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FACULDADE DE ARACRUZ (FAACZ)

DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO

ORLANDO VINICIUS RANGEL NUNES

IMPERMEABILIZAÇÃO
TÉCNICAS, MATERIAIS E CONFORTO

Pesquisa apresentada ao Departamento de


Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de
Aracruz, como requisito parcial para obtenção de
nota na disciplina de CONFORTO AMBIENTAL.

Professor: ANTÔNIO ROMERO SANT ANNA

ARACRUZ

2009
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 3

O PROJETO DE IMPERMEABILIZAÇÃO 5

AS PATOLOGIAS DA FALTA DE IMPERMEABILIZAÇÃO 9


UMIDADE ASCENDENTE 9

INFILTRAÇÕES E VAZAMENTOS EM LAJES 11

AS INFILTRAÇÕES E OS TRATAMENTOS 13
PAREDES 13

COBERTURA 14

FACHADAS 15

FUNDAÇÕES 17

PISCINAS 19

RESERVATÓRIOS ELEVADOS 21

SUB-SOLOS 22

CONCLUSÃO 25

ANEXOS 28
Anexo 1 - Exemplos dos problemas causados pela umidade em paredes 29

Anexo 2 - Concertando o problema de infiltração em paredes 30

Anexo 3 - Foto com efeito do tratamento a base de silicone 32

Anexo 4 - Calhas de fibrocimento recebem pintura de membrana acrílica 32

Anexo 5 - Danos na estrutura devido a patologias 33

BIBLIOGRAFIA 35

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I. INTRODUÇÃO

"Impermeabilizar é o ato de isolar e proteger os materiais de uma


edificação da passagem indesejável de líquidos e vapores, mantendo assim
as condições de desempenho, habitabilidade e durabilidade de uma
construção. A condição de impermeabilizar está associada a uma pressão
limite, convencionada em ensaio específico." (NBR 9575/03)

A desfavorável luta em busca da estanqueidade em construções deu início


no período entre 3200 e 540 AC na Mesopotânea onde, Egípicios e
Babilônios construíram seus arquedutos, já pensando em como evitar a
passagem d’àgua.

Registros mais antigos constata-se que no interior das pirâmides egípcias,


existiam imagens que seriam piscinas atuais em hieróglifos. Em 2500 a.c.
a natação já era considerada atividade organizada no Egito, os Romanos
foram os primeiro a construir a piscina para natação.

A falta ou falha da impermeabilização é uma das causas de umidade no


interior dos edifícios. A água existente no solo sobe pelos capilares de
blocos e tijolos, fazendo a pintura descascar, o reboco soltar, danifica
móveis e causa doenças respiratórias em seus moradores, já que torna os
ambientes insalubres. O imóvel perde valor. No Anexo 1 um exemplo do
problema causado pela umidade em paredes. Por isso, a
impermeabilização deve ser projetada para sua durabilidade e seu o
período de vida útil previsto para a construção.

Neste contexto, os sistemas impermeabilizantes divide-se em dois tipos:

• Flexível – suporta maiores deformações sem aparecimento de fissuras.


• Rígido – a fundação não poderá possuir deformações que acarretem o
aparecimento de fissuras.

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Abaixo vide as características de todos os tipos de impermeabilizantes:

A impermeabilização garante a segurança, a estabilidade, a estanqueidade


e o conforto da habitação. Quanto ao conforto, a impermeabilização
garante que infiltrações torne o ambiente úmido, com goteiras, por
exemplo. Quanto a segurança e a estabilidade, a impermeabilização
garante que a água não infiltre pela estrutura da edificação, não
danificando-a. Quanto a estanqueidade, impede-se a entrada de água no
ambiente, ou seja, diminui-se a umidade e consequentemente minimiza-
se as doenças do sistema pulmonar, como bronquite, alergias, fungos e
irritações que as pessoas podem ter dentro dessa edificação.

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II. O PROJETO DE IMPERMEABILIZAÇÃO

A exemplo dos projetos de instalações hidráulica e elétrica, um projeto de


construção civil deve contemplar igualmente um Projeto de
Impermeabilização. O profissional encarregado de planejar a
impermeabilização deve dispor dos projetos de arquitetura e demais
projetos complementares que tenham ligação direta ou indireta com a
Impermeabilização.

O projetista de impermeabilização deve analisar os projetos básicos da


obra procurando evidenciar as áreas que necessitam de
impermeabilização e avaliar os tipos das estruturas, entre outros
aspectos, iniciando o estudo dos sistemas adequados para cada situação.
Devem ser disponibilizados ao projetista o Projeto de Arquitetura,
Projetos e Informações Complementares, Projeto Estrutural, Projeto de
Instalações Elétricas e Hidráulicas, Existência de pressão negativa e
Histórico da construção.

