Sie sind auf Seite 1von 3

I

~
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROCESSO TC-02262/07
Administração Indireta Municipal. Serviço Autônomo de Agua e
Esgoto de Alagoinha-SAAE. Prestação de Contas relativa ao
Publicado no O, O, E. exercício de 2006 - Irregularidade. Multa. Recomendação.

E m,~./1.')/1 Cs'
<),
U
~-'s.

R E LAT Ó R I O:
o Processo TC-02262/07 corresponde à PRESTAÇÃO DE CONTAS, relativa ao exercício de 2006,
do Serviço Autônomo de Agua e Esgoto de Alagoinha - SAAE, tendo por gestora a então Presidente
Sr". Iracinda Duarte de Sousa.
A Diretoria de Auditoria e Fiscalização - Departamento de Auditoria da Gestão Municipal - Divisão de
Auditoria da Gestão Municipal - (DIAFIIDEAGM IIIDIAGM 111) deste Tribunal emitiu, com data de
28/08/2008, o Relatório de fls. 119/124, cujas conclusões são resumidas a seguir:
• Cumprimento do prazo legal para apresentação da prestação de contas.
• A receita orçamentária efetivamente arrecadada atingiu o valor total de R$ 350.960,28,
sendo em sua totalidade referente à Receita Corrente.
• A despesa realizada alcançou o montante de R$ 374.302,21, evidenciando um déficit na
execução orçamentária de R$ 23.341,93.
• Balanço Patrimonial apresentando o valor total do ativo e passivo em R$ 46.318,18.
• Observações sobre as Aplicações de Recursos (Ativo):
- as aplicações de recursos estão concentradas, basicamente no permanente,
correspondendo a 98,93% do ativo;
- o grupo bens imóveis importa em R$ 42.019,28, correspondendo a 90,71%, enquanto
os bens móveis alcançam a cifra de R$ 3.696,00, equivalente a 9,29% do ativo
permanente.
• Observação sobre as Origens de Recursos (Passivo):
- o Passivo Financeiro representa 100% do passivo da entidade;
- os Restos a Pagar atingem a quantia de R$ 30.021,63, correspondendo a 64,81%,
enquanto os depósitos redundam no valor de R$ 15.801,77, equivalente a 34,11 % do
Passivo Financeiro e o Ativo Real Líquído somou R$ 494,78 (1,08%).
• O Balanço Financeiro apresenta um saldo para o exercício seguinte de R$ 602,90;
• Aspectos Operacionais:
- No exercício em análise foram realizadas 54 novas ligações, passando a Autarquia a
fornecer serviços de água e esgoto a 3.753 usuários, abrangendo, praticamente, a
100% dos domicílios situados na zona urbana do Município.

• IRREGULARIDADES:
1. despesas não licitadas no montante de R$ 77 .132,11, correspondente a 100% da
despesa licitável e 20,60% da despesa orçamentária total;
2. déficit de R$ 23.341,93 na execução orçamentária, contrariando o art. 10 da LRF;
3. ausência de disponibilidade, em 31/01/2006, para cumprir as obrigações inscritas em
Restos a Pagar;
4. não contabilização no Balanço Patrimonial dos créditos a receber dos usuários dos
serviços;
5. ausência do registro de dívida com a CEDAL, no montante de R$ 13.386,11, no
Demonstrativo da Dívida Flutuante e no Balanço Patrimonial.

Recebendo os autos em 03/09/2008, o Relator ordenou a citação do interessado, tendo o mesmo


deixado escoar o prazo regimental sem apresentação da defesa.

Ministério Público junto ao Tribunal (MPjTC), mediante pronuilfiamento da lavra da.. ilustre Procurador
André Carla Torres Pontes (fls. 130/133), assim se pronuncialP _~/
PROCESSO TC- 2262/07 f1s.2

"As ilegalidades ventiladas, examinadas juntamente com tantos outros fatos


componentes do universo da prestação de contas anual, não são capazes de atrair
juízo de reprovação para gestão geral. É que, a prestação de contas, sabidamente, é
integrada por inúmeros atos e fatos de gestão, alguns concorrendo para a sua
reprovação, enquanto outros para aprovação. Dessa forma, no exame de contas de
gestão, o Tribunal de Contas mesmo diante de atos pontualmente ilegais, pode,
observando as demais faces da gestão - contábil, financeira, orçamentária,
operacional, patrimonial e fiscal -, posicionar-se pela aprovação das contas, sem
prejulzo de aplicar outras sansões compatíveis com a gravidade dos fatos."

Ante ao exposto, o ilustre membro do Parquet opina pela:


a) Regularidade com ressalvas das contas da s,-a
Iracinda Duarte de Sousa, na qualidade
de gestora do Serviço Autônomo de Agua e Esgoto de Alagoinha, relativamente ao
exercício de 2006.
b) Recomendações para prevenir as falhas apuradas na presente prestação de contas.

o Relator fez incluir o feito na pauta desta sessão, notificando-se a interessada.

