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La FCCE es la más antigua Asociación de Clase de- En un pasado reciente, la FEDERACIÓN DE LAS CÁ-
dicada exclusivamente a las actividades de Comercio MARAS DE COMERCIO EXTERIOR – FCCE firmó Con-
Exterior. venio con el CONSEJO DE CÁMARAS DE COMERCIO
Fundada en el ano 1950, por el empresario João DE LAS AMÉRICAS, organismo que representa a las Cá-
Daudt de Oliveira (se debe a él la fundación de la Con- maras Bilaterales de Comercio de los siguientes países:
federación Nacional de Comercio – CNC, 5 años an- ARGENTINA, BOLIVIA, CANADÁ, CHILE, CUBA,
tes), la FCCE opera, ininterrumpidamente, desde hace ECUADOR, MÉXICO, PARAGUAY, SURINAME, URU-
más de 50 años, incentivando y apoyando el trabajo de GUAY, TRINIDAD Y TOBAGO y VENEZUELA.
las Cámaras Bilaterales de Comercio, Consulados Ex- Además de varias decenas de Cámaras Bilaterales de
tranjeros, Consejos Empresariales y Comisiones Mixtas Comercio afiliadas a la FCCE en todo Brasil, forman
a nivel federal. parte de la Directoria actual, los Presidentes de las Cá-
La FCCE, por fuerza de su Estatuto, tiene ámbito na- maras de Comercio: Brasil-Grecia, Brasil-Paraguay, Brasil-
cional y posee Vicepresidentes Regionales en diversos Rusia, Brasil-Eslovaquia, Brasil-República Checa, Bra-
Estados de la Federación, operando también en el plano sil-México, Brasil-Belarus, Brasil-Portugal, Brasil-Líba-
internacional, a través de “Convenios de Cooperación” no, Brasil-India, Brasil-China, Brasil-Tailandia, Brasil-Ita-
firmados con diversos organismos de la más alta credibi- lia y Brasil-Indonesia, además del Presidente del Comi-
lidad y tradición, a ejemplo de la International Chamber té Brasileño de la Cámara de Comercio Internacional,
of Commerce (Cámara de Comercio Internacional – el Presidente de la Asociación Brasileña de las Empresas
CCI), fundada en 1919, con sede en París, y que posee Comerciales Exportadoras – ABECE, el Presidente de
más de 80 Comités Nacionales, en los 5 continentes, ade- Ia Asociación Brasileña de la Industria Ferroviaria –
más de operar la más importante “Corte Internacional de ABIFER, el Presidente de la Asociación Brasileña de los
Arbitraje” del mundo, fundada en el año 1923. Terminales de Contenedores, el Presidente del Sindi-
La FEDERACIÓN DE LAS CÁMARAS DE COMER- cato de las Industrias Mecánicas y Material Eléctrico,
CIO EXTERIOR tiene su sede en la Avenida General Jus- entre otros. Súmese aun, la presencia de diversos Cón-
to nº 307, Río de Janeiro, (Edifício de la Confederación sules y diplomáticos extranjeros, entre los cuales, el
Nacional de Comercio - CNC) y mantiene con esta enti- Cónsul General de la República de Gabón, el Cónsul de
dad, hace casi dos décadas, “Convenio de Respaldo Admi- Sri Lanka (antiguo “Ceilán”), y el Ministro Consejero
nistrativo y Protocolo de Cooperación Mutua”. Comercial de la Embajada de Portugal.
La Directoria
DIRECTORIA PARA EL TRIENIO 2003/2006
Presidente
1o Vicepresidente
Vicepresidentes
Directores
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Comércio Brasil-Chile
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APOIO
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fortalece o Mercosul
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O Chile é importante! O atual governo brasileiro, desde cedo, não economizou
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esforços no sentido de estreitar relações com aquele país. A visita de Luiz Inácio Lula da
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Silva, ainda como presidente eleito, teve por objetivo ampliar os laços econômicos e
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políticos como Chile. Serviu, sobretudo, para discutir o fortalecimento do comércio
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bilateral e a maior integração do Chile ao Mercosul. Aquela iniciativa deslanchou uma
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série de visitas mútuas de representantes dos dois países, o que propiciou a assinatura de
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acordos de cooperação bilateral em setores diversos, incluindo a promoção do comér-
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cio, dos investimentos e dos direitos humanos. A cooperação em biotecnologia e agri-
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cultura familiar foi, igualmente, objeto de acordo, desta vez envolvendo a EMBRAPA e o
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Instituto de Investigações Agropecuárias do Chile. A aproximação baseada no fortaleci-
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mento de afinidades criou condições para potencializar e tornar ainda mais competitivos
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setores variados da economia daqueles dois países.
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As perspectivas para as relações comerciais entre Brasil, Chile e Mercosul nunca
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foram tão favoráveis. O Acordo de Complementação Econômica 35 – ACE 35, deverá
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permitir, a partir de janeiro de 2006, que cerca de 98% do comércio Chile-Mercosul
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tenha tarifas zero. Em outras palavras, dos cerca de 6.500 bens comercializados, ape-
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nas 200 sofrerão taxação, significando a efetivação de uma zona de livre comércio. O
○
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Chile, por seu turno, aguarda decisão do governo brasileiro que permita reduzir cotas
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impostas a produtos chilenos, o que implicará na redução do atual déficit carregado
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pelo Chile. ○
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apenas US$ 1 bilhão. Em ambos os sentidos há espaço para crescer, dinamizar as econo-
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Produção
de Ushuaia, como instrumento de defesa da democracia, assinado pelos países do Mer-
○
cosul e pelo Chile, acena com a estabilidade desejada. Diretores: Eduardo Teixeira e
○
e-mail: eduardo.teixeira@abrapress.com.br
○
Editor
Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos Brasil-Chile, objeto dessa edição. Nela,
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O coordenador da FCCE
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o leitor poderá conferir os esforços de ambos os países no sentido de ampliar investi- Textos e Repor tagens
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Elias Fajardo
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Celeste Cintra
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Estopim Comunicação
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disso, se por um lado, investidores e exportadores brasileiros devem estar atentos às Tel.: 55 21 2518 7715
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e-mail: estopim@estopim.com
oportunidades que emergem das amplas relações do Chile com os países da ASEAN, na
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bacia do Pacífico, por outro, investidores e exportadores chilenos devem considerar o Revisão
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Rozane de Souza
acesso direto do Brasil a países africanos e a países árabes. As oportunidades são muitas.
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Fotografia
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Christina Bocayuva
Boa leitura.
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6 E N T R E V I S TA 4 4 G OV E R N O
“Diferenças nas BNDES: 15 anos apoiando as
nossas economias atividades exportadoras
não prejudicam
comércio bilateral”
3 9 EM PAU TA
Neoenergia no
novo modelo do
setor elétrico
FCCE recebe
moção de aplauso
e acolhe ilustres
visitantes 6 0 APOIO
Exportações via Banco do Brasil
4 2 C U LT U R A
Gabriela Mistral: uma vida dedicada à
7 1 C U R TA S
literatura, à educação e à diplomacia
ENTREVISTA
no campo político quanto no econômico o Chile acha que poderia oferecer seguir isso não vamos modificar de ma-
e comercial, e existe a decisão dos setores ao Brasil de atrativo para incremen- neira individual ou seletiva a legislação
privados dos dois países de explorar no- tar as nossas importações? geral. Se um investidor nos pede que fa-
vas áreas de intercâmbio. Eu estou certo DIF – Efetivamente, o maior fluxo das çamos uma exceção sobre certos impos-
de que o comércio seguirá incrementado. exportações do Chile ao Brasil vem de tos, por exemplo, a resposta sempre será
As decisões que foram adotadas na Co- produtos tradicionais. Tenho a impressão negativa. Penso que o maior capital do
munidade Sul-Americana de Nações aju- de que os empresários brasileiros ainda Chile é a sua estabilidade política, jurídica,
darão de forma concreta. Se melhorarmos não se deram conta da possibilidade de econômica e social. Na medida em que
a conectividade, se dermos mais facilida- trazer produtos elaborados do Chile. Ali isso se mantenha, o capital chegará por
des ao trânsito de pessoas e se buscarmos existe uma tecnologia e uma qualidade de sua própria conta.
meios para liberar ainda mais o comércio primeira classe. Estou certo que pode- Quanto ao Brasil, tenho fundadas e
bilateral, indubitavelmente os envios em mos oferecer uma grande variedade de- grandes esperanças que o investimento no
ambas as direções crescerão. les, a melhores preços e, pelo menos, no Chile aumente, por uma razão muito sim-
mesmo nível de qualidade. ples. O Chile tem obtido condições ex-
“
cepcionais com países como a Coréia por
Para ajudar os que O que o Chile busca de diferente no meio da Tratado de Livre Comércio – TLC
desejam ser parceiros, comércio e na indústria do Barsil e está negociando acordos similares com
podemos informar e para importar? Tradicionalmente a China, o Japão e a Índia. Com essa reali-
fazer contato
“
produtos e são eles que devem tratar de nhões, ônibus), petróleo, carne bovina,
fazer com que sejam aceitos de acordo com terminais de telefonia celular e insumos Os principais produtos
as margens de utilidade que se apresen- industriais (laminados de aço, produtos que compramos do Brasil
tem. Nós, como representantes da em- das indústrias petroquímicas e químicas). são material de transporte,
”
baixada, lhes proporcionamos toda a in-
formação requerida; damo-lhes assistên- O Chile necessita aumentar seus es-
petróleo e carne bovina
cia em seus contatos com as autoridades forços para atrair investimentos es-
brasileiras e com os produtores desse país, trangeiros. Que esforços o país vem Que novos cenários o senhor espe-
ajudamos na solução das dificuldades que fazendo para isso, sobretudo em ra na relação Chile-Brasil?
possam ser produzidas e servimos de pon- relação à tecnologia mais avançada? DIF – Todos os cenários do futuro próxi-
te com os diversos setores da sociedade Há alguma expectativa em relação mo são muito auspiciosos. No campo po-
brasileira. Penso que a organização de se- ao Brasil nesse setor? lítico temos tido entendimentos notáveis.
minários e encontros entre setores priva- DIF – O Chile tem há anos normas mui- Como exemplo, posso citar o apoio bra-
dos de ambos os países é um aspecto que to claras a respeito de investimentos es- sileiro para a eleição de José Miguel Insulza
devemos explorar mais. Me esforçarei trangeiros, o que lhe permitiu captar du- como Secretário-Geral da Organização de
nesse sentido. rante mais de 15 anos um nível adequado Estados Americanos – OEA. Por sua vez,
de capital oriundo de outros países. Essas o Chile tem sido um decidido partidário
Nossas importações em volume ain- regras garantem o sistema tributário, as leis de que o Brasil tenha a qualidade de mem-
da são de produtos tradicionais, a aplicar etc. Claro que seria melhor ter bro permanente do Conselho de Segu-
como cobre, vinho e salmão. O que mais capitais estrangeiros, mas para con- rança da ONU. Outros bons exemplos
“
dos os setores da sociedade. Existe ali um te, o que temos feito é criar um sistema
grande respeito pela histórica relação que
O Chile é um país com de controle muito eficiente, o que dimi-
temos e pelo entendimento que sempre estabilidade política, nui de forma substancial a evasão, e, as-
tem guiado as nossas relações. Pessoal-
mente, sou um admirador do futebol bra-
sileiro e tenho acompanhado a sua traje-
jurídica,econômica e social
”
D E M E T R I O I N FA N T E F I G U E R OA .
sim, aumenta os recursos do Estado. Hoje
em dia, o Serviço de Impostos Internos
do Chile sabe perfeitamente quando e
tória através do tempo. Deixe-me acres- como uma pessoa comprou ações de
centar um dado pessoal. Quando rapaz, a O Brasil tem alíquotas de imposto uma empresa, uma casa ou um automó-
primeira dança que aprendi foi o samba e de importação para entrada de vel. Se alguém faz uma transação, não só
um dos poucos sonhos não realizados, é o produtos estrangeiros mais eleva- tem de estampar num contrato os valo-
de assistir ao carnaval do Rio. das que aquelas do Chile. Em que as res reais e sobre esse valor tributar, como
alíquotas brasileiras de importação também, se lhe for requerido, tem de
Qual a importância de eventos prejudicam o comércio de seu país? dar explicações sobre como obteve o
como os seminários da Federação Que produtos são mais afetados por dinheiro e quanto foi recolhido sobre o
das Câmaras de Comércio Exterior elas e que sugestões o senhor daria que está se gastando.
