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2) APLICAR MUL TA ao Chefe do Poder Legislativo, Sr. Célio Cordeiro Alves, no valor de
R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais), com base no que dispõe o art. 56, inciso 11, da Lei
Complementar Estadual n.? 18/93 - LOTCE/PB.
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
alínea "a", da Lei Estadual n.o 7.201, de 20 de dezembro de 2002, cabendo à Procuradoria
Geral do Estado da Paraíba, no interstício máximo de 30 (trinta) dias após o término daquele
período, velar pelo seu integral cumprimento, sob pena de intervenção do Ministério Público
Estadual, na hipótese de omissão, tal como previsto no art. 71, § 4°, da Constituição do
Estado da Paraíba, e na Súmula n.o 40 do ego Tribunal de Justiça do Estado da
Paraíba - TJ/PB.
5) Com fulcro no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, caput, da Constituição Federal, COMUNICAR
à Delegacia da Receita Federal do Brasil, em Campina Grande/Pô, acerca da falta de
retenção e recolhimento da maior parte das contribuições previdenciárias, devidas por
empregado e empregador, incidentes sobre a folha de pagamento da Câmara Municipal de
São Vicente do Seridó/PB, nela incluídos os subsídios pagos aos Vereadores Comuna,
durante todo o exercício financeiro de 2006.
6) Também com base no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, cabeça, da Lei Maior, REMETER
cópias das peças técnicas, fls. 291/298 e 397/399, do parecer do Ministério Público Especial,
fls. 401/406, e desta decisão à augusta Procuradoria Geral de Justiça do Estado da Paraíba e
à respeitável Procuradoria da República na Paraíba, para as providências cabíveis.
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do Ministério Público Especial \:)
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Cuidam os presentes autos do exame das contas do Presidente da Câmara Municipal de São
Vicente do Seridó/PB, relativas ao exercício financeiro de 2006, Sr. Célio Cordeiro Alves,
apresentadas a este ego Tribunal em 02 de abril de 2007, mediante o
OF/GP/BALANÇO/N.o/001/2007, datado de 28 de março do mesmo ano, fI. 02.
Os peritos da Divisão de Auditoria da Gestão Municipal VI - DIAGM VI, com base nos
documentos insertos nos autos, emitiram o relatório inicial de fls. 291/298, constatando,
sumariamente, que: a) as contas foram apresentadas ao TCE/PB no prazo legal; b) a Lei
Orçamentária Anual - Lei Municipal n.o 24/2005 - estimou as transferências em
R$ 211.728,00 e fixou a despesa em igual valor; c) a receita orçamentária efetivamente
transferida, durante o exercício, foi da ordem de R$ 221.728,00, correspondendo a 104,72%
da previsão originária; d) a despesa orçamentária, realizada no período, atingiu o montante
de R$ 221.728,00, representando, também, 104,72% dos gastos fixados; e) o total da
despesa do Poder Legislativo alcançou o percentual de 6,48% do somatório da receita
tributária e das transferências efetivamente arrecadadas no exercício anterior pela
Urbe - R$ 3.419.513,65; f) os gastos com folha de pagamento da Câmara Municipal
abrangeram a importância de R$ 142.427,17 ou 64,24% dos recursos transferidos; e g) a
receita extra-orçamentária acumulada no exercício, bem como a despesa extra-orçamentária
executada no mesmo período, atingiram, cada uma, a soma de R$ 40.351,79.
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
É o relatório.
Cordeiro Alves, relativas ao exercício financeiro de 2006, revelam diversas irregulari des
remanescentes. Com efeito, conforme destacado pelos especialistas deste Sin' . .de
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Contas, verifica-se ab inltio uma insuficiência financeira para saldar compromissos de curto
prazo, da ordem de R$ 26.247,97, fls. 296/297. Enquanto o saldo financeiro conciliado em
31 de dezembro era ZERO, fls. 14 e 164, os compromissos, a título de OUTRAS
OBRIGAÇÕES FINANCEIRAS A PAGAR, somaram R$ 26.247,97, evidenciando uma
insuficiência de mesmo valor. Tais compromissos referem-se às obrigações patronais devidas
ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, mas não empenhadas em 2006. Sendo assim,
fica caracterizada flagrante transgressão ao estabelecido no art. 42, da festejada Lei de
Responsabilidade Fiscal- Lei Complementar Nacional n.O 101/2000 -, in verbis.
Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos
últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigações de
despesas que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que
tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente
disponibilidade de caixa para este efeito.
Neste sentido, é importante frisar que a referida mácula, de tão grave, pode constituir crime
contra as finanças públicas previsto no art. 359-C, do Código Penal brasileiro (Decreto-lei
n.o 2.848, de 07 de dezembro de 1940), incluído pela Lei Nacional n.o 10.028, de 19 de
outubro de 2000, verbatim:
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Líquida - RCL do exercício, R$ 6.073.930,77, a importância registrada no RGF d 2° ')
semestre foi de apenas R$ 146.088,91 ou 2,21% da RCL nele informada, R$ 6.601r ../..~-_
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Tal fato, além de demonstrar um certo desprezo da autoridade responsável aos preceitos
estabelecidos na lei instituidora de normas gerais de direto financeiro para elaboração e
controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
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Federal - Lei Nacional n. 4.320/64 -, prejudica a transparência das contas públicas
pretendida com o advento da reverenciada Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, onde o RGF
figura como instrumento dessa transparência, conforme preceituam o seu art. 10, § 1°, e o
seu art. 48, respectivamente, verbo ad verbum:
Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será
dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os
planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de
contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução
Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas
destes documentos. (grifos inexistentes no texto de origem)
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí~,t!,
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Importa notar que a ausência de contabilização das obrigações patronais devidas em 2006,
R$ 26.247,97, resulta, também, na imperfeição dos demonstrativos contábeis que compõem
a Prestação de Contas Anuais - PCA, pois deixaram de refletir a realidade orçamentária,
financeira e patrimonial do Poder Legislativo Municipal. Essa omissão termina por prejudicar
a análise dos técnicos desta Corte de Contas e compromete sobremaneira a confiabilidade
dos registros contábeis da Câmara Municipal de São Vicente do Seridó, ficando novamente
caracterizado o desprezo da autoridade responsável aos preceitos estabelecidos na já
mencionada Lei Nacional n. o 4.320/64.
Neste ponto, impende comentar que a maior parte dos dispêndios com a folha de pessoal
em 2006, R$ 142.427,17, corresponde à folha de pagamento dos Vereadores,
R$ 114.000,00, fI. 294, cujos contracheques constantes dos autos, fls. 181/283, demonstram
que não houve retenção da contribuição devida ao INSS. A importância devida pelos Edis era
de R$ 8.721,00, ou 7,65% de R$ 114.000,00. Sendo assim, pode-se concluir que, dos
R$ 8.767,43 não retidos nem recolhidos à Previdência Social, R$ 8.721,00 representa a
parcela devida pelos agentes políticos.
I - como empregado:
a) ( ...)
É importante frisar que as situações ora descritas, que dizem respeito às contribuições
previdenciárias, devidas por empregado e empregador, e não recolhidas à Previdência Social,
podem ser enquadradas como atos de improbidade administrativa que atentam contra os
princípios da administração pública, conforme estabelece o art. 11, inciso I, da lei que dispõe
sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no
exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou
fundacional - Lei Nacional n.o 8.429, de 02 de junho de 1992 -, in verbis.
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
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Especificamente, acerca do Convite n. 02/2005, objetivando a locação de veículo tipo
passeio, faz-se necessário comentar que a licitação foi homologada em 07 de março de 2005
e o contrato, firmado na mesma data, destinou-se a cobrir um período de 22 (vinte e dois)
meses a contar da sua assinatura, fls. 367/370. Ou seja, a sua duração foi até o final do
exercício financeiro seguinte (2006) e ultrapassou a vigência dos respectivos créditos
orçamentários, contrariando o disposto no art. 57, caput, da respeitada Lei de Licitações e
Contratos Administrativos °
- Lei Nacional n. 8.666/93, que admite apenas algumas
exceções.
I - (omissis)
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Com efeito, a referida autoridade considerou tais serviços como de natureza especializada e
singular, impossibilitando, por conseguinte, a competição entre os possíveis prestadores.
