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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

I PROCESSO TC 02222/07 !Pág.1/21 J


Administração Direta Municipal - Município de LAGOA DE
DENTRO - Prestação de Contas do Prefeíto, Senhor JOSÉ
EDSON DA COSTA SILVA, relativa ao exercício financeiro de
2006 - Subsistência de falhas que não maculam as contas
prestadas, mas ultrapassagem dos limites para a despesa com
pessoal redunda em falta de atendimento da LRF, o que impõe a
imposição de multa - PARECER FAVORÁVEL, neste
considerando o ATENDIMENTO PARCIAL às exigências da LRF,
com as ressalvas do artigo 124, parágrafo único do RI- TCE-PB .

PARECER PPL TC1, f0/2.008


Vistos, relatados e discutidos os autos do PROCESSO TC-02222107; e
CONSIDERANDO os fatos narrados no Relatório;
CONSIDERANDO a ultrapassagem dos limites previstos para as despesas com
pessoal (arts. 19 e 20 da LRF) e falta de licitação para inexpressivo percentual da
despesa a ser licitada, mesmo sem reflexo para a emissão de parecer, face ter sido,
excepcionalmente, desconsiderada, mas que motivam a aplicação de multa;

CONSIDERANDO o mais que dos autos consta;

Os MEMBROS do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAíBA (TCE-Pb), à


unanimidade dos votos, de acordo com a Proposta de Decisão do Relator, na Sessão
realizada nesta data, decidiram:

1. EMITIR PARECER FAVORÁVEL à aprovação das contas prestadas pelo


Prefeito Municipal de LAGOA DE DENTRO, Senhor JOSÉ EDSON DA COSTA
SILVA, durante o exercicio de 2006, neste considerado o ATENDIMENTO
PARCIAL às exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 10112000);

2. APLICAR multa pessoal ao Senhor JOSÉ EDSON DA COSTA SILVA, no valor


de R$ 2.805,10 (dois mil e oitocentos e cinco reais e dez centavos), em
virtude de ultrapassagem dos limites para despesa com pessoal e o não
recolhimento de contribuições previdenciárias, configurando, portanto, a
hipótese prevista no artigo 56, inciso 11, da LOTCE (Lei Complementar 18193);
3. ASSINAR-LHE o prazo de 60 (sessenta) dias para o recolhimento voluntário,
do valor da multa antes referenciado, sob pena de cobrança executiva, desde
já recomendada, inclusive com a interveniência da Procuradoria Geral do
Estado ou do Ministério Público, na inação daquela, nos termos dos
parágrafos 3° e 4°, do artigo 71 da Constituição do Estado, devend a
cobrança executiva ser promovida nos 30 (trinta) dias seg 'ntes ao erm' o
do prazo para recolhimento voluntário, se este não ocorre
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4. ASSINAR-LHE o prazo de 90 (noventa) dias, com vistas a que, pelos meios


legais necessários, faça retornar aos limites estabelecidos na Lei de
Responsabilidade Fiscal, a despesa com pessoal, sob pena de multa e outras
cominações legais oponiveis à matéria;
5. RECOMENDARà edilidade, no sentido de que não mais sejam repetidas as
falhas verificadas nos presentes autos, especialmente àquelas referentes ao
controle das despesas com pessoal e da falta de realização de
procedimentos licitatórios quando necessários.

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Fui presente:------
A Terêsa Nóbrega
Procuradora Geral do . istério Público Especial Junto ao Tribunal

mgsr
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

I PROCESSO TC 02222/07 jPâg.1/41 I


Administração Direta Municipal - Municipio de LAGOA DE
DENTRO - Prestação de Contas do Prefeito, Senhor JOSÉ
EDSON DA COSTA SILVA, relativa ao exercicio financeiro de
2006 - Subsistência de falhas que não maculam as contas
prestadas, mas ultrapassagem dos limites para a despesa com
pessoal redunda em falta de atendimento da LRF, o que impõe a
imposição de multa - PARECER FAVORAvEL, neste
considerando o ATENDIMENTO PARCIAL às exigências da LRF,
com as ressalvas do artigo 124, parágrafo único do RI- TCE-PB .

