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UNIVERSIDADE ANHEMBI - MORUMBI

MACHADO DE ASSIS

“Mas este capítulo não é sério”

Turma: COS JO NA 6- C

Prof. Maria de Lourdes Eleutério

Eliete Martins Bueno e Silva

Daniela iacobucci

Luciana Alves Bispo

- 2008-
Acaso ou perseverança?

Ele tinha tudo para não dar certo: nasceu pobre, era mestiço, epilético,
filho de pai mulato e de mãe portuguesa. Joaquim Maria Machado de Assis
nasceu em 21 de junho de 1939, no Rio de Janeiro, mais precisamente no Morro
do Livramento. Pouco se sabe sobre sua infância. Bem cedo perdeu a mãe e a
única irmã. Até o segundo casamento de seu pai ficou sob os cuidados de sua
madrinha, uma senhora de posses.

O garoto mulato, publicou o seu primeiro poema aos 16 anos e partir daí
não parou mais. Foram nove romances, duzentos contos, uma dezena de peças de
Teatro, cinco coletâneas de poemas e milhares de crônicas. Sua extensa obra o
torna o maior escritor do Brasil.

100 anos após a sua morte estudiosos ainda se debruçam em cima de


sua obra para compreender o grande enigma deixado por ele. São infinitas
publicações produzidas por críticos literários no Brasil e até no exterior,
principalmente nos Estados Unidos, país no qual Machado de Assis tem sido
amplamente estudado.

Somente pela imensa obra, Machado já deveria ser amplamente


reconhecido e venerado. Mas nos tempos de hoje imaginar que alguém, nascido
no século XIX - em plena sociedade escravagista - em berço pobre, tenha se
tornado um homem com tanta cultura e sabedora, é realmente motivo de
admiração.

Uma reflexão sobre o passado, o presente e o futuro de Machado

Não poderia haver lugar mais adequado para homenagear Machado de


Assis, 100 anos após a sua morte. O Museu da Língua Portuguesa é um museu
com muita interatividade, informações sobre as raízes da nossa língua e as
influências que ela sofre das diversas outras famílias lingüísticas.

Já Machado de Assis, fundador da Academia Brasileira de Letras, e primeiro


presidente desta instituição, não poderia estar em melhor espaço para que a
cultura e a língua portuguesa fossem associadas ao grande escritor Brasileiro.
“O renome internacional de Machado de Assis, hoje em alta, até meados do
século passado era quase nenhum. Para não fabricar um falso problema, é bom
dizer que o mesmo valia para a literatura brasileira no seu todo, prejudicada pela
barreira do idioma. Talvez a única exceção fossem os romances de Jorge amado,
que se beneficiavam da máquina de propaganda e traduções do Realismo
Socialista, atrelada à política externa da finada União Soviética”. Sem ilusões,
comentando uma tentativa oficial de divulgar os escritores brasileiros na França,
Mário de Andrade observava que a nossa arte seria mais apreciada no mundo se a
moeda nacional fosse forte e tivéssemos aviões de bombardeio.1
Felizmente os tempos são outros. Na reportagem “Enxergar através das
2
retinas do gênio”, John Glender é o crítico inglês que analisa a importância das
obras machadianas. O autor de “Por um novo Machado de Assis”, é também um dos
principais intérpretes estrangeiros da obra do escritor. Para o centenário da morte de
Machado, o crítico preparou “Notas Semanais”, uma antologia de contos do escritor
publicada na Inglaterra e reeditada este ano, com outras obras do escritor. Sinal de
que Machado é respeitado no mundo todo.

Nesta exposição, o que se quer mostrar não é a morte de Machado de


Assis, mas sim o seu renascimento, 100 anos após a sua morte. O Titulo da
Exposição “Machado de Assis, mas este capitulo não é sério” , trecho retirado do
livro Memória Póstumas de Brás Cubas, tem um caráter de brincadeira ao mesmo
tempo que desmistifica o caráter sério de sua obra e de sua pessoa.

Toda a exposição foi dividida em capítulos de livros de Machado. Mais a


frente chapéus com auto-falante recitam trechos de seus livros, demonstrando
como é agradável ouvir Machado. À frente uma vitrine chamada Medalhão,
podemos ver vários documentos deixados por Machado de Assis, inclusive dívidas
de quitandas, surpreendendo os visitantes sobre um Machado que era gente como
a gente.

