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Conheça a
vida e obra de
Cizo de Souza,
“o” Light Designer
Uma publicação da Aver Editora - 16 a 30 de Junho de 2009 - Ano I Nº 5 R$ 5,00 Pág. 8
Divulgação
abalasse o mundo das artes no mesmo período
em que o Jornal de Teatro produzia sua
matéria sobre a importância da voz. Uma
das vozes mais promissoras da cena musical
brasileira foi vítima do acidente aéreo com o
avião da Air France. Juliana de Aquino, nos
deixa órfãos de seu talento, uma voz marcante,
assim como as demais que ilustram nossa
Reportagem, que apresenta os cuidados que
atores e cantores devem ter - dentro e fora dos
palcos - para manter a saúde vocal.
Juliana de Aquino: saudade Pags. 12 a 14 e 20 O dublador Felipe Grinann, um expert no uso correto da voz
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Jornal de Teatro 16 a 30 de Junho de 2009
3
Editorial
André Wanderley / Divulgação
Reportagem
Vozes diferentes
Artistas como Alessandra
Verney, fonoaudiólogos
e professores de canto
revelam segredos para
a utilização correta
da voz nos palcos
Desde as primeiras reuniões editoriais sobre o conteúdo do Jornal de Te-
Págs.: 12 a 14 atro, há alguns anos, um dos pontos comuns a todos os envolvidos no pro-
jeto era a vontade de apresentar prossionais de destaque nas artes cênicas
pouco conhecidos às vezes até para a própria classe. Dar nome, cara, loca-
lização e principalmente voz àqueles que sustentam o teatro e a dança bra-
sileira com o trabalho físico, criativo e que enfrentam testes e audições para
levar ao palco a arte e a cultura próprias. Sempre procuramos identicar os
prossionais de cada área em qualquer canto deste País – quiçá do mundo,
mas não tivemos tempo de ouvir a (belíssima) voz de Juliana de Aquino.
A atriz e cantora brasiliense foi umas das vítimas do acidente aéreo da
Índice Air France, em junho deste ano. Pesquisando a biograa da artista para
fazer uma homenagem, cou o sentimento de tristeza em ver um talento
brasileiro ter o trabalho reconhecido em outros países e nem tanto por
EDITAIS.......................................................................6 aqui. É impossível não pensar que há outros tantos artistas que cruzam
Caixa Cultural se prepara para lançar três editais para 2010 um oceano de diculdades para mostrar seu trabalho e por aqui ganham
uma linha nos grandes veículos quando estão relacionados a uma tragé-
Ocupação dos Espaços Culturais, Apoio ao Artesanato Brasileiro e Festivais dia. Como verão na matéria, Juliana trilhou uma linda carreira no mun-
de Teatro e Dança: editais anunciados pela Caixa Econômica para 2010 do dos musicais: uma pérola, brilhante e negra como o sangue brasileiro.
Aproveito o gancho para agradecer e (re)apresentar os nossos colunis-
TÉCNICA..................................................................... 8 tas internacionais, dois brasileiros que foram buscar referências em ou-
E fez-se a luz tros países e mostrar para os gringos o nosso jeitinho de fazer teatro.
Nesta edição, Adriano Fanti nos mostra que a política cultural de Lon-
Cizo de Souza, um dos principais Light Designers do País, fala sobre dres não é assim tão pontual quanto a fama dos seus colegas britânicos.
sua vida e sua obra, que ilumina, literalmente, o teatro brasileiro Luciana Chama, que mora na cidade norte-americana de Los Angeles,
revela que nem só de cinema vivem os prossionais de lá e, entre um
lme e outro, é possível conferir grandes astros das telas nos palcos.
SINDICAIS...............................................................18 Por aqui temos grandes nomes nos palcos e nos bastidores: as coreograas
Quanto vale o som? recheadas de manifestos artísticos de Borelli, a sensibilidade luminosa de
Qual o preço da música no teatro? Direito autoral ainda causa dúvidas Cizo de Souza, a renovação empreendedora de Mara Carvallio, o debate
na classe artística, mesmo na era Ecad sobre a crítica de teatro com Luiz Carlos Vasconcellos (Grupo Piollin) e
Eduardo Moreira (Grupo Galpão), e a experiência de Tonia Carrero com
uma vida dedicada ao teatro. Todos soltando a voz – tema da nossa repor-
HOMENAGEM..........................................................20 tagem especial. Ironicamente, a voz era o instrumento de trabalho e dom
O adeus precoce de uma rainha negra de Juliana à quem dedicamos essa edição.
Acidente do AF 447, da Air France, encerra a carreira de Juliana de
Aquino, uma das mais talentosas cantoras da nova geração
Bastidores
Beth Goulart
Fotos: Divulgação
encena Clarice
Lispector
Está previsto para o início
de julho a estreia do espetáculo
“Simplesmente Eu. Clarice Lis-
pector”, um monólogo condu-
zido por Beth Goulart. A atriz
revelou que a motivação para o
espetáculo foi “o mistério do
espelho, a identicação que sin-
to por ela. A vontade de trazer
mais luz sobre esta mulher que
revolucionou a literatura brasi-
leira, redimensionou a lingua-
gem falando do indizível com
a delicadeza da música, usando
a escrita como uma revelação,
buscando o som do silêncio ou
fotografar o perfume”.
O processo de criação iniciou
há dois anos, com uma pesqui-
sa para escrever o roteiro lendo A atriz vai estrear “Simplismente eu. Clarisse Lispector” em julho
tudo o que havia sobre a obra e
os livros biográcos. Além dis- algo de si mesma. Acho que Jo- ou livro dos prazeres” vive em
Público confere apresentação no Armazém, que passa a investir em dança so, a atriz fez dois workshops ana de “Perto do coração selva- cena as descobertas do amor e
com Daisy Justus, psicanalista gem” talvez seja a mais parecida A Mulher do conto “Perdoan-
Armazém de Criação, em Recife, especializada em Clarice Lis-
pector, que analisa sua obra sob
com sua essência criativa e in-
domável. Ana do conto “Amor”
do Deus” é uma bem humora-
da autocrítica”, revela. As fotos
começa a investir em dança a ótica da psicanálise. “Clarice é
muito pessoal em seus escritos e
é a dona de casa e mãe dedica-
da que Clarice certamente foi.
de divulgação conrmam as
palavras da atriz: a semelhança
O Armazém de Criação, localizado na área central do Recife, todos os seus personagens tem Lori de “Uma Aprendizagem tornou-se também física.
já é famoso pela formação que oferece para os atores pernambu-
canos e, agora, renova seus horizontes apresentando atividades de
dança. Desde o início de maio, uma equipe realiza audições para Camaçari/BA emplaca quatro crianças em seletiva do Bolshoi
montar um espetáculo de dança que terá temporada de quatro
meses. Quarenta pessoas se candidataram às vagas de bailarinos A crianças Débora Leal
e apenas três para a vaga de coreógrafo. A comissão de seleção Santos de Carvalho, de 11
é formada por Lúcia Helena Gondra, representando o Sated- anos; Geisa Bomfim Mene-
PE; Paulo Henrique Ferreira, da Apacepe ; Arnaldo Siqueira, da zes, 10; Pâmela dos Santos
UFPE; Raimundo Branco, do Armazém, e representante do Mo- Silva, 11; e Yasmin Ribas Fer-
vimento Dança Recife. reira, 11, foram selecionadas
para a seletiva nacional da
Escola do Teatro Bolshoi no
Mostra sobre Le Corbusier abre o Brasil, em Joinville/SC. To-
das as garotas estudam na Ci-
Ano da França no Brasil na Caixa Cultural dade do Saber, na cidade de
Camaçari/BA e vão concor-
A Caixa Cultural Brasília, foi casual. Entre 1945 e 1965, rer, dias 17 e 18 de outubro, a
em parceira com a Embaixa- Le Corbusier produziu o que uma das 40 bolsas de estudos
da da França e com a Funda- convém se chamar hoje de cedidas pela Escola. As meninas estão empolgadas e conantes para conseguirem uma vaga
ção Le Corbusier, inaugura a “obra da maturidade”. Foi a
aguardada exposição “Le Cor-
busier, entre dois mundos”,
partir do m da Segunda Guer-
ra Mundial que sua produção Eventos revelam a obra e o legado
com obras produzidas por um
dos mais importantes arquite-
tos do século XX. A mostra
sofreu signicativo impacto
com as grandes encomendas
públicas e sua consequente
de Augusto Boal em Porto Alegre
ocupa a Galeria Principal entre consagração em nível interna- Iniciando as atividades do homenagem ao legado interna- Jeanne Dosse. O lme narra a
17 de junho e 19 de julho. Com cional. Para Jacques Sbriglio, há evento “Obrigado Boal”, em cional do dramaturgo, ensaísta experiência do grupo de mes-
a produção do Grupo AG de uma nítida diferença entre o Le homenagem ao teatrólogo e diretor Augusto Boal, faleci- mo nome que, a partir das téc-
Brasília e curadoria do arqui- Corbusier pré-guerra e o artis- Augusto Boal, recém-falecido, do em 2 de maio. Além da o- nicas do Teatro do Oprimido,
teto francês Jacques Sbriglio, a ta do pós-guerra: “Se os anos uma ocina de teatro oferece cina, já em andamento, outros atua em dez regiões da Índia,
exposição “Le Corbusier, entre antes da guerra, principalmente a experiência do método Tea- eventos ocorrem dias 1º e 2 de envolvendo cerca de três mi-
dois mundos” apresenta pela as décadas de 1930/40, conr- tro do Oprimido, criado pelo julho no Centro Municipal de lhões de camponeses. Exibido
primeira vez no Brasil cerca de mam um Le Corbusier teórico, mestre e reconhecido inter- Cultura e incluem relatos de ex- na Mostra de Cinema de São
120 obras originais produzidas de notoriedade internacional nacionalmente. As atividades, periências com a obra do autor, Paulo, ganhou o prêmio do
por Charles-Edouard Jeanne- incontestável, os anos do pós- conduzidas por Celso Velusa, ocinas para atores e diretores, Júri no Festival Semaine du
ret (ou Le Corbusier, como se guerra correspondem à reve- começaram dia 9 de junho e vídeos, apresentação teatral e Cinéma Méditerranéen, de Lu-
tornou mais conhecido) em lação de um grande criador. É acontecem até 2 de julho, ter- um debate. Todos gratuitos. nel, França. O evento é uma
seus últimos 20 anos de vida durante o último período de ças e quintas-feiras, das 19h às realização da prefeitura por
(1945-1965). São projetos de sua carreira que Le Corbusier 21h30, na Sala Álvaro Moreyra, DOCUMENTÁRIO meio da Coordenação de Artes
arquitetura, desenhos, pinturas, criará suas obras-primas mais do Centro Municipal de Cultu- Entre os vídeos a serem Cênicas (51-3289-8062 e 3289-
colagens, litograas, esculturas, relevantes: a unidade habita- ra (avenida Érico Veríssimo, exibidos, será apresentado pela 8064) da Secretaria Municipal
tapeçarias, maquetes, livros e cional de Marselha, a capela de 307, em Porto Alegre/RS). primeira vez em Porto Alegre da Cultura, com apoio da Pós-
fotograas, pertencentes à fun- Ronchamp, o convento de Tou- “Obrigado Boal” é uma o documentário Jana Sanskriti, Graduação em Artes Cênicas
dação que leva seu nome. rette, os edifícios do Capitólio série de eventos da Secretaria “Um Teatro em Campanha”, da Universidade Federal do Rio
A escolha do período não em Chandigarh na Índia”. Municipal Cultura (SMC) em dirigido pela franco-brasileira Grande do Sul (UFRGS).