RELATÓRIO E PROPOSTA DE DECISAo

o Senhor JOSÉ EDSON DA COSTA SILVA, Prefeito do Município de LAGOA DE


DENTRO, no exercício de 2006, apresentou, no prazo legal, a PRESTAÇÃO DE CONTAS,
sobre a qual a DIAFI/DEAGM II/DIAGM li emitiu Relatório, com as observações principais, a
seguir, sumariadas:
1. A Lei Orçamentária nO354, de 22 de novembro de 2005, estimou a receita e fixou
a despesa em R$ 7.281.000,00;
2. Os Balanços Orçamentário, Financeiro e Patrimonial foram corretamente
elaborados, tendo este último apresentado deficit financeiro, no valor de
R$ 403.053,31;
3. Escrituração correta da dívida, que importou, em R$ 7.441.707,91,
correspondendo a 133,64% da receita orçamentária total arrecadada, dividindo-se
nas proporções de 8,61% e 91,39% entre Dívida Flutuante e Dívida Fundada,
respectivamente. Quando confrontada com a dívida do exercício anterior,
apresenta um acréscimo de 0,44%;
4. Os gastos com obras e serviços de engenharia, no exercício, totalizaram
R$ 206.341,58, correspondendo a 3,33% da Despesa Orçamentária Total;
5. Os recursos oriundos de convênios, escriturados no exercício, totalizaram
R$ 422.294,00, sendo R$ 254.988,00 de recursos federais e R$ 167.306,00 de
recursos estaduais;
6. A remuneração recebida pelo Prefeito foi de R$ 84.000,00, e pelo Vice-Prefeito foi
de R$ 42.000,00, estando dentro dos parâmetros legalmente estabelecidos;
7. As despesas condicionadas comportaram-se da seguinte forma:
7.1. Com ações e serviços públicos de saúde importaram em 9,22% da receita de
impostos e transferências (mínimo: 15,00%);
7.2. Em MDE, representando 24,75% das receitas de impostos e transferências
(mínimo: 25%);
7.3. Com Pessoal do Poder Executivo, representando 74,37% da RCL (limite
máximo: 54%);
7.4. Com Pessoal do Município, representando 77,18% da RCL (limite máximo:
60%);
7.5. Aplicações de 67,08% dos recursos do FUNDEF na Remuneração e
Valorização do Magistério (mínimo: 60%).
8. Não há registro de denúncias sobre irregularidades ocorridas no exercício de
2006;
9. No tocante à gestão fiscal, registrou-se o ATENDIMENTO ÀS EXIGÊNCIA~A
LRF QUANTO A: //;/
9.1. Correta elaboração dos REO e RGF encaminhados p ra este Trib aJ(
9.2. Envio dos REO e RGF para este Tribunal.
10. E NÃO ATENDEU As EXIG~NCIAS DA LRF QUANTO
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10.1. Gastos com pessoal, correspondendo a 77,18% da RCl, em relação ao