A vitrine O medalhão, nos remete ao artigo de Daniel Piza publicado no


jornal O Estado de S. Paulo4 , onde destaca a proximidade que Machado consegue
estabelecer entre a norma culta e a coloquial, misturando os dois estilos ao usar
termos “nobres e chulos” na mesma expressão. Piza critica o escritor ao dizer que
este “suja o texto”, por fazer uso excessivo de pontos, vírgulas, travessões,
reticências e exclamações num mesmo período. Mas podemos ver esse
coloquialismo como algo próximo do leitor, o que pode ser demonstrado pela
popularidade de suas obras. Ele era tão mortal, tão igual a nós que sua linguagem
era uma simplicidade, algo realmente fora do seu tempo e que até hoje é visto com
certa atualidade.
Uma foto enorme com um Machado de Assis, muito branco chama a
atenção, em contraste com outra foto pequena na qual Machado aparece bem
mulato. Parece uma brincadeira ente o magistrado e a cor, como se Machado,
sendo que ele era, não pudesse ser mulato.

Em outro capítulo chamado “meu caro crítico”, retirado de memória póstumas


de Brás Cubas, há uma antologia sobre as criticas às obras de Machado desde o
lançamento da obra Memória Póstumas de Brás Cubas. Um tabuleiro de xadrez
chama a atenção dos visitantes, afinal o que um xadrez estaria fazendo por ali?
Descobrimos que o xadrez está nos dizendo que ler Machado é sempre um
grande jogo e que se quisermos encontrar um caminho, não é necessário ir atrás
de críticos, pois cada pessoa que se propor a ler Machado encontrará um
caminho diferente. Não é a toa que o número de críticos sobre Machado, cresce a
cada dia.

Na exposição, uma imagem de uma criança branca montando em uma


criança negra, datada de 1888 - mais um tema explorado por Machado de Assis -
“a escravidão”, descreve como os negros eram tratados pelos brancos, o quanto
era comum a cena da criança branca montando em seu escravo. Do Outro lado,
uma releitura de Portinari retrata o mesmo tema.

Consolava-os a saudade de si mesmo

Mesmo doente, em 1908 Machado publica Memorial de Aires, a história de


diário escrito pelo Conselheiro Aires, personagem que já aparecera em Esaú o Jacó,
onde o narrador relata sua vida de diplomata aposentado no Rio de Janeiro de 1888
e 1889. Memorial de Aires é apontado como o romance mais projetivo da
personalidade e da vida de Machado de Assis. Na exposição, a citação “consolava-
os a saudade de si mesmo”, nos causa uma certa angústia, uma relação com a
morte do escritor Machado de Assis, como se fosse o prenúncio do que ele mesmo
já esperava.
Cinco telas grandes mostram vários ambientes e vários livros, sendo um
convite a leitura de Machado que pode ser feita em qualquer espaço, em qualquer
lugar. Ao final da exposição, um túnel com várias imagens e a narração que nos
acompanha desde o inicio da exposição, narra o capitulo do enterro de Brás
Cubas, enquanto as fotos sobre a morte de Machado são vistas pelos público.
Foram dois dias de velório, que pararam o Rio de Janeiro, um sinal de
reconhecimento pelo significado do grande escritor que nasceu, viveu e morreu no
Rio de Janeiro. Após o túnel, livros de todos os tipos podem ser manipulados,
rasgados, apalpados, lidos e cheirados, levando à reflexão sobre o renascimento
de Machado de Assis, 100 anos após a sua morte.

