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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO


PROCESSO TC 2.133/08

Prestação de Contas do Prefeito Municipal de


Catingueira, Senhor José Edivan Felix, relativa ao
exercício financeira de 2007 - Atendimento integral
aos dispositivos da LRF - Imputação de débito -
Aplicação de multa

ACÓRDÃO APL TC N° ~ 15 /09

o Processo TC 2.133/08 trata da Prestação de Contas apresentada pelo


Prefeito do Município de Catingueira, Sr. José Edivan Félix, relativa ao
exercício financeiro de 2007.

CONSIDERANDO que a douta Auditoria, após analisar a documentação


constante nos autos, inclusive os esclarecimentos apresentados pela referida
autoridade, e realizar inspeção naquele município, constatou a ocorrência das
seguintes irregularidades:

1) Descumprimento do § 1°, do artigo 1° da LRF no que diz respeito à


prevenção de riscos e ao equilíbrio das contas públicas.
2) Omissão na escrituração de parte da Dívida Fundada do Município
representada pelos débitos com a CAGEPA.
3) Despesas sem licitação, no valor de R$ 55.000,00, correspondendo a
3,9% da despesa licitável e a 0,86% da despesa orçamentária total do
exercício.
4) Transferência ilegal de recursos do FUNDES para o Caixa da Prefeitura.
5) Não recolhimento das obrigações patronais, no montante de R$
270.397,15, para um total devido de R$ 291.409,65, segundo os cálculos
da Auditoria;
6) Não recolhimento do total devido no exercício referente às contribuições
previdenciárias dos servidores, no valor de R$ 198.704,89.
7) Não comprovação documental do recolhimento ao INSS relativo a
obrigações patronais, no valor de R$ 17.062,16, tendo em vista que do
montante registrado como pago de R$ 21.012,50, somente foi
efetivamente comprovado o pagamento no valor de R$ 3.950,34,
conforme Guias da Previdência Social - GPS, constantes das fls.
2950/2954 dos autos.
8) Falta de registro no Demonstrativo da Dívida Fundada Interna das
despesas amortizadas com parcelamento de débitos do município junto
ao INSS.
9) Atraso no pagamento de servidores;
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PROCESSO TC 2.133/08

10)Não comprovação do repasse à Instituição Financeira - Caixa


Econômica Federal, no valor de R$ 68.040,29, correspondente ao
montante retido na folha de pagamento dos servidores do Município, a
título de empréstimo consignado.

CONSIDERANDO que se encontra anexado aos autos o Processo de


Inspeção Especial TC 5194/07, no qual foi constatada a existência de "saldo
a descoberto" no Caixa/Tesouraria da Prefeitura Municipal de Catingueira no
montante de R$ 116.991,94

CONSIDERANDO que o gestor interessado apresentou nova defesa em


relação ao suposto "saldo a descoberto", a qual, segundo o Órgão Técnico
desta Casa, não foi suficiente para sanar a referida irregularidade;
CONSIDERANDO que, no entendimento do Ministério Público junto a
este Tribunal, o déficit orçamentário apontado não compromete a presente
prestação de contas, ensejando apenas as devidas recomendações ao gestor
municipal;

CONSIDERANDO que, de acordo com o Órgão Ministerial, as falhas


referentes à omissão na escrituração de parte da Dívida Fundada do Município
e à falta de registro de despesas relativas a parcelamento de débitos do
município junto ao INSS não representam danos ao Erário, ensejando
unicamente as devidas recomendações à Administração Municipal;

CONSIDERANDO que, segundo o Ministério Público Especial, as


despesas não licitadas (R$ 55.000,00) tiveram como objeto a construção de
uma passagem molhada no Sítio "Pau-de-Leite", a qual foi revertida em prol do
interesse público, inexistindo indícios de desvios de recursos financeiros,
podendo ser relevada a falha relativa a essas despesas.