Naturalmente, é importante termos um projeto em total conformidade


com os aspectos Normativos (ABNT) e de qualidade por isto é
fundamental diferenciar o projeto básico do executivo.

O projeto básico deve compatibilizar os demais projetos da construção, de


modo a equacionar adequadamente as interferências existentes entre
todos os elementos e componentes construtivos. Pela sua característica
deve ser feito durante a etapa de coordenação geral das atividades de
projeto e deve compor os documentos do projeto básico de arquitetura,
definido na NBR 13532 ou, na ausência desse, deve compor o projeto
executivo de arquitetura.

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Alguns pontos que devem ser levados em consideração quanto a execução
do projeto:

1. As definições usadas nos projetos devem estar de acordo com a NBR


9575 e demais normas brasileiras;

2. Classificar os tipos de impermeabilização indicados no projeto (Rígido e


Flexível);

3. Análise e definição do tipo de substratos;

4. Análise da forma de atuação da água a qual o sistema esta sujeito e


deve apresentar estanqueidade:

• Percolação;
• Condensação;

• Umidade de solo;
• Fluidos que atuam sob pressão unilateral ou bilateral;

5.Análise do ambiente e nível de exposição:

• Variação de temperatura;
• Agressividade do ambiente;
• Ataque químico;
• Intensidade de tráfego e cargas atuantes;
• Raios solares e intempéries;

6. Movimentação da estrutura e possíveis acomodações do terreno;

7. Viabilidade de custo;

8. Compatibilização do prazo de execução e o tempo mínimo de execução


e aplicação dos tipos de impermeabilização a serem especificados.

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Um projeto de impermeabilização pode ser dividido em várias etapas,
desde a fase de viabilização, até o acompanhamento da obra, veja abaixo
um esquema com as sete fases de elaboração do projeto de
impermeabilização:

1. Considerado serviço essencial compreende a avaliação preliminar dos


tipos de impermeabilização viáveis de serem adotados e o estudo de
implantação do empreendimento.

2. Esta fase envolve a definição e análise da utilização das áreas a serem


impermeabilizadas, incluindo dados do comportamento estrutural,
visando identificar as interferências que ocorrerão nas áreas
impermeabilizadas, o estudo técnico e econômico para a definição dos
tipos de impermeabilização a serem adotados e a assessoria para
adoção de novas tecnologias.

3. Pode ser compreendida através da consolidação das áreas a serem


impermeabilizadas definidas na etapa anterior, seleção dos tipos a
serem utilizados e principalmente a análise da interface entre os
projetos de impermeabilização, arquitetônico, estrutural, de instalações
hidráulicas, instalações elétricas, paisagismo, ar condicionado/
ventilação mecânica e automação;

4. Esta é a fase onde deve ser apresentado o detalhamento dos tipos de


impermeabilização, os memoriais descritivos e especificações técnicas e
as planilhas com quantitativo de materiais e serviços de
impermeabilização, podem ser acrescidos opcionalmente a elaboração
de orçamento e minutas contratuais.

5. Cabem a esta fase a apresentação do projeto, programa básico de


acompanhamento dos serviços de impermeabilização e como serviços

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opcionais os esclarecimentos de dúvidas e análise técnica de proposta
de fornecedores.

6. Tem o objetivo de garantir a plena compreensão e utilização das


informações de projeto e a sua correta aplicação e avaliar o
desempenho do projeto em execução. As principais etapas
compreendem essenciais são a análise de soluções alternativas e a
alterações de projeto.

Como serviços opcionais podem ser acordados:

• Acompanhamento técnico da obra;


• Orientação sobre procedimentos de execução;
• Recebimento dos serviços de impermeabilização;
• Desenhos “As.Built”;
• Acompanhamento dos ensaios de materiais de impermeabilização;
• Acompanhamento dos recebimentos de materiais de
impermeabilização na obra;

• Preparação de manual de utilização e manutenção das áreas


impermeabilizadas;

• Manual do proprietário;

7. No pós entrega da obra é considerada de serviço opcional, envolve


coordenar o processo de avaliação e retroalimentação do processo de
projeto e seus diversos agentes do empreendimento, com objetivo de
gerar ações para melhoria em todos os níveis e atividades envolvidas.