Jornal de Teatro 16 a 30 de Junho de 2009
5
Bastidores
Fotos: Divulgação
Audição para
o musical
“O Rei e Eu”
A produção do espetáculo
– que deve ter estreia no iní-
cio de 2010 – está realizando
audições para protagonistas Sergio BriĴo, prêmio Shell 2008, se apresenta na Capital Federal
e ensemble. Há vagas para
atores e atrizes com experi-
ência comprovada em canto; Sérgio Britto encena textos
e bailarinos e bailarinas com
experiência em canto, prefe- de Beckett em Brasília
rencialmente com tipos físicos A Caixa Cultural leva Sér- última gravação de Krapp”
orientais e mestiços. gio Britto para Brasília entre e “Ato sem palavras 1”. As
Os atores Álvaro Franco, Lígia Paula Machado e Luiz Araújo no backs- Os interessados devem en- os dias 18 e 21 de junho, em duas peças formam o espe-
tage da noite de estreia do espetáculo “O Primo Basílio – O Musical”, no viar currículo com foto recente duas peças curtas de um dos táculo que rendeu ao ator o
teatro Brigadeiro, São Paulo. de corpo inteiro até 03 de julho maiores dramaturgos do Sé- Prêmio Shell de Melhor Ator
para elenco@oreieeu.com.br. culo XX, Samuel Beckett: “A de 2008.
Editais
Caixa Cultural realiza evento para o lançamento de três editais para 2010
Inscrições serão aceitas até 7 de agosto e 22 projetos currículo das companhias in-
Divulgação
tegrantes (caso já tenham sido
serão contemplados apenas na área de artes cênicas denidas); programação do
festival; expectativa de inte-
Por Renata Hermeto ção do ambiente cou por conta resse do público; material das
de esculturas brancas, para que os edições anteriores do festival
A Caixa Econômica Federal convidados deixassem suas mar- encaminhado pelo proponente
anunciou, no dia 4 de junho, o cas com desenhos e assinaturas. e adequação orçamentária.
conteúdo de três editais para
2010: de Ocupação dos Es- ARTES CÊNICAS MANUAL
paços Culturais, de Apoio ao O Edital de Festivais de DO PRODUTOR
Artesanato Brasileiro e de Fes- Teatro e Dança destinará R$ Foi lançado, na mesma oca-
tivais de Teatro e Dança. No 3,5 milhões para eventos que sião, o novo Manual do Pro-
total serão investidos R$ 27,5 deverão ocorrer entre janeiro O evento contou também com performances de artistas plásticos dutor. Em versão totalmente
milhões em cultura. O evento e dezembro de 2010 em todo digital, o guia eletrônico é uma
foi realizado simultaneamente País. Apenas para artes cênicas cias expostas no regulamento. registro fotográco do evento, inovação em atendimento às
nas cinco unidades da Caixa serão reservados R$ 2 milhões. É preciso, também, demonstrar clipagem e valoração de mídia demandas da classe artística bra-
Cultural: em Brasília, em São A Caixa Cultural contemplará estar em dia com suas obriga- espontânea, material promo- sileira. O informativo estará hos-
Paulo, no Rio de Janeiro, em 22 projetos para esta área, sen- ções scais e trabalhistas. cional e mídia paga adequada pedado no site da Caixa Cultural.
Curitiba e em Salvador. do dez com valor máximo de A inscrição deverá ser feita ao projeto como convite, fol- Os interessados poderão passear
Produtores culturais, artistas R$ 50 mil por proposta; seis por meio do preenchimento der, programação, painel exter- virtualmente pelos espaços, bai-
e personalidades da política local para um valor máximo de R$ completo da cha de inscri- no e interno, anúncios em jor- xar plantas atualizadas e ter uma
estivam presentes ao lançamen- 100 mil, e seis com um valor ção e da planilha orçamentária. nais, chamadas em rádios etc. boa noção das unidades antes de
to. Contando as cinco unidades, máximo de R$ 150 mil cada. Uma vez completa, devera ser Os projetos serão selecio- inscrever seus projetos. Galerias,
compareceram ao evento cerca Serão recebidas inscrições encaminhada juntamente com nados com base nos seguintes teatros, fachadas e halls foram
de 900 pessoas. A companhia de de projetos de 8 de junho a 7 de anexos que julgar necessários, critérios: perspectiva de con- registrados em lmagens e mais
balé acrobático, Nós no Bambu, agosto. As propostas deverão exclusivamente via correio ele- tribuição ao enriquecimento de oito mil fotograas.
alegrou a noite brasiliense. A mis- ser apresentadas exclusivamen- trônico para o endereço festi- sociocultural da comunidade;
tura de dança, teatro, circo, artes te por pessoa jurídica, cuja na- vais@caixa.gov.br. caráter de responsabilidade Confira o Edital completo
plásticas e música resultou em um tureza social possua nalidade A planilha orçamentária de- social; concepção geral do pro- no nosso site:
espetáculo memorável. A decora- cultural e que atenda às exigên- verá conter, obrigatoriamente, jeto; currículo do proponente; www.jornaldeteatro.com.br
Dança
Jovem companhia de Dança tem grupo com 43 bailarinos
Grupo já foi assistido por 20 mil pessoas em menos de um ano. Processo de escolha dos bailarinos que comporiam grupo teve 815 inscritos
Por Ive Andrade agosto de 2008, depois de uma
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Bailarinos em cena
nos espetáculos
coreografados por Borelli
Técnica
E haja
Por Danilo Braga Cizo de Souza – Mostrar JT – Quais foram seus ex-
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e valorizar a cena em um ca- tremos na mesa de luz? Qual
Cizo de Souza trabalha com minho harmônico. Respeitar foi a cena mais iluminada e
criação. Mas não é ator. Muito a construção da peça, a visão a cena mais escura?
menos pesquisador de teatro ex- do diretor e a composição do CZ – Quando saímos do
perimental. Sua ferramenta de cenário, o que resulta em um modelo tradicional do “palco
trabalho é a luz. Light Designer, movimento equilibrado, que italiano”, o iluminador é obri-
é ele quem, literalmente, ilumina une o ator, a cena, o espaço gado a quebrar seu paradigma,
os palcos. Cizo começou aos 16 criado e o olhar do especta- isto é, a sair da zona de con-
anos, em 1985, como eletricista, dor. É unir, com o desenho forto, do tradicional e partir
ofício que aprendeu com o tio. da luz, o explícito e o implíci- para o desconhecido. Uma das
Quatro anos mais tarde, foi con- to no tempo, no espaço e nas obras que mais experimentei
vidado para atuar na XX Bienal personagens. os extremos foi “O Fausto”,
de São Paulo, na área de ilumi- de Goethe, no Casarão da Rua
nação. Por três anos trabalhou na JT – Foi no TBC que você Maranhão, onde a atriz Selma
empresa Som Lux, como técnico teve seu primeiro contato Egrei fazia brilhantemente o
de iluminação. Em seguida, en- com a iluminação teatral. personagem Mesto. Trouxe-
trou para o Teatro Brasileiro de Como surgiu essa paixão? mos toda a escuridão do per-
Comédia (TBC), onde descobriu CZ – Estudei violão clás- sonagem, e, ao mesmo tempo,
a paixão pela iluminação teatral. sico durante quatro anos e toda a riqueza cultural do ca-
Entre seus grandes trabalhos es- tinha verdadeira paixão pela sarão, com os seus afrescos na
tão “O Gato Malhado e a Ando- música. Para pagar os estu- parede em um caminhar de luz
rinha Sinhá”, de Vladimir Capella dos, trabalhava como técnico e sombra.
