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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
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Processo Te n° 01.838/05 jl Secretari - Tribunal Pleno

Objeto: Prestação de Contas Anuais


Órgão: Secretaria de Estado da Educação e Cultura - SEEC

Prestação de Contas Anuais - Exercício de 2004. Dá-


se pela Regularidade, com ressalvas. Recomendações
à Administração Atual.

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do processo TC n° 01.838/05, que


trata da Prestação de Contas Anual da SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÂO E
CULTURA - SEEC, relativa ao exercício financeiro de 2004, tendo como gestor o Sr.
Neroaldo Pontes de Azevedo, ACORDAM os Conselheiros Membros do TRIBUNAL DE
CONTAS DO ESTADO DA PARAÍBA, à unanimidade, em sessão realizada nesta data, na
conformidade do relatório e do Voto do Relator, partes integrantes do presente ato
formalizador, em:

a) JULGAR REGULAR, com ressalvas, a Prestação de Contas do Sr. Neroado Pontes de


Azevedo, ex- Secretário de Estado da Educação e Cultura, relativa ao exercício financeiro de
2004;

b) RECOMENDAR ao atual Representante da SEEC a adoção de medidas visando à prevenção


das falhas verificadas no exame do presente processo.

Presente ao julgamento a representante do Ministério Público Especial.

Registre-se, publique-se e cumpra-se.

TC - Plenário Ministro João Agripino, João Pessoa-PB, em 27 de maio de 2009.

Cons.Sru~~iôtWfjrmmf:S"wt:.lRA FILHO

Fui presente:
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Procuradora GeralANA TERÊSA NÓB~'
ItEPRESENTANTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te n° 01.838/05

RELATÓRIO

Trata o presente processo da Prestação Anual de Contas - exercício 2004 - da Secretaria de


Estado da Educação e Cultura - SEEC, sob a gestão do 51'. Neroaldo Pontes de Azevedo, enviada a
este Tribunal de Contas dentro do prazo regimental.

Após exame da documentação pertinente, o órgão de instrução desta Corte emitiu o relatório
de fls. 545/60 dos autos, com as seguintes considerações:

A Lei Complementar n" 67, de 07 de julho de 2005, que definiu a Estrutura Organizacional
Básica do Poder Executivo, organizou a Secretaria de Estado da Educação e Cultura - SEEC, com as
seguintes finalidades:

coordenar e executar a política de governo nas áreas de educação e cultura;


apoiar a ação educativa e cultural em matéria doutrinária e de planejamento, a partir dos
Planos Estaduais de Educação e de Cultura;
orientar e gerenciar o planejamento do ensino e as atividades gerais das instituições de ensino
do Estado, inclusive com a efetivação de um processo de integração Escola x Comunidade;
planejar e efetivar as ações pertinentes à execução do Censo Educacional, abrangendo:
professores, turmas, alunos, escolas e materiais, dimensionando os recursos utilizados;
gerenciar a repartição, a transferência e a aplicação dos recursos destinados à educação e à
cultura;
promover o desenvolvimento de estudos, objetivando a melhoria de desempenho do Sistema
Estadual de Educação;
planejar e gerenciar as ações culturais, cujas atividades se relacionem com a preservação e a
reestruturação dos bcns históricos, artísticos e culturais do Estado;
gerenciar a infra-estrutura administrativa e exercer a coordenação pedagógica das instituições
educacionais de ensino no âmbito estadual;
gerenciar a assistência aos estudantes carentes;
integrar a atuação dc instituições de ensino federais, estaduais e municipais;
acompanhar o Ensino Superior, a Pesquisa e a Extensão na sua área de atuação;
preservar e divulgar o patrimônio histórico, cultural e artístico do Estado; e
gerenciar a educação especial e coordenar ações para a inserção no mercado de trabalho dos
portadores de necessidades especiais.

São vinculadas a SEEC as seguintes entidades: Universidade Estadual da Paraíba - UEPB;


Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba - IPHAEP; Fundação Espaço
Cultural da Paraíba - FUNESC; Fundação Centro Integrado de Apoio ao Portador de Deficiência -
FUNAD; Fundação Casa de José Américo - FCJA; Fundação Ernani Sátyro - FUNES e Fundação
Casa do Estudante da Paraíba - FUNECAP.

