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TRrnUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te n° 01901/06
Prestação de Contas Anuais - Exercício de 2005. Julga-se
regular o primeiro período de gestão. Julga-se regular
Publicado no D. O. E, com ressalvas os demais períodos. Aplicação de multas.
Determinações. Recomendações à administração da
Em,~1 oS'1 09 Entidade.

ACÓRDÃO APL - TC - n° :xJ .1 /2009


RELATÓRIO

Trata o presente processo da Prestação Anual de Contas - exercício 2005 - da Secretaria de


Estado da Ciência e Tecnologia e do Meio Ambiente, enviada a este Tribunal de Contas dentro do prazo
regimental sob as gestões dos Srs.:

Francisco Xavier Monteiro da Franca de 01 a 20/01/2005


Edvan Pereira Leite de 21/01/2005 a 31/07/2005
Damião Feliciano da Silva de 01/08/2005 a 31112/2005

Após exame da documentação pertinente, o órgão de instrução desta Corte emitiu o relatório de
fls. 913/929 dos autos, com as seguintes considerações:

I - A Lei n? 6.544, de 20/10/1997 criou a Secretaria Extraordinária do Meio Ambiente dos Recursos
Hídricos e Minerais (SEMARH) e instituiu a Política Estadual de Recursos Hídricos, sendo que a Lei
Complementar n° 67\ de 07 de julho de 2005, transformou a SEMARH na Secretaria de Estado da
Ciência e Tecnologia e do Meio Ambiente (SECTMA), definindo sua competência em:

a) coordenar e gerenciar a política estadual de desenvolvimento científico e tecnológico e da


proteção do meio ambiente e dos recursos naturais;
b) promover o desenvolvimento de pesquisas e o suporte ao desenvolvimento da indústria
de base tecnológica;
c) coordenar a disponibilização de inovações nas áreas científica e tecnológica, bem como
dos recursos humanos profissionais;
d) coordenar o Sistema Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação;
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e) gerenciar o Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico;

Esta lei definiu a Estrutura Organizacional Básica do Poder Executivo.


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TmBUNAL DE CüNTAS DüESTADü

Processo Te n" 01901/06


f) coordenar a política estadual de meio ambiente e da gestão hídrica, envolvendo
planejamento, pesquisa, monitoramento de recursos, acompanhamento da exploração e
de projetos de recuperação ambiental e de defesa dos recursos naturais;
g) gerenciar projetos de preservação e recuperação de recursos naturais;
h) promover, no âmbito estadual, pesquisas, levantamentos, mapeamento e registro de
recursos naturais, geológicos, botânicos, da fauna, ecossistemas aquáticos, continentais e
marítimos, com a finalidade de conhecer, preservar e utilizar os recursos ambientais;
i) normatizar e gerir as regras que regem a política ambiental, em consonância com a
legislação federal vigente, subsidiando Órgãos e entidades públicas e privadas na
consecução de projetos afins, no âmbito do Estado;
j) coordenar ações de prospecção e monitoramento de recursos naturais;
k) promover a fiscalização do uso dos recursos naturais, as áreas de proteção ambiental e
outras áreas de interesse ecológico;
I) promover e vivenciar programas estaduais referentes às atividades pesqueiras,
aperfeiçoando a legislação vigente, em função da modernidade da tecnologia usual.

Posteriormente, regulamentando a lei de criação da SECTMA, foi editado o Decreto n'' 26.223 de
14/09/2005, apresentando como objetivo do órgão, além das ações supracitadas as seguintes:

1. formular as Políticas Estaduais para o setor de Recursos Hídricos;


2. elaborar e manter atualizado o Plano Estadual de Recursos Hídricos e os Planos Diretores
das Bacias Hidrográficas;
3. organizar, implantar e gerenciar o Sistema Estadual de Informações sobre Recursos
Hídricos;
4. efetuar, em conjunto com os órgãos ambientais, o enquadramento dos corpos hídricos de
domínio do Estado;
5. celebrar e assinar convênios, acordos, tratados, convenções e contratos com entidades e
organismos públicos e privados, nacionais e internacionais, na área de recursos hídricos;
6. conceder, em conjunto com a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da
Paraíba - AESA, a licença para construção de obras de infra-estrutura hídrica e outorgar
o direito de uso dos recursos hídricos de domínio do Estado;
7. planejar ações destinadas a prevenir ou a minimizar os efeitos das secas e enchentes, em
articulação com os órgãos do Sistema Nacional de Defesa Civil;

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Processo Te n° 01901/06

8. promover a integração institucional e de procedimentos no âmbito do Sistema Estadual


de Recursos Hídricos; e
9. realizar o planejamento de obras de infra-estrutura hídrica.

