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10 de novembro de 2005
Federação das Câmaras de Comércio Exterior
Federación de las Cámaras de Comercio Exterior
FCCE is the o ldest Trade Association dedicated In the recent past, the FOREIGN TRADE CHAM-
Exclusively to Foreign Trade activities. BERS FEDERATION – FCCE signed an accord with
Founded in 1950 by entrepreneur Joao Daudt de the CHAMBERS OF COMMERCE COUNCIL OF THE
Oliveira (who was also the founder of the National Trade AMERICAS, an organization representing the Bilateral
Federation five years earlier), FCCE has been in Chambers of Commerce in the following countries:
operation for over 50 years, motivating and supporting ARGENTINA, BOLIVIA, CANADA, CHILE, CUBA,
the work of Bilateral Chambers of Commerce, Foreign ECUADOR, MEXICO, PARAGUAY, SURINAM,
Consulates, Business Councils and Mixed Commissions URUGUAY, TRINIDAD AND TOBAGO and VENE-
at the federal level. ZUELA.
FCCE, by force of its Statute, has national scope with In addition to the several dozen Bilateral Chambers of
Regional Vice-Presidents in various states of the Commerce affiliated with FCCE throughout Brazil, the
Federation, and also operates in the international realm Presidents of these Chambers of Commerce belong to
through “Cooperation Convention’s” established with the current Administration: Brazil-Greece, Brazil-
various organizations of the highest credibility and Paraguay, Brazil-Russia, Brazil-Slovakia, Brazil-Czech
tradition. Among these is the International Chamber of Republic, Brazil-Mexico, Brazil-Belarus, Brazil- Portu-
Commerce (ICC) founded in 1919, with headquarters gal, Brazil-Lebanon, Brazil-India, Brazil-China, Brazil-
in Paris, which has more than 80 National Committees Thailand, Brazil-Italy and Brazil-Indonesia, in addition to
across the five continents, in addition to running the the President of the Brazilian Committee of the
most important “International Arbitration Court” in the International Chamber of Commerce, the President of
world, founded in 1923. the Brazilian Commercial Exporting Company Association
The FOREIGN TRADE CHAMBERS FEDERATION ABECE, the President of the Brazilian Railroad Industry
headquarters is located at Avenida General Justo 307, Association ABIFER, President of the Brazilian Container
Rio de Janeiro, which is also the main office of the Terminal Association and the President of the Mechanical
National Confederation of Commerce (Confederação Industries and Electric Material Union, among others.Also
Nacional do Comércio – CNC). The FCC and the CNC included are various Consuls and foreign diplomats,
have held a partnership for nearly two decades, working among them the Consul General of the Republic of Gabon,
through the “Administrative Support Convention and the Consul of Sri Lanka (formerly Ceylon) and the Trade
Mutual Cooperation Protocol.” Counselor Minister of the Portuguese Embassy.
The Administration
ADMINISTRATION FOR THE 2003/2006 TRIENNAL
President
1st Vice-President
Vice-Presidents
Directors
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Novas parcerias afirmam
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APOIO
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tradição comercial
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A FEDERAÇÃO DAS CÂMARAS DE COMÉRCIO EXTERIOR – FCCE recebeu
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durante o Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos Brasil-Holanda,
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promovido em 10 de novembro de 2005, no Rio de Janeiro, a missão comercial do
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Ministério dos Assuntos Econômicos do Reino dos Países Baixos, liderada pela Minis-
○
tra, interina, do Comércio Exterior e, também, Ministra da Educação, Cultura e Ciência
○
○
da Holanda, Maria van der Hoeven. A delegação de mais de 40 empresários que acom-
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panhava a ministra teve a oportunidade de trocar experiências com empresários brasilei-
○
ros dos mais variados setores. Diversas rodadas de negócios foram realizadas ao longo do
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○
dia, juntamente com o seminário. Numa delas, envolvendo a venda de créditos de carbo-
○
no, foram fechados acordos no valor de US$ 5 milhões, sinalizando o potencial de
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negócios a ser desenvolvido e a importância dos seminários bilaterais promovidos pela
○
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FCCE, no que se refere ao melhor aproveitamento das oportunidades comerciais e de
○
investimentos entre o Brasil e seus principais parceiros.
○
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Brasil e Holanda possuem elos antigos que os unem. Impossível é não citar a
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presença holandesa no Nordeste do Brasil, as relações comerciais alavancadas pela
○
Companhia das Índias Ocidentais e os investimentos holandeses iniciados no Brasil do
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○
século XIX, após a chegada da Família Real portuguesa. No universo de 12 seminários
○
bilaterais previstos para 2005, a Holanda teve motivos de sobra para ser um dos países
○
○
selecionados, considerando-se a existência de fortes laços comerciais, culturais e de
○
○
investimentos. Deve ser considerada, ainda, a privilegiada localização geográfica da ○
Holanda, cujos eficientes portos, interligados por vias fluviais internas, acessam rapi-
○
○
damente o mercado europeu, fazendo daquele país um dos mais importantes centros
○
de distribuição do mundo.
○
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maior importador de farelo de soja; o 2o maior importador de soja em grão; o 3o maior Expediente
○
○
Produção
○
contribui para a presença de um superávit comercial constante a favor do Brasil – trata- Agência Brasileira de Imprensa
○
se, hoje, do 2o maior superávit comercial do Brasil, que acumulou, ao longo dos últimos Diretores: Eduardo Teixeira e
○
e-mail: eduardo.teixeira@abrapress.com.br
○
Editor
leiro, o que posiciona a Holanda como o 2o maior investidor estrangeiro no Brasil. É
○
O coordenador da FCCE
○
possível diferenciar dois momentos na destinação do capital investido: primeiramente Textos e Repor tagens
○
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Elias Fajardo
na indústria de transformação e, a seguir, no setor financeiro e de serviços. De acordo
○
César Baima
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Esta edição traz para o leitor o resultado dos trabalhos do Seminário Bilateral de Estopim Comunicação
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Comércio Exterior e Investimentos Brasil-Holanda. Nela, destacamos o encontro entre Tel.: 55 21 2518 7715
○
e-mail: estopim@estopim.com
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melhor entendimento das possibilidades de ampliação na cooperação bilateral, nos in- Revisão
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Rozane de Souza
vestimentos e no comércio entre os dois países.
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Fotografia
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Christina Bocayuva
Boa leitura.
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6 E N T R E V I S TA 45 E M P AU TA
“Comércio é Primeiro Ministro
uma via de de Aruba visita
mão-dupla” a FCCE
18 A B E RT U R A 46 T U R I S M O
O boi voador e as boas relações entre Holambra,onde
holandeses e brasileiros tudo são flores
20 P A I N E L I
Do café às pontes que auxiliam o
48 I N T E R N AC I O N A L
comércio exterior Apoio à reforma da ONU
“O Brasil já incorporou
23 P A I N E L I I a mentalidade exportadora”
Negócios e
cooperação na área
de portos e energia
51 C U LT U R A
Vermeer, o mestre da luz
Energia renovável e
negócios da China
54 INTERCÂMBIO
29 P A I N E L I I I Missão holandesa:
Comércio promove encontro entre expandir o
passado, presente e futuro intercâmbio
33 ENCERRAMENTO 55 T R A N S P O RT E
Brasil e Holanda Contêiner: a majestade da logística
firmam parceria
O futuro está na 59 C O M É R C I O
energia renovável
Foco em agricultura interfere no rumo
das discussões da OMC
40 E M P R E S A
“O futuro do Brasil é brilhante” 70 C U R TA S
ENTREVISTA
“Comércio é uma
via de mão-dupla”
Ministra holandesa destaca papel do Brasil na
economia global e pede reciprocidade nas
negociações comerciais
O Brasil tem um papel cada vez mais importante no cenário eco-
nômico global, mas o país deve estar disposto a abrir ainda mais o
seu mercado se quiser melhorar o acesso de seus produtos a outros
países. É o que diz a Ministra, interina, de Estado do Comércio
Exterior da Holanda, Maria van der Hoeven, que passou uma se-
mana no Brasil à frente de numerosa missão comercial e participou
do Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos Bra-
sil-Holanda, promovido pela Federação das Câmaras de Comércio
Exterior – FCCE.
Otimista, Van der Hoeven espera a resolução dos impasses nas ne-
gociações na Organização Mundial do Comércio – OMC, apesar
de considerar excessivo o foco na questão agrícola nessas discus-
sões. Segundo ela, a União Européia está avançando na revisão de
sua política de subsídios aos produtores agrícolas, uma das princi-
pais demandas do Brasil nesse setor.
Titular da pasta de Educação, Cultura e Ciência do governo holan-
dês, a ministra ficou impressionada com a liderança brasileira em
setores como bioenergia e desenvolvimento sustentável, nos quais
vê oportunidades para projetos conjuntos e investimentos. Para
isso, no entanto, Van der Hoeven quer mais facilidade no intercâm-
bio de estudantes e pesquisadores entre os dois países.
Com relação ao setor de logística e Brazil has a more and more important role in the world economy but the country must be
de administração dos portos, sabe- disposed to open its market even more if it wishes to improve the access of its products to other
mos que o Brasil tem problemas countries. That is what the acting Minister of State for Foreign Trade of Holland, Maria van der
neste setor que prejudicam nossas Hoeven, says who spent a week in Brazil heading numerous commercial missions and
exportações. O que a Holanda tem participated in the Brazil-Holland Bilateral Seminar of Foreign Trade and Investment promoted
a oferecer, ou seja, o que podemos by the Federation of Foreign Chambers of Commerce– FCCE.
aprender com a experiência da
An optimist, Van der Hoeven hopes for the resolution of the impasses in the negotiations in the
Holanda, que opera um dos portos
World Trade Organization – WTO, in spite of considering excessive the focus on the agricultural
mais movimentados do mundo em
question in these discussions. According to her the European Union is advancing in the review of
Rotterdam? Há entre os delegados
its policy of subsidies to agricultural producers, one of the principal demands of Brazil in this sector.
representantes de empresas interes-
sadas nos setores de marinha mer- Holder of the portfolio for Education, Culture and Science of the Dutch government, the minister
cante, portos ou indústria naval. was impressed with the Brazilian leadership in sectors such as bio-energy and sustainable
MH – Na área naval temos a Dockwise e development in which she sees opportunities for joint projects and investments. For this,
também um representante de nossa escola however, Van der Hoeven wants more facility in the exchange of students and researchers
superior de transportes e logística. Eles between the two countries.
technical schools. Some already have make sense of the respective diplomas could
contacts in Brazil and are making new be valid in the two countries. can be done to improve. I believe that the
contacts, but for other, this is the first visit to contacts that are being made now will lead to
the country and the first chance to start to With relation to the sector of logistics and some result and it would be
build their contacts. administration of ports, we know that Brazil counterproductive if we let the politicians
These business areas are so interesting has problems in this sector that prejudice decide how they will take place.
that this mission has already produced our exports. What does Holland have to In the visit we made to the Port of Santos,
concrete results. There is contact between a offer, that is, what can we learn from the for example, I know of two matters that were
technology group for bio-mass in Holland and experience of Holland, which operates one discussed: the general administration of the
Camil, Brazilian company of rice production for of the busiest ports in the world in part and how to deal with the public and
the purchase of carbon credits. This same bio- Rotterdam? Amongst the delegates there private responsibilities. The city and the
mass Dutch company, Biomass Technology are representatives of companies people of Rotterdam have been dealing with
Group – BTG, also closed another contract of interested in the merchant marine, ports or these questions for a long time and have a
carbon credits with the Brazilian Seatech. We industrial naval sectors. lot of experience. They made mistakes, learnt
know the importance of this type of contract. MH – In the naval area we have Dockwise with them and have the knowledge that can
Apart from this I could not fail to mention and also a representative of our higher be transmitted. The most important thing,
another contract between the Dutch Smart school of transport and logistics. They are however is that the authorities of Santos did
Community International Network – SCIN and organizing a series of training activities in the not present specific proposals about what
Porto Digital of cooperation in the area of Port of Rotterdam and could also develop they would like to learn from the experience
internet access in broad band (high speed). these activities in Brazil. We know that these of Rotterdam. So everything begins with the
These are extremely specific and concrete questions of ports and logistics are important formulation of questions. This is something
results of the mission but we also know there for Brazil and it is also for this reason that that depends on the Brazilian side and we
has already been a series of letters of part of the delegation visited the Port of know that the work is being done. During the
intention in negotiation that can transform Santos. There is only one reason why the Port first week of September there was a
into future business. of Rotterdam and the Higher School of technical mission from the Port of
Transport and Logistics of Holland are Rotterdam to the Port of Santos and,
How can Brazil and Holland best represented in this delegation. It is they who therefore, there are already specific contacts
develop these projects in the areas of can say to their colleagues here in Brazil what in this sector.