e “No Reino das Águas Claras”, de eletricidade. Mas o que fez
que lhe rendeu o prêmio APE- com que eu mudasse mesmo JT – Quais prossionais Cizo descobriu sua paixão pela iluminação no Teatro Brasileiro de Comédia
TESP, em 2000. É vencedor, tam- foi a minha primeira monta- e trabalhos mais marcaram
bém, do Prêmio Coca-Cola, pelo gem de iluminação: foi em um sua carreira? JT – Qual fórmula você partir da concepção do diretor.
espetáculo “Avoar”, outra obra de show do Cesar Camargo Ma- CZ – O Jorginho de Car- segue ao receber um texto? Eu gosto de assistir os ensaios
Vladmir Capella, em 2005. riano, chamado Prisma. Ali, valho sempre me faz pensar Há algum ritual ou uma for- para começar as composições.
meu coração bateu mais forte. em iluminação. Atualmente, ma especíca que você use na
Jornal de Teatro – Foto- Depois, em contato com a lin- adoro o trabalho de Paulo concepção de um trabalho? JT – Você tem medo do
graa é escrever com luz. guagem do teatro, o magnetis- Cesar Medeiros. Gosto mui- CZ – Na verdade, não. Pro- escuro?
Cinema é essa escrita em mo foi criado. Fui hipnotizado to, também, do trabalho de curo não criar imagens no mo- CZ – De forma nenhuma.
movimento. Qual é o papel pelos seus encantos, detalhes e Wagner Freire e de Nelson mento em que eu leio um texto, A escuridão é uma oportuni-
da iluminação no teatro? possibilidades de composição. Ferreira, são inspiradores. porque o meu trabalho surge a dade de fazer nascer a luz.
Marketing Cultural
Sem dar passos no escuro
Tirar todas dúvidas é a melhor maneira para se evitar problemas na hora das prestações de contas, seja para empresas públicas ou privadas
Por Felipe Prestes que o Fumproarte poderia en- Um aspecto importante a
Divulgação
Por Adoniran Peres workshops, palestras, bate- contos do escritor João Anza-
r
Fábio Alcove
papos e os projetos sociocul- nello Carrascoza foram utiliza-
Um festival de todas as ar- turais que contribuirão para dos na montagem, onde se so-
tes, que conta e retrata parte o aprimoramento de nossos bressaem conitos e ternuras
importante da história cultu- estudantes, prossionais de familiares, com as quais o pú-
ral do Brasil. Assim pode ser artes cênicas e do público em blico se identica. Já na catego-
denido o Filo (Festival Inter- geral”, disse Bertipaglia. ria Dança-Teatro, a peça Judite
nacional de Londrina), o mais A presidente de honra do Quer Chorar, Mas Não Conse-
antigo do gênero em toda a Filo, Nitis Jacon, também res- gue, do diretor David Iannitelli,
América Latina, que, desde saltou a abrangência do fes- lotou o Teatro Usina Cultura,
1968, apresenta espetáculos tival e prestou homenagens a dia 12. Nos próximos dias 19,
de reconhecido valor artísti- dois grandes homens de teatro, 20 e 21, o grupo Espanca, de
co, estético e de reexão críti- cujas perdas, este ano, foram Minas Gerais, traz para Lon-
ca, além de transformar a ci- muito sentidas: Augusto Boal drina o espetáculo “Congresso
dade paranaense em um palco e Reinaldo Maia. “Ambos de- Internacional do Medo”.
multicultural do mundo. São ram bases fundamentais para La Omisión de
La
grupos de teatro, de dança, que o Filo se desenvolvesse”, INTERNACIONAIS Timbre 4, foi um Familia Coleman, do grup
dos destaque do o argentino Teat
de música e circos brasileiros, lembrou Nitis, estendendo o Entre os destaques da pro- Mercosul ro
que fazem intercâmbio com tributo a Carlos De Gennaro, gramação do Filo 2009 tam-
artistas de outros países. músico e ator integrante dos bém estão os espetáculos da
Com 49 atrações, de oito primeiros grupos universitá- França e da Rússia. Os palha-
países – forma mais de 90 rios do Norte do Paraná. ços russos do Teatro Licedei, Divulgação
apresentações –, o evento com o “Semianyki”, inédito
abriu as cortinas, dia 5 de ju- OS ESPETÁCULOS no País, se apresentam nos
nho, e, até o dia 21, a propos- Após a solenidade, o públi- dias 12, 13 e 14. Os franceses
ta é contagiar o público, levar co, que lotou o Teatro Ouro estarão representados pelos
emoção e alegria aos palcos Verde, assistiu e aplaudiu de espetáculos “Le Jeune Prin-
e às ruas da cidade. Além da pé o espetáculo “A Noite dos ce et la Vérité”, com o grupo
programação internacional, Palhaços Mudos”, da Cia. La Studio Théâtre de Stains, nos
com renomados espetáculos Mínima (SP). Na mesma noi- dias 18, 19 e 20, e “Passage
de todo o mundo, grupos e te, a plateia acompanhou, no Désemboîté”, com a Com-
artistas de São Paulo, do Rio Teatro do Filo, o espetáculo pagnie Les Apostrophés, no
de Janeiro, de Minas Gerais, “Rainha[(s)] – Duas Atrizes dia 11. Além desses, o Filo
do Distrito Federal, do Pa- em Busca de um Coração”, contou, nos dias 9 e 10, com
raná e do Rio Grande do Sul com direção de Cibele Forjaz, “Pépé e Stella”, do Teatro ro, com a apresentação do
de São Paulo. Na tarde de do- Gioco Vita, da Itália, uma das er tu ra , o pú bl ico lotou o Teat ”
também fazem parte na mos- Após a ab os Mud os
oite dos Palhaç
tra nacional. Somente a pro- mingo, dia 7, no Parque Zerão, melhores companhias de tea- espetáculo “A N
dução londrinense entra na o espetáculo “Circo Rural”, do tro de sombras e bonecos da
Célia Aguiar
Entrevista
Mara Carvallio atriz, diretora, roteirista e dona de escola de teatro
Empreendedora. Não há
melhor palavra para denir
a trajetória multifacetária de
Mara Carvallio (grafado desta
forma mesmo). Atriz, roteirista
e diretora de teatro, de cinema
e de televisão, Mara é a prova
viva das inúmeras possibilida-
des que as artes cênicas ofere-
cem a quem a elas se dedica.
A entrevistada do Jornal de
Teatro recebeu nossa reporta-
gem no Teatro Solar de Bota-
fogo, no Rio de Janeiro, horas
antes de encenar a peça – de
sua autoria – “De Corpo Fe-
chado”, com a calma e a alegria
de quem se garante naquilo
que faz. E Mara Carvallio faz
muito. Da estudante de cinema
do interior de São Paulo aspi-
rante à atriz até a mulher dona
de escola de teatro, totalmente
independente, só cou a sim-
patia, o talento e a ambição de
produzir mais e mais. É esse
caminho que funde a evolução
pessoal com a prossional que
Mara nos conta a seguir.
Divulgação
ma, mas também foi a melhor trabalho de maneira positiva.
fase da minha vida quando eu
fazia duas peças de teatro, uma JT – Em “Elas são do Ba-
novela e estava começando a ralho” você aborda a loucura
minha escola. Foi um momen- humana, o ponto em que o
to em que eu trabalhei bastan- ser humano deixa de ser ra-
te, mas quei em minha plena cional. Você chegou a algu-
forma física. ma conclusão desse tema?
