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TRIBUNAL DE CONTAS.1DàfS~ do .Tribunal Pleno

PROCESSOTC N.o 02201/07

Objeto: Prestação de Contas Anuais


Relator: Auditor Renato Sérgio Santiago Melo
Responsável: Reginaldo Rodrigues de Lima
Advogado: Dr. Fábio Venâncio dos Santos

EMENTA: PODER LEGISLATIVO MUNICIPAL - PRESTAÇÃO DE


CONTAS ANUAIS - PRESIDENTE DE CÂMARA DE VEREADORES -
ORDENADOR DE DESPESAS- APRECIAÇÃO DA MATÉRIA PARA FINS
DE JULGAMENTO - ATRIBUIÇÃO DEFINIDA NO ART. 71, INCISO 11,
DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DA PARAÍBA, E NO ART. 1°,
INCISO I, DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N.O 18/93 -
Subsistência de máculas que, no presente caso, não comprometem
totalmente o equilíbrio das contas. Regularidade com ressalvas.
Recomendações. Representação.

Vistos, relatados e discutidos os autos da PRESTAÇÃO DE CONTAS ANUAIS DO


EX-PRESIDENTE DA CAMARA MUNICIPAL DE BARAÚNA/PB, relativa ao exercício financeiro
de 2006, SR. REGINALDO RODRIGUES DE LIMA, acordam os Conselheiros integrantes do
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAÍBA, em sessão plenária realizada nesta data,
na conformidade da proposta de decisão do relator a seguir, em:

1) JULGAR REGULARES COM RESSAL VAS as referidas contas.

2) ENVIAR recomendações no sentido de que a atual Presidenta da Câmara Municipal de


Baraúna/PB, Sra. Emília de Souza Silva Almeida, não repita as irregularidades apontadas no
relatório dos peritos da unidade técnica deste Tribunal e observe, sempre, os preceitos
constitucionais, legais e regulamentares pertinentes.

3) Com fulcro no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, caput, da Constituição Federal, COMUNICAR
à Delegacia da Receita Federal do Brasil, em Campina Grande/PB, acerca da falta de
recolhimento de parte das contribuições previdenciárias, devidas pelo empregador,
incidentes sobre as remunerações pagas pelo Poder Legislativo de Baraúna/PB, durante o
exercício financeiro de 2006.

Presente ao julgamento o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas


Publique-se, registre-se e intime-se.
TCE - Plenário Ministro João Agripino

João Pessoa, 15 de outubro de 2008


TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSOTC N.o 02201/07

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Auditor Renato Sérg o Santiagã-~elo
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Presente: .
Represent~te do Ministério Público Especial
TRIBUNALDE CONTASDO ESTADO

PROCESSOTC N.o 02201/07

Cuidam os presentes autos do exame das contas do ex-Presidente da Câmara Municipal de


Baraúna/PB, relativas ao exercício financeiro de 2006, Sr. Reginaldo Rodrigues de Lima,
apresentadas a este egoTribunal em 02 de abril de 2007, mediante o Ofício n.O019 - CMB,
datado de 28 de março do mesmo ano, fi. 02.

Os peritos da Divisão de Auditoria da Gestão Municipal VI - DIAGM VI, com base nos
documentos insertos nos autos, emitiram o relatório inicial de fls. 99/105, constatando,
sumariamente, que: a) as contas foram apresentadas ao TCE/PB no prazo legal; b) a Lei
Orçamentária Anual - Lei Municipal n.o 225/2005 - estimou as transferências em
R$ 253.500,00 e fixou a despesa em igual valor; c) a receita orçamentária efetivamente
transferida, durante o exercício, foi da ordem de R$ 261.857,76, correspondendo a 103,30%
da previsão originária; d) a despesa orçamentária realizada também atingiu o montante de
R$ 261.857,76, representando 103,30% dos gastos fixados; e) o total da despesa do Poder
Legislativo alcançou o percentual de 7,43% do somatório da receita tributária e das
transferências efetivamente arrecadadas no exercício anterior pela Urbe - R$ 3.273.129,08;
f) os gastos com folha de pagamento da Câmara Municipal abrangeram a importância de
R$ 144.950,49 ou 55,36% dos recursos transferidos; g) a receita extra-orçamentária
acumulada no exercício, bem como a despesa extra-orçamentária executada no período,
atingiram, cada uma, a soma de R$ 42.886,03.