limite (60%) estabelecido no art. 19 da lRF;
10.2. Gastos com pessoal, correspondendo a 74,37% da RCl, em relação ao
limite (54%) estabelecido no art. 20 da lRF;
10.3. Comprovação da publicação dos REO em órgão oficial de imprensa;
10.4. Comprovação da publicação dos RGF em órgão oficial de imprensa.
11. Quanto às demais disposições constitucionais e legais, inclusive os itens do
Parecer Normativo TC 52/04, constataram-se as seguintes irregularidades:
11.1. Não licitação de despesas sujeitas a este procedimento, no montante de
R$ 67.774,42, correspondendo a 8,27% da despesa licitável do exercício e
1,10% da despesa orçamentária total (fls. 233/243);
11.2. Divergência entre o saldo conciliado e o saldo apurado pela Auditoria, no
total de R$ 60.872,05, bem como valor das despesas registradas no
SAGRES como pagas com recursos do FUNDEF maior que as
disponibilidades do exercício (fls. 255/285 e 591/592);
11.3. Aplicações de recursos na MDE efetivamente realizadas (pagas) pelo
município, da ordem de R$ 891.812,01, correspondendo a 24,75% da
receita de impostos, inclusive os transferidos (fls. 538/560 e 593);
11.4. Montante efetivamente aplicado (pago) em ações e serviços públicos de
saúde, no valor de R$ 332.330,98, correspondendo a 9,22% da receita de
impostos, inclusive transferências (R$ 3.603.525,57), não atendendo ao
mínimo exigido constitucionalmenteque corresponde a 15% (fls. 561/570);
11.5. Obrigações patronais devidas pelo empregador no exercício, não
reconhecidas nem pagas no valor estimado pela Auditoria de R$ 791.621,14
(fls. 594);
11.6. Retenções devidas pelos servidores e não recolhimento de valores
correspondentes às contribuições ao INSS (fls. 597).
Instaurado o contraditório, o interessado apresentou a defesa às fls. 601/1299, tendo
concluído a Unidade Técnica de Instrução por:
I - Sanar as irregularidades referentes a aplicações em MDE, que atingiram o
percentual de 25%, e em ações e serviços públicos de saúde, que passaram a representar
16,71% da receita de impostos e transferências;
11 - Reduzir o montante das despesas não licitadas, de R$ 67.774,42 para
R$ 40.132,65, referentes à contratação de seguro de veículos, aquisição de material de
construção, de consumo e medicamentos, correspondendo a 4,90% da despesa licitável;
111- Diminuir os valores a título de gastos com pessoal do município de 77,18% para
63,78% da RCl, ultrapassando os 60% (art. 19 da lRF); bem como os gastos com pessoal
do Poder Executivo, de 74,37% para 60,98% da RCl, ultrapassando os 54% (art. 20 da
lRF);
IV - Manter as demais irregularidades.
O Ministério Público especial junto ao Tribunal de Contas, através da ilustre
Procuradora Isabella Barbosa Marinho Falcão, pugnou, após considerações, no
sentido de que seja:
1. Emitidos pareceres dando pela aprovação das contas em análise, sob a
responsabilidade do Sr. José Edson da Cost Silva, relati ao exercício de
2006 e declarando o atendimento parcial às d terminaçõ lRF, nos termos
constatados ;
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2. APLICADA MULTA ao referido gestor por transgressão a normas constitucionais e


legais, nos termos do art. 56, 11, da Lei Orgânica desta Corte (LC 18/93), mormente
em face da inobservância dos limites com despesa de pessoal;
3. Assinado prazo ao atual gestor para que comprove junto a esta Corte as
providências tendentes a reverter a despesa de pessoal aos limites máximos
legalmente permitidos, nos termos dos arts. 19 e 20 da LC 101/00.
Foram realizadas as comunicações de estilo.
É o Relatório.

PROPOSTA DE DECtSÃO

Acerca das restrições apontadas pela Auditoria, após o contraditório, carecem ser
ponderados os seguintes aspectos:
1. Realmente o gestor deixou de realizar os procedimentos Iicitatórios para despesas
com a contratação de seguro de veículos, aquisição de materiais de construção,
consumo e de medicamentos (fls. 1394), no total de R$ 40.132,65,
correspondendo a 4,90% da despesa licitável do exercício ou 0,65% da Despesa
Orçamentária Total, percentual bastante irrelevante de modo a não macular as
contas prestadas, mesmo assim a falha é merecedora de reprimenda com a
imposição de multa, que, neste caso, não tem caráter de sanção, mas pedagógico
com vistas a que tal não se repita;
2. Merece ser desconsiderada a restrição referente às obrigações patronais devidas
pelo empregador tidas como não reconhecidas nem pagas, no valor de
R$ 791.621,14, visto que calculadas por estimativa, a partir de percentual aplicado
sobre a folha de pessoal, método que não se reveste da precisão necessária que
este tipo de glosa requer, tanto que, em conseqüência dela, gera-se reflexos
negativos nas contas prestadas e na emissão do parecer;
3. Ao tratar a Auditoria da irregularidade que rotulou como "retenções devidas pelos
servidores e não recolhimento de valores correspondentes às contribuições ao
INSS", norteou a sua análise tendo em vista dois pontos: primeiro, quanto às
obrigações patronais que não foram reconhecidas nem pagas ao INSS, no valor
estimado de R$ 791.621,14, matéria já verificada no item anterior e, segundo, com
base em documentos do SAGRES (fls. 573/574), apontou retenção e não
recolhimento de contribuições previdenciárias ao INSS, no valor de R$ 136.202,021
(fls. 597). Sobre este último questionamento, fez-se incluir, nos autos, Termo de
Parcelamento de Dívida Fiscal - TPDF (fls. 694/698), firmado em 15 de maio de
2007, abrangendo dívidas desde dezembro de 2001 até dezembro de 2.006,
inclusive, constando no SAGRES, recolhimento de duas parcelas no valor de R$
20.000,00, cada uma, contribuindo, desta forma, para afastar a restrição naquele
teor. Todavia, se os valores apurados pela Auditoria não são coincidentes com os
calculados pela Receita Federal do Brasil, a esta deve a matéria ser remetida para
as providências que entender necessárias;
4. A divergência entre o saldo conciliado e o saldo apurado pela Auditoria, no total de
R$ 60.872,05, correspondeu a diferença "a maior" na conta do FUNDEF, que não
trouxe nenhum prejuízo ao erário, representando apenas pagamentos feitos com
outros recursos do município, contabilizados indevidamente no SAGRES como
tendo sido pagos pelo FUNDEF;

