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Mário B. Sproviero
(Prof. Assoc. DLO-FFLCHUSP)
Introdução
Partindo da bipartição entre Oriente e Ocidente que remonta à Pré-história,
quando da separação dos povos, línguas e religiões - fenômeno unitário - é
necessário demarcá-los para ter clareza quanto a sua abrangência. Não
podemos estudar o Oriente, sem saber o que o distingue do Ocidente e sem
considerar a existência dos vários Orientes.
Será que termos tão genéricos quanto filosofa ocidental e filosofia oriental
tem alguma unidade? Estarão incluídas nessa bipartição todas as culturas da
Terra? Que dizer das culturas africanas, ameríndias, australianas etc? Há uma
unidade cultural no Oriente?
Os termos Europa e Ásia são mais incertos quanto a suas raízes primitivas. A
palavra europa, conforme o citado dicionário, é provavelmente de origem
semita, do acádico erebu, ‘entrar, por-se’ (dito do sol), ereb chamshai, ‘por do
sol’. Nessa hipótese, Europa que dizer exatamente Ocidente. A forma E u r v p
h , como no nome E u r -v p h , ‘cara larga’, seria apenas um tendência de
helenizar as palavras estrangeiras. A palavra ásia, também viria do acádico
asu, ‘ir-se, surgir’ (dito do sol), significa, então, exatamente o mesmo que
Oriente. Com isso, Ásia e Europa, Oriente e Ocidente, são sinônimos.
Não são no entanto seguras essas etimologias de Ásia e Europa. Uma coisa
porém é certa, que o nome Europa está ligado ao mito relacionando gregos e
fenícios (7). Zeus, em forma de touro, rapta uma mulher fenícia, a bela
Europa.Assim, o nome Europa é nome que vem do Oriente, não se sabe,
porém, como.
:
Pode-se ver pelo mapa os três Orientes, clara e geometricamente distintos, e
que não haveria a menor possibilidade de confundir o Próximo-Oriente com o
Oriente-Médio.
O Próximo-Oriente
O Oriente-Médio
O Extremo-Oriente
Conclusão
Há certamente uma origem pré-histórica da bipartição Oriente-Ocidente,
difícil de ser penetrada, marcando, para muitos, uma diferença irredutível
(13). Houve vários encontros entre Ocidente e Oriente, desde a mítica Guerra
de Tróia até as guerras em tempos históricos, como as guerras greco-pérsicas.
O escritor latino Firmianus Lactantius (ca.250d.C.-330d.C.), convertido ao
Cristianismo, diante da iminente derrocada do Império Romano, disse que,
conforme uma antiga tradição imemorial, o Império Romano seria destruído
voltando a ser asiático, e essa catástrofe precederia o fim dos tempos (14).
Parece incrível que tivesse permanecido na consciência histórica dos romanos
uma tradição que remonta à origem da separação Oriente-Ocidente e que a
volta da Europa à unidade indiferenciada seria a volta ao caos.
3- op.cit. p.53.
4- cf. Cesare Cantù - História Universal. buenos Aires, Editorial Spena, 1950.
Consultar o livro II, capítulos 1-5, sobre Ásia: vol. I, p.103-125.
10- Isto não impede que todas as etnias possuam suas próprias línguas
dialetais, os vários prakrti.
13- Como Rudyard Kipling (1865-1936), escritor e poeta inglês e que de 1882
a 1889 foi jornalista na Índia. Em seu famoso romance Kim (1901),
ambientado na Índia, aprofunda o modo de pensar e agir recíproco dos inglese
e hindús. É dele a supreendente frase: O Oriente é Oriente, o Ocidente é
Ocidente e não se encontrarão nunca.