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Instrutor Denis Lopes Franco - TJDFT

Direito Processual Civil


Da penhora em espécie
DA PENHORA EM DINHEIRO

A priori, a fim de fomentar a discussãosobre o tema, preliminarmentehá que se demonstrar o


que vema ser a penhora:

I. Conceito:

A Penhora é ato complexo que possui pressupostos de validade e


existência, envolvendo um conjunto de atos processuais, que são: a (I)
apreensão, o (II) depósito e a (III) materialização do ato processual.

É o que se depreendedo expostono art. 664 do Codex processualcivil pátrio, in verbis:

Art. 664. Considerar-se-á feita a penhora mediante a apreensão e o


depósito dos bens, lavrando-se um só auto se as diligências forem
concluídasno mesmodia.

Verificamosdo expostoque a penhoradivide-se em atos processuaisfracionadosque, inclusive,


podemser praticadosem temposdiversos,desdeque garantama coerçãoEstatal no patrimônio
do devedor.

II. Pressupostos da penhora:

O ato processual da (I) apreensão está figuradoem primeiroplano, visto a necessidadede


localização, visualização e descrição do patrimônio a ser constrito pelo Oficial de Justiça
Federal. Por conseguinte, o ato processual de apreensão tambémse subdivide em ações no
mundo fático, em primeiro lugar o Oficial de Justiça Federal procederá ao que se denomina de
busca do bem, geralmente no endereço constante do mandamus, a procura do objeto
precedea qualqueroutro ato fático de inicio da penhora.

Isso ocorre porque não encontrandoo endereço declinado ou mesmo, não localizandoo objeto
patrimonial, não há que se falar em continuaçãoda penhora,já que não presenteo primeiroato
fático para constituição de direito do primeiro ato processual do complexo ato da penhora.
Haverá então, a certificaçãonegativa da diligência para ulteriores termosa seremdeterminados
pelo magistrado,ouvidaa parte exeqüente.

Encontrando o objeto patrimonial da constrição, supera-se a busca e passa-se à prática do


segundo ato fático da apreensão, que é a visualização do bem. Como salienta a
doutrina, o Oficial de Justiça Federal é o “olho do magistrado”, por isso mesmo, deve, o
serventuário, ver comseus própriosolhos o objeto, daí decorrea segurançajurídica de que não
será alterado, suprimido ou deteriorado o bem patrimonial correlacionado com a ordem.
Tecnicamente, a visualização do objeto patrimonial efetuadopelo Oficial de Justiça Federal é
uma verdadeira vistoria pericial, já que nesse momento o auxiliar do juízo inicia uma


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avaliação (ato processual) prévia do objeto, até para verificar a necessidadede penhorade
outrosobjetosque se encontramà sua vista.

Por derradeiro, a fim de finalizar o último ato fático do primeiro ato processual que compõe o
complexo ato da penhora, deve o Oficial de Justiça Federal proceder à minuciosa descrição
do objeto, constando neste ato, os característicos do bem, incluído o estado de funcionalidade.
Promovido, então, o conjunto fático de atos, inicia-se a penhora com a conclusão do
primeiroato processual.

O segundo pressuposto de existência da penhora é o ato do (II) depósito que vem a ser a
designação de pessoa física para o encargo privado ou público de assegurar ao Poder
Judiciário que o objeto será bem e fielmente guardado. Dessa forma, o encarregado que falha
nesseencargo,sofre a penalidadecivil capital, que é a prisão.

A matériavemdisciplinadano CPC,conformeos artigos:

Art. 148. A guarda e conservação de bens penhorados, arrestados,


seqüestrados ou arrecadados serão confiadas a depositário ou a
administrador, não dispondoa lei de outro modo.

Art. 149. O depositário ou administrador perceberá, por seu


trabalho, remuneraçãoque o juiz fixará, atendendoà situaçãodos bens,
ao tempodo serviçoe às dificuldadesde sua execução.

Parágrafo único. O juiz poderá nomear, por indicação do


depositárioou do administrador, um ou mais prepostos.

Art. 150. O depositário ou o administrador responde pelos


prejuízos que, por dolo ou culpa, causar à parte, perdendo a
remuneração que lhe foi arbitrada; mas tem o direito a haver o que
legitimamentedespendeuno exercíciodo encargo.