Um recorde do Brasil,
uma conquista dos brasileiros.
Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior
Seminário Bilateral de
Comércio Exterior e Investimentos BRASIL HOLANDA
Av. General Justo nº 307 – Centro, Rio de Janeiro – RJ – Sede da Confederação Nacional do Comércio – CNC
Em seu pronunciamento, a Ministra Maria van der Hoeven demonstrou conhecer as relações históricas que aproximam Brasil e Holanda.
D
O Seminário Bilateral de Comér- portadoras de Carne –ABIEC e mem- epois de saudar os presentes, João
cio Exterior e Investimentos Brasil- bro do Conselho Mundial do ABN-Amro Augusto de Souza Lima pediu à mi-
Holanda foi instalado no auditório da Bank, Marcus Vinicius Pratini de Mo- nistra que, com um pronuncia-
mento, desse início aos trabalhos.
Confederação Nacional do Comércio no raes; o Embaixador dos Países Baixos no
dia 10 de novembro de 2005. Para com- Brasil, Onno Hattinga van’t Sant; o Côn- Esperança bilateral
por a mesa dirigente da Sessão Solene sul-Geral da Holanda no Rio de Janei- Maria van der Hoeven deu uma de-
de Abertura, o organizador do encon- ro, Maarten Reuchlin; o Vice-Presiden- monstração dos predicados que a fizeram
tro e Presidente da Federação das Câ- te da Associação de Comércio Exterior ministra justamente em um dos países que
maras de Comércio Exterior – FCCE, do Brasil – AEB, José Augusto de Cas- possuem um alto índice de desenvolvi-
João Augusto de Souza Lima, convocou tro; o Presidente da Câmara de Comér- mento cultural e intelectual: foi breve e
objetiva; fugiu à tentação de realizar uma
a Ministra, interina, do Comércio Ex- cio Internacional – ICC, Theóphilo de fala técnica; recheada de números e índi-
terior e Ministra da Educação, Cultura Azeredo Santos; e o presidente da As- ces, demonstrou conhecimento das rela-
e Ciência da Holanda, Maria van der sociação Brasileira de Terminais de Con- ções entre Brasil e Holanda através da his-
Hoeven; o ex-ministro, presidente da têineres de Uso Público – ABRATEC, tória e semeou esperança no incremento
Associação Brasileira das Indústrias Ex- Sérgio Salomão. das relações bilaterais.
34.2%
31.5%
27.8%
24.5%
23.5%
% de participação
19.1%
12.9%
7.3%
“ Temos linhas de
financiamento
diversificadas para
4.1%
o exportador
GUILHERME PFISTERER. ” 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Acrescentou que, para o mercado domés- nanciamentos do banco, que têm por antigas empresas holandesas em funci-
tico não há grandes problemas, porque a objeto, serviços de engenharia, máqui- onamento no Brasil – e que já são anti-
maioria das operações do gênero é feita nas, motores e ferramentas num total de gas parceiras de trabalho – ou outras,
por agentes financeiros, que são os ban- US$ 228 milhões, em 2004 – muitos mais novas, ou recém chegadas, que
cos comerciais existentes no Brasil e que deles dirigidos especificamente a países desejem investir no país. Por fim, o ex-
negociam com o exportador o tipo de da América do Sul. A América do Sul, positor convidou os presentes a visita-
garantia a ser dada a cada transação. Quan- lembrou, é alvo prioritário das atividades rem, no endereço www.bndes.gov.br,
do se trata, no entanto, de uma exporta- do banco, que se orgulha de trabalhar o portal do BNDES na internet, para que
ção, ressalvou Guilherme Pfisterer, nas em favor da integração do continente por sejam esclarecidas eventuais dúvidas a
quais ocorrem dois tipos de risco – o co- meio das obras de engenharia conquista- respeito das atividades de financiamen-
mercial e o risco país – o banco é mais das pelo Brasil em todos os países da re- to desenvolvidas pelo órgão.
flexível e pode até mesmo estruturar uma gião. Quanto à exportação de alimentos,
composição com vários tipos de garanti- o expositor afirmou que é um setor em
as, com o objetivo de proporcionar maior que o banco tem procurado também di- From coffee to bridges
segurança e tranqüilidade nas operações versificar suas atividades, estimando que, that help Brazilian export
de exportação. este ano, tenham sido reservados para
Segundo ele, o BNDES investe hoje isso cerca de US$ 1,2 bilhão, montante trade
algo em torno de US$ 4,5 bilhões, o que que gera um grande impacto positivo em Panel I initially discussed the immense
equivale a cerca de 30% do orçamento termos de mão-de-obra no campo. possibilities of obtaining the use of a quality
do banco. O expositor fez questão de Antes de encerrar sua exposição, biomass through making use of the Brazilian
enfatizar que o BNDES desempenha um Guilherme Pfisterer fez questão de dei- agricultural surplus and waste matter and
papel muito importante no apoio à fa- xar claro, especialmente para os parti- talked about the help that Holland could
bricação de equipamentos de explora- cipantes estrangeiros do seminário, que give, which has experience in this field. The
ção de óleo e gás, como, por exemplo, o BNDES, de acordo com a Constitui- second part of the panel was dedicated to a
na construção de novas plataformas de ção Federal, considera brasileira, para demonstrative exposure of the possibilities
exploração, apoiando também a área de fins de apoio institucional ou financei- that BNDES has to make financing viable
distribuição nas refinarias. Mencionou, ro, qualquer empresa que esteja sediada and other kinds of incentives destined for
ainda, a crescente diversificação dos fi- no país, o que, naturalmente, envolve foreign trade.
Fernando Jaime, do Complexo Suape, André Lettieri, representante do Porto de Rotterdam no Brasil e o moderador Sérgio Salomão, da Abratec.
remunerações, que são as tarifas portuári- presas holandesas e é bom para o porto de
as, e os arrendamentos, parcerias estabele- Rotterdam que, como eu disse, sobrevive
cidas em torno das diferentes áreas. Eu das taxas auferidas do aluguel e das parceri-
asseguro que tem sido um porto lucrati- as, assim como das tarifas portuárias.”
vo nos últimos anos e vai continuar sen-
do, porque é visto como negócio. O por-
to é um elo de ligação entre os clientes do
próprio porto, os arrendatários, os par-
“ Há dez anos os
guindastes volantes de
Rotterdam são operados
ceiros, os distribuidores e seus clientes.
Enquanto representante do Porto de
Rotterdam no Brasil, meu papel é única
e exclusivamente servir de elo de liga-
por computadores
ANDRÉ LETTIERI. ”
ção entres os clientes, e os clientes em O representante de Rotterdam disse,
potencial de nossos clientes.” ainda, que os contêineres de 45 pés, que
permitem otimizar o transporte de cargas
Recebendo o etanol e que em muitos países não são sequer
Segundo André Lettieri, esta é uma situa- conhecidos, já são usados naquele porto
ção bastante diferente da maioria das insti- holandês há seis anos.
tuições portuárias da América Latina, onde Em 2004, Rotterdam movimentou
a autoridade portuária nem sempre tem 352 milhões de toneladas de mercadori-
seu papel muito bem estabelecido e as ati- as, enquanto o Porto de Santos, o que
vidades não costumam ser tratadas como movimenta maior volume de carga no
“O Porto de Rotterdam
sobrevive de tarifas portuárias
um negócio que deve ser planejado. Um
porto moderno deve, segundo André
Lettieri, pensar também nas possibilida-
Brasil, movimentou 60 milhões de tone-
ladas. Este ano, Rotterdam deve apresen-
tar um crescimento de 15% de movimen-
e dos arrendamentos
ANDRÉ LETTIERI. ” des futuras de negócios. Ele deu como
exemplo a questão do etanol, o álcool in-
dustrial feito a partir da cana-de-açúcar,
to em contêineres, enquanto que o porto
de Hamburgo deverá crescer 11%. Por
outro lado, depois de 40 anos Rotterdam
monstrando a importância e abrangência do qual o Brasil é um grande produtor. perdeu sua posição de primeiro do mun-
do porto. “A Europa carece, a partir do ano que do em quantidade para os portos de
O representante do Porto de Rotter- vem e nos próximos cinco anos, de algo Singapura e Xangai.
dam explicou, em seguida, a situação em- em torno de 12 bilhões de litros de etanol, “Isto, no entanto, não é ruim para
presarial e jurídica do porto: “hoje é já que deverá misturá-lo ao combustível Rotterdam”, explicou André, “pois o nos-
estruturado hoje como uma empresa na usado no continente. O Porto de Rotter- so maior cliente exporta suas cargas atra-
qual 100% das ações são da municipalidade. dam vem se preparando para isto por meio vés de Xangai, o que significa que quanto
A partir de 1º de janeiro de 2006, o acionis- de seus clientes, empresas especializadas mais em volume o Porto de Xangai crescer
ta majoritário e único, ou seja, a munici- em tancagem e armazenagem. O porto mais carga o porto de Rotterdam vai ma-
palidade de Rotterdam, estará vendendo buscou se antecipar a esta demanda e hoje nusear.”
33% de suas ações ao Governo Central. A já está 100% preparado para receber o efe-
partir desta data, o porto será uma empre- tivo que venha a ser descarregado. Geração de empregos
sa tipo sociedade anônima com dois acio- Rotterdam quer ser o porto do etanol na O Porto de Rotterdam emprega 1.500
nistas: um com 33% e outro com dois ter- Europa e isso demanda em estabelecimen- funcionários. Somando empregos diretos,
ços das ações. É muito importante salien- to de metas.” relativos e indiretos, este total gira em tor-
tar que o porto tem uma administração Esta preocupação com o planejamen- no de pouco menos que 58 mil pessoas.
executiva e profissional, que atua com me- to faz muita diferença, inclusive com rela- Como está prevista uma grande amplia-
tas estabelecidas e de fato cumpridas.” ção a outros importantes concorrentes ção de sua área útil, dentro de dez anos
André Lettieri salientou, também, que o europeus. este número de empregos vai ser subs-
Porto de Rotterdam possui cerca de 60 km “Eu diria que alguns portos alemães, tancialmente aumentado. André Lettieri
de canais navegáveis, o que lhe dá condições por exemplo, movimentam mais carros. ressaltou também que Rotterdam é “o
de receber navios de qualquer calado. Rotterdam, no entanto, se preparou para único porto no mundo onde os guindas-
Mas como é estruturada sua sobrevi- a possibilidade de receber o dobro de sua tes volantes não são manobrados por pes-
vência financeira? “O Porto de Rotterdam atual movimentação de veículos. Isso é soas; há dez anos eles são operados por
sobrevive basicamente de dois meios: suas bom para o povo holandês, para as em- computadores”.
2
Zona industrial portuária Área total : 135 Km
Núcleos urbanos
Fonte: SUAPE
Fonte: SUAPE
“Antes de partir para definir o porto”, porto em si, mas como um complexo in- não param de pensar no futuro. Neste sen-
informou Fernando Jaime, “procurou-se dustrial portuário. Daí ter uma área total tido, Fernando Jaime citou a instalação de
encontrar a melhor localização do ponto grande, de 135 km2. O porto, propriamen- uma refinaria que já foi acordada entre os
de vista da profundidade das águas, da con- te dito, tem uma profundidade mínima de presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e
dição dos ventos e das marés. Depois de 14 metros e meio com a maré baixa, o que Hugo Chavez, da Venezuela, por meio de
escolhida a área, iniciou-se um plano di- permite a atracação de navios de grande uma parceria entre a Petrobras e a
retor que estabeleceu um zoneamento, porte. Além de boas condições de navega- PDVESA. Ela será construída numa área
ainda hoje respeitado, que define uma área bilidade, águas calmas, ventos normais e de 670 hectares no extremo sul do Com-
para as atividades portuárias e uma outra uma localização estratégica, fica praticamen- plexo de Suape, cuja direção já começou a
de proteção ambiental que garante a pro- te no meio do nosso litoral e tem possibi- adquirir áreas vizinhas, não só para as ins-
teção dos conglomerados urbanos das ci- lidade de funcionar com concentrador e talações da refinaria, como para proteger
dades do Cabo e de Ipojuca.” distribuidor de cargas. Aquilo que inicial- a aglomeração urbana próxima a ela. O
O porto pernambucano tem atualmen- mente foi feito para ser uma plataforma in- Governo do Estado do Pernambuco con-
te 3 km e a possibilidade de ser ampliado dustrial, começou a se desenvolver com cede benefícios fiscais de até 85% sobre o
para até 25 km. Sua potencialidade de uso um belo porto comercial.” ICMS líquido para projetos na área de
também é muito grande, garante o repre- A movimentação de carga no ano de Suape. Concede, ainda, redução no Im-
sentante do porto. 2005 está prevista para chegar a seis mi- posto de Renda e outros benefícios esta-
“Suape foi concebido não como um lhões de toneladas. Os pernambucanos duais e municipais.