Quanto aos subsídios dos Vereadores, verificaram os técnicos da DIAGM VI que: a) os


Membros do Poder Legislativo da Comuna receberam subsídios de acordo com o disciplinado
no art. 29, inciso VI, alínea "a", da Lei Maior; b) os estipêndios mensais dos Edis, com
exceção dos recebidos pelo Presidente do Poder Legislativo no mês de maio de 2006,
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estiveram dentro dos limites instituídos na Lei Municipal n. 191/2004, quais sejam,
R$ 2.400,00 para o Chefe do Legislativo e R$ 1.200,00 para os demais Vereadores; e
c) os vencimentos totais recebidos no exercício pelos referidos agentes políticos, inclusive os
do Presidente da Câmara, alcançaram o montante de R$ 108.800,00, correspondendo a
2,54% da receita orçamentária efetivamente arrecadada no exercício pelo
Município- R$ 4.278.744,67.

No tocante aos aspectos relacionados à gestão fiscal, destacaram os analistas da unidade de


instrução que: a) a despesa total com pessoal do Poder Legislativo alcançou a soma de
R$ 173.459,49 ou 3,93% da Receita Corrente Líquida - RCLda Comuna - R$ 4.412.464,90;
b) os Relatórios de Gestão Fiscal - RGFsdos dois semestres do período foram enviados ao
Tribunal dentro do prazo, porém, sem comprovação da publicação do relatório referente ao \\
segundo semestre; e c) a execução orçamentária evidenciou, no final do exercício, a \i
inexistência de disponibilidades financeiras e a subsistência de compromissos a pagar de \. li\,,"
curto prazo, no montante de R$ 5.824,60. \~,, r
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Ao final, os inspetores da Corte apontaram as seguintes irregularidades: a) gastos do Podei -.
Legislativo em percentual superior ao limite estabelecido no art. 29-A, inciso I,! da ') -
Constituição Federal; b) insuficiência financeira para saldar compromissos de curto pr o, n /\~
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importância de R$ 5.824,60; c) carência de comprovação da publicação do Relatório de


Gestão Fiscal - RGF do segundo semestre do exercício; d) incompatibilidade de informações
entre o último RGF e a prestação de contas; e) ausência de empenho, pagamento e
contabilização de parte das obrigações patronais, na soma de R$ 5.824,60, infringindo o
disposto no art. 18, § 2°, da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF; f) incorreta elaboração do
RGF do segundo semestre; g) apresentação de demonstrativos contábeis com incorreções;
h) pagamento a maior de subsídios durante o mês de maio de 2006 ao Presidente da
Câmara Municipal, na importância de R$ 200,00; e i) déficit orçamentário, totalizando
R$ 5.824,60.

Processadas as devidas citações, fls. 106/111, o responsável técnico pela contabilidade da


Câmara Municipal de Baraúna/PB, durante o exercício financeiro de 2006, Dr. Itamar da Silva
Cunha, deixou o prazo transcorrer sem qualquer manifestação acerca das falhas contábeis
detectadas no relatório inicial.

Já o ex-Presidente do Poder Legislativo, Sr. Reginaldo Rodrigues de Lima, apresentou


contestação, fls. 112/130, na qual juntou documentos e argumentou, em síntese, que: a) os
gastos efetuados equivaleram exatamente ao percentual estabelecido; b) as obrigações
patronais estão sendo negociadas junto ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS; c) a
publicação do RGF ocorreu no Jornal Oficial do Poder Legislativo; d) os empenhos das
despesas com obrigações patronais podem ser feitos a qualquer momento pela
administração; e) as imperfeições nos demonstrativos contábeis são decorrentes do não
empenhamento das obrigações patronais; f) o Presidente da Câmara Municipal recebeu no
mês de maio a importância de R$ 1.800,00; e g) o pequeno déficit ocorreu devido ao fato do
setor de contabilidade não ter elaborado um cronograma de despesas com pessoal, com as
retenções de recursos necessárias para efetuar o pagamento do 13° salário, razão pela qual
não foram quitadas partes das obrigações patronais.

Os autos retornaram à unidade técnica, que, ao esquadrinhar a referida peça de defesa,


emitiu posicionamento, fls. 133/135, onde considerou elididas as eivas concernentes à
carência de comprovação da publicação do Relatório de Gestão Fiscal - RGF do segundo
semestre do exercício, à incompatibilidade de informações entre o último RGF e a prestação
de contas, bem como à incorreta elaboração do RGF do segundo semestre. Em seguida,
mantiveram in totum o seu posicionamento exordial relativamente às demais máculas.

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, ao se pronunciar sobre a matéria, emitiu o


parecer de fls. 137/143, opinando pela: a) declaração de atendimento parcial dos requisitos
previstos na Lei Complementar Nacional n.o 101/2000; b) regularidade das contas; e
c) recomendação à atual gestão da Câmara Municipal de Baraúna/PB, no sentido de prevenir
a repetição das falhas acusadas no exercício de 2006.