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III.AS PATOLOGIAS DA FALTA DE IMPERMEABILIZAÇÃO

O homem vem evoluindo as técnicas construtivas ao longo dos tempos,


visando sempre atender suas necessidades e desejos e desde os
primórdios da construção um inimigo constante tem sido a água, seja na
fase de construção ou durante toda sua vida útil da edificação.

O desempenho de uma construção está diretamente ligada a longevidade


da mesma, e a umidade indesejada presentes nestas construções são um
dos elementos que podem gerar patologias capazes de reduzir a vida útil
ou prejudicar o conforto dos usuários.

Nas edificações os defeitos mais comuns decorrentes da penetração de


água sob a forma líquida ou vapor, podem variar de bolhas e manchas
nas paredes até problemas de ordem estrutural, comprometendo a
segurança e a estabilidade das construções e até a saúde das pessoas.

A incidência de cada uma delas varia de acordo com cada tipo de obra ou
mesmo da região geográfica, entretanto as mais comuns são:

1. UMIDADE ASCENDENTE

A umidade ascendente é uma das patologias mais comuns nas edificações


e é causada pela umidade proveniente do solo, que danifica os rodapés
das paredes quando a estrutura apresenta os seguintes problemas: falta
de impermeabilização na fundação ou utilização inadequada do sistema
impermeabilizante, aliada a presença de umidade no solo.

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O processo se dá pelo fenômeno da capilaridade, ou seja, a água sobe
pela parede através de pequenos canais que existem nos materiais
constituintes da parede como o concreto, argamassas e alvenaria.
Dependendo de vários fatores como quantidade de água presente no solo,
diâmetro dos capilares entre outros, a umidade pode atingir facilmente
1,50 m do chão. Desta forma quando a água atinge a alvenaria ela
atua atrás da tinta criando bolhas e deteriorando o reboco.

Existem vários produtos para impermeabilização de alicerces/baldrames


para evitar que a umidade por capilaridade chegue a alvenaria, dentre
eles podemos destacar: Emulsões asfálticas ou acrílicas, soluções
asfálticas, argamassa polimérica, aditivos impermeabilizantes, mantas
asfálticas coladas a frio ou com auxílio de maçarico, dentre outros. Todos
os sistemas descritos anteriormente podem ser utilizados na fase da
construção, ou seja, quando ainda não se iniciou a alvenaria.

A diferença básica entre eles se encontra na flexibilidade, e na forma de


aplicação, veja:

Os flexíveis como emulsões asfálticas ou acrílicas, soluções asfálticas,


mantas asfálticas coladas a frio ou com auxílio de maçarico possuem a
vantagem de absorverem possíveis deformações no alicerce sem o
aparecimento de fissuras.

Os moldados “in loco” como Emulsões asfálticas ou acrílicas, soluções


asfálticas, argamassa polimérica, aditivos impermeabilizantes, tem a
vantagem de não possuírem emendas e geralmente são aplicados a frio.

Os pré-moldados como mantas asfálticas coladas a frio ou com auxílio


de maçarico possuem a vantagem na uniformidade de espessura e
velocidade de aplicação.

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Entretanto no caso de já existir a patologia, o tratamento se restringe a
alguns sistemas impermeabilizantes, que suportem a pressão que atua
atrás do sistema (pressões negativas). Alguns sistemas utilizados são as
argamassas poliméricas, cristalizantes, etc. Esta solução pode não ser
suficiente, pois como a água ficará atrás do impermeabilizante ela poderá
“correr” para outra parede que não apresentava o problema, ou então
subir um pouco mais do que o impermeabilizante danificando a parede.
Desta forma fica evidente a necessidade da prevenção.

2. INFILTRAÇÕES E VAZAMENTOS EM LAJES

A origem desta patologia é a falta de impermeabilização principalmente


aliado a crença de que um concreto “forte” é suficiente para barrar a
água, ou o uso de técnicas/sistemas impermeabilizantes inadequados.

A importância da impermeabilização de lajes vai além da estética ou do


desconforto das goteiras, pois, uma estrutura de concreto armado foi
projetada para unir características importantes dos dois materiais, a
resistência a tração do aço e a resistência a compressão do concreto,
quando se permite a passagem de água através da peça de concreto
podem ocorrer danos as armaduras, comprometendo o desempenho da
mesma.

O resultado é a perda da secção das armaduras levando ao colapso da


estrutura, facilmente observado em quedas de marquises, que dependem
sobremaneira das características de resistência a tração do aço. Vide
Anexo 5.