– FCCE para as relações comerciais para minimizar essa questão? Além disso, o sistema se modernizou
e investimentos bilaterais? DIF – As barreiras são, sem dúvida, uma de forma notável. Hoje, a imensa maioria
DIF – Penso que seminários como os or- trava ao comércio internacional. A tendên- dos chilenos faz a declaração anual de
ganizados pela FCCE são fundamentais e cia do mundo hoje em dia é eliminá-las e imposto de renda pela Internet. O pró-
indispensáveis. Temos economias em que abrir o comércio. Com isso, permite-se o prio Serviço de Impostos Internos indi-
o Estado define as normas macroeco- livre fluxo de mercadorias que, no final ca na tela do computador, por meio de
nômicas e assenta as bases institucionais das contas, é o mais importante, e tam- um sistema de senhas, qual é o imposto a
para o vínculo comercial. As operações bém cria-se a possibilidade, para o cida- ser pago. Caso esteja de acordo com o
propriamente ditas são de competência do dão comum de qualquer país, de esco- que ali aparece, a pessoa aperta uma te-
setor privado. Por isso é indispensável cri- lher o melhor produto com o preço mais cla do computador e o Estado debita o
ar instâncias nas quais os membros dos barato. Não se deve perder de vista que, imposto na conta corrente do banco in-
setores privados possam reunir-se, con- com o livre comércio, o beneficiado final dicado. Caso não se esteja de acordo com
versar e negociar. Esse é o comércio dos é o cidadão. o que calculou, o contribuinte indica que
dias atuais. São os empresários que têm Penso que o Brasil está se abrindo para vai reclamar e se inicia um processo ad-
que fazer negócios e seminários como os uma tendência que aponta nesse sentido. ministrativo para determinar quem tem
da FCCE são um bom local de encontro Uma das metas da Comunidade Sul- razão. A maioria declara o que o Serviço
para que os negócios se concretizem. Americana das Nações é abrir mais o co- de Impostos Internos calculou.
Mario Benavente: “É preciso estreitar os laços entre as empresas para estabelecer cooperação produtiva e enfrentar a conjuntura internacional”.
“
sidade de incrementar os investimentos
de Complementação bilaterais. A cota do Brasil para vinhos
Econômica 35 – o Os investimentos do Chile no Brasil chilenos se completa entre
são hoje de mais de US$ 4 bilhões, en- janeiro e maio. Nossa sugestão é
”
ACE 35, em janeiro de quanto as inversões do Brasil no Chile
aumentar ou eliminar esta cota
são de menos de US$ 1 bilhão. Se no
2006, cerca de 98% do comércio há um déficit para o Chile,
comércio chileno com os nos investimentos é o contrário: o país O que o senhor acha do Acordo de
pequeno investe bem mais no país gran- Complementação Econômica 35 -
quatro países do de. Isto é quase um paradoxo. Por isto, o ACE 35, que o Chile firmou em
nós estamos interessados em conseguir 1996 com o Mercosul? Quais são os
Mercosul será que os empresários brasileiros se apro- pontos positivos e negativos deste
beneficiado com tarifas ximem mais do Chile, e realizem inves- acordo?
timentos para produzir em parceria com MB – O mais importante é que o ACE
zero. Isto significa, na os empresários chilenos, para que, fu- 35 permitiu estabelecer, além do co-
prática, a criação de uma turamente, estes produtos possam ser mércio e do intercâmbio de pêras e
exportados para todos os países com os maçãs, uma mesa de negociações polí-
verdadeira zona de livre quais o Chile mantém acordos de livre tica, econômica e comercial com conti-
comércio. nuidade. Chile e Mercosul se deram dez
comércio, a primeira anos para estabelecer uma zona de livre
deste tipo numa região Entre 1995 e 2000, houve uma que- comércio. Por resoluções previstas nes-
da no comércio entre Chile e Brasil. te acordo, no dia primeiro de janeiro do
da América Latina com Agora, os analistas econômicos in- ano de 2006, cerca de 98% do comér-
taxas praticamente zero. dicam que está havendo de novo um cio bilateral vai passar a ter tarifas zero.
crescimento. Espera-se um aumen- Isto significa que vamos ter uma verda-
Vão ficar de fora apenas to no fluxo comercial de cerca de deira zona de livre comércio constituí-
20% nos próximos dois anos. Como da pelo Chile e pelos quatro países do
cerca de 200 produtos. o senhor vê este cenário? Mercosul, a primeira deste tipo numa
Em 2008, somente cerca MB – Sem dúvida, hoje estamos cres- região da América Latina, com taxas pra-
cendo. A relação bilateral esteve muito ticamente zero. De um universo de mais
de 50 produtos deverão afetada pela crise econômica brasileira de 6.500 produtos que compõem hoje
dos anos de 1998 e 1999. Além disto, o o nosso comércio, vão permanecer com
ser taxados. Chile foi também particularmente afeta- alguma taxação somente cerca de 200
”
ceptor de investimentos chilenos. rio. A cota estabelecida pelo Brasil para os
Em primeiro lugar está a Argentina, em outros setores com o Brasil vinhos chilenos costuma se completar en-
depois vêm o Peru, os Estados Uni- tre janeiro e maio. De junho e dezembro, o
dos, o Panamá e, em sexto lugar, fica apenas de 15 milhões de chilenos, mas de Chile não pode mais exportar vinho, pois a
o Uruguai. O senhor acha que, den- 1,3 bilhão de pessoas, pois o Chile tem sua cota se esgotou e as exportações estão
tro deste panorama, ainda há espa- acordos de livre comércio com os Esta- sujeitas a taxas muito elevadas. Nossa su-
ço para investimentos chilenos no dos Unidos, o México, o Canadá e tam- gestão é aumentar ou eliminar esta cota.
Brasil ou eles já chegaram ao seu li- bém com a União Européia, que repre-
mite máximo? senta 25 países. Deste modo, se cumprir- Há uma grande empatia entre chile-
MB – O Chile continua crescendo e vê mos a norma de origem, ou seja, um míni- nos e brasileiros. O intercâmbio cul-
com muito interesse o fato de que seus mo de componentes e de formação de tural entre os dois países é expressi-
investimentos na Argentina e no Brasil, valor agregados no Chile, podemos che- vo, ou somos muito distantes geogra-
principalmente no Brasil, podem cres- gar a conseguir que as exportações brasi- ficamente?
cer ainda mais. Como eu já disse, os in- leiras para o mundo aumentem substan- MB – No setor cultural há um longo ca-
vestimentos chilenos no Brasil são de cialmente, via Chile. Um exemplo con- minho a percorrer. O Brasil não é sufici-
quase US$ 4 bilhões e na Argentina são creto: as empresas brasileiras de fios e fi- entemente conhecido (do ponto de vista
de mais de US$ 13 bilhões. O total de bras industriais podem exportar para o de seu potencial científico, intelectual e
investimentos chilenos no Mercosul Chile, que fará o tecido e as roupas e as até artístico) no Chile. O Brasil é muito
ultrapassa US$ 17 bilhões, enquanto os
investimentos do Mercosul no Chile gi-
ram em torno de US$ 1 bilhão, a dife-
rença é muito grande. Na reunião da co-
Perfil de um economista chileno
missão administradora do ACE 35, que Mario Benavente Jaque é PhD em economia pela Universidade Gabriela
aconteceu no Uruguai em setembro, Mistral. Atualmente trabalha no Departamento Mercosul da Direção-Geral
Brasil e Mercosul se puseram de acor- de Relações Econômicas Internacionais do Ministério das Relações Exterio-
do em incorporar na nossa relação bila- res do Chile.
teral temas novos, tais como serviços e É membro da delegação chilena nas negociações para a formação da Comu-
compras de governo. Todos os países do nidade Sul-Americana de Nações e da Rede de Gasodutos do Sul. O Chile está
Mercosul vão começar a estudar uma investindo na modificação da sua matriz energética, na qual o gás natural desem-
forma de incorporar isto no comércio penha papel importante; daí a ênfase no aperfeiçoamento e na construção de
com o Chile, o que significa uma gran- gasodutos.
de oportunidade para os investimentos Mario Benavente, como é mais conhecido, foi também assessor econômico
recíprocos. e chefe da Unidade de Estudos e Políticas de Investimento do Comitê de Inves-
timentos Estrangeiros do governo de seu país; membro da delegação chilena
Em relação ao comércio, quais são no Grupo Negociador de Investimentos do Acordo de Livre Comércio das
os setores que ainda podem ser mais Américas – ALCA; assessor econômico da Direção Geral de Relações Econô-
explorados? Em que produtos bra- micas Internacionais e da Direção de Planificação do Ministério de Relações
sileiros o Chile teria interesse e que Exteriores.
produtos brasileiros podem ter uma O economista chileno também atuou como negociador no Acordo Marco
boa receptividade junto aos chile- de Cooperação com a União Européia, tendo participado ainda da discussão de
nos, já que uma das questões no nos- acordos de promoção e proteção de investimentos com a Polônia, a Hungria, a
so comércio bilateral é que compra- Romênia, a República Tcheca e a Rússia.
mos pouco do Chile? É professor universitário de Economia Internacional, Comércio Internacio-
MB – Vejo o problema de dois pontos de nal, Política e Relações Econômicas Internacionais e História do Pensamento
vista: Brasil-Chile e Chile-Brasil. Do pri- Econômico. Tem participado como conferencista de encontros sobre investi-
meiro ponto de vista, é preciso considerar mentos nos mais diferentes países das Américas, da Europa e da Ásia.
que o mercado objetivo não é composto
“
grande e os chilenos não o conhecem em mum, ou seja, aquilo que nos une, para po-
Um dos temas centrais
profundidade. A recíproca também é ver- dermos trabalhar de maneira conjunta.
dadeira: os brasileiros conhecem bem da política chilena é o uso
pouco a realidade chilena. Creio que esta conjunto de recursos para O Chile tem hoje uma renda per
é uma área que precisa ser bem mais tra-
balhada e, nela, o setor privado, tem um
papel muito importante a desempenhar.
potencializar a economia
”
estreitar os interesses das empresas para
capita de cerca de US$ 10 mil dóla-
res, enquanto que na América Lati-
na os outros países têm uma renda
média per capita de US$ 6.700. O Chi-
O senhor acha que a integração la- estabelecer cooperação produtiva e en- le conseguiu isto graças a reformas
tino-americana é possível ou o se- frentar de maneira competente a conjun- econômicas. O senhor crê que o res-
nhor vê muitos obstáculos para que tura internacional. to da América Latina possa apren-
ela se realize? der com a experiência chilena?
MB – A integração é possível, necessária, O fato de nossos países estarem li- MB – Creio que, neste caso, é preciso
urgente. Atualmente, um dos temas cen- gados a blocos econômicos diferen- aprender de maneira recíproca. O Brasil se
trais na política chilena é o uso conjunto tes facilita ou dificulta esta inte- destaca pela competência do desenvolvi-
de recursos que permitam potencializar a gração? mento cientifico e tecnológico (que vai
economia nacional. Um dos elementos MB – Gostaria de deixar claro que o Chile é desde o tratamento dos produtos industri-
mais sensíveis é o acesso aos recursos sócio do Nafta, assim como é sócio do Mer- ais até a engenharia), além de ter bons pro-
energéticos. Nós, chilenos, entendemos cosul. Por isto não vejo dificuldades nesta gramas de combate à pobreza. Acredito que
que há diferentes governos e modelos situação. O que temos que aprender é que, os brasileiros poderiam transmitir esta ex-
econômicos de desenvolvimento, mas num mundo globalizado que se caracteriza periência ao Chile que, por sua vivência,
acreditamos que, mais importante que pela diversidade de idéias, modelos e for- poderia contribuir em outros setores. Acho
isto, é que exista também uma plataforma mas de desenvolvimento, é preciso apren- que o enriquecimento com a troca de ex-
de interesses comuns: a necessidade de der a buscar o mínimo denominador co- periências pode ser recíproco.
Um recorde do Brasil,
uma conquista dos brasileiros.
Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior
Seminário Bilateral de
Comércio Exterior e Investimentos
BRASIL CHILE
03 de outubro de 2005
Programa do Seminário
14:00h Expositores:
Sessão Solene de Abertura – Posse da Diretoria da Câmara de Comércio Laura Veloso – Chefe da Assessoria Especial da Casa Civil da Presidência
Brasil-Chile da República
Presidente da Sessão: João Augusto de Souza Lima – Presidente da Federação das Mario Benavente – Diretor do Departamento MERCOSUL – Ministério das
Câmaras de Comércio Exterior – FCCE Relações Exteriores do Chile
Pronunciamento: Hugo Nunes – Gerente de Regulação da Comercialização e Geração – NEOENERGIA
Ivan Ramalho – Ministro de Estado, interino, do Desenvolvimento, Rigoberto Mejia Aravena – Gerente Comercial Gás e Energia – PETROBRAS
Industria e Comércio Exterior Fernando Motta Simões – PETROBRAS – Área Internacional
Componentes da Mesa:
Horacio Del Valle – Cônsul Geral do Chile no Rio de Janeiro Debates com o Plenário
Theóphilo de Azeredo Santos – Presidente da Câmara de Comércio
Internacional - ICC
17:00h
Alejandro H. Toro Tansley – Presidente da Câmara de Comércio
Painel III: Relações Comerciais Bilaterais: Turismo, Bens e Serviços
Brasil-Chile
Presidente do Painel: Horacio Del Valle – Cônsul Geral do Chile no Rio de Janeiro
Rigoberto Garcia – Presidente do Escritório Comercial do Chile
no Brasil – “PROCHILE” Moderador: Maurício Knoploch – Presidente Executivo da Câmara de Comércio
Brasil-Chile
Gustavo Affonso Capanema – Diretor-Conselheiro do Conselho
Superior da FCCE Expositores:
Enrique Artega – Presidente da LIBRA NAVEGAÇÃO
14:30h Juan Pablo Richards – Presidente da Compañia Sudamericana de Vapores (CSAV)
PAINEL I: As Relações Bilaterais: Missões Realizadas e Resultados Alejandro H. Toro Tansley – Presidente da Câmara de Comércio Brasil-Chile
Esperados
Presidente do Painel: Denise Meziat – Gerência Regional de Comércio Exterior Debates com o Plenário
e Câmbio – Banco do Brasil
Moderador: Roberto Fendt Jr. – Professor da FGV Ex-Superintendente da FUNCEX 18:00h
Expositores: Sessão de Encerramento
Marcelo Llevenes Reboledo – Presidente da ENDESA Presidente da Sessão e pronunciamento especial:
Rigoberto Garcia – Presidente do “PROCHILE” Senador Bernardo Cabral – Consultor da Presidência da CNC
Cláudio Tangari – Presidente da Representação Regional da FIRJAN Componentes da Mesa:
no Centro-Norte Fluminense João Augusto de Souza Lima – Presidente da FCCE
Raymundo Ribeiro – Diretor de Marketing do Consórcio Fulô Brasil Rigoberto Garcia – Presidente do “PROCHILE”
Horacio Del Valle – Cônsul-Geral do Chile no Rio de Janeiro
Debates com o Plenário Alejandro H. Toro Tansley – Presidente da Câmara de Comércio Brasil-Chile
Mauricio Knoploch – Presidente-Executivo da Câmara de Comércio Brasil-Chile
15:30h
PAINEL II: Oportunidades de Investimentos, Desafios e Cooperação; Infra- COQUETEL: Em homenagem a Sua Excelência o Senhor Embaixador Plenipotenciário
Estrutura, Energia e Mineração do Chile DEMÉTRIO INFANTE F.