VOTO DO RELATOR:
Devido ao desinteresse do gestor em apresentar defesa, permaneceram todas as irregularidades
apontadas pela Auditoria que ora passo a comentá-Ias.
Atinente às despesas sem realização de procedimento licitatório no valor total de R$ 77.132,11,
representando 20,60% da despesa orçamentária, equivalente a 100% da despesa Iicitável, item 1,
verifica-se que foram destinadas a aquisições de combustíveis e de produtos químicos. Considerando
que o valor apontado é expressivo quando comparado ao total da despesa orçamentária do exercício,
não é vislumbrada a possibilidade de relevar a irregularidade em comento. Ademais, com pulsando os
autos, observa-se que, no exercício de 2005, conforme Acórdão APL TC 200/2008 (fls. 116/118), o
SAAE deixou de realizar certames licitat6rios para a aquisição de combustíveis e tocação de veículos,
ou seja, a Adrnínlstração mostra-se negligente quanto à observância aos desígnios da Lei n° 8.666/93,
a qual a Autarquia em questão encontra-se subordinada, incorrendo reiteradamente neste erro,
mesmo em face de recomendações proferidas por esta Corte de Contas. Portanto, a falha em tela é
por si s6 ensejadora de emissão de Parecer Contrário à aprovação das contas deste exercício.
Quanto ao item 2, déficit de R$ 23.341,93 na execução orçamentária, há de salientar que, ao
manusear os autos do processo, verificou-se que o déficit descrito no item 2 tem apresentado
crescente elevação com o decorrer dos anos, ou seja, no exercício de 2004 este redundou no valor de
R$ 378,05, já em 2005 constata-se um substancial aumento atingindo o montante de R$ 19.032,94 e,
finalmente, alcançando no presente exercício a quantia de R$ 23.341,93.
No tocante ao item 3, ausência de disponibilidade, em 31/12/2006, para cumprir obrigações inscritas
com Restos a Pagar, é de bom alvitre informar que o comportamento deste semelhante aquele, ou
seja, em 2004 foram inscritos em Restos a Pagar o valor de R$ 1.485,48, em 2005 o montante
passou a importar R$ 13.111,98 e no presente alcançou a marca de R$ 10.751,50, onde a
disponibilidade para o exercício seguinte foi de R$ 602,90.
Os fatos contidos no parágrafo anterior atentam contra o equilíbrio das contas pública, princípio
basilar da Lei de Responsabilidade Fiscal que, assim, dispõe em seu art. 1°, § 1°, como segue:
"1° (....)
§ 1 A responsabilidade
0
na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente,
em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equillbrio das contas
públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e
a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de
despesa com pessoal, da seguridade social e outras, dívida consolidada e mobiliária,
operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessões de garantia e
inscrição em Restos a Pagar."

Diante do exposto, percebe-se que as irregularidades indicadas nos itens 2 e 3, repercutirão


negativamente nos exercícios subseqüentes comprometendo de forma significativa o equilíbrio das
contas públicas da aludida Autarquia. Desta feita, entendo que as falhas ora analisadas, também,
ensejam a emissão de Parecer Contrário à aprovação das contas de gestão do exercício de 2006.
No. que atine aos itens 4 e 5, não contabilização no Balanço Patrimonial dos créditos a receber dos
usuários dos serviços e ausência do registro de dívida, no valor de R$ 13.386,11, junto a Cedal, ~

. ~ .~
PROCESSO TC- 2262/07 f1s.3

Demonstrativo da Dívida Flutuante e no Balanço Patrimonial, mesmo alertando para o fato do item 4
já ter sido alvo de recomendação, ressaltou que estes apenas motivam a continuidade na emissão de
recomendações.
Ante ao explanado, sedimento o voto, pedindo vênias para divergir do ilustre representante do
Parquet, pela:
1. irregularidade da prestação de contas em apreço;
2. aplicação de multa de R$ 2.805,10 a ex-gestora, S,-aIracinda Duarte de Sousa, com fulcro no
art. 56, I e li, da Lei Orgânica deste Tribunal, assinando-lhe o prazo de 60 dias para
recolhimento voluntário;
3. recomendações ao atual gestor no sentido de não se repetir às falhas e irregularidades
apontadas nas presentes contas, sob pena de repercussão negativa em suas contas.

DECISÃO DO TRIBUNAL PLENO:


Vistos, relatados e discutidos os autos do Processo TC-02262/07, os membros do TRIBUNAL DE
CONTAS DO ESTADO DA PARAIBA (TCE-Pb), a unanimidade, na sessão realizada nesta data,
ACORDAM em:
I. JULGAR IRREGULAR a Prestação de Contas do SERViÇO AUTÓNOMO DE ÁGUA E
ESGOTO DE ALAGOINHA - SAAE, relativa ao exercício de 2006, sob a responsabilidade da
ex-Presidente S,-aIracinda Duarte de Sousa;

11. APLICAR MULTA no valor de R$ 2.805,10 (dois mil, oitocentos e cinco reais e dez centavos)
a Senhora Iracinda Duarte de Sousa, conforme dispõe o art. 56, I, li, da LOTCE-Pb, por
força do descumprimento das Leis Federais n" 8.666/93 e 4.320/64, e da Lei Complementar
n° 101/2000, assinando-lhe o prazo de GO(sessenta) dias para recolhimento ao Fundo de
Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal - mediante a quitação de Documento de
Arrecadação de Receitas Estaduais (DAE) com código "4007" - Multas do Tribunal de Contas
do Estado -, sob pena de cobrança executiva, desde logo recomendada, inclusive com
interferência do Ministério Público, nos termos dos parágrafos 3° e 4°, do artigo 71 da
Constituição do Estado;
111. RECOMENDAR ao atual gestor no sentido de não se repetir às falhas e irregularidades
apontadas nas presentes contas, sob pena de repercussão negativa em suas contas.

Publique-se, registre-se e cumpra-se.


TCE-Plenário Ministro João Agripino

João Pessoa, 08 de abril de 2009

Conselheir Conselheiro Fábio Túlio Filgueiras Nogueira


Relator

Fui presente,

Das könnte Ihnen auch gefallen