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Diniz Filho
RELATÓRIO E VOTO
);> os gastos com a folha de pagamento do Poder Legislativo não puderam ser analisadas por
falta de detalhamento das despesas necessárias á verificação do cumprimento do limite
percentual estabelecido no § 1°, do art. 29-A;
r não foram apresentados diversos demonstrativos legalmente exigidos:
• Anexo 7 - Demonstrativo de Funções, Programas e Subprogramas por Projetos e
Atividades;
• Quadro Demonstrativo do programa anual de trabalho do Governo, em termos de
realização de obras e de prestação de serviços;
2.3. não encaminhamento do MBA e do CMD para o Tribunal de Contas, ensejando multa no
valor de R$ 3,200,00 (item 8.5);
2.4. o montante de R$1,884.213,84, relativo às despesas excluídas das aplicações do FUNDEF,
relativos a despesas indevidas e não pertinentes aos objetivos do FUNDEF, deve ser
restituído a C/C 58.021 - X - FUNDEF com recursos do tesouro (item 7.1.1.b);
2.5. despesas não comprovadas no montante de R$15.900,12 (item 12.1.2);
2.6. déficit na Execução Orçamentária de R$ 16.014.743,48 (ítem 4.1.1);
2.7. o Balanço Patrimonial evidenciou déficit financeiro no valor de R$ 7.284.315,75 (item 4.3.1);
2.8. o montante das disponibilidades verificadas no Balanço Patrimonial é insuficiente para a
cobertura das obrigações de curto prazo evidenciadas no Passivo Financeiro (item 4.3.9).
3. Observações acerca do cumprimento do Parecer Normativo PN Te n° 52104:
3.1.Abertura de créditos adicionais sem autorização legislativa no montante de R$
121.778.564,37. (item 2.3);
3.2. Não pagamento efetivo do salário mínimo nacionalmente unificado (item 12.2);
3.3. Incompatibilidade não justificada entre os demonstrativos, inclusive contábeis,
apresentados em meios fisico e magnético ao Tribunal (item 8.3,8.4).
O Ministério Público Especial junto ao TCE-PB emitiu o PARECER n° 1.300/2008, fls. 8453/8465, da
lavra do ilustre Procurador André Carlo Torres Pontes, manifestando-se, quanto aos fatos apurados
pela Auditoria, nos termos resumidamente destacados a seguir:
1. DEFICIT DE R$ 11.203.573,49 NA EXECUÇÃO DO ORÇAMENTO. FALHAS NA LEI
ORÇAMENTÁRIA ANUAL - LOA. DÉFICIT NA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DE R$
16.014.743,48. O BALANÇO PATRIMONIAL EVIDENCIOU DÉFICIT FINANCEIRO NO
VALOR DE R$ 7.284.315,75. O MONTANTE DAS DISPONIBILIDADES VERIFICADAS NO
BALANÇO PATRIMONIAL É INSUFICIENTE PARA A COBERTURA DAS OBRIGAÇÕES DE
CURTO PRAZO EVIDENCIADAS NO PASSIVO FINANCEIRO. NÃO ENCAMINHAMENTO
DAS METAS BIMESTRAIS DE ARRECADAÇÃO (MBA) E DO CRONOGRAMA MENSAL DE
DESEMBOLSO (CMD) PARA O TRIBUNAL DE CONTAS, ENSEJANDO MULTA NO VALOR
DE R$ 3.200,00 - O orçamento público, no decorrer de sua evolução, ganhou status de
verdadeiro plano de trabalho - ou programa de governo - a ser perseguido em seus objetivos
e metas, amoldando-se à finalidade genérica da atividade financeira do Estado, qual seja, a
realização do bem comum, através da otimização dos recursos públicos umanos, financeiros
e patrimoniais) e aplicação buscando sempre resultados úteis' letividade (eficiência,
eficácia e efetividade). Com o advento da LC 01/2000 u inserção, no sistema
orçamentário, do instituto da participação popular, r iman . da mais o plano de governo
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
2 - VOTO DO RELATOR
Acerca das restrições apontadas pela Auditoria, considera o Relator que carecem ser
ponderados os seguintes aspectos:
Comparando-se a receita arrecadada com a realizada, evidencia-se que o município de João
Pessoa gastou, no exercício de 2006, mais do que arrecadou, perfazendo um déficit orçamentário geral
de R$ 11.203.573,49, equivalente a 1,77% da receita orçamentária arrecadada. Mesmo considerando
que os reflexos produzidos nas contas prestadas não são suficientes para lhes impingir máculas, cabe
ressaltar que tal irregularidade atenta contra um dos mais importantes princípios da gestão fiscal
responsável: o do equilíbrio orçamentário. Esta desconfortável evidência assume aspecto de
indiscutível gravidade se colocada à frente das conseqüências resultantes da Lei Complementar n°
101/2000, cabendo recomendação no sentido de que o Gestor se esmere na busca pelo equilibrio
entre receitas e despesas, nos exercícios seguintes.