“
A tecnologia para
combustível já está
desenvolvida na área
de óleos vegetais
RICARDO MASCARENHAS. ”
busca de combustíveis renováveis, para
modificar a matriz energética brasileira.
Uma das funções principais desse progra-
ma é assegurar a inclusão social, pois esti-
mula o uso de plantas oleaginosas, que
deverão ser cultivadas em agricultura fa-
miliar, para se transformar em combustí-
vel. A busca da produção em massa, no
entanto, não é feita apenas em países em
desenvolvimento.
“Temos uma referência, no que diz
respeito ao biodiesel , que é a Alema-
nha. Lá, ele é oferecido aos clientes com
bastante qualidade e a preços mais ba-
ratos que o diesel mineral, devido a in-
centivos que o governo proporciona. Os
alemães começaram esta iniciativa com
plantas muito pequenas, em escala pi-
loto. Depois de cerca de seis anos, con-
seguiram atingir uma produção de es-
cala industrial.”
Ricardo Campos Mascarenhas menci-
onou também que a Petrobras desenvol-
veu uma tecnologia própria, já patentea- Planta piloto da usina de biodiesel da Petrobras em Guararé, Rio Grande do Norte.
“
Hoje, para nós, sairia
mais barato exportar
para a China, via Rotterdam,
gia elétrica, painéis solares para aqueci-
mento de água com potencial de dois
megawatts e, finalmente, as pequenas cen-
A Holanda fez a mesma proposta aos chi-
neses. Hoje, Rotterdam é um centro de
distribuição de produtos chineses na Eu-
trais hidrelétricas que produzem entre um ropa. Dentro desta parceria, os holande-
do que diretamente
C A R L O S T AVA R E S . ” e 30 megawatts.
S
leegers dividiu o estado das rela- muitas lembranças e deixou marcas na re-
Martins. O Chefe da Delegação ções Brasil-Holanda em três mo- gião”, lembrou.
mentos. O primeiro, no século A seguir, já no século XIX, quando da
Empresarial Holandesa, Arie XVII, foi marcado pela presença de uma abertura dos portos brasileiros a navios
Kraaijeveld, também esteve colônia holandesa, na Região Nordeste do não portugueses, a Holanda se tornou
país, sob o governo de Maurício de Nassau. um dos primeiros parceiros comerciais
presente. “Nossa presença em território brasileiro do país. “Neste momento, nosso país mais
não foi por pouco tempo. Ela ainda traz uma vez se fez presente como um dos
O que significa o Brasil para a Holanda? Doce, que destina, em termos de volu-
me, grande parte de suas exportações para
•Destino de 25% das exportações holandesas para a América Latina este porto”, acrescentou o adido.
• Origem de 37% das importações holandesas daquela região
•Maior cliente individual do Porto de Rotterdam Com relação ao futuro das relações co-
• Destino de investimentos e local estratégico para várias empresas merciais entre Brasil e Holanda, Sleegers
e bancos da Holanda destacou em primeiro lugar o tamanho do
país, sua população e as vantagens trazidas
Produtos exportados Produtos importados do Brasil pelo Mercosul. “A primeira coisa que a gen-
para o Brasil te vê não é um país. O tamanho do Brasil
A Holanda é o destino de 6,1% das justifica falar de um continente. Também
A Holanda tem sido um regular vendas externas brasileiras e vemos que esse continente abriga uma po-
fornecedor para o Brasil de produtos também o nosso segundo maior pulação muito grande. São 183 milhões de
agrícolas, produtos químicos mercado mundial, segundo Hubertus pessoas, sem contar o que poderá ser visto
(fertilizantes), máquinas e aparelhos Sleegers. como um mercado comum dentro do con-
diversos Os principais produtos comprados texto do Mercosul. O Brasil oferece opor-
pela Holanda são soja e seus tunidades tanto de caráter regional como
derivados, produtos cítricos, carne, de caráter setorial”, disse.
primeiros parceiros do Brasil à procura café, cacau, minério de ferro e Mais além, Sleegers citou estudo recente
de produtos que pudessem ser comer- manganês, metais não ferrosos, do banco americano Goldman Sachs, que
cializados”, destacou o adido. produtos químicos e motores cita o Brasil como uma das prováveis po-
Por fim, a partir do início do século elétricos, entre outros. tências econômicas mundiais em 2050.
XX, o Brasil começou a ver a chegada de Segundo o estudo, Brasil, Rússia, China e
grandes companhias holandesas, cujos in- Índia, o chamado grupo de economias
vestimentos foram fundamentais para o empresas holandesas, que continuam in- BRIC, terão naquele ano um Produto In-
desenvolvimento do país. “Este é um vestindo aqui. O estoque de investimen- terno Bruto superior ao da maioria dos que
momento que ainda não acabou. Depois to registrado no Banco Central do Brasil hoje são considerados os países mais ricos
das grandes empresas, começamos, ago- como capital de risco da Holanda é mui- do mundo, perdendo apenas para os Esta-
ra, a ver a vinda de cada vez mais pequenas to expressivo. Ele até nos surpreende, dos Unidos e o Japão. “Consideramos o
e médias empresas holandesas para o Bra- pois até pouco tempo atrás não ocupáva- Brasil, com certeza, um dos principais mer-
sil”, observou Sleegers. mos a posição de destaque que temos cados emergentes, não só da América Lati-
Nesse contexto, o adido econõmico hoje. Os números mais recentes, do fi- na, mas também em escala mundial. Na
destacou o crescimento da importância nal de 2004, dão à Holanda um estoque Holanda muito se fala do conceito das eco-
das relações comerciais entre Brasil e Ho- de US$ 25,5 bilhões. Com isso, estamos nomias BRIC. Brasil, Rússia, Índia e China
landa. Enquanto o Brasil responde por em segundo lugar entre os maiores in- são os países do futuro. Eles podem não
20% das exportações holandesas para a vestidores estrangeiros no Brasil, atrás ser, às vezes, os principais mercados do
América Latina, o país europeu realiza, no dos Estados Unidos em primeiro lugar momento, mas são o futuro. Devemos di-
Brasil, 40% de suas compras na região. e, desde há pouco mais de dois anos, à rigir a eles toda nossa atenção, porque são
“Nos dois sentidos, são produtos dos mais frente da Espanha”, contabilizou. nesses países que teremos espaço de cres-
diversos e, graças a Deus, muitos com alto O Brasil também se tornou importan- cimento, onde as coisas vão acontecer e já
valor agregado, o que é bastante impor- te parceiro e cliente da Holanda, ponto de estão até acontecendo”, explicou.
tante”, considerou. entrada de vários produtos brasileiros na Diante disso, contou Sleegers, o go-
Outro dado marcante desse período Europa, apontou Sleegers. “Sem o Brasil, verno holandês empreendeu um grande
iniciado no século XX ,e que perdura até estaríamos perdendo um grande cliente. esforço para identificar os setores da eco-
hoje, é o fato de a Holanda ter se tornado Desempenhamos um papel importante nomia brasileira que oferecem as melho-
um dos maiores investidores estrangei- de receptores e distribuidores de produ- res oportunidades para os empresários
ros no Brasil, revelou Sleegers. Segundo tos brasileiros na Europa. Compramos e holandeses. São eles: agricultura e agro-
o adido holandês, a vinda das grandes em- exportamos uma grande gama de produ- indústria, transportes e logística, energia,
presas de seu país, conjugada com novos tos brasileiros, tanto do setor primário meio ambiente, ensino superior e profis-
investimentos e o desenvolvimento do como do secundário. Além disso, temos o sionalizante e fornecimentos industriais
Brasil, fez crescer a importância das re- orgulho de ter como nosso maior cliente específicos. “Essa relação é fruto de uma
lações entre os dois países. “Nossa pre- individual do Porto de Rotterdam uma análise, de um trabalho que estamos de-
sença no Brasil se evidencia, também, no empresa brasileira que todos conhecem senvolvendo há vários anos”.
grande volume de inversões feitas pelas muito bem: a Companhia Vale do Rio No setor agrícola, o adido holandês
co do Brasil. “Os grandes diferenciais das Buscamos adequar os prazos desses finan-
linhas do BNDES são o prazo e a compo- ciamentos à capacidade de pagamento de
sição das taxas de juros, que tanto podem nossos clientes. Assim, provemos às em-
ser com base na Libor quanto na própria presas brasileiras uma solução completa,
Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP”. O desde a importação da matéria-prima até o
Banco do Brasil também opera com ex- financiamento para sua industrialização e o
clusividade as linhas de financiamento do posterior financiamento para a comer-
Programa de Financiamento às Exporta- cialização e exportação”, destacou.
ções – Proex, do Governo Federal, expli- Já na modernização dos serviços dispo-
cou o gerente da instituição. Segundo ele, níveis, com uso de novas tecnologias, Martins
só até outubro o banco concedeu US$ 508 apontou a possibilidade de contratação de
milhões de empréstimos sob essa linha de câmbio e financiamento à exportação dire-
crédito – uma alta de 58% frente ao ano, tamente no site do Banco do Brasil, na
no ano passado – e atendeu 428 empresas. internet. “Além disso, o Banco do Brasil tam-
No outro sentido da cadeia de comér- bém atua por delegação do Ministério do
cio, o Banco do Brasil também está reali- Desenvolvimento, Indústria e Comércio
zando um grande esforço para auxiliar as Exterior como anuente de alguns documen-
empresas brasileiras na aquisição de tos de licenciamento de importação e de
insumos e equipamentos para a moderni- exportação. O preenchimento de certifica-
“ O apoio ao comércio
exterior foi importante para
consolidar a liderança
zação do parque industrial brasileiro, men-
cionou Martins. “Não deixamos de pensar
na modernização e na aquisição de insumos
dos de origem dá preferências tributárias nas
exportações para muitos países signatários
de acordos com o Brasil e já pode ser feito
e de equipamentos com preços competiti- pela internet. Isso não é muito sentido no
do Banco do Brasil
CLAUDINEI MARTINS. ” vos e, muitas vezes, com tecnologia ainda
não disponível no país. Por isso, nos preo-
cupamos também em ofertar para nossos
Rio de Janeiro, mas para muitos exportado-
res dos mais diferentes estados e pequenas
cidades brasileiras, isso é um facilitador muito
estado para apoiar a inserção das micro e clientes linhas de financiamento à impor- grande. A agilidade na emissão desse certifi-
pequenas empresas brasileiras no comér- tação, tanto de curto quanto longo prazo. cado na própria agência onde o cliente tem
cio exterior. Como exemplo da eficiência sua conta corrente evita o deslocamento e o
dessa estrutura, só aqui no Rio de Janeiro, Soluções do Banco do Brasil custo de ir até um grande centro para conse-
até o fim de outubro, mais de 100 micro e para pequenas e médias guir este certificado”, disse.
pequenas empresas realizaram um contra- empresas
to de exportação com o Banco do Brasil.
São empresas que realizaram sua primeira Programas de Geração de Business and
exportação e, isso, justamente num mo- Negócios Internacionais
cooperation in the ports
mento em que se discute muito a questão PGNI: médias empresas
de termos uma taxa cambial não tão favo- and energy areas
PGNI-MPE: micro e pequenas Lecturers analyze Brazilian relations
rável. Elas estão conseguindo serem com-
empresas and lay out a panel of the new
petitivas numa nova realidade, num novo
patamar de taxa de cambio”, explicou. Objetivos possibilities for trade
Martins seguiu listando os diversos Panel II consisted of an ample exposure on
Ampliar a base exportadora e pro-
serviços e oportunidades que o Banco do the excellence of the services rendered by
mover a inserção e permanência
Brasil oferece para os exportadores bra- the Dutch port of Rotterdam, principal
competitiva das médias (PGNI) e
sileiros, assim como a incorporação de no- receiver and distributor of Brazilian exports
das micro/pequenas empresas
vas tecnologias como a internet e assina- required for Europe and the expectations that
(PGNI-MPE) no mercado inter-
turas digitais a essas facilidades. Apenas em have been generated from the complete
nacional
contratos de adiantamento de câmbio, o functioning of the Pernambuco port Suape
Banco do Brasil financiou US$ 10,5 bi- Resultados obtidos jan-set 2005 now under amplification. Another theme
lhões em exportações até outubro deste Empresas atendidas – PGNI 1.280 debated was that of the performance of
ano. Soma-se a isso outros US$ 426 mi- Petrobrás in its research for the obtaining and
Empresas atendidas – PGNI-MPE 1.401
lhões em linhas de crédito do Banco Na- commercialization of bio-diesel, of wind
Pacotes de consultoria 2.561
cional de Desenvolvimento Econômico energy and other forms of non polluting
Empresários treinados 7.916
e Social – BNDES, repassados pelo Ban- energy.
