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FCCE

Federação das Câmaras de Comércio Exterior


Foreign Trade Chambers Federation

2007
• 8 de outubro •

Seminário Bilateral de
Comércio Exterior e Investimentos
BRASIL MÉXICO
ZONA FRANCA

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FCCE

Federação das Câmaras


de Comércio Exterior

Foreign Trade Chambers


Federation

Fédération des Chambres


de Commerce Extérieur

Federación de las Cámaras


de Comercio Exterior
Federação das Câmaras de Comércio Exterior
Foreign Trade Chambers Federation

A FCCE é a mais antiga Associação de Classe dedicada CÂMARAS DE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS, organismo
exclusivamente às atividades de Comércio Exterior. que representa as Câmaras de Comércio Bilaterais dos
Fundada no ano de 1950, pelo empresário João Daudt seguintes países: ARGENTINA, BOLÍVIA, CANADÁ,
de Oliveira (a ele se deve, 5 anos antes, a fundação da CHILE, CUBA, EQUADOR , MÉXICO , PARAGUAI,
Confederação Nacional do Comércio – CNC ), a FCCE SURINAME, URUGUAI, TRINIDAD E TOBAGO e VE-
opera ininterruptamente, há mais de 50 anos, incenti- NEZUELA.
vando e apoiando o trabalho das Câmaras de Comércio Além de várias dezenas de Câmaras de Comércio Bi-
Bilaterais, Consulados Estrangeiros, Conselhos Empre- laterais filiadas à FCCE em todo o Brasil, fazem parte da
sariais e Comissões Mistas a nível federal. Diretoria atual, os Presidentes das Câmaras de Comércio:
A FCCE, por força do seu Estatuto, tem âmbito nacio- Brasil-Grécia, Brasil-Paraguai, Brasil-Rússia, Brasil-Eslo-
nal, possuindo Vice-Presidentes Regionais em diversos váquia, Brasil-República Tcheca, Brasil-México, Brasil-Be-
Estados da Federação, operando também no plano interna- larus, Brasil-Portugal, Brasil-Líbano, Brasil-Índia, Brasil-
cional, através “Convênios de Cooperação” firmados com China, Brasil-Tailândia, Brasil-ltália e Brasil e Indonésia,
diversos organismos da mais alta credibilidade e tradição, a além do Presidente do Comitê Brasileiro da Câmara de
exemplo da International Chamber of Commerce (Câmara Comércio Internacional, o Presidente da Associação Bra-
de Comércio Internacional – CCI), fundada em 1919, com sileira da Empresas Comerciais Exportadoras – ABECE,
sede em Paris e que possui mais de 80 Comitês Nacionais, o Presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferro-
nos 5 continentes, além de operar a mais importante viária – ABIFER, o Presidente da Associação Brasileira dos
“Corte Internacional de Arbitragem” do mundo, fundada Terminais de Contêineres, o Presidente do Sindicato das
no ano de 1923. Indústrias Mecânicas e Material Elétrico, entre outros.
A FEDERAÇÃO DAS CÂMARAS DE COMÉRCIO Some-se, ainda, a presença de diversos Cônsules e diplo-
EXTERIOR tem sua sede na Avenida General Justo no matas estrangeiros, dentre os quais o Cônsul-Geral da
307, Rio de Janeiro, (Edifício da Confederação Nacional República do Gabão, o Cônsul do Sri Lanka (antigo “Cei-
do Comércio – CNC) e mantém com essa entidade, há lão”), e o Ministro Conselheiro-Comercial da Embaixada
quase duas décadas “Convênio de Suporte Administrativo de Portugal.
e Protocolo de Cooperação Mútua”. Em passado recente A Diretoria
a FEDERAÇÃO DAS CÂMARAS DE COMÉRCIO EXTE-
RIOR – FCCE assinou Convênio com o CONSELHO DE
Diretoria 2006-2009
Presidente

JOÃO AUGUSTO DE SOUZA LIMA

1 st V i c e - P r e s i d e n t e

PAULO FERNANDO MARCONDES FERRAZ

Vice-Presidentes Vice-Presidente Europa


Arlindo Catoia Varela Jacinto Sebastião Rego de Almeida
Gilberto Ferreira Ramos (Portugal)
Joaquim Ferreira Mângia Vice-Presidente Nor te
José Augusto de Castro Cláudio do Carmo Chaves
Ricardo Vieira Ferreira Martins
Vice-Presidente Sudeste
Antonio Carlos Mourão Bonetti
Vice-Presidente Sul
Arno Gleisner

Diretores

Diana Vianna De Souza Luiz Oswaldo Aranha


Marie Christiane Meyers Marcio Eduardo Sette Fortes de Almeida
Alexander Zhebit Oswaldo Trigueiros Júnior
Alexandre Adriani Cardoso Raffaele Di Luca
Andre Baudru Ricardo Stern
Augusto Tasso Fragoso Pires Roberto Nobrega
Cassio José Monteiro França Roberto Cury
Cesar Moreira Roberto Habib
Charles Andrew T’Ang Roberto Kattán Arita
Daniel André Sauer Sergio Salomão
Eduardo Pereira De Oliveira Sizínio Pontes Nogueira
José Francisco Fonseca Marcondes Neto Sohaku Raimundo Cesar Bastos
Luis Cesario Amaro da Silveira Stefan Janczukowicz

Conselho Fiscal (Titulares)

Delio Urpia de Seixas


Elysio de Oliveira Belchior
Walter Xavier Sarmento
EDITORIAL

México: integração, parceria e amizade APOIO

O fortalecimento da integração latino-americana é o mote entoado pela atual política


governamental federal desde o início da sua administração em 2003. De fato, muito trabalho
vem sendo executado para alcançar esse objetivo e alguns resultados já puderam ser vistos
recentemente, sobretudo através dos superávits comerciais que o Brasil possui com quase
todos os países da região. Considerada essa conjuntura, faz-se necessário avaliar prioridades
e potencialidades no que concerne ao aprimoramento das relações comerciais e, assim,
dar maior lastro ao projeto integracionista regional, propalada pela atual administração. O
reconhecimento do México como um dos países-chave para tal intento é, portanto, crucial.
Afinal, os dados econômicos desse país atestam a sua importância dentro do contexto latino-
americano. Apresentando um PIB robusto - US$ 886,4 bilhões, estimativas de 2007 - uma
atividade produtiva aquecida e um mercado interno atrativo, o México deve ser olhado
como um parceiro estratégico regional no que tange ao incremento das relações bilaterais
de comércio e de investimentos. Sem deixar de esquecer o fato da amizade nutrida pelos
dois países ao longo da história.
Estando a par dessas e outras características e necessidades importantes para maior ace-
leração e aprofundamento desse processo, a FEDERAÇÃO DAS CÂMARAS DE COMÉR-
CIO EXTERIOR (FCCE) realizou, no dia 10 de outubro de 2007, o Seminário Bilateral
de Comércio Exterior e Investimentos Brasil-México. A série de eventos promovida pela
instituição, que já se consagrou como um dos maiores e mais bem sucedidos encontros do
setor de comércio exterior no Brasil, conta com o apoio e participação do governo federal,
através dos Ministérios das Relações Exteriores (MRE) e do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior (MDIC), das principais associações de classe, tais como a Confederação
CONSELHO DE
Nacional de Comércio (CNC), a Câmara de Comércio Internacional – ICC, a Associação de
CÂMARAS DE COMÉRCIO
Comércio Exterior do Brasil (AEB) e o Conselho das Câmaras de Comércio das Américas.
DAS AMÉRICAS
O encontro mostrou que o México já descobriu o Brasil como terreno para investimen-
tos das suas empresas. Grandes companhias aportam vultosas somas, garantindo, assim, ao
México a posição de maior investidor latino-americano em território brasileiro, e um dos
maiores do mundo em termos de fluxo de inversões. Embratel, Claro e Femsa são exemplos
de empresas de capital de origem mexicana que atuam no Brasil com boa desenvoltura,
conforme bem informou, em palestra no seminário, o presidente da Associação dos Em-
presários Mexicanos no Brasil, Ernesto Silva (confira mais detalhes na entrevista concedida
por ele nesta edição).
Por outro lado, as empresas brasileiras ainda se mostram tímidas quando se trata de investir Expediente
no México. Não deveriam. Afinal, esse país localizado ao norte da América Latina apresenta
vantagens inúmeras, entre as quais a inserção de um dos blocos econômicos mais dinâmicos Produção
Federação das Câmaras de Comércio Exterior – FCCE
do globo: o Nafta. Além disso, o México já possui o tão importante investment grade(fruto Av. General Justo, 307/6o andar
de um bem sucedido processo de reformas iniciado há quase duas décadas), o que faz com Tel.: 55 21 3804 9289
que qualquer empresa do mundo se sinta confiante em investir por lá. e-mail: fcce@cnc.com.br