Presidente do Painel: Ângela Regina Pereira de Carvalho – Chefe do Departamento
de Exportação – BNDES
Moderador: Arthur Pimentel – Diretor de Comércio Exterior – DECEX do MDIC
Local: Av. General Justo nº 307 – Centro, Rio de Janeiro/RJ – Sede da Confederação Nacional do Comércio – CNC
ABERTURA
Ivan Ramalho, Theóphilo de Azeredo Santos e Horacio del Valle, que disse que o Chile quer participação brasileira para atender aos seus acordos.
pronunciamento especial do Mi- dente da Federação das Câmaras de Co- Superior da FCCE, Gustavo Affonso
“ Propomos ao Brasil
ser nosso parceiro
em 16 acordos de
de sucesso externo do país nos últimos dois
anos, quando o Brasil cresceu, em média,
32% no comércio exterior. Foi superado
cio del Valle, seu país, dentro de suas
proporcionalidades, tem uma propos-
ta para o Brasil que precisa ser exami-
apenas pela Rússia, graças ao seu petróleo, e nada pelas autoridades brasileiras como
livre comércio que pela China, por seus preços baixos.” uma possibilidade de incrementar ain-
já estão acertados
HORACIO DEL VALLE. ” Uma prova da importância da diversifica-
ção no comércio exterior foi, no seu en-
tender, o fato de ultrapassarmos este ano
da mais sua presença nos mercados
mundiais.
dos à exportação aos empresários de pe- Norte Fluminense, com foco em moda,
queno porte para fazer palestras e dar particularmente de praia, incluindo tam-
explicações sobre como atuar no mer- bém a moda íntima. Segundo o represen-
cado externo e já atingiu 225 empresas tante do Consórcio Fulô Brasil, para em-
da área. presas de pequeno porte “é muito bom e
Cláudio Tangari falou também do Ex- arriscado participar do comércio interna-
porta Brasil, que considerou um progra- cional”. Assim, a escolha do país certo para
ma piloto muito interessante. “Mais do investir é fundamental.
que sensibilizar empresas de menor por- A escolha do Chile foi feita também,
te para entrar no mercado internacional, entre outros motivos, pelo fato de ter
o Exporta Brasil pretende estimular a for- uma renda per capita maior do que a do
mação de parcerias com o setor privado Brasil e pela empatia dos chilenos com
de diferentes países.” os brasileiros.
Entre outras vantagens, ele aponta a fa-
A escolha do Chile cilidade de comunicação e de transporte
Um dos empresários da área, o Diretor rodoviário, a abertura para investimento
de Marketing do Consórcio Fulô Brasil, de capital estrangeiro e as tarifas alfande-
Raymundo Ribeiro, destacou, em sua pa- gárias de importação para a totalidade dos
lestra, o seu amor pelo Chile e o interesse produtos que ficam em torno de 6%.
em atuar em um país que oferece oportu- Destaca, ainda, os acordos internacionais
”
O ProChile é um instrumento estra- potência instalada de 82,6 mil MW de
tégico e comercial do governo para tentar geração de energia com 1.370 centrais
no setor elétrico
inserir o empresário estrangeiro no mer- elétricas, das quais 91% são hidro- MARCELO LLEVENES REBOLEDO.
cado local. Neste sentido, são vários os elétricas e apenas 9% termoelétricas.
tipos de missões que chegam ao país Dessas, 80% são de controle público e vestimento em geração nova. Além
andino. O Presidente do ProChile citou, 20% de controle privado. disso, é preciso reduzir o risco da re-
para exemplificar, o acordo da brasileira Em distribuição de energia, são 64 ceita e o custo de financiamento para
Embraer com a chilena Enaer. As missões distribuidoras, das quais 15% sob atrair investidores privados. O Brasil
que dizem respeito a negócios diretos são controle público e 85% sob controle tem duas metas básicas no setor: di-
poucas e ocorrem uma ou duas vezes por privado. Em transmissão, são 69 mil minuir perdas de energia e oferecer
ano. Há, ainda, as missões realizadas pelas Km de linhas das quais 6.300 Km de energia a todos os habitantes.
câmaras de comércio e, principalmente, novas linhas autorizadas, sendo 70%
aquelas organizadas pelas próprias empre- com controle público e 30% sob con- BRASIL
sas, em geral as mais atrativas. Por ano, são trole privado. Área total: 8.514.215 km2
em torno de 50 e a maioria delas rende O presidente da Endesa diz que o População (Jul04) : 181 milhões
bons negócios. Brasil apresenta sobra de geração sem PIB (2003) : US$ 505,7 bilhões
Ao encerrar o painel, o moderador contratos, até 2008. A partir daquele Crescimento PIB 04: 5,2%
Roberto Fendt Júnior classificou o Chi- ano, novos projetos deverão estar dis- PIB per Capita(2003): US$ 2.794
le como “um país ideal” por suas caracte- poníveis e como há demora para a en- Consumo Elétrico (2001): 335,9 TWh
rísticas de distribuição do PIB, suas bai- trada em produção, é preciso investir CHILE
xas tarifas e regras claras e estáveis. “É de imediato no setor elétrico. As esti- Área total: 756.950 km2
um sonho quando comparamos com a mativas falam em investimentos da or- População (2004) : 15,8 milhões
elevada carga tributária do Brasil que já dem de US$ 5 bilhões no setor até PIB (2003) : 72 bilhões
está chegando a 40% e asfixiando as ati- 2009, dos quais 50% aportados pelo Crescimento PIB 04: 6,1%
vidades privadas”. Governo Federal e o restante pela ini- PIB per Capita(2003): US$ 4.560
O Professor da FGV destacou os ca- ciativa privada. Consumo Elétrico (2001): 40,1 TWh
sos de sucesso claro no comércio bilate- “O novo modelo do setor elétrico AMÉRICA do SUL
ral Brasil-Chile, os nichos organizados e incentiva os investimentos no país”, Área total: 17.806.335 km2
as oportunidades de discutir sobre a ex- garante o presidente da Endesa, por- População (jul04) : 366,8 milhões
portação, uma atividade cada vez mais pro- que nos objetivos do novo modelo e PIB (2003) : US$ 982,9 bilhões
missora. “Nem sempre um seminário co- da regulação vigente consta que é pre- Crescimento PIB 04: 6,6%
meça tão bem como este, com pessoas ciso garantir a segurança de forneci- PIB per Capita(2003): US$ 2.685
trazendo contribuições tão efetivas para mento de energia, incentivando o in- Consumo Elétrico (2001): 623 TWh
nosso comércio bilateral.”
Angela Regina Pereira de Carvalho e Horacio del Valle discutem a integração latino-americana e o papel do comércio bilateral neste cenário.
existe, está no mercado, mas ainda pode Chile é um dos nossos mais importantes
participar dos leilões de energia nova. clientes e existem oportunidades para au-
Segundo Hugo Nunes, em 2009 e 2010, mentar ainda mais os negócios, se for
dependendo do crescimento da demanda, construído um anel energético unindo
o Brasil vai precisar de novas unidades de vários países do Cone Sul.”
geração. O parque gerador que temos hoje
suporta o consumo até estas datas e, como A Petrobras no Chile
o Estado não tem recursos para investir, as Fernando Motta traçou um panorama
novas unidades de geração terão de ser da atuação da empresa brasileira de petró-
construídas pela iniciativa privada. O go- leo em alguns países da América Latina.
verno está dando sinais nesta direção, pois a “A Petrobras é a maior empresa na Bo-
meta é chegar em 2009 com 100% de lívia e a que arrecada mais impostos na-
universalização de atendimento, ou seja, quele país. Mantém uma distribuidora de
com toda a população brasileira tendo aces- gás no Uruguai e participa ainda do setor
so à energia elétrica. no Peru, na Colômbia, na Venezuela, no
Segundo o Gerente de Regulação da México e na Argentina, com ativos fixos.
Alejandro Toro (à esquerda), Horacio del Valle, Enrique Arteaga (com o microfone) e Juan Pablo Richards discutem as relações comerciais bilaterais.
3.0 1.6
Fonte: MDIC / Governo do Brasil Fonte: MDIC / Governo do Brasil
1.4
2.5
1.2
2.0
1.0
Milhões de USD
Milhões de USD
1.5 0.8
0.6
1.0
0.4
0.5
0.2
Turismo Brasil-
Chile: há muito
por fazer
presidente do painel agradeceu aos
O expositores e passou a palavra ao
Presidente da Câmara de Comércio Bra-
sil-Chile, Alejandro H.ToroTansley, a quem
qualificou de “um dos mais atuantes e im-
portantes operadores do turismo entre
Brasil e Chile”. O expositor declarou que
sua empresa tem 17 anos de experiência
no transporte de turistas do Brasil ao Chi-
le e do Chile ao Brasil. Ele explicou que,
atualmente, o Brasil é o mais importante
país de turismo para os chilenos, sendo
de 60% a 70% a proporção de brasileiros O Vale Nevado no Chile e Búzios, no litoral fluminense: dois destinos muito apreciados.
entre os turistas que acorrem ao Chile
durante a temporada de esqui, em Valle ros naquela área. Na área central, onde está que um deles faz escala em São Paulo, e
Nevado, Portillo, e em tantos outros cen- a capital, Santiago, e os vinhedos, também um vôo extra, de Santiago direto para São
tros de esportes de inverno. ocorrem muitas visitas de brasileiros. Basta Paulo. Há mais dois vôos para Salvador, na
“Afora isso temos, ainda, a região dos dizer que, hoje, a Liñeas Aéreas de Chile – Bahia, direto de Santiago, nos fins de sema-
lagos, onde os brasileiros também compa- LAN, mantém vôos diários para o Brasil, na. No período do verão, há cinco vôos se-
recem em número considerável, sendo em grandes aviões Airbus e 767. Nas épo- manais para Florianópolis, em Santa
55% dos passageiros que fazem os cruzei- cas normais, há dois vôos para o Rio, sendo Catarina, totalizando, em alguns dias, uma
venda de 1,1 mil assentos diários. Se a com- timentos com participação de empre-
panhia aérea mantém essa rota com tanto sas brasileiras. No Chile, conhecemos
êxito, incrementando-a cada dia mais, é bastante as empresas construtoras bra-
porque ocorre um importante fluxo de sileiras e muitas delas estão realizando
passageiros entre os dois países. Esse fluxo variados trabalhos: pontes, estradas e
não é apenas de brasileiros que voam para construção de prédios. Já o turismo é
o Chile: durante a temporada que vai do um campo em que as empresas brasi-
fim de novembro a fins de abril e princípio leiras ainda não quiseram entrar e, nes-
de maio, a LAN mantém um vôo direto, te momento, elas têm uma enorme
para o Rio de Janeiro, trazendo turistas que, oportunidade de fazê-lo, para disputar
em sua grande maioria, dirigem-se a Búzi- esse mercado promissor, de igual para
os, no Estado do Rio de Janeiro. Atualmen- igual, com as empresas locais. Oportu-
te, o Chile se transformou no segundo pro- nidades, portanto, temos muitas, pois o
dutor de passageiros para aquela cidade turismo tende a crescer. Hoje, por
balneária, logo depois da Argentina. Como exemplo, no Brasil, o turismo consti-
vemos, esse intercâmbio favorece a ambos Alejandro Toro e a tui-se na terceira ou quarta maior en-
os países.” Câmara de Comércio trada de divisas para o país. No Chile, a
situação é mais ou menos a mesma, e o
Infra-estrutura Entre 2000 e 2002 a Câmara de
turismo torna-se, uma atividade cada vez
Comércio Brasil-Chile experimentou
Ao tratar de investimentos no campo mais importante. Como sabemos, tra-
um grande recesso e praticamente
do turismo, Alejandro Toro destacou, ini- ta-se de uma indústria que não polui; e
parou de atuar. Com um segundo
cialmente, que o Chile se encontra, atu- que contrata, direta e indiretamente, um
mandato de Alejandro Toro, ela reto-
almente, em uma situação bastante pri- grande contingente de mão-de-obra,
ma suas atividades.