1 Diferença apurada entre as Consignações - INSS (Receita-Extra, fls. 573), R$ 270. 23, ,e
(Despesa-Extra, fls. 574), R$ 134.321,30, perfazendo um saldo de R$ 136.202,02 (fls. 597
\M.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

I PROCESSO TC 02222/07 IPãg.4/~J

5. Quanto à gestão fiscal, mesmo desconsiderando-se as despesas com obrigações


patronais estimadas pela Auditoria (R$ 791.621,14), as despesas com pessoal,
além de superarem o limite prudencial (art. 22, parágrafo único), ultrapassaram os
limites previstos nos artigos 19 e 20 da lRF, apontando os percentuais de 63,78%
e 60,98% da RCl, respectivamente, sem ter sido comprovado a adoção de
nenhuma das medidas previstas em lei para prevenção e reajustamento desses
gastos, configurando, portanto, condição para a aplicação de multa;
6. Igualmente, também não foi apresentada nenhuma justificativa para a falta de
comprovação da publicação dos REO e RGF em órgão de imprensa oficial,
permanecendo, portanto, a irregularidade, que embora não sendo questão de
ordem fiscal, mas administrativa, merece a falha ser sancionada com multa;
Isto posto, propõe no sentido de que os integrantes deste egrégio Tribunal Pleno:
1. EMITAM PARECER FAVORÁVEL à aprovação das contas prestadas pelo Prefeito
Municipal de LAGOA DE DENTRO, Senhor JOSÉ EDSON DA COSTA SILVA,
relativas ao exercício de 2006, neste considerado o ATENDIMENTO PARCIAL às
exigências da lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000), com as ressalvas do
artigo 124, parágrafo único do Regimento Interno do Tribunal;
2. APLIQUEM multa pessoal ao Senhor JOSÉ EDSON DA COSTA SILVA, no valor
de R$ 2.805,10 (dois mil e oitocentos e cinco reais e dez centavos), em virtude
da ultrapassagem dos limites para as despesas com pessoal e a falta de licitação
para despesas que a lei exige tal procedimento, configurando, portanto, a hipótese
prevista no artigo 56, inciso li, da lOTCE (lei Complementar 18/93);
3. ASSINEM-LHE o prazo de 60 (sessenta) dias para o recolhimento voluntário, do
valor da multa antes referenciado, sob pena de cobrança executiva, desde já
recomendada, inclusive com a interveniência da Procuradoria Geral do Estado ou
do Ministério Público, na inação daquela, nos termos dos parágrafos 3° e 4°, do
artigo 71 da Constituição do Estado, devendo a cobrança executiva ser promovida
nos 30 (trinta) dias seguintes ao término do prazo para recolhimento voluntário, se
este não ocorrer;
4. ASSINEM-LHE o prazo de 90 (noventa) dias, com vistas a que, pelos meios
legais necessários, faça retornar aos limites estabelecidos na lei de
Responsabilidade Fiscal, a despesa com pessoal, sob pena de multa e outras
cominações legais oponíveis à matéria;
5. RECOMENDEM à edilidade, no sentido de que não mais sejam repetidas as falhas
verificadas nos presentes autos, especialmente àquelas referentes ao controle das
despesas com pessoal e da falta de realização de procedimentos licitatórios
quando necessários.
É a Proposta.

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