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secretahêiõfr'bunal Pleno

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO TC N.O 02534/07

Objeto: Prestação de Contas Anuais


Relator: Auditor Renato Sérgio Santiago Melo
Responsável: Célio Cordeiro Alves
Advogados: Dr. Rodrigo dos Santos Lima e outro

EMENTA: PODER LEGISLATIVO MUNICIPAL - PRESTAÇÃO DE


CONTAS ANUAIS - PRESIDENTE DE CÂMARA DE VEREADORES -
ORDENADOR DE DESPESAS- APRECIAÇÃO DA MATÉRIA PARA FINS
DE JULGAMENTO - ATRIBUIÇÃO DEFINIDA NO ART. 71, INCISO 11,
DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DA PARAÍBA, E NO ART. 1°,
INCISO I, DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N.o 18/93 -
Insuficiência financeira para saldar os compromissos de curto
prazo - Incompatibilidade entre os valores da despesa com pessoal
e da receita corrente líquida apresentados no RGF do segundo
semestre do exercício e aqueles apurados na prestação de contas -
Ausência de empenhamento, pagamento e contabilização de
obrigações patronais devidas ao INSS - Omissão de informação no
SAGRES quanto à realização de licitações - Contratação de
profissionais para serviços típicos da administração pública sem a
realização de prévio concurso público - Falta de retenção e
recolhimento das contribuições previdenciárias incidentes sobre a
folha de pagamento da Edilidade - Transgressão a dispositivos de
natureza constitucional, infraconstitucional e regulamentar -
Necessidade imperiosa de imposição de penalidade - Eivas que
comprometem o equilíbrio das contas, ex vi do disposto no Parecer
Normativo n.o 52/2004. Irregularidade. Aplicação de multa.
Concessão de prazo para recolhimento. Recomendações.
Representações.

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Vistos, relatados e discutidos os autos da PRESTAÇÃO DE CONTAS ANUAIS DO PRESIDENTE


DA CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO VICENTE DO SERIDÓjPB, relativa ao exercício financeiro de
2006, SR. CÉLIO CORDEIRO AL VE.5, acordam, por unanimidade, os Conselheiros integrantes
do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAÍBA, em sessão plenária realizada nesta
data, na conformidade da proposta de decisão do relator a seguir, em:

1) JULGAR IRREGULARES as referidas contas.

2) APLICAR MUL TA ao Chefe do Poder Legislativo, Sr. Célio Cordeiro Alves, no valor de
R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais), com base no que dispõe o art. 56, inciso 11, da Lei
Complementar Estadual n.? 18/93 - LOTCE/PB.

3) CONCEDER-LHE o prazo de 60 (sessenta) dias para recolhimento voluntário da penalidad-e -""'-


ao Fundo de Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal, conforme previsto -q'rt.-3°, ).
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSOTC N.o 02534/07

alínea "a", da Lei Estadual n.o 7.201, de 20 de dezembro de 2002, cabendo à Procuradoria
Geral do Estado da Paraíba, no interstício máximo de 30 (trinta) dias após o término daquele
período, velar pelo seu integral cumprimento, sob pena de intervenção do Ministério Público
Estadual, na hipótese de omissão, tal como previsto no art. 71, § 4°, da Constituição do
Estado da Paraíba, e na Súmula n.o 40 do ego Tribunal de Justiça do Estado da
Paraíba - TJ/PB.

4) ENVIAR recomendações no sentido de que o Presidente da Câmara não repita as


irregularidades apontadas no relatório dos peritos da unidade técnica deste Tribunal e
observe, sempre, os preceitos constitucionais, legais e regulamentares pertinentes.

5) Com fulcro no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, caput, da Constituição Federal, COMUNICAR
à Delegacia da Receita Federal do Brasil, em Campina Grande/Pô, acerca da falta de
retenção e recolhimento da maior parte das contribuições previdenciárias, devidas por
empregado e empregador, incidentes sobre a folha de pagamento da Câmara Municipal de
São Vicente do Seridó/PB, nela incluídos os subsídios pagos aos Vereadores Comuna,
durante todo o exercício financeiro de 2006.

6) Também com base no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, cabeça, da Lei Maior, REMETER
cópias das peças técnicas, fls. 291/298 e 397/399, do parecer do Ministério Público Especial,
fls. 401/406, e desta decisão à augusta Procuradoria Geral de Justiça do Estado da Paraíba e
à respeitável Procuradoria da República na Paraíba, para as providências cabíveis.