vilegiada, com forte ingresso de capitais, beneficiando uma gama muito grande
“Vamos dar dois exemplos do nos-
contas muito equilibradas e a sorte de de setores da sociedade e da vida eco-
so primeiro mandato: o Ministério de
ter o preço do cobre, seu principal pro- nômica, em geral. É hora de o Brasil
Transportes do Chile pediu uma avali-
duto de exportação, bem alto, no mer- olhar um pouquinho para o Chile, e do
ação sobre a possibilidade de implan-
cado mundial. Esse saldo positivo é Chile aprender a desfrutar o que os bra-
tar no país sistemas similares aos exis-
reinvestido na criação e manutenção de sileiros têm a oferecer. O Brasil está,
tentes no Brasil. Contratamos, então,
uma grande e excelente infra-estrutura, paulatinamente, assumindo um tráfego
uma empresa local. Foi apresentado o
em estradas, transporte rodoviário e ma- que, antes, destinava-se ao Caribe. Os
sistema implantado em Curitiba e es-
rítimo e ampliação da infra-estrutura ho- vôos são de apenas quatro horas e são
tabeleceu-se um contacto inicial com
teleira. Em cerca de 25 anos, o país au- mais regulares e freqüentes. Os preços
uma empresa do Rio, a Ciferal, que,
mentou sua oferta de leitos em hotel de passagens e das diárias em hotéis são
por sua vez, indicou a Marcopolo. Pas-
numa proporção que atinge 1000%. O muito mais baixos do que os do Caribe,
sados cinco anos, o Chile está impor-
expositor mencionou também que aca- o que gera um ótimo custo-benefício
tando cerca de três mil ônibus articu-
ba de ser aprovada no Chile uma lei que aos visitantes chilenos: no Chile, por
lados de fabricação brasileira, destina-
vai regulamentar os cassinos, possibili- exemplo, encontramos pacotes de via-
dos a transitar em Santiago”.
tando a criação de dez novos estabeleci- gens e estadia em Búzios, por cerca de
Alejandro Toro mencionou outro
mentos, com uma elevada inversão nes- US$450 a US$500 dólares. Nossa eco-
negócio cujo fechamento se deveu, em
se ramo. Apenas em um deles, a ser nomia permanece estável, com inflação
parte, à atuação do órgão a que presi-
construído em Chileán, centro de es- muito baixa, o que nos permite, ainda,
de. “Uma pequena empresa do Chile
qui, serão investidos, inicialmente, cer- vender todos os tipos de pacotes turís-
procurou a Câmara e pediu que indi-
ca de U$70 milhões. Em outro, próxi- ticos destinados ao Brasil em períodos
cássemos uma empresa brasileira que
mo de Concepción, que será construído de 12 a 24 meses, ou seja, as pessoas
produzisse cerveja para exportação. In-
em conjunto com uma empresa ameri- podem pagar apenas US$20 ou US$25
dicamos a carioca Cintra, que está ex-
cana, serão investidos mais de US$100 dólares mensais pela viagem. É, portan-
portando para o Chile e atinge um mi-
milhões. to, interessante que as empresas brasi-
lhão de pessoas na área em redor de
O Presidente da Câmara de Comér- leiras e organismos de turismo, hotéis e
Concepción. Daí a importância de ha-
cio Brasil-Chile referiu-se, em seguida, prestadores de serviços voltem seus
ver uma câmara de comércio que abra
aos investimentos brasileiros no Chile. olhos para o Chile, realizem workshops e
oportunidades de negócios, e seja um
“O BNDES tem uma linha de crédito apresentações junto com a Embratur, e
portal para as transações comerciais.”
bastante interessante, destinada a inves- a Riotur, destinados a esse público.”
“
Estiveram presentes o Consultor da época da ditadura militar. Esta, no enten-
Presidência da Confederação Nacional de O Brasil está pronto para der do Senador Bernardo Cabral, trouxe
Comércio, Senador Bernardo Cabral; o um intercâmbio comercial alguma prosperidade: “nem tudo foi per-
Presidente do ProChile, Rigoberto
Garcia; o Cônsul-Geral do Chile no Rio
de Janeiro, Horácio del Valle; o Presiden-
à altura dos nossos dias
BERNARDO CABRAL. ” dido”. Hoje, os dois países vivem uma de-
mocracia. Conseguiram sair daquela
excepcionalidade para um reordenamento
te da Câmara de Comércio Brasil-Chile, constitucional.
Alejandro H. Toro Tansley e o Presidente- “Durante o tempo em que estive no De acordo com Bernardo Cabral, “o
Executivo da Câmara de Comércio Bra- Senado, e dele estou afastado há um pou- Brasil atual garante aos seus parceiros que
sil-Chile, Mauricio Knoploch. co mais de três anos, fui Vice-Presidente a sua democracia é para valer. Já demos
“Coube ao Senador Bernardo Cabral da Casa e, na Câmara dos Deputados, fui provas fortes disso: o país está amadure-
encerrar o Seminário Bilateral de Comér- Membro da Comissão de Relações Exte- cido e mais preparado para relações co-
cio Exterior e Investimentos Brasil-Chi- riores. Assim, posso avaliar o que repre- merciais, pronto para um intercâmbio
le. Ele dispensa apresentação. Foi Minis- senta um seminário desse tipo, no qual comercial à altura de nossos dias.”
tro de Estado, Jurista, Senador, Deputado muitas vezes o que fica registrado é uma Depois de Cumprimentar o Cônsul-
Federal e Deputado Estadual. Foi Relator relação de amizade que aqui aflora,” disse Geral do Chile, o Senador Bernardo
da Constituição Brasileira e Membro de o Senador. Esses seminários são impor- Cabral pediu que ele transmitisse ao Em-
nosso Conselho Superior. A Federação tantes, segundo ele, para uma maior troca baixador do seu país o que ouviu e viu no
sente-se vitoriosa com sua presença.” Com de informações entre os países parceiros Seminário: as idéias gerais todas irmana-
estas palavras, João Augusto de Souza e para que haja um crescimento das rela- das com as da Federação “que tem em
Lima, Presidente da FCCE, passou a pala- ções bilaterais. Souza Lima o seu maior Presidente”.
vra ao Senador. “Eu já participei de algumas reuniões Continuando, o Senador pediu: “Senhor
Parabenizou ainda os novos membros aqui e muitas vezes observei discordância Cônsul, diga ao Embaixador que Brasil e
da Câmara de Comércio Brasil-Chile e co- entre os que falavam mas, ao final, a meta Chile são hermanos. Continuam sendo
locou a Federação à disposição para que era uma só: os países participantes olhan- hermanos.”
O Ministro das
Relações
Exteriores da
Hungria, András
Bársony, e sua
comitiva
visitaram a sede
da FCCE e se
congratularam
com seu
Presidente.
e difusão de bibliotecas populares. É lá que ela: ali se suicida seu sobrinho de 17 anos, Recebe outras homenagens oficiais, ao vol-
publica “Lecturas para Mujeres”, ao mes- Juan Miguel, que adotara e a quem queria tar ao Chile, onde aparece, publicado pelo
mo tempo em que, no Chile, aparece a se- como a um filho. Depois de receber o Prê- “Editorial Del Pacífico”, o livro “Lagar”. Sen-
gunda edição de sua obra de estréia, mio Nobel, vai a Oakland, na Califórnia, para tindo findar sua vida, obstinada pela defesa
“Desolación”. Gratos, os mexicanos escul- receber o título de doutor honoris causa do da educação e dos direitos humanos,volta a
pem-lhe o busto e sua fama chega também Mills College e transfere-se para Vera Cruz, Nova Iorque, onde, depois de longa enfer-
à Espanha, onde o Editorial Cervantes, de no México, para onde é designada cônsul. midade, falece, em 10 de janeiro de 1957.
Barcelona, edita uma antologia de sua obra, Recebe, em Washington, o Prêmio Serra das Seus funerais, no Chile, são uma apoteose, e
sob o título de “Las Mejores Poesias”. Américas, outorgado pela Academia Ameri- o mundo inteiro também a homenageia. Em
Em 1924 faz a primeira viagem à Europa. cana de História Franciscana.Volta à Europa, testamento, escrito pouco antes da morte,
Em Madri, publica “Ternura”, um pequeno para ser a cônsul chilena em Nápoles. A essa doara os direitos de suas obras publicadas na
volume de versos. Nesse mesmo ano visita a altura, já é consagrada no Chile e recebe, em América do Sul aos meninos pobres da lo-
Itália, a França e os Estados Unidos e regressa 1951, o Prêmio Nacional de Literatura. calidade chilena de Monte Grande. Em
à América Latina, visitando o Brasil, o Uruguai Dois anos depois, é cônsul em Nova 1958 aparece uma primeira obra póstuma,
e a Argentina, antes de retornar ao seu país. Iorque e participa da Assembléia Geral das “Recados contando Chile” e, em 1967, “Po-
Professora jubilada, é nomeada, em 1926, se- Nações Unidas, representando o seu país. ema de Chile”.
cretária de uma das seções americanas da Liga
das Nações e, no exercício dessas funções,
torna a visitar o Uruguai e a Argentina. Nesse Duas poesias de Gabriela Mistral
mesmo ano, vem à luz a terceira edição de sua
obra inaugural e ocorre sua nomeação para
Decálogo del artista O pensador de Rodin
titular da Secretaria do Instituto de Coopera-
Tradução de Manuel Bandeira
ção Intelectual da Sociedade das Nações, o I. Amarás la belleza, que es la sombra de
que determina sua mudança de domicílio para Dios sobre el Universo. Apoiando na mão rugosa o queixo fino,
Genebra, na Suíça. Em setembro já está mo-
II. No hay arte ateo. Aunque no ames al O Pensador reflete que é carne sem
rando em Roma e toma parte no Conselho
Creador, lo afirmarás creando a su defesa:
Administrativo do Instituto Cinematográfico
semejanza. Carne da cova, nua em face do destino,
Educativo, sediado na capital italiana.
III. No darás la belleza como cebo para los Carne que odeia a morte e tremeu de
Em 1932 inicia sua carreira diplomática,
sentidos, sino como el natural alimento del beleza.
ao ser nomeada cônsul e designada para ser-
vir em Gênova, onde, entretanto, é proibida alma.
E tremeu de amor toda a primavera
de exercer suas funções por haver declara- IV. No te será pretexto para la lujuria ni ardente,
do publicamente sua posição antifascista.Tra- para la vanidad, sino ejercicio divino. E hoje, no outono, afoga-se em
balha em seguida em Madri, no Porto, em V. No la buscarás en las ferias ni llevarás tu verdade e tristeza.
Lisboa e na Guatemala, de onde parte para obra a ellas, porque la Belleza es virgen, y O “havemos de morrer” passa-lhe pela
mais uma viagem por diversos países da la que está en las ferias no es Ella. mente
América do Sul. Em 1934, publica “Nubes
VI. Subirá de tu corazón a tu canto y te Quando no bronze cai a noturna
Blancas” e “Breve Descripción de Chile”. Ao
habrá purificado a ti el primero. escureza.
voltar a seu país, onde reside brevemente,
recebe diversas homenagens, enquanto, em VII. Tu belleza se llamará también
E na angústia seus músculos se fendem
Buenos Aires, publica-se a primeira edição misericordia, y consolará el corazón de los
sofredores.
de seu novo livro, “Tala”, cujo produto de hombres.
Sua carne sulcada enche-se de terrores,
vendas ela transfere às instituições catalãs que VIII. Darás tu obra como se da un hijo: Fende-se, como a folha de outono, ao
abrigam crianças durante os anos da Guerra restando sangre de tu corazón. Senhor forte
Civil Espanhola.
IX. No te será la belleza opio adormecedor,
Drama em Petrópolis sino vino generoso que te encienda para la Que o reclama nos bronzes. Não há
acción, pues si dejas de ser hombre o mujer, árvore torcida
Nomeada cônsul em Niterói, em 1940, ra-
dejarás de ser artista. Pelo sol na planície, nem leão de anca
dica-se no Brasil e logo passa a ser Cônsul-
ferida,
Geral do Chile e vai morar em Petrópolis. X. De toda creación saldrás con vergüenza,
Crispados como este homem que
Na agradável cidade serrana, para onde acor- porque fue inferior a tu sueño, e inferior a
medita na morte.
rem os veranistas incomodados com o calor ese sueño maravilloso de Dios, que es la
carioca, a desgraça se abate outra vez sobre Naturaleza.
Segundo Angela de Carvalho, Chefe do Departamento de Exportação do BNDES, é preciso criar e descobrir novos mecanismos e formas de operar.