MC – O ser humano é uma
JT – Ao longo de sua car- doença de pele da Terra, alguém
reira, em muitas oportunida- bem complicado de se lidar. O
des, você trabalhou e contra- que me fez escrever essa peça foi
cenou com o seu ex-marido, a reportagem de uma americana
Antônio Fagundes. Como que levou um tiro na boca do ex-
foi trabalhar para e com al- namorado e quis voltar com o
guém com quem você tem cara. Eu co pensando na loucu-
extrema intimidade? Facili- ra dela, onde pode chegar o ser
ta ou diculta? humano. Será que entre um ca-
MC – Você pode fazer com fezinho e outro ela não percebeu
que seja positivo ou negativo. que o cara era doido? Eu acho
Depende da sua maneira de o ser humano muito doido. Por
conduzir as coisas. Tento fazer mais que conheça a pessoa, você
da melhor maneira possível, nunca sabe quem está do seu
fazer com que essa intimidade lado. O o tênue entre a loucura
nos aproxime prossionalmen- e a sanidade é muito difícil de se
te também. Com o Fagundes descobrir e isso me aige muito.
isso era muito positivo porque Você, a todo momento, pode es-
eu o conheço muito prossio- tar ao lado de um assassino.
nalmente. Então, escrevia para Mara na companhia de Blota Filho e Carlos Martin. O trio faz bonito na peça “De Corpo Presente”
ele já pensando na maneira dele JT – Em 1995, “Vida Pri-
falar. Mas eu conseguia separar vada” falava muito dos con- Na estreia, por exemplo, eu
as coisas. Quando eu escrevia itos na relação a dois. Ago- não estava sendo a persona-
para o “Carga Pesada”, por ra, em “De Corpo Presente”, gem, eu estava interpretando,
exemplo, entregava para ele o você aborda, com certo viés vendo tudo que estava aconte-
cendo em volta – a luz, o tex-
“Atriz eu fui atrás, o dom de es-
trabalho como ator. O que fa- cômico, o tema morte e tem
to, as marcas – e eu não queria
cilitava na nossa proximidade
era que talvez ele não zesse
uma declaração sua em seu
site sobre a dor da perda re- isso. Eu tenho esse domínio, crever foi Deus quem me deu”.
com qualquer outro autor as cente de seu pai. Nas peças mas eu tenho medo dele por-
críticas que fazia a mim. Então, que escreve você reproduz que, às vezes, me distancio do
sempre foi positivo, até porque episódios que aconteceram personagem. Meu coração ca
me acrescentava e me ajudava na sua vida ou servem ape- totalmente acelerado. com bom humor, mas é ver- zindo, mas o meu foco ago-
a ser melhor naquilo que fazia, nas de inspiração? dadeiro, é real. Se não tomar ra é construir o meu teatro.
crescemos juntos. O Fagundes MC – São dados detonan- JT – Nessa peça você conta vai car com “banho Não vou deixar de ser atriz,
tinha uma exigência prossio- tes, mas não é o todo. Alguns toca em assuntos delicados de velho”. Me perdoe quem vou continuar a escrever, não
nal que, às vezes, me fazia sair dados passam na minha vida como vida a dois, amor e se sinta ofendido com isso, vou abandonar esse dom que
arrasada dos ensaios, isso fez e eu armazeno de uma tal ma- tesão depois dos 50 anos. mas acho que com essa rea- Deus me deu. Atriz eu fui
com que eu crescesse muito. neira que depois os reutilizo. Como está sendo a recep- lidade ou você brinca ou vai atrás, o dom de escrever foi
Eu sou muito grata, indepen- Meu trabalho transita pelas mi- ção do público à peça? car muito triste ao envelhe- Deus quem me deu. Não que
dentemente dele ter aberto ou nhas experiências, mas ele tem MC – Eu procuro fazer de cer. Pessoalmente me aige eu não tivesse estudado muito
fechado portas para mim. Ele que ser abrangente para não uma maneira bem-humorada, muito, mas eu tenho que rir para conseguir ser uma autora
foi uma pessoa muito signi- ser algo especicamente meu. porque tudo que tem na peça disso. É a maneira mais hábil de projeção, mas é um dom
cativa para mim, pois me ensi- Em “Vida Privada” coloquei é real. A idade passa para to- que eu achei para passar por que Deus me deu. Um dia
nou demais. Queimei algumas o que sempre aigiu a todo ser dos. A frase que mais gosto na esse processo na minha vida. sentei e escrevi “Vida Priva-
etapas do meu trabalho porque humano: a questão da traição. peça é: “Reconhecer que en- da” e camos quatro anos em
ele me indicou os caminhos. Ela é dolorosa tanto no âmbi- velheceu é como reconhecer JT – Depois de tantos cartaz fazendo grande suces-
Para mim o saldo é positivo. to familiar quanto em relação que é alcoólatra. No começo trabalhos em tantas fun- so. Esse teatro que eu quero
a amigos. Essa coisa de você a gente resiste, depois assume ções diferentes, o que você construir vai ser em parceria
JT – Em “Gente que Faz” pensar que está com alguém e e, no nal, aceita”. A idade sente que ainda falta? com o Bruno Fagundes (seu
você escreveu e dirigiu uma não está, da pessoa mentir para aige todo mundo, te traz MC – Vou ter um teatro, lho) e o Carlos Martin (seu
peça para o seu lho, Bruno você mexe muito. Meu traba- coisas diferentes de quando esse é o meu próximo proje- namorado), que topou mais
Fagundes. Como foi esta lho traz coisas não só da minha você era jovem. Eu falo disso to. Quero continuar produ- essa loucura comigo.
experiência? vida, mas, principalmente, da
MC – Quanto ao Bruno, observação.
às vezes, a gente prolongava o BIOGRAFIA ARTÍSTICA
ensaio em casa. Mas ele é uma JT – “De Corpo Presen-
pessoa muito interessada e tem te” estreou há pouco tempo. Como autora e diretora: Como atriz: 1990 – Pantaleão e as Visitadoras
muita conança no meu traba- Ainda sente certo nervosis- Televisão: Televisão: 1991 – Parzifal
lho. E eu no dele. Sempre ten- mo antes de entrar no palco? 2000 – Algo em Comum; Vinte e 1990 – O Dono do Mundo (TV Globo) 1992 – Macbeth
tei tirar esse vínculo familiar do MC – Eu sinto uma tensão, Três Anos; Cai na Real; Tudo pela 1992 – O Mapa da Mina (TV Globo) 1994 – Vida Privada
Bruno, exijo na medida que ele sim. Ultimamente acho que Fama (TV Bandeirantes) 1993 – Renascer (TV Globo) 1995 – Oleanna
pode corresponder como ator. não tive uma estreia tão tensa. De 2004 a 2007 – Carga Pesada 1994 – A Viagem (TV Globo) 1999 – Últimas Luas
(TV Globo) 1996 – O Rei do Gado (TV Globo) 2000 – Inspetor Geral
Já cheguei a ameaçá-lo, a tirá-lo Como escrevi, dirijo e atuo, a
1998 – Corpo Dourado (TV Globo) 2002 – Elas são do Baralho
da peça se não estudasse o texto única responsável se algo der Teatro: 2001 – Marcas da Paixão (TV Record) 2009 – De Corpo Presente
e faria igual com qualquer ator. errado sou eu, dei a cara para 1995 – Vida Privada 2005 – Carga Pesada (TV Globo)
Ele tinha que entender que não bater. Não é insegurança, mas é 2000 – Elas são do Baralho Cinema:
havia proteção. Então, sempre uma adrenalina que não da para 2002 – Gente que Faz Teatro: 2000 – Bossa Nova
conseguimos separar muito controlar e, às vezes, ela toma 2008 – Terça Insana 1988 – Fragmentos de um Discurso 2007 – Quer Saber?
bem esse lado prossional do uma forma maior que você, te 2009 – De Corpo Presente Amoroso 2008 – Rinha
familiar e desenvolver nosso faz car consciente no palco.
12 16 a 30 de Junho de 2009 Jornal de Teatro J
Reportagem
A arte de soltar a voz nos palcos da exemplo de dom, pois tem bri-
Fotos: Divulgação
Por Alysson Cardinali Neto RESPIRAR É
lho, colorido, suavidade. A voz da Amélia destaca a importância
Doce, dramática, forte, bri- Nana Caymmi tem personalida- FUNDAMENTAL dos ensaios, e Alessandra
lhante... Juvenil, lírica, interpreta- de, emoção à or da pele”, diz. Respirar de forma (à esq.) tem disciplina quase
correta é fundamental budista
tiva... Traços da personalidade de
para o bom uso da voz.
uma mulher exuberante? Pode DISCIPLINA A respiração abdomi-
até ser (se é que beldade perfei- QUASE BUDISTA nal e intercostal são
ta assim existe), mas a “dama” Emoção, aliás, foi o que le- as melhores amigas
em questão atende pelo nome vou a atriz e cantora Alessan- dos cantores. Elas dão
de voz. E, acredite, reúne estes dra Verney, 34 anos, a sair de o apoio muscular que
e muitos outros atributos, o que Santa Maria, no interior do Rio o aparelho respiratório
nos transforma em seres espe- Grande do Sul, para realizar precisa para garantir o
ciais, diferenciados, independen- seu sonho prossional, no Rio melhor som possível
temente do sexo, da raça ou do de Janeiro. Com experiências e a melhor passagem
credo que tenhamos. É graças em musicais – “Tudo é Jazz!” de ar. Ao inspirar, abri-
à voz que conseguimos nos co- (2004), “Ópera do Malandro, mos as costelas e es-
municar e expressar nossas emo- em Concerto (2006) e “7, o mu- tufamos um pouco a
ções, nossos sentimentos, nossos sical” –; em comédias – “Aqui barriga para fora, e, ao
pensamentos. Uma criação real- se faz, aqui se paga” (2002) –; expirar, soltamos o ar
mente divina, que não só nos di- na televisão – “Chiquinha Gon- e tentamos manter as
ferencia das outras espécies, mas zaga” (1999) e “América” (2005) costelas abertas, mas
nos molda, nos faz únicos. – e no cinema – “Apolônio murchando a barriga
Brasil, o campeão da alegria” para dentro, à medida
Cada pessoa tem uma voz
que o ar sai. Esse é
própria e especial. Carrega (2003) –, a gaúcha alia o amor
um dos exercícios de
dentro de si um instrumento ao ofício com uma disciplina respiração mais efica-
particular, vivo, com caracterís- quase budista. “A voz é minha zes. Porém, o ar e sua
ticas siológicas e psicológicas maior paixão. Por isso, procuro utilização é a parte mais
singulares. Para cada voz, uma tratá-la com o maior zelo possí- complexa do canto e é
personalidade diferente. Falar é vel. É um grande privilégio tê-la necessário tempo para
uma arte e, não por mera coin- como instrumento de trabalho, entender a coluna de ar
cidência, é justamente na arte, e, a partir dela, expressar todos usada para cantar.