Presente ao julgamento o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas


Publique-se, registre-se e intime-se.
TCE - Plenário Ministro João Agdpino

João Pessoa, jU de .,~/ (;t/A t~ de 2008

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Auditor Rena o s~r~io' Santiago,Melo
Re'rtor

presente~
Represe~e
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do Ministério Público Especial \:)
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PROCESSOTC N.o 02534/07

Cuidam os presentes autos do exame das contas do Presidente da Câmara Municipal de São
Vicente do Seridó/PB, relativas ao exercício financeiro de 2006, Sr. Célio Cordeiro Alves,
apresentadas a este ego Tribunal em 02 de abril de 2007, mediante o
OF/GP/BALANÇO/N.o/001/2007, datado de 28 de março do mesmo ano, fI. 02.

Os peritos da Divisão de Auditoria da Gestão Municipal VI - DIAGM VI, com base nos
documentos insertos nos autos, emitiram o relatório inicial de fls. 291/298, constatando,
sumariamente, que: a) as contas foram apresentadas ao TCE/PB no prazo legal; b) a Lei
Orçamentária Anual - Lei Municipal n.o 24/2005 - estimou as transferências em
R$ 211.728,00 e fixou a despesa em igual valor; c) a receita orçamentária efetivamente
transferida, durante o exercício, foi da ordem de R$ 221.728,00, correspondendo a 104,72%
da previsão originária; d) a despesa orçamentária, realizada no período, atingiu o montante
de R$ 221.728,00, representando, também, 104,72% dos gastos fixados; e) o total da
despesa do Poder Legislativo alcançou o percentual de 6,48% do somatório da receita
tributária e das transferências efetivamente arrecadadas no exercício anterior pela
Urbe - R$ 3.419.513,65; f) os gastos com folha de pagamento da Câmara Municipal
abrangeram a importância de R$ 142.427,17 ou 64,24% dos recursos transferidos; e g) a
receita extra-orçamentária acumulada no exercício, bem como a despesa extra-orçamentária
executada no mesmo período, atingiram, cada uma, a soma de R$ 40.351,79.

Quanto aos subsídios dos Vereadores, verificaram os técnicos da DIAGM VI que:


a) os Membros do Poder Legislativo da Comuna receberam subsídios de acordo com o
disciplinado no art. 29, inciso VI, da Lei Maior; b) os estipêndios dos Edis estiveram dentro
dos limites instituídos na Lei Municipal n.o OS/2004; e c) os vencimentos totais recebidos no
exercício pelos Vereadores, inclusive o do Chefe do Legislativo, alcançaram o montante de
R$ 114.000,00, correspondendo a 2,20% da receita orçamentária efetivamente arrecadada
no exercício pelo Município - R$ 5.185.253,23.

No tocante aos aspectos relacionados à gestão fiscal, destacaram os analistas da unidade de


instrução que: a) a despesa total com pessoal do Poder Legislativo alcançou a soma de
R$ 172.336,88 ou 2,84% da Receita Corrente Líquida - RCL da Comuna - R$ 6.073.930,77;
b) os Relatórios de Gestão Fiscal - RGF dos dois semestres do período foram enviados ao
Tribunal dentro do prazo, porém, sem comprovação da publicação do relatório referente ao
segundo semestre; e c) a execução orçamentária evidenciou, no final do exercício, a
inexistência de disponibilidades financeiras e a subsistência de compromissos a pagar de
curto prazo, no montante de R$ 26.247,97.

Ao final, os inspetores da Corte apontaram as seguintes irregularidades: a) insuficiência


financeira para saldar compromissos de curto prazo, na importância de R$ 26.247,97;
b) carência de comprovação da publicação do Relatório de Gestão Fiscal - RGF do segundo
semestre do exercício; c) incompatibilidade de informações entre o RGF - 20 semestre ~.a
Prestação de Contas Anuais - PCA; d) ausência de empenho de obrigações patronais na
soma de R$ 26.247,97, infringindo o disposto no art. 18, § 2°, da Lei de Responsabi' ac!~ )--:.
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Fiscal - LRF; e) despesa não licitada, no montante de R$ 37.602,00; e f) diferença entre as


consignações do INSS, parte empregado (receita e despesa extra-orçamentárias), não retida
nem recolhida em 2006, totalizando R$ 8.767,43.

Processadas as devidas citações, fls. 2991305, o responsável técnico pela contabilidade da


Câmara Municipal de São Vicente do SeridójPB, Dr. Sérgio Marcos Torres da Silva, deixou o
prazo transcorrer sem qualquer manifestação acerca das falhas contábeis apontadas.