”
de, o crescimento ao apoio começou mes- boa qualidade e com um teor que não
mo na América do Sul, pois é mais perto sua fraqueza numa vantagem se vê com muita freqüência no resto do
geograficamente, mais fácil de gerir a ati- ANGELA DE C A RVA L H O . mundo. Este é o seu recurso econômi-
vidade exportadora e, segundo Angela, co mais importante. Claro que ele con-
nesta região a competitividade dos expor- Cada um dos países começou, então, a ta também com as atividades agrícolas,
tadores brasileiros é inequívoca. A partir rever sua posição e o uso deste instru- mas sua produção não é em grande es-
de um aprendizado inicial, os técnicos mento foi diminuindo. O resultado, se- cala. O Brasil pode prover algumas das
puderam então passar a atender deman- gundo Angela de Carvalho, foi que o co- necessidades chilenas, principalmente
das de outros países, outros setores e seg- mércio da região sofreu muito, pois inú- na área de transportes. A nossa atuação
mentos e, hoje, são realizadas operações meros países não têm um rating desen- tem sido principalmente fornecer a este
nas mais diferentes partes do mundo. volvido, as taxas para qualquer seguro país ônibus e também vagões para o me-
Neste cenário, Angela de Carvalho desta- são muito elevadas e, em alguns, como a trô de Santiago. Descobrimos esta pos-
ca a importância do CCR, criado em 1965 Argentina, o risco para os investidores é sibilidade de cooperação e obviamente
e operando como uma espécie de rede de considerado tão alto que quase não há continuamos pesquisando outras pos-
bancos centrais que oferece garantias aos como calcular as taxas. sibilidades. Neste momento, os ônibus
instrumentos bancários emitidos por ins- “A vivência de dois ou três anos sem e vagões brasileiros são muito bem re-
tituições financeiras nas transações de co- CCR fez com que esta posição fosse re- cebidos por lá.”
mércio exterior.
“Há percepções distintas quanto ao
Apoio ao comércio exterior: desembolsos anuais
uso do CCR. Ele é um instrumento per-
(US$ milhões)
feito: a América Latina percebeu que ti- 5.0
4.500
nha uma debilidade e transformou esta
fraqueza numa vantagem. Todos os paí- 4.5
3.948
4.006
ses saíam no mercado para comprar di- 4.0
visas que são escassas, caras, têm impac-
3.862
to em suas economias, fazem flutuar as 3.5
3.083
taxas de juros e a taxa de inflação e alte- 3.0
ram a liquidez. Enfim, o mercado de câm-
Estimativa
A questão das garantias temente, usar um produto genuíno da re- originalmente formado por países que as-
Durante o Seminário Bilateral de Comér- gião: o CCR, que pode ser considerado sinaram o Pacto Andino e que, hoje, tem
cio Exterior e Investimentos Brasil-Chi- como a reprodução de um instrumento que seis membros: Venezuela, Peru, Equador,
le, alguns representantes deste país lati- existia na Europa. Na verdade, trata-se de Colômbia, Bolívia e Chile. Foi criada para
no-americano acenaram com a possibili- um mecanismo que vai integrando os ban- desenvolver aquela região e realiza opera-
dade de, via Chile, o Brasil conseguir aces- cos centrais e, assim, já esta integrando um ções bem sucedidas. Já está até aceitando
so aos mercados da Ásia e de algumas re- pouco as moedas. É uma forma de operar países que não são membros, tanto que o
giões da Europa. Angela de Carvalho ana- com as moedas locais tendo como refe- Brasil pôde se associar. A CAF tem critéri-
lisa esta idéia com cautela. rência o dólar. Nós não fazemos operações, os diferentes para tratar países que não são
“Esta é sempre uma possibilidade. O digamos, peso-real; convertemos em dó- membros regionais, mas está caminhan-
Brasil ainda não dispõe de um acesso di- lar e fechamos a operação. O CCR mitiga e do para eliminar esta diferença no que se
reto aos países da região do Oceano Pací- ameniza esta questão e pode se tornar no refere à América latina. A tendência é ad-
fico, e os chilenos contam com esta facili- futuro uma ferramenta mais importante ain- mitir mais nações não andinas, pois hoje a
dade. Eu não vejo muitas dificuldades em da. Ao criar-se um instrumento de política Argentina e até a Espanha também parti-
fazer isto, mas precisamos achar quais os cambial, descobriu-se que ele tem benefí- cipam. A complementaridade entre a CAF
produtos, mercados e tecnologias que cios associados. É um poderoso caminho e as necessidades do Brasil são muito gran-
podem ser mais bem explorados.” para que a integração aconteça de forma des. O BNDES tem acordos com a CAF
Para a Chefe do Departamento de Ex- mais sólida.” e, ao longo dos últimos dez anos, vimos
portação do BNDES, o grande entrave ao Como está a participação brasileira jun- tentando estruturar operações para po-
comércio exterior brasileiro não é tanto o to a organismos multilaterais? Angela de dermos atuar complementarmente. Em
acesso a mercados, mas a estruturação de Carvalho responde, citando a Corpora- alguns projetos nós apoiamos as exporta-
garantias. ção Andina de Fomento – CAF. ções e eles apóiam o projeto em si, mas
“Os países desenvolvidos, por exem- “A CAF tem uma característica muito queremos avançar mais. Temos um con-
plo, têm muita facilidade em obter garan- interessante. É um acordo multilateral junto de idéias e de possibilidades que
tias e elas são muito baratas para eles. Para pode ser trabalhado de forma intensa.”
nós, a situação é outra. Os recursos do Os chilenos valorizam muito o Acor-
BNDES são originários essencialmente do
O Programa BNDES-exim do de Complementação Econômica 35
Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT, Este programa financia exportação que mantêm com o Mercosul. Ele per-
voltado para gerar renda e emprego, e nós por meio de instituições financeiras mitirá, a partir de janeiro de 2006 que,
temos a obrigação de aplicar bem e garan- credenciadas. As linhas são as se- dos 6.500 produtos do comércio do Chi-
tir o retorno desses recursos. Não pode- guintes: le com o Mercosul, só cerca de 200 se-
mos fazer nenhuma operação sem garan- Pré-embarque e Pré-embarque jam taxados. Caminhamos assim para uma
tia. Quando operamos com um país que de curto prazo – Financiamentos maior integração ou há ainda há muitos
tem um bom grau de investimento, a faci- para produzir bens e serviços para interesses regionais que a impedem?
lidade é maior, mas estamos realizando exportação vinculados a embarques Angela de Carvalho responde.
atividades comerciais com uma região que específicos. “Integração não é uma atividade fácil,
tem muita dificuldade de obtenção de in- Pré-embarque especial – Finan- sempre há reações; alguns querem prote-
vestimentos. Na América Latina, poucos cia produção de bens e serviços para ger certos setores e isto é natural no mun-
países têm acesso ao mercado financeiro serem exportados com vinculação do inteiro. Para integrar, é preciso come-
internacional e pagam-se taxas muito ele- ao incremento das exportações to- çar aos poucos: no início elenca-se um
vadas para captar recursos. Para conseguir tais da empresa. conjunto de produtos que vão ser desgra-
capitalizar-se, é preciso dar condições que Pré-embarque empresa âncora – vados e tratados de forma diferenciada.
em outras regiões a gente não vê. Para a Financiamento para empresas co- Também é importante atuar onde se tem
estruturação de garantias isto fica muito merciais exportadoras, trading problemas regionais e discutir ações ins-
complicado.” companies ou demais empresas ex- tantâneas localizadas. Este é o caminho.
Como exemplo, Angela de Carvalho portadoras que adquiram ou bene- O Chile tem tentado manter-se indepen-
informa que instrumentos como aval, ficiem a produção de micro, peque- dente de blocos. Apesar de não integrar
fiança ou carta de crédito são, entre nas ou médias empresas visando à totalmente blocos como o Mercosul, ele
outras coisas, muito caros para os sul- sua exportação. participa de alguma forma e é importante
americanos. Pós-embarque – Financiamento à que estes acordos comecem por alguns
“Temos que ser criativos e descobrir comercialização de bens e serviços produtos e depois incluam outros . Este é
outros mecanismos e formas de operar jun- no exterior nas modalidades de o caminho para o futuro comum do nos-
to aos organismos multilaterais e, eviden- supplier e buyer credit. so comércio.”
Possibilidades de cooperação
Segundo Horacio del Valle, o importante
não é discutir que produtos podem ser
mais atraentes ou úteis para o atual mer-
cado chileno. Para o Cônsul-Geral, o
mercado do seu país é muito complexo,
pois recebe mercadorias vindas das mais
diferentes partes do mundo, o que signi-
fica que a competitividade dos fornece-
dores do Chile é muito alta. O que está
em jogo são definições estratégicas e inte-
resses de longo prazo. Del Valle: “Parceria com chilenos pode fazer automóveis brasileiros chegarem até a China”.
“Nosso interesse principal, em relação
ao Brasil, é a aplicação das tecnologias mercados para desenvolver toda esta se forem cumpridas as normas de origem
novas que os brasileiros estão desenvol- potencialidade que tem se revelado no estabelecidas por seu país, os produtos
vendo; os avanços da infra-estrutura pro- comércio exterior. O Chile tem de sobra brasileiros, em parceria com os chilenos,
dutiva; as ofensivas comerciais que está acesso a estes mercados, pois assinou 16 podem ser introduzidos nos mercados da
empreendendo e que estão trazendo re- acordos de livre comércio com países de Coréia, Canadá, Estados Unidos, México,
cordes em exportações. Isto é o que inte- vários continentes.” de toda a Europa e, também, num futuro
ressa principalmente ao Chile: ser parcei- Dentro desta linha de raciocínio, próximo, da China, da Índia e do Japão,
ro do Brasil, pois falta às empresas brasi- Horacio del Valle acha que o empresário com alíquota zero.
leiras uma coisa muito importante: os brasileiro deve levar em consideração que, “Há uma norma de origem no meu país
que gira em torno de 40 e 60%, de acordo a abertura de novas linhas férreas, a fatores, dos quais o principal é a má ad-
com os diferentes acordos comerciais que integração dos portos, a cooperação em ministração, ou seja, a falta de uma ges-
o Chile assinou. Para alguns, um produto torno de esforços nas áreas de saúde, edu- tão eficiente. Os defeitos da administra-
com 40% de componentes genuinamen- cação, exportações e produção conjun- ção levam países ricos, com muitas
te chilenos é considerado Made in Chile, tas, assim como a criatividade partilhada, potencialidades, a não darem certo. Acre-
para outros, este percentual precisa che- são alguns itens que ajudam objetivamen- ditamos que a nossa melhor possibilida-
gar a 60%. Um exemplo: os automóveis te na integração entre os diferentes países de de chegar ao desenvolvimento é fazer
brasileiros não têm como ingressar no do nosso continente.” uma boa gestão, com transparência, com
mercado coreano. Com uma parceria Nesse cenário, Horacio del Valle men- um Estado pequeno, mas eficaz e efici-
estabelecida com a indústria automobilís- ciona a questão cultural pois, “a integração ente e, principalmente, evitar que haja
tica chilena, que garanta uma presença de que não leva em conta as nossas conver- um desperdício de recursos, estabele-
50% de integração deste produto no Chi- gências culturais não é definitiva e nem cendo parcerias entre o Estado e o se-
le, os caminhões, os automóveis, os trens acontece a longo prazo; vai estar sempre tor privado. Assim, pode-se construir
brasileiros poderão entrar futuramente na sujeita apenas a interesses conjunturais. A um país novo, eficiente e ativo, capaz de
Coréia.” integração cultural é aquela que vai fazer pensar e também de agir para o bem-
com que o rosto da América Latina seja, estar de toda a população. Isto deu cer-
“ A integração cultural
vai fazer com que o rosto
da América Latina seja,
definitivamente, um só.”
“O Chile pensa que os males da Amé-
rica Latina são produtos de uma série de
to no Chile, onde a pobreza foi reduzi-
da a patamares europeus, e pode dar
certo em outros países.”
definitivamente, um só
HORACIO DEL VALLE. ” Ônibus brasileiros ajudam a renovar
Segundo Horacio del Valle, não se trata
apenas de montar carros no Chile usando
a frota de Santiago do Chile
basicamente peças brasileiras, a exemplo
do que já se faz, em parte, no México. Os
Presidente da Câmara de Comércio Brasil-Chile
mecanismos são mais complexos, pois as
normas de origem exigem que algumas
identifica um nicho de mercado na área automotiva
dessas peças sejam fabricadas no Chile.