Apesar de, a princípio, pensarmos que o Código Processual Civil, no caso de penhora de
dinheiro, não respeite esse tipo de depósito, qual seja, a designação de pessoa física para o
encargo, ouso discordar, eis que a designação, ou o depósito (ato processual) deve
preceder à efetivação da penhora, eis que é pressuposto de existência da
penhora, como já demonstrado da análise do art. 664 do mesmo estatuto legal. Adiante
demonstraremoso acerto desta afirmativa, quandoanalisarmoso ato da penhora em dinheiro e
sua especificidade.

O último pressuposto da penhora é (III) a materialização do ato processual, o que ocorre


coma lavraturade auto ou termode penhora, a dependerdo local onde se processao ato, este
no fórum, aquele externamente. A materialização deve conter elementos básicos, que são


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exigidos pela Lei, a fim de garantir o contraditório, ainda que mitigado, no processo ou fase
executória, mormentea possibilidadede oposiçãode embargosde terceirosou da penhora.
É o que prescreveo art. 665 do códex:

Art. 665. O auto de penhoraconterá:

I - a indicaçãodo dia, mês, ano e lugar em que foi feita;


II - os nomesdo credore do devedor;
III - a descriçãodos bens penhorados,comos seus característicos;
IV - a nomeaçãodo depositáriodos bens.

Promovidos esses atos fáticos e processuais, tem-se por realizada a


penhora, tendo a própria jurisprudência determinado a penhora como ato complexo, senão
vejamos:

´JURISPRUDÊNCIA´

“Nula é a penhorade bens semo complementoda nomeaçãodo depositário”. (Nestesentido, as


Ap. 48854 e 17642, respectivamente dos Tribunais de Justiça e Alçada de Minas Gerais,
relatadas por Edésio Fernandes e Márcio Sollero). “Pode o relator, no entanto, determinar
diligênciano sentidode formalizaro depósitoem primeirograu.”

"A penhora de coisas corpóreas supõe a apreensão e depósito dos bens. Ainda quando haja
indicação pelo executado, indispensável a designação de depositário, que pode ser o próprio
devedor"(REsp9731-CE, Rei. Min. EduardoRibeiro, DJUde 16-9-91).

III. Da penhora em dinheiro:

A penhora sobre dinheiro envolve todos os atos processuais demonstrados acima, e


complementa-se com a transferênciaou depósito (ato fático) em InstituiçãoBancária, a despeito
do art. 666 do CPC.

Na prática, em penhorade dinheiro, o que deveo Oficial de JustiçaFederalfazer primeiramente:

I. Apreender o dinheiro, primeiro localizando-o, segundo visualizando-o e


terceiro descrevendo-o. Apesar de parecer hilário ter-se que descrever o dinheiro,
juridicamente não o é, posto que existe espécie de numerário que não é nacional,
como o Euro, há, portanto, que ser moeda nacional corrente, e sua verificação se
dá pela descrição,ato fático final da apreensão.


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II. Depositar o dinheiro, esse segundo ato se manifesta pela designação de
pessoa física (executado, exeqüente ou terceiro indicado pelo juiz) para assumir o
encargo.

III. Materializar o ato, lavrando o respectivo auto de penhora, com todos os


requisitosdo art. 665.

IV. Acrescente-se a intimação de depósito (fático). No caso de penhora


em dinheiro, depois de realizada a penhora o Oficial de Justiça intimará o
depositárioa agir de acordocomo art. 666 do codex processual, in verbis:

Art. 666. Os bens penhorados serão preferencialmente


depositados:

I - no Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal, ou em um


banco, de que o Estado-Membro da União possua mais de metade do
capital social integralizado; ou, em falta de tais estabelecimentos de
crédito, ou agências suas no lugar, em qualquer estabelecimento de
crédito, designado pelo juiz, as quantias em dinheiro, as pedras
e os metais preciosos,bemcomoos papéis de crédito;

Observe que o art. 666 não fala em efetivação de penhora, mas trata de
regulamentação de atos a serem promovidos DEPOIS DA PENHORA
REALIZADA!

Ora a penhora em dinheiro se realiza com os atos processuais de I a IV, cabendo, pois, ao
depositário, o atendimento à intimação do disposto no art. 666 do CPC,
que não cumprido, poderá acarretar sua prisão como depositário infiel e a
responsabilização criminal pela desobediência.

O simples cumprimento da Lei soluciona um problemaque aflige, e muito a atuação laboral do


Oficial de Justiça Federal. O sistema processual civil pátrio possui, todas as respostas para o
integral cumprimento dos mandados, não havendo necessidade de mais regulamentações ou
normas, apenas o cumprimentocorreto de seus preceitos pelo operador do direito, nesse caso,
o próprioOficial de JustiçaFederal.

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