Já o Presidente do Poder Legislativo, Sr. Célio Cordeiro Alves, apresentou contestação,


fls. 306/394, na qual juntou documentos e argumentou, em síntese, que: a) as contribuições
previdenciárias, devidas por empregado e empregador, não foram recolhidas na época, mas
já foram confessadas junto ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, negociadas e
parceladas; b) a comprovação da publicação do RGF - 2° semestre foi anexada aos autos;
c) a incompatibilidade de informações entre o RGF e a PCA refere-se apenas à Receita
Corrente Líquida - RCL e o relatório foi refeito com a correção da distorção; e d) as licitações
reclamadas foram realizadas, consoante cópias ora apresentadas.

Encaminhados os autos à unidade técnica, esta, examinando a referida peça processual de


defesa, emitiu o relatório de fls. 397/399, onde considerou elididas as eivas concernentes à:
a) carência de comprovação da publicação do Relatório de Gestão Fiscal - RGF do segundo
semestre do exercício; e b) despesa não licitada, no montante de R$ 37.602,00. Em seguida,
manteve in totum o seu posicionamento exordial relativamente às demais máculas.

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, ao se pronunciar sobre a matéria, emitiu o


parecer de fls. 401/406, opinando pelo (a): a) irregularidade das contas do Presidente da
Câmara Municipal de São Vicente do Seridó, Sr. Célio Cordeiro Alves, relativas ao exercício
financeiro de 2006; b) aplicação de multa pessoal ao referido gestor, com arrimo no art. 56,
incisos U e lU, da Lei Orgânica desta Corte; c) representação com remessa de cópias das
peças pertinentes ao INSS (Gerência Executiva e DELEPREV) e ao MPT (Procuradoria
Regional do Trabalho da na Região) e MPU - Procuradoria da República na Paraíba, para
apurar o recolhimento a menor das contribuições previdenciárias; e d) recomendação ao
atual Presidente da Câmara Municipal de São Vicente do Seridó para proceder à condução do
Parlamento Mirim com estrita observância aos princípios norteadores da Administração
Pública, evitando incorrer nas falhas e irregularidades descritas.

Solicitação de pauta, conforme fls. 407/408 dos autos.

É o relatório.

Examinando o conjunto probatório encartado aos autos, constata-se que as contas


apresentadas pelo Presidente da Câmara Municipal de São Vicente do Seridó/PB, Sr. ia r

Cordeiro Alves, relativas ao exercício financeiro de 2006, revelam diversas irregulari des
remanescentes. Com efeito, conforme destacado pelos especialistas deste Sin' . .de
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Contas, verifica-se ab inltio uma insuficiência financeira para saldar compromissos de curto
prazo, da ordem de R$ 26.247,97, fls. 296/297. Enquanto o saldo financeiro conciliado em
31 de dezembro era ZERO, fls. 14 e 164, os compromissos, a título de OUTRAS
OBRIGAÇÕES FINANCEIRAS A PAGAR, somaram R$ 26.247,97, evidenciando uma
insuficiência de mesmo valor. Tais compromissos referem-se às obrigações patronais devidas
ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, mas não empenhadas em 2006. Sendo assim,
fica caracterizada flagrante transgressão ao estabelecido no art. 42, da festejada Lei de
Responsabilidade Fiscal- Lei Complementar Nacional n.O 101/2000 -, in verbis.

Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos
últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigações de
despesas que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que
tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente
disponibilidade de caixa para este efeito.

Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão


considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do
exercício.

Neste sentido, é importante frisar que a referida mácula, de tão grave, pode constituir crime
contra as finanças públicas previsto no art. 359-C, do Código Penal brasileiro (Decreto-lei
n.o 2.848, de 07 de dezembro de 1940), incluído pela Lei Nacional n.o 10.028, de 19 de
outubro de 2000, verbatim:

Art. 359-(, Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos


quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não
possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser
paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de
disponibilidade de caixa:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

No que se refere ao Relatório de Gestão Fiscal - RGF do segundo semestre do período,


fls. 45/51, foi observado pelos peritos do Tribunal, fI. 296, que os dados nele constantes
apresentaram imperfeições técnicas, notadamente no que respeita à ausência de registro de
despesas com pessoal, na importância de R$ 26.247,97, relativas a obrigações patronais
devidas no período. Além disso, o valor da Receita Corrente Líquida - RCL informado no
último RGF, R$ 6.601.273,80, também diferiu do valor calculado pela unidade de instrução,
R$ 6.073.930,77, com base nos dados constantes no Sistema de Acompanhamento e Gestão
dos Recursos da Sociedade - SAGRES, fI. 289. Assim, enquanto os gastos com pessoal do
Poder Legislativo totalizaram, na verdade, R$ 172.336,88 ou 2,84% da Receita corr.rfe-~~",