“É preciso examinar as possibilidades egundo Alejandro Toro Transley, Pre- char com a China e com a Coréia). Isto
de parceria de forma mais ampla, pois exis-
tem também condições de serem comer-
S sidente da Câmara de Comércio Bra-
sil-Chile, os dois países têm uma exce-
abriu muito o comércio exterior do Chi-
le. Há aí, se produz uma pequena dificul-
cializados no Chile muitos produtos bra- lente relação em todos os níveis, inclu- dade de comercialização com o Brasil, que
sileiros de maior valor agregado que po- indo a área comercial. Há alguns setores os governos estão tratando de resolver.”
dem vir a ser, também, exportados como do fluxo comercial em que se poderia
se fossem de origem chilena.” intensificar o relacionamento, e os go- O Plano Transantiago
vernos de ambos os países estão buscan- Como exemplo de novas possibilidades
Integração na prática do canais para incrementar mais aquele de negócios com o Brasil, Horacio del Valle
O Cônsul-Geral do Chile no Rio de Janei- comércio. citou o Plano Transantiago, que prevê uma
ro defende também a idéia de que os pro- “O Chile tem uma política econômica renovação total dos transportes na capital
cessos de integração comercial latino-ame- aberta e participa do Mercosul, mas não é chilena.
ricanos devem ser, acima de tudo, práticos. um sócio 100% ativo, por isto ainda há “Está sendo realizada a renovação da
“Acreditamos muito no esforço que os algumas restrições para os produtos chi- locomoção na área metropolitana de San-
diversos grupos latino-americanos estão lenos aqui no Brasil. Já que a economia é tiago. É algo que vai movimentar em tor-
fazendo em prol da integração, mas acha- aberta, as taxas chilenas de importação são no de US$ 2 milhões. O Chile realizou,
mos também que a integração é uma ques- muito baixas e importamos praticamente junto às empresas Marcopolo e Caio, a
tão prática, ela acontece a partir da simpli- de todas as partes do mundo, principal- maior compra de ônibus que um país já
ficação do trânsito de pessoas. Para isto, é mente dos países com que temos tratados fez ao Brasil. Só da marca Marcopolo, que
preciso evitar todas as medidas que impe- de livre comércio (entre outros, já firma- tem sede em Caxias do Sul (RS) e usa
çam que um latino-americano ingresse em mos acordos com os Estados Unidos e a motores Volvo fabricados em território
um país vizinho. A construção de estradas, União Européia e estamos em vias de fe- brasileiro, foram importados 1.200 ôni-
“
to grande nesta área. Com os tratados de tanto, tentar influenciar os outros países.
livre comércio, ônibus da China come-
O Chile realizou a maior De qualquer modo, a experiência chilena
çam a chegar ao Chile com um preço 30% compra de ônibus que tem se mostrado viável e pode ser motivo
menor do que o dos ônibus brasileiros.
Há que se buscar baixar um pouco os cus-
tos de produção e as taxas, para termos
um país já fez ao Brasil
ALEJANDRO TORO. ” de reflexões. Com os benefícios advindos
da política econômica, o país melhorou
bastante o campo da saúde e o atendimen-
um comércio maior com o Brasil, que é to nos hospitais públicos. O sistema de
um desejo de todos.” Toro acha que ela se constitui numa possi- transportes, agora, começa a ser melhora-
Como o Chile direciona sua política bilidade a ser ampliada. do. Há também um projeto do Presidente
exterior, já que negocia com países tão di- “Todos nós lutamos por isto, mas temos Ricardo Lagos para uma distribuição mais
ferentes e de economias tão diversificadas? de ser realistas e entender que vai demorar eqüitativa do excedente do cobre, que se-
O Presidente da Câmara de Comércio um pouquinho. Se tomamos o exemplo da ria repassado às associações de fundos de
Brasil-Chile responde. União Européia, vamos ver que lá a pensão. Além disto, temos também um
“O Chile abre sua economia à negocia- integração demorou cerca de 30 anos de programa de combate ao desemprego e de
ção com um leque muito amplo e procura trabalho, luta e discussão para se efetivar, e geração de renda.”
trabalhar com critérios de conveniência ainda hoje há algumas coisas a acertar. Na Alejandro Toro defende também a idéia
nacional. Há algumas mercadorias que são América Latina estamos caminhando e te- de que, com os tratados de livre comércio,
vantajosas para o comércio com países lati- mos chegado a alguns acordos, mas ainda o Chile se tornou um país de serviços.
no-americanos, outros produtos são mais temos muito caminho a percorrer.” “Estamos comprando alguns artigos na
bem-sucedidos com os Estados Unidos e a O Chile ostenta hoje indicadores eco- América Latina, elaborando no Chile e
Europa e, assim, sucessivamente. Uma re- nômicos invejáveis e tem alta credibilidade exportando como produto final. Um
alidade não afeta a outra. Não há uma nego- internacional. O que os brasileiros pode- exemplo é a soja. O Chile compra este
ciação casada, na qual se estabelece que te- riam aprender coma a experiência chile- cereal da Argentina e do Uruguai (no fu-
nhamos que parar de comprar de um país na? Alejandro Toro responde. turo podemos comprar também do Bra-
para dar preferência a outro.” “Temos um sistema que deu certo e es- sil) e pretende se tornar um grande ex-
Com relação à tão discutida integração tamos bastante contentes com o que foi portador de produtos como farinha e bis-
comercial latino-americana, Alejandro feito até agora. Nós não podemos, no en- coitos de soja”.
Moai: magia e mistério Entre a costa do Chile assim, uma compulsão, de modo que to-
O que mais chama a atenção dos visitantes dos os antigos habitantes, de alguma forma,
são os mais de mil moai espalhados pelo
e a Polinésia densenvolveu-se estavam envolvidos com as esculturas, que
pequeno território da Ilha de Páscoa. A uma cultura misteriosa, consumiam meses de trabalho e força.
imponência destas esculturas de pedra num cenário natural Imensos blocos de pedra serviam de
instaladas ao ar livre, que alcançam até seis base para a construção dos moai e eram
de beleza incomparável
metros de altura, enche o lugar de magia. talhados por seus escultores com ferra-
Os moai foram fixados em al- gia da ilha. A visão deste monumento mentas igualmente de pedra. Depois de
tares ou plataformas de pedra mítico emoldurado pelas águas azuis do prontos, eram amarrados e transportados.
chamados de Ahu. Eles ficam de Pacífico e por penhascos é quase divina. A força física dos homens da ilha era a
costas para o mar porque as- Força, atração, mistério. A imagem da na- única forma de deslocamento dos moai,
sim, segundo a crença, atra- tureza selvagem e os aspectos ainda mis- carregados nos braços por grupos nativos
em boas energias para a teriosos da cultura Rapa Nui formam um de até 500 homens. Uma outra tradição
ilha e seus habitantes. A cenário impressionante e inesquecível. O local considera que as esculturas eram
única exceção é Ahu lugar é considerado sagrado e é preciso transportadas sobre troncos de árvores
Akivi, com sete moai que obedecer a algumas regras de comporta- montados em forma de trilho.
representariam jovens mento, como nunca subir num Ahu para
exploradores, que está tentar uma foto mais bonita. A fábrica dos mistérios
bem de frente para as As esculturas monolíticas representam Na Ilha de Páscoa, o pôr-do-sol é uma
águas do Pacífico. líderes tribais mortos. Os nativos acredita- grande atração. Os visitantes costumam
No Ahu Tongariki, o mai- vam que, através dos olhos dos moai, seus assistir ao espetáculo do imenso gramado
or dos altares, 15 moai se ancestrais lhes transmitiam a mana, energia do Complexo Tahai, o mais importante
enfileiram formando uma sobre-humana. A construção dos maoi cada centro arqueológico do vilarejo Hanga
espécie de centro de ener- vez maiores e mais imponentes tornou-se, Roa. Ali, mais uma vez os moai estão pre-
West Coast
to East Coast Feeder
timo chileno. Nesta entrevista, Que tipos de mercadorias a Libra As rotas da Libra Navegação ligam os mais
transporta entre os dois países?
ele reafirma os termos desse su- EA – O tráfego entre o Brasil e o Chile é
importantes centro produtores de toda a
América do Sul com os principais portos e
cesso e vai um pouco além em muito intenso. Todos os produtos que es- centros de distribuição de mercadorias em
todo o mundo.
tão na carteira de exportação brasileira
suas considerações, ao examinar também são vendidos para o Chile. Isso
o modelo de desenvolvimento abrange produtos químicos, autopeças, disso, produtos como o vinho ainda estão
veículos, produtos semimanufaturados e bastante submetidos a pedidos de entrega
adotado por seu país. manufaturados, têxteis, calçados, carne e, rápida, em quatro ou cinco dias. No caso
em menor quantidade, produtos agríco- de cobre e celulose, as quantidades são
las. Do Chile para o Brasil, o panorama é imensas, os prazos menos rígidos e as en-
Qual a relação entre a Compañia outro: a maior parte das importações bra- tregas contínuas, o que torna ideal o trans-
Sudamericana de Vapores e a Libra sileiras é de commodities, principalmente porte por mar, pois a cada oito dias está
Navegação ? de cobre, com um bom volume de celu- chegando uma nova carga ao país importa-
EA – A Libra Navegação é uma tradicio- lose e uma participação mínima de vinhos. dor. Não tem importância o fato de a carga
nal companhia brasileira de navegação, levar dez ou 12 dias para chegar ao país,
com vários acionistas, entre eles, os seus O vinho chileno é internacional- porque de oito em oito dias chega mais um
antigos proprietários. A CSAV é o acionis- mente reconhecido como um dos volume, sendo ininterrupta a alimentação.
ta majoritário. melhores do mundo, por que o im-
portamos tão pouco? Brasileiro não Passando do campo meramente co-
O painel de que o senhor partici- bebe vinho? mercial ao da cultura, em sua opi-
pou teve o turismo como um dos EA – Acredito que os brasileiros estão be- nião por que é que os brasileiros ri-
temas. A Libra e a CSAV demonstra- bendo cada vez mais vinho, mas o trans- valizam e competem com os argen-
ram, durante os debates, competên- porte marítimo desse vinho sofre séria con- tinos e são tão cordiais com o Chile
cia no transporte marítimo de car- corrência do transporte rodoviário. Além e com os chilenos?
SB
FEEDER
NB NB
SB SB
FEEDER FEEDER
EA – É verdade, os brasileiros são extre- cais, mas há momentos na vida – das pes- Há quem diga, no entanto, que, es-
mamente gentis conosco. Posso dizer isso soas e dos países – em que só as medidas tando o preço do cobre tão alto e a
com autoridade, pois sou chileno e moro radicais propiciam grandes e necessárias economia chilena tão estabilizada,
há sete anos no Brasil. Eu e minha família mudanças. já era tempo de existir menos po-
temos sido constantemente bem tratados, breza e mais inclusão na sociedade
até mais do que eu esperava. Acho que a chilena. Que lhe parece?
resposta à sua pergunta reside no fato de EA – É verdade, mas o importante é re-
que o Chile não ameaça o Brasil em nada. gistrar que temos conhecimento de nos-
Já a Argentina... O Chile tem também as sas deficiências e que estamos empenha-
suas rivalidades com o Peru, que é um dos em superá-las. Sempre haverá o que
país fronteiriço e que disputa conosco, o fazer para se atingir o pleno desenvolvi-
que não é o caso do Brasil. A única ameaça mento e uma distribuição mais democrá-
configurada pelo Chile, e não apenas com tica das riquezas em qualquer país do
relação ao Brasil, mas a toda a América mundo.
Latina, é a da eficiência, a de ter enfrenta-
do com competência os seus desafios e a
de ter demonstrado que, com perseve-
rança, se pode conseguir realizar todos os
objetivos. Arteaga: eficiência para enfrentar desafios.
”
ocorrendo de forma crescente porque “a qual os técnicos de seu país colaboram
política comercial do Chile é aberta, en- últimos dois anos com empresas de São Paulo. No setor téc-
quanto a do Brasil apresenta algumas nor- RIGOBERTO GARCIA. nico- naval, os chilenos atuam junto a em-
mas protecionistas. Problema? Ao con- presários de Santa Catarina e do Rio de
trário, é um desafio a ser enfrentado.” trangeiras, incentivando o aparecimento Janeiro. Na área de previdência, o enten-
No entender do Presidente do Pro- de novas unidades produtivas e de servi- dimento se dá com bancos e grupos pri-
Chile, o déficit comercial indica um cres- ços; privilegia a aplicação de capital, de tec- vados para conhecimento da experiência
cimento de um dos lados nesse comércio. nologia e o estabelecimento de parcerias; do Chile nesse setor.
