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lhes sentimos os resultados, da mesma forma como divisamos claramente a luz do sol refletida na
Terra, mas, nunca, a movimentação das partículas que lhe dão origem.
Rastreando a trajetória dessa matéria sutilíssima, urge ressaltar que, a princípio, ela
impregnará todo o nosso "envoltório perispirítico", ficando ali "fotografada", revelando nossas
disposições mais íntimas (Kardec, A Gênese, cap. XIV, item 15).
André Luiz, em várias de suas obras, inclusive naquela anteriormente citada, nos afirma
que todos os seres, dos mais rudimentares aos mais complexos, se revestem de um "halo
energético" que lhes corresponde à natureza.
O Espírito Vianna de Carvalho, na obra intitulada Atualidade do Pensamento Espírita, sob
psicografia de Divaldo Pereira Franco, nos afirma que a “aura” é uma emanação de conteúdo
moral (espiritual), que se exterioriza no perispírito, passando pelo corpo.
Vejam bem: "envoltório perispirítico", "halo energético", “aura” e outras tantas
denominações semelhantes para definir o mesmo princípio.
Por tais razões, asseverou Jesus: "Assim, resplandeça a vossa luz diante dos homens"
(Mt, 5:16). Recomendava-nos o Mestre, seguramente, a ativação dessa luz interior, decorrente de
nossa vida mental, cujos reflexos ultrapassam o corpo físico.
E essa luz externa tem sido avaliada através do método denominado Kirliangrafia, cuja
descoberta é creditada ao casal russo Semyon e Valentina Kirlian, em torno de 1939; muito
embora já houvesse sido desenvolvido anteriormente (1907) pelo padre e cientista brasileiro
Roberto Landell de Moura(1861-1928), sob o nome de Eletrografia.
Dra. Thelma Moss, Psicóloga, Ph.D., Professora da Universidade da Califórnia, Los
Angeles (UCLA), realizou inúmeras experiências utilizando a Kirliangrafia, muitas delas relatadas
em seu livro O Corpo Elétrico. Chegou à conclusão de que a intensidade da luz registrada na
fotografia Kirlian estava diretamente relacionada ao estado de espírito momentâneo. Desse modo,
pensamentos positivos correspondiam à expressivas expansões do campo magnético; ao passo
que, pensamentos de baixa qualidade, resultavam na anulação quase total da luminosidade.
E o que dizer, então, da influência do pensamento em nosso organismo?
A fim de aquilatarmos da maneira mais simples possível essa influência, visualizemos, por
exemplo, uma cena habitual em nosso ambiente de trabalho: A hora do almoço se aproxima,
quando alguém se levanta e diz: "Agora eu vou pra casa comer uma bela macarronada...".
Naquele momento, o colega de trabalho, antes entretido em seu ofício, ao registrar aquelas
palavras, passa a imaginar como seria aquela massa e, no mesmo instante, começa a sentir uma
excessiva salivação; popularmente falando, sua "boca enche-se d'água". Não há, naquele
momento, a presença da refeição desejada, nem, tampouco, o seu aroma, mas, tão somente, a sua
imagem projetada pela mente. De maneira semelhante ocorre quando estamos assistindo a um
filme, devidamente concentrados, até que surge o intervalo comercial, e, de repente, a cena de um
refrigerante gelado e borbulhante a se revolver no copo em meio a alguns cubos de gelo;
imediatamente, então, uma sede incontrolável nos domina, como resultado da cena registrada e
codificada mentalmente, através do cérebro.
Assim também se dá quando, à noite, em casa, contamos aos familiares fatos
desagradáveis ocorridos durante o dia, e percebemos que, tal qual no momento em que eles se
deram, nosso semblante torna-se novamente carregado, o batimento cardíaco reassume a
freqüência desequilibrada e a respiração, outra vez, mostra-se ofegante. Tudo isso porque recordar
o mal é trazê-lo à tona com todos os seus matizes. Isso vale também, obviamente, para as boas
lembranças que, pelo mesmo mecanismo, ocasionarão reações somáticas de satisfação e bem-
estar.
O Espírito Emmanuel, na obra intitulada Pensamento e Vida (lição 15-Saúde) sob
psicografia de Francisco Cândido Xavier, nos ensina que a cólera e o desespero, a crueldade e a
intemperança criam zonas mórbidas no organismo, levando imenso desequilíbrio às células
humanas, por resultar na anulação quase integral de suas defesas. É assim que, muitas vezes,
complementa ele, a tuberculose e o câncer, a lepra e a ulceração aparecem como fenômenos
secundários, residindo a causa primária no desalinho de nossa conduta mental.
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adultos destituídos dos respectivos mecanismos de defesa, em razão de uma conduta moral
desatenta.
A Parapsicologia também registra em seus postulados o fenômeno intitulado telecinésia
(ou telecinesia), que é uma potencialidade anímica, presente em certas pessoas, que as torna
capazes de movimentar os corpos inertes, apenas pela ação mental, sem o concurso de espíritos
desencarnados, como também se produz pelas vias mediúnicas.
O pensamento, mais efetivamente ainda, está presente em nossas vidas através do
fenômeno denominado telepatia, que pode ser espontâneo ou provocado.
No primeiro caso, figuram os processos naturais de transmissão do pensamento, sem que
nos apercebamos disso. Por exemplo: estamos em casa, o telefone toca...já sabemos quem é.
Doutras vezes alguém se aproxima para nos dizer algo....e antecipamos o assunto. São situações
que ocorrem, principalmente, quando existe a chamada empatia, desencadeada por sentimentos de
amor e afinidade recíprocos. Em caso de perigo ou forte emoção, essa comunicação,
estatisticamente, se dá de maneira mais pronunciada. Isso ocorre porque o pensamento é o mais
rápido meio de comunicação existente entre os seres, encarnados ou não, já que percorre o espaço
numa velocidade expressivamente maior que a da luz que, diga-se de passagem, é de
aproximadamente 300.000 Km/seg.