A constatação de deficit na execução do orçamento, bem como a apresentação a este TCE-PB
de informações e registros contábeis imprecisos, contraditórios e incorretos, devem fundamentar na
decisão que a Corte adotar de atendimento parcial das exigências da Leí de Responsabilidade Fiscal.
Quanto à insuficiência financeira apontada, embora remanesça a irregularidade, o fato de não
haver se evidenciado nos dois últimos quadrimestres do mandato, não há como ser imputada ao gestor
nos termos do art. 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal, ressaltando-se, mais uma vez, no entanto,
que urge a adoção de medidas tendentes a adequar a realização de despesas dentro do estrito limite
da arrecadação proporcionada por suas receitas, de forma a evitar deficit nas suas demonstrações
econômico-financeiras, por imposição da Lei supramencionada e da necessária obediência ao princípio
orçamentário do equilíbrio, conforme a alínea "b" do art. 48 da Lei n° 4.320/64.
Em relação aos créditos adicionais abertos sem fonte de recursos (R$ 26.094.115,54), e sem
autorização legislativa (R$ 121.778.564,37), não obstante subsistam tais falhas, configurando-se
desobediência à norma legal, restam minimizadas, tendo em vista que foram apenas efetivamente
utilizados créditos em valor para os quais existiam autorização e fontes suficientes de recursos para
sua cobertura, no segundo caso e no primeiro, a Corte de Contas reiteradamente reconhece que se a
lei que alterou o orçamento foi editada no mesmo exercício da sua execução, mesmo retroagindo os
seus efeitos, supre a falha, de modo que ambos aspectos merecem ser desconsiderados para emissão
de parecer.
Da análise efetuada nas folhas de pessoal do FUNDEF a Auditoria, quando de inspeção in loco,
verificou que do total das despesas pagas, até 31/12/2006, bem como dos respectivos restos a pagar,
constam despesas com psicólogo escolar - R$ 1.001.867,84 e assistente social escolar - R$
834.424,92, fls.5258/5260. Figuram, também, como despesas empenhadas no elemento 04 -
contratação por tempo determinado - despesas com psicólogo - R$ 15.971,54, assistente social - R$
11.750,00 e fonoaudiólogo - R$ 5.798,59, conforme doc. fls. 5261. De acordo com o órgão de
instrução, tais gastos, no montante de R$ 1.869.812,89, não seriam pertinentes às aplic ões da MOE,
não devendo ser financiadas com recursos do FUNDEF, em virtude do que precei a inciso IV, do
artigo 71, da LDB. Diferentemente, posicionou-se o parquet que, em virtude d irn ortância que os
citados profissíonais para o desenvolvimento educacional do aluno ,com fun e o no art. 67 da Lei
9.394/1996, com as alterações da Lei 11.301/2006, entendeu ã ser in mp ível a inserção dos
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
É o Voto.
OS ANTONIO DA COSTA
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