Créditos de carbono
U
m contrato de, pelo menos, US$ 5
milhões vai viabilizar a construção
de uma usina de geração de eletri-
cidade, a partir do lixo recolhido no Rio
de Janeiro. As negociações entre a empre-
sa holandesa Biomass Technology Group
– BTG e a brasileira Seatech – Tecnologias
Avançadas em Energia foram fechadas
durante o Seminário Bilateral de Comér-
cio Exterior e Investimentos Brasil-
Holanda, promovido pela Federação das
Câmaras de Comércio Exterior – FCCE.
O dinheiro virá da venda dos chamados
créditos de carbono. Eles foram criados a
partir do Protocolo de Quioto, assinado
em 1997, que estabelece que os países
desenvolvidos signatários devem financi-
ar projetos de geração de energia limpa
em todo o mundo para compensar as
agressões que provocaram ao meio ambi-
ente ao longo dos anos. Pelos termos do René Venendaal, da BTG, e Luiz Limaverde, da Seatech, assinam a carta de intenções.
protocolo, os países foram separados em
dois grupos: os que precisam reduzir suas bono foi fundamental para que o projeto
emissões de poluentes e aqueles que não
estão obrigados a essas reduções. O Bra-
“ Vamos transformar
em energia o lixo
orgânico que causa
da usina ficasse viável. O preço que pode-
ríamos obter das distribuidoras pela ener-
sil, assim como outros países em desen- gia gerada não seria suficiente para garantir
volvimento que não precisam diminuir
suas emissões de dióxido de carbono
(CO2), pode vender essa redução através
tantos problemas
”
L U I Z L I M AV E R D E N
a rentabilidade da usina e dar o devido re-
torno ao investimento feito nela. Esses cré-
ditos de carbono funcionam como um prê-
dos créditos de carbono. A Holanda, por mio para o projeto”, contou Limaverde, que
outro lado, é um dos países obrigados pelo potência de cinco megawatts e deverá en- espera uma receita de mais de R$ 1 milhão
protocolo a reduzirem suas emissões de trar em operação em meados de 2007, por ano com a venda dos créditos de car-
dióxido de carbono e outras substâncias garantiu o Presidente da Seatech, Luiz bono que serão gerados pelo projeto.
nocivas e, para isso, prevê investir € 500 Limaverde. Segundo ele, a estruturação fi- O presidente da Seatech explicou que a
milhões em créditos de carbono. nanceira para a construção da usina já está usina vai funcionar a partir da queima de
Com um investimento previsto de R$ fechada, mas é possível, ainda, a criação de lixo genérico não aproveitado na planta de
20 milhões, a usina de geração de energia a um fundo de direitos creditórios para reciclagem existente no Caju. Segundo ele,
partir do lixo será construída na região do alavancar o projeto. o sucesso da iniciativa no Rio de Janeiro
Caju, na capital fluminense. Ela terá uma “Essa operação sobre créditos de car- poderá levar à execução de projetos seme-
trutura de valor normativo não se fez uma e know-how com parceiros brasileiros, para
diferenciação para cada tipo de combustível transferir para essas empresas os créditos
usado em projetos de biomassa, por exem- de carbono que elas necessitam para com-
plo, entre a mamona, mais eficiente, e lixo pensar suas emissões de gases. Um projeto
urbano. Temos que lembrar que um projeto como o fechado nesta viagem, porém, não
que envolve lixo urbano ajuda a resolver ou- é suficiente para prover todos os créditos
tros problemas, como sociais, sanitários e de carbono que as empresas holandesas
ecológicos. Se houvesse um valor conveni- necessitam. Dessa forma, temos um
ente para um projeto de biomassa de lixo portfólio de iniciativas em que nossos par-
urbano, logicamente esse projeto e outros ceiros brasileiros providenciam os certifi-
como ele se viabilizariam mais rápido. A cados desses créditos e nós temos um vo-
biomassa de lixo está no mesmo patamar de lume maior deles para encontrar compra-
uma energia mais simples, como a gerada dores entre as grandes empresas holande-
em uma plantação de cana-de-açúcar. Além sas. Também funcionamos como um ban-
disso, o custo de uma planta de tratamento co de investimentos, pois muitas vezes te-
de lixo e preparação da fibra para ser utiliza- mos de pré-financiar os projetos. Por isso,
da como combustível é muito mais alto do avaliamos vários e selecionamos apenas os
“
A visão estratégica
dos holandeses é
viabilizar no Brasil uma
que o de uma usina de co-geração em uma
indústria de açúcar e álcool”, destacou
Limaverde.
melhores”, explicou o executivo da BTG .
Limaverde destacou a importância da
parceria com os holandeses para que mais
Para o Diretor-Gerente da BTG, René projetos como o da usina do Caju saiam do
série de projetos ambientais
L U I Z L I M AV E R D E . ” Venendaal, o acordo com a Seatech é mais
uma mostra do potencial de negócios que
o Brasil pode obter com os créditos de car-
papel. “Essa missão holandesa e os partici-
pantes deste seminário, especificamente no
que diz respeito aos setores de crédito de
lhantes em outras grandes cidades brasilei- bono advindos de projetos de fontes alter- carbono e energia limpa, ajudam muito
ras. “Vamos poder usar o mesmo modelo nativas de energia. “Sem créditos de carbo- porque a visão estratégica dos holandeses é
de negócios em outras municipalidades”, no é muito difícil que iniciativas de geração justamente a de viabilizar no Brasil uma sé-
disse. Limaverde contou já ter sido procu- de energia a partir de biomassa se tornem rie de projetos que, com certeza, vão con-
rado pelo governo de Santa Catarina para a viáveis. Graças a eles, porém, o Brasil pode tribuir fundamentalmente para a melhoria
estruturação de outro projeto envolvendo fazer negócios e gerar recursos”, disse. do meio ambiente ao mesmo tempo em
geração de energia a partir do lixo urbano De olho nesse mercado, a empresa ho- que produzem riqueza e negócios”, avaliou
que vai substituir eletricidade gerada a car- landesa já conta com um portfólio de 20 o presidente da Seatech.
vão. “Essas plantas têm uma vantagem enor- operações do tipo a serem implementadas
me que é dar fim ao lixo orgânico, que tan- no Brasil e uma em curso com a Camil, Garbage generates
tos problemas gera em aterros sanitários”, uma indústria brasileira de beneficiamento business for Brazil
acrescentou. de arroz. Durante a missão comercial ao
A Dutch company closes a US$ 5
Limaverde acha que, para tanto, seriam Brasil, contou Venendaal, a BTG fez o pri-
necessárias mudanças na regulamentação do meiro pagamento pelos créditos de carbo- million contract to make a plant viable
Programa de Incentivo às Fontes Alternati- no gerados pela usina da Camil, no valor de in the State of Rio de Janeiro
vas de Energia Elétrica – Proinfa – do Mi- € 1,5 milhão. “O Brasil é atrativo porque A contract of at least US$ 5 million is going
nistério de Minas e Energia. Como o lixo é tem muita biomassa e é um país que abriu to make the construction of an electrical
um combustível de baixa eficiência ener- sua economia recentemente. Na Holanda, generation plant from the garbage collected
gética, explicou, a eletricidade gerada na usi- precisamos de créditos de carbono, pois in Rio de Janeiro viable. The negotiations
na teria um custo muito superior ao mínimo nossas empresas emitem muitos gases cau- between the Dutch company Biomass
regulamentado pelo Proinfa. “O problema sadores do efeito estufa. Algumas empre- Technology Group – BTG and the Brazilian
é que o lixo, em termos de calorias, não é sas holandesas, porém, não têm know-how company Seatech – Tecnologias Avançadas
um combustível perfeito. O Proinfa estabe- e experiência para atuar no mercado de cré- em Energia were closed during the Brazil-
leceu um valor normativo para cada tipo de ditos de carbono sozinhas. Assim, viemos Holland Bilateral Foreign Trade and
energia gerada, mas infelizmente nessa es- ao Brasil e combinamos nossa experiência Investments Seminar.
B
iomassa é qualquer matria de ori- gredientes considerados fonte de energia, afirma
gem vegetal utilizada como fonte Jeroen Douglas.
de energia. Entre as mais expres-
sivas, que podem ser, de alguma for-
ma, úteis às atividades humanas, es-
tão os restos de florestas (galhos, fo-
lhas secas, pedaços de tronco etc), e os
resíduos da produção agrícola (cascas
de arroz, feijão, soja, café, bagaço de cana
etc). Diferentemente das fontes fósseis
de energia (basicamente o petróleo, o gás
natural e o carvão mineral) as biomassas
apresentam a vantagem de serem reno-
váveis em intervalos relativamente
curtos de tempo.
nas, uma mistura de combustível em que vegetais, como o nosso conhecido dendê estar gerando eletricidade com cascas, as-
entram o carvão, o petróleo natural e agora e, também, as sementes de algodão. sim como gera hoje com o etanol.”
também a biomassa. A Essent remodelou Segundo o representante da Solida- A Solidaridad, que trabalha com
uma de suas principais usinas para poder ridad, o café é um cultivo de alto valor, sustentabilidade ambiental, econômica e
utilizar aquilo que Jeroen chama de “um mas sua casca não é muito valorizada. Os social, está estabelecida no Brasil há 30
coquetel de carvão e bio-massa”. Uma agricultores e fazendeiros costumam anos. Este é o seu primeiro projeto na
matriz energética diversificada, na qual par- colocá-la no solo, ao lado dos pés da plan- área de comércio exterior. Os outros ni-
ticipe um elemento como a biomassa te- ta, mas ela não teria uma quantidade ex- chos possíveis para a produção de
oricamente, tem menos potencial po- pressiva de substâncias benéficas para o biomassa em larga escala no país são a
luidor e ainda a vantagem de não contar solo. Já que seu destino mais adequado madeira de eucalipto e a casca de soja. O
com uma única fonte não renovável. não é ser adubo, as cascas de café podem bagaço de cana chegou a ser considerado,
Jeroen Douglas afirma que, hoje, cer- ter um novo tipo de utilização: a produ- já que é produzido em nosso território
ca de 80% da biomassa empregada no ção de biomassa para gerar combustível. em grande quantidade, mas é um elemen-
mundo é extraída de resíduos de madeira. “Queremos mostrar que é possível to problemático, porque contém açúcar
“Vamos ter necessidade de usar também juntar grandes quantidades de cascas de e “carameliza” o forno na hora de prensar.
em grande escala os restos da agricultura café, prensá-las e exportá-las. No mo- Jeroen está confiante no futuro e acres-
e isto pode gerar oportunidades de pro- mento, as usinas brasileiras não estão ade- centa: “o Brasil tem muito potencial para
dução de biomassa nos países em desen- quadamente preparadas para queimar cas- projetos de exportação de biomassa. Vi-
volvimento.” cas de café. Seriam necessárias adaptações vemos um mundo globalizado e gerar ele-
Os produtos agrícolas com potencial muito complicadas que exigiriam gastos tricidade de forma cada vez mais limpa
expressivo nesta área são o arroz, a soja, os muito altos. Acreditamos, no entanto, que não é uma ameaça, mas um desafio para
cocos de palmeira que produzem óleos dentro de dez anos o Brasil também vai todos nós.”
A Petrobras mantém algum tipo de sas da Petrobras, temos contatos com ou- Recentemente a Petrobras se defi-
troca ou relações com a Holanda na tras entidades e países e acredito que niu como uma empresa de energia.
área de energia renovável? mantemos relações com a Holanda na Qual a importância da energia
RCM – Por meio do Centro de Pesqui- área de desenvolvimento e pesquisa. renovável para o trabalho da em-
E
nquanto grandes multinacionais ho-
landesas como Philips, Akzo No-
bel, Royal Dutch Shell, Unilever e
ABN Amro já têm no Brasil um de seus
mais importantes mercados no mundo,
com significativas operações, pequenas e
médias empresas do país europeu lutam
para achar espaço e identificar oportuni-
dades de negócios em território verde-e-
amarelo. De olho no potencial da econo-
mia brasileira e do comércio entre os dois
países, uma delegação com representan-
tes de 42 empresas e instituições da
Holanda passou uma semana no Brasil e
participou do Seminário Bilateral de Co-
mércio Exterior e Investimentos Brasil-
Holanda, promovido pela Federação das
Câmaras de Comércio Exterior – FCCE.
