tornar-se uma questão de especial importância pela mudança da realidade que representam. O aumento da mobilidade migratória entre os países pertencentes à União Europeia e entre estes e outros países está a fazer surgir uma elevada diversidade social e cultural, assim como a existência de grupos minoritários. Estes grupos minoritários têm uma identidade própria e encontram-se unidos pela nacionalidade e/ou origem étnica. Os seus membros coexistem relacionando-se entre si e com pessoas do país de acolhimento. Os cenários multiculturais, multiétnicos, multilinguísticos e multireligiosos resultantes, impõem de maneira crescente decisões políticas integradas, que compreendam abordagens sociais, económicas e educativas. A migração é factor de enriquecimento e de cooperação, simultaneamente permite dinamizar o associativismo entre os cidadãos. Trata-se de um fenómeno humano e tem sido constante na humanidade. Os fenómenos migratórios estão associados a factores de natureza política, económica, religiosa e inclusivamente de sobrevivência. Portugal tem nesta matéria uma visão e sensibilidade peculiares já que, tem um passado relacionado com a emigração e também o acolhimento reconhecido por todas as entidades com responsabilidade sobre este assunto. A integração dos imigrantes está relacionada com instrumentos legais, como é o caso da Lei da Imigração (23/2007), mas também com a criação de oportunidades que contribuam para o acesso à educação, formação profissional, ao trabalho e segurança social. A qualidade de vida das populações também depende das oportunidades dos ciclos económicos, isto é, a criação de oportunidades para a migração está associada às dinâmicas do mercado de trabalho. Importa também compreender como se opera o ajustamento das qualificações. A Educação para a Cidadania visa desenvolver o conhecimento, a compreensão, as capacidades, as atitudes e os valores que ajudem os jovens a: desempenhar um papel activo na comunidade (local, nacional, internacional), estarem informados e conscientes dos seus direitos, responsabilidades e deveres, compreender que se pode ter influência e marcar a diferença na respectiva comunidade a que pertence. Nas sociedades democráticas a educação para a cidadania está associada a três dimensões de aprendizagem: Participação na comunidade – aprender como tornar-se útil na vida e nos problemas que afectam as comunidades de pertença e através das quais também aprende; Literacia política (conhecimento e entendimento) – aprender acerca das instituições, problemas e práticas da democracia e das formas de participar efectivamente na vida política a diferentes escalas o que envolve capacidades, valores e conhecimentos. A diversidade de culturas pode ser lida como uma ameaça, ou como uma oportunidade que abre novos horizontes sobre a dimensão humana e sobre a sua capacidade. Pode ser vista como um foco de tensões e conflitos ou como uma fonte estimulante de descobertas. Dentro dessa diversidade podem ser identificados, em todas as culturas, factores que são efectivamente uma ameaça à realização plena do ser humano. Essas ameaças não são específicas apenas a uma parte dessas culturas, mas de todas elas. Sendo todas e cada uma das culturas resultado da acção dos homens em sociedade, e considerando que o homem não é ser um perfeito, é natural e previsível que em cada uma se encontre elementos que são nocivos e prejudiciais ao desenvolvimento saudável das pessoas e dos grupos. O ensino desenvolveu processos educativos de modo a encentivar uma maior encerção dos migrantes, em circunstância de os pais desejarem o êxito dos seus filhos, mas nem sempre lhes podem dar o apoio necessário como, por exemplo, as deficiências ao nível da língua ou a própria diversidade cultural podem dar origem a conflitos no seio das famílias. Os pais devem participar na gestão das escolas, em eventos culturais, etc. Ter um maior apoio aos cursos de línguas é fundamental para a integração dos migrantes, que é um processo bidireccional que envolve quer os migrantes, quer o país de acolhimento. A apetência dos migrantes pela aprendizagem da língua do país de acolhimento revela a vontade de darem um rumo à sua vida, mas não significa que estejam dispostos a abandonar a língua e a cultura de origem.a aprendizagem de línguas (a materna e a do país de residência) deve ser incentivada numa fase bastante precoce, desde a escolaridade pré-primária, tendo em vista, em especial, a promoção da inclusão de migrantes e minorias étnicas, designadamente a da população romanichel, nas sociedades europeias. A aprendizagem ao longo da vida é muito importante para os migrantes, as minorias étnicas e os grupos socioeconomicamente desfavorecidos, pois funciona como processo de integração, e, para os imigrantes recém-chegados, a participação em programas de formação e na aprendizagem ao longo da vida constitui uma oportunidade. Deve merecer especial atenção o desempenho geralmente inferior dos migrantes, das minorias étnicas e dos grupos socioeconomicamente desfavorecidos, já que quanto mais perfeita e mais rápida for a sua integração nas escolas, melhor será a sua prestação na própria escola, na formação profissional subsequente e, por fim, no mercado de trabalho. A qualidade da educação e da formação dos professores não pode igualmente ser esquecida, uma vez que também para eles as turmas heterogéneas resultantes do aumento da migração constituem um desafio inédito. Os professores devem recorrer sistematicamente a formação específica, incluindo no quadro da aprendizagem ao longo da vida e do desenvolvimento profissional.