : 1 .5 40 56 - M o no cl inic - a 9.0 17 - b 5 .2 10 - c 20 .4 37 - a lph a 90 .0 00 - b eta 10 0.4 - g am m a 9 0.0
14 -01 64 ( I) - K ao linite -1A - A l2 Si2 O5 (OH )4 - Y: 50 .0 0 % - d x by : 1 . - W L : 1. 5 405 6 - T ric lin ic - a 5. 15 5 - b 8.95 9 - c 7. 40 7 - alp ha 9 1. 68 - b et a 10 4. 9 - ga m m a 8 9. 94 - B as e- c ent r
19 -09 26 ( *) - M i cr oc lin e, ord ere d - KA lS i3O 8 - Y: 33 .3 3 % - d x by : 1 . - W L : 1. 54 05 6 - T ric lin ic - a 8. 58 1 - b 12 .9 61 - c 7.22 3 - al pha 90.6 5 - bet a 1 15 .9 4 - ga m m a 87 . 63 - B as e-c

Figura 26: Difratograma de raios X da Amostra 5 tal qual. Preparação pelo método do pó. K –
caulinita; I – illita; Q – quartzo; F – feldspato.
50

No difratograma acima (Figura 26) a assembléia mineral ainda aparenta ser a mesma,

com exceção da ausência de esmectita, pois não é observado o pico de 17Å que

representaria a esmectita. O resumo dos dados de estrutura cristalina de

argilominerais estão esboçados no Quadro 9. A alta cristalinidade dos argilominerais

também é evidente na Amostra 5, como pode-se observar pelos picos longos e

agudos: 9,936Å – illita; 7,196Å – caulinita.

Quadro 9: Argilominerais com seus respectivos planos cristalográficos e


a distância interplanares, para difratograma da Amostra 5.
Planos Cristalográficos e Distâncias
ARGILOMINERAIS Interplanares
001 002 003 004
Caulinita (K) 7,196Å 3,584Å 2,351Å -

Illita (I) 9,936Å 4,997Å 3,345Å 2,564Å

Am ostra 4
3 400
3 300
3 200
3 100
3 000
2 900 K
2 800
7.190

2 700
2 600
2 500
2 400
2 300
2 200
2 100
Lin (Counts)

2 000
1 900
1 800
1 700
1 600
1 500
E
17.629

1 400
1 300
1 200
1 100 I
1 000
10.099

9 00
8 00
7 00
6 00
16.009

5 00
4 00
K I
3 00
2 00
1 00
0

3 10 20 30 40 50 60

2-Theta - Scale
c :\d ata\lili a\dey n a\am o s tr a4 .R A W - F i le: am o stra 4.R AW - T y pe : 2 T h/T h loc k e d - Start 14 -01 64 (I) - K aol inite -1A - A l2S i2 O5 (OH ) 4 - Y: 11 .1 3 % - d x by : 1 . - W L: 1.54 05 6 - T
Op er ation s : Im po rt
c :\d ata\lili a\dey n a\am o s tr a 4g .R A W - F ile: am o s tra 4g.R A W - T y p e: 2 T h/T h lo ck e d - S
Op er ation s : Im po rt
c :\d ata\lili a\dey n a\am o s tr a4 aq.R A W - F il e: a m os tra 4aq .R AW - T y pe: 2T h /T h l oc k ed -
Op er ation s : Im po rt
46 -10 45 ( *) - Q ua rtz , s y n - Si O2 - Y : 1 1.13 % - d x by : 1. - WL : 1 .5 40 56 - H e x ago na l -
43 -06 85 ( I) - Illite -2M 2 [N R ] - KA l2( Si3 Al) O1 0(O H )2 - Y : 6 .0 3 % - d x by : 1 . - W L: 1.54

Figura 27: Difratograma de raios X da Amostra 4 na fração argila (<2μm). Preparação pelo
método da lâmina de vidro. Preto – natural, vermelho – glicolada, azul – aquecida a 550ºC. K
– caulinita; I – illita e E – esmectita.
51