Entrementes, em que pese as recentes decisões deste Pretório de Contas acerca da
admissibilidade da utilização de procedimento de inexigibilidade de licitação para a
contratação de serviços contábeis, guardo reservas em relação a esse entendimento por
considerar que essas despesas não se coadunam com aquela hipótese, tendo em vista não
se tratar de atividades extraordinárias que necessitem de profissionais altamente habilitados
na sua área, sendo, na realidade, atividades rotineiras da Casa Legislativa.
Além do mais, como a propna norma preconiza, deve ficar evidenciada a notória
especialização do prestador dos serviços para se configurar a hipótese de inexigibilidade de
licitação. Nos autos, nada existe que suscite a manifesta especialização da empresa PRESTE
CONTAS - CONTABILIDADE, CONSULTORIA E AUDITORIA PÚBLICA LTDA. contratada pelo
Poder Legislativo de São Vicente do SeridójPB. Nesse sentido, reproduzimos entendimento
do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo - TCEjSP, ipsis littetis:
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Por sua vez, o colendo Tribunal de Contas da União - TCU estabilizou seu posicionamento
acerca da matéria em análise através da, sempre atual, Súmula n.o 39, de 28 de dezembro
de 1973, verbum pro verbo:
No âmbito judicial, verificamos que Superior Tribunal de Justiça - STJ tem se posicionado
pela necessidade da efetiva comprovação da inviabilidade de competição para a
implementação do procedimento de inexigibilidade de licitação, consoante podemos verificar
do extrato de ementa transcrito a seguir, senão vejamos:
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
I -(omissis)
Feitas essas colocações, merece destaque o fato de que três das eivas encontradas nos
presentes autos são suficientes para o julgamento irregular da prestação de contas
sub judice, conforme determinam os itens "2", "2.5" e "2.9" c/c o item "6" do parecer que
uniformiza a interpretação e análise, pelo Tribunal, de alguns aspectos inerentes às
Prestações de Contas dos Poderes Municipais (Parecer Normativo PN - TC - 52/2004),
ipsis litteris:
2.1. (omissis)
( ...)
2.5. não retenção e/ou não recolhimento das contribuições previdenciárias
aos órgãos competentes (INSS ou órgão do regime próprio de previdência,
conforme o caso), devidas por empregado e empregador, incidentes sobre
remunerações pagas pelo Município;
( ... )
( ...)
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
I - (omissis)
1) Com fundamento no art. 711 inciso III da Constituição Estadual, e no art. 1°1 inciso 11 da
Lei Complementar Estadual n.O 18/93 JULGUE IRREGULARES as contas do ordenador de
1
2) APLIQUE MUL TA ao Chefe do Poder Leçislatívo, Sr. Célio Cordeiro Alves no valor de
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R$ 1.500 00 (um mil e quinhentos reais), com base no que dispõe o art. 56 inciso III da Lei
1 1
°
Complementar Estadual n. 18/93 - LOTCE/PB.
alínea "a", da Lei Estadual n.? 7.201/ de 20 de dezembro de 2002 cabendo à Procuradoria
1
Geral do Estado da Paralba, no interstício máximo de 30 (trinta) dias após o término daquele
período, velar pelo seu integral cumprimento, sob pena de intervenção do Ministério Público
Estadual, na hipótese de omissão, tal como previsto no art. 711 § 4°1 da Constituição do
Estado da Paraíba e na Súmula n.? 40 do ego Tribunal de Justiça do Estado da
l
Paraíba - TJ/PB.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
5) Com fulcro no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, caput, da Constituição Federal,
COMUNIQUE à Delegacia da Receita Federal do Brasil, em Campina Grande/PB, acerca da
falta de retenção e recolhimento da maior parte das contribuições previdenciárias, devidas
por empregado e empregador, incidentes sobre a folha de pagamento da Câmara Municipal
de São Vicente do Seridó/PB, nela incluídos os subsídios pagos aos Vereadores Comuna,
durante todo o exercício financeiro de 2006.
6) Também com base no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, cabeça, da Lei Maior, REMETA
cópias das peças técnicas, fls. 291/298 e 397/399, do parecer do Ministério Público Especial,
fls. 401/406, e desta decisão à augusta Procuradoria Geral de Justiça do Estado da Paraíba e
à respeltével-Procuradcrla da República na Paraíba, para as providências cabíveis.
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