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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Administração Direta Municipal. Prefeitura de MALTA. PRESTAÇÃO


Em,)A..' 0_:' I ,c~:' DE CONTAS ANUAL relativa ao exercício de 2006. Emissão de
", , PARECER FAVORÁVEL. Representação à Receita Federal.
Recomendação.
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RELATÓRIO
Tratam os autos do presente processo da análise da Prestação de Contas do Município de Malta/PB,
relativa ao exercício financeiro de 2006, de responsabilidade do Prefeito e Ordenador de Despesas, Sr"
Ajácio Gomes Wanderley.
A Divisão de Acompanhamento da Gestão Municipal I - DIAGM I, com base nos documentos insertos
nos autos, emitiu o relatório inicial de fls. 1699-1708, evidenciando os seguintes aspectos da gestão
municipal:
1. Sobre a gestão orçamentária, destaca-se:
a) o orçamento foi aprovado através da Lei Municipal n.? 138, de 30 de dezembro de 2005,
estimando a receita e fixando a despesa em R$ 8.315.918,00, como também autorizando
abertura de créditos adicionais suplementares em 40% da despesa fixada na LOA;
b) durante o exercício, foram abertos, devidamente autorizados, créditos adicionais suplementares
no montante de R$ 1.853.007,28, todos com fontes suficientes de recursos;
c) a receita orçamentária efetivamente arrecadada no exercício totalizou o valor de R$
4.664.532,96;
d) a despesa orçamentária realizada atingiu a soma de R$ 4.684.154,17;
e) o somatório da Receita de Impostos e das Transferências - RIT atingiu a soma de R$
3.732.964,31;
h) a Receita Corrente Líquida - RCL alcançou o montante de R$ 4.459.482,96.
2. No tocante aos demonstrativos apresentados:
a) o Balanço Orçamentário apresentou déficit equivalente a 0,42% da receita orçamentária
arrecadada;
b) o Balanço Financeiro registrou um saldo para o exercício seguinte, no valor de R$ 156.699,74;
c) o Balanço Patrimonial apresenta déficit financeiro, no valor de R$ 43.355,94.
3. Referente à estrutura da despesa, apresentou a seguinte composição:
a) o município de Malta realizou todos os procedimentos licitatórios obrigatórios;
b) as remunerações dos Vereadores foram analisadas junto com a Prestação de Contas da Mesa
da Câmara Municipal;
c) os gastos com obras e serviços de engenharia, no exercício, totalizaram R$ 247.777,26
correspondendo a 5,29% da Despesa Orçamentária Total (DOTR).
4. Quanto aos gastos condicionados:
a) a aplicação de recursos do FUNDEF na remuneração e valorização dos profissionais do
magistério (RVM) atingiu o montante de R$ 163.583,45 ou 60,20% das disponibilidades do
FUNDEF (limite mínimo=60%);
b) a aplicação na manutenção e desenvolvimento do ensino (MDE) alcançou o montante de R$
1.063.141,53 ou 28,48% da RIT (limite mínimo=25%);
c) o Município despendeu com saúde a importância de R$ 600.671,11 ou 16,09% da RIT;
d) as despesas com pessoal da municipalidade alcançaram o montante de R$ 2.316.208,27 ou
51,94% da RCL (limite máximo=60%);
e) as despesas com pessoal do Poder Executivo alcançaram o montante de R$ 2.152.210,10 ou
48,26% da RCL (limite máximo=54%).

Tendo em vista que o Órgão de Instrução apontou irregularidades em seu relatório inicial e atendendo
aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, o Relator determinou a notificação do
Sr. Ajácio Gomes Wanderley, Prefeito Municipal de Malta, vindo o mesmo aos autos e apresentando
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PROCESSO- TC-05218/07 2

documentos e esclarecimentos às fls. 1715-1829, devidamente examinados pela Auditoria (fls. 1850-
1856), concluindo pela permanência das seguintes irregularidades com relação à gestão geral:
1) Não empenhamento e contabilização de despesas com pessoal no exercício em análise no
valor de R$ 229.518,94;
2) Valor recolhido ao INSS a título de contribuição patronal inferior ao efetivamente devido pelo
município com base nos pagamentos de vencimentos e vantagens fixas realizados no exercício.

O Ministério Público emitiu Parecer (fls. 1858-1860), da lavra da Ilustre Procuradora Geral Ana Terêsa
Nóbrega, afirmando, com relação ao não empenhamento de despesas com pessoal, que houve
desrespeito à Lei nO4.320/64, todavia destaca que:

A não observância do regime de competência configura ofensa à Lei nO4.320/64, cabendo


recomendação ao Gestor no sentido de cumprir as normas inerentes à contabilidade
pública".