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Líquida - RCL do exercício, R$ 6.073.930,77, a importância registrada no RGF d 2° ')
semestre foi de apenas R$ 146.088,91 ou 2,21% da RCL nele informada, R$ 6.601r ../..~-_
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Tal fato, além de demonstrar um certo desprezo da autoridade responsável aos preceitos
estabelecidos na lei instituidora de normas gerais de direto financeiro para elaboração e
controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
°
Federal - Lei Nacional n. 4.320/64 -, prejudica a transparência das contas públicas
pretendida com o advento da reverenciada Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, onde o RGF
figura como instrumento dessa transparência, conforme preceituam o seu art. 10, § 1°, e o
seu art. 48, respectivamente, verbo ad verbum:

Art. 10. (omissis)

§ 10 A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a acão planejada e


transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de
afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas
de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições
no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da
seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de
crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e
inscrição em Restos a Pagar.

Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será
dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os
planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de
contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução
Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas
destes documentos. (grifos inexistentes no texto de origem)

Igualmente inserida no grupo das irregularidades constatadas na instrução do feito, tem-se a


falta de empenhamento, pagamento e contabilização das contribuições previdenciárias
patronais devidas pelo Poder Legislativo ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, no
valor de R$ 26.247,97, fI. 295. A citada eiva, além de provocar inúmeros reflexos negativos
nas contas, conforme já comentado, representa séria ameaça ao equilíbrio financeiro e
atuarial que deve perdurar nos sistemas previdenciários, com vistas a resguardar o direito
dos segurados em receber seus benefícios no futuro, tudo em ardente desrespeito ao
disposto no art. 195, inciso I, alínea "a", da Constituição Federal, c/c o art. 22, incisos I e lI,
alínea "a", da Lei Nacional n.o 8.212/91 (Lei de Custeio da Previdência Social),
respectivamente, ipsis litteris:

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí~,t!,

das seguintes contribuições SOciaiS~: /~ f::;"


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PROCESSO TC N.O 02534/07

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da


lei, incidentes sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou


creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviços, mesmo
sem vínculo empregatício;

Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social,


além do disposto no art. 23, é de:

I - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou


creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e
trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o
trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos
habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de
reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo
tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da
lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou
sentença normativa.

II - para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da


Lei n.? 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do
grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos
ambientais do trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas,
no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:

a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o


risco de acidentes do trabalho seja considerado leve; (nossos grifas)

Importa notar que a ausência de contabilização das obrigações patronais devidas em 2006,
R$ 26.247,97, resulta, também, na imperfeição dos demonstrativos contábeis que compõem
a Prestação de Contas Anuais - PCA, pois deixaram de refletir a realidade orçamentária,
financeira e patrimonial do Poder Legislativo Municipal. Essa omissão termina por prejudicar
a análise dos técnicos desta Corte de Contas e compromete sobremaneira a confiabilidade
dos registros contábeis da Câmara Municipal de São Vicente do Seridó, ficando novamente
caracterizado o desprezo da autoridade responsável aos preceitos estabelecidos na já
mencionada Lei Nacional n. o 4.320/64.

Quanto à contribuição previdenciária dos segurados, os analistas da unidade de instrução


verificaram que o Poder Legislativo da Urbe reteve e recolheu no exercício sub studio apenas
R$ 2.128,25, fls. 21 e 165/166. Entretanto, a quantia que deveria ter sido retida no período
era da ordem de R$ 10.895,68, ou seja, 7,65% do total da folha de pessoal, contabilizada no
elemento de despesa 11 - VENCIMENTOS E VANTAGENS FIXAS, R$ 142.427,17, fls. 07 e
162/163. Logo, deixaram de ser retidos e recolhidos à autarquia previdenciária federal
R$ 8.767,43 CR$ 10.895,68 - R$ 2.128(25). Mais uma vez, o equilíbrio financeiro e atuarial
do sistema previdenciário foi ameaçado, comprometendo o direito dos segurados em receber
seus benefícios futuramente. / r: / \\~'
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Neste ponto, impende comentar que a maior parte dos dispêndios com a folha de pessoal
em 2006, R$ 142.427,17, corresponde à folha de pagamento dos Vereadores,
R$ 114.000,00, fI. 294, cujos contracheques constantes dos autos, fls. 181/283, demonstram
que não houve retenção da contribuição devida ao INSS. A importância devida pelos Edis era
de R$ 8.721,00, ou 7,65% de R$ 114.000,00. Sendo assim, pode-se concluir que, dos
R$ 8.767,43 não retidos nem recolhidos à Previdência Social, R$ 8.721,00 representa a
parcela devida pelos agentes políticos.