“Esse crescimento é mais importante para incentiva o surgimento de mecanismos de Não se podem esquecer também os se-
nós. O déficit não tem maior importância.” controle com fusões entre empresas, aqui- tores de transportes, infra-estrutura e cor-
Assim, o ProChile continuará de forma sições de empresas e capital venture; privi- redores bi-oceânicos entre o Chile e os
cada vez mais entusiasmada a tentar estabe- legia o desenvolvimento de franquias, li- países do Mercosul, nos quais há também
lecer uma ponte entre empresários chile- cenças e concessões. muito interesse por parte de empresas bra-
nos e brasileiros, para promover e incenti- sileiras e as conversações já começaram.
var os investimentos e o comércio bilateral. Novas possibilidades Já no turismo, uma das atividades que
Os técnicos consideram o ProChile um As alianças estratégicas entre Chile e Bra- mais cresce no mundo inteiro, Rigoberto
instrumento estratégico para quem quer sil contemplam áreas tradicionais de rela- Garcia menciona o aumento do fluxo en-
investir no país. Ele é formado por 57 pon- cionamento entre os dois países como tre os dois países nos últimos dois anos,
tos de contato do Chile no mundo, dos mineração, setor vitivinícola, setor de pes- período em que basicamente houve uma
quais 34 são escritórios e departamentos ca, setor naval, além de procurar desen- duplicação do movimento, o que vem le-
econômicos, 13 são representações comer- volver novas áreas nas quais vem crescen- vando ao estudo de várias inovações em
ciais e dez são seções comerciais. do a parceria, como previdência, transpor- termos de parcerias para aproveitar o in-
Esses pontos de contato procuram dar tes, infra-estrutura, aqüicultura, biotec- teresse crescente dos dois lados. Os bra-
aos empresários uma visão do mercado in- nologias, informática e turismo. Algumas sileiros querem desfrutar das belíssimas
ternacional, promover empresas chilenas, dessas atividades conjuntas são vistas com paisagens de lagos e montes gelados do
buscar potenciais parceiros e clientes. muitos bons olhos pelo Presidente do sul do Chile, enquanto os chilenos ansei-
Nessas atividades, o ProChile busca a ProChile que acredita que delas resultem am por conhecer as praias do Nordeste e
associação entre empresas chilenas e es- grandes negócios. o carnaval carioca.
A presença da Neoenergia no
novo modelo do setor elétrico
ugo Renato Nunes é Gerente de um mercado livre , inicialmente restrito aos
H Regulação da Comercialização e Ge-
ração da Neoenergia, uma holding que atua
maiores consumidores, mas depois desti-
nado a expandir-se.
no setor de energia elétrica. O Grupo A Regulação da Neoenergia S.A atua
Neoenergia é formado pelas distribuido- dentro destas regras, orientando a atuação
ras Companhia de Eletricidade da Bahia – das empresas, negociando com o governo
Coelba, Companhia Energética de Per- e comunicando-se com o consumidor.
nambuco – Celpe e Companhia do Rio “Trabalhamos na ponta do governo e
Grande do Norte – Cosern, e ainda pelas na do consumidor. Nós temos três em-
geradoras Itapebi e Termopernambuco presas distribuidoras de energia elétrica e
(PE) e pela comercializadora NC Ener- o relacionamento com o consumidor é
gia. A Itapebi, por exemplo, uma geradora feito mais pelas distribuidoras”, explica
hidráulica localizada na Bahia, tem 42% Hugo Nunes.
de suas ações pertencentes ao Grupo “Todas as dúvidas e todas as novas regu-
Neoenergia lamentações passam por uma análise nos-
Isto significa que o grupo gera, distri- Hugo Nunes, Gerente de Regulação da sa. Procuramos, junto ao governo, contri-
bui e comercializa energia. O único setor Comercialização e Geração da Neoenergia buir para aperfeiçoar as regras e repassar as
do qual ele não participa é o de transmis- informações detalhadamente para as dis-
são. “Estamos participando de um leilão grandes transformações, principalmente a tribuidoras que fazem o contato direto com
de transmissão em novembro, pois dese- partir de 1995, quando houve o processo os consumidores, mas devem atuar sem-
jamos entrar também nesse segmento”, de privatização das empresas estatais de ele- pre sob determinada regulamentação.”
afirma Hugo Nunes, informando também tricidade. A área foi então dividida em seg-
que a Neoenergia centraliza alguns aspec- mentos de geração, transmissão, distribui- Consumo consciente
tos de todas as empresas do grupo. ção e comercialização. A partir desta refor- Qual seria o cenário real da energia elétri-
“As empresas não têm mais diretores. ma, as empresas deveriam deixar de ter uma ca no Brasil hoje? Estaremos numa curva
Há presidentes e superintendentes. A di- estrutura vertical. Foi instituída a licitação ascendente de produção e de consumo
retoria de todas elas se encontra situada para a concessão de serviços públicos e para ou há uma tendência, a longo prazo, de
na Neoenergia S.A. Existem alguns aspec- aproveitamento do bem público e também faltar energia? Que providências foram ou
tos que precisam ser centralizados, como o livre acesso aos sistemas de transmissão e têm sido tomadas para aprimorar o setor?
todo o processo de contribuições que a distribuição de energia elétrica. Foi criado Hugo Nunes responde.
gente realiza, consolidando a ótica de to-
das as empresas, além de toda a tramitação Alterações do modelo institucional brasileiro
com os órgãos reguladores, com o Minis- Antigo modelo Modelo livre Novo modelo
tério de Minas e Energia e com os outros (até 1995) (1995-2003)
órgãos da administração pública.” Planejamento Custo do serviço Indicativo Centralizado
Se fosse necessário pensar numa imagem (GCPS) (CCPE) (EPE)
para definir esta estrutura, ela poderia ser a Contratação 100% mercado 85-95% mercado 100% mercado
de uma árvore em que as raízes são comuns Balanço de energia roteado por compensado compensado
e os diferentes galhos se espalham, dando compradores no MAE no CCE
conta das mais diversas funções necessárias Equilíbrio oferta/demanda sim não há garantias sim (implicitamente)
ao bom funcionamento do grupo. Agentes públicos foco em privatização coexistência público
e privado
O desafio da expansão Estrutura das empresas verticalizadas direcionada para direcionada para
Para responder aos desafios de uma cres- desverticalização desverticalização
cente e constante demanda por energia, o Mercado regulado livre coexistência
setor elétrico brasileiro tem passado por regulado e livre
“Se pudéssemos, agora, tirar uma foto- do modelo são os leilões de energia nova ção futura. “Se eu entro neste leilão e gan-
grafia do cenário energético atual, iríamos que vão ocorrer, um em dezembro de ho, adquiro um contrato de compra e ven-
verificar que estamos com uma sobra de 2005 e outro em 2006.” da de energia com todas as distribuidoras
energia. Por volta do ano 2000, o Governo Os cálculos dos técnicos indicam que, do país e a obrigação de construir uma usi-
Federal criou um programa de prioridade em função dos novos hábitos de consumo na hidráulica em 2010, com uma capacida-
de termoeletricidade, no qual entraram e de toda a nova geração térmica que pas- de energética que o governo estabelece.”
várias usinas termoelétricas para aumentar sou a existir, a sobreoferta de energia pode Assim, o governo é que resolve as usi-
a produção e a oferta. Com o advento do se manter até 2009 e 2010. A partir daí, nas a serem licitadas. Ele tem uma lista que
racionamento de energia, em 2001, e no existe necessidade de investimentos em é colocada em processo de licitação. As usi-
início de 2002, o consumo caiu muito. O novos empreendimentos. O Estado não nas só vão a leilão com licença prévia, ou
brasileiro aprendeu a consumir de uma for- tem mais capacidade de investimento para seja, uma permissão dada pelos órgãos am-
ma diferente, evitando o desperdício. Isto atender ao crescimento do consumo espe- bientais de que a proteção ao meio ambi-
foi um saldo muito positivo. O consumo rado. Então, o leilão de energia nova é um ente está, de alguma forma, resolvida. A
de 2004 é equivalente ao de 2000. Caiu teste, pois ele vai dizer como será o atendi- possibilidade de construir a usina vai a lei-
muito o consumo em 2001. O governo mento ao consumo de 2009 a 2011. As lão e quem oferecer o menor preço para
obrigou os consumidores a gastarem me- novas energias vão atender a este cenário. vender a energia dessa usina adquire o di-
nos 20% de energia elétrica sob risco de Está sendo leiloada a capacidade de produ- reito de vender e a obrigação de construir.
penalidade: isto foi o racionamento que vi-
vemos. Depois, o crescimento do consu-
mo de energia passou a se dar em patama- Endesa vira holding para aplicar
res menores. Não em função do cresci-
mento do PIB; não porque as indústrias pa- ainda mais no Brasil
raram de ser construídas, mas, porque os
brasileiros adquiriram novos hábitos de
consumo e pararam de deixar as luzes ace-
sas. O ferro de passar e os chuveiros elétri-
cos têm sido usados com mais consciência.
O desperdício levou um basta durante o
racionamento e o brasileiro tem dado con-
tinuidade a esta nova cultura.”
O setor elétrico continua crescendo
em torno de 5% ao ano, o consumo não
tem aumentado muito e as chuvas têm sido
abundantes, portanto, há uma maior oferta
de energia. O governo propõe, então, um
novo modelo, destinado a suprir os futu-
ros grandes investimentos necessários
para aumentar a produção. Seria este mo-
delo eficiente? Ele está bem embasado ou
há mais dúvidas do que certezas com re-
lação a ele? Hugo Nunes responde. Marcelo Llevenes Reboledo: Endesa investe no Brasil desde 1996, quando chegou no país.
“Entendemos que o novo modelo para
o setor elétrico tem todo o embasamento ós queremos crescer no Brasil.” Marcelo Llevenes Reboledo explica
para dar certo. A questão da energia exis-
tente, as novas energias mais limpas que
“N Com essa frase, o Presidente da
Endesa, Marcelo Llevenes Reboledo, de-
um pouco mais o seu desejo: “o Brasil é o
país da América Latina que tem, hoje, a
estão aí, as contratações necessárias para fine sua estratégia. Para isso, a empresa de maior necessidade de investimentos no
garantir o suprimento no futuro, tudo isto origem espanhola e formada por capitais setor elétrico. Além disso, tem um marco
está sendo pensado e vivido neste proces- internacionais, inclusive chilenos, consti- regulatório e políticas de eletricidade
so. As distribuidoras passaram por um tuiu a holding Endesa do Brasil, cujo pro- muito bem definidas”.
momento difícil após o racionamento, cesso de formação está sendo concluído e Mesmo antes de criar a holding, o gru-
pois o consumo caiu muito, mas houve depende apenas dos trâmites administra- po Endesa já apresentava números bem
todo um programa de apoio e elas conse- tivos, pois já foi aprovada pela Agência interessantes sobre a sua presença no Bra-
guiram se levantar. Agora, o grande teste Nacional de Energia Elétrica – Aneel. sil. Desde 1996, quando chegou, até o
segundo semestre de 2005, realizou in- Ele citou como exemplo o que acontece O grupo tem apresentado, no Brasil,
vestimentos de US$ 4,5 bilhões, dos quais no Rio de Janeiro, onde, de cada 100 Kw uma evolução positiva em sua receita lí-
76% foram aportados pelas empresas chi- comprados, 23 kW são perdidos, sendo quida, crescendo a patamares muito ele-
lenas que participam do grupo: Enersis, 10 kW por problemas técnicos e 13 Kw vados, o que, segundo seu presidente, “não
Chilectra e Endesa Chile. por furto de energia. Numa tentativa de é comum no setor elétrico.” Em 2003,
minimizar esse problema, a Endesa reu- esse crescimento foi de 15% e em 2004,
Leilões de energia niu especialistas do Brasil, Chile e dos Es- de 10%. A expectativa para 2005 é man-
Os negócios continuam em plena expan- tados Unidos e começou a instalar a rede ter os 10% de crescimento.
são e a Endesa está sendo considerada o Ampla, considerada mais segura para ini- Já se prevê a entrada da holding na Bolsa
segundo grupo privado com maior capaci- bir o furto de energia. Com a nova tecno- de Valores de São Paulo com um reorde-
dade instalada de geração de energia no logia, a empresa espera reduzir os furtos a namento societário das participações da
Brasil. No primeiro semestre de 2005, o patamares totais de 15%. empresa nos ativos brasileiros existentes.
grupo foi o terceiro maior investidor do
setor elétrico brasileiro. O crescimento não
pára por aí. Com a formação da holding, os
planos são de participar dos futuros leilões
Uma das maiores empresas
de energia, nos quais 49 novas usinas hi-
drelétricas estarão sendo comercializadas.
elétricas do mundo
“A Endesa se sente firmemente com- Fundada na Espanha, em 1944, estrutura financeira que favoreça seu
prometida com o Brasil e deseja estar na como empresa estatal, a Endesa se crescimento e melhore a qualidade dos
primeira linha de seu futuro. Nossas deci- constituiu como grupo em 1983, após serviços nos países onde opera.
sões empresariais estão orientadas no sen- adquirir participações de outras com- A Endesa está presente no Brasil
tido de contribuir para o crescimento, o panhias espanholas. O crescimento desde 1996, quando adquiriu a Com-
dinamismo e o progresso brasileiros,” afir- continuou nos anos seguintes. Em panhia Energética do Rio de Janeiro –
ma o presidente da Endesa, que conta para 1988, foi iniciado o processo de Cerj, hoje denominada Ampla. Nos
isso com a experiência e a liderança inter- privatização, que terminou em 1998. anos seguintes, foi se estendendo para
nacional da empresa, além da confiança de Atualmente, a Endesa é a companhia Goiás, Ceará e para a interconexão Bra-
seus acionistas, clientes e trabalhadores. líder do mercado espanhol, a maior sil-Argentina. Construiu a Central
No período de 2005 a 2009, o Grupo multinacional elétrica privada da Amé- Termoelétrica Endesa Fortaleza que
Endesa prevê investir US$ 3,3 bilhões na rica Latina e uma das dez maiores em- entrou em operação comercial ao fi-
América Latina, dos quais 24% no Brasil, onde presas elétricas do mundo. Hoje, opera nal de 2003.
pretende equilibrar os recursos destinados à no mercado elétrico de 13 países, em No território brasileiro, a Endesa
geração de energia com os direcionados para três continentes, servindo a 22 milhões atua junto com as empresas chilenas
a distribuição, como faz em todos os outros de clientes que representam mais de Enersis, Chilectra e Endesa Chile. O
países onde está presente. Somente em nosso 80 milhões de pessoas. Em 2004, em- Brasil representa 19% dos ativos con-
país, até agora a empresa tem aplicado mais pregava 28 mil trabalhadores. solidados do grupo na América Latina.
em distribuição do que em geração. Seu negócio engloba, principal- No total, tem uma potência instalada
Hoje, o Grupo Endesa está presente mente, as atividades de produção, de 1039 MW que, no ano passado, ge-
no Ceará, com a Endesa Fortaleza e com a transporte, distribuição e comercia- rou 4.889 GW, o que representou
Coelce. Em Goiás, conta com a CDSA. lização de eletricidade. As vendas to- 49,5% a mais do que no ano anterior.