Partindo do principio que uma laje se deforma tanto em função do


gradiente térmico quanto das cargas e vãos envolvidos, não devemos
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jamais utilizar impermeabilizantes rígidos em tais estruturas. Portanto, a
correta impermeabilização deste tipo de estrutura deve ser feita com
sistemas flexíveis, tais sistemas podem ser Emulsões asfálticas ou
acrílicas, soluções asfálticas, asfaltos moldados “in loco” a quente, mantas
e etc.

Os sistemas pré-fabricados como as mantas asfálticas se destacam por


possuir, como dito anteriormene, espessura constante, boa velocidade de
execução em grandes panos de laje e alta resistência a tração.

Os sistemas moldados “in loco” possuem a vantagem de não


apresentar emendas, conforme dito anteriormente, e ter boa velocidade
de execução em áreas com muitos recortes, como em banheiros.

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IV. AS INFILTRAÇÕES E OS TRATAMENTOS

1. PAREDES

As paredes são os principais elementos de uma edificação com problemas


de infiltração, sua causa é diversa, e na maioria das vezes, na remoção do
revestimento até atingira alvenaria, é a única solução. Vide Anexo 2.

Depois da remoção fecha-se as possíveis "bicheiras" surgidas. A


impermeabilização consiste na aplicação do sistema Argamassa Polimérica
que é um revestimento bi-componente composto por pó e líquido. O pó é
um cimento modificado e o líquido um polímero. Aplica-se na forma de
pintura, com brocha ou trincha, em demãos cruzadas em intervalos de 6h
entre demãos. Umedecer o substrato previamente. Vide Anexo 2.

O tratamento deve avançar no piso conforme Anexo 2 para evitar


infiltração na emenda.

Após a secagem, faz-se chapisco com argamassa de uma parte de


cimento e três de areia, amolentado com solução de uma parte de adesivo
para duas partes de água. A areia deve ser de média para grossa.

Paredes de encosta também devem ser tratadas sempre que possível do


lado em que a água exerce pressão e prevendo drenagem para que a
água siga seu curso natural. Vide Anexo 2.

Em casos de paredes de encostas, conforme a NBR 9575 –


Impermeabilização – Seleção e Projeto, pode-se trata com Manta
Asfáltica, Argamassa polimérica ou Argamassa com aditivo hidrófugo.

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2. COBERTURA

A cobertura tem por finalidade principal proteger a estrutura contra as


intempéries e deve possuir propriedades isolantes. Para tanto utiliza as
Sub-coberturas que evitam infiltrações e proporcionam isolação térmica.

O sistema de captação de águas é composto pelos elementos utilizados na


coleta e condução de águas. Correspondem a calhas, beiral, platibanda,
condutores, rufos, bandeja, curvas e funis. Os materiais mais utilizados
para confeccionar estes elementos são cobre, ferro galvanizado (chapas) e
o cimento amianto.

A questão é que todo telhado vaza e todo esse sonho pode virar pesadelo.
Para manter a estanqueidade de todo o conjunto, é necessário uma série
de serviços.

A telhas devem ser tratadas para não absorver água. O mercado dispõe
das resinas e dos silicones. A resinas criam filme e alteram o substrato
enquanto os silicones não alteram a aparência do material. A base deve
estar limpa, seca e porosa. As resinas são aplicadas com trincha e os
silicones com trincha ou pulverizador de baixa pressão. Vide Anexo 3.

Calhas metálicas devem ser tratadas com solução asfáltica para evitar
oxidação. Calhas e rufos devem estar perfeitamente aderidos e para tanto
pode-se utilizar selantes. As superfícies devem estar limpas, secas,
isentas de pó e óleo. Vide Anexo 4.

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3. FACHADAS

A fachada dos edifícios além de desempenharem um papel estético possui


a importante função de vedação. Via de regra a fachada é constituída por
argamassas que tem o papel de corrigir pequenas imperfeições, servir de
base para outros acabamentos, realizar a interface entre outros elementos
da fachada, de vedação acústica e estanqueidade.

Dentre as funções apresentadas acima podemos destacar a estanqueidade


que a fachada deve possuir, tal estanqueidade é garantida pelo
revestimento em conjunto com a pintura ou demais acabamentos.

As paredes dos edifícios expostas a constantes chuvas, vento, sol, gases,


necessitam de cuidados especiais, pois tais elementos penetram em
possíveis falhas ocasionadas por erros no projeto de fachada, falta de
manutenção, comportamento não previsto da estrutura e etc.