especicamente nos palcos da os tipos de sentimentos para,
vida, que podemos observar to- consequentemente, despertar a
das as nuances da voz. Sim, ela emoção do outro”, revela Ales- Amélia Gumes (trabalha a voz uso devem ter acompanhamento EXERCÍCIOS SÃO v
é primordial no teatro, respon- sandra, que faz aula de canto de talentos como Arlete Salles, de fonoaudiólogo ou otorrinola- INDISPENSÁVEIS d
sável por incrementar os textos, desde os 17 anos, começou a Daniele Winits e Jonathas Faro, ringologista para garantir que a Exercitar a voz também é par- p
em uma trama na qual torna-se cantar prossionalmente aos entre outros) faz coro com Cal patologia seja sanada. O prepa- te da rotina de atores e cantores. e
música vocal, que emana do pei- 18, e, desde então, dedica-se ao e enaltece a valorização dos en- rador vocal, o professor de canto Foi o que fez Alessandra Verney. p
to, dos pulmões e do ventre de máximo em busca do aprendi- saios e a dedicação à carreira. “A ou o fonoaudiólogo garantem a Embora nunca tenha feito fa- c
atores e atrizes para chegar – e zado e do aperfeiçoamento. voz é importante porque é usada correção sonora para que não culdade de canto, ela recorreu às o
encantar – à plateia. “Após iniciar as aulas de can- como instrumento para as artes, haja reincidência”, garante. aulas particulares para aprimorar c
to, senti uma mudança signi- seja ela falada ou cantada. O tex- sua técnica vocal e se aperfeiçoar d
ESTUDO E cativa em minha voz. Quando to apresentado com diferentes como cantora e atriz. “Eu estuda- n
VOZES IDENTIFICADAS e
APRIMORAMENTO: comecei a fazer teatro musical, vi entoações vocais ou dinâmicas A identificação de uma voz va canto lírico e também cantava
FUNDAMENTAIS que era diferente da forma que eu cantadas levam ao expectador música popular. Mas melhorei a
é feita mediante a avaliação C
Cal Coimbra, doutora em cantava até então. Por isso, sem- diferentes sensações, que contri- perceptiva de três categorias de muito, também, graças aos exce-
fonoaudiologia e especialista em pre busco me aperfeiçoar e estu- buem com a riqueza de recursos lentes professores que tive, entre q
parâmetros:
voz e linguagem pelo Conselho dar todos os tipos de repertório. que podemos utilizar nesse tipo • Qualidade vocal – é a percepção eles Vera do Canto e Mello, Mir- s
Federal de Fonoaudiologia, não Estudar técnica de teatro musical de trabalho”, revela Amélia, que que se tem das características na Rubim e Eliane Sampaio. De a
só lida com a voz, mas a enal- abriu ainda mais meu leque de tem a receita para quem deseja qualitativas de uma voz específica dois anos para cá, estudo com o m
tece. “A voz é arte, uma beleza opções, inclusive no gênero po- aprimorar a voz: “Existem várias • Emissão vocal – é a percepção maestro Marconi Araújo”, revela
da natureza humana, capaz de pular. Naturalmente, a voz falada técnicas de canto, de correção que se tem de como um som vo- Alessandra, que toma cuidados
transmitir todos os estados de também foi trabalhada junto com da fala, aquecimentos vocais e cal está sendo produzido com a voz mesmo quando não
emoção em nuances tão sutis a voz cantada. No que diz respei- relaxamento corporal para libe- • Expressão vocal – é a percepção está em cena.
que dão ressonância ao coração to à parte vocal do teatro musical, rar tensões. O mais importante, que se tem de como a pessoa acres- “Antes de entrar no palco, d
dos ouvintes. A voz tem colori- meu objetivo maior é fazer com porém, é que atores e cantores centa subjetividade ao que é dito sempre faço aquecimento, mas a
do, brilho, tonalidade, energia, que a voz acompanhe o que o tenham o acompanhamento de nada longo demais, pois gosto t
intensidade”, frisa. Acostumada personagem exige. Hoje, quando prossionais da voz para estar DISFONIAS de car concentrada o máximo s
a trabalhar com atores, atrizes, faço um papel, a primeira coisa em constante aprimoramento e As disfonias mais comuns são possível. Bebo muita água. É um M
cantores e todas as pessoas que que busco é a unicidade da voz aprendizado, porque cada instru-
chamadas de fendas, fendas em cuidado indispensável. Quando e
ampulheta, irritação nas pregas por estou em cartaz, dicilmente ç
fazem da voz um instrumento falada do personagem com a can- mento funciona de uma maneira conta de refluxo, nódulos e cistos.
de trabalho (professores, vende- tada, que é fundamental. Soman- diferente. Não existe uma bula saio após o espetáculo, a m de ç
Apesar dos nomes esquisitos, todas r
dores, repórteres, padres etc), Cal do esses fatores à interpretação, igual para todo mundo. Existem descansar vocalmente para o dia
essas disfonias são curáveis, desde v
ressalta a importância do estudo eles se interligam e um ajuda ao linhas de técnica a serem segui- que com tratamento adequado (daí seguinte. No meu caso, faz dife-
e do aprimoramento para quem outro”, diz Alessandra. das, mas para cada pessoa, de rença, mesmo tendo uma boa b
a importância de saber qual é o pro- i
faz da voz um ganha-pão. Perse- acordo com suas necessidades fissional com quem se trabalha pois, resistência vocal. Uma boa noite
verança e disciplina, segundo ela, UM INSTRUMENTO e foco, existe uma abordagem de sono também é fundamental a
caso ele não saiba determinar o tipo
são os segredos para o sucesso PARA AS ARTES diferenciada”, explica a profes- de tratamento, pode gerar patologias para o bem-estar da voz”, avisa s
prossional. Mas como, anal, é este es- sora de canto, que manda um mais sérias e mais difíceis de serem Alessandra, que não dispensa s
“Algumas pessoas nascem tudo e onde aprimorar a voz? recado aos que se acham donos tratadas). Quem lida com voz tem sessões com fonoaudiólogos. q
com o dom, com o talento, mas Sessões de fonoaudiologia e au- de disfonias (incorreções na que aprender sobre o tratamento de Fonoaudiólogos, aliás, que r
existem aquelas que buscam o las de canto são bons caminhos. voz) incuráveis: toda e qualquer disfonias para não cometer erros e têm participação fundamen- u
teatro e o canto pelo desejo, pela “A fonoaudiologia pode nortear voz é trabalhável. acabar destruindo uma voz por im- tal no aprimoramento vocal de é
aptidão. Bem trabalhados e com os rumos para a criação de um “O que, às vezes, pode di- perícia ou falta de conhecimento. Em quem deseja soltar a voz, seja nos s
disposição, todos podem ter su- ator, de uma atriz, de um cantor cultar esse trabalho é um ouvido casos de artistas com disfonia, o tra- palcos, nas telas ou na vida. “O o
cesso”, avalia a fonoaudióloga, ou de uma cantora com relação ruim, mas isso também se apren- tamento deve ser feito em conjunto trabalho em fonoaudiologia para M
que dá exemplos de artistas que à melhoria da comunicação”, de, mesmo que seja um processo com o fonoaudiólogo e com o prepa- atores de teatro é, fundamental- c
nasceram com o dom para usar observa Cal Coimbra. A atriz, um pouco mais demorado. Vo- rador vocal para que o procedimento mente, o equilíbrio entre voz e Q
a voz. “A voz da Gal Costa é um produtora e preparadora vocal zes com patologias sérias por mal
seja coeso e tenha sucesso. emoção. É buscar o controle da s
Jornal de Teatro 16 a 30 de Junho de 2009
13
Reportagem
vida Técnicas específicas
Óperas, musicais e peças de facilitar o uso correto da voz, livra o dono da voz de estudo,
teatro. Quando a voz está bem apesar de serem, ressalta, sim- aperfeiçoamento e orientação
cuidada, bem treinada e bem ples de entender como funcio- prossional. “A voz perfeita é
trabalhada, o dono da voz está nam, mas complexos na hora aquela que já nasceu equilibrada
no ponto para fazer bonito em de realizá-los. “Basicamente em harmônicos e timbres agra-
qualquer uma destas áreas, cer- usa-se abdome, diafragma e dáveis de serem ouvidos, mas
to? Errado. Pelo menos é o que músculos intercostais para se a orientação de fonoaudiólo-
garante Ester Elias, formada obter uma respiração básica. gos e professores de canto, que
em Técnica de Canto Lírico e Mas é preciso participar de tenham bom conhecimento de
Popular pela Escola de Música uma aula ou uma terapia vocal siologia e anatomia da voz, é
de Brasília e em Fonoaudiolo- para melhor entender e praticar fundamental”, frisa Ester, que
gia, pela Universidade Estácio tais exercícios”, diz. considera vozes perfeitas as do
de Sá. Segundo Ester, o traba- São nestas aulas, segundo cantor Leonardo Neiva e da
lho, além de diferenciado para Ester, que todas as vozes po- cantora Julie Andrews.
quem atua em óperas, musicais dem ser melhor estudadas e Quanto aos cuidados para
ou peças teatrais, utiliza téc- trabalhadas. No mundo das se ter uma voz sempre bonita
nicas especícas, que exigem artes há espaço para todas as e saudável, Ester recomenda
muito de cada prossional. vozes. “A que não tem como não fumar e beber, pelo me- Ester recomenda não fumar
“O trabalho do cantor líri- ser trabalhada é aquela que não nos, dois litros de água por dia.
co ou da cantora exige mais do é naturalmente anada. Pode “A água mantém faringe e cor- aulas de canto. “Praticamente
trato vocal. Pede mais técnica. estar ligada a alguma resposta das vocais hidratadas”, avisa. toda disfonia pode ser curada.