Ressalte-se, portanto, que a ausência de retenção e recolhimento das contribuições


previdenciárias dos segurados incidentes sobre os subsídios pagos aos agentes políticos do
Parlamento Mirim, na soma de R$ 8.721,00, vai de encontro ao preconizado no art. 195,
inciso Il, da Carta Constitucional, c/c o estabelecido no art. 12, inciso I, alínea "j", da Lei
Nacional n.o 8.212/91 - Lei de Custeio da Previdência Social -, na sua atual redação dada
°
pela Lei Nacional n. 10.887, de 18 de junho de 2004, verbum pro verbo:

Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes


pessoas físicas:

I - como empregado:

a) ( ...)

j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que


não vinculado a regime próprio de previdência social; (grifamos)

É importante frisar que as situações ora descritas, que dizem respeito às contribuições
previdenciárias, devidas por empregado e empregador, e não recolhidas à Previdência Social,
podem ser enquadradas como atos de improbidade administrativa que atentam contra os
princípios da administração pública, conforme estabelece o art. 11, inciso I, da lei que dispõe
sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no
exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou
fundacional - Lei Nacional n.o 8.429, de 02 de junho de 1992 -, in verbis.

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os


princípios da Administração Pública qualquer ação ou omissão que viole os
deveres da honestidade, imparcialidade, legalidade e a lealdade às
instituições, e notadamente:

I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso


daquele previsto, na regra de competência; (grifas ausentes no original)
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Em relação às despesas inicialmente apontadas como não licitadas, no total de


R$ 37.602,00, a defesa trouxe aos autos cópias dos processos realizados, quais sejam, a
Inexigibilidade n.O 01/2006, para a contratação de serviços contábeis, e o Convite
°
n. 02/2005, com vistas à locação de veículo, fls. 311/394. Embora os inspetores deste
Pretório de Contas tenham considerado elidida a irregularidade inicial, cabe destacar que
nenhum dos procedimentos foi informado no Sistema de Acompanhamento da Gestão dos
Recursos da Sociedade - SAGRES em 2006, fi. 54. Portanto, o gestor da Casa Legislativa,
Sr. Célio Cordeiro Alves, não cumpriu a determinação consignada no art. 1°,
parágrafo único, inciso III, da Resolução Normativa RN - TC - 04/2004, que dispõe sobre o
encaminhamento dos balancetes mensais, por meios informatizado e documental, pelas
unidades gestoras da administração pública direta e indireta dos Municípios, vejamos:

Art. 10 - Os gestores públicos municipais enviarão ao Tribunal de Contas do


Estado, até o último dia útil do mês seguinte ao de referência, os balancetes
mensais da administração direta abrangendo os atos de gestão praticados
no mês a que se referirem, por meios magnético e documental.

Parágrafo único - As informações a serem enviadas compreenderão:

1-( ...)

11I - Os procedimentos Iicitatórios, contratos e aditivos; (grifos nossos)

°
Especificamente, acerca do Convite n. 02/2005, objetivando a locação de veículo tipo
passeio, faz-se necessário comentar que a licitação foi homologada em 07 de março de 2005
e o contrato, firmado na mesma data, destinou-se a cobrir um período de 22 (vinte e dois)
meses a contar da sua assinatura, fls. 367/370. Ou seja, a sua duração foi até o final do
exercício financeiro seguinte (2006) e ultrapassou a vigência dos respectivos créditos
orçamentários, contrariando o disposto no art. 57, caput, da respeitada Lei de Licitações e
Contratos Administrativos °
- Lei Nacional n. 8.666/93, que admite apenas algumas
exceções.

No tocante à contratação de serviços técnicos de assessoria contábil, no valor anual de


R$ 18.000,00, mediante a utilização de procedimento administrativo de inexigibilidade de
licitação, constata-se que a Chefe do Poder Legislativo da Comuna, Vereador Célio Cordeiro
Alves, fundamentou sua conduta com o disposto no art. 25, inciso II, do Estatuto de
Licitações e Contratos Administrativos, in verbis.