Am ostra 5
4 000

7.153
3 000
Lin (Counts)

2 000

I
K
9.954

1 000
3.579

3.337

I I
4.255

3.239
4.992

3 10 20 30 40 50 60

2-Theta - S cale
c :\d ata\lili a\dey n a\am o s tr a5 nat.R AW - F ile : a m os tra5 na t.R A W - T y pe : 2 T h/T h loc k e d - Star t: 3.00 0 ° - E nd : 65 .000 ° - S te p: 0 .050 ° - S te p tim e: 1. s - T em p.: 25 °C (R o om ) - T im
Op er ation s : Im po rt
c :\d ata\lili a\dey n a\am o s tr a 5g .R A W - F ile: am o s tra 5g.R A W - T y p e: 2 T h/T h lo ck e d - Star t: 3.00 0 ° - E nd : 1 5.00 0 ° - S te p: 0.05 0 ° - S te p tim e: 1. s - T e m p.: 2 5 °C ( R oom ) - Ti m e
Op er ation s : Im po rt
c :\d ata\lili a\dey n a\am o s tr a5 a.R AW - F ile : am os tra5 a.R AW - T y pe : 2T h /Th loc k ed - S tart: 3 .000 ° - E nd: 65 .0 00 ° - Step : 0 .0 50 ° - Step tim e: 1 . s - T em p .: 25 °C (R o om ) - T im e S
Op er ation s : Im po rt

Figura 28: Difratograma de raios X da Amostra 5 na fração argila (<2μm). Preparação pelo
método da lâmina de vidro. Preto – natural, vermelho – glicolada, azul – aquecida a 550ºC. K
– caulinita; I – illita e E – esmectita.

Pelo método da lâmina de vidro, após a separação da fração argila (<2μm), acontece

a eliminação do quartzo na amostra, o que evidenciado pela ausência do pico 3,34Å

elevado nos difratogramas acima (figura 27 e 28), ocorrendo nesta posição, apenas

um pico de baixa elevação correspondente ao pico 3,34Å da illita. No caso da caulinita

(K), representada pelo pico de 7Å, após o aquecimento a 550ºC houve sua

desestruturação, tendo desaparecido o pico nos difratogramas das amostras

aquecidas. A presença de esmectita só foi confirmada para a amostra 4, onde a

distância de 16,009Å sofre uma expansão, após o tratamento com etilenoglicol, para

17,629Å, e depois uma diminuição. Na amostra 5 aparentemente não há esmectita, ou

se houver, é de muito baixa cristalinidade.


52

8.1.4.2 Difratômetria de Raios X das Pozolanas e Pozolanas com Cal

Am ostra 5 Calcinada 600 C


600ºC
5 00
I+Q
3,339

4 00
Lin (Counts)

3 00

Q F
2 00
Q
I I
9,935 I 2,532 F
4,519
1 00

3 10 20 30 40 50 60

2-Theta - S cale
c :\d ata\lili a\dey n a\am o s tr a5 a.R AW - F ile : am os tra5 a.R AW - T y pe : 2T h /Th loc k ed - S tart: 3 .000 ° - E nd: 65 .0 00 ° - Step : 0 .0 50 ° - Step tim e: 1 . s - T em p .: 25 °C (R o om ) - T im e S
Op er ation s : Im po rt
46 -10 45 ( *) - Q ua rtz , s y n - Si O2 - Y : 5 0.00 % - d x by : 1. - WL : 1 .5 40 56 - H e x ago na l - a 4.91 344 - b 4.91 344 - c 5 .4 052 4 - al pha 90.00 0 - be ta 90 .0 00 - g am m a 1 20 .0 00 - P rim iti
43 -06 85 ( I) - Illite -2M 2 [N R ] - KA l2( Si3 Al) O1 0(O H )2 - Y : 2 7.08 % - d x by : 1. - W L : 1 .5 40 56 - M o no cl inic - a 9.0 17 - b 5 .2 10 - c 20 .4 37 - a lph a 90 .0 00 - b eta 10 0.4 - g am m a 9 0.0
19 -09 32 ( I) - M i cr oc lin e, inter m edi ate - KA lS i3O 8 - Y: 22 .9 2 % - d x by : 1 . - W L: 1.54 05 6 - T ric lin ic - a 8.56 0 - b 12 .9 7 - c 7 .210 - alp ha 9 0.3 - be ta 1 16 .1 - g am m a 89 .0 0 - Ba s e-c