Por esta razão a ocorrência de paredes úmidas com infiltrações severas é


frequente, sendo sua consequência a formação de mofo, apodrecimento
de armários embutidos, estragos em quadros de pintura e etc.

Se os problemas forem previstos em projeto é possível eliminá-los pela


raiz, ou seja, e possível ter uma fachada totalmente estanque. Dentre os
cuidados necessários podemos destacar alguns como:

- Cuidados na dosagem do traço da argamassa;

- Atenção aos horários e condições climáticas para rebocar e sarrafear a


fachada;

- Previsão de pingadeiras;

- Atenção a juntas de dilatação;

- Realização de cura adequada;


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- Atenção ao modulo de elasticidade da argamassa;

- Atenção ao calafetamento de esquadrias, ar condicionado e etc.

- Compatibilização da estrutura com os painéis de fechamento (ex:


concreto e alvenaria);

- Deformações excessivas da estrutura;

- Ocorrência de desmoldantes, óleos e etc;

- Qualidade da pintura;

A pintura externa de uma edificação tem, além da função decorativa, a de


evitar a penetração da água. A inobservância dos cuidados acima acarreta
em falhas no revestimento que irão maximizar a penetração de fluídos
pela fachada, dentre estas falhas podemos destacar as mais comuns como
fissuras por retração e fissuras entre os painéis de vedação e a estrutura.

Através destas fissuras a água penetra, por absorção capilar, tal força de
sucção, que é a causa do aparecimento de umidade nas superfícies
internas das paredes expostas e consequentemente traz graves problemas
nas paredes altas das edificações. Lembrando que a água penetra sempre
nos poros, nas fissuras, nas saliências e prossegue, por capilaridade, o
seu caminho.

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4. FUNDAÇÕES

Para uma construção a água pode ser causadora de prejuizos e problemas


quando em contato com locais onde não deveriam. Em casos de
fundações, quando impermeabilizadas incorretamente pode ocasionar uma
série de conseqüências negativas, como a umidade nos revestimentos
internos que começam a desagregar, ou em piso com umidade
ascendente. Além dos desconfortos, podem causar sérios danos
estruturais e até problemas de saúde.

As vigas baldrames expostas à umidade do solo com a impermeabilização


incorreta pode ocorrer a umidade ascendente, ou seja, a água sobe pelo
concreto e alvenaria. Para que não ocorra problemas na obra é de
extrema importância a especificação de um sistema impermeabilizante
rígida / flexível que comprova a eficiência e se atenta para os detalhes de
aplicação.

Os sistemas impermeabilizantes mais utilizados em fundações são:

✔ Argamassas Poliméricas;
✔ Membranas de Polímeros;
✔ Cristalizantes;
✔ Mantas asfálticas aplicadas a quente ou a frio;
✔ Emulsões Asfáticas;
✔ Soluções Asfálticas;
✔ Emulsões Asfálticas.

Quanto a escolha do sistema de impermeabilização, para qualquer


situação, não se pode frisar apenas em aspectos econômicos. Depois da
obra concluída acentua-se os elementos que na maioria das vezes ficam
enterrados e dificultam ações técnicas e operacionais para correção de
falhas.
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Você deve estar se perguntando: Como Preparar a Superficie?

Desta forma o primeiro passo seria a regularização da superfície,


deixando-a limpa e seca para a fase posterior da imprimação. Para um
resultado positivo recomenda-se a utilização de argamassa de areia,
cimento e, aditivos de base acrílica / PVA em traço compatível com as
condições de aplicação.

Para aplicar, dependendo do sistema, existe formas específicas de


aplicação, podendo utilizar em pré moldados ou in loco.

O sistema pré moldado poderá receber aplicação a quente, a frio ou


dispostos sobre as vigas baldrames. Já o sistema in loco é aplicado em
forma de pintura, em demãos cruzadas, respeitando o consumo técnico de
aplicação do fabricante.

Algumas vezes nos deparamos com um problema já instalado, e nossa


tarefa é corrigi-lo, desta forma, utilizamos algumas das técnicas elencadas
baixo, cada uma atende a uma necessidade diferente:

1) Sistema rígido ou flexível para corrigir o desvio.

2) Remover o acabamento ate chegar ao substrato firme para uma


perfeita aderência.

3) Escolhido o melhor sistema, fazer sua aplicação na superfície


horizontal / vertical. (Horizontal – Toda área "recomendada" / ou 1,50 m
da alvenaria) (Vertical – Subir a impermeabilização 0,50 mts acima da
marca úmida apresentada).