Sobre o não repasse integral do montante das contribuições previdenciárias devidas ao INSS, o Órgão
Ministerial afirma que:

Quanto ao fato apurado, percebe-se que a Prefeitura de Malta celebrou parcelamento,


conforme fls. 1517/1572, mediante descontos automáticos efetivados diretamente na conta
do FPM, ou seja, sem nenhuma interferência do Ente Municipal. Dessa maneira, entende
esta Procuradoria que a impropriedade, por si s6, não tem o condão de macular as contas
em apreço, porquanto eventual recolhimento a menor enseja as devidas recomendações à
Receita Federal, cabendo a tal 6rgão, se entender conveniente, adotar as medidas legais
adequadas ao caso".
Ao final, o Parquet pugnou para que esta Egrégia Corte:
1) DECLARE o atendimento integral dos requisitos de gestão fiscal responsável, previstos na LC
101/2000.
2) EMITA PARECER sugerindo à Câmara Municipal de Malta a APROVAÇÃO das contas de
gestão geral do Prefeito.
3) REPRESENTE à Receita Federal a respeito do fato referente ao recolhimento previdenciário.
4) RECOMENDE ao Administrador Público no sentido de evitar comportamentos administrativos
que maculem as contas de gestão.

O Relator fez incluir o feito na pauta desta sessão, dispensando as notificações de praxe.

VOTO DO RELATOR
Após a instrução a cargo do Órgão Auditor, permaneceram duas irregularidades: a primeira relativa ao
não empenhamento e contabilização de despesas com pessoal no exercício em análise, desrespeitando
1
o regime de competência evidenciado na Lei Federal nO4.320/1964 : pertencem ao exercício financeiro
as receitas nele arrecadadas e as despesas nele legalmente empenhadas. Esta falha, todavia, enseja
apenas recomendações ao gestor municipal.
Também é remanescente o valor recolhido ao INSS a título de contribuição patronal inferior ao
efetivamente devido pelo município. A Auditoria identificou parcelamento de débito celebrado pelo
Município junto ao Órgão Previdenciário que, a partir de então, realizou débito automático na conta do
FPM dos valores referentes ao parcelamento e à contribuição previdenciária do exercício em curso.
Conforme destaca o Ministério Público em seu parecer, eventual recolhimento a menor enseja
comunicação ao citado Órgão para adotar as medidas que entender conveniente.
Os recolhimentos previdenciários no exercício de 2006 alcançaram percentual próximo a 70% dos
valores devidos, evidenciando o interesse do município em honrar suas obrigações para com o regime
geral de previdência.
Em consonância com o posicionamento do Órgão Ministerial, verifico que a falha se restringe a valor
descontado a menor na conta do FPM com relação ao recolhimento patronal, podendo ser relevada,
todavia com emissão de representação à Receita Federal para adotar as medidas a seu cargo. (\
ÀD

1 Art 35 Pertencem ao exercício financeiro'


I - as receitas nêle arrecadadas,
11- as despesas nêle legalmente empenhadas.
11cY
,
PROCESSO- TC-05218/0? 3

Diante destas considerações, entendo que as eivas apontadas não têm o condão de levar à rejeição das
contas aqui apreciadas, motivos que me levam a votar acompanhando o parecer emitido pelo Ministério
Público junto a este Tribunal:
a) pela emissão de Parecer Favorável à aprovação das contas do Prefeito Municipal de Malta, Sr.
Ajácio Gomes Wanderley, relativas ao exercício de 2006;
b) pelo atendimento integral às exigências essenciais da LRF;
c) pelo encaminhamento de representação à Receita Federal para as devidas providências no que
pertine ao recolhimento das contribuições previdenciárias;
d) pela recomendação ao gestor municipal para adotar medidas administrativas no sentido de prevenir
a repetição das falhas acusadas no exercício de 2006, destacando a falta de empenhamento e
contabilização de despesas com pessoal e o recolhimento a menor da contribuição patronal, a fim
de atender aos preceitos legais em vigor.

DECISÃO DO TRIBUNAL PLENO DO TCE - PB


Vistos, relatados e discutidos os autos do PROCESSO -TC-05218/07, os Membros do TRIBUNAL DE
CONTAS DO ESTADO DA PARAíBA (TCE-Pb), à unanimidade, na sessão realizada nesta data,
decidem emitir e encaminhar ao julgamento da Egrégia Câmara Municipal de Malta, este PARECER
FAVORÁVEL à aprovação da Prestação de Contas do Prefeito Municipal de Malta, sro Ajácio Gomes
Wanderley, relativa ao exercício de 2006.

Publique-se, registre-se e cumpra-se.


TCE-Plenário Ministro João Agripino

João Pessoa, O 7' de de 2009.

Fui presente, ~. O~J


I ~Terêsa Nóbrega' ~
Procuradora Geral do Ministério Público junto ao TCE-Pb

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