Arie Kraaijeveld, chefe da delegação
empresarial holandesa, destaca a impor-
tância de eventos como esse para que as
pequenas e médias empresas de seu país
estabeleçam seus primeiros contatos no
país. Segundo Kraaijeveld, a preparação
prévia de programas específicos para cada
diretor artístico, que fez apresentações minério sai do país pelo Porto de Santos. A Holanda é um dos principais
quando estava em São Paulo e Porto Ale- Sei disso porque empresas holandesas es- pontos de entrada de produtos bra-
gre. Perguntei a ele o que estava achando tão comprando minério de ferro do Bra- sileiros na Europa, graças principal-
da missão e ele respondeu que foi maravi- sil. Há uma confusão total. mente ao gigantesco e eficiente Por-
lhosa e que já havia feito contatos com Outro problema vem da relação inversa. to de Rotterdam. Sabemos que o
outros grupos artísticos pelo país. Uma Por exemplo, a Philips produz uma máqui- Brasil enfrenta problemas na sua
missão como essa representa mais do que na destinada à sua fábrica no Brasil. É uma infra-estrutura logística para o co-
negócios apenas. Também é uma aproxi- máquina específica e sem equivalente nacio- mércio exterior. O que o país pode-
mação, um estreitamento das relações nal, mas ela tem que pagar um imposto de ria aprender com a experiência ho-
entre os países. importação de 50% para trazer a máquina ao landesa?
país. Ora, é um comércio entre a mesma AK – Naveguei pelo Porto de Santos e
“ O sistema tributário
brasileiro é muito complexo
empresa. A máquina é da Philips, a fábrica é
da Philips e a empresa enfrenta problemas
para aumentar sua produção no Brasil. Ela
vi seus problemas. Fosse eu uma das au-
toridades de administração do Porto de
Santos, iria para Rotterdam e pediria
e precisa ser modificado
Arie Kraaijeveld pronuncia-se a favor do fortalecimento do comércio bilateral Brasil-Holanda e é cumprimentado por Arthur Pimentel.
As parceiras público-privadas seri- O Brasil deve observar o que tem sido “The Future of Brazil
am uma maneira de fazer estes in- feito em outros países para escolher o is bright”
vestimentos tão necessários? modelo certo para si próprio. Essas dis-
The Head of the Dutch business
AK – Em alguns setores, a presença do Es- cussões ainda continuam na Holanda.
tado é fundamental. Na Europa Ocidental, Acredito que as decisões e os investimen- delegation to Brazil highlights the
tivemos uma onda de privatizações em que tos são mais rápidos com essas parcerias, participation of small and medium sized
os governos venderam quase tudo, mas al- mas elas não são uma panacéia universal. companies in the commercial mission
guns setores importantes da infra-estrutura, Os governos ficam muito ansiosos em atra- Whilst large Dutch multinational
como os portos, permaneceram estatais. Na ir investimentos privados para setores companies already have an important market
Holanda, discutimos durante uns cinco anos como eletricidade, portos, saneamento in Brazil, small and medium sized companies
parcerias público-privadas no setor de es- etc, mas acredito que algumas coisas de- struggle to find space and to identify
tradas. Logo apareceram bancos e empresas vem ser deixadas para os governos. Um business opportunities here. The opinion is of
de construção com propostas para explorar exemplo são as empresas de abastecimen- Arie Kraaijeveld, Head of the Dutch Business
uma estrada por um determinado período to de água. Aqui no Rio, como na Holanda, Delegation that visited Brazil and
de tempo, por exemplo, 15 anos.Temos que a empresa que cuida disto é estatal, pois a participated in the Seminar. He understands
lembrar, porém, que depois essa estrada será qualidade da água fornecida à população that the Brazilian exporters have the right to
devolvida para o Estado. Eles constroem a não pode ser sacrificada em nome do lu- demand from Europe the reduction of the
estrada, fazem a manutenção, exploram a cro privado. As parcerias são um caminho tariffs on agricultural products. He also adds
concessão, mas no fim ela acaba nas mãos do importante para viabilizar alguns investi- that on the other hand Brazil must get close
governo. mentos, mas não todos. Mesmo na Euro- to the international standards to do more
O fato é que governos estão sempre pa esse tipo de parceria não teve sucesso business and that there should be a reform in
em busca de dinheiro para fazer as coisas. em alguns casos. the tax system.
O
Presidente da Federação das Câ- como o do Brasil – e
maras de Comércio Exterior – o presidente da nova
FCCE, João Augusto de Souza câmara, OswaldoTri-
Lima, recebeu, na sede da entidade, em gueiros – que mani-
20 de setembro de 2004, a honrosa visita festou, também, o
do Primeiro-Ministro de Aruba, Nelson seu otimismo quan-
Orlando Oduber, que prestigiou a ceri- to ao futuro das re-
mônia de instalação da Câmara de Comér- lações bilaterais en- João Augusto de Souza Lima recebe a delegação de Aruba.
cio e Turismo Brasil-Aruba. tre os dois países.
A visita à FCCE foi precedida de um en- taram por sua saída da federação e pela
contro entre a delegação visitante e membros Um Pouco de História independência.
da diretoria da Confederação Nacional do Co- Apesar de a fundação da Câmara de Co- Em 1986, o país conquistou status
mércio, no qual se discutiram medidas ne- mércio e Turismo Brasil-Aruba ter ocor- de território autônomo-dependente da
cessárias para o incremento e a divulgação do rido há mais de um ano, reservamos o Holanda, podendo considerar-se parte
turismo em ambos os países. Depois dessa registro do nascimento da nova câmara de uma monarquia constitucional em
reunião de trabalho, procedeu-se à inaugura- para divulgação neste número, consagra- que o monarca (atualmente, a Rainha
ção da nova câmara de comércio. Na ocasião, do ao seminário que analisou as relações Beatriz, dos Países Baixos) é represen-
fizeram uso da palavra o ilustre visitante – que entre o Brasil e a Holanda. Como vere- tado na ilha por um governador. Aruba
externou a crença de que seu país possa se mos, relações muito especiais ligam possui, entretanto, um governo próprio,
beneficiar do intercâmbio comercial com um Aruba à Holanda. dirigido por um primeiro ministro, no-
mercado diversificado e abundante Aruba, ilha situada no Mar do meado em função do resultado de elei-
Caribe, bem próxima à Venezue- ções democráticas realizadas periodica-
la e às Antilhas Holandesas, da mente. Esse governo legisla sobre as-
qual, aliás, já foi parte, foi des- suntos internos, enquanto a Holanda,
coberta por espanhóis no sé- permanece responsável pela defesa e
culo XV, mas colonizaram-na pela administração das questões relaci-
os holandeses, que a adquiri- onadas à política externa. A língua ofici-
ram em 1636. Em 1954, tor- al é o neerlandês. A população gira em
nou-se membro da Federação torno de 100 mil habitantes e a área to-
Autônoma das Antilhas Ho- tal de seu território é de 180 km2.
landesas. Em 1977, 82% dos
votantes, em plebiscito, op- Prime Minister of Aruba
visits FCCE
Em correspondência oficial, The President of the Federation of Chambers
o Primeiro-Ministro Nelson of Foreign Commerce, João Augusto de
Oduber expressou sua Souza Lima, on September 20th of 2004 at
satisfação pela excelente the head Office of the entity, received the
recepção que teve na FCCE,
honorable visit of the Prime Minister of
onde teve oportunidades de
manter vantajosos contatos Aruba, Nelson Orlando Oduber. Very special
com autoridades de turismo relations connect Aruba to Holland, theme-
e do mundo de negócios. country of this Bilateral Seminar.
O sonho brasileiro
Ao término da Segunda Guerra Mun-
dial, a Holanda, que tanto sofrera os efei-
tos da luta por sua proximidade com as
principais potências beligerantes da Eu-
ropa, não parecia oferecer a seus jovens
camponeses um futuro promissor. Os
agricultores passaram a emigrar em busca A pequena cidade no interior de São Paulo virou sinônimo de sucesso no cultivo de flores.
de melhores oportunidades de trabalho e
o Brasil, com sua legenda de moderna Ter- nomeação de um adido para assuntos de Monte D’este, próxima a Campinas. Esse
ra da Promissão, passou a se constituir em emigração, o engenheiro P.C. van Scher- projeto não vingou e, logo em seguida,
objeto do sonho de uma vida pacífica e penberg. A partir desse ano, iniciou tam- decidiu-se adquirir a Fazenda Ribeirão –
próspera, especialmente para os homens bém uma série de visitas ao Brasil o enge- entre os municípios paulistas de Jagua-
do campo holandeses que professavam a nheiro Geert .J. Heymeijer, antigo secre- riúna, Santo Antonio da Posse, Artur No-
religião católica. Além dessa facilidade da tário da Organização dos Lavradores e gueira e Cosmópolis – que era proprie-
religião comum, o Brasil também ofere- Horticultores Católicos da Holanda, que dade do Frigorífico Armour. A 15 de ju-
cia a vantagem de permitir a imigração em veio examinar as possibilidades de uma nho de 1948 foram acertadas as condi-
grupos, facilitando a constituição de co- emigração iminente e logo passou da con- ções da compra e 5 mil hectares de terre-
lônias de estrangeiros, como já acontece- cepção à execução de um projeto de co- no foram colocados à disposição para as-
ra, em outros períodos de sua história, lonização no Brasil, na forma coope- sentamento de agricultores holandeses,
com imigrantes suíços, alemães, ucra- rativista, e desde o início chamado de que ali poderiam instalar propriedades
nianos, italianos e japoneses. Holambra, em homenagem ao nome dos mistas. Afinal, a 5 de julho foi fundada a
O delicado processo de instauração dois países envolvidos. Cooperativa Agropecuária do Núcleo
dessa corrente imigratória batava para o Holandês de Ribeirão, que omitira tem-
Brasil começou logo após a guerra, ainda Fracassos e vitórias porariamente a denominação Holambra,
em 1945, quando o diplomata C. Welter, A realização do projeto tornou-se mais restabelecida sete dias após a fundação.
representante do governo holandês em concreta em fins de 1947, quando a Dire- Antes de fincar a pá no chão, quando em
Londres, fez uma viagem de reconheci- toria do Departamento de Colonização do 14 de julho daquele ano abriu oficialmente
mento ao Brasil. Um ano depois, a repre- Estado de São Paulo demonstrou interes- as atividades de exploração da cooperativa,
sentação diplomática holandesa no Brasil, se oficial pela vinda de camponeses ho- Geert Heymeijer fez a seguinte oração: “Deus
com sede na então capital do país, o Rio landeses para cuidar da produção de leite abençoe nosso trabalho”, dístico que, hoje,
de Janeiro, recebeu novo estímulo com a para a cidade de São Paulo na fazenda faz parte do brasão do município de
sou a ser a atividade mais importante do cultores e moradores locais, que, em 1991,
projeto. Quase 30 anos depois da fundação decidiram, em plebiscito, pela emancipação
da cooperativa, ficou claro que a opção mais administrativa e política de Holambra; dois
viável de produção e comercialização era anos depois, eram empossados os represen-
mesmo a do cultivo de flores e plantas. De- tantes dos poderes executivo e legislativo
cidiu-se, então, investir mais nela: foi con- do novo município. Essa conquista não pode
tratado um técnico para prestar assistência deixar de ser tributada, em parte, aos holan-
aos agricultores que ainda não dispunham deses que, junto aos nosso patrícios, ergue-
de experiência na área, e importou-se da ram uma cidade. Em abril de 1998, Ho-
Holanda know-how e material de plantio para lambra conquistou mais uma vitória, ao ser
o cultivo. A produção de flores aumentou reconhecido oficialmente como Estância Tu-
Holambra, onde também figuram a pá en- bastante, mas a média dos resultados obti- rística, graças ao charme de uma cidade
terrada no solo e um inconfundível legado dos com a comercialização ainda estava construída por povos e culturas diversifica-
dos Países Baixos: o tamanco de madeira. aquém das expectativas. dos, que garantiu a qualidade de vida de seus
Os primeiros tempos não foram fáceis habitantes e gerou toda uma infra-estrutura
para os imigrantes, que tiveram que se Um novo município brasileiro turística.
adaptar a uma nova realidade social, eco- Em meados dos anos 80 a cooperativa No município de Holambra existem,
nômica e cultural, para não falar das dife- recebeu a visita de dois holandeses, atualmente, cerca de 100 floricultores, que,
renças climáticas entre os dois países e das Herman de Bon e Cees Mosterd, do juntos, ocupam uma área de 106 hectares
dificuldades trazidas pela necessidade de Veiling Westland. Foi então que um dos de estufas, sem contar os 125 hectares de
aprender português. Descartada a pecuá- floricultores da Holambra, Henrique cultivos de rosas a céu aberto. Curioso é
ria por causa das dificuldades de adapta- Reijers, sugeriu que se instalasse ali o Sis- registrar que não foi nas grandes extensões
ção do gado holandês, as terras da fazenda tema Veiling de comercialização, em que o de terras e, sim, nas propriedades que me-
foram divididas em lotes e distribuídas aos comprador coloca o preço nas mercado- dem entre 10 e 50 hectares que o cultivo
cooperados. Foi feita, então, uma opção rias e retira-os na própria sede da coope- de flores e plantas se desenvolveu melhor.
pela lavoura diversificada, além da criação rativa. Esse sistema incentivou os produ-
de aves e suínos para consumo próprio., tores a desenvolverem melhor os seus Holambra, where
Líder e idealizador do projeto, Heymeijer produtos e deu um grande impulso ao everything is flowers
esperava que o cultivo de verduras e le- mercado. Em 1989, o faturamento do lei- The Dutch and Brazilians constructed a city in
gumes pudesse se desenvolver com êxito lão atingiu US$ 7 milhões e, no ano se- the interior of São Paulo whose inhabitants
nas partes mais baixas, mas, desde o co- guinte, dobrou, observando crescimento have an excellent standard of life and which
meço, esse setor jamais atingiu um nível constante a partir de então. was also transformed into a success in
satisfatório de produção. O fortalecimento econômico dinamizou commercial terms. Holambra is a large
Em contrapartida, o cultivo de flores e ainda mais o forte clima de coesão, o espírito producer of flowers and most of the
plantas logo obteve relativo sucesso e pas- cívico e o sentimento comunitário dos agri- cultivation is done on small properties.