A voz é predominante. No mu- auditiva, ou seja, não compre- “Não falar fora de sua tecitura Dependendo do seu grau, deve
sical, tem que haver equilíbrio ende a nota que ouve e por isso ou potência vocal, o que resul- ser tratada só na terapia de voz,
entre o lado cantor e ator. Ou não consegue reproduzir cor- ta num abuso vocal, também é mas, às vezes, chega a ser neces-
seja, é preciso que o prossional retamente. Mas isso é especi- importante”, acrescenta Ester, sária cirurgia. As mais comuns
seja bom cantor e bom ator. No camente para o canto”, revela, que recomenda, ainda, comer são por abuso vocal, alergias e
teatro, o uso da voz é somente acrescentando haver tratamen- maçã, “por se tratar de um bom até por questões emocionais”,
para a fala e isso requer muito to para solucionar quaisquer adstringente, que limpa a voz e alerta Ester, que coleciona
cuidado e uma técnica especí- problemas vocais. evita o famoso pigarro”. participações em importantes
ca para a voz falada”, observa. Para Ester, é possível, in- Já as famosas disfonias, musicais como Os Miseráveis,
Ester recomenda alguns clusive, se chegar à voz perfeita segundo Ester, precisam ser Ópera do Malandro e A Novi-
exercícios de respiração para nas artes, o que, garante, não tratadas antes de terem início ça Rebelde, entre outros.
voz sem perder a espontaneida-
Reportagem
Divulgação
O QUE FAZ O
A
FONOAUDIÓLOGO
• Liberação das tensões desne-
cessárias ao corpo: relaxamento
de pescoço e ombros, associados
de um expert
à respiração profunda, porém su-
ave. Identificar pontos de tensão.
• Suporte respiratório: estimular
a respiração nasal, respiração li-
vre e suavizar o fluxo aéreo
• Dicção precisa: leitura de trava-
língua
• Ressonância: exercícios de re- Um expert da voz. Assim não fumo, bebo muito pouco
laxamento de mandíbula, língua e pode ser denido o carioca Fe- álcool e muita água”, enumera.
bochechas lipe Grinann, 35 anos, dubla- Uma mudança de hábito,
• Ritmo, dicção e musicalidade dor, mas que já fez de tudo um porém, em prol da voz, o dei-
da fala: ajustar os pontos de ar- pouco sobre o tema. Ator pro- xou um pouco triste. “Sempre
ticulação (pedir ao ator que sinta ssional desde 1995 – trabalhou li que a lactose costuma deixar
o seu corpo, se escute e se per- na área teatral com Gabriel Vi- uma espécie de muco nas cor-
ceba para detectar possíveis ina- lela, Paulo de Moraes (Armazém das vocais e comecei a perceber
dequações). Companhia de Teatro) e Cininha que, coincidentemente, depois
• Projeção vocal: imaginar uma de Paula, entre outros diretores de ingerir os lactos, eu cava pi-
pessoa no início, no meio e no fim consagrados – e ex-backing vo- garreando muito. Então cortei
da platéia e emitir a voz para que cal, durante dois anos, do can- da minha vida o leite, os quei-
cada uma delas ouça, respectiva- tor Milton Nascimento (no es- jos e o iogurte. No começo, foi
mente. petáculo Tambores de Minas), bem sacricante, pois eu era
• Expressões faciais: tentar de- Felipe possui vasta experiência, viciado em comer queijo, mas
monstrar diversas emoções e sen-
também, na área de locução e substituí tudo por soja (que
sações em frente a um espelho.
• Sotaques: suavizá-los ou incre- dublagem. Ou seja, um currícu- eu também gosto bastante) há
mentá-los de acordo com o per- lo que o credencia a falar (aliás, quase um ano e a diferença tem
sonagem. gesto que ele faz até quase à sido grande. Hoje, sinto minha
exaustão diariamente) sobre a voz muito menos suscetível a
CUIDADOS COM A VOZ importância do uso da voz. intempéries, como mudança
Poucas vezes o ditado “men- “Sou apaixonado pelo que de clima, resfriados, gripes e
te sã, corpo são” fez tanto senti- o ser humano é capaz de fazer alergias. Sinto-me, vocalmente,
do. Afinal, para que a voz esteja através da voz. Eu li que mui- muito mais resistente”, diz Fe-
“afinada”, além de cuidados e tos monges tibetanos desen- lipe, que participa, desde 2001,
exercícios específicos com ela, volveram uma técnica para o de várias campanhas importan-
o corpo, como um todo, preci- canto, na qual numeroso grupo tes em âmbito nacional (Jornal
sa estar em perfeita harmonia. emite uma única nota, mas o O Globo, Natura, Sprite, Re-
Uma voz bonita requer um corpo que se ouve são muitas outras nault, Embratel, Claro, Becel,
saudável e tudo que se fizer pelo notas. É como se eles entrassem Canal Futura, Sony Ericson –
corpo terá efeitos sobre a voz. em sintonia com o som do Uni- durante três anos, foi um dos
Alguns cuidados permitem essa verso. Isso é fascinante!”, diz locutores dos canais da Rede
combinação perfeita: Felipe teve passagens pela música ao lado do cantor Milton Nascimento
Felipe, que gosta de exercitar Telecine, através dos progra-
• Evitar o frio com suas mudan-
as possibilidades da voz ao má- mas Cineview e Movie Box).
Conselhos e bom humor
ças de temperatura.
• Praticar ginástica respiratória ximo, sempre disposto a achar Dono de um vozeirão – ape-
todas as manhãs. As inspirações um registro diferente, uma nova sar do 1,65 metro de altura – Fe-
e expirações deverão ser feitas forma de falar os textos. “Assim lipe já deu voz, em português, às Figura bem-humorada, Felipe são elementos que podem se fra-
pelo nariz, de maneira ampla, len- como existem médicos que só falas de Jude Law, Matt Dillon, Grinann revela que tem como gilizar facilmente. É importante
ta, profunda e abdominal. cuidam do coração, escolhi me Tom Cruise e Ewan MacGregor hobby ir às videolocadoras e car ter um prossional conceituado
• Ginástica respiratória dedicar com mais profundidade em lmes famosos como Moulin tentando “se achar”! Ou então, que acompanhe você, que conhe-
• Banhos frios matinais à arte do ‘ator-vocal’. A minha Rouge, Hulk, Madagascar, Tuba- antes de dormir, “zapear” os ca- ça os seus pontos fracos, os me-
• Caminhadas, corridas, bicicleta ou maior satisfação é quando ouço rão e A Dama e o Vagabundo, nais da televisão até se ouvir nos dicamentos que reagem melhor
qualquer outro exercício aeróbico. alguém dizer: ‘Nossa, nem pare- mas não consegue escapar de lmes. “Tem dia que eu não dur- com você. Assim como é com-
• Comer com bom senso: pouco, ce você!’”, revela. uma situação, no mínimo, inu- mo enquanto eu não me acho’”, plicado cancelar um espetáculo
lentamente e mastigando bem. Tamanha dedicação levou sitada na vida real. “Minha voz diverte-se Felipe, que deixa um por motivo de doença, cancelar
Existe uma importante relação Felipe a trocar, em 2008, o Rio é média-grave e condizente com
entre o aparelho vocal e os ór- recado para quem deseja seguir uma gravação resulta em uma
de Janeiro por São Paulo, onde a minha idade (35 anos), mas a sua carreira. “Durante muitos innidade de prejuízos. É quase
gãos digestivos. trabalha como dublador e lo- como eu tenho 1, 65 de altura
• Evitar falar ou cantar em am- anos, os lmes eram feitos sem como se não pudéssemos car
cutor nas principais empresas e cara de 25 anos, toda vez que mim. Hoje, eles são feitos sem doentes”, avisa Felipe, que cona
biente ruidoso. Não competir paulistanas, além de professor alguém me ouve em um lme os que ainda não estão no mer- plenamente na sua fonoaudiólo-
com barulhos externos de dublagem da Dubrasil, roti-
• Evitar falar ou cantar quando ou apenas conversa comigo por cado. Ou seja, de certa forma, o ga (Maria Cecília Periotto).
na que o obriga a estar sempre telefone imagina que o dono da mundo sempre roda e sempre “Ela sabe ‘quase tudo’ de
estiver resfriado ou rouco.