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5. PISCINAS

No Japão há evidências de piscinas com mais de 2000 anos, entretanto,


as piscinas somente tornaram-se populares na metade do século XIX. Em
1837, foram construídas seis piscinas com plataforma de mergulho na
Inglaterra.

Fato importante para a história das piscinas no Brasil, foi à inauguração


em 1919, no Fluminense, no Rio de Janeiro da maior piscina coberta da
América Latina.

Nos dias atuais, apesar de um grande avanço tecnológico, devemos ter


em mente que a “IMPERMEABILIZAÇÃO” é uma necessidade e alguns
conceitos devem ser observados.

Alguns princípios devem ser seguidos antes da escolha do produto e


construção de piscinas:

• Uma impermeabilização não dará resistência à estrutura. Em caso de


aparecimento de fissuras na estrutura, a argamassa também fissurará,
devendo esta ser preenchida com um selante elástico (de base
poliuretano) e não com argamassa (material rígido), evitando o
aparecimento de novas fissuras;
• Em uma obra nova assegure o melhor concreto possível (qualificação da
base).No reparo das áreas ‘brocadas’, retire todo o material solto até
alcançar a superfície resistente, preenchendo-as com material
compatível com as características da base (resistência e aderência);
• Tratamento das tubulações passantes (interface com a base);
• Tenha certeza de que a estrutura foi concebida para o que se destina
(armazenamento de água);

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• Não há substituto para uma boa mão-de-obra. O cuidado e a observação
constante das instruções de serviço são indispensáveis para qualquer
obra de qualidade;

• Não há métodos / produto multifuncionais para resolver todos os


problemas. Determine o melhor e mais econômico, dependendo das
condições da obra;
• Concreto com consumo mínimo de cimento de 350Kg / m³ e A/C não
superior a 0,5 e argamassa de cimento e areia lavada, sem adição de
cal.

Mesmo tomando todos os cuidados, normalmente, as piscinas tem uma


vida útil pequena, duram um intervalo de tempo variando de 5 a 10 anos,
conforme o sistema adotado, tipo e localização da obra, custos de
execução, etc. Conforme experiência, um Sistema de Impermeabilização
com duração de 20 anos, é considerado muito bom.

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6. RESERVATÓRIOS ELEVADOS

A perda de água tratada nas cidades brasileiras representa hoje um custo


elevado, tanto monetário quanto social. Sabemos que o racionamento de
água é um problema que afeta a todos, principalmente as classes menos
favorecidas. Do ponto de vista de engenharia, a água perdida nos
reservatórios e caixas d’água muitas vezes percolam de maneira
indesejada reduzindo a vida útil das estruturas de sustentação do próprio
reservatório ou edificações vizinhas. Assim sendo, o custo de recuperação
estrutural se soma ao custo da água tratada que é perdida, aumentando o
prejuízo para as empresas de Saneamento e Autarquias Municipais.

Reservatórios elevados requerem necessariamente ser impermeabilizados


com sistemas flexíveis, esta necessidade provém das movimentações que
tais estruturas sofrem seja em função de cargas ou oscilações térmicas.

O processo começa pela escolha do sistema impermeabilizante que já


sabemos ser flexível, entretanto temos diversas opções como mantas
asfálticas ou resinas termoplásticas. Ambos os sistemas não alteram a
potabilidade da água.

Nos dois casos a superfície deve estar limpa, seca e regularizada, sem
partes soltas, sem falhas de concretagem, quinas vivas, juntas de
alvenaria, argamassas, óleos ou desformantes. Caso seja necessária a
regularização deve ser executada com argamassa de areia, cimento e
aditivos em traço compatível com as condições de aplicação. Os sistemas
devem ser executados por profissionais qualificados.

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7. SUB-SOLOS

O espaço do subsolo é importante, necessário e imprescindível para um


edifício em qualquer centro urbano ou industrial, seja para atender a
posturas do código de obras às vagas de garagem, viabilizar
comercialmente um empreendimento, permitir armazenamento de
produtos e operação de equipamentos, etc.

Para conseguirmos estanqueidade do subsolo, precisamos avaliar o que


segue:

• Devemos conhecer o tipo de estrutura a ser impermeabilizada, como por


exemplo, paredes diafragma, paredes pré-moldadas, paredes em
concreto convencional, piso em laje de subpressão, etc, pois estas
variáveis interferem na escolha do tipo de impermeabilização.

• A utilização da estrutura deve ser do conhecimento do projetista de


impermeabilização, tanto para prever as cargas atuantes, como para
dimensionar a exigência de desempenho da impermeabilização.
Exemplo: subsolo usado para estoque de produtos, estacionamento,
serviços.