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição,


em especial:

I - (omissis)
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II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta


Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória
especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e
divulgação; (grifos inexistentes no texto de origem)

Com efeito, a referida autoridade considerou tais serviços como de natureza especializada e
singular, impossibilitando, por conseguinte, a competição entre os possíveis prestadores.
Entrementes, em que pese as recentes decisões deste Pretório de Contas acerca da
admissibilidade da utilização de procedimento de inexigibilidade de licitação para a
contratação de serviços contábeis, guardo reservas em relação a esse entendimento por
considerar que essas despesas não se coadunam com aquela hipótese, tendo em vista não
se tratar de atividades extraordinárias que necessitem de profissionais altamente habilitados
na sua área, sendo, na realidade, atividades rotineiras da Casa Legislativa.

Nessa linha de entendimento, devemos citar o posicionamento, acerca da singularidade dos


serviços técnicos, exarado pelo eminente doutrinador Marçal Justen Filho, que, em sua obra
intitulada Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 5 ed., São Paulo:
Dialética, 1998, p. 262, assim se manifesta, verbatim:

Como já observado, a natureza singular não é propriamente do serviço, mas


do interesse público a ser satisfeito. A peculiaridade do serviço público é
refletida na natureza da atividade a ser executada pelo particular. Surge,
desse modo, a singularidade.

Com o intuito unicamente de exemplificar o posicionamento das diversas Cortes de Contas


tupiniquins a respeito do assunto, transcrevemos decisão prolatada pelo egrégio Tribunal de
Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCEjRJ, verbo ad verbum:

Contrato. Inexigibilidade de Licitação. Nulidade do Contrato e Multa. .É.


indispensável que os serviços técnicos sejam de natureza singular, assim
não é bastante que o profissional tenha notória especialização. Existindo
dois ou mais competidores aptos a oferecer os serviços necessários, a
Administração terá de submeter-se à licitação. (TCE/RJ, Cons. Humberto
Braga, RTCE/RJn.o 29, jul./set./1995, p. 151) (nosso grifo)

Além do mais, como a propna norma preconiza, deve ficar evidenciada a notória
especialização do prestador dos serviços para se configurar a hipótese de inexigibilidade de
licitação. Nos autos, nada existe que suscite a manifesta especialização da empresa PRESTE
CONTAS - CONTABILIDADE, CONSULTORIA E AUDITORIA PÚBLICA LTDA. contratada pelo
Poder Legislativo de São Vicente do SeridójPB. Nesse sentido, reproduzimos entendimento
do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo - TCEjSP, ipsis littetis:
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSOTC N.o 02534/07

Contratação de serviços técnicos profissionais especializados. Notória


especialização. Inexigibilidade de licitação. Singularidade. O Decreto-lei n.o
2.300/96 já contemplava a espécie como de inexigibilidade de licitação,
desde que evidenciada a natureza singular dos serviços. Tem natureza
singular esses serviços, quando, por conta de suas características
particulares, demandem para a respectiva execução, não apenas habilitação
legal e conhecimentos especializados, mas também, ciência, criatividade e
engenho peculiares, qualidades pessoais insuscetíveis de submissão a
julgamento objetivo e por isso mesmo inviabilizadoras de qualquer
competição. (TCE/SP, TC - 133.537/026/89, Cons. Cláudio Ferraz de
Alvarenga, 29 novo 1995) (grifamos).

Por sua vez, o colendo Tribunal de Contas da União - TCU estabilizou seu posicionamento
acerca da matéria em análise através da, sempre atual, Súmula n.o 39, de 28 de dezembro
de 1973, verbum pro verbo:

A dispensa de licitação para a contratação de serviços com profissionais ou


firmas de notória especialização, de acordo com alínea "d" do art. 126, § 2°,
do Decreto-lei 200, de 25/02/67, só tem lugar quando se trate de serviço
inédito ou incomum, capaz de exigir, na seleção do executor de confiança,
um grau de subjetividade, insuscetível de ser medido pelos critérios
objetivos de qualificação inerentes ao processo de licitação. (grifo ausente
no original)

Caminhando na esteira do raciocínio implementado pelo respeitável TCU, manifestou-se o


Tribunal de Contas do Estado do Paraná - TCE/PR, in verbis:

Licitação. Obrigatoriedade. Advogado. Contratação direta de advogado, com


base no art. 25, lI, da LF 8.666/93. Impossibilidade, tendo em vista que a
notória especialização só tem lugar quando se trata de serviço inédito ou
incomum. (TCEjPR, TC - 50.210/94, ReI. Cons. João Feder, RTCE, n.? 113,
jan/rnar 1995, p. 130) (grifas nossos)