O orçamento da SEEC para o exercício sob exame foi aprovado pela Lei n" 7.519, de
O~.O 1.2004, fixando a despesa no montante de R$ 526.251.183,00, equivalendo a 14,86% da despesa
fixada na LOA. Posteriormente, através da Lei n° 7675, de 18.10.2004, o Governo do Estado realizou
um reordenamento da LOA, alterando o valor da despesa fixada da Secretaria para R$ 500.159.057,00,
representando 15,57% das despesas totais do orçamento.

Em 2004, a despesa empenhada da Secretaria foi de R$ 358.432.104,01. Das unidades


orçamentárias auditadas, a Coordenadoria de Educação Básica destaca-se com a maior concentração
de despesas empenhadas (73,84%), sendo que a ação "Desenvolvimento, Manutenção e
Monitoramento do Ensino Fundamental" representou 68,93% da despesa total empenhada.
2/l./Cf

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Constatou-se também que algumas ações previstas no orçamento não foram executadas no
exercício, a saber: Reparos e Conservação de Veículos; Arte Educação; Saúde Escolar; Manutenção
dos Centros de Treinamento do Magistério; Construção de Quadras Poliesportivas para o Ensino
Médio; Construção de Centros de Educação Profissional; Capacitação de Recursos Humanos;
Administração e Manutenção da Educação Indígena e Formação Continuada de Professores.

Foi registrado em restos a pagar o valor de R$ 71.433.551,65, representando 19,93% da


despesa realizada no exercício. Desse total, foi pago o montante de R$ 58.499.995,58, cancelada a
importância de R$ 12.930.604,07, restando ainda um saldo de R$ 2.952,00 até a data de 28.08.2006.

Em 2004, O Censo Escolar evidenciou a existência de 1.306.594 alunos matriculados na rede


de ensino. Este número contempla todas as etapas/níveis (educação infantil, ensino fundamental e
ensino médio) e modalidades. Já a rede estadual apresentou 516.854 alunos matriculados,
concentrando-se a maior parte do alunado no Ensino Fundamental (56,92%) e no Médio (24,97%).

Foi realizada diligência in loco no período de 15.01)a 05.09 de 2006.

Não há registro de denúncias sobre irregularidades ocorridas na Secretaria no exercício de


2004, conforme pesquisa realizada no sistema de processos desse Tribunal.

Os adiantamentos, Licitações, Contratos e Convênios serão examinados nesta Corte de Contas


de acordo com a legislação pertinente, constituindo-se processos apartados.

Além desses aspectos, a Unidade Técnica constatou algumas irregularidades que ocasionaram
a notificação do responsável, tendo sido acostada defesa (fls. 569/2130 dos autos). Do exame dessa
documentação, a Unidade Técnica emitiu os relatórios, de fls. 1152/62, 1252/7, 2056/9 e 2131/4,
entendendo remanescerem as seguintes falhas:

a) Criação de cargos através dos Decretos n" 12.925/89, n° 13.160/89 e n° 13.547/90 (item 1).

Segundo a defesa os Decretos apontados dispõem tão somente sobre a estrutura organizacional
da SEEC, não constando de seu teor a criação de quaisquer cargos comissionados. O art. 4° de cada
Decreto é inequívoco ao dispor que os cargos previstos nos anexos são oriundos das Leis n" 4687/85;
4907/86; 4967/87 e 5020/88. Além do que não tem competência para Editar Decretos e estes foram
expedidos muito antes da gestão ora em análise.

A Unidade Técnica informa que já havia observado o art. 4° dos citados decretos que faziam
menção às leis acima descritas. No entanto, comparou os cargos criados pelas leis com aqueles
constantes nos anexos dos decretos, verificou, então que alguns constam das leis e outros apenas nos
decretos em questão. Corrobora com o entendimento de que os gestores não teriam competência para
editar decretos, porém tem o dever de solicitar a regularização no âmbito da SEEC.

b) Não envio de fichas de adiantamento no valor de R$ 816.717,27 (item 6).

O defendente afirma que alguns adiantamentos deixaram de ser enviados ao Tribunal porque
correspondiam a adiantamentos ainda não consumados, mas que nesta ocasião estava enviando todos
os reclamados.

A Unidade Técnica confirmou o envio da documentação faltosa, sanando a falha inicial,


contudo informa que o envio é extemporâneo.
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c) Aquisição de material de consumo (R$ 877.012,67) e gás butano (R$ 287.061,20) mediante o
sistema de adiantamento, sem a realização de licitações (item 6).