Machado de Assis, um dos pais da crítica literária

Carmen de Fátima Henriques da Matta, em Desatinos e desafetos ao


Celebre Machado de Assis3 ,
diz que a crítica literária em torno da obra de
Machado é vasta e polêmica e por isso mesmo acaba explicitando suas próprias
dificuldades (como crítica) e as da intelectualidade brasileira como promotora de
reflexões teóricas.
Ela diz que pelo fato de sua produção ser uma fonte essencial, Machado de Assis
contribuiu para que a crítica literária superasse métodos e conceitos não mais
plausíveis, reatualizasse a visão de história dos críticos, recuperasse fontes pouco
trabalhadas, revisse a escrita e a narrativa romanescas de um modo geral, ofereça
novos enfoques, amplie ou abale o cânon literário e leve a repensar as questões
culturais nacionais.
Carmen cita ainda que Como crítico, em 1865, Machado de Assis publica
no Diário do Rio de Janeiro o artigo “Ideal de Crítico”, no qual reflete sobre a crítica
de seu tempo, propondo alguns critérios para o exercício livre da mesma. A crítica,
para ele, era “incompetente”, parcial, estéril, favorecedora de amigos e conhecidos,
e, ao denunciar seus excessos, clamava:
“(...) Estabelecei a crítica, mas a crítica fecunda, e não estéril, que nos aborrece e
nos mata, que não reflete e nem discute, que abate por capricho ou levanta a
vaidade; estabelecei a crítica pensadora, sincera, perseverante, elevada, - será
esse o meio de reerguer os ânimos, promover os estímulos, guiar os estreantes,
corrigir os talentos feitos; condenai o ódio, a camaradagem e a indiferença, - essas
três chagas da crítica de hoje, - ponde em lugar deles a sinceridade, a solicitude e a
justiça, - e só assim que teremos uma grande literatura”. (ASSIS, 1944, p.129)
Concluímos com esses estudos que apesar da pesquisa de vários
documentos para se proceder a esta análise sobre a obra de Machado de Assis e
a exposição no Museu da Língua Portuguesa, muitos aspectos seguem sem serem
explorados dada a infinidade de publicações que nos poderiam levar a outros
paradigmas.
Análise bibliográfica

Roberto Schwarz é ex professor da Unicamp e crítico literário, seu artigo faz um a


analise sobre a obra de Machado de Assis no Brasil e no exterior, trazendo citações
e criticas importantes sobre outros escritores como Mario de Andrade. Com base
na crônica “ O punhal de Martinha”, procurou demonstrar a complexidade entre o
local e o universal sugerida pela obra de Machado de Assis.

John Glender - Na reportagem “Enxergar através das retinas do gênio”, no Jornal O


Globo de Data: 20/09/2008 - Caderno especial: "Tempo de Machado" John Glender
é o crítico inglês que analisa a importância das obras machadianas. O autor de “Por
um novo Machado de Assis”, é também um dos principais intérpretes estrangeiros
da obra do escritor.
Carmem de Fátima Henrique da Mata - Em Desatinos e Desafetos ao
Celebre Machado de Assis, Carmem de Fátima Henrique da Mata,
doutoranda em Literatura comparada pela UERJ, faz um levantamento
sobre a critica nos tempos de Machado, como era a critica literária e o
por quê de seu descontentamento sobre o que era realizado no seu
tempo.

Jornal: O Estado de S. Paulo -Data: 27/09/2008 Caderno especial: "O Século de


Machado"

Em relação ao caderno especial “O Século de Machado”, veiculado no jornal


“O Estado de S. Paulo” no dia 27 de setembro deste ano, Daniel Piza aparece como
um dos críticos da edição, no artigo “O pai da prosa brasileira”.

Crítico brasileiro, Piza chama atenção às metáforas usadas por Machado no


romantismo, como no começo da obra “Brás Cubas”. Outro aspecto levantado pelo
crítico são as obras que contam com paródias e citações bíblicas, usadas para
satirizar e ironizar as situações postas por Machado, com o objetivo de fugir das
dualidades banais.
Referencias Bibliográficas

1- Roberto Schwarz - Crítico literário e professor aposentado da Unicamp -


http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-
33002006000200005&script=sci_arttext – acessado em 23/10/2008

2- reportagem: “Enxergar através das retinas do gênio”, John Glender –


20/09/2008 – caderno Especial

3- Matta C. F. H - DESATINOS E DESAFETOS AO CÉLEBRE MACHADO


DE
ASSIS - . - http://www.idelberavelar.com/abralic/txt_8.pdf - acessado
em 20/10/2008.

4- Caderno especial: "O Século de Machado" Jornal: O Estado de S. Paulo -Data:


27/09/2008

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