No âmbito judicial, verificamos que Superior Tribunal de Justiça - STJ tem se posicionado
pela necessidade da efetiva comprovação da inviabilidade de competição para a
implementação do procedimento de inexigibilidade de licitação, consoante podemos verificar
do extrato de ementa transcrito a seguir, senão vejamos:
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSOTC N.o 02534/07

CRIMINAL. RESP. CRIME COMETIDO POR PREFEITO. COMPETÊNCIA


ORIGINÁRIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. REJEIÇÃO DA DENÚNICA.
CONTRATAÇÃO DE ADVOGADO E DE EMPRESA DE AUDITORIA PELO
MUNICÍPIO. INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO. INVIABILIDADE DE
COMPETIÇÃO NÃO DEMONSTRADA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
I - A inviabilidade de competição, da qual decorre a inexigibilidade de
licitação, deve ficar adequadamente demonstrada, o que não ocorreu
in casu. ( ... ) (STJ - sa Turma - RESP nO 704.10SjMG, ReI. Ministro Gilson
Dlpp, Diário da Justiça, 16 mai, 2005, p, 402) (grifos inexistentes no texto
de origem)

Especificamente em relação aos serviços de assessorias contábil, o gestor da Câmara


Municipal de São Vicente do Seridó/PB deveria ter realizado o devido concurso público para a
contratação do profissional. Neste sentido, cabe destacar que a ausência do certame público
para seleção de servidores afronta os princípios constitucionais da impessoalidade, da
moralidade administrativa e da necessidade de concurso público, devidamente estabelecidos
na cabeça e no inciso II, do art. 37, da Carta Magna, verbatim:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
e, também, ao seguinte:

I -(omissis)

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação


prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com
a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em
lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de
livre nomeação e exoneração; (nossos grifos)

Abordando o tema em disceptação, o insigne Procurador do Ministério Público de Contas,


Dr. Marcílio Toscano Franca Filho, nos autos do Processo TC n.O 02791/03, epilogou de
forma bastante clara uma das facetas dessa espécie de procedimento adotado por grande
parte dos gestores municipais, verbo ad verbum:

Não bastassem tais argumentos, o expediente reiterado de certos


advogados e contadores perceberem verdadeiros "salários" mensais da
Administração Pública, travestidos em "contratos por notória especialização",
em razão de serviços jurídicos e contábeis genéricos, constitui burla ao
imperativo constitucional do concurso público. Muito fácil ser profissional
"liberal" às custas do erário público. Não descabe lembrar que o concurso
público constitui meritório instrumento de índole democrática~ que , isa :
apurar aptidões na seleção de candidatos a cargos públicos, g .' indo /.
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSOTC N.o 02534/07

impessoalidade e competência. JOÃO MONTEIRO lembrara, em outras


palavras, que só menosprezam os concursos aqueles que lhes não sentiram
as glórias ou não lhes absorveram as dificuldades. (grifamos)

Comungando com o supracitado entendimento, reportamo-nos, desta feita, à jurisprudência


do respeitável Supremo Tribunal Federal - STF, verbum pro verbo:

AÇÃO POPULAR - PROCEDÊNCIA - PRESSUPOSTOS. Na maioria das vezes,


a lesividade ao erário público decorre da própria ilegalidade do ato
praticado. Assim o é quando dá-se a contratação, por município, de serviços
que poderiam ser prestados por servidores, sem a feitura de licitação e sem
que o ato tenha sido precedido da necessária justificativa. (STF - 2a
Turma - RE nO 160.381/SP, ReI. Ministro Marco Aurélio, Diário da Justiça,
12 ago. 1994, p. 20.052)

Feitas essas colocações, merece destaque o fato de que três das eivas encontradas nos
presentes autos são suficientes para o julgamento irregular da prestação de contas
sub judice, conforme determinam os itens "2", "2.5" e "2.9" c/c o item "6" do parecer que
uniformiza a interpretação e análise, pelo Tribunal, de alguns aspectos inerentes às
Prestações de Contas dos Poderes Municipais (Parecer Normativo PN - TC - 52/2004),
ipsis litteris:

2. Constituirá motivo de emissão, pelo Tribunal, de PARECER CONTRÁRIO à


aprovação de contas de Prefeitos Municipais, independente de imputação de
débito ou multa, se couber, a ocorrência de uma ou mais das irregularidades
a seguir enumeradas:

2.1. (omissis)

( ...)
2.5. não retenção e/ou não recolhimento das contribuições previdenciárias
aos órgãos competentes (INSS ou órgão do regime próprio de previdência,
conforme o caso), devidas por empregado e empregador, incidentes sobre
remunerações pagas pelo Município;

( ... )

2.9. incompatibilidade não justificada entre os demonstrativos, inclusive


contábeis, apresentados em meios físico e magnético ao Tribunal;

( ...)
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSOTC N.o 02534/07

6. O Tribunal julgará irregulares as Prestações de Contas de Mesas de


Câmaras de Vereadores que incidam nas situações previstas no item 2, no
que couber, realizem pagamentos de despesas não previstas em lei,
inclusive remuneração em excessoe ajudas de custos indevidas aos edis ou
descumprimento dos limites da Lei de ResponsabilidadeFiscal e de decisões
deste Tribunal. (grifos ausentes no original)

Por fim, ante as transgressões a disposições normativas do direito objetivo pátrio,


decorrentes da conduta implementada pelo Chefe do Poder Legislativo da Comuna de São
Vicente do Seridó, Sr. Célio Cordeiro Alves, durante o exercício financeiro de 2006, resta
configurada a necessidade imperiosa de aplicação da multa de até R$ 2.805,10 - valor
atualizado pela Portaria n.o 039/06 do TCE/PB -, prevista no art. 56 inciso III da referida
1

Lei Orgânica do TCE/PB - Lei Complementar Estadual n.? 18/93 in verbis.


1

Art. 56 - O Tribunal pode também aplicar multa de até Cr$ 50.000.000,00


(cinqüenta milhões de cruzeiros) aos responsáveis por:

I - (omissis)

II - infração grave a norma legal ou regulamentar de natureza contábil,


flnancelra, orçamentária, operacional e patrimonial;

Ex positis, proponho que o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba:

1) Com fundamento no art. 711 inciso III da Constituição Estadual, e no art. 1°1 inciso 11 da
Lei Complementar Estadual n.O 18/93 JULGUE IRREGULARES as contas do ordenador de
1

despesas da Câmara Municipal de São Vicente do Seridó/PBI durante o exercício financeiro


de 2006 Vereador Célio Cordeiro Alves.
1

2) APLIQUE MUL TA ao Chefe do Poder Leçislatívo, Sr. Célio Cordeiro Alves no valor de
l

R$ 1.500 00 (um mil e quinhentos reais), com base no que dispõe o art. 56 inciso III da Lei
1 1

°
Complementar Estadual n. 18/93 - LOTCE/PB.

3) CONCEDA-LHE o prazo de 60 (sessenta) dias para recolhimento voluntário da penalidade


ao Fundo de Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal conforme previsto no art. 3°1
l

alínea "a", da Lei Estadual n.? 7.201/ de 20 de dezembro de 2002 cabendo à Procuradoria
1

Geral do Estado da Paralba, no interstício máximo de 30 (trinta) dias após o término daquele
período, velar pelo seu integral cumprimento, sob pena de intervenção do Ministério Público
Estadual, na hipótese de omissão, tal como previsto no art. 711 § 4°1 da Constituição do
Estado da Paraíba e na Súmula n.? 40 do ego Tribunal de Justiça do Estado da
l

Paraíba - TJ/PB.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSOTC N.o 02534/07

4) ENVIE recomendações no sentido de que o Presidente da Câmara não repita as


irregularidades apontadas no relatório dos peritos da unidade técnica deste Tribunal e
observe, sempre, os preceitos constitucionais, legais e regulamentares pertinentes.

5) Com fulcro no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, caput, da Constituição Federal,
COMUNIQUE à Delegacia da Receita Federal do Brasil, em Campina Grande/PB, acerca da
falta de retenção e recolhimento da maior parte das contribuições previdenciárias, devidas
por empregado e empregador, incidentes sobre a folha de pagamento da Câmara Municipal
de São Vicente do Seridó/PB, nela incluídos os subsídios pagos aos Vereadores Comuna,
durante todo o exercício financeiro de 2006.

6) Também com base no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, cabeça, da Lei Maior, REMETA
cópias das peças técnicas, fls. 291/298 e 397/399, do parecer do Ministério Público Especial,
fls. 401/406, e desta decisão à augusta Procuradoria Geral de Justiça do Estado da Paraíba e
à respeltével-Procuradcrla da República na Paraíba, para as providências cabíveis.
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