11 - A Lei Orçamentária n° 7.717 de 06/01/2005 fixou a despesa da Secretaria, no montante de R$


58.228.060,00, representando 1,51% do orçamento geral do Estado que foi de R$ 3.846.154.390,00,
sendo objeto do presente processo a análise da Unidade Orçamentária Gabinete do Secretário, cujo valor
de despesa fixada importou em R$ 44.689.900,00;

III - A despesa executada atingiu o valor de R$ 14.656.015,06, correspondendo a 32,79% da despesa


autorizada, distribuídas nos seguintes programas de trabalho:

PROGRAMAS DE TRABALHO

Gestão de Recursos Hídricos (água de beber) -


5180 43.236.400,00 13.866.029,22
Gestão de Políticas Públicas - 5013 1.201.000,00 653.586,67
A oio Administrativo - 5046 202.500,00 123.489,17
O era ões Es eciais - 0000 50.000,00 12.910,00

Fonte: Doc. às fls. 34137; 520-A

IV - No programa Gestão de Recursos Hídricos que representou 94,61 % das despesas realizadas, foram
realizadas as ações de Conclusão de Barragens e Adutoras (1158); Construção de Adutoras (1162);
Conservação e Recuperação de Açudes (2390); Apoio a Implantação, Operacionalização e Manutenção
de Projetos de Irrigação e Drenagem de Uso Comum (2416); Formação de Agentes Multiplicadores
Locais e Implementação de Projetos de Educação Ambiental (2566); Elaboração de Planos e Implantação
de Ações na Luta Contra a Desertificação e da Prevenção a Salinização (1229); Implantação de Comitês
Locais de Gestão Sustentável das Águas (2580) - fls. 549/565.

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v -A inscrição em Restos a Pagar totalizou R$ 7.823,51, que representa 0,05% da despesa total
empenhada (fls. 42);

VI - Analisando a despesa sob a ótica do elemento de despesa, têm-se que 86,24% da despesa foram
aplicados em Obras e Instalações (R$ 12.639.375,30):

Obrigações Patronais 40.152,00 0,27


Diárias - Civil 40.550,29 0,28
Material de Consumo 67.701,11 0,46

Passa ens e Des esas de Locomoção 30.594,09 0,21

Serviços de Consultoria 184.100,00 1,26

Outros Servi os de Terceiros - PF 163.682,03 1,12


Outros Servi os de Terceiros - PJ 1.199.486,66 8,18

Obras e Instalações 12.639.375,30 86,24

E ui amentos e Material Permanente 277.463,58 1,89

12.910,00 0,09

TOTAL 14.656.015,06 100,00


Fonte: Anexo 2 (às fls. 30).

VII - Com relação a fonte de recursos, constata-se que as despesas ocorreram através de 03 fontes (fls.
749-A), distribuídas em:

FONTE DOS RECURSOS VALOR


Fonte 58 - Rec. de convênios. c/órgãos federais' R$ 10.760.828,77
Fante 00 - Recursos Próprios do Estado R$ 3.788.023,12
Fonte 01 - Cota - parte do Fundo de Parto dos Estados R$ 107.163,17
TOTAL R$ 14.656.015,06

2A Auditoria informa que as despesas que ocorreram por conta da fonte 58 foram decorrentes da execução de 04
convênios celebrados com o Governo Federal (fls. 923/924).

