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GRUPO DE TRABALHO FINANCIAMENTO PÚBLICO DE CULTURA

Ata da Reunião do Grupo de Trabalho de Financiamento Público de


Cultura definido no I Fórum Estadual de Cultura de Goiás. Aberta a
quarta reunião do Grupo de Trabalho, às 15:30h do dia 14 de maio do
ano em curso, pelo coordenador do Grupo de Trabalho, Marcelo
Carneiro, constatou-se as seguintes presenças: Sandro Di Lima, Elaine
Noleto, Marcelo Carneiro, Marcus Fidélis, Wolney Unes membros do GT e,
como convidado, Vanderlei Cassiano Lopes Júnior, gestor perante a Lei
Goyazes. Foi informado pela Elaine Noleto que a Agepel fez o convite à
Sefaz para que encaminhem um representante às discussões do grupo.
A pedido de Sandro Di Lima, Elaine ficou de pedir uma cópia da carta-
convite feita pela Agepel para que o grupo tenha essa solicitação por
escrito. Quanto aos membros Fabrício Nobre e Leopoldo Veiga Jardim
ficou definido substituição imediata dos dois e a convocação do
suplente Léo Pereira para integrar o grupo a partir da próxima reunião,
sendo voto vencido Marcus Fidelis. Como ponto de pauta, foi passada a
palavra para a Elaine Noleto, que falou sobre a análise da lei goyazes,
feita a pedido da Presidenta da AGEPEL, afirmando, a princípio que sua
análise é superficial e pode conter erros descontextualizados com o
objetivo da lei de incentivo. Assim sendo, relatou que entende que os
recursos destinados à lei estadual de incentivo são obrigatórios e devem
constar no Plano Plurianual e orçamento do Estado de Goiás, mas que
falta regulamentação para garantir a efetividade da lei. Relatou que a
referida lei prevê 14 modalidades de proveniência de recursos, mas que
apenas o mecenato efetivamente funciona e que as Instruções
Normativas que criam restrições orçamentárias devem obedecer ao
previsto em lei, mas que às vezes a SEFAZ extrapola essa função
normativa e determina limites não previstos em lei, deixando de
preservar-se a identidade da lei de incentivo. Lembra que o decreto
regulamentar da lei Goyazes determina que atualizações e
aperfeiçoamentos do regulamento poderão ser feitos anualmente,
desde que ouvido o Conselho de Cultura para que este se manifeste
sobre as diretrizes, prioridades, relevância e oportunidade das
modificações propostas. Aborda que diante da inclusão do Estado de
Goiás no Plano Nacional de Cultura, tanto o Fundo de Cultura deverá
ser regulamentado quanto deverão ser aperfeiçoados os mecanismos
de incentivo cultural, inclusive a Lei Goyazes. Afirma que alguns estados
estão mais avançados do ponto de vista da implantação de marcos

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legais, no que Sandro Di Lima afirma que o avanço não é tão relevante
em outros estados da federação. Por fim, relata que suas grandes
preocupações quanto à referida lei é a falta de efetividade das demais
previsões de incentivos e seus desvios ocasionados pela concessão de
prazo para pagamento do imposto, enquanto mecanismo que as
empresas se utilizam para gerar receita empresarial. Em seguida foi
passada a palavra ao Vander que disse que o Secretário da Fazenda
afirmou que o Estado deixa de arrecadar 18 milhões de reais com a
postergação de prazo de impostos das duas leis de incentivos estaduais.
A lei goyazes existe para oligarquizar, atingindo poucas empresas
patrocinadoras e beneficiando poucos artistas, que muitas vezes são
nomes recorrentes. Em quantidade aproximada, cerca de apenas 30%
dos projetos aprovados obteriam patrocinio. Afirma que da forma como
foi instituído pela legislação o beneficio fiscal é muito atrativo a certos
tipos de empresas, o que acaba por ser excludente a outras que
poderiam participar, o que termina por reforçar mais e mais a presença
de umas poucas empresas e seus respectivos agenciadores. A regência
orçamentária da lei, em vista das práticas adotadas nos últimos anos,
ficou sempre muito centralizada no cargo do Diretor de Ação Cultural
da Agepel e não de uma equipe técnica competente, equipe esta que
nunca foi formada. Isso possibilitava o aumento do orçamento de
maneira pouco criteriosa chegando em alguns casos a até 3 vezes do
valor orçamentário inicial do projeto aprovado pelo Conselho de Cultura
na referida diretoria. Passada a palavra a Marcus Fidélis, este afirma que
a Instrução Normativa nº 01( a única publicada pela Agepel) não faz
referencia aos dois pontos principais já levantados: o prazo de validade
dos projetos, sua revalidação e como são definidos e/ou alterados os
valores autorizados de captação. Menciona que existe uma ação civil
pública que trata da compra irregular de um computador, pela
AGEPEL, no valor de R$ 2.000,00 no ano de 2004, a partir de apuração
do TCE. Este valor é irrisório diante dos 22 milhões que foram distribuídos
via lei Goyazes. Pergunta como pode não haver nenhuma fiscalização
sobre os projetos executados pela lei de incentivo desde o início de sua
vigência. Argumenta que as normativas da lei goyazes devem ser
revistas, sugerindo alterações que poderiam ser acrescentadas de
imediato acrescentado no material distribuído aos proponentes .
Retomando ponto da reunião anterior, enfatiza a necessidade de