• Álcool e fumo são proibidos (be-
atento e cuidadoso com seu ins- voz é um homenzarrão de 1,80, funciona sem a gente. Se você mim, conhece os trabalhos que
bidas alcoólicas congestionam a trumento de trabalho. “Tomo no mínimo! Quando nalmente quer passar a fazer parte de uma faço e sabe das minhas necessida-
mucosa laríngea e promovem uma muitos cuidados com a minha me encontram, às vezes, nem festa que já é divertida sem você, des vocais, das minhas diculda-
diminuição da energia muscular da voz. Como preciso utilizá-la de conseguem esconder a carinha aprenda a se fazer notar. Seja des. Ela montou uma sequência
mesma). Gelados, quando não es- uma forma sobre-humana, pre- de decepção”, brinca Felipe, especial. Tenha atitude, educa- de exercícios de aquecimento,
tiver utilizando a voz. ciso estar com ela sempre des- que, como dublador, trabalhou ção, prossionalismo, gentileza que eu faço todos os dias ao acor-
• Sono: 8 horas é o recomendá- cansada e pronta. Por isso evito durante 12 anos em todas as e, principalmente, uma relação dar. E a minha otorrino (Cristiane
vel para uma voz descansada. tomar gelado, pegar chuva, dor- empresas do ramo, no Rio de muito íntima com a sua voz. Carla Viana) também já entendeu
• Voz cansada ou rouquidão: re- mir sem camisa... Tento dormir, Janeiro, e como professor de du- Perceba as suas necessidades, os as urgências e o desgaste que cir-
pouso vocal absoluto. no mínimo, sete horas por noi- blagem na Casa e Companhia de seus cansaços e a fortaleça para cundam o meu trabalho, a ques-
• O café provoca taquicardia e te, jamais falo alto em boates ou Artes Avancini, além de diretor extrair dela até o que você nunca tão dos ambientes sem ventilação
poderá colocar o cantor nervoso. lugares barulhentos, evito gritar, de dublagem na Double Sound.
Pode, também, interferir no ritmo pôde imaginar que seria capaz”, e com ar condicionado forte. Essa
dos movimentos respiratórios. diz Felipe, que deixa outra dica dupla tem me salvado”, garante.
para os futuros dubladores.
• Repertório de canto: adequado
para seu tipo de voz. Nada pior para “ É importante ter um “Assim como todo senhor(a) CONTATOS:
o aparelho vocal do que tessituras de idade tem o seu geriatra e toda Amélia Gumes: agumes@yahoo.com.br
não adequadas ao seu timbre. profissional conceituado que mulher tem o seu ginecologista, Ester Elias: ester_elias@hotmail.com
Fonte: ABC da Saúde (texto acho que todo ator deveria ter a A. Verney: www.alessandraverney.com
elaborado pela fonoaudióloga Ân-
gela Guimarães Coelho).
possa acompanhar você “ sua fonoaudióloga e o seu otor-
rino. Nosso material de trabalho,
M. Neves: murilo_neves@hotmail.com
Felipe Grinann: Central Dubrasil
a voz, e também as pregas vocais, Fone (11) 3814-6458
Jornal de Teatro 16 a 30 de Junho de 2009
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Política Cultural
Fotos: Felipe Prestes
do INSS das mãos do ministro das co para ensaios de grupos de teatro com uma curta apresentação. “Por en- estarão em frente ao Teatro Muni-
Cidades, Márcio Fortes. engajados com as causas populares, quanto este foi o nosso maior contato cipal de São Paulo para promover a
A ocupação de espaços ocio- como a Terreira da Tribo. O “Qui- com os moradores do prédio. Agora Festa do Teatro, com performances
sos nas áreas centrais de grandes lombo das Artes” possui um palco, começamos a realizar ocinas por e distribuição de ingressos gratui-
cidades é uma medida que faz com equipamento de som, abriga uma aqui e eles ainda estão um pouco tími- tos. No período de 19 a 28 de ju-
que famílias de baixa renda tenham mostra de cd’s de artistas inde- dos, mas tenho certeza que logo vão nho, a cidade será palco de um dos
mais acesso à infraestrutura e não pendentes e um brechó aos nais participar também”, relata Marques. maiores eventos de artes cênicas do
precisem se deslocar por grandes de semana, além de computadores O Levanta Favela realiza oci- País, onde serão distribuídos mais
distâncias para chegar aos locais de que são disponibilizados para ado- nas no prédio às segundas, quartas, de 30 mil ingressos para mais de
trabalho e lazer. Uma ação inclusi- lescentes carentes. Uma biblioteca sextas e sábados. Os ensaios de te- cem peças em cartaz.
va e pioneira. está sendo montada. atro de ação direta possuem roteiro A Festa do Teatro tem por ob- Página do site Festa do Teatro
O Residencial Utopia e Luta é Sandro Marques, do grupo Le- e personagens que permitem que jetivo promover o acesso à diversi-
ainda mais inclusivo, já que os mo- vanta Favela, ministra ocinas de qualquer um entre e logo se encai- dade da produção teatral contem- par de ingressos para uma das pe-
radores levaram cultura para o local. teatro no local. Criado em abril de xe nas apresentações. Além disso, porânea. A programação do evento ças participantes do projeto. Infor-
Dentre as 42 famílias com renda de 2008, com menos de um mês de o grupo ensaia uma peça baseada abrange desde o teatro de grupo até mações sobre as peças, número de
até três salários mínimos que ga- fundação já fruticava de sua ligação em poemas de Brecht e na vida do as grandes produções, permitindo ingressos por espetáculo e formas
nharam apartamento, oito delas são com os movimentos sociais e apre- autor, que em dezembro deve estar que o público tenha um panorama de distribuição estão disponíveis no
formadas por artistas, caso dos in- sentações no Dia do Trabalhador do sendo encenada nos principais espa- da pluralidade da arte realizado na site www.festadoteatro.com.br. A
tegrantes da Tribo de Atuadores Ói ano passado. “Chamamos o grupo ços públicos da capital gaúcha, em cidade. A distribuição dos ingressos realização é do grupo Parlapatões,
Nóis Aqui Traveiz, Renan Leandro de cambada de teatro em ação dire- assentamentos do MST e onde mais será feita em dois pontos xos e um Chaim Eventos e J.Leiva. O evento
e Edgar Alves, e do próprio coorde- ta, porque realizamos intervenções movimentos sociais requisitarem a móvel. Com regras claras e objeti- conta com o patrocinado da CCR
nador do coletivo, que é músico. curtas na rua sobre temas que estão presença do grupo. vas, cada cidadão poderá retirar um via lei Rouanet. (Redação)
16 16 a 30 de Junho de 2009 Jornal de Teatro
São Paulo
O mundo mágico de
Maria Zélia
Autonomia do riso sou, sempre de maneira independente. ao ponto de a plateia invadir o teatro, governo, para que os empresários pos-
Atualmente, ele se prepara - junto com quebrar a porta e tomar conta do pal- sam investir com maior força”, reclama.
Grupo um dramaturgo de nome famoso, mas
ainda desconhecido na Bahia, o Vinícios
de Moraes - para lançar a próxima co-
co, porque a lotação estava esgotada”.
Então chegaram as etapas de registrar
a companhia, os meios de produção
Para não deixar de tratar do tema, as-
sim como é feito com vários outros que
permeiam a sociedade como um todo,
baiano média da Cia, “Sirico-tico”.
Enquanto isto não acontece – o es-
e todo o processo de fazer teatro. No
segundo espetáculo, os gurinos foram
Lelo faz, no nal de cada espetáculo,
uma minipalestra de conscientização do
espetáculo
cem no Teatro do Isba, em Salvador, até cada. “A Bofetada” cava muito tempo de Patifaria já está em fase de gestação e
5 de julho. em cartaz, de casa cheia e sempre sendo chegará aos palcos no mês de setembro.
Segundo Lelo, A Cia Baiana de Pati- reivindicada pelo público. “Para se ter Os produtores não contam detalhes,
em 1991, já com o seu segundo espetá- com todos os gurinos emprestados e a pode ser retirado”, conta Lelo. Confira a entrevista completa
culo e maior sucesso de público, “A Bo- atuação de diretores convidados. Tudo - com Lelo Filho no site
fetada”, em cartaz. Foi aí que os patifes funções, custos, perdas e/ou lucros - era SEM PATROCÍNIO www.jornaldeteatro.com.br
viram que a aposta de transformar o co- dividido. Apesar do sucesso, “A Bofetada” só
tidiano em humor renderia bons frutos. E a resposta do público foi imediata. teve patrocinador uma única vez, na co-
De lá para cá, a Cia assinou um re- “Os espetáculos daquela época tinham memoração dos 10 anos, e por apenas
pertório de seis espetáculos (“Abafaban- curta duração: o ator ensaiava três me- três meses. “A Lei Rouanet nunca nos
ca”, “A Bofetada”, “Noviças Rebeldes”, ses para car duas semanas em cartaz. ajudou. Acho que a intenção é boa, mas
“3 em 1”, “A Vaca Lelé” e “Capitães da O nosso foi o primeiro espetáculo que nós, por exemplo, somos uma compa-
Areia”). Todos saíram de cartaz, mas “A cou em cartaz quase um ano, passando nhia que nunca utilizou desses recursos,
Bofetada” cou. Muitos atores também por vários teatros de Salvador, sempre apesar de sempre termos projetos apro-
já passaram pela pele dos personagens com casa cheia”. vados. Mas é uma perda de tempo, por-
que debocham das situações enfrenta- Quando o “Abafabanca” acabou, a que nós nos inscrevemos, atendemos a
das pela nossa sociedade. Cada um im- montagem de “A Bofetada” já aconteceu toda a burocracia, mas nunca consegui-
primindo sua marca, levando seu bor- de forma prossional. “Foi o espetáculo mos o patrocínio”, revela Lelo Filho.