,')nforme fls. 144/145 dos autos,

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Da análise efetuada pelos peritos deste Sinédrio de Contas, constata-se que todas as
irregularidades remanescentes são originárias da falta de empenhamento, pagamento e
contabilização de parte das contribuições previdenciárias patronais, na importância de
R$ 5.824,60, equivalendo a 20,43% do montante efetivamente devido pela Câmara
Municipal de Baraúna/PB. Com efeito, durante o exercício financeiro de 2006 as obrigações
patronais contabilizadas totalizaram R$ 22.684,40, enquanto que o valor devido no período
ascendeu ao montante de R$ 28.509,00, após a dedução do salário-família diretamente pago
pela Edilidade.

Destarte, referida mácula além de suscitar a imperfeição nas informações contábeis do Poder
Legislativo, representa séria ameaça ao equilíbrio financeiro e atuarial que deve perdurar nos
sistemas previdenciários, com vistas a resguardar o direito dos segurados em receber seus
benefícios no futuro, tudo em ardente desrespeito ao disposto no art. 195, inciso I,
alínea "a", da Constituição Federal, c/c o art. 22, incisos I e Il, alínea "a", da Lei Nacional
n.O 8.212/91 - Lei de Custeio da Previdência Social -, verbatim:

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e
das seguintes contribuições sociais:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da


lei, incidentes sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou


creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviços, mesmo
sem vínculo empregatício;

Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social,


além do disposto no art. 23, é de:

I - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou


creditas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e
trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o
trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos
habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de
reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo '\
tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da \ \
lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou\. . '.. .\
sentença normativa.,~\~~

II - para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei n.o -;


8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau
incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais tio
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trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer


do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:

a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o


risco de acidente do trabalho seja considerado leve;

Também vale ressaltar que o déficit orçamentário, na importância de R$ 5.824,60, registrado


pelos técnicos desta Corte, fls. 99/100, igualmente advém da ausência de empenhamento e
contabilização das obrigações patronais, caracterizando o não atendimento da principal
finalidade pretendida pelo legislador ordinário, através da inserção no ordenamento jurídico
tupiniquim da citada Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, qual seja, a implementação de um
eficiente planejamento por parte dos gestores públicos, com vistas à obtenção do equilíbrio
das contas por eles administradas, conforme estabelece o seu art. 10, § 10, in verbis.

Art. 10. (omissis)

§ 10 A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e


transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de
afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas
de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições
no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da
seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de
crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e
inscrição em Restosa Pagar.

Contudo, em que pese o posicionamento dos peritos do Tribunal, verifica-se que as


impropriedades destacadas não comprometeram integralmente a regularidade das contas
sub examine, haja vista que o gestor, Sr. Reginaldo Rodrigues de Lima, efetuou o
recolhimento de uma grande parte das obrigações patronais devidas durante o exercício de
2006, R$ 22.684,40, equivalendo a 79,57% dos valores devidos. Na verdade, as incorreções
observadas caracterizam falhas que ensejam, além do envio de recomendações, o
julgamento regular com ressalvas, nos termos dos art. 16, inciso Il, e 18 da Lei
Complementar Estadual n.O 18/93, verbo ad verbum:

Art. 16. As contas serão julgadas: (\

I- (omissis) ~J I ~\

II - regulares com ressalva, quando evidenciarem impropriedade ou \ ~\'~


qualquer outra falta de natureza formal de que não resulte dano
Erário;
-~'.\
'J- '.'
\.~4:
~\
~
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Art. 18 - Quando julgar as contas regulares com ressalva, o Tribunal


dará quitação ao responsável e lhe determinará, ou a que lhe haja
sucedido, a adoção de medidas necessárias à correção das
impropriedades ou faltas identificadas, de modo a prevenir a
ocorrência de outras semelhantes.

Ex posltis, proponho que o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba:

1) JULGUE REGULARES COM RESSAL VAS as referidas contas.

2) ENVIE recomendações no sentido de que a atual Presidenta da Câmara Municipal de


Baraúna/PB, Sra. Emília de Souza Silva Almeida, não repita as irregularidades apontadas no
relatório dos peritos da unidade técnica deste Tribunal e observe, sempre, os preceitos
constitucionais, legais e regulamentares pertinentes.

3) Com fulcro no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, caput, da Constituição Federal,
COMUNIQUE à Delegacia da Receita Federal do Brasil, em Campina Grande/PB, acerca da
falta de recolhimento de parte das contribuições previdenciárias, devidas pelo empregador,
incidentes so e as remunerações pagas pelo Poder Legislativo de Baraúna/PB, durante o
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