S
egundo o embaixador holandês, o Para o embaixador holandês, no en- novos membros permanentes e outros tan-
governo de seu país ainda não defi- tanto, ainda há muito que se discutir no tos em rodízio. Achamos que 25 seria o nú-
niu o formato exato de como âmbito da ONU para que a reforma seja mero máximo de países no Conselho”,
gostaria que a reforma da ONU fosse levada adiante. “A Holanda apóia a refor- contabiliza. Outro problema, apontou o
realizada, mas reconhece que o Conse- ma da ONU, mas ela precisa ser mais ne- embaixador, é saber se os novos membros
lho de Segurança não mais atende às ne- gociada. Não vamos dizer sim para tudo e permanentes do Conselho teriam ou não
cessidades atuais do mundo. “Somos fa- a questão não está só nas nossas mãos. Os direito de veto nas decisões, o que na sua
voráveis que o Conselho de Segurança Estados Unidos têm sua própria propos- opinião poderia paralisar a instituição. “Nós,
seja mais representativo do atual cená- ta, os chineses a deles etc”. assim como outros países, cremos que isso
rio global. O sistema usado atualmente De acordo com o embaixador, um dos traria o risco de paralisar as decisões do Con-
foi montado em 1946, após a Segunda maiores temores da Holanda é de que o Con- selho”, afirmou.
Guerra Mundial, e o mundo é muito selho de Segurança acabe crescendo dema-
diferente hoje. Outros países merecem siadamente. “Estamos um pouco receosos Tomada de posição
e devem assumir essa responsabilida- que o Conselho de Segurança possa ficar A discussão da reforma da ONU tam-
de”, disse. grande demais, com quatro ou talvez cinco bém passa por tomadas de posição dentro
da própria União Européia, reconheceu o Brasil é muito distante, não conhecem bem
embaixador. Ele lembrou que a região já o país e as oportunidades que ele pode Backing for reform
conta com dois de seus integrantes entre oferecer”, afirmou. of UN
os membros permanentes do Conselho de O embaixador contou que chegou ao
The Dutch Ambassador defends
Segurança – França e Reino Unido – e a Brasil apenas em meados de julho e ainda
Alemanha também pleiteia um assento per- não teve tempo de conhecer bem o país. changes in the Security Council
manente. Para ele, no lugar de vários paí- Entre as viagens que ainda pretende reali- but avoids an undertaking with
ses, o melhor seria uma representação con- zar está uma visita a Holambra, a capital permanent seat for Brazil
junta da União Européia. brasileira das flores, fundada por imigran- The Dutch government defends the
“Com relação à questão dos novos mem- tes holandeses, próxima à região de Cam- reform of UN with alterations in the
bros permanentes, isso é um problema tam- pinas, em São Paulo. O pouco tempo, no structure of the Security Council to face
bém para a União Européia. A região já tem entanto, já foi o bastante para o embaixa- up to the changes that have occurred
dois representantes e a Alemanha quer ser dor se encantar com o país e seu povo. since the end of the Second World War.
incluída. A longo prazo, na verdade, gostarí- “Ainda é muito cedo para dizer que The opinion is of Onno Hattinga van ‘t
amos de ver a União Européia com um as- conheço o Brasil. Viajei um pouco, mas Sant, Extraordinary Ambassador and
sento permanente, e não países individuais, ainda tenho muito o que ver. De todo Plenipotentiary of Holland in Brazil,
mas isso ainda está distante”, disse. modo, o Rio é uma cidade linda, as pesso- who also spoke about the trade
Embora tenha reconhecido e conside- as são muito amigáveis e o desenvolvimen- relations between the two countries.
rado válida a demanda do Brasil por uma to do país é tremendo.”
das novas vagas permanentes no Conse-
lho de Segurança da ONU, o embaixador
evitou declarar abertamente o apoio de
seu país ao pleito brasileiro. Segundo ele,
“O Brasil já incorporou a
ainda é muito cedo para saber como se
dará a reforma da instituição, mas o em-
mentalidade exportadora”
baixador acredita que o Brasil tem condi-
ções de ocupar um lugar de destaque na A importância do comércio ex-
Organização, como prova sua participa-
ção na atual missão de paz no Haiti. “Fazer
terior tem aumentado e, hoje,
parte permanentemente do Conselho de ele pode ser considerado a base
Segurança não é só um privilégio, mas tam-
bém um dever e uma responsabilidade.
do desenvolvimento do Brasil.
Acho que o Brasil é perfeitamente capaz O êxito que o governo atual
de cumprir esse papel. O Brasil atualmente está tendo na economia pode,
tem um número substancial de tropas em
missão de paz no Haiti e isso é muito im- pois, ser atribuído à expansão do
portante e significativo para as pretensões seu comércio com outros países.
do país”, considerou.
O saldo das exportações brasi-
Relações comerciais
leiras em 2005 deve chegar a
Quanto às relações comerciais entre
Brasil e Holanda, o embaixador afirmou US$ 40 bilhões, um resultado
Carlos Tavares: “A Holanda quer comprar e
não haver grandes questões entre os dois muito expressivo. vender.”
países. Segundo ele, deve-se buscar mai-
A
or integração e contatos entre os empre- conclusão é do jornalista e escritor Ele considera que existe, hoje, uma
sários, via missões comerciais e seminári- Carlos Tavares de Oliveira, Asses- conjuntura internacional favorável ao in-
os como o promovido pela Federação das sor de Comércio Exterior da Con- cremento das atividades de comércio, e
Câmaras de Comércio Exterior – FCCE. federação Nacional de Comércio – CNC. esta tendência tem muito a ver com a en-
“O que tentamos fazer com missões co- Aos 81 anos, mais de 60 dedicados ao se- trada da China, em grande estilo, neste
merciais e eventos como este seminário é tor, Carlos é autor de 12 livros sobre o cenário.
dar para as empresas holandesas a chance tema, alguns considerados clássicos, e fa- “A China vai ser o maior líder do co-
de fazer negócios no Brasil. As pequenas lou à Revista da FCCE sobre a situação do mércio internacional. O Departamento de
empresas holandesas ainda pensam que o Brasil e do mundo. Estado dos Estados Unidos achava que isto
VERMEER
O mestre da luz
P
“A leiteira”, cerca de 1656. Óleo sobre tela, 45,5 x 41 cm; Rijksmuseum, Amsterdã.
“O geógrafo”, produzido entre 1668 e 1669. Óleo sobre tela, “A guitarrista”, de 1672. Óleo sobre tela, 53 x 46,3 cm;
52 x 45,5 cm; Stadelsches Kunstinstitut, Frankfurte, Alemanha. Kenwood, English Heritage, Inglaterra.
Talento e pobreza
Do pouco que se sabe sobre a vida de Vermeer,
está comprovado que se casou, em 1653, com
Catarina Bolenes, com quem teve 11 filhos. No
mesmo ano, juntou-se à guilda de pintores de
São Lucas, a que presidiria entre 1662 e 1669. As
“Jovem diante do virginal”, um instrumento musical típico da época. Cerca de 1670. guildas, como se sabe, eram associações profis-
Óleo sobre tela, 51,8 x 45,2cm; National Gallery, Londres. sionais que congregavam artesãos e artistas de
Missão holandesa:
expandir o intercâmbio
O
Adido Econômico da Embaixada e, também, para que possam conhecer as
da Holanda, Hubertus Sleegers, se realidades, as peculiaridades e as necessi-
considera um privilegiado, pois sen- dades de cada país.
do a remoção quase uma regra obrigatória É preciso trabalhar muito, ainda,
na carreira diplomática em seu país, ele ser- para melhorar as relações comerci-
ve no Brasil há 28 anos. “Com muita hon- ais entre o Brasil e a Holanda?
ra,” acrescenta. H. S. – Bem, quanto ao volume de traba-
Exercendo, entre outras, as tarefas li- lho, é verdade que ele vem aumentando
gadas ao intercâmbio comercial entre os muito ultimamente, o que é duro para
dois países, diz que encontrou ótima aco- mim, mas também demonstra que a rela- Sleegers: “a missão deu muitos frutos”.
lhida em território brasileiro, onde estu- ção Brasil-Holanda vem crescendo e dan-
daram, formaram-se e trabalham seus fi- do, ainda, mais frutos. Para se ter uma idéia mos de delegação comercial holandesa e
lhos. Ele chama de equivocado o euro- do que foi o crescimento da área econô- estamos muito satisfeitos com o resultado
centrismo radical que costuma se referir mica, basta dizer que, para cuidar dela com dos trabalhos que eles executam há mais
ao Brasil – e à América do Sul – como a eficiência de sempre, tivemos que mu- de cinco anos. Eles têm sido úteis não ape-
terceiro mundo, à margem do circuito dar a estrutura administrativa de nossas nas no que diz respeito à prestação de in-
cultural mundial: “O Brasil é um país rico, representações no Brasil. formações que facilitem as duas mãos do
jovem e cheio de oportunidades. Trata-se Como é que está formada, do ponto comércio. Na realidade, já chegaram mes-
de uma realidade que, mais do que vista e de vista diplomático, a rede de aten- mo a viabilizar contatos comerciais impor-
conhecida, deve ser vivida.” dimento a brasileiros que desejem tantes que renderam bons negócios.
aproveitar o comércio com a Holan- Gostaria de dizer algo mais ao pú-
Quais são as suas impressões e ex- da e a holandeses com interesse em blico de nossa revista?
pectativas quanto à realização do investir no Brasil? H. S. – Gostaria de agradecer a acolhida
Seminário Brasil-Holanda promo- H.S. – Como já disse, foi preciso refor- aos nossos 42 dirigentes holandeses em
vido pela Federação das Câmaras mular e expandir nossos setores direta- visita ao país. Tenho também o grato pra-
de Comércio Exterior ? mente ligados à economia e ao comércio zer de anunciar que, ao contrário do que
H. S. – As melhores possíveis. O seminá- exterior por causa da crescente demanda, costuma acontecer em tantas outras mis-
rio acontece numa época muito favorável de um lado e do outro. Como se sabe, o sões comerciais, cujos resultados custam
e está demonstrando que os dois países, comércio é uma atividade de mão dupla a aparecer - quando aparecem - nós esta-
que já são parceiros comerciais de longa que se desenrola em parceria. No mo- mos obtendo algum êxito durante a pró-
data, estão querendo aprofundar, expan- mento, na embaixada do meu país, em pria visita da delegação. A missão já deu
dir e melhorar o seu intercâmbio. Brasília, há duas pessoas trabalhando em frutos, até mesmo por meio de contratos
Qual é a importância da visita ao Bra- tempo integral nessas áreas: a de econo- assinados entre brasileiros e holandeses
sil da missão econômica holandesa? mia em geral e, particularmente, nos se- em São Paulo, em Brasília e no Rio de
H. S. – Com certeza, a visita da missão tores de importação e exportação. Não Janeiro. Por essa mostra, prevejo muitos
econômica holandesa com um grande posso deixar de mencionar também os frutos para o futuro de nossas relações.
número de empresários importantes, li- consulados gerais do Rio de Janeiro e de
gados a vários setores que interessam aos São Paulo, que também possuem seus se-
dois países explorar, vai se constituir, den- tores econômicos trabalhando full time.
Dutch mission: the
tro do nosso intercâmbio comercial, no Queria falar, finalmente, dos dois postos greatest even of the year
evento mais importante deste ano. Acre- avançados que temos orgulho de manter, The Economic Attaché of the Dutch Embassy,
dito, também, que o seminário, inserido respectivamente, em Porto Alegre, para Hubertus Sleegers, considers as wrong the
nesse contexto, está muito bem coloca- cobrir o Sul do Brasil, e em Recife, com a radical euro-centrism that customarily refers to
do, porque serve para que os visitantes responsabilidade de promover a relação Brazil – and to South America – as third world.
possam ouvir e falar um pouco mais so- comercial bilateral com todos os estados According to him Brazil is a country full of
bre aquilo que estão procurando divulgar do Nordeste. A estes dois postos chama- opportunities and with enormous potential.
Contêiner: a
majestade da
logística
N
os portos rústicos ou nos mais so- tregue a um termi-
fisticados, nas estradas de rodagem nal especializado na
ou nas ferrovias, o contêiner está movimentação de
presente e desempenha com eficiência o contêineres.”
seu papel. Por isto, Sérgio Salomão, Pre-
sidente-Executivo da Associação Brasileira Made in China
de Terminais de Contêineres de Uso Pú- Os contêineres são
blico – ABRATEC, costuma dizer que ele feitos basicamente
é a majestade da logística mundial, trans- de aço. Nas docas
portando produtos manufaturados e semi- dos principais por-
manufaturados. tos do mundo, o
As cargas de maior valor agregado e material precisa,
que geram mais divisas no comércio in- necessariamente,
ternacional são as mais adequadas a esta ser de boa qualida-
forma de transporte. Não se pode imagi- de para enfrentar a
nar o deslocamento de mercadorias de subida e a descida
alto valor agregado a não ser por meio dos dos navios e os
contêineres, que garantem condiciona- longos períodos em mar alto. Sérgio
mento confiável à altura do requinte com
que elas precisam ser transportadas.
Salomão também afirma que, nas trocas co-
merciais entre os países, não são admitidas
“ O contêiner permite atender
a um ou vários clientes com
Por todas estas razões, o Brasil tratou
de implementar na sua atividade portuá-
ria terminais especializados na movimen-
soluções precárias , com a utilização de equi-
pamentos de transportes e acondiciona-
mentos em contêineres não confiáveis.
um mesmo recipiente
SÉRGIO SALOMÃO. ”
tação de contêineres, que hoje atendem O Brasil não produz contêineres. A pro-
aos fluxos de comércio exterior. dução aqui se verificou anti-econômica, por Segundo Sérgio Salomão, “o contêiner
Desde 1995, quando as atividades dos pri- isto eles são basicamente importados da foi criado para oferecer uma forma alter-
meiros terminais especializados de contêi- China, que consegue ter custos competiti- nativa e inteligente de acondicionamento.
neres começaram nos portos brasileiros, até vos, principalmente por causa do baixo Ele permite, inclusive, que várias cargas
2005, já foram investidos US$ 600 milhões custo de sua mão-de-obra. As empresas diferentes sejam transportadas dentro de
nas instalações desses terminais, mais especi- chinesas especializadas costumam oferecer uma mesma unidade, o que significa uma
ficamente na realização de obras civis, na aqui- uma qualidade internacional aceitável, por forma racional e segura de atender a um
sição de equipamentos portuários modernos isto seus contêineres são classificados e cliente ou a vários clientes usando um
e na especialização de mão-de-obra. aprovados pelos órgãos internacionais. mesmo recipiente”.
A ABRATEC representa os terminais Sem os contêineres, o comércio exte-
de contêineres e Sérgio Salomão, seu pre- rior mundial não seria o mesmo, porque
Containers: the majesty
sidente, defende a idéia de que os termi- se limitaria ao transporte a granel de car- of logistics
nais são indispensáveis ao comércio exte- gas como, por exemplo, de grãos, que The container performs an important role with
rior: “a boa performance do contêiner re- costumam ir diretamente para os porões efficiency in national and international trade.
quer boa organização, gestão de primeira classe dos navios. Se fossem transportados desta Sérgio Salomão, Executive President of the
e exige cuidados especiais. Tudo isto garante forma, os produtos manufaturados e semi Brazilian Association of Terminal Containers
ao usuário, ao importador e ao exportador manufaturados estariam sujeitos a riscos of Public Use– ABRATEC, analyzes the
um fator indispensável, que é a confiança e o de deterioração e agressão e, certamente, performance of the equipment considered
bom trato que sua mercadoria terá se for en- perderiam muito em qualidade. “the majesty of world logistics”.
“A
A presença do nosso banco em um
encontro como esse é de toda a
pertinência, pois, tendo começa-
do a apoiar o comércio exterior apenas há
14 anos, dedicamos hoje cerca de 30% de
nosso orçamento ao setor. Adquirimos
um know-how inestimável no trato com as
exportações brasileiras. Temos, por um
lado, autoridade e conhecimento de cau-
sa para discutir o tema e, por outro lado,
estamos sempre dispostos a aprender com
pessoas e entidades como as que estão aqui
representadas, e que constituem o que de
melhor e mais representativo existe no
Brasil no campo desse comércio.”
Guilherme Pfisterer acredita que a ação
do BNDES deva ser a mais abrangente
possível, sem perder de vista enfoques elaboração e utilização da biomassa obtida
específicos relativos às diferentes áreas que
merecem o apoio da instituição. Uma des-
“ Temos um programa
destinado ao apoio do
biodiesel com diferentes
do bagaço da cana-de-açúcar. Além disso,
temos um programa inteiramente desti-
tas áreas é justamente a da energia. nado ao apoio ao biodiesel obtido de dife-
“Uma prova de que o banco está atua-
lizado com os assuntos debatidos no se-
minário está, por exemplo, no fato de já
matérias-primas
”
GUILHERME PFISTERER.
rentes matérias-primas, algumas das quais
foram mencionadas pelos nossos visitan-
tes, que são, reconhecidamente, especia-
trabalhar, faz algum tempo, com o apoio à listas no assunto.”
“O esforço exportador
veio para ficar”
De janeiro a setembro de 2005, 179 micro e pequenas empresas do
Rio de Janeiro, com faturamento de até R$ 10 milhões, realizaram,
pela primeira vez, a contratação de uma operação de exportação com
o Banco do Brasil. Este é um resultado expressivo da atuação desta
instituição bancária no esforço exportador brasileiro. Segundo
Claudinei Martins, Gerente Regional de Comércio Exterior do Banco
do Brasil, situações parecidas podem ser observadas em muitos ou-
tros estados brasileiros. Nesta entrevista, Claudinei Martins analisa
Claudinei Martins analisa resultados da
o apoio ao programa de comércio exterior. política de comércio exterior.
portante ressaltar, também, que estas mento, realiza também treinamentos es-
empresas não se beneficiaram de uma pecíficos para preparar os empresários e
cotação de câmbio favorável como tive- futuros profissionais do setor. São realiza-
mos, por exemplo, há dois anos. Elas dos treinamentos acadêmicos para pro-
estão realizando operações numa nova fissionais e agentes que operam no comér-
realidade, com o dólar numa faixa de R$ cio exterior, dando base e preparação para
2,20 a R$ 2,30, e em um momento não que eles possam não apenas ser exporta-
tão favorável em termos cambiais. Isto dores eventuais, mas ter uma continuida-
significa que estão aderindo ao esforço de, que é o que o país precisa.
exportador. Este fenômeno é o reflexo Para nós, do Banco do Brasil, a satisfa-
da política de apoio que o governo tem
dado e que o Banco do Brasil tem difun-
dido através do Programa de Geração de
Negócios Internacionais.
“ Buscamos a democratização
da informação para que novas
empresas participem do
“ O Banco do Brasil mantém
105 gerentes especializados
em todas as unidades
Este esforço é algo transitório ou já
pode ser definido como um movi-
mento mais definitivo?
comércio exterior
CLAUDINEI MARTINS. ”
CM – Estimuladas ou não pelo governo, ção com o fechamento de uma operação
da federação
CLAUDINEI MARTINS. ” verificamos que cada vez mais empresas
começam a exportar e se mantêm no
mercado. O país tem uma vocação expor-
de comércio exterior de uma grande em-
presa é tão grande quanto com a realiza-
ção de uma primeira exportação por par-
Como o Banco do Brasil participa tadora e a gente nota que, neste momen- te de uma pequena empresa ou até por
da política governamental de apoio to, o crescimento do comércio internaci- uma pessoa física, como por exemplo, o
às exportações? onal tem sido constante, até porque en- artesão que está levando seu trabalho e a
CM – Além de ser líder no mercado de tendemos o Brasil, hoje, como o mercado cultura brasileira para todos os cantos do
câmbio, com cerca de 28% do mercado de mais competitivo da América Latina. mundo.
exportação, o Banco do Brasil lidera tam- Sendo o mercado brasileiro uma referência
bém o setor de importação. Nós temos um para os países latino-americanos, conseqüen- Que papel a informação desempe-
trabalho diferenciado chamado Programa temente, uma empresa competitiva no Bra- nha neste cenário?
de Geração de Negócios Internacionais, que sil vai ser também, por extensão, em todo o CM – A informação e o conhecimento têm
integra o Programa Avança Brasil, no qual continente, salvo alguma restrição ou bar- um papel importante a cumprir. Se entrar
mantemos 105 gerentes de negócios in- reira com relação a um produto especifico. no mercado internacional sem conhecer as
ternacionais – profissionais especializados Acreditamos que o esforço de expor- regras, a empresa vai enfrentar dificuldades
espalhados por todas as unidades da fede- bastante grandes. O que a gente busca na
ração, mesmo nas que ainda não tinham nossa atuação e no treinamento que realiza-
atingido, até o ano passado, certos patama-
res de exportação. Numa decisão estraté-
gica, o banco decidiu localizar, pelo menos,
“ O país tem vocação
exportadora e é o mercado
mais competitivo
mos é a democratização da informação para
que a falta de conhecimento não seja entrave
para novas empresas que iniciam sua cami-
um desses profissionais especializados em nhada no comércio exterior.
cada unidade da federação. Trata-se de um
esforço destinado a sensibilizar e capacitar
da América Latina
”
CLAUDINEI MARTINS.
“The export effort is here
as pequenas empresas a exportarem, au-
mentando desta forma a base exportadora. tação é um caminho sem volta; veio para to stay”
ficar. Temos acompanhado nos últimos The Regional Manager of Foreign trade of
Que resultados tem tido esta po- oito anos um crescimento sólido das Banco do Brasil, Claudinei Martins,
lítica? exportações. commemorated the fact that from January to
CM – Só no Rio de Janeiro, de janeiro a September of 2005, 179 micro and small
setembro de 2005, 179 micro e peque- Existe também algum programa companies made the contracting of an export
nas empresas com faturamento de até R$ de treinamento para estimular o operation with Banco do Brasil for the first
10 milhões, realizaram, pela primeira vez, comércio exterior? time. Claudinei Martins also analyzed the
a contratação de uma operação de ex- CM – O Banco do Brasil, além de ope- Program of Generation of International
portação com o Banco do Brasil. É im- rar em câmbio e com linhas de financia- Business of the Bank.
A
de que ‘nada está acordado até pesar das dificuldades nas negocia- são, a tempo de se chegar a um acordo
ções, o representante do Ministé- mais amplo no ano que vem. “Ainda te-
tudo estar acertado’, poderíamos rio da Economia da Holanda de- mos esperança de que as conversas vão
caminhar em outros tópicos sem monstra certo otimismo quanto ao futu- avançar. Há uma grande diferença de po-
ro das conversações na OMC. Segundo sição entre as propostas do Brasil, dos
ter que ficar esperando avanços no ele, Pascal Lamy, ex-Comissário de Co- Estados Unidos e da União Européia, que
mércio da União Européia e atual Dire- tem que ser reduzida. Se observarmos al-
setor de agricultura”, considerou tor-Geral da OMC, tem experiência su- gumas negociações passadas da OMC, po-
Van den Berg. ficiente para conseguir destravar a discus- demos ver que havia grandes diferenças
precisamos atender aos interesses dos bém não espero que seja oferecido maior
países menos desenvolvidos. Claro que a acesso ao mercado brasileiro do que o que
questão da agricultura é fundamental para está na mesa da OMC. De qualquer for-
eles, mas outros tópicos como facilida- ma, as negociações entre os dois blocos
des para o comércio e preferências co- estão avançando e esperamos continuá-las
merciais também são importantes para no ano que vem”, afirmou.
aqueles países”, disse.