Figura 29: Difratograma de raios X da Amostra 5 calcinada a 600ºC (pozolana). Preparação


pelo método do pó. I – illita; Q – quartzo; F – feldspato.

Ao se observar o difratograma acima (Figura 29) vê-se que a assembléia mineral da

amostra 5 tornou-se mais simples, ao comparar com o difratograma da amostra tal

qual (Figura 26), apenas apresentando mica (illita), quartzo e feldspato. A ausência do

pico de 7Å, que representaria a caulinita, é explicada pela desestruturação em que

esta sofreu após a calcinação. No caso da mica, há a presença do pico de 10Å, mas

pode ter acontecido uma desestruturação parcial, informação que não dá para se obter

a partir do difratograma.
53

Am ostra 5 Calcinada
1 500
850ºC
1 400

1 300

1 200

Q
1 100

1 000

9 00
Lin (Counts)

8 00

7 00 Q
6 00

2,985 M(?)
F+I

2,460 M(?)
5 00

2,234 M(?)
3,217
4 00

I
3 00 I I 2,589
10,053 5,054
2 00

1 00

3 10 20 30 40 50 60

2-Theta - S cale
c :\d ata\lili a\dey n a\am o s tr a5 bne w .R AW - F ile: am o s tr a5 bne w .R AW - T y pe: 2T h /T h l oc k ed - S ta rt: 3 .0 00 ° - En d: 65.0 00 ° - Step : 0.0 50 ° - Step tim e : 1 . s - Te m p.: 25 °C (R oo m )
Op er ation s : Im po rt
46 -10 45 ( *) - Q ua rtz , s y n - Si O2 - Y : 3 4.37 % - d x by : 1. - WL : 1 .5 40 56 - H e x ago na l - a 4.91 344 - b 4.91 344 - c 5 .4 052 4 - al pha 90.00 0 - be ta 90 .0 00 - g am m a 1 20 .0 00 - P rim iti
19 -09 26 ( *) - M i cr oc lin e, ord ere d - KA lS i3O 8 - Y: 9.37 % - d x b y : 1. - W L: 1.540 56 - T r ic lini c - a 8 .5 81 - b 1 2.96 1 - c 7.223 - alp ha 9 0.65 - b eta 11 5.94 - g am m a 87.6 3 - Ba se -c e
43 -06 85 ( I) - Illite -2M 2 [N R ] - KA l2( Si3 Al) O1 0(O H )2 - Y : 1 0.42 % - d x by : 1. - W L : 1 .5 40 56 - M o no cl inic - a 9.0 17 - b 5 .2 10 - c 20 .4 37 - a lph a 90 .0 00 - b eta 10 0.4 - g am m a 9 0.0

Figura 30: Difratograma de raios X da Amostra 5 calcinada a 850ºC (pozolana). Preparação


pelo método do pó. I – illita; Q – quartzo; F – feldspato; M – fase sintética mulita.

Ao se observar este difratograma (Figura 30), nota-se uma assembléia mineral quase

idêntica ao difratograma anterior (Figura 29), apresentando basicamente quartzo, mica

(illita) e feldspato, inclusive com ausência do pico de 7Å, que representaria a caulinita.

Entretanto há uma possibilidade dos picos de 2,985Å, 2,589Å e 2,234Å

corresponderem à nova fase sintética mulita, contudo, não dá para se afirmar nada a

respeito, já que a informação passada pelo difratograma não é suficiente.