Outro fator importante a ser destacado é o bom ambiente político verificado entre os Editor
presidentes do Brasil, Luis Inácio Lula da Silva, e do México, Felipe Calderón. As recentes O coordenador da FCCE

trocas de visitas e os esforços para que se firmem acordos e parcerias em diversos setores Textos e Repor tagens
Brunno Braga
da economia dos dois países traduzem a boa vontade política dos dois chefes de Estado. Esse
nível de relacionamento diplomático, sem dúvida, contribui, e muito, para que seja cimentada Edição e Ar te
Editora Aduaneiras
uma nova e dinâmica rota para o fluxo de comércio bilateral. Rua da Consolação, 77
Nesse entremeio, portanto, a FCCE buscou cumprir o seu papel. Debater, criticar, elo- Tel.: 55 11 2126 9200
giar e aprimorar os meandros das relações bilaterais entre o Brasil e os diversos países do e-mail: comercial@aduaneiras.com.br

mundo vem sendo encampado com afinco pela diretoria da instituição, e já se tornou agenda Jornalista Responsável
Brunno Braga (MTB 050598/00)
obrigatória para todos aqueles que estão envolvidos, direto ou indiretamente, no comércio
exterior brasileiro. E, mais uma vez, acreditamos termos sido bem sucedidos nesta missão de Fotografia
Christina Bocayuva
promover as relações comerciais externas com países amigos e parceiros de longa data (como
é o caso do México), como o leitor poderá observar nas páginas seguintes. Secretaria
Maria Conceição Coelho de Souza
Sérgio Rodrigo Dias Julio
Boa leitura As opiniões emitidas nesta revista são de
responsabilidade de seus autores. É permitida a
reprodução dos textos, desde que citada a fonte.
O Editor
SUMÁRIO

6 E N T R E V I S TA 3 6 I N F R A - E S T RU T U R A
Embaixador Andrés O México é um bom mercado para empresas
Valencia trabalha para brasileiras, afirma representante do BNDES
que os dois países tenham
um fluxo comercial mais
intenso
3 8 NEGÓCIOS
Parceria e sinergia
1 4 A B E RT U R A
Em busca do incremento nas relações
4 0 ZONA FRANCA
Investindo na tecnologia de alta definição
1 8 PA I N E L I
Incrementar as relações bilaterais entre Brasil
e México
4 2 ENERGIA
Gerente da Petrobras no México fala sobre as
potencialidades dos acordos firmados com a
2 4 PA I N E L I I Pemex

Comércio e energia

45 D I P L O M AC I A
2 8 PA I N E L I I I “É preciso estreitar os intercâmbios
socioculturais”
Exportando serviços

4 6 R E L A Ç Õ E S B I L AT E R A I S
3 1 E N C E R R A M E N TO
Palestrantes da sessão
de encerramento
discutem e apontam
meios para superar as
5 0 F R I DA K A H L O
dificuldades bilaterais de comércio As tintas da intensidade

3 3 INTEGRAÇÃO 5 4 C U RTA S
Representante mexicana na Aladi diz que
a instituição busca concretizar o projeto de
criação do livre-comércio latino-americano
ENTREVISTA

Um diplomata a
serviço de uma
maior aproximação
entre Brasil e
México
Embaixador AndrésValencia trabalha para que os
dois países tenham um fluxo comercial mais intenso

Para o embaixador do México no Brasil, Andrés Valencia, a prioridade é


tentar fazer com que Brasil e México, os dois maiores países da América
Latina, caminhem juntos, dentro de uma aliança comercial e política. Em
entrevista à Revista da FCCE, o embaixador afirma, entre outras coisas,
que o momento atual é bastante oportuno para que as relações bilaterais se
intensifiquem ainda. Com 33 anos de carreira, servindo como embaixador
no Brasil desde 2006, e tendo ficado à frente das embaixadas em Israel e na
Colômbia, o diplomata considera que o déficit da balança comercial que
o México tem com o Brasil não representa, na verdade, um problema. Na
visão dele, o mais importante é aumentar o fluxo comercial entre os dois
países, sobretudo no que tange ao aumento de investimentos diretos de
empresas brasileiras em terras mexicanas. Acompanhe, a seguir, os princi-
pais trechos da entrevista:

Como estão atuais relações entre comissão que contou com a presença de
Brasil e México? cinco ministros de Estado. Foi resultado
Valência – Muito boas e estão melho- da visita da missão comercial de 60 empre-
rando a cada dia. A visita do presidente sários, liderados pelo nosso secretário de
do México, Felipe Calderón, em outubro economia, que visitaram a Confederação
de 2006, ao presidente Lula resultou no Nacional do Comércio e a Federação das
estabelecimento da Comissão Binacional Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e
México-Brasil, e, em março de 2007, foi resultado da visita do presidente Lula ao
houve, em Brasília, a primeira reunião da México em agosto deste ano. Essas visitas

6 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O


Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O 7
ENTREVISTA

Embaixador Andrés Valencia em conversa com o presidente da FCCE, João Augusto de Souza Lima

serviram para que o empresariado brasi- são acordos concertados em âmbito da na produção de veículos pequenos. Por
leiro entenda que o mercado mexicano Aladi (Associação Latino-Americana para isso, o Brasil exporta 200 mil veículos/ano
oferece boas oportunidades de negócios. o Desenvolvimento de Integração). porque tem um mercado no México que
Poucas empresas brasileiras realizam in- Por esse acordo (ACE 55), verifica- demanda por esse tipo de produto. E nós
vestimentos diretos no México. Enquanto mos como o comércio entre Brasil temos dificuldades em exportar para o
os empresários mexicanos investem cerca e México está concentrado no setor Brasil, os mesmos tipos de veículos que
de US$ 13,8 bilhões no Brasil, em 2006, automotivo, certo? são demandados pelos norte-americanos.
num sentido inverso, as empresas brasilei- Isso pode ser um modelo para que se
ras investiram apenas US$ 800 milhões no Valencia – Com certeza. E é um acordo firmem acordos de produção de bens que
que, aparentemente, é muito favorável ao
mesmo ano. não são exatamente complementares, mas
Brasil. O Brasil exporta para o México cer-
que atendam a diferentes mercados, como
ca de 200 mil automóveis/ano, enquanto
setores de eletro-eletrônico, químico e
E em termos de acordos bilaterais que o México exporta para o Brasil, cerca
outros nos quais podemos construir uma
de comércio firmados entre os dois de oito mil automóveis/ano. O déficit
comercial que se traduz para o México é via a explorar.
países, quais são os avanços vistos?
muito significativo. Contudo, apesar dessas
Valencia – As atuais relações comerciais diferenças, o acordo 55 é muito bom para
entre Brasil e México têm um arcabouço ambos os países, pois trata de fazer uma No plano socioeconômico, Brasil e
normativo que foi produto de um longo melhor distribuição geográfica das monta- México também guardam muitas
processo de negociação entre ambos os doras de automóveis no continente. semelhanças.
países. Temos basicamente dois grandes Valência – É verdade. Do ponto de vista
acordos comerciais com o Brasil: 1) o da economia, os indicadores econômicos e
Acordo de complementação 53 (ACE 53) Em que sentido se daria essa distri- financeiros em 2006 e 2007 são similares
que tem cobertura muito limitada; 2) o buição geográfica? em vários quesitos: superávits e déficits em
Acordo de complementação 55 (ACE 55) Valencia – Nós mexicanos nos especia- conta corrente, crescimento das reservas
que é do setor automotivo e representa lizamos na produção de veículos grandes, internacionais e também à proporção da
cerca de 40% de todo intercambio co- destinados especificamente para o mercado relação dívida externa/PIB e o pagamento
mercial entre o México e o Brasil. Ambos norte-americano e o Brasil se especializou de juros. No que diz respeito ao controle

8 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O


da inflação, ambos os países tem logrado em relação ao PIB é de 45%, no Brasil, e comercial do México, as exportações
êxito nessa tarefa. Em 2006, o Brasil no México, 22%. Há também o problema mexicanas representaram 25% do PIB do
teve uma taxa de inflação de 3,14% e o da carga tributária e essa é uma diferença país, enquanto que, no mesmo período,
México, 4,7%. Já do lado social, dados importante entre os dois países. Enquanto as exportações brasileiras representaram
oficiais que falam sobre o IDH (Índice de no Brasil, a carga tributária está em 35% 13% do PIB brasileiro. Isso se deveu a uma
Desenvolvimento Humano), verificamos do PIB, no México ela está em 10%. E, maior abertura da economia mexicana, que
os mesmos problemas de desigualdades, de obviamente, as taxas de juros. No Brasil, a levou a celebração de Tratados de Livre
renda baixa. Nossas taxas de crescimento taxa de juros está em 12,5%, enquanto que Comércio com 42 países.
do IDH ainda estão muito aquém daquilo no México, a taxa está em 3,5%.
que desejamos.
Essa inserção também é vista do lado
Como o senhor observa a inserção das importações de cada país?
O México é investment grade e o do México no mundo em compara-
Brasil, ainda não, apesar dos es- Valencia – Sim, isso ocorre também com
ção com o Brasil? as importações. Em 2006, as importações
pecialistas dizerem que estamos
próximos de obter essa classificação Valencia – Nossa inserção no mundo brasileiras foram de US$ 91 bilhões e as
das agências de risco. Qual foi o ca- é muito maior do que a brasileira. Se importações mexicanas chegaram a US$
minho traçado pelo México no qual avaliarmos a evolução das duas economias 256 bilhões. O Brasil tem um expressivo
no período de 1980 a 2006, verificare- superávit comercial, enquanto o México
o Brasil precisa ainda percorrer?
mos algumas similaridades, mas também tem um ligeiro déficit comercial, que
Valencia – Acredito que isso tem a ver algumas diferenças. Em 1980, o Brasil se compensa com investimentos diretos
com o déficit fiscal. O Brasil tem um déficit exportava US$ 20 bilhões e o México US$ estrangeiros, que no ano passado foi prati-
fiscal de 2,5% em relação ao PIB, e o Mé- 18 bilhões. Um quarto de século depois, camente igual aos investimentos recebidos
xico, zero. E a proporção da dívida pública e como resultado da política da abertura pelo Brasil nesse ano.