Temas de Cingapura
Segundo Van den Berg, é do interesse
da União Européia que sejam incluídas nas
“ Investir em seminários
bilaterais é uma ótima
forma de estimular as
discussões os chamados Temas de Cin-
gapura, como a proteção aos investimen-
tos e a harmonização dos sistemas de pro-
relações comerciais
M ARTEN VA N D E N ”
BERG.
teção à concorrência, que foram deixados
Quanto aos obstáculos nas relações co-
“ A agricultura é vital
para os países em
desenvolvimento, mas as
de lado em favor das negociações da Ro-
dada de Doha. Ele cita como exemplo o
caso da gigante da informática Microsoft,
merciais entre Brasil e Holanda, Van den
Berg cobrou a queda de barreiras que atra-
que enfrenta diferentes medidas tomadas palham os investimentos holandeses no país,
preferências comerciais pelas autoridades anti-truste dos Estados principalmente dificuldades relativas a ques-
Unidos e da Europa. tões tributárias e regulatórias. Ele elogiou
também são importantes
M ARTEN VA N D E N BERG. ” “A Europa é a favor de ver esses tópi-
cos na agenda. Achamos que eles são im-
portantes para as relações econômicas en-
iniciativas como a organização de missões
comerciais e o Seminário Bilateral de Co-
mércio e Investimentos Brasil-Holanda,
nas posições; então sabemos que, hoje, tre os países. A questão da proteção aos promovido pela Federação das Câmaras de
um acordo é possível”. investimentos é fundamental para as gran- Comércio Exterior – FCCE, do qual parti-
Van den Berg, no entanto, mostrou-se des empresas, especialmente porque elas cipou. “Os governos também podem esti-
contrário à possibilidade de mudar a es- precisam direcionar investimentos a vári- mular as relações bilaterais, o comércio e
trutura dos acordos comerciais multilate- as partes do mundo. Também há proble- os investimentos, organizando missões e
rais e permitir que os acertos se dêem por mas relativos à proteção da concorrência. informando o setor privado dos desafios e
áreas de interesse. Segundo ele, isso acen- Temos um bom exemplo nas relações que oportunidades de se buscar novos merca-
tua o risco de concentrar ainda mais as dis- Estados Unidos e União Européia têm com dos em outros países. Foi importante reu-
cussões no setor agrícola, travando defi- a Microsoft. A empresa é obrigada a con- nir os empresários brasileiros e holandeses
nitivamente as negociações. “Não acredi- viver com dois sistemas diferentes de pro- para que eles pudessem discutir, estabele-
to que seja possível fechar acordo sobre teção à concorrência e tributação. Assim, cer contatos, trabalhar juntos, entender es-
um dos tópicos se não tivermos acertos precisamos ter acordos em que definimos sas novas oportunidades, bem como os res-
nos demais. O formato de negociações que como se vai fazer isso ou aquilo. Isso é pectivos mercados. Esta é uma ótima for-
temos atualmente é o melhor. Se mudar- importante para a cooperação econômica ma de estimular as relações comerciais en-
mos a estrutura das negociações, aí, sim, global”, considerou. tre os dois países,” avaliou.
não vamos chegar a lugar nenhum. A ques-
tão agrícola vai de fato tonar-se o centro Acordos bilaterais Focus on agriculture
das atenções e não vamos avançar mais Mesmo diante do impasse na OMC,Van interferes in the progress
nada nas outras questões,” avaliou. den Berg não espera uma aceleração nas
Apesar de reconhecer que o tema da negociações de acordos bilaterais de co- of the WTO discussions
agricultura é fundamental para os países mércio, como aquele entre o Mercosul e The discussions of the WTO of the Doha
menos desenvolvidos, o representante do a União Européia. Apesar de acreditar que round in Qatar were in such a way centered
governo holandês lembrou que outros tó- as conversas entre os dois blocos vão avan- on the agricultural agenda that the
picos incluídos na Rodada de Doha po- çar, ele diz ser preciso, antes, chegar a um understanding with relation to the other
dem ajudar a incrementar o comércio acerto em termos mais amplos no âmbito themes for greater liberalization of world
mundial, o que, por fim, também traria da OMC. “Não espero que nessas negoci- trade has been prejudiced. This was the
vantagens para esses países. “Temos que ações bilaterais o Mercosul tenha uma pro- tone of the interview of Marten van den
manter em mente que a Rodada de Doha posta diferente para a questão agrícola do Berg, Vice-Director-General of Foreign Trade
está ligada ao desenvolvimento, então, que a que está na OMC, assim como tam- Relations of the Dutch Ministry of Economy.
DEMAIS PRODUTOS
51 27075000 OUTS. MISTURAS DOS HIDROCARB. AROMAT. DESTIL >= 65% A 250GC
52 29163121 SAIS DE SODIO DO ACIDO BENZOICO
53 85369090 OUTS. APARS. P/ INTERRUPCAO, ETC. P/ CIRCUITOS ELETR. T <= 1KV
54 81089000 OBRAS DE TITANIO
55 73042190 OUTS. TUBOS DE FERRO/ACO, S/COST. P/ PERF. EXTR. PETROLEO/GAS
56 84440090 OUTS. MAQUINAS P/ ESTIRAR, ETC. MATERIAS TEXT. SINTET/ARTIF.
57 26201900 OUTRAS CINZAS E RESIDUOS CONTENDO ZINCO
58 76020000 DESPERDICIOS E RESIDUOS, DE ALUMINIO
59 85399020 BASES P/ LAMPADAS/TUBOS ELETR. DE INCANDESCENCIA, ETC.
60 34021300 AGENTES ORGANICOS DE SUPERFICIE, NAO IONICOS
61 39069029 OUTS. POLIMEROS ACRILICOS, EM LIQUIDO/PASTA, EM SOLV. ORGAN
62 87082991 PARA-LAMAS P/ VEICULOS AUTOMOVEIS
63 84389000 PARTES DE MAQS. E APARS. P/ PREPAR. FABR. DE ALIMENTOS, ETC.
64 29154020 MONOCLOROACETATO DE SODIO
65 84253910 OUTROS GUINCHOS E CABRESTANTES, CAP <= 100T
66 76012000 LIGAS DE ALUMINIO EM FORMA BRUTA
67 85101000 APARELHOS OU MAQUINAS DE BARBEAR, COM MOTOR ELETRICO
68 56013010 TONTISSES, NOS E BOLOTAS, DE FIBRAS DE ARAMIDA
69 54022000 FIO DE ALTA TENACIDADE, DE POLIESTERES
70 55031010 FIBRAS DE ARAMIDA, NAO CARDADAS, NAO PENTEADAS, ETC.
71 28421090 SILICATOS DUPLOS OU COMPLEXOS, EXC. ZEOLITAS
72 84224090 OUTS. MAQUINAS E APARS. P/ EMPACOTAR/EMBALAR MERCADORIAS
73 06011000 BULBOS, TUBERCULOS, RIZOMAS, ETC. EM REPOUSO VEGETATIVO
74 29372360 DESOGESTREL
75 84081090 OUTROS MOTORES DIESEL/SEMIDIESEL, PARA EMBARCACAO
76 84283990 OUTS. APARS. ELEVADORES/TRANSPORTADORES DE MERCADORIAS
77 30043999 OUTS. MEDICAMENTOS CONT. HORMONIOS, EM DOSES, ETC
78 29154010 ACIDO MONOCLOROACETICO
79 07011000 BATATAS PARA SEMEADURA (BATATA SEMENTE)
80 87089990 OUTRAS PARTES E ACESS. P/ TRATORES E VEICULOS AUTOMOVEIS
81 39011092 POLIETILENO SEM CARGA, DENSIDADE < 0.94, EM FORMA PRIMARIA
82 84799090 OUTS. PARTES DE MAQUINAS E APARS. MECAN. C/ FUNCAO PROPRIA
83 29372990 OUTROS HORMONIOS CORTICOSSUPRA-RENAIS E SEUS DERIVADOS
84 84129080 PARTES DE MOTORES HIDRAUL/PNEUMAT. DE MOVIM. RETILINEO
85 27131100 COQUE DE PETROLEO NAO CALCINADO
86 85011019 OUTROS MOTORES ELETR. DE CORRENTE CONTINUA, P <= 37.5W
87 39023000 COPOLIMEROS DE PROPILENO, EM FORMAS PRIMARIAS
88 39046190 OUTROS POLITETRAFLUORETILENOS EM FORMAS PRIMARIAS
89 21069090 OUTRAS PREPARACOES ALIMENTICIAS
90 75021010 CATODOS DE NIQUEL NAO LIGADO, EM FORMA BRUTA
91 01051110 GALOS E GALINHAS, P <= 185G, DE LINHA PURA/HIBRIDA, P/ REPROD
92 35011000 CASEINAS
93 29339969 OUTS. COMPOSTOS HETEROCICL. CONT. CICLO TRIAZOL
94 29034911 CLORODIFLUORMETANO
95 73079900 OUTROS ACESSORIOS P/ TUBOS DE FERRO FUNDIDO, FERRO OU ACO
96 84829900 OUTRAS PARTES DE ROLAMENTOS
97 30023070 VACINA VETERIN. CONTRA ENFERMID. NEWCASTLE, GUMBORO, ETC.
98 39046990 OUTROS POLIMEROS FLUORADOS, EM FORMAS PRIMARIAS
99 84431910 MAQS. E APARS. IMPRESSAO OFSETE, MULTICOL. DE MAT. PLAST. ETC
100 90219089 OUTS. APARELHOS P/ COMPENSAR DEFICIENCIAS OU ENFERMIDADES
DEMAIS PRODUTOS
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Recentemente, setores à vontade para cobrar dos exportados um milhão de
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do Ministério da Fazenda Estados Unidos e da União toneladas em 2005.
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propuseram uma maior Européia a diminuição da Ainda, segundo Backers, o
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liberalização das proteção que eles criaram biodiesel de mamona e a
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importações, com um para seus produtos biomassa seca extraída de
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possível corte nas tarifas agrícolas. Neste cenário, refugo de madeira têm
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impostas aos produtos o Ministério do grandes possibilidades de
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industrializados que o Brasil Desenvolvimento, Indústria serem absorvidos pelo
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compra em outros países. ○
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Segundo artigo publicado defende a idéia de que os futuro próximo.
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na revista Desafios do negociadores brasileiros O Porto de Rotterdam
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Desenvolvimento, não façam muitas saiu na frente: já está
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produzida pelo PNUD, e concessões, pois os História comum preparado para receber,
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pelo Instituto de Pesquisa especialistas consideram Uma das riquezas culturais armazenar e distribuir tais
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Econômica Aplicada – Ipea, difícil que os países existentes em Recife, produtos. A infra-estrutura
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o objetivo por detrás desta desenvolvidos abram remanescente do período da está sendo desenvolvida, em
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proposta seria o de reduzir mais seus mercados no dominação holandesa, é a parceria, pelas companhias
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as chamadas barreiras atual contexto primeira sinagoga construída portuárias e seus clientes.
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tarifárias e estimular a internacional, marcado por na América Latina. O templo
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indústria brasileira a se extrema competição e é obra de judeus holandeses Dimensões
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tornar ainda mais acirrada disputa por que aqui chegaram no século Durante sua exposição,
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competitiva. Assim, o Brasil mercados. XVII. Os holandeses eram Hubertus Sleegers, Adido
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mais tolerantes em matéria de Econômico da Embaixada da
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religião do que os Holanda no Brasil, confessou
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portugueses. Assim, os que algumas vezes quando
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comerciantes de origem aponta, em público, o seu
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judaica tiveram liberdade para país no mapa da Europa,
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se estabelecer e exercer seu costuma às vezes se enganar e
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culto. Após o período colocar o dedo sobre o mapa
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organizados pela FCCE, é distribuída entre importante patrimônio os dois países, o comércio
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Procure-nos.
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EM BREVE
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por exemplo, o setor
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médico-hospitalar.
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Recorde histórico
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Em 2005, o volume de
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exportações foi o maior da
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história do Brasil e chegou a
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US$ 118,309 bilhões; acima ○
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das previsões do MDIC.
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A diferença entre
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exportações e importações
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foi de US$ 44,764 bilhões;
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333% a mais do que em 2004.
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Na comparação com
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2004, as vendas externas
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cresceram 22,6%, superando
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a projeção de 14% do Fundo
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Monetário Internacional para
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a média das exportações
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mundiais.
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O Ministro Luiz Fernando
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Manuais de Procedimentos e Informações
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Furlan previu um novo Brasil-Portugal, Brasil-Marrocos, Brasil-Bélgica/Luxemburgo, Brasil-Suíça,
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recorde das exportações em
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Brasil-Argentina, Brasil-Venezuela,Brasil-México, Brasil-Chile e Brasil-Holanda
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2006, que deverão chegar a
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US$ 132 bilhões. O que vai
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significar uma alta de 11,6% terra. Nos últimos 50 anos,
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em relação a 2005. centenas de agentes de
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Os produtos mais cooperação holandeses têm
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• Petróleo: 4,167
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Presidente da FCCE
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