54

Am ostra 5 Calcinada a 600 C


5 00

I + Q + CaO
3,334

4 00
Lin (Counts)

3 00

CaO

CaO + C-S-H
2 00

C-S-H
C-S-H

CaO

C-S-H
C-S-H

CaO
1 00 F I Q
I 2,497
9 994 I
5,099

9 10 20 30 40 50 60 7

2-Theta - S cale
W inF i t c on v erted fil e T his fi le w as c on v erted by Wi nF it, k ru T his file w a s c o nv erte d by W inF it, kr um m @ g eol .u ni-e rla ng en.d e - F ile: 22 9-1 41 6.raw - T y pe : 2 T h/T h loc k ed - Start: 8
Op er ation s : Im po rt
46 -10 45 ( *) - Q ua rtz , s y n - Si O2 - S -Q 3 7.1 %
05 -05 86 ( *) - C a lc ite, sy n - C a C O3 - S-Q 18.5 %
29 -02 85 ( I) - S tr ae tli ngi te , s y n - C a2 Al 2Si O7 ·8 H 2O - S -Q 21.9 %
26 -09 11 ( I) - Illite -2M 1 [N R ] - (K,H 3 O)A l2 Si3 AlO 10 (O H )2 - S- Q 7.5 %
19 -09 32 ( I) - M i cr oc lin e, inter m edi ate - KA lS i3O 8 - S- Q 14 .9 %

Figura 31: Difratograma de raios X da pozolana (Amostra 5 calcinada a 600º) com cal, após
sete dias de cura (pozolana). Preparação pelo método do pó. I – illita; Q – quartzo; F –
feldspato; C-S-H – aluminosilicato de cálcio hidratado; CaO – óxido de cálcio.

Neste difratograma (Figura 31), pode-se notar que a assembléia mineral se tornou

mais complexa, com a formação de fases hidratadas, como o C-S-H e de outras fases

como o óxido de cálcio. A formação dessas fases aconteceu devido a reação

pozolânica entre a pozolana e a cal.


55

Am ostra 5 Calcinada a 850 C


3 40

Q + CaO
3 30

CaO + C-S-H
3 20
3 10
3 00
2 90
2 80
2 70
2 60
2 50
2 40
2 30
2 20
2 10
Lin (Counts)

2 00
1 90
1 80
1 70

Q + P + C-S-H
1 60
1 50
Q
1 40
1 30
1 20 G
1 10 CaO
G Q
P + C-S-H

1 00
90
G G
80
P CaO CaO
70 G
60 G
50 G
40
30
20
10
0

9 10 20 30 40 50 60 7

2-Theta - S cale
W inF i t c on v erted fil e T his fi le w as c on v erted by Wi nF it, k ru T his file w a s c o nv erte d by W inF it, kr um m @ g eol .u ni-e rla ng en.d e - F ile: 22 9-1 41 5.raw - T y pe : 2 T h/T h loc k ed - Start: 8
Op er ation s : Im po rt
46 -10 45 ( *) - Q ua rtz , s y n - Si O2 - S -Q 2 3.6 %
05 -05 86 ( *) - C a lc ite, sy n - C a C O3 - S-Q 32.5 %
29 -02 85 ( I) - S tr ae tli ngi te , s y n - C a2 Al 2Si O7 ·8 H 2O - S -Q 22.4 %
21 -08 16 ( *) - G y ps um - C a SO 4·2H 2 O - S -Q 6 .6 %
39 -13 72 ( *) - Y ug aw a rali te - C a (S i6A l2)O 16 ·4H 2 O - S- Q 14 .9 %

Figura 32: Difratograma de raios X da Amostra 5 calcinada a 850ºC (pozolana). Preparação


pelo método do pó. I – illita; Q – quartzo; C-S-H – aluminosilicato de cálcio hidratado; CaO –
óxido de cálcio; P – Portlandita; G – gehlenita.