• As cargas atuantes e o tipo de estrutura poderão indicar uma


deformação que poderá exigir maior resistência mecanica, levando-os a
indicar um produto de melhores características para obter um
desempenho adequado.

• Pressão hidrostática negativa: quando atua no sentido oposto ao da


impermeabilização (ex: subsolo com influência de lençol freático e
impermeabilização efetuada pelo lado interno).

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• Água sob pressão bilateral: Ex: subsolo com parede de piscina sujeita a
influência do lençol freático. Nestes casos, a impermeabilização deve
resistir tanto a influência de pressão hidrostática negativa do lençol
freático, quanto a pressão positiva da água armazenada no seu interior,
atuando concomitantemente, ou de forma independente.

• Umidade do solo: atua sem influência de pressão, atuando por contato


ou na forma de vapor, é o caso de subsolo sem ação de lençol freático.
D e ve- s e p res t ar at enç ão ao s e es p ec i fi c ar um s i s t ema d e
impermeabilização para umidade de solo ou água em forma de vapor,
pois alguns materiais são impermeáveis a água na forma líquida, mas
tem alta permeabilidade a passagem de água em forma de vapor. Ex:
argamassa com hidrófugo.

Existem no mercado brasileiro, diversos materiais impermeabilizantes, de


composição química, propriedades, medotologia de aplicação e
desempenho distintos, que necessitam ser analisados com critério, para a
escolha adequada, considerando-se a necessidade de cada caso.

Discrimino abaixo os materiais impermeabilizantes e algumas de suas


características principais, dando maior ênfase aos de maior consumo e de
domínio das técnicas de aplicação, para o sub-solo.

Cimentos cristalizantes - São desenvolvidos a partir de cimentos e


aditivos químicos minerais, que possuem características de pequena
penetração osmótica nos capilares do concreto (ou outro material poroso),
previamente saturado com água, cristalizando e obturando os poros do
substrato.

São impermeabilizantes rígidos e não devem ser utilizadas em estruturas


sujeita a fissuração. Dependendo do tipo, são utilizados contra umidade

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do solo, pressão hidrostática positiva e negativa. Sua maior aplicação é
em subsolos, cortinas, reservatórios enterrados.

Cimentos modificados com polímeros - São produtos compostos de


cimento, aditivos químicos e polímeros, possuindo boa impermeabilidade,
aderência e resistência mecânica.

Possuem alguma flexibilidade e permitem a incorporação de armaduras de


tela de nylon ou poliéster para aplicação como reforços em áreas críticas.

Sua principal aplicação é impermeabilização de reservatórios, subsolos,


cortinas, poços de elevadores e pisos frios, sujeitos a umidade do solo,
pressão hidrostática positiva e negativa (lençol freático).

Mantas asfálticas - Manta asfáltica produzida a partir da modificação


física do asfalto com polímeros plastoméricos (PL) ou elastoméricos (EL),
estruturada com não-tecido de filamentos contínuos de poliéster
previamente estabilizado. Disponível nas espessuras de 3, 4 e 5 mm.

Possuem flexibilidade e suportam as deformações previstas em estruturas


de paredes de subsolo, para aplicação do lado externo, sujeitas ou não à
ação de lençol freático, liberando a parte interna das paredes para fixação
de equipamentos, prateleiras, obras de arte, etc.

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CONCLUSÃO

Antes de atacarmos um problema devemos conhecer suas causas. Do


contrário, estaremos “mascarando” problemas que poderão surgir no
futuro.

O sucesso da impermeabilização depende de um projeto de


impermeabilização bem detalhado, contemplando o conjunto e todas suas
interferências. A mão de obra deve ser criteriosa, prestando atenção a
todos os detalhes descritos pelo fabricante e conhecimento dos
procedimentos construtivos bem como dos materiais. A NBR 9574 –
Execução de impermeabilização descreve os passos de cada sistema.

Em casos em que a impermeabilização deve obter uma atenção mais


intensa, deve-se executar um projeto de impermeabilização que definirá
qual sistema é o mais adequado em função da pressão d’água existente e
d e m a i s c a ra c t e r í s t i c a s d a o b ra . Pa ra t a n t o, a N B R 9 5 7 5 -
Impermeabilização – Seleção e Projeto deve ser consultada.