No Rio de Janeiro, controla a Ampla e, no tais do grupo, no ano passado, foram As vendas de sua energia no Brasil, no
Cone Sul, possui ainda uma interconexão de 192.519 GW, o que representou ano de 2004, cresceram 4,9%. O total
Brasil-Argentina, a CIEN , com 2100 MW 17,6% a mais do que no ano anterior. de empregados hoje ultrapassa três mil
de capacidade instalada. Desde que se ins- A empresa se faz presente também na pessoas.
talou no território brasileiro, tem investi- área de gás, em outros setores ener- A Endesa Brasil está comprometi-
do em melhorias operacionais para tornar géticos, em telecomunicações e em da em crescer preservando o meio
sua rede mais segura e sua eletricidade serviços que aportem valor ao seu ambiente e mantendo um compromis-
mais barata para o consumidor. negócio prioritário. so social e cultural com as comunida-
Sua estratégia para os próximos anos des. A empresa mantém em suas uni-
Furto de energia é manter a liderança no mercado ibéri- dades monitoramento constante da
De acordo com o presidente da Endesa, co; consolidar sua presença na Europa; qualidade do ar, da água e do solo, além
um dos problemas mais sérios enfrenta- aproveitar a recuperação econômica da de programas de reflorestamento e de
dos em nosso país é o furto de energia. América Latina; além de manter uma preservação da fauna e da flora.
“
ar a atuação de empresas de Banco do Brasil oferece, hoje, ex-
”
te em 23 países com 40 dependências (17
atuação no exterior
manter bases nas principais me- agências, oito sub-agências, dez escritóri-
os de representação e unidades de negó- D E N I S E M E Z I AT.
trópoles mundiais, o Banco tam- cio e cinco subsidiárias).
bém estabeleceu parcerias com A presença do banco não pára por aí. foram criadas 18 Gerências Regionais de
A Gerente de Área da Gerência Regional Apoio ao Comércio Exterior, localizadas
instituições internacionais para de Comércio Exterior e Câmbio, Denise estrategicamente pelo país. Nelas, o cliente
Meziat, afirma: “com o objetivo de dar apoio encontra 105 gerentes de negócios inter-
atender seus clientes em qual- às empresas brasileiras de qualquer porte nacionais capacitados no atendimento a ex-
quer país. na busca de maior inserção internacional, portadores e importadores.”
51 72083890 OUTS. LAMIN. FERRO/ACO, L >= 6DM, QUENTE, ROLOS, 3MM <= E <= 4.75MM
52 72091700 LAMIN. FERRO/ACO, A FRIO, L >= 6DM, EM ROLOS, 0.5MM <= E <= 1MM
53 33059000 OUTRAS PREPARACOES CAPILARES
54 94035000 MOVEIS DE MADEIRA P/ QUARTOS DE DORMIR
55 30049069 OUTS. MEDICAM. C/ COMP. HETEROCICL. HETEROAT. NITROG. EM DOSES
56 84291190 OUTROS “BULLDOZERS” E “ANGLEDOZERS”, DE LAGARTAS
57 12010090 OUTROS GRAOS DE SOJA, MESMO TRITURADOS
58 83099000 ROLHAS, OUTS. TAMPAS E ACESS. P/ EMBALAGEM, DE METAIS COMUNS
59 48025592 PAPEL KRAFT, FIBRA PROC. MEC <= 10%, 40G/M2 <= P <= 150G/M2
60 72254090 OUTROS LAMIN. DE OUTS. LIGAS ACOS, QUENTE, L >= 600MM, N/ ENROL
61 84292090 OUTROS NIVELADORES
62 84749000 PARTES DE MAQS. E APARS. P/ SELECIONAR, ETC. SUBST. MINERAIS
63 84716021 IMPRESSORAS C/ VI < 30PPM, A JATO DE TINTA LIQ. LI <= 420MM
64 39233000 GARRAFOES, GARRAFAS, FRASCOS, ARTIGOS SEMELHS. DE PLASTICOS
65 64039100 OUTROS CALCADOS DE COURO NATURAL, COBRINDO O TORNOZELO
66 18040000 MANTEIGA, GORDURA E OLEO, DE CACAU
67 52094210 TECIDO DE ALGODAO >= 85%, FIO COLOR. DENIM, INDIGO, P>200G/M2
68 84715010 UNID. PROC. DIGIT. PEQ. CAP. BASE MICROPROCESS. FOB <= US$ 12500
69 40129090 PROTETORES, BANDAS RODAGEM, ETC. PARA PNEUS DE BORRACHA
70 73121010 CORDAS E CABOS, DE FIOS ACO, REVEST. BRONZE/LATAO, P/ ELETR.
71 84181000 REFRIGERADORES COMBIN. C/ CONGELADORES, PORTA EXT. SEPARADA
72 85261000 APARELHOS DE RADIODETECCAO E DE RADIOSSONDAGEM (RADAR)
73 72104910 LAMIN. FERRO/ACO, L >= 6DM, GALVAN. OUTRO PROC. E < 4.75MM
74 73064000 OUTROS TUBOS DE ACOS INOX. SOLD. SEC. CIRC.
75 72023000 FERROSSILICIO-MANGANES
76 09011110 CAFE NAO TORRADO, NAO DESCAFEINADO, EM GRAO
77 33051000 XAMPUS PARA OS CABELOS
78 85015310 MOTOR ELETR. CORR. ALTERN. TRIF. 75KW < POT <= 7500KW
79 94036000 OUTROS MOVEIS DE MADEIRA
80 39206219 OUTS. CHAPAS, ETC. TEREFT. POLIETILENO, E <= 40 MICR. S/SUPORTE
81 23011090 FARINHA DE MIUDEZAS, IMPROPR. P/ ALIM. HUMANA E TORRESMOS
82 17019900 OUTS. ACUCARES DE CANA, BETERRABA, SACAROSE QUIM. PURA, SOL.
83 87032390 AUTOMOVEIS C/ MOTOR EXPLOSAO, 1500 < CM3 <= 3000, SUP. 6 PASSAG
84 40111000 PNEUS NOVOS PARA AUTOMOVEIS DE PASSAGEIROS
85 76042920 OUTROS PERFIS DE LIGAS DE ALUMINIO
86 35030019 OUTRAS GELATINAS E SEUS DERIVADOS
87 73024000 TALAS DE JUNCAO/PLACA APOIO, ETC. DE FERRO FUND/FERRO/ACO
88 38082029 OUTROS FUNGICIDAS APRESENTADOS DE OUTRO MODO
89 73211100 APARELHOS P/ COZINHAR/AQUECER, DE FERRO, ETC. COMBUSTIV. GAS
90 29224190 ESTERES E SAIS, DA LISINA
91 44112100 PAINEIS DE FIBRAS DE MADEIRA, N/ TRAB. MEC. 0.5 < D <= 0.8G/CM3
92 84219999 OUTS. PARTES DE APARS. P/ FILTRAR OU DEPURAR LIQUIDOS, ETC.
93 48114190 OUTS. PAPEIS/CARTOES AUTO-ADESIVOS, EM ROLOS/FLS.
94 32151900 OUTRAS TINTAS DE IMPRESSAO
95 85372000 QUADROS, ETC. C/ APARELHOS INTERRUP. CIRCUITO ELETR. T > 1KV
96 85301090 OUTS. APARELHOS ELETR. DE SINALIZACAO, ETC. P/ VIAS FERREAS
97 85442000 CABOS COAXIAIS E OUTROS CONDUTORES ELETR. COAXIAIS
98 73063000 OUTROS TUBOS DE FERRO/ACO N/ LIG. SOLD. SEC. CIRC.
99 39239000 OUTS. ARTIGOS DE TRANSPORTE OU DE EMBALAGEM, DE PLASTICOS
100 72021900 OUTRAS LIGAS DE FERROMANGANES
DEMAIS PRODUTOS
DEMAIS PRODUTOS
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Cônsul chileno elogia Seminário
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assumiu como Diretor do
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Departamento de Comércio
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Exterior. Arthur Pimentel
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atuou, de modo brilhante,
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no processo de implantação
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dos programas: Plano
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Estratégico de Promoção
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Comercial, Estado
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Exportador, Exporta-cidade
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e Rede Cicex.
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A FCCE deseja boa sorte
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Promoções no MDIC a todos, certa de que
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O Ministro Luiz Fernando exercerão as novas funções
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Furlan remanejou a sua com a competência habitual.
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equipe do Ministério do
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Desenvolvimento, Indústria Dificuldade de
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e Comércio Exterior. Ivan comunicação
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Ramalho foi nomeado A dificuldade de as pequenas
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Secretário-Executivo. empresas obterem
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Armando Meziat foi informações no Brasil ainda é
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designado Secretário de uma realidade. De acordo
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Comércio Exterior. Arthur com o Presidente da
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A Revista dos Seminários Bilaterais de uma cidade de porte médio e possibilidade de o país
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organizados pela FCCE, é distribuída entre íntima, voltado, em parte, mencionado, anteriormente,
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Telegrama
Anunciar aqui é fazer chegar o seu
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quem decide.
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Procure-nos.
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eduardo.teixeira@abrapress.com.br
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EM BREVE
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Exterior e Investimentos
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Brasil-Chile, no dia 3 de
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outubro de 2005, no Rio de
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Janeiro. Lamentavelmente,
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não poderei comparecer em
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razão de compromissos
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oficiais previamente
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agendados. Aproveito, no ○
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entanto, a oportunidade para
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formular votos de pleno êxito
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para o referido colóquio.
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Atenciosamente, Celso
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Amorim, Ministro de Estado
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das Relações Exteriores.”
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Nova diretoria
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O Presidente da FCCE, João
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Augusto de Souza Lima,
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anunciou durante o
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Seminário Bilateral de
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Comércio Exterior e
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Investimentos Brasil-Chile, Manuais de Procedimentos e Informações
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a posse da nova diretoria da
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Brasil-Portugal, Brasil-Marrocos, Brasil-Bélgica/Luxemburgo,
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Câmara de Comércio e Brasil-Suíça, Brasil-Argentina, Brasil-Venezuela,Brasil-México e Brasil-Chile
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Indústria Brasil-Chile. Na
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ocasião, Souza Lima
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ressaltou a importância da Brasil. O percentual da Endesa na Bolsa criatividade brasileira.
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Câmara, que desenvolverá população chilena que Após os trâmites As exportações de
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um trabalho em prol do ganha menos de dois administrativos de constituição biquinis e maiôs chilenos
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incremento do comércio dólares por dia é 9,6%, da holding Endesa Brasil, esta ficam abaixo de US$ 1 milhão,
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bilateral com o Brasil, e enquanto que na maioria pretende ingressar na Bolsa de enquanto a importação está
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declarou que a Federação dos países latino- Valores de São Paulo. Para que em US$ 13,3 milhões. O
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conta agora com 142 americanos é 25%. isso ocorra, será necessário o Brasil exporta US$ 7,29
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Alguns dados O Cônsul-Geral da nos ativos brasileiros existentes gasta com importação desses
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comparativos Venezuela no Rio de Janeiro, nas distribuidoras Ampla e produtos menos de US$ 1
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O Chile tem indicadores Embaixador Mario Coelce, nas geradoras milhão. Os principais
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econômicos de grande Guglielmelli Vera, esteve Cachoeira Dourada e fornecedores de moda praia
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qualidade e algumas presente na sessão solene de TermoFortaleza e na para o Chile são a China, o
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investidor, conhecer melhor sua presença, o Presidente “O mercado do Chile em moda praia: importa bem
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aquele país andino da Federação das Câmaras relação à moda praia está mais que exporta.
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Chile é calculado em 8,4%, FCCE, João Augusto de afirmação é do Diretor de 46,1 milhões, e a importação
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contra 12,3% no Brasil. A Souza Lima, disse que o Marketing do Consórcio Fulô em US$ 61,6 milhões. Mais
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mortalidade infantil chilena Cônsul desejava, com a Brasil, Raymundo Ribeiro, uma vez, o Chile compra mais
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é de 12 crianças por mil visita, prestigiar o país- que acredita haver naquele da China, seguindo-se a
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nascimentos, contra 37 no irmão da América Latina. país um grande espaço para a Colômbia e o Brasil.
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