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A busca de uma definição de família faz o autor viajar pela história buscando como isso se dava
nas diversas épocas e tempos. Isso faz com que ele crie conceitos diferentes, dependendo do
contexto e da época e da cultura. A idéia que temos de família hoje não é a mesma de décadas
passadas nem será a mesma no futuro. No entanto, percebe-se que a família é sempre algum
segmento de um grupo maior, em um determinado período histórico.
As pessoas de hoje tendem a considerar a família uma unidade nuclear, mas séculos atrás era a
unidade consanguínea.
Para onde a família irá a partir daqui? Uma coisa que podemos prever com certeza é a mudança.
As famílias, assim como as sociedades e os indivíduos, podem e devem mudar em resposta a
circunstâncias mutantes.
Assim, comentando a psicóloga Arlene Skolnick, diz que três áreas podem guiar a mudança
familiar nas próximas décadas:
Bons pais fornecema seus filhos todas atividades e exigências - aulas de piano, jogos de futebol,
aulas de arte e outras -jjue nossa cultura materialista identifica como se fornecejsem a base para
urna vicla nica e realizada. Porém, enquanto pais atormentados levam e trazem freneticamente
seus filhos para lá e para cá de atividades aparentemente incessantes, perdem a simples
experiência dos membros da família estarem juntos no mesmo lugar, ao mesmo tempo,
1
As citações em itálico são do livro Dominando a Terapia Familiar, de Minuchin, S. Lee, W. & Simon, G.M. (2008). Porto Alegre. Artmed.
Enquanto as descrições de Skolnick e Doherty sobre a família oferecem uma visão geral
sociológica das famílias brancas de classe média nos Estados Unidos, elas deixam de refletir a
vida de muitas outras famílias americanas. As experiências de famílias pobres frequentemente são
muito diferentes, de maneiras que vão além da privação económica, e têm um enorme impacto
sobre o funcionamento familiar.
O autor então faz a análise de dois casos de famílias pobres a dos Harris e a dos
Robinsons. No caso dos Harris, alega que por conta de sua situação, assistentes sociais,
agentes do estado, se sentem no direito de invadir sua casa e privacidade e ir ditando regras
de condutas e narra a luta deles no enfrentamento dessa situação. No caso dos Robinsons,
que vive no mesmo bairro dos Harris, e que os filhos de ambos até tenham se cruzado em
algum evento, o pesadelo está por conta de problemas familiares surgidos por relações
extraconjugais que afetaram a família trazendo problemas com Jennifer, a filha que está
ressentida com o pai e aborrecida com a passividade da mãe.
Cada uma das intervenções dirigidas às famílias Robinson e Harris e todos os interventores
foram bem-intencionados. O que os interventores deixaram de avaliar com precisão joi que
eles tinham se tornado protagonistas nos dramas dessas famílias. Eram os assistentes, e
não os membros da família, que estavam funcionando como os motores que forneciam
propulsão, e como os volantes que forneciam direção para as vidas dessas famílias.
Imbuídos de um sentido robusto de integridade e autonomia, a maioria das famílias de
classe média nunca toleraria essa intrusão em suas vidas. Abatidas e esgotadas por sua
luta diária para simplesmente sobreviver, as famíias pobres com frequência sucumbem, a al
intrusão com pouca oposição.
Orlando, Maureen Diaz e sua filha de 16 anos, Cynthia, foram indicados para uma terapeuta
familiar depois que Cynthia revelou a um conselheiro escolar que estava cortando seus
braços com uma gilete há mais de um ano.
Quanto mais a terapeuta conhecia a família Diaz, mais ela ficava perplexa com o papel
fundamental que a etnia tinha desempenhado no desenvolvimento familiar ao longo do
tempo. Também chocante, porém, era a quantidade de energia psíquica que a família
colocava para negar a saliência de suas raízes étnicas.
Orlando sentiu-se atraído pela aparência e pelo jeito inglês de Maureen, e ela foi atraída por
sua aparência e jeito latinos. Eles casaram-se após três meses. Rapidamente deram-se
conta de que precisavam de algo para preencher o espaço entre eles. Eles começaram a ter
filhos. Cynthia era a segunda mais velha; ela tinha quatro irmãos menores.
Muitos conflitos surgiram. Orlando, mais passivo e tolerante deixava os filhos à vontade;
Maureen, ao contrário quis estabelecer limites e ser mais rígida. Ai vem os conflitos sobre os
seus estilos parentais diferentes. Nenhum deles queria se parecer com seus antigos pais e a
relação foi se tornando bem difícil, problemática.
Outras áreas influenciadas pelo status minoritário podem incluir a estrutura de poder da
família. O poder é compartilhado mais igualmente por alguns cônjuges afro-americanos do
que nas famílias brancas de classe média, talvez porque as mães negras tenham
historicamente tido, com maior probabilidade do que as brancas, empregos fora do lar; atual
para apoiar sua esposa, Orlando simplesmente disse: "Não quero me transformar no meu
pai".
É difícil, mas para garantir eficácia a terapia é necessário enfatizar a influência de totos os
contextos multiculturais onde as famílias estão encerradas. Célia Falicov propôs que cada
afiliação indivividual das famílias em cada contexto seja de suma importância na visão do
terapeuta.