No segundo caso, cientistas de diversas partes do mundo têm comprovado exaustivamente
a realidade da transmissão telepática.
Na antiga URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), em meio à guerra fria,
expressivos recursos foram empregados em testes com sensitivos que pudessem, estando nos
Estados Unidos, transmitir, mentalmente, determinados códigos secretos para outros sensitivos
localizados na Rússia. Pelo que se sabe, obtiveram sucesso em muitas tentativas. Tais pesquisas
ficaram evidenciadas quando os arquivos da temida KGB, polícia secreta russa, começaram a ser
irregularmente postos à venda por ex-agentes.
Nessa ampla temática, o Espiritismo nos confere uma responsabilidade ainda maior, por
nos atestar a realidade de que vivemos incessantemente cercados por espíritos desencarnados que,
de maneira geral, nos dirigem (O Livro dos Espíritos-questões 456 e 459). Significa dizer que
vivemos em constante comunhão mental com os desencarnados que, diuturnamente, nos oferecem
sugestões através do pensamento, que, a propósito, cada um de nós, de posse deste inexpugnável
instrumento denominado livre-arbítrio, poderá acatar ou repelir, de acordo com suas inclinações.
Vale lembrar, por extensão de raciocínio, que todos os fenômenos de cunho mediúnico,
desde a intuição até a mais ostensiva manifestação, de ordem elevada ou obsessiva, se baseiam na
conjugação de ondas mentais.
Infelizmente, na maioria das vezes, optamos por assimilar e emitir pensamentos menos
dignos, pelos quais atraímos para nosso convívio espíritos também em desequilíbrio. Por isso,
assim asseverou Kardec: "Pululam em torno da Terra os maus Espíritos, em conseqüência da
inferioridade moral de seus habitantes"(A Gênese, cap. XIV, item 45).
Sobre isso, Maria João de Deus, mãe natural de Chico Xavier, no livro Cartas de Uma
Morta, psicografado pelo próprio médium, conta-nos que, em determinado momento, no plano
espiritual, seu mentor a orienta a observar a Terra. Começa a perceber, então, estranhos
filamentos que partiam da superfície terrestre alcançando o espaço cósmico. Não havia dois iguais
sequer; cada um com sua tonalidade, do escuro ao mais brilhante; entrelaçavam-se, mas não se
misturavam. Aqueles filamentos, eram, na verdade, ondas mentais emitidas por nós, encarnados,
que variavam de intensidade de acordo com o seu teor, conjugando-se naturalmente com tantas
outras de semelhante identidade.
Importante ressaltar que é exatamente em virtude das vibrações mentais, com as quais se
ajusta, que o homem se mantém enclausurado nas zonas inferiores da vida carnal, acometido por
diversos males, de ordem física e psíquica. Contudo, é também a partir do pensamento que todos
nós, seres eternos, nos candidatamos aos mais altos vôos em direção ao sublime caminho de luz
que nos cumpre trilhar.
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Por tais razões, assim nos ensinou o Espírito mais sublime que Deus nos ofereceu como
Guia e Modelo: "Vigiai, pois, em todo o tempo, orando..." (Jesus, Lucas, 21:36). Vigiar, sim, os
pensamentos, a todo instante, pois, mesmo que às vezes nos vejamos impossibilitados de
detectarmos sua autoria, se nossa ou externa, certamente ser-nos-á possível aferir sua qualidade e
conveniência, buscando a fonte do discernimento na oração, momento em que nossa mente atinge
seu mais alto grau de sublimação, colocando-nos em estreito contato com Deus.
E assim devemos agir o quanto antes, pois, ao se cerrarem nossos olhos carnais, o
pensamento será para nós, futuros desencarnados, o decisivo instrumento de libertação ou de
sofrimento, ao retratar as nossas mais profundas aspirações e atos praticados durante toda a
existência física.
Lembremo-nos, finalmente, que pelo pensamento Deus nos criou, com a única finalidade
de nos permitir alcançar a total purificação espiritual; processo esse que tem se concretizado
através das múltiplas encarnações que vivemos, e de tantas outras que ainda viveremos, e que
passa pela tão apregoada reforma íntima, que se inicia, indubitavelmente, pela reformulação lenta
e gradual dos nossos pensamentos.
José Marcelo Coelho
josemarcelo.coelho@ig.com.br
Dados pessoais:
Formação Superior em Tecnologia Mecânica
Expositor e articulista espírita há 15 anos, no Espírito Santo e outros estados do país.
Freqüenta atualmente a Sociedade de Estudos Espíritas Irmão Tomé, Vitória, ES.
Bibliografia:
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. SP: Petit Editora, 1999.
KARDEC, Allan. A Gênese. SP: Petit Editora, 1999.
MOSS, Thelma. O Corpo Elétrico, SP: Ed. Cultrix, 1979.
A BÍBLIA SAGRADA. Novo Testamento, Trad. João F. de Almeida.
PEREIRA, Yvonne A. Pereira. Devassando o Invisível, RJ: Ed. FEB, 1985.
MATTOS, Maria L.G. de. Iniciação à Parapsicologia. RJ: Ed. Freitas Bastos, 1989.
XAVIER, Francisco Cândido. Pensamento e Vida, Espírito Emmanuel, RJ: Ed. FEB, 1958.
XAVIER, Francisco C. Cartas de uma Morta, Espírito Maria João de Deus, Ed. LAKE, 1984.
FERREIRA, Aurélio B. de Holanda. Novo Dicionário de Língua Portuguesa, RJ, Ed. Nova Fronteira, 1975.