Neste outro difratograma (Figura 32), pode-se notar que a reação pozolânica formou

além das fases anteriormente citadas (C-S-H e óxido de cálcio), houve também a

formação de portlandita (Ca(OH)2) e gehlenita (Ca2Al2SiO7.8H2O). A formação de

pertlandita indica que há excesso de hidróxido de cálcio, podendo prejudicar um pouco

a reação pozolânica.

8.1.5 ANÁLISE MINERALÓGICA POR MICROSCOPIA ELETRONICA DE

VARREDURA (MEV)

Foi realizada a análise por microscopia eletrônica de varredura, em apenas duas

alíquotas retiradas dos fragmentos dos corpos cilíndricos de pozolana com cal, após

sete dias de cura.


56

Figura 33: Aparência das micas ainda presentes na amostra de pozolana(Amostra 5 calcinada
a 600ºC) com cal.

Pode-se notar na figura acima (Figura 33), que ainda há a presença de muitas micas

na amostra, apesar de ter ocorrido a calcinação a 600ºC e a reação pozolânica.


57

Figura 34: Aspecto rendilhado do C-S-H que se formou em cima das placas de mica.
Pozolana(Amostra 5 calcinada a 600ºC) com cal.

Figura 35: EDS da área indicada pelo numero 1, Figura 36: EDS do ponto indicado por 2, na
na Figura 34. Figura 34.

Nota-se que apesar da fotomicrografia aparentar ter muito C-S-H, o EDS apresentou

além de cálcio (pertencente ao C-S-H), a presença de potássio, ferro e alumínio, que

são elementos característicos de mica. Isso ocorre, porque, provavelmente o C-S-H

formado da reação pozolânica, não se formou completamente, aparecendo apenas

uma fina camada de C-S-H sobre as micas.


58

Figura 37: Aspecto rendilhado do C-S-H que se formou em cima das placas de mica.
Pozolana(Amostra 5 calcinada a 600ºC) com cal.

Figura 38: EDS do ponto indicado por 3, na Figura 39: EDS da área indicada por 4, na
Figura 37. Figura 37.

Comparando as duas análises por EDS, pode-se dizer que a Figura 39 apresenta

apenas cálcio, enquanto que a Figura 38 apresenta além de cálcio, alumínio, ferro,

sílica. Conclui-se com isso que no ponto indicado por 3, há mais presença de mica do

que de C-S-H, já na área indicada por 4, predomina a presença do C-S-H.


59

Figura 40: Aspecto Geral da amostra de pozolana (Amostra 5 calcinada a 850ºC) com cal.

Observa-se na micrografia a presença de grãos de quartzo e feldspato, micas e outros

minerais de argila, além de argilominerais.


60

Figura 41: Zoom da Figura 40, representado pela área do quadrado branco.

Figura 42: EDS do ponto 2, na Figura 41 Figura 43: EDS da área 3, na Figura 41.

Em 2, parece ser um argilomineral, tanto pela fotomicrografia (Figura 41), como pela

análise de EDS (Figura 42). Já em 3, pela fotomicrografia (Figura 41) e pelo EDS

(Figura 43), aparenta ser um argilomineral coberto com uma camada bem fina de C-S-

H, bem pouco cristalizado.


61

Figura 44: Aspecto geral da amostra de pozolana (Amostra 5 calcinada a 850ºC) com cal.

Figura 45: EDS do ponto indicado por 1, na Figura 41.

Pela análise de EDS no ponto 1, é possível que o grão em que foi realizada a análise

seja de feldspato.
62

Figura 46: hábito rendilhado do C-S-H e o hábito placóide dos argilominerais presentes na amostra
de pozolana (Amostra 5 calcinada a 850ºC) com cal.

Figura 47: EDS do ponto 4, na Figura 46. Figura 48: EDS da área 5, na Figura 46.

Figura 49: EDS do ponto 6, na Figura 46. Figura 50: EDS do ponto 7, na Figura 46.