Entenda o que são os acordos comerciais ACE 53 e ACE 55


Acordo de Complementação Econômica Acordo de Complementação Econômica
no 53 - Brasil/México (Preferência no 55 - MERCOSUL/México para o setor
tarifária a 800 itens) Automotivo

Acordo de Complementação Econômica no 55, subs-

E O
m agosto de 2002, como resultado de uma Missão
Empresarial ao México, foi subscrito o Acordo de crito entre MERCOSUL e México, internalizado no
Complementação Econômica no 53 entre Brasil e Brasil mediante Decreto n. 4.458, de 05/11/2002,
México, que estabelece preferências fixas a cerca de 800 regula o comércio do setor automotivo entre os dois
itens Naladi/SH. Resultado de quatro anos de negociações países. No acordo estão incluídos: automóveis veículos
entre os dois países, o processo de internalização do Acor- com peso bruto total de até 8.845 kg (comerciais leves,
do foi mais longo no México que no Brasil, sendo que este chassis com motor, cabina e carroceria para estes veículos,
passou a vigorar somente a partir de 02 de maio de 2003, caminhões e chassis com motor e cabina com peso bruto
respeitando o limite de 30 dias após comunicação junto total de até 8.845 kg); tratores agrícolas, colheitadeiras,
a ALADI das duas partes, de acordo com a normativa do máquinas agrícolas autopropulsionadas e máquinas rodo-
tratado. ACE 53 foi internalizado à legislação brasileira viárias autopropulsionadas; e autopeças para os produtos
mediante Decreto no 4.383 de 23/09/2002, mas con- automotivos listados nas alíneas anteriores, inclusive as
forme o Capítulo XIV, o acordo só entrou em vigor após destinadas ao mercado de reposição.
incorporado à norma interna de ambos os países. O ACE 55, vigente desde o dia 01 de janeiro de 2003,
O ACE 53 conta também com protocolos adicionais consiste basicamente na redução recíproca das alíquotas
que são: 1) o estabelecimento do Regime de Solução de de Importação dos produtos automotivos que cumpram
Controvérsias; 2) a incorporação de nota ao Certificado com as disposições sobre origem constantes do Anexo II
de Origem, referente a produtos sujeitos a quotas tari- (Regra de Origem). Ampliações e ajustes, bem como pos-
fárias preferências; 3) a incrementação de preferência sibilidades de aprofundamentos bilaterais estão presentes
tarifária concedida pelo Brasil para o item Naladi/SH 96 neste acordo.
2917.36.00 Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O 9


10 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O
Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O 11
Seminário bilateral de
Comércio exterior e investimentos BRASIL MÉXICO
Av. General Justo nº 307 – Centro – Rio de Janeiro-RJ – Sede da Confederação Nacional do Comércio – CNC

Programa do Seminário: 8 de OUTUBRO de 2007

14h- Abertura dos Trabalhos: brasileiras no MEXICO e em presas mexicanas no BRASIL.


João Augusto de Souza Lima – Presidente da Federação das
Câmaras de Comércio Exterior – FCCE Presidente e pronunciamento especial:
Carlos Thadeu de Freitas Gomes – Chefe do Departamento
Sessão Solene de Abertura Econômico da CNC – ex-Diretor do Banco Central do Brasil

Presidente da Sessão:
Expositores:
IVAN RAMALHO – Ministro de Estado, interino, do
Luciene Ferreira M.Machado – Chefe do Departamento de
Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior
Comércio Exterior do BNDES
Pronunciamento especial: Embaixadora Dora Rodriguez – Representante permanente do
MEXICO junto à ALADI
Embaixador ANDRÉS VALENCIA – Embaixador Plenipotenciário do
Oldemar Lank – Superintendente de Projetos da SUFRAMA
MÉXICO

Componentes da mesa: Debates com o Plenário


Andrés Ordóñez – Cônsul-Geral do MÉXICO no Rio deJaneiro
Theóphilo de Azeredo Santos – Presidente da CCI e Presidente
do Conselho Superior da FCCE (intervalo para café – 10 minutos)
Carlos Thadeu de Freitas Gomes – Chefe do Departamento
Econômico da CNC – ex-Diretor do Banco Central 15h30 PAINEL II: As relações Brasil – México no setor
Gustavo Affonso Capanema – Vice-Presidente do Conselho energético.
Superior da FCCE
Embaixador Paulo Pires do Rio – Diretor-Conselheiro do A presença mexicana nas áreas de alimentos e bebidas
Conselho Superior da FCCE
Embaixadora Dora Rodriguez – Representante permanente do
MEXICO junto à ALADI Presidente do Painel:
Armando Meziat – Secretario de Desenvolvimento da Produção
14h30 PAINEL I: Oportunidades de investimentos do Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior
bilaterais; facilitação das operações de empresas – MDIC

12 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O


Moderador: Expositores:
Arthur Pimentel – Diretor de Comércio Exterior do MDIC Jovelino Gomes Pires – Presidente da Câmara de Logística da
Associação de Exportadores Brasileiros – AEB
Expositores: Oswaldo Trigueiros – Presidente do Conselho de Turismo da
CNC
Milton Costa Filho – Gerente-Geral da Petrobrás no México
Ernesto Silva – Presidente da Associação dos Empresários
18h Sessão Solene de Encerramento:
mexicanos no Brasil, e Presidente da FEMSA – Divisão
MERCOSUL
Presidente da Sessão:
Embaixador Andrés Valencia
Debates com o Plenário
Pronunciamento Especial:
17h PAINEL III: As exportações de serviços e
Wednes Costa – Coordenador-Geral de Negociações e Acordos
infraestrutura. O setor de Turismo
Comerciais do Brasil do MDIC
Presidente:
Componentes da mesa:
Embaixador Gonçalo de Mello Mourão – Diretor-Geral do Embaixadora Dora Rodriguez – Representante permanente do
Departamento do México, América Central e Caribe do MEXICO junto à ALADI
Ministério das Relações Exteriores – MRE
Andrés Ordóñez – Cônsul-Geral do MEXICO no Rio de Janeiro
Edson Lupatini – Secretario de Comercio e Serviços do MDIC
Pronunciamento especial:
João Augusto de Souza Lima – Presidente da FCCE
Edson Lupatini – Secretario de Comércio e Serviços do
Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior Lucia Maldonado – Vice-Presidente-executiva da Associação
– MDIC de Comércio Exterior do Brasil – AEB
Arlindo Catoia Varela – Vice-Presidente da FCCE
Moderador:
Coquetel:
Fabio Martins Faria – Diretor de Planejamento e
Desenvolvimento do Comércio Exterior do MDIC Homenagem ao Sr. ANDRÉS VALENCIA Embaixador
Plenipotenciário do MÉXICO

(*) A Confirmar 05.10

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O 13


ABERTURA

Da direita para esquerda: Ministra Dora Rodriguez, Embaixador Andrés Valencia e o Secretário-Executivo do MDIC, Ivan Ramalho compõem a mesa da
Sessão Solene de Abertura do Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos Brasil-México

Em busca do incremento nas


relações
Embaixador mexicano no Brasil e representante do MDIC abordam as
potencialidades existentes nos dois países para aumentar o comércio
bilateral
O presidente da Federação das Exterior (Decex) do MDIC, Arthur tos; o cônsul-geral do México no
Câmaras de Comércio Exterior Pimentel; o diretor do Conselho Rio de Janeiro, Andrés Ordoñez;
(FCCE) abriu os trabalhos da Sessão Superior da FCCE Paulo Pires do a representante do México junto à
Solene de Abertura do Seminário Rio; o vice-presidente do conselho Associação Latino-Americano para
Bilateral de Comércio Exterior e superior da FCCE, Gustavo Afonso o Desenvolvimento e Integração
Investimentos Brasil-México lem- Capanema, o conselheiro comercial (Aladi), Dora Rodriguez Romero;
brando aos presentes que o encon- e representante do ProMexico no e o secretário-executivo do MDIC,
tro era o 31º evento realizado pela Brasil, Roberto Diaz; o presidente Ivan Ramalho. Para presidência da
federação, que conta com apoio da Fensa e presidente da Associa- sessão foi convidado o Embaixador
institucional e a participação do ção dos empresários mexicanos no Plenipotenciário do México no Bra-
Ministério das Relações Exteriores Brasil, Ernesto Silva; o chefe do sil, Andrés Valencia, que proferiu,
também, o discurso inicial.
e do Ministério do Desenvolvimen- departamento econômico da Con-
to, Indústria e Comércio Exterior, federação Nacional de Comércio e
assim como com o auxílio das ex-diretor do BC do Brasil, Carlos
demais associações de classe estão Thadeu Gomes; o presidente da Relações bilaterais
nos apoiando. Em seguida, o presi- Câmara Internacional e presidente