O defendente alega que a medida adotada pela SEEC, frente à descentralização ordenada, visa
dar maior eficácia e economia aos atos administrativos e aos dispêndios feitos com recursos dos cofres
públicos, inexistindo qualquer prejuízo ao erário estadual. Ocorre ainda que o preço do gás butano é
regulamentado pela ANP, inclusive com tabelamento do preço, e que as compras da SEEC se situaram
no valor divulgado pela Agencia de Reguladora.

O Órgão Técnico explanou os motivos que levaram a realização de compras de materiais sem
o procedimento Iicitatório, no entanto, o gestor não pode administrar de acordo com as conveniências
administrativas, devendo sempre proceder de acordo com as leis vigentes.

d) Ausência de procedimento licita tório para despesas referentes a materiais de consumo e de


expediente, informática, limpeza, material permanente e passagens terrestres, totalizando o
montante de R$ 1.183.938,51 (item 7.1).

O defendente diz que no final de 2002, a SEEC efetuou licitação, sob a modalidade Tomada
de Preços n" 09/2002, cuja vencedora foi a Classic Viagens e Turismo Ltda., com a qual foi firmado o
Contrato n" 049/2002, 110 valor mensal de R$ 65.524,29. O instrumento contratual teve validade até
novembro de 2003, sendo que houve um aditivo, dilatando o prazo por mais 360 dias, isto é, até
novembro de 2004.

No que se refere aos gastos com material permanente, de consumo, de expediente, limpeza c
informática, a defesa alega que esses dispêndios foram realizados com recursos federais, não estando
sujeitos ao controle do Tribunal de Contas do Estado.

A Auditoria constatou que o termo aditivo foi assinado extemporaneamente, ocorrendo


interrupção de prazo, não sendo juridicamente cabível a prorrogação ou continuidade da execução do
Contrato n'' 049/2002. Portanto, inexistente amparo contratual para as despesas com passagens
terrestres realizadas com a Classic Viagens e Turismo Ltda., bem como despesas no valor de R$
648.768,63, não acobertadas peja licitação de 2002. Quanto aos gastos realizados com recursos
federais, a Lei 8.666/93 é de abrangência nacional, sobre todas as esferas de governo e é dever desse
Tribunal zelar pela correta aplicação dos recursos públicos.

e) Despesas com compra de vagas na rede privada de ensino, no montante de R$ 130.000,00, sem
atendimento às disposições legais (item 8.2).

Segundo a defesa, há uma demanda crescente por vagas, isto levou a Secretaria a avaliar como
absolutamente necessária e justificável a compra de vagas na rede privada, em caráter excepcional, por
um período de 12 meses, evitando prejuízos insanáveis para alunos da escola beneficiada que não
teriam como concluir o ano letivo.

Alegou também que ao assumir a SEEC foi detectada a existência de 58 municípios que não
ofereciam o ensino médio, até mesmo a Capital não dispunha de vagas suficientes para atender a
demanda de alunos. Encaminhou a documentação de convênio celebrado com a Arquidiocese e a
relação dos alunos beneficiados.

A Auditoria informa que não foi comprovada a inexistência de vagas no ensino médio da rede
pública de ensino da cidade de João Pessoa, conforme exigência do § lOdo artigo 213 da CF.
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f) Despesas com passagens terrestres sem comprovação (item 8.3).

Alega a defesa que do valor apresentado, R$ 70.090,00, correspondem a despesas com


hospedagens e alimentação, aluguel de salas e auditório. Quanto aos demais valores efetivamente
gastos, todos os comprovantes [oram juntados. Quanto às passagens terrestres, alega a impossibilidade
de reunir esses comprovantes, em razão do grande número de beneficiados, estudantes da rede pública,
e do lapso temporal decorrido.

o Órgão Auditor acatou a documentação apresentada, sanando parcialmente o valor não


comprovado. No entanto, ainda permanecem pendente de comprovação as despesas, no valor de R$
50.937,06, relativas às passagens terrestres conforme demonstrado às fls. 213114.

g) Falta de controle do sistema de entrada e saída de material do almoxarifado (item 9.1.2).

o Interessado informa que as entradas de mercadorias são registradas no sistema pela inserção
dos dados das notas fiscais, em seguida há a conferência dos quantitativos no almoxarifado e são
confirmados no sistema. Quando os produtos saem do almoxarifado é gerada uma guia atestando a
saída. Quanto às diferenças existentes no quantitativo físico e o registrado no sistema, ocorre algumas
vezes que a mercadoria é baixada do sistema, mas a entrega não foi concluída ao setor que solicitou.