Nota-se na área indicada por 5, na fotomicrografia (Figura 46), que o hábito é

rendilhado, mas pelo EDS (Figura 48) a composição é típica de uma mica,

provavelmente deve ser uma camada bem fina de C-S-H pobremente cristalizado
63

sobre uma mica. Já nos pontos indicados por 4,6 e 7, as composições químicas vistas

no EDS (respectivamente Figuras 47, 49 e 50) são semelhantes, podendo se tratar de

argilominerais.

Dentre as duas amostras de pozolana com cal, uma a Amostra 5 calcinada a 600ºC e

a outra sendo a Amostra 5 calcinada a 850ºC; ao se comparar as fotomicrografias,

pode-se dizer que na primeira a quantidade de micas aparenta ser maior, enquanto

que na segunda a quantidade de micas aparenta ser menor.

8.2 ENSAIOS DE POZOLANICIDADE

O ensaio de pozolanicidade com cal realizado em laboratório, teve por objetivo

apenas a reprodução dos corpos cilíndricos com a finalidade de serem analisados por

MEV e difratometria de raios X, para se observar as fases minerais neoformadas,

como discutido no item 7.3.2 (pozolanicidade com cal).

8.2.1 ATIVIDADADE POZOLÂNICA COM CIMENTO

Esta parte do relatório apresenta os resultados dos ensaios de determinação de

atividade pozolânica com cimento Portland referentes à Amostra 5, que representa os

finos da Mineração.

O Quadro 10 apresenta os resultados da resistência à compressão das argamassas,

do índice de atividade pozolânica com cimento e a porcentagem de água requerida.


64

Quadro 10: Resistência à compressão , índice de atividade pozolânica com cimento Portland, e
água requerida para as argamassas A e B.
Índice de Atividade
Identificação das Resistência à Água Requerida
(1) Pozolânica com
Argamassas Compressão (Mpa) (2) (%)(3)
Cimento Portland (%)
Amostra 5 600ºC 850ºC 600ºC 850ºC 600ºC 850ºC
(argamassa B) 29,4 28,9 81,7 79,4 107% 109,8%
CP I-S-32
36 36,4 ------ ------ ------ ------
(argamassa A)
(1) Média dos três corpos-de-prova.
(2) O índice de atividade pozolânica com cimento é dado pelo quociente entre as
resistências à compressão da argamassa que contém a pozolana (B) e a argamassa
de referência (A), após 28 dias de cura, e expresso em porcentagem.
(3) A água requerida é uma relação obtida entre o quociente das quantidades de água
das argamassas A e B, quantidade essa necessária para produzir uma consistência de
(225 ± 5)mm, expressa em porcentagem.

O índice de atividade pozolânica com cimento Portland deve ser de no mínimo 75%,

conforme a norma NBR 12653/92 (ABNT,1992). A porcentagem máxima de água

requerida para as pozolanas da classe N (naturais e artificiais) e classe E (cinza

volante) é de 115% e 110% respectivamente.

Os ensaios realizados permitiram verificar que a Amostra 5, calcinada nas

temperaturas de 600ºC e 850ºC, atendem às especificações da norma NBR 12653/92

(ABNT,1992) tanto quanto ao índice de atividade pozolânica com cimento, quanto à

porcentagem de água requerida.

8.3 ANÁLISE CRÍTICA DOS RESULTADOS E INTERPRETAÇÕES FINAIS

O material estudado é composto basicamente por caulinita, quartzo, mica e esmectita

(pelo menos na Amostra 4, e possivelmente Amostra 3), segundo as análises por

difração de raios x, por fluorescência de raios x e também as termogravimétricas.

Essa composição é favorável para que o material de estudo apresente potencialidade

ao aproveitamento como pozolana, quando comparado com materiais já estudados

por outros autores. O intervalo de ativação térmica determinado para o material de

estudo 550 a 900oC é compatível com o intervalo obtido por Zampieri (1989) para

argilas cauliníticas de resultados pozolânicos satisfatórios (700 a 900ºC), tendo sido

definido como para a ótima o intervalo de temperatura entre 600ºC a 850ºC.


