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Apresentação
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Plataforma Moodle, hospedado no EscolaBR. Ver: <http://www.ead.sitedaescola.com/moodle>
Figura 1 - Na figura aparece a interação no fórum a respeito dos meus conceitos prévios.
Fonte: EscolaBR
Segundo Moran,
“No ensino se organizam uma série de atividades didáticas para ajudar
os alunos a que compreendam áreas específicas do conhecimento
(ciências, história, matemáticas). Na educação o foco, além de ensinar,
é ajudar a integrar ensino e vida, conhecimento e ética, reflexão e ação,
a ter uma visão de totalidade. (MORAN, 2000)
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Dicionário Aurélio Eletrônico, 1999.
É nesta segunda concepção que defendo o significado e as dimensões que
abordam a EaD. Lembrando sempre que a EaD é educação, apenas com formas
e organizações específicas.
Para Petters (2002), na educação a distância o falar e ouvir são
substituídos por escrever e ler. A interação educacional também não é natural,
pois precisa ser planejada, construída, testada e avaliada a partir dos objetivos
pedagógicos. Estas questões certamente são favorecidas pelas possibilidades
oriundas da evolução das tecnologias de informação e comunicação. A distância
entre professor e aluno passa a ser próxima de acordo com a abordagem de
Valente (2006), do “estar junto virtual”. Essa abordagem permite múltiplas
interações, no sentido de acompanhar o aluno para entender o que ele faz e como
faz, e dessa forma, o professor pode auxiliá-lo a produzir significado para aquilo
que está fazendo.
As novas tecnologias modificaram as relações de aprendizagem,
possibilitando ressignificar a Educação a Distância como uma modalidade capaz
de aproveitar ao máximo a inserção tecnológica da sociedade informacional. A
existência de uma cibercultura e o uso das tecnologias de informação e
comunicação (TICs) no processo de formação, vem promovendo essa modificação
na educação formal no país e no mundo.
O uso das tecnologias de informação e comunicação hoje têm possibilitado
um avanço interessante para a EaD, pois permitem romper com as barreiras das
distâncias, das dificuldades de acesso à educação e dos problemas de
aprendizagem por alunos que estudam sozinhos, mas não isolados.
Ao longo do tempo, a EAD retrata os diversos períodos da evolução
tecnológica, através de mídias como: o material impresso, o telefone, o fax, o
rádio, a televisão e a internet, tecnologias utilizadas no processo evolutivo. Hoje,
as tecnologias de interação e comunicação não são mais meios para distribuir as
informações e o conhecimento, mas têm diferentes papéis indispensáveis a
qualquer processo educativo, trazendo novas atitudes e novos enfoques aos
processos de ensino e de aprendizagem.
Historicizando a EaD
Na perspectiva de um renomado filósofo francês, Gilbert de Simondon
(1969), o homem iniciou seu processo de humanização, ou seja, a
diferenciação de seus comportamentos em relação aos dos demais
animais, a partir do momento em que utilizou os recursos existentes na
natureza em benefício próprio. Pedras, ossos, galhos e troncos de
árvores foram transformados em ferramentas pelos nossos ancestrais
pré-históricos. Com esses materiais, procurava superar fragilidades
físicas em relação às demais espécies. Contava o homem primitivo com
duas ferramentas naturais e distintas das demais espécies: o cérebro e a
mão criadora (CHAUCHARD, 1972). Frágil em relação aos demais
animais, sem condições de se defender dos fenômenos da natureza – a
chuva, o frio, a neve... –, o homem precisava de equipamentos que
ampliassem suas competências. Não podia garantir sua sobrevivência e
sua superioridade apenas pela conjugação das possibilidades do seu
raciocínio com sua habilidade manual. A utilização dos recursos naturais
para atingir fins específicos ligados à sobrevivência da espécie foi a
maneira inteligente que o homem encontrou para não desaparecer
(KENSKI, 2006).
Hoje em dia, wikis, blogs, podcasts e redes sociais fazem parte do cotidiano
de boa parte dos usuários da rede. Essas possibilidades de uso estão abrindo
tendências e dando novos rumos aos aplicativos baseados em web, bem como, a
educação a distância.