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fiscalizar as ações passadas da AGEPEL referentes à lei, afirmando que


não se trata de uma opção, mas é dever realização de auditoria em
razão dos descontrole administrativo por parte da AGEPEL na condução
dos projetos aprovados pelo Conselho de Cultura. Destaca que esta
auditoria é importante principalmente para salvaguardar todas as
pessoas que trabalham ou já trabalharam na gestão do programa
goyazes. A princípio agiram todas no interesse público, mas não se pode
ignorar a gravidade das denúncias apresentadas no fórum. Tendo em
vista as considerações feitas na reunião anterior e concordando com
elas, propõe que esse pedido seja encaminhado ao final dos trabalhos,
para evitar transtornos aos mesmos. Passada a palavra ao Marcelo
Carneiro, faz suas considerações sobre a lei goyazes e diz que a gestão
anterior, divulgava a lei tendo como principal foco o lucro das empresas.
Em documentos expedidos pela Diretoria de Ação Cultural, continha os
itens: O que é a lei goyazes, como investir na lei e o que a empresa
ganha ao investir na lei; que explanava qual o plano de lucro que a
empresa pode ter com a postergação do prazo de pagamentos do
ICMS. Em quase nenhum momento considerava a importância do
incentivo cultural. E que por causa desta forma de incentivo, há um
desvirtuamento total da lei em benefício da empresa, ficando o projeto
cultural em segundo plano. Outro ponto abordado é que a Diretoria da
Agepel sempre divulgava que a lei goyazes era a melhor lei do país, mas
nunca aprofundavam nesta discussão e nos problemas que ela vem
gerando. Um grave problema da lei goyazes é o benefício da
postergação do imposto a pagar: esse benefício deforma o processo de
venda de projetos, pois o foco fica no plano do lucro da empresa. É um
problema para a secretaria da fazenda que deixa de arrecadar 95% do
imposto de uma empresa em detrimento de 5% investidos em projetos, o
que na prática há uma enorme regulação por parte do secretário da
fazenda. Devido a este ponto há uma diminuição do orçamento dos
projetos, que está longe de atingir a previsão legal. Quanto ao maior o
valor liberado a projetos, maior será o valor que deverá ser postergado
de impostos das empresas participantes no programa. E isto não é
vantagem para o governo. Outro ponto a ser considerado é que este
tipo de benefício gera negociatas e distorções, pois as empresas e
agenciadores ficam com todo o poder nas mãos. E por outro lado a
prestação de contas da lei goyazes é a mais fácil que existe dentre as

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leis existentes no país. Com relação às propostas de mudanças, temos a


dedução integral com a exclusão do benefício da postergação. Vamos
ter que discutir bem essas questões, todavia, a dedução integral
também é uma deformação no processo de patrocínio. A dedução
integral é um problema no País todo, que desde que foi iniciada com a
lei do audiovisual em 1993 e a Lei Rouanet, em 1997, onde o Governo
Federal baixou uma medida provisória para dar 100% de abatimento a
várias áreas, as empresa foram mal acostumadas, pois hoje não
conseguem, na maioria das vezes, patrocinar projetos culturais sem leis
de incentivo. Outra proposta é a mudança do item III das ações da lei
goyazes, intitulada “mecenato”, que seja modificada para ‘incentivos
fiscais’. Nesta lei, das 05 ações, apenas o mecenato funciona de fato e
o apoio cultural que funcionou em alguns projetos, por algum tempo. Há
uma ordenação confusa do decreto que regulamenta a lei que deve
ser melhor redigido para uma compreensão mais clara da lei. Faz uma
equiparação da lei goyazes com a lei do pró-esporte, em que existem
diferenças entre limite de prazo de execução e limite de valor por
projeto. Sandro Di Lima, solicita mapeamento das empresas que já
investiram na lei goyazes e os proponentes já beneficiados. E argumenta
que o Estado não está cumprindo a previsão orçamentária. Vander,
responde que o relatório ficou pronto. Sandro, continua sua fala e faz
relato sobre a lei municipal. Para ele uma questão grave é o fato de que
a supressão de créditos orçamentários se dá por lei. Concorda com a
fala do Marcelo sobre dedução e postergação. Comenta sobre a falta
de controle da prestação de contas. A nova lei do audiovisual já faz
previsão dos custos de produção, que tem uma parametrização de
custos. Discorda do Vander e Marcelo referente a ter limites de prazos de
execução de projetos no esporte e na cultura. Enquanto a execução no
esporte é mais ágil, na cultura é mais complexo em razão das
peculiaridades culturais. Alerta que se fizermos um relatório com reparos
nas conseqüências da lei, sem considerarmos a matriz do problema da
lei goyazes, poderemos estancar a produção e gerar um problema com
os próprios artistas. Wolney Unes, faz referência a fala de Marcelo, sobre
a pertinência das considerações de alguém de mercado. Alerta sobre
estruturas criadas que posteriormente inviabilizam o funcionamento do
Estado, que no Brasil vivemos, atualmente, um círculo vicioso de
legislação excedente para coibir condutas ilícitas com dinheiro público,