Muitos são os que perdem com o negligenciamento das técnicas de


impermeabilização. Veja:

"Perdem todos os envolvidos na cadeia da construção, do fabricante de


produtos que tem dificuldades em convencer a real necessidade de
impermeabilizar, ao cliente que passa a conviver com um problema crônico,
passando pelo construtor que perde credibilidade ao entregar um imóvel com
defeito.
Qual seria a imagem de uma empresa que vende um carro novo que quando
chove entra água?
Com certeza de grande descrédito e revolta, então porque não se dá a
importância devida a este item imprescindível?
Sob o ponto de vista de durabilidade as preocupações do setor refletem em
uma norma voltada a garantir o desempenho das edificações."
Revista Téchne. As patologias mais comuns. Publicação de: 25/03/2009.

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Os erros mais comuns durante a impermeabilização das fundações, são:

• Falha na preparação da superfície;


• Escolha do sistema inadequado;
• A falta de observação das instruções do fabricante no momento de
preparação do produto, como adicionar água sem necessidade, não
homogeneizar adequadamente, não seguir a proporção adequada dos
produtos constituintes etc;

• A falsa ideia que o impermeabilizante é uma pintura, ou seja, a fundação


atingiu uma coloração é suficiente, sem preocupação com a espessura;

• Consumos muito abaixo da recomendação do fabricante;


• Tempos de cura em desacordo com as instruções do produto;
• Falhas nas emendas do sistema pré-moldados;
• Falta de cuidado com as vigas impermeabilizada, o que acarreta em
furos que comprometem a estanqueidade;
• O descuido com o nível do contrapiso, que em alguns casos tem o
arremate acima do nível da viga baldrame impermeabilizada,
favorecendo a passagem da umidade do contrapiso para parede sem
passar pela viga.

Com certeza, a impermeabilização, este é um dos itens que mais


proporciona discussões técnicas e jurídicas, face ao desconhecimento
generalizado dos usuários. Construtores e até mesmo Engenheiros, que,
ao primeiro vestígio de vazamento em uma área impermeabilizada,
responsabiliza imediatamente o sistema de impermeabilização, sem
verificar previamente, mesmo que de maneira superficial, outros pontos
suscetíveis a passagem de água, tais como: a instalação hidráulica,
fissuras, etc.

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Devemos nos atentar que esta perícia, se feita de maneira minuciosa,
detectará a origem dos problemas, dando-nos subsídios para a resolução
final.

Nos dias de hoje, onde os investimentos em manutenção são cada vez


menores, nos deparamos quase sempre com “soluções” de custo muito
baixo, que normalmente nos proporcionam conseqüências desastrosas e
aí, o barato sai caro.

Visando o trinômio “Qualidade, Economia e Segurança”; hoje, quase que


inatingível, considerando como pedra basilar em impermeabilização uma
especificação criteriosa, com os detalhamentos necessários a uma boa
execução; de forma, a que a escolha do sistema, bem como do produto a
ser empregado, unido a uma mão de obra qualificada, promova o sucesso
desejado.

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ANEXOS

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Anexo 1 - Exemplos dos problemas causados pela umidade em paredes

29
Anexo 2 - Concertando o problema de infiltração em paredes

Remoção do revestimento

Aplicação do sistema Argamassa Polimérica

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Esquema de tratamento realizado também no piso

Tratamento de impermeabilização externo à parede

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Anexo 3 - Foto com efeito do tratamento a base de silicone

Anexo 4 - Calhas de fibrocimento recebem pintura de membrana acrílica

32
Anexo 5 - Danos na estrutura devido a patologias

Corrosão da armadura devido a percolação.

33
Armadura exposta por falha na impermeabilização.

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BIBLIOGRAFIA

Revista Equipe de Obra. Impermeabilização com Mantas Asfálticas.


Publicação de: 17/04/2009.

Revista Téchne. Tratamento de paredes com umidade. Publicação de:


31/03/2009.

Revista Téchne. Impermeabilização de telhados. Publicação de:


31/03/2009.

Revista Téchne. As patologias mais comuns. Publicação de:


25/03/2009.

Revista Téchne. Impermeabilização x Fachadas. Publicação de:


17/04/2009.

Revista Téchne. Sistemas impermeabilizantes x Fundação. Publicação


de: 17/04/2009.

Revista Téchne. Tratamento Recomendado para Impermeabilização


de Piscinas. Publicação de: 17/04/2009.

Revista Téchne. Sistemas impermeabilizantes x Subsolos. Publicação


de: 17/04/2009.

Revista Téchne. A importância do projeto de impermeabilização.


Publicação de: 17/04/2009.

YAZIGI, Walid. A Técnica de Edificar. 6 ed. Editora SindusCon.

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