Em tempos de Web 2.0
Em 2004, o termo Web 2.0 foi apresentado pela primeira vez por Tim
O’Reilly para definir aplicativos utilizados na rede, que aproveitavam a inteligência
coletiva dos usuários, propondo uma experiência de uso parecida com os
desktops, na qual os softwares são disponibilizados na internet como um serviço,
e a web, como uma plataforma. Esse modelo prima pela interatividade, os
usuários deixam de ser consumidores e passam a ser também produtores de
conteúdo.
Enquanto no modelo antigo, que chamamos de “Web 1.0” o usuário era
apenas como um expectador em uma página, na “Web 2.0” ela passa a ser
também autor, acrescentando opiniões e conteúdos, pode ler, participar, modificar
e (re)criar conteúdos. Não há mais armazenamento ou processamento local,
agora os dados migram para servidores online que podem ser acessados em
qualquer lugar. O privado torna-se público. Arquivos, compromissos, agenda, lista
de favoritos, tudo é compartilhado na rede, tornando-se acessíveis a todos os
usuários.
Inúmeras são as mudanças, bem como as aplicações dessas novas
ferramentas à proposta e encaminhamentos metodológicos da educação a
distância.
Vale aqui lembrar que não precisamos nos utilizar de todas essas
novidades, mas o fato é que a educação a distância já se vale dessas
ferramentas. O Orkut, o MySpace e o Face Box propiciam uma série de
discussões por meio de seus fóruns. No Second Life, os usuários existem
virtualmente, e por meio de seus avatares interagem, assistem palestras,
exploram diferentes ambientes. Dentro desse espaço já funcionam verdadeiros
campus virtuais.
Mas e como fica a educação a distância nestes ambientes?
Falamos em diferentes possibilidades de ensino e de aprendizagem,
falamos em comunicação e interação, falamos em múltiplas vozes. Falamos em
professores e alunos virtuais.
Segundo Scherer (2003), em tempos de Web 2.0, um professor virtual
precisa planejar o ambiente, pensar o design, criar sozinho ou em equipe os
materiais, dando-lhes vida. Ele deve disponibilizar um ou vários espaços para
interagir com seus alunos acerca dos conteúdos a serem discutidos em um curso
ou em sua disciplina: espaços de fóruns e chats. Além disso, falamos também em
educação dialógica, pois é na dialogicidade que o professor contextualiza, interage
e indica caminhos na orientação até achar o caminho da resposta. Essa
abordagem comunicativa tem tudo a ver quando relacionamos com a Web 2.0."
(AKAGI, 2008)
Enfim, vivemos uma grande evolução, mas não basta criar redes, é preciso
sim, criar redes de aprendizagem e neste contexto ressignificar o papel da
educação a distância, uma vez que acredito que é possível habitar e educar nos
diferentes ambientes virtuais, é preciso estar atento a tudo e a todos: aos
movimentos, ao design, as aprendizagens, ao fazeres, aos saberes e aos seres
que ali estão. Ao atentar aos saberes, é preciso ainda preocupar-se com as
informações que irá disponibilizar, com as questões que os alunos trazem, e
aquelas que estão disponíveis por toda a WEB. São inúmeros os desafios que
encontraremos pela frente, mas somos educadores e precisamos decidir entre
“sermos professores ou simplesmente tutoriar os alunos; entre visitar ou habitar os
ambientes virtuais; entre informar ou educar; entre apenas ensinar ou sermos
aprendizes/pesquisadores.” (SCHERER, 2003)
Referências
BELLONI, Maria Luiza. Educação a Distância. Campinas, SP: Autores Associados,
1999.
LITWIN, Edith (org). Educação a Distância: Temas para Debate de uma Nova
Agenda Educativa. Porto Alegre, Artmed, 2001.
VOIGT, Emilio. Web 2.0, E-Learning 2.0, EaD 2.0: Para onde caminha a
educação a distância? http://www.abed.org.br/congresso2007/tc/55200750254PM.pdf.
Acesso em 01/12/2008