O
embaixador iniciou a sua apresentação
dente chamou para compor a mesa do Conselho Superior da FCCE, fazendo agradecimentos especiais à
da sessão: o diretor de Comércio professor Teophilo de Azeredo San- FCCE pela iniciativa de organizar o

14 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O


seminário bilateral. Em seguida, Valencia Japão”, argumentou Valencia, ressaltando do Brasil, informou o diplomata. Na sua
fez um relato sobre o relacionamento eco- que o México é um dos dois únicos países avaliação, parte significativa desse quadro
nômico entre o México e Brasil. Segundo que tem acordo de livre comércio com esse se deve ao comércio no setor automotivo.
ele, as relações atuais entre os dois países país do leste asiático. Ele disse, ainda, que Não obstante esse resultado da balança, o
demonstram grande importância para todo ao longo desse período, os ajustes fiscais embaixador disse que os acordos firmados
o continente latino-americano. Ele disse que realizados pelo governo mexicano foram entre os dois países propiciaram um cresci-
o Brasil ocupa na América Latina posição de importantes para que o país conseguisse o mento do comércio entre México e Brasil.
principal parceiro comercial do México na investment grade, posição essa ainda ambi- Antes dos acordos, já havia se constatado,
região, apresentando um intercâmbio de cionada pelo Brasil. de 1995 a 2002, um crescimento de 123 %
comércio de quase US$ 6 bilhões em 2006, no fluxo comercial. Após a assinatura dos
equivalente a quase 30% do intercâmbio “México e Brasil não são países acordos de complementação econômica
mexicano com todos os países da Aladi. Por
outro lado, continuou o embaixador, o Mé- de economias periféricas. Em firmados, as trocas comerciais cresceram
xico é atualmente o sexto maior comprador termos de população, o Brasil 97%”, afirmou Valencia.
de produtos brasileiros no mundo, depois de representa 34% da população
Argentina, Estados Unidos, China, Holanda total da América Latina e o Estabilidade política
e Alemanha. “Esse intercâmbio tomou im- México representa 19%” O clima político entre os dois governos
portante impulso com a entrada em vigor, é marcado pela harmonia, segundo disse o
ANDRÉS VALENCIA
em 2003, dos acordos de complementação
embaixador. Para ele, os dois países vivem
econômica firmados na Aladi, (nº 53 e 55)
Fluxo comercial um dos melhores momentos nas relações
que são relativos ao setor automotivo”, disse
o diplomata. Valencia destacou, ainda, que bilaterais. “Pela primeira vez, em várias
As taxas de crescimento dos dois países, décadas, temos governos comprometidos
o Brasil é o principal destino dos investi- nos últimos anos, também se mostraram
mentos diretos mexicanos na região. “Os em unir as decisões políticas que permitam
muito semelhantes, conforme os dados
investimentos das empresas mexicanas no a celebração de novos acordos comerciais
apresentados pelo diplomata. Dentro desse
Brasil estão, ao todo, em US$ 13,8 milhões, entre os dois países. Podemos dizer que os
cenário, de 1990 a 2000, o Brasil cresceu a
conforme dados divulgados”, afirmou o atos políticos representam uma disposição
uma taxa média de 2,9%, enquanto o Mé-
diplomata. Este montante de inversões clara dos chefes de Estado de acelerar as
xico cresceu a uma taxa média de 3,1%. De
transformou o México no quinto país com negociações para aprofundar e ampliar os
2000 a 2006, contudo, o México cresceu a
maior investimento estrangeiro direto no acordos e fazer. Por isso, temos que implan-
Brasil. Contudo, num fluxo inverso, o in- taxas superiores a do Brasil. “México e Brasil
tar mecanismos específicos que permitam a
vestimento direto de empresas brasileiras não são países de economias periféricas. Em
celebração de novos acordos e superem os
no México ainda não é muito expressivo. termos de população, o Brasil representa
atuais obstáculos conjunturais existentes no
Segundo Valência, os IDEs de companhias 34% da população total da América Latina
nosso comércio”, disse Valencia. Como re-
brasileiras giram em torno de US$ 800 mi- e o México representa 19%. Em termos
sultado desse bom relacionamento político
lhões. “Isso é muito pequeno, considerando de PIB somados, representamos mais da
entre os dois países, concretizada pela visita
o potencial que as empresas brasileiras têm metade do PIB da América Latina. Em vo-
do presidente Lula ao México, em agosto
a investir no exterior, e, também, as possi- lume de comércio, representamos 58% do
de 2007, foi criado, na ocasião, o Comitê
bilidades que oferecem o México para essas total da região. Por isso, quando se fala em
de Monitoramento de Comércio Bilateral
empresas”, declarou. integração latino-americana e caribenha, se
Brasil-México, segundo informou o embai-
não falarmos, primeiramente, da integração
xador. “Foi formado um grupo de estudos ,
“Os investimentos das empresas Brasil-México, essa proposta regional não
com representantes dos governos juntamen-
fará sentido”, disse Valencia.
mexicanas no Brasil estão, ao te com o setor privado, que terá que analisar
todo, em US$ 13,8 milhões” “O Brasil, em 2007, continuou os distintos aspectos da relação econômica
ANDRÉS VALENCIA a demonstrar um crescimento bilateral para apresentar aos governos as
bastante satisfatório do seu suas conclusões”, conclui o embaixador que
Uma das vantagens apresentadas pelo passou a palavra para o secretário-executivo
comércio exterior. O que
palestrante para os empresários brasileiros do MDIC, Ivan Ramalho.
mudou neste ano foi o fato de
investirem em terras mexicanas é o número
de acordos de Livre Comércio que o México as importações brasileiras Buscar equilíbrio na balança
tem com 42 países. Dessa forma, empresas terem tido taxas de crescimento
comercial
brasileiras podem atuar nesse país usando-o superior a das exportações”
como plataforma de exportação para outros IVAN RAMALHO
O palestrante seguinte da Sessão de
mercados. “Estamos falando de mercados Abertura foi o secretário-executivo Ivan Ra-
como o NAFTA (Área de Livre-Comércio A balança comercial entre os dois paí- malho, que além de agradecer o convite para
Norte-Americano), a União Européia e o ses mostra que há um superávit em favor participar do evento, lembrou que o MDIC

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O 15


ABERTURA

tem atuado de forma intensa em todos os e existe espaço para um crescimento mais de empresas brasileiras em solo mexicano.
seminários realizados pela FCCE e, que, expressivo das importações”, afirmou Ra- Além disso, ele considerou que a corrente de
como em todos os seminários, o Ministério malho. Esse quadro superavitário também comércio entre os dois países - de US$ 5,7
divulgou um estudo realizado a respeito das é visto nas relações comerciais entre Brasil bilhões -, é muito abaixo do real potencial
relações comerciais entre Brasil e o México. e México, informou o secretário. As expor- existentes nas duas economias. “De fato,
“O Brasil, em 2007, continuou a demonstrar tações brasileiras têm tido, entretanto, um precisamos trabalhar para que possamos ter
crescimento bastante limitado, enquanto uma corrente de comércio superior até US$
um crescimento bastante satisfatório do
10 bilhões, até 2010. Isso é perfeitamente
seu comércio exterior. O que mudou neste que as compras de produtos mexicanos cres-
possível se conseguirmos ampliar os acordos
ano foi o fato de as importações brasileiras ceram aproximadamente 45%, em 2007.
existentes hoje e como também tomarmos
terem tido taxas de crescimento superior a Em relação aos fluxos de investimentos, outras medidas que facilitem o comércio
das exportações. O que é um dado positivo. Ramalho reconheceu que as inversões mexi- entre os dois países”. Após o término da sua
O Brasil tem um superávit na sua balança canas no Brasil são muito superiores quando apresentação, Ivan Ramalho deu por encer-
comercial algo em torno de US$ 40 bilhões comparadas com a entrada de investimentos rada a Sessão de Abertura do Seminário.