dão e piadas para o palco e renovando, que prossionalizou nosso trabalho no Segundo ele, a Cia é autossustentá-
assim, os textos de Mauro Rasi, Miguel sentido de nos fazer entender que aquilo vel. “Vivemos de bilheteria”. Lelo ar-
Magno e Ricardo Almeida a cada nova nós estávamos desenvolvendo de forma ma que a falta de informação do empre-
temporada. improvisada precisava ser pensado e sariado é um dos maiores responsáveis
Do formato original, o ator e atual elaborado para que continuasse dando por tal situação. “Esta semana estava
diretor, Lelo Filho, e a falta de patrocí- frutos”, reete. conversando com a diretora do novo es-
nio se mantém como marca da monta- A primeira temporada de “A Bofeta- petáculo da Cia, Fernanda Paquelê, que
gem. Baiano que venceu as diculdades da” fez com que a Cia Baiana de Patifaria recentemente teve de dar uma aula de
de se fazer teatro no nordeste brasileiro, se modicasse sem perder a essência. O legislação ao diretor de um banco que
Lelo hoje se orgulha dos 800 mil espec- sucesso já conquistado com a primeira não conhecia os benefícios de se investir
tadores conquistados nas 50 cidades comédia foi extrapolado pela segunda. em cultura. O pior é que estas informa-
brasileiras por onde o espetáculo já pas- “Nós já lotamos a sala do Coro do TCA ções deveriam ser dadas pelo próprio
18 16 a 30 de Junho de 2009 Jornal de Teatro
Sindicais ECAD
O preço da música no
(ESCRITÓRIO CENTRAL
DE ARRECADAÇÃO
E DISTRIBUIÇÃO)
TEATRO
Por Bruno Pacheco ciações de música e mantida
pela atual Lei de direitos au-
torais brasileira – 9.610/98.
A compositora, instrumen-
Ele arrecada e distribui direi-
tista e regente brasileira Chi- tos autorais decorrentes da
quinha Gonzaga, no início do exibição pública de músicas
século XX, não só “abriu alas” nacionais e estrangeiras.
para as mulheres começarem a
buscar igualdade e respeito na Ecad possui sistema avançado, mas ainda gera dúvidas Tem sede na cidade do Rio
de Janeiro e 24 unidades
vida social como também deu
importantes passos para o fu- em quem paga e recebe direitos autorais no País arrecadadoras em todo o
País, 600 funcionários e 240
turo da classe artística brasilei- agências autônomas instala-
ra. A musicista foi responsável rais, surgiu o Ecad (Escritório anos de experiência com es- ança dos artistas quanto aos das em todos os estados da
pelos primeiros movimentos Central de Arrecadação e Dis- petáculos musicais e teatrais, valores cobrados e repassados federação. São enviados, por
em defesa dos direitos autorais tribuição), com o objetivo de o pagamento ao Ecad sempre aos autores de obras musicais. mês, cerca de 40 a 50 mil
no País, além de ter sido uma centralizar toda a arrecadação e cou por conta da produção. “O artista não tem controle se boletos bancários cobran-
das fundadoras, em 1917, da distribuição dos direitos auto- A gente entra em contato com recebe tudo que lhe é de direi- do direitos de quem utiliza
SBAT (Sociedade Brasileira de rais e de execução pública mu- eles e passa o repertório do to. Fica sempre uma dúvida”, música publicamente, os
Autores Teatrais), que até hoje chamados “usuários de mú-
sical. Através de unidades nas artista no caso de shows ou encerra a produtora. O Ecad sica”, que são cerca de 350
garante os direitos desses pro- principais capitais e 150 agên- explica que os critérios e parâ-
somente as músicas que se- mil cadastrados.
ssionais do teatro. cias credenciadas que atuam no metros de cobrança são deni-
rão usadas quando se trata de O sistema de controle de
Chiquinha questionava o interior fazendo o trabalho de dos pelas associações de músi-
peça teatral. Daí, eles calculam informações do Ecad possui
fato de não receber nenhuma captação e cadastramento dos ca que compõem o escritório,
quanto deverá ser pago”. 279 mil titulares diferentes
compensação nanceira pela teatros, o órgão acompanha os o que garante a delidade do e 1,15 milhão de obras ca-
No caso dos teatros, o Ecad
utilização de suas obras musi- espetáculos em todo o Brasil. repasse dos valores. Em 2008, talogadas, além de 665 mil
utiliza um percentual sobre a
cais nos teatros da época. Ela O estatuto da instituição, ava- foram arrecadados em direitos fonogramas. A distribuição
receita bruta da bilheteria ou a dos direitos autorais é feita
justicava sua indignação di- lizado por dez associações de autorais no segmento de teatro
capacidade de público do tea- mensalmente e trimestral-
zendo que a sua música era tão música, classica os teatros o total de R$ 1.919.530.
tro como bases para calcular o mente e 75,5% do que é
importante e proporcionava como usuários eventuais de preço nal. Esse último, quan- arrecadado é destinado ao
tanto sucesso quanto os textos música, ou seja, a cobrança por GRANDE DIREITO titular da obra. A obra mu-
do não há cobrança de ingres-
apresentados. Os anos se pas- direitos autorais deve ser feita Quando um espetáculo sical pode ser classificada
so. “O valor calculado a partir
saram e, graças à inquietação apenas pelas obras musicais possui trilha musical compos- como mecânica e ao vivo. A
do número de pagantes é o que
dessa grande artista brasilei- utilizadas nas peças. ta especicamente para ele e música mecânica é compos-
acreditamos ser mais honesto. ta por duas partes: a autoral
ra, um legado de músicos, de Esse pagamento é de res- devidamente comprovado em
Sempre prero por este méto- e a conexa; que são os in-
compositores, de intérpretes e ponsabilidade da produção do contrato, a cobrança de di-
do”, acrescenta Greice, que já térpretes, os músicos e os
de regentes pode, hoje, rece- respectivo espetáculo e não reitos pela execução pública
produziu espetáculos de artis- produtores fonográficos.
ber não só pela utilização de do teatro onde está em car- passa a ser de responsabili- O direto sobre a música
tas como Tom Zé, Elza Soares
suas músicas nos palcos, mas, taz, como explica a produtora dade da SBAT. Nestes casos, ao vivo é toda destinada ao
e Yamandú Costa, além de ter
também, nos diversos meios Greice Barros. “Nos meus dez as obras musicais são consi- autor (ou autores da obra
trabalhado com os grupos mi-
reprodutores de música, como deradas de Grande Direito. musical). O não pagamen-
neiros Luna Lunera e Galpão. to do direito autoral é uma
as emissoras de rádio e de te- ”Ainda há a possibilidade de
Mesmo dono de grande co- violação à lei e o infrator
levisão, os bares e restaurantes, o autor vender os direitos de
bertura e um dos sistemas de responderá judicialmente
a internet, os celulares e, entre uma composição para os pro-
arrecadação e distribuição de pela utilização não autoriza-
outros, acredite, até videoquês. dutores do espetáculo. Neste da das músicas (fica sujeito
direitos autorais mais moder-
Em 1973, com a promul- caso, não há arrecadação para às sanções criminais e civis
nos do mundo, o Ecad convi-
gação da Lei de Direitos Auto- nenhum órgão”. cabíveis, conforme Código
ve com as críticas e a descon- Penal Brasileiro e os artigos
105 e 109 da Lei Federal de
direitos autorais).
(Fonte: site e assessoria
de imprensa do Ecad)
DIREITOS AUTORAIS,
O QUE SÃO?
É um conjunto de prerro-
gativas conferidas por lei à
pessoa física ou jurídica cria-
dora da obra intelectual, para
que ela possa gozar dos be-
nefícios morais e intelectuais
resultantes da exploração
de suas criações. O Direito
Autoral está regulamentado
por um conjunto de normas
jurídicas, que visa proteger
as relações entre o criador e
a utilização de obras artísti-
cas, literárias ou científicas,
tais como textos, livros, pin-
turas, esculturas, músicas,
ilustrações, projetos de ar-
quitetura, gravuras, fotogra-
fias etc. Os direitos autorais
são divididos, para efeitos
legais, em direitos morais e
patrimoniais.
Jornal de Teatro 16 a 30 de Junho de 2009
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Formação
Fotos: Divulgação
O laboratório de cenograa destaca-se como centro de estudos, pesquisa e experimentação teatral. O Espaço Cenográco completou 11 anos de existência em 2009
Homenagem
Opinião
Um espetáculo deve sempre
p ser avaliado pelos mesmos critérios e críticos?
moroso, localizado no coração liço em torno da união de produto- gados; o que está fazendo com que não
cultural de Downtown chama- res, realmente importa? Muito disso haja audições acontecendo, e tenho
do Los Angeles Music Center, e também devido à resistência que os muitos colegas querendo audicionar!
que é considerado um dos três
Salena Semmers