CONSIDERANDO entender o Órgão Ministerial que a transferência de


recursos da conta específica do FUNDES para o Caixa da Prefeitura é
contrário ao ordenamento jurídico vigente, ensejando aplicação de multa, com
fundamento no art. 56, 11, da Lei Orgânica deste Tribunal;

CONSIDERANDO que, de acordo com o Ministério Público junto a esta


Corte, as falhas relacionadas ao não recolhimento das obrigações patronais ao
INSS e das contribuições previdenciárias dos servidores maculam as contas
prestadas, a teor do que estabelece o item 2.5 do Parecer Normativo 52/2004
desta Corte;

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TRIBUNAL

DE CONTAS DO ESTADO

CONSIDERANDO que, quanto à não comprovação do recolhimento ao


INSS, relativo às obrigações patronais (R$ 17.062,16), o Órgão Ministerial
concluiu pela imputação do respectivo valor ao Gestor;

CONSIDERANDO que, em relação ao atraso no pagamento de


servidores municipais, o Ministério Público Especial, entende dever ser
recomendado à Administração Pública Municipal a realização do pagamento
da remuneração dos servidores sem atraso;

CONSIDERANDO que, segundo o Órgão Ministerial, o valor não


comprovado como repassado à Caixa Econômica Federal (R$ 68.040,29) foi
retido da folha de pagamento dos servidores municipais e destinava-se ao
pagamento de empréstimos consignados contraídos junto àquela instituição,
devendo a irregularidade ser apurada pelo Tribunal de Contas da União, em
razão da natureza da Instituição Financeira envolvida;

CONSIDERANDO que, no entendimento do Ministério Público junto a


este Tribunal, o suposto "saldo a descoberto" foi objeto de exame do Processo
TC 5194/07, cujo Acórdão, o APL TC 319/2008, não foi impugnado pelo
interessado, não podendo a matéria ser rediscutida nos presentes autos;

CONSIDERANDO que, em razão desses fatos, o Órgão Ministerial


pugnou pela:

a. Emissão de parecer contrário à aprovação das contas do Sr. José


Edivan Félix, Prefeito do Município de Catingueira, relativas ao exercício
de 2007, em razão das irregularidades remanescentes, principalmente
diante das conclusões do Acórdão APL TC 319/2008;
b. Declaração de atendimento integral às disposições da Lei de
Responsabilidade Fiscal;
c. Aplicação de multa ao Gestor, com fulcro no art. 56 da Lei Orgânica
deste Tribunal, em razão da irregularidade relativa à transferência ilegal
de recursos do FUNDES para o Caixa da Prefeitura;
d. Imputação de débito ao responsável, Sr. José Edivan Félix, na quantia
de R$ 17.062,16, por despesas registradas como pagas e não
comprovadas, referentes às contribuições patronais;
e. Comunicação à Receita Federal sobre as impropriedades de natureza
previdenciária;
f. Representação à Secretaria de Controle Externo do Tribunal de Contas
da União na Paraíba a respeito dos indícios de apropriação indébita de
valores originários da Caixa Econômica Federal e não repassados pela
Prefeitura de Catingueira;

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PROCESSO TC 2.133/08

g. Desentranhamento do Processo de Inspeção Especial TC 5194/07 e


conseqüente remessa à Corregedoria desta Corte, objetivando a
fiscalização quanto ao cumprimento da decisão contida no Acórdão APL
TC N° 319/2008;
h. Recomendação à Administração Municipal no sentido de evitar toda e
qualquer ação administrativa que, em similitude com aquelas ora
debatidas, venham macular as contas da Gestão.

CONSIDERANDO que o Relator acompanha as conclusões do Ministério


Público Especial quanto às falhas relativas ao déficit na execução
orçamentária, à realização de despesas sem licitação, à transferência de
recursos da conta específica do FUNDES para o Caixa da Prefeitura, ao
pagamento com atraso dos servidores municipais e à não comprovação do
repasse à Caixa Econômica Federal de parcelas retidas dos servidores
municipais;

CONSIDERANDO que, no entendimento do Relator, as irregularidades


referentes à omissão de registro de dívidas do município com a CAGEPA e à
falta de registro de despesas relativas a parcelamento de débitos com o INSS
ensejam as devidas recomendações à Administração Municipal;

CONSIDERANDO que, segundo o Relator, o montante não recolhido das


contribuições patronais ao INSS (R$ 270.397,15) representa 92,78% do total a
ser recolhido no exercício de 2007 (R$ 291.409,65), ensejando esse fato na
desaprovação das contas em apreço, nos termos do item 2.5 do Parecer
Normativo 52/2004 desta Corte;

CONSIDERANDO que, de acordo com o Relator, a Prefeitura Municipal


de Catingueira, durante o exercício financeiro de 2007, deixou de recolher a
totalidade das contribuições previdenciárias retidas de seus servidores (R$
198.704,89), maculando as contas prestadas.