65

Entretanto, as argilas estudadas possuem uma composição mais mista, conforme

observados nos difratogramas das Amostras 3, 4 e 5 (Figuras 24,25 e 26

respectivamente), com predomínio de caulinita, mas contendo esmectita e illita.

A forma de amostragem do material também pode ser determinante na qualidade dos

resultados obtidos neste trabalho, pois como foi visto a amostragem instantânea

(pontual) tende a coletar materiais mais finos, e com menor conteúdo de mica que a

amostragem composta, como detectado, ao se comparar os resultados da análise

química (Quadro 6), a amostragem instantânea (Amostra 4), tem menor teor de

potássio do que a amostragem composta (Amostra 5).

A respeito da atividade pozolânica com cimento, o índice de pozolanicidade foi de

81,7% para a amostra calcinada a 600ºC, e de 79,4% para a amostra calcinada a

850ºC, essa diferença neste resultado pode ser devido a tendência da última produzir

excesso de hidróxido de cálcio (portlandita), como visto ao se comparar os dois

difratogramas (Figura 31 e 32). Esse excesso de hidróxido prejudica a reação

pozolânica, por isso o índice de pozolanicidade menor para a calcinada a 850ºC.

Apesar de se ter apenas um resultado favorável (índice de atividade pozolânica maior

que 75%) em ambas as temperaturas de calcinação para a Amostra 5 (amostragem

composta) , nada indica que para a Amostra 4 (amostragem instantânea) o resultado

também não seria favorável, já que são semelhantes. Pode-se dizer então que os finos

de mineração da região do bairro do Taboão da Serra em Mogi das Cruzes são

favoráveis a possuírem atividade pozolânica, desde que sejam previamente calcinados

dentro do intervalo de ativação térmica determinado.

Como já foi salientado, os resíduos de mineração representam 40% de resíduos finos

do volume de material extraído, sendo esse material é lançado em bota-foras ou

bacias de decantação, representando em um extenso impacto ambiental já que

algumas dessas bacias chegam a ter até vários quilômetros quadrados de área. A

utilização do resíduo fino como pozolana significaria numa grande redução dessas

bacias de decantação e além de um acréscimo de lucro na atividade mineradora. Além


66

disso a adição de materiais pozolânicos à produção de cimento, diminuem os custos

de produção deste, já que substitui parte do clínquer Portland, também acarretaria na

diminuição de até 40% da emissão de CO2 dos 7 a 8% da emissão global que são

atribuídas às indústrias cimenteiras.

9 DIFICULDADES ENCONTRADAS

Na parte de caracterização tecnológica em laboratório, não houve nenhuma

dificuldade, enquanto que na parte da elaboração do relatório, houve mais dificuldade

na montagem da estrutura do relatório, e na interpretação dos resultados da

difratometria de raios X, e MEV.


67

10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. 1991. Cimento Portland


Composto NBR 11578/1991. 5p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. 1991. Cimento Portland


Comum NBR 5732/1991. 5p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. 1991. Cimento Portland


Pozolânico NBR 5736/1991. 1p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. 1996. Cimento Portland –


Determinação da Resistência à Compressão NBR 7215/1996. 8p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. 1992. Materiais


Pozolânicos NBR 12653/1992. 3p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. 1992. Materiais


Pozolânicos – Determinação de Atividade Pozolânica – Índice de Atividade
Pozolânica com Cal NBR 5751/1992. 3p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. 1992. Materiais


Pozolânicos – Determinação de Atividade Pozolânica com Cimento Portland – Índice
de Atividade Pozolânica com Cimento NBR 5752/1992. 3p.

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São Paulo. In: Mapa Geológico do Estado de São Paulo, escala 1:500.000, v 1.
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