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a exemplo da proibição da utilização de passagens a terceiros por


parlamentares federais, depois de anos da prática da conduta. E
enquanto o Estado tenta coibir cada conduta com novas regras, às
vezes mais burocráticas e ineficientes, os infratores estão à frente,
pensando em novas formas de utilizar indevidamente o recurso público.
Afirma que enquanto GECONI e TCE poderiam ser instrumentos eficientes
para coibir condutas ilícitas perante a Lei Goyazes, sua inserção no
processo talvez aumente sobremaneira os procedimentos de controle e
burocracia, não tendo a mesma eficácia que uma parametrização de
custos, como já citado por Sandro. Propõe a redução dos prazos de
tramitação dos projetos da lei de incentivo porque entende que o atual
rito engessa os procedimentos; sugere a inclusão no relatório elaborado
por Vander de uma coluna por segmento cultural; argumenta sobre a
inocuidade da lei, contestando que ela não é inócua porque há
apresentação de produtos por ela beneficiados, e que a concentração
de empresas, proponentes e beneficiados é conforme a demanda
recebida pelo Conselho de Cultura. Salienta a preocupação de que
dependendo da alteração da lei goyazes, pode-se criar engodos como
um fundinho e, assim, prejudicar o fundo estadual de cultura, a ser
regulamentado. Elaine Noleto esclarece que, a princípio era esta a
proposta da SEFAZ, já que a AGEL aceitou que a lei do pró-esporte fosse
assim modificada, mas que atualmente esta argumentação já foi
abatida no nascedouro pela Presidenta da AGEPEL que manifestou ao
Secretário de Fazenda e ao Governador do Estado, a intenção de
esperar formulações de propostas para mudança da lei goyazes
originadas no Fórum de Cultura. Marcelo Carneiro faz considerações
sobre os prazos da lei goyazes e da lei do pró-esporte e diz que é
importante que os projetos tenham prazos pré-estabelecidos. Além da
prestação de contas financeira, com documentos fiscais, é importante
ter o relatório físico do projeto. Talvez um avanço, como faz a Funarte, é
que projetos não tenham prestações de contas financeiras, somente
prestação de contas do trabalho proposto e realizado dentro do
montante aprovado. A postergação do imposto precisa ser discutida
com a SEFAZ. Marcus Fidélis faz considerações sobre o grande
problema da lei goyazes entendendo ser a falta de transparência e de
visibilidade dos quase 10 anos de sua existência, de modo que a lei, ao
invés de garantir igualdade, assegurou a exclusividade de proponentes,

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de empresas e de beneficiados. Referindo-se à fala de Wolney, diz que


neste caso não se trata de criar estruturas de controle, mas de saber por
que a estrutura existente ( controle interno e externo) não funcionou, daí
a imprescindibilidade da auditoria. Fala da sua proposta de audiência
pública, feita na reunião anterior, mudando-a para outra opção em que
as pessoas podem fazer suas contribuições enviando documento
através do site da Agepel. Por fim, pede uma cópia da portaria ou ato
que impede que funcionários da AGEPEL entrem com projetos na lei
goyazes, mencionada pela sua Presidenta no fórum. Passada à palavra
ao coordenador do GT e aos demais componentes definiu-se que o
Fundo Estadual de Cultura será ponto de pauta para a próxima reunião,
ficando como sugestão do Sandro Di Lima convidar o Vereador Fábio
Tokarski Após, encerrou-se a presente, onde foi lida e conferida a
presente ata, lavrada e assinada por mim que secretariei os trabalhos, e
pelos demais membros e convidado.

Goiânia, 14 de maio de 2009.

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