CONSIDERANDO que, consoante o Relator, a Administração Municipal


de Catingueira registrou o recolhimento junto ao INSS do montante de R$
21.012,50 a título de contribuição patronal, contudo, deixou de comprovar boa
parte do recolhimento deste valor (R$ 17.062,16), devendo ser imputada a
quantia não comprovada;

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PROCESSO TC 2.133/08

CONSIDERANDO que, assim como o Órgão Ministerial, o Relator


também entende não caber, nos presentes autos, discutir a irregularidade
relativa ao "saldo a descoberto", porquanto a matéria foi objeto de decisão
proferida por este Tribunal, por ocasião da análise da apreciação do Processo
de Inspeção Especial TC 5194/07, encontrando-se a sua decisão
consubstanciada no Acórdão APL TC 319/2008, o qual não foi impugnado pelo
interessado através do competente recurso.

CONSIDERANDO que, em razão desse fato e por encontrar-se o referido


processo anexado a estes autos, o Relator, acompanhando o Ministério
Público Especial, entende ser necessário o seu desentranhamento e a sua
remessa à Corregedoria desta Corte, para o acompanhamento das decisões
nele proferidas;

CONSIDERANDO o Relatório e o Voto do Relator, o pronunciamento do


Órgão de Instrução, o Parecer escrito e oral do Ministério Público junto a esta
Corte e o mais que dos autos consta;

ACORDAM os Conselheiros do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO


DA PARAIBA, na sessão realizada nesta data, por unanimidade de votos, em:

a) Declarar o atendimento integral às exiqências da Lei de


Responsabilidade Fiscal pelo Chefe do Poder Executivo do Município de
Catingueira, durante o exercício financeiro de 2007;
b) Aplicar multa pessoal ao Senhor José Edivan Félix, Prefeito do Município
de Catingueira, no valor de R$ 2.805,10, por infração grave à norma
legal, nos termos do inciso li, do art. 56 da Lei Orgânica deste Tribunal;
c) Assinar ao senhor acima identificado o prazo de 30 (trinta) dias para
comprovar a esta Corte de Contas o recolhimento da multa aplicada ao
Tesouro Estadual à conta do Fundo de Fiscalização Orçamentária e
Financeira Municipal, informando-lhe ainda que, caso não efetue o
recolhimento voluntário, cabe ação a ser impetrada pela Procuradoria
Geral do Estado, devendo-se dar a intervenção do Ministério Público, na
hipótese de omissão da PGE, nos termos do § 4°, do art. 71 da
Constituição Estadual;
d) Imputar ao Senhor José Edivan Félix débito no valor de R$ 17.062,16,
por despesas não comprovadas com recolhimento de obrigações
patronais ao INSS;

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e) Assinar ao senhor supracitado o prazo de 60 (sessenta) dias para


demonstrar a este Tribunal o recolhimento do débito acima mencionado
com recursos próprios aos cofres públicos municipais, sob pena de
cobrança executiva a ser ajuizada pela Administração Municipal até o 30°
(trigésimo) dia após o vencimento daquele prazo, sob pena de
responsabilidade do Gestor do Município, servindo o presente acórdão
como título executivo. No caso de omissão daquela autoridade, deverá
agir o Ministério Publico, nos termos do artigo 71, parágrafos 3° e 4° da
Constituição Estadual;
f) Determinar que se comunique à Receita Federal do Brasil acerca das
irregularidades de natureza previdenciária.
g) Determinar que se represente à Secretaria de Controle Externo do
Tribunal de Contas da União na Paraíba sobre a apropriação, por parte
da Prefeitura Municipal de Catingueira, de recursos originários da Caixa
Econômica Federal, no valor de R$ 68.040,29.
h) Determinar à Secretaria do Tribunal Pleno o desentranhamento do
Processo de Inspeção Especial TC 5194/07, para encaminhamento à
Corregedoria desta Corte, objetivando a verificação quanto ao
cumprimento das decisões contidas no Acórdão APL TC 319/2008;
i) Recomendar à atual Administração do Município de Catingueira para
prevenir a repetição das falhas apontadas no exercício de 2007, sob
pena de desaprovação de contas futuras e outras cominações legais,
inclusive multa.

Presente ao julgamento a Exma. Senhora Procuradora Geral.


Publique-se, registre-se, cumpra-se.
Te - PLENÁRIO MINISTRO JOÃO AGRIPINO
João Pessoa, ,_.~."de í,. ti ' de 2009

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ANTÔNIO NOMIN,(1~~ OSE MARQUES MARIZ
Conselheir: Conselheiro Relator

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ANA TERESA NÓBREGA


Procuradora-Geral

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