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VIII - Além desses aspectos, a Unidade Técnica constatou algumas irregularidades, que após
apresentação de defesa, mantiveram-se as seguintes:

De responsabilidade do Sr. Francisco Xavier Monteiro da Franca:

1. Ausência de parâmetros e indicadores quantitativos no Relatório de Atividades, referentes às


ações realizadas, capazes de mensurar o atingimento das metas fixadas na LOA para o exercício -
item 1.0 do relatório da análise da defesa;

2. Gestão de pessoal do órgão feita de forma deficiente tendo em vista que a despesa com servidores
com vínculo precário (comissionado e prestadores de serviços) representa 64,45%, das despesas
de pessoal da Secretaria, contrariando o Art. 37, 11,da Constituição Federal- item 2.0 da defesa;

3. Servidores em cargo de comissão da SECTMA colocados irregularmente à disposição de outros


entes e órgãos, contrariando o que determina o § 1° do Art. 9° do Estatuto do Servidor do Estado
da Paraíba - item 3.0 da defesa;

4. Servidores lotados na Secretaria sem que conste o regime jurídico, visto que, na folha de
pagamento todos os servidores estavam classificados como OUTROS, violando o Princípio da
Transparência das despesas com pessoal- item 4.0 da defesa;

5. Ausência de controle dos bens patrimoniais, entrada e saída dos bens permanentes e de consumo
por parte do almoxarifado do órgão, contrariando as determinações dos Arts. 94, 95 e 96 da Lei
Federal n" 4320/64 - item 5.0 da defesa;

De responsabilidade do Sr. Edvan Pereira Leite:

1. Despesas no valor de R$ 207.210,04, com a empresa Arapuan Comércio e Representações Ltda,


envolvida na operação "Carta Marcada" da Polícia Federal, para realização de obras as quais
sugere a Auditoria que sejam devidamente analisadas pelas Divisões de Obras Públicas e Pela
Divisão de Licitações e Contratos, a respectiva licitação - item 6.0 da defesa;

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2. Realização de despesas irregulares com consultores, no valor de R$ 19.600,00, decorrentes de
pagamentos por serviços prestados antes da data da vigência dos respectivos contratos e sem
apresentar os necessários documentos comprobatórios dos serviços realizados, contrariando
ainda, os artigos 60, 62 e 63 da Lei Federal n° 4320/64 - item 7.0 da defesa;

3. Realização de despesas irregulares com prestadores de serviços no valor de R$ 154.760,07,


contrariando inclusive o Decreto Estadual N° 23.927/03 - item 8.0 da defesa;

4. Pagamento irregular de indenização a Sra. Marlene Moura da Cunha Lima, por desapropriação de
terras, contrariando determinação Judicial e seu respectivo Laudo de Avaliação, causando
prejuízo aos cofres estaduais no valor de R$ 6.971,40 - item 9.0 da defesa;

5. Não encaminhamento das planilhas de licitações para o exame do TCE, nos termos da Resolução
Normativa N° 06/02, no que sugere a Auditoria a aplicação da multa prevista na LOTCE, por não
cumprimento de normas legais - item 14.0 da defesa.

De responsabilidade do Sr. Damião Feliciano da Silva:

1. Ausência de informações referentes à execução dos convênios celebrados com a União e com
contrapartida do Tesouro Estadual, no valor total de R$ 11.875.173,33, sendo R$ 10.710.882,82-
recursos federais e R$ 1.164.290,51 - recursos do Estado, além de R$ 770.164,62, de
rendimentos (Receitas Patrimoniais), os quais sugere a Auditoria que sejam devidamente
analisados pela Divisão de Obras, por tratar-se de Obras e por já existir Processos tramitando
nesta Corte - item 12 da defesa;

2. Pagamento irregular referente à correção por atraso no pagamento de medições à construtora Via
Dragados, posteriormente denominada Via Engenharia, no valor de R$ 1.638.073,20,
contrariando o Contrato N° 020/2001 e a Lei Federal N° 9.06911995 - item 13.0 da defesa;

3. Não encaminhamento das planilhas de licitações para o exame do TCE, nos termos da Resolução
Normativa N° 06/02, no que sugere a Auditoria a aplicação da multa prevista na LOTCE, por não
cumprimento de normas legais - item 8 do relatório inicial (fls. 925) e item 14.0 da defesa.

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Em seu pronunciamento, o Ministério Público Especial opinou pela:

a) Irregularidade das contas;


b) Aplicação de multas aos Senhores Francisco Xavier Monteiro da Franca, Edvan Pereira Leite e
Damião Feliciano da Silva, com lastro no art. 55 e no art. 56 11, inciso I, 11e III da lei Orgânica
desta Corte de Contas;
c) Imputação de débito aos gestores no montante das despesas cujas contraprestações não foram
comprovadas ou foram comprovadas irregularmente, consoante discriminado pela DIAFI;
d) Remessa de cópia pertinente aos autos ao Ministério Público Comum, à Policia Federal e ao
Ministério Público Federal (Procuradoria da República na Paraíba) a fim de se apurar os indícios
de cometimento de atos de improbidade administrativa e crimes. Igualmente, represente-se à
SECEX-PB acerca da ausência de dados relativos a convênios celebrados com a União Federal
e/ou seus órgãos e entidades, em desrespeito aos princípios da transparência dos gastos e
orçamentos públicos e da obrigatoriedade da prestação de contas do uso de recursos públicos;
e) Recomendação de instauração de autos apartados para analisar e apurar a fundo as questões
relativas à gestão de pessoal;
f) Recomendação ao atual Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente exonerar
os servidores que exercem funções ou cargos sem lei específica que os criam, aprimorar o sistema
de controle do almoxarifado e encaminhar rigorosamente as planilhas de licitação a esta Egrégia
Corte de Contas;
g) Assinação de prazo ao atual gestor para dar conformidade legal a todos os atos passíveis de
regularização pendentes de validação, consoante entendimento a ser exarado pelo Tribunal Pleno.

É o relatório, tendo sido realizadas as notificações de praxe para a sessão.

VOTO DO RELATOR

Antes de proferir o voto faço algumas considerações.

Compulsando os autos, constata-se que os pagamentos pelos serviços contratados com os


consultores foram realizados 2 (dois) meses após a celebração do contrato, porquant~meu sentir, não

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está caracterizado pagamento antecipado e a defesa informa que a celebração do contrato atrasou devido a
necessidade de aprovação do Banco Mundial e da Controladoria Geral do Estado (fls. 949).

Relativamente às despesas no valor de R$ 207.210,04, com a empresa Arapuan Comércio e


Representações Ltda, envolvida na operação "Carta Marcada" da Polícia Federal, para realização de obras
que a Auditoria sugere a análise pela Divisões de Obras Públicas e pela Divisão de Licitações e Contratos
a respectiva licitação não vejo irregularidade no quesito apontado.

Em consulta ao SAGRES percebemos que, no período de 2005 a 2008, a empresa Arapuan


Comércio e Representações Ltda. recebeu pagamentos de aproximadamente 2 milhões de reais de vários
municípios do Estado, e aproximadamente 1 milhão e meio desse montante fora pago somente em 2005.

Por outro lado, o Contrato de Prestação de Serviços na 007 foi firmado com a SEMARH
também em 2005, data em que a situação cadastral da citada empresa ainda não era considerada inapta
pela Receita Federal. Todavia, para que não paire dúvidas acerca dessa contratação, acato sugestão da
Auditoria quanto à formalização de um processo com a finalidade de analisar o procedimento licitatório
que deu origem à contratação com esta firma, bem como para apurar se efetivamente ocorreu a
contraprestação dos serviços.

No que tange a realização de despesas com prestadores de serviços, apontadas como irregulares,
no valor de R$ 154.760,07, acato as alegações do defendente, de que tais despesas ocorreram desde
exercícios passados, e, no período da sua gestão, apenas deu continuidade às contratações. Por outro lado,
não há comprovação nos autos de que os serviços não foram executados. Assim, não vislumbro que esta
irregularidade possua o condão de macular as contas.

Quanto à indenização a favor da Sra. Marlene Moura da Cunha Lima, por desapropriação de
terras, cujo valor em excesso apontado pela Auditoria foi de R$ 6.971,40, destaco os seguintes pontos:

a) A beneficiária foi inventariante do espólio do Sr. Fernando da Cunha Lima, tendo sido a terra
desapropriada pelo Governo do Estado da Paraíba através do Decreto na 21.071, de 07 de junho de
2000;
b) O Laudo de Avaliação de fls 570/572, não apresentou a assinatura do técnico que executou os
trabalhos, nem o nome da empresa responsável, nem a data de elaboração do mesmo. Na ocasião, a

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inventariante recebeu apenas o valor das benfeitorias, correspondente a R$ 22.771,20 (vinte e dois
mil, setecentos e setenta e um reais e vinte centavos), posteriormente reclamou judicialmente a
indenização referente à terra nua, que naquele laudo correspondia ao valor de R$ 5.938,60 (cinco mil,
novecentos e trinta e oito reais e sessenta centavos), tendo sido concedido Alvará Judicial ordenando
o pagamento da referida quantia, bem como dos possíveis acréscimos por ventura existentes (fls.
569);
c) A SEMARH elaborou um novo Laudo de Avaliação atualizando o valor da terra nua para
R$ 12.910,00 (doze mil, novecentos e dez reais), e o das benfeitorias para R$ 28.829,15 (vinte e oito
mil, oitocentos e vinte e nove reais e quinze centavos), todavia, a Procuradoria da SEMARH
determinou somente o pagamento do valor da terra nua atualizado, entendendo que não prospera a
idéia de pagamento do valor atualizado das benfeitorias porque a requerente a recebeu sem
reclamação (fls. 579/588).

Isto posto, ao meu entender não houve prejuízo aos cofres públicos, pois o valor pago foi
atualizado e definido por Laudo de Avaliação da lavra de um técnico Engenheiro Agrônomo da
SEMARH.

No que concerne ao pagamento apontado como irregular referente à correção por atraso no
pagamento de medições à construtora "Via Dragados", posteriormente denominada "Via Engenharia", no
valor de R$ 1.638.073,20, ao meu ver tal pagamento não foi irregular, pois desde 2002 esta Empresa
estava enviando cartas à SEMARH, com planilhas anexadas, como se atesta às fls. 781/801, cobrando o
pagamento relativo à diferença entre faturas pagas em atraso pela Administração e aquilo que era
realmente devido, em função da não observância dos devidos juros de mercado e atualização monetária.

Entendo que a SEMARH não fez pagamentos sem critérios previamente estabelecidos, visto que
com as planilhas anexadas prova-se que foi feito uma análise e os valores foram estudados de acordo com
o contrato antes de serem cobrados. Nesse sentido, o art. 55, inciso III da Lei n° 8.666/93 estabelece que
são cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam o preço e as condições de pagamento, os
critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre
a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento. Portanto, ao meu ver, tais pagamentos
não se revestiram de irregularidade.

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Por fim e considerando que os gastos relativos às obras executadas com recursos dos convênios
celebrados com a União são objetos de análise de processos que tramitam nesta Corte', portanto, qualquer
constatação será apurada naqueles processos, este Relator vota no sentido de que, esta Egrégia Câmara:
1) Julgue REGULAR as contas do Sr. Francisco Xavier Monteiro da Franca (de 01 a 20/01/2005) e
Julgue REGULAR com ressalvas as contas do Sr. Edvan Pereira Leite (de 21/01/2005 a
31/07/2005) e as do Sr. Damião Feliciano da Silva (de 01/08/2005 a 31/12/2005), titulares, á
época, da Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente - SECTMA exercício de
2005;
2) APLIQUE multas aos gestores Sr. Edvan Pereira Leite e do Sr. Damião Feliciano da Silva por
não atendimento às determinações deste Tribunal (RN TC 06/02), no valor de R$ 1.000,00 (Hum
mil reais) cada, assinando-lhes o prazo de sessenta (60) dias, a contar da data da publicação do
presente Acórdão, para efetuar o recolhimento ao Tesouro Estadual, à conta do Fundo de
Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal, a que alude o art. 269 da Constituição do
Estado, as importâncias relativas à multas, cabendo ação a ser impetrada pela Procuradoria Geral
do Estado (PGE), em caso do não recolhimento voluntário, devendo-se dar a intervenção do
Ministério Público, na hipótese de omissão da PGE, nos termos do § 4° do art. 71 da Constituição
Estadual;
3) DETERMINE a instauração de processos apartados, um com a finalidade de analisar a gestão de
pessoal da SECTMA e outro com a finalidade de analisar e julgar o procedimento licitatório que
deu origem à contratação da firma Arapuan Comércio, Representação e Serviços Ltda, bem como
apurar se efetivamente ocorreu a contraprestação dos serviços;
4) RECOMENDE ao atual Representante da SECTMA a adoção de medidas visando:

• A inserção, no Relatório de Atividades das próximas Prestações de Contas Anuais, de


parâmetros e indicadores quantitativos, de forma a mensurar o atingimento das metas
fixadas nas respectivas LOA;
• O controle eficaz das contratações/nomeações de pessoal;
• O controle dos bens patrimoniais e do almoxarifado;

• Envio das planilhas de licitação a este Tribunal de Contas, de forma a atender as


resoluções vigentes;

É o voto.

3Consta no relatório da Auditoria (fls. 924) a informação de tramitação de 04 (quatro) Processos relativos às obras
da SEMARH, com recursos de convênios liberados no exercício de 2005. \
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Processo Te n° 01901/06

DECISÃO DO TRIBUNAL

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do processo TC n° 01901/06, que trata da


prestação de contas anual da Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia e do Meio Ambiente -
SEMARH, relativa ao exercício de 2005, tendo como gestores o Francisco Xavier Monteiro da Franca
(de 01 a 20/01/2005), o Sr. Edvan Pereira Leite (21/01/2005 a 31/07/2005) e o Sr. Damião Feliciano da
Silva (de 01/08/2005 a 31/12/2005) titulares, á época; ACORDAM os Conselheiros Membros do
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAÍBA, à unanimidade, em sessão realizada nesta data,
na conformidade o voto do relator, em:

1. Julgar REGULAR as contas do Sr. Francisco Xavier Monteiro da Franca (de 01 a 20/01/2005) e
Julgue REGULAR com ressalvas as contas do Sr. Edvan Pereira Leite (de 21/01/2005 a
31/07/2005) e as do Sr. Damião Feliciano da Silva (de 01/08/2005 a 31/12/2005), titulares, á
época, da Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente - SECTMA exercício de
2005;
2. APLICAR multas aos gestores Sr. Edvan Pereira Leite e do Sr. Damião Feliciano da Silva por
não atendimento às determinações deste Tribunal (RN TC 06/02), no valor de R$ 1.000,00 (Hum
mil reais) cada, assinando-lhes o prazo de sessenta (60) dias, a contar da data da publicação do
presente Acórdão, para efetuar o recolhimento ao Tesouro Estadual, à conta do Fundo de
Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal, a que alude o art. 269 da Constituição do
Estado, as importâncias relativas à multas, cabendo ação a ser impetrada pela Procuradoria Geral
do Estado (PGE), em caso do não recolhimento voluntário, devendo-se dar a intervenção do
Ministério Público, na hipótese de omissão da PGE, nos termos do § 4° do art. 71 da Constituição
Estadual;
3. DETERMINAR a instauração de processos apartados, um com a finalidade de analisar a gestão
de pessoal da SECTMA e outro com a finalidade de analisar e julgar o procedimento licitatório
que deu origem à contratação da firma Arapuan Comércio, Representação e Serviços Ltda, bem
como apurar se efetivamente ocorreu a contraprestação dos serviços;
4. RECOMENDAR ao atual Representante da SECTMA a adoção de medidas visando:
A inserção, no Relatório de Atividades das próximas Prestações de Contas Anuais, de
parâmetros e indicadores quantitativos, de forma a mensurar o atingimento das metas fixadas
nas respectivas LOA;
\
• O controle eficaz das contratações/nomeações de pessoal; \

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• O controle dos bens patrimoniais e do almoxarifado;
• Envio das planilhas de licitação a este Tribunal de Contas, de forma a atender as
resoluções vigentes;

Presente ao julgamento a Exma. Sra. Procuradora do Ministério Público Especial.


Registre-se, publique-se e cumpra-se.

TC - Plenário Ministro João Agripino, João R s a - PB, em 15' de abril de 2009.

I '~,
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/Ana Terêsa Nóbrega
// Procuradora Geral
//
L ...
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