A Unidade Técnica reclama que o sistema não emite relatórios de estoque e que a qualquer
tempo pode se modificar a descrição dos produtos, sem que haja registro dessas modificações,
demonstrando não ter uma boa confiabilidade do sistema.

h) Inexistência de inventário do almoxarifado do exercício em análise (item 9.1.2).

Segundo a defesa, a Secretaria da Administração procede à realização de um inventário de


forma geral para toda a Administração Pública Estadual, constando no Balanço Geral do Estado.

Ao se pronunciar sobre a matéria, o Ministério Público junto ao Tribunal, através do Douto


Procurador André Carlo Torres Pontes, emitiu o Parecer n° 41112009, fls. 2135142, com as seguintes
considerações:

- Em relação à criação de cargos, verifica-se que em março de 2007, foi editada a Lei n° 8186/2007, a
qual definiu a estrutura organizacional da Administração Direta Estadual. Assim é forçoso reconhecer
a promulgação, embora três anos após o exercício em análise, da legislação adequada para dispor
sobre a criação de cargos, cabendo assim recomendações a sua estrita observância.

- Quanto ao envio ao TCE de prestações de contas de adiantamento em atraso, embora evidenciado


esse retardo de tempo na remessa, não houve indicação de emprego irregular de recursos.

- No que se refere à despesa com compra de vagas no ensino privado, a não conformidade do gasto se
situa na falta de demonstração da insuficiência de vaga na rede pública, cabe determinar à Secretaria
provar o fato nos próximos aj ustes dessa natureza.

- No tocante às despesas com passagens terrestres, depois do exame da documentação apresentada, o


valor não comprovado foi diminuindo até ficar em R$ 50.937,06, ficando claro que não se trata de
despesa sem comprovação do serviço prestado, mas sim da indicação precisa de parcela dos
beneficiários, o que não atrai, nesse cenário, a responsabilidade pelo ressarcimento, sem prejuízo de
corrigir a falha nos próximos ajustes.
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- Quanto às despesas não licitadas, não houve indicação de excesso de preço e não foi possível
identificar de forma concreta falta de fornecimento de bens e serviços neles noticiados, além do mais,
a SEEC realizou despesas de cerca de R$ 358,4 milhões, cujo montante não licitado representa apenas
0,63%, logo a matéria comporta recomendações, sem prejuízo da multa legal por descumprimento
parcial à lei.

- No que concerne à falta de controle de entrada e saída de material do almoxarifado e a falta de


inventário, ocorre que a gestão do patrimônio público, dissociada dos cuidados de controle dos bens,
potencializa o surgimento de ações danosas contra o erário em contraponto a satisfação das
necessidades coletivas. Nos autos se verifica que o controle veio a ocorrer posteriormente ao exercício
analisado, cabendo recomendações a atual gestão para o seu aperfeiçoamento.

Ante o exposto, opina o representante do Ministério Público Especial para que o Tribunal:

Julgue Regular, com ressalvas, as contas do Sr. Neroaldo Pontes de Azevedo, na qualidade
de Secretário de Estado da Educação e Cultura, relativamente ao exercício financeiro de 2004,
em razão das impropriedades verificadas nos relatórios de análise;

Aplique multa ao mesmo Gestor em razão da inobservância parcial à Lei de Licitações e


Contratos (Lei 8.666/93), com fulcro no ali. 7 I, VIII da CF, e art. 56, lI, da LCE 18/93;

Recomende diligências à Atua] Gestão pra prevenir as falhas identificadas em 2004.

É o relatório, Houve a notificação do i""'-""'sC-;::a~~ a presente sessão.

---é41t.ô.JJti.t).!i(o~mesVieira Filho
Auditor ator

Senhor Presidente, Senhores Conselheiros:

Considerando as conclusões a que chegou a equipe técnica, assim como o parecer oferecido
pelo representante do Ministério Público junto ao Tribunal, proponho aos Srs. Conselheiros membros
do Egrégio Tribunal de Contas do Estado da Paraíba:

I) Julguem REGULAR, com ressalvas, as contas do Sr. Neroaldo Pontes de Azevedo, ex-
Secretário de Estado da Educação e Cultura, relativamente ao exercício financeiro de 2004;

2) Recomendem ao atual Representante da SEEC a adoção de medidas visando à prevenção das


falhas verificadas no exame do presente processo.

É a proposta!

'7fnfénmifil'YTJT,~ffls.·iz:-',a Filho
uditor Relator

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