Dados do México

Capital: Cidade do México


Língua oficial: Espanhol
Estrutura de Governo:
Governo República presidencialista
Presidente: Felipe Calderón
Área territorial:
Total 1.958.201 km”
(14o maior país do mundo em extensão territorial)
População: 108.700,891 habitantes
(estimativa de 2007) PIB (em dólares): US$ 886,4 bilhões
Grupos étnicos: Mestiço 60%, índios 30%, Índice de inflação em 2007: 3,8%
brancos 9%, outros 1%
PIB/Per capita: US$ 12.500
Religião majoritária: Católica (76.5% da população)
Balança Comercial (2007)
População alfabetizada (Homens e mulheres com
mais de 15 anos que sabem ler e escrever): Total das Exportações: US$ 267.5 bilhões
Homens – 92,4% ; Mulheres – 89,6% Total das Importações: US$ 279.3 bilhões
Moeda: Peso mexicano Saldo: -US$ 5.414 bilhões (déficit)
Câmbio: US$ 1 = MXN 10,8 Fonte: Cia Factbook

16 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O


DPZ DPZ

DPZ DPZ
BNDES-exim.
BNDES-exim.
Tirar
Tirar
o seu
o seu
projeto
projeto
dodo
papel.
papel.
Esse
Esseé oé nosso
o nosso
projeto.
projeto.
Esse
Esseé oé nosso
o nosso
papel.
papel.

O BNDES-exim,
O BNDES-exim,
além
além
de ser
de ser
o mais
o mais
importante
importante
instrumento
instrumento
de financiamento
de financiamento
às exportações
às exportações
de produtos
de produtos
brasileiros,
brasileiros,

é também
é também
o caminho
o caminho
mais
mais
curto
curto
entre
entre
as empresas
as empresas
de serviços
de serviços
e o emercado
o mercado
global.
global.
Se você
Se você
trabalha
trabalha
comcom
projetos,
projetos,
obras,
obras,

desenvolvimento
desenvolvimento
de software
de software
e outras
e outras
atividades
atividades
na área
na área
de serviços,
de serviços,
consulte
consulte
as soluções
as soluções
BNDES-exim
BNDES-exim
e leve
e leve
seus
seus

conhecimentos
conhecimentos
parapara
o mundo.
o mundo.
Se oSeserviço
o serviço
da sua
da sua

empresa
empresa
é competitivo,
é competitivo,
comcom
o BNDES
o BNDES
apoiando
apoiando
ele ele

fica fiimbatível. Acesse


ca imbatível. www.bndes.gov.br/exportacao.
Acesse www.bndes.gov.br/exportacao.
P AINEL I

Incrementar as relações bilaterais


entre Brasil e México
Palestrantes do Painel I discutem mecanismos para aumentar o fluxo de
comércio e investimentos entre os dois países

Ministra Dora Rodriguez , Oldemar Ianck (Suframa) e Luciene Machado (BNDES) foram os palestrantes do Painel I do seminário

O Painel I do Seminário Bilate- Social (BNDES), Luciene Ferreira mos anos. “Houve, recentemente,
ral de Comércio e Investimentos Machaodo; a representante per- um investimento importante no
Brasil-México teve como tema: manente do México na Asssociação setor bancário. O banco mexicano
Oportunidades de investimentos Latina Americana de Integração Azteca vai começar a operar no
bilaterais; facilitação das operações (Aladi), embaixadora Dora Rodri- Brasil. Obviamente, o Brasil tem
de empresas brasileiras no México guez e o superintendente de Pro- oferecido excelentes oportunidades
e empresas mexicanas no Brasil. O jetos da Superintendência da Zona para os investimentos externos,
presidente do painel foi chefe do Franca de Manaus (SUFRAMA), mas é também necessário que o
departamento econômico da CNC, Oldemar Ianck. Brasil também invista no mercado
Carlos Thadeu de Freitas Gomes e a Para dar início aos trabalhos, o pre- mexicano”, disse. Em seguida, ele
sessão contou com os expositores: a sidente do painel disse, antes das passou a palavra para a chefe do De-
chefe do do Departamento de Co- palestras do painel, que a área de partamento de Comércio Exterior
mércio Exterior do Banco Nacional investimentos do México no Brasil do BNDES, Luciene Machado, a
de Desenvolvimento Econômico e vem crescendo de volume nos últi- primeira expositora do painel.

18 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O


Maior banco de fomento da AL outro setor que tem o respectivo apoio objetivos de financiamento à exportação
dos recursos do BNDES é o financiamento de longo prazo possam ser conciliados. É
representante do BNDES come- de bens de capitais, através dos programas a garantia de que o exportador exporte e
A çou o seu discurso fazendo um
breve retrospecto histórico da
instituição e ressaltando a posição
da Finame (linha financiamentos para
aquisição de máquinas e equipamentos
novos, de fabricação nacional). Essa linha
receba e que o importador pague a prazo,
em condições compatíveis”, explicou.
de líder latino-americano no setor consiste em dar apoio à inserção de em-
de financiamentos público. “Ficamos “Não trabalhamos com
presas estrangeiras no exterior, que focam
muito orgulhosos desse papel que em investimentos da capacidade produtiva, commodities e outros artigos
desempenhamos dentro da econo- na área de infra-estrutura e logística ou na de baixo valor agregado,
mia brasileira”, disse Machado. De formação de join-ventures com empresas mas sim de máquinas e
acordo com ela, a contribuição que de outros países.
o banco tem dado nos últimos 17 equipamentos, serviços de
anos de atuação internacional em engenharia, softwares, artigos
prol das empresas brasileiras, diz Linha de financiamentos
esses que necessitam grandes
respeito tanto à exportação quanto Luciene Machado revelou que a carteira
financiamentos como parte do
a apoio de investimentos no exte- do banco tem disponível hoje US$ 88 bi-
rior. “O BNDES ainda é a principal lhões de ativos totais, além de uma carteira pacote de comercialização”
fonte de crédito de longo prazo no de financiamentos de US$ 70 bilhões, com LUCIENE MACHADO
Brasil. Embora estejamos ansiosos desembolsos de US$ 24 bilhões, sendo
pela obtenção do investment grade que 25% desse total são destinados ao fi- A palestrante comentou que as taxas de
no Brasil, que chegará mais cedo ou nanciamento ao setor externo. Uma das financiamento estão atreladas pelo indexa-
mais tarde”. No entanto, apesar da principais linhas de financiamento de apoio dor Libor inglesa ou Treasure Americana,
maior oferta de crédito privado que à exportação do BNDES é o BNDES-Exim. somadas a um spread que é definido de
virá em razão dessa nova situação, “Essa linha é bastante procurada porque o acordo com o risco da operação. Em se
Luciene Machado afirmou que o empresariado brasileiro já descobriu que tratando do México, a representante do
BNDES ainda terá participação bas- exportar não é fruto de oportunismo ou BNDES disse que hás condições diferencia-
tante considerável dentro da econo- de câmbio favorável, mas sim de estratégia das para o importador governamental, em
mia brasileira, podendo até mesmo de longo prazo. Isso é uma realidade e, na última instância, e para empresas privadas.
conseguir relevância no processo de medida em que se entende que exportação “De qualquer forma, esse spread é bastan-
maior inserção internacional de em- significa faturamento e geração de emprego, te pequeno, até porque caso contrário o
presas brasileiras. “Estamos certos de é importante o apoio oficial”, afirmou. financiamento não seria competitivo com
que continuaremos a fazer nessa área Além do apoio às exportações brasileiras, outras ofertas de que dispõem os impor-
o que fazemos hoje, independente o BNDES é, desde 2003, a ponta de lança
da melhora do cenário econômico” tadores mexicanos”, disse.
do governo para o processo de integração
previu. da América Latina. A região, sem dúvida,
depende de muitos fatores além da questão
Garantias
do financiamento, mas que, para pesados A estruturação de garantias dos finan-
“O BNDES ainda é a principal
investimentos como aqueles exigidos no ciamentos também foi tratada pela pales-
fonte de crédito de longo prazo setor de infra-estrutura, são imprescindí- trante. Ela explicou que o BNDES opera
no Brasil. Embora estejamos veis. Os financiamentos, são, basicamente, com uma estrutura de garantia bastante di-
ansiosos pela obtenção do como uma fonte pública de recursos, que versificada e adequada ao tipo de operação
investment grade no Brasil, que focam em itens que demandam prazos e analisada. Ela revelou que a instituição não
taxas competitivas no mercado interna- tenta financiar a venda de uma pequena
chegará mais cedo mais tarde” cional para serem comercializados. “Não máquina para um importador de médio
LUCIENE MACHADO trabalhamos com commodities e outros porte mexicano, como se fizesse com um
artigos de baixo valor agregado, mas sim grande projeto de infra-estrutura. “Sabe-
Quanto às relações do BNDES com em- de máquinas e equipamentos, serviços de mos que são processos diferentes e que
presas mexicanas, a chefe do departamento engenharia, softwares, artigos esses que por isso eles têm garantias inteiramente
de comércio exterior da instituição disse necessitam grandes financiamentos como diferentes. Eu gostaria de chamar a aten-
haver três grandes áreas de potencial con- parte do pacote de comercialização”, disse. ção para o fato de que o BNDES funciona
tribuição que o banco pode atuar. Segundo Para ela, o grande desafio é dar a esses itens como um banco de segundo piso, temos
argumentou a palestrante, o BNDES atua condições competitivas, mesmo em merca- um relacionamento bastante estrito com
fortemente no Brasil, tanto no processo dos de baixo risco e que possuem grandes o sistema financeiro nacional, a ponto de
de implementação das novas capacidades ofertas de crédito como é o mercado mexi- esses bancos se tornarem repassadores do
produtivas quanto na sua modernização e cano. “Atuamos em duas frentes: a primeira crédito do BNDES, ou seja, concedemos
ampliação desse setor. “Assim, as empresas busca financiar os itens a serem exportados limites para esses bancos para que esses
mexicanas estabelecidas no Brasil podem e, assim, conseguir tornar os artigos mais bancos repassem a um custo competitivo
usufruir de facilidades de crédito no Brasil competitivos. A segunda, busca auxiliar o os recursos aos quais o BNDES dispõe”,
com recursos do BNDES”, comentou. O financiamento ao comprador para que os disse. Luciene Machado disse ainda que no

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O 19


P AINEL I

exterior o BNDES tem contatos com um ca amparados pelo mecanismo de regras, dos investimentos externos nos anos 70.
conjunto de 13 bancos em diversos países e que é um arcabouço institucional e legal “O México, então, se propôs a aprovei-
onde atua. “No México, os principais ban- interessantíssimo. Ele viabiliza investi- tar as oportunidades associadas como as
cos são componentes dessa lista, cujo aval mentos públicos e, de outro lado, tem em crescentes correntes de comércio e inves-
serve de garantia suficiente para suportar conta todas as limitações de endividamen- timento através da política de liberalização
uma operação de financiamento à comer- to com as quais todos os governos hoje e desregulação, tratando de fomentar a
cialização”. Ela comentou também que o se defrontam. É um mecanismo bastante competitividade das suas exportações para
Brasil possui um instrumento de seguro interessante que nós temos aí nos dedicado fazer do país um lugar mais atrativo para os
a estudar na solicitações que participamos investimentos produtivos”, disse.
de crédito à exportação. Há no país uma
junto com empresas brasileiras. A diplomata revelou que o processo
estrutura bastante definida calcada no FGE
O segundo ponto no qual também o de liberalização comercial acompanhou
(Fundo de Garantia à Exportação), que é a o esforço da abertura dos mercados
banco está trabalhando como parte da
forma de o Tesouro brasileiro oferecer aos externos. Foi através das negociações
política externa do governo é o de fo-
exportadores brasileiros a possibilidade de mento da utilização de biocombustíveis, multilaterais, bilaterais e regionais, que o
cobertura de riscos comerciais e políticos notadamente o etanol de cana-de-açúcar, México começou esse processo, primeira-
no exterior. afirmou Luciene Machado. A palestrante mente com o ingresso ao GATT em 1986,
disse que a ênfase na cana se dá em razão para continuar em 1992 com a assinatura
“Entendendo a globalização como de se prevenir os temores de se promover do primeiro dos doze tratados de livre
a integração comercial, financeira, o etanol de milho num país onde esse ali- comércio (TLCs) com mais de 40 países
de pessoas e idéias no mercado mento é considerado o principal item na (Américas do Norte e Latina, Europa
global. Num mundo globalizado pauta de segurança alimentar. “Para nós, e Ásia). “Assim como em vários outros
investimentos em etanol é viável e im- acordos de complementação econômica
as políticas e estratégias de de proteção e promoção recíproca dos
portante por motivos, não só do ponto de
desenvolvimento são inseparáveis vista ambiental, mas também econômico. investimentos, além de uma participação
da inserção externa” Temos uma capacidade de exploração de ativa comercial”.
DORA RODRIGUEZ petróleo e desenvolvimento e, ainda assim, Essa rede de apoio tem sido um dos
entendemos que é necessário utilizar todo pilares do crescimento econômico do
No âmbito da ALADI, existe um o óleo que geramos. O governo tem se México nos últimos anos e também para a
mecanismo extremamente importante dedicado a fomentar investimentos dessa estratégia de promoção e abertura para o
e denotativo do que pode ser um maior natureza no exterior, e o BNDES esta fortalecimento da competitividade, infor-
processo de integração que é o CCR. O vindo a reboque”, concluiu. mou a palestrante. Ela disse que isso pode
Brasil, segundo Luciene Machado, tem ser observado nas taxas de juros, nos índi-
utilizado bastante o mecanismo, e o com- Comércio exterior mexicano ces de inflação e no déficit público. “Todos
promisso assumido pelos BCs da região é esses dados estão em patamares muito
A segunda palestrante do painel foi a satisfatórios”, disse. Os TLCs constituem
visto como o melhor mitigador de riscos embaixadora Dora Rodriguez, represen-
existente. “O CCR tem sido um mecanis- um quadro jurídico de comércio exterior
tante permanente do México na Aladi. de longo prazo. Para ela, esses mecanismos
mo importante toda vez que a gente fala De início, ela ressaltou a importância do
de exportação para países dessa região e garantem segurança a todos os agentes
comércio exterior e desenvolvimento econômicos, incluindo os exportadores
o México está incluído nesse processo”, econômico na história da humanidade,
disse a palestrante. investidores e consumidores, gerando,
processo esse que ganhou força com o assim, importantes oportunidades de
Além dessas garantias apresentadas, a surgimento da globalização. “Entendendo a
expositora mencionou outras modalidades negócios. “A abertura gera uma demanda
globalização como a integração comercial, de produtos mexicanos a um mercado de
de garantias, sobretudo para as exporta- financeira, de pessoas e idéias no mercado
ções ao México, uma vez que o país apre- mais de 1 bilhão de consumidores poten-
global. Num mundo globalizado as políti- ciais e isso tem permitido aproveitar as
senta baixo risco político e econômico e cas e estratégias de desenvolvimento são
essa situação permite que se ofereçam mais economias de escala com base nos pontos
inseparáveis da inserção externa”, comen- fortes da nossa economia, assim como
alternativas e possibilidades de trabalhar tou a diplomata.
outros tipos de garantias. “Aproveitan- incentivamos à especialização da economia
Ela relatou que, a partir da década de mexicana em alguns setores produtivos”,
do a interlocução que temos tido para 1950, a política comercial do México fez
aprofundar as conversações iniciadas pelo afirmou Rodriguez.
parte de uma estratégia para resolver os
presidente Lula em sua última viagem ao problemas do país latino-americano, da
México é preciso reforçar dois tópicos. O Maior inserção internacional
necessidade de desenvolvimento interno e
primeiro deles é enfatizar os projetos de fazer frente a uma economia internacional A produção de bens de maior valor
infra-estrutura e, na verdade, nos congra- mais globalizada. O México, assim, come- agregado, e que demandam mais tecno-
tulamos com a realidade mexicana, que foi çou um programa estrutural para corrigir logia, mão-obra qualificada e produtos de
extremamente hábil, na nossa avaliação, as distorções do modelo de substituição de alta qualidade que cumprem com os mais
em criar mecanismos de contratação públi- importações dos anos 50, e que foi o freio altos requisitos e normas internacionais são

20 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O


também objetivos traçados pelo México. comerciais entre as partes, impulsionar países para um trabalho conjunto e benefício
Ela contou que o comércio internacional do o desenvolvimento e diversificação do recíproco”, concluiu.
México atingiu US$ 506 bilhões em 2006, comércio com o objetivo de intensificar
sendo que as exportações somaram mais a complementação econômica, estimular Zona Franca de Manaus
de US$ 250 bilhões no primeiro semestre os fluxos de investimentos e incentivar a A última exposição do painel ficou a
de 2007, o que significou quase cinco ve- participação dos setores privados. Esse é o cargo do superintendente de Projetos da
zes mais quando comparado aos números nosso acordo marco bilateral”, disse. Superintendência da Zona Franca de Manaus
de 1993, e 17% a mais do que o mesmo (SUFRAMA), Oldemar Ianck. Ele começou
período do ano anterior. “O México é o Incrementar a diversificação do a sua apresentação fazendo um relato sobre a
10º exportador mundial e o primeiro na comércio estrutura da Zona Franca de Manaus. Ianck
América Latina. As exportações são tidas A diplomata destacou também o apoio explicou que a área da SUFRAMA foi conce-
como o motor de crescimento econômico dos governos em programas e tarefas de dida, primeiramente, dentro de um aspecto
e contribuem com 41% do PIB do nosso divulgação e promoção comercial, o que, bastante generalista. “Eu costumo dizer que
país. Além disso, esses acordos possibilitam segundo ela, facilita a atividade de missões na SUFRAMA nós tratamos de assuntos tão
as importações de insumos competitivos”, comerciais, organização de feiras e exposi- diferentes como plantações de couve, pas-
afirmou. Ela disse ainda que a rede de TLCs ções, realização de seminários. “Enfim, tudo sando para TV digital e outros itens de alta
firmados pelo México ajudam a fornecer aquilo que constitua como apoio para o rela- tecnologia. Dentro desses pontos distantes
seguridade jurídica aos investimentos es- cionamento comercial entre os dois países”, acontece muita coisa, e a SUFRAMA, que
trangeiros e tem sido um instrumento eficaz afirmou. No entanto, ela chamou atenção ao atua como uma agência de desenvolvimen-
na atração de capitais positivos para o nosso fato de se estimular o fluxo comercial entre to, é sempre chamada a atuar”, afirmou. O
país. “Os Investimentos estrangeiros diretos os dois países. “Vejamos as oportunidades. território da atuação da Zona Franca está
(IEDs) foram fundamentais na estratégia O comércio bilateral entre os dois países localizado dentro do interior da Amazônia
de desenvolvimento do México. Além de cresceu muito nos últimos quatro anos,
impulsionar a geração de mais empregos, é brasileira, que responde por 59% do terri-
mas ainda está muito concentrado. Os dez
um importante veículo para a transferência tório brasileiro. A área apresenta diversas
principais produtos da corrente bilateral
de tecnologia assim como promotor de informações dentre as quais, a presença de
constituem quase 60% desse comércio e
projetos que melhoram a infra-estrutura. alguns recursos minerais, como o petróleo.
mais de 50% no caso das importações do
Nos últimos 12 anos, o México recebeu Iank disse que a Petrobras tem feito estu-
México”.
U$ 216 bilhões em investimentos diretos”, dos para explorar de petróleo dentro da
Em matéria de investimentos e alianças
comentou a diplomata. floresta amazônica. “A previsão é que haja
estratégicas, ela citou três setores em que
tanto o México como o Brasil conseguiram um processo de exploração a 500 km de
Brasil e México atingir um bom nível de especialização: Manaus. E o petroleo será refinado numa
As relações Brasil e México também ser- automotivo e auto-peças, eletro-eletrônico refinaria localizada na capital amazonenses
viram de comentários elogiosos por conta da e aeronáutico. De acordo com Rodriguez, é com capacidade de refinar cerca de 54 mil
palestrante. Para ela, como ambos os países importante levar em conta a potencialidade barris/dia”, declarou. O superintendente
são membros da Aladi, diversos acordos com das duas economias que são as maiores da disse ainda que está sendo construindo um
preferências tarifárias foram assinados, o que América Latina para a análise das oportu- gasoduto que vai ligar essa região produto-
facilitam o intercâmbio comercial entre os nidades de comércio e investimento. “O ra de petróleo até Manaus. Esse gasoduto
dois países. “Esses acordos são: a preferência comércio total dos dois países representam vai ficar pronto em meados de 2008 com
tarifária regional, conhecida como a PTR quase 80% do total dos 12 países que com- a produção estimada preliminarmente de
nº 4; e os acordos de complementação põem a Aladi. Mas o nosso comércio bila- cinco milhões de m3/dia.
econômica 53, 54 e 55”, disse. Pela PTR, teral representa menos de 1% do comércio Em seguida, o expositor traçou um breve
ambos os países aplicam a quase 90% do internacional. Nossa localização geográfica histórico da Zona Franca. Ele contou que
universo tarifário uma preferência de 20%. é estratégica. Temos uma fronteira de 3 a área foi estabelecida através do decreto-
Esse acordo vigora desde 1990. Já os demais mil km com os EUA, a maior economia lei 3.173/57 e que por trás de toda essa
acordos mencionados, ela informou que eles do mundo. Isso permite que as empresas legislação existiu uma filosofia, assim como
foram assinados em 2002, entre o México estabelecidas no México exportem os seus fundamentos econômicos. “Os fundamentos
e os quatro países do Mercosul. O acordo produtos e serviços aos EUA e ao Canadá, econômicos da Zona Franca estão contidos
54 trata-se de uma base de conversações com baixos custos de transporte e acesso nos estudos da CEPAL (Comissão Econô-
para criar uma ALC entre o México e os preferencial a esses mercados. O Brasil, por mica Para a América Latina e o Caribe)em t
países do Mercosul e, nesse mesmo ano, sua parte, tem fronteira com quase todos estudos feitos por Raul prebsch e Celso Fur-
foi assinado o acordo 53 e 55. “O acordo os países da América do Sul e tem acesso tado. Faço questão de mencionar isso, pois
de complementação econômica (ACE 53) a quase todos esses mercados. Espero que muitas vezes pensa-se que a Zona Franca é
tem como objetivo estabelecer normas e essas informações possam contribuir para algo perdido, sem base científica ou técnica”,
disciplinas para as relações econômicas e estimular os empresários dos nossos dois afirmou. Ianl acrescentou que o processo de

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O 21


P AINEL I

criação da área englobou as idéias cepalinas 2023”, completou Iank. como existe uma redução de impostos,
da substituição das importações. Ele citou O superintendente ressaltou que, ini- isso acaba também por gerar constitui uma
ainda que a Zona Franca tem como objetivo cialmente, a Zona Franca foi concebida grande base de tributação local”, disse o
criar na região amazônica setores industrial, como uma simples área de comércio em superintendente.
comercial e agropecuário. Manaus e, posteriormente, alguns efetivos Para a instalação das empresas que ope-
foram determinados para o interior da ram na Zona Franca, estabelece-se, segundo
Amazônia e para a regiao denominada Iank, uma série de exigências “Está tudo
História Amazônia Ocidental. Essa região constitui estipulado em legislação própria, portarias
Levantando uma perspectiva histórica os estados do Amazonas, Acre, Rondônia e segmentos e que fazem a base da nossa
mais remota, Iank lembrou que Manaus e Roraima. A partir dos anos 90, ganhou legislação. Apenas para ilustrar a aprovação
teve o seu apogeu entre os anos de 1880 abrangência com a inclusão de pequenas de um projeto industrial para cada indústria
até os anos 1912-1915, por intermédio da áreas de fronteiras com a Bolívia, Peru e que lá se instala, é formado um colegiado
exploração da borracha. Com grande peso Colômbia e áreas da Amazônia Oriental - o Conselho de Administração da Suframa
na balança comercial do País, ela era man- como Macapá e Santana. “Na verdade, - que é presidido pelo Ministro do Desen-
tida pela exportação muito propriamente essa área toda não é mais uma simples volvimento a Indústria de do Comércio
desse produto. No entanto, o processo zona franca. O próprio Mercosul a trata Exterior, além de mais oito ministros,. go-
entrou em declínio a partir do cultivo de como área brasileira especial , onde os vernadores da região, prefeitos das capitais,
seringais na Ásia, em especial na Malásia, incentivos fiscais são ainda enunciados es- representantes de classes trabalhadoras e
fazendo com que a região amazônica fi- pecificamente para cada um desses pontos classes produtoras”, declarou. Ele acres-
casse praticamente abandonada. Apesar geográficos”, declarou Iank. centou dizendo que hoje atuam na Zona
de um efêmero desenvolvimento durante Franca de Manaus cerca de 450 indústrias,
a Segunda Guerra Mundial, em razão da “Eu costumo dizer que na gerando cerca de cerca de 100 mil empre-
tomada dos seringais da Ásia pelos japo- gos diretos e 500 mil empregos indiretos
SUFRAMA nós tratamos de
neses, os aliados buscaram o suprimento através das cadeias produtivas integradas
de borracha na região. Dessa forma, houve assuntos tão diferentes como
ao Pólo Industrial de Manaus.
uma breve revitalização do processo de ex- plantações de couve e vaca, O incremento tecnológico também está
trativismo. Décadas mais tarde, criou-se, a passando para TV digital e na pauta de projetos da Suframa. Segundo o
partir de estudos, projetos de inclusão de outros itens de alta tecnologia” superintendente, há em curso um processo
desenvolvimento regional. Assim, surgiu OLDEMAS IANCK de acumulação de tecnologia, através de
na região do nordeste a Sudene, e na região estudos feitos em parceria com a Fundação
da Amazônia, a Sudam, com incentivos Ao longo das décadas, a cidade de Getúlio Vargas, com base na inovação de
fiscais específicos. Em 1967, foi criada a Manaus recebeu um pacote mais robusto tecnologia em equipamentos e produtos
Zona Franca de Manaus. dos incentivos fiscais. Nessa capital, foram “São processos bastantes complexos e te-
“Eu faço questão de ressaltar que a Zona instaladas duas áreas: a primeira área deno- mos inclusive empresas nacionais da área
Franca está presente na Constituição de minada de distrito industrial, com 1.700 de eletrônica que estão trabalhando para
1988, no artigo 3º, que estabelece como hectares; e a segunda, com expansão de a melhoria e avanço tecnológico desenvol-
objetivos fundamentais da República Fe- 5.700 hectares, onde há um processo de vendo desde o desenho, design, lay out e
derativa do Brasil, a construção de uma ocupação já bastante acelerado. “ A cidade da formauilação de moldes e matrizes, até
sociedade livre, justa e solidária, erradicar de Manaus, que nos anos 70 tinha em tor- matérias primas e peças. Esses processos
a pobreza e a marginalização e reduzir as no de 250 mil habitantes, hoje possui 1,8 advindos dessa abertura para o exterior de
desigualdades sociais e regionais”, afir- milhão. Isso gerou uma demanda agregada toda a produção integrada online com as
mou o expositor. Dessa forma, declarou bruta por bens e serviços, e que faz com matrizes e uso de equipamentos de alta
ele, a Zona Franca de Manaus tem de ser que sejam importados bens das áreas de tecnologia e automação”, destacou.
encarada como um projeto de Estado e comestíveis e bebidas. Com a concretiza- Em termos financeiros, Iank apresen-
não de governo. “No próprio artigo 40 ção do projeto multimodal Manta-Manaus, tou um quadro que ilustra a evolução do
do Ato das Disposições Constitucionais certamente esse comércio vai ficar muito faturamento da Zona Franca. Em 2006,
Transitórias, estava previsto que a Zona mais avançado”, afirmou. área registrou lucro de US$ 22,9 milhões
Franca de Manaus iria atuar, com suas ca- O expositor detalhou, em quadro apre- no ano passado. Segundo o expositor, é
racterísticas de área de livre comércio, de sentado, os incentivos fiscais praticados na interessante notar o valor agregado dentro
exportação e importação, e de incentivos região. O único que apresenta isenção total dessa produção. “Dos US$ 22.9 milhões,
fiscais, pelo prazo de vinte e cinco anos, é o IPI (Imposto Sobre Produtos Industriali- nós importamos US$ 5,8 milhões em
a partir da promulgação da constituição”, zados) e a área conta também com parceria componentes, peças e outras matérias
afirmou. “Mas depois, com a Emenda com o estado do Amazonas para que tenha primas. Assim, tirando esse montante de
Constitucional 42, foram acrescidos dez uma contrapartida no ICMS (Imposto so- importação, teremos um valor agregado
anos ao prazo fixado no art. 40 do ADCT, bre Circulação de Mercadoria e Serviços) bruto, em termos genéricos, US$ 17 mi-
ou seja, ela ficará constitucionalizada até cobrado pelo governo local. “Na verdade, lhões aproximadamente, sendo que cerca

22 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O


de R$ 5 milhões foram destinados para pa- da avaliação empírica sobre a preservação ainda que esse distrito agropecuário ini-
gamentos de impostos muncipais, estaduais ambiental propiciada pelo pólo e fazer um cialmente tinha grandes investimentos na
e federais”, completou. Para demonstrar a levantamento científico para que sejam área de seringais, mas que por problemas
importância do pólo como base de arreca- comprovados esses aspectos positivos”. técnicos não foram adiante. A partir daí,
dação de impostos, em 2006, cerca de 65% a Suframa passoou a dar mais atenção ao
de todos os impostos auferidos na região Exportações pequeno produtor agrícola. Ele contou
norte são provenientes no PIM. que Rondônia é um caso de sucesso. “Nesse
Dentro da política de comércio exte- estado, houve um processo de colonização
Outro dado mencionado pelo pales- rior planejado pelo governo brasileiro,
trante do painel refere-se à adequação de em 1970, e hoje ele tem na agricultura
encontram-se na Zona Franca o Centro de familiar o seu grande trunfo. Há hoje um
certificados de qualidade. O processo de Tecnologia do Pólo Industrial de Manaus e
certificação ISO 9000 é obrigatório para rebanho bovino de aproximadamente duas
o Centro de Biotecnologia do Amazonas. milhões de cabeças. Isso ajudou a fazer que
empresas de médio e grande porte. Algu- Iank explicou que o CT-PIM foi formu- Rondônia tenha a 5ª melhor distribuição de
mas empresas, porém, já estão passando lado com base no convênio firmado com renda do país, segundo o IBGE. Por isso, o
pelo processo de certificação do ISO 14000. a Universidade Federal de Santa Catarina, nosso foco é o atendimento ao pequeno
“É uma inserção internacional extrema- a partir de estudos da FGV. Há trabalhos agricultor, com lotes de terras variando de
mente necessária para que os produtos para que essa tecnologia existente esteja 25 a 100 hectares”, disse. “Todavia, ainda
consigam atingir, por exemplo, o mercado adequada ao local e se espraia. O CT, estão previstas atividades para grandes
europeu. Esse é o sistema de absoluta comentou ele, tem como missão promo- produtores rurais, para os quais o limite
sustentabilidade em termos ambientais, ver a geração, o domínio e a aplicação de máximo de terreno é de 2.500 hectares”,
sociais e econômicos.É isso que está sendo conhecimentos científicos e tecnológicos acrescentou.
pedido hoje no processo de globalização”, avançados e inovadores, em parceria com Os principais produtos desenvovidos no
analisou Iank. instituições locais, nacionais e internacio- distrito são: banana, mandioca, avicultura
As exportações também foram desta- nais, contribuindo para o desenvolvimento e psicultura, esse último, visto como um
cadas pelo superintendente. De acordo econômico, ambiental e social sustentado setor de alta potencialidade. “Estamos num
com ele, a partir dos anos 90, o Pólo In- da Amazônia ocidental e, em particular, do processo de ampliação da psicultura para
dustrial da Amazônia começou a agregar pólo industrial de Manaus. uma área para mais de 160 hectares. Nesse
valor e foi se tornando um pólo também Já o CBA foi colocado dentro da política segmento, vai se tornar uma cadeia produ-
de exportações. “Em 1996, exportamos industrial. e tecnológica de comércio exte- tiva absolutamente regional, onde a tecno-
em torno de US$ 200 milhões e quase rior, como uma visão de futuro. No entanto, logia será totalmente desenvolvida, tendo
dez anos depois alcançamos o pico de US$ assegurou o expositor, já há muitas coisas por trás a EMBRAPA”. Ele citou ainda um
2,143 milhões”.Além disso, observou Iank, acontecendo em termos de biotecnologia. outro projeto que visa à interiorização do
os resultados positivos do pólo industrial “Isso é uma ponte entre a pesquisa pura desenvolvimento. Segundo Iank, o projeto
resultou em produtos de alta tecnologia e feita pelos grandes centros e faz com que tem como base um estudo encomendado à
uma diversificação da atividade econômica, essa pesquisa básica passe a ser uma pesquisa FGV, que dividiu o território em 19 sub-
mais apreciada e se fomente a incubação regiões. Em cada sub-região dessa existe um
assim como a criação de uma mão de obra
de empresas de base tecnologia. Esse é o mapeamento das suas potencialidades.
especializada e melhoria na infra-estrutura
grande caminho do nosso desenvolvimento, O processo de intervenção desse espaço
– estradas, rodovias, portos e aeroportos
baseado na biodiversidade”, afirmou. econômico, conforme ressaltou o expositor,
“Temos uma infra-estrutura cada vez mais
Passando do Pólo Industrial e Tecno- se dá através de Arranjos Produtivos Locais
robustecida”, disse. lógico para o Distrito Agropecuário, o (APLs) e, em parceria com os governos
Há ainda, segundo avalia o expositor, superintendente da Suframa mostrou, no estaduais e municipais, entidades como o
um efeito colateral no fator de preser- mapa exibido no seminário, a localização Sebrae, Banco do Brasil, Caixa Econômica
vação da Floresta Amazônica, uma vez dessa área agrícola e rural. Ela fica dentro Federal e outros entes da parte de ensino,
que se criou em Manaus uma atividade do polígono da Zona Franca, numa área de pesquisa serão desenvolvidas as estruturas
econômica na qual a mão de obra pode ser aproximadamente 589 mil hectares. No das APLs. Ele mencionou como um exem-
utilizada sem precisar fazer uso da floresta local, há grandes centros de pesquisa como plo de sucesso APL é área de açaí em Co-
de forma predatória, de maneira que acaba o INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da dojás (AM), onde houve um tratamento a
se tornando um assunto a ser explorado Amazônia), EMBRAPA- (Centro de Pes- partir do conhecimento da potencialidade
com mais profundidade. “A exploração do quisa Agroflorestal da Amazônia Ocidental do produto, passando de um processo de
aspecto da manutenção e preservação da – CPAA), IBAMA- Instituto Brasileiro do extrativismo simples para formação de co-
Amazônia, que está na pauta de todos os Meio Ambiente e dos Recursos Naturais operativas de processo de coleta, seletivo e
foros internacionais, fez que pensássemos Renováveis), CEPLAC (Comissão Executi- de industrialização, agregando valor social
em criar um selo no qual a empresa agregue va do Plano da Lavoura Cacaueira), UFAM e ambiental. Por fim, Iank ressaltou que há
valor ambiental aos seus produtos. Já há (Universidade Federal do Amazonas). em andamento projetos que viabilizem o
estudos avançados. Assim, temos que pegar O superintendente da Suframa contou potencial turístico da Zona Franca.

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O 23


P AINEL II

Comércio e energia
Painel aborda a importância do fluxo de investimentos mexicanos no Brasil e
a atuação da Petrobras no México

Ernesto Silva (presidente da Femsa), Armando Meziat (MDIC) e Milton Costa (Petrobras) debatem as relações mexicano-brasileiras nos setores do
comércio e energia

As relações Brasil – MEXICO no setor energético e painel, diznedo logo no início da sua apresentação que
a presença mexicana nas áreas de alimentos e bebidas México e Brasil vêm apresentando forte desenvolvimento
foram os temas abordados no Painel II do Seminário dentro das suas áreas geográficas naturais. No entanto,
Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos Brasil- segundo o expositor, os dois países estão tendo as suas
México. Para presidir a sessão, foi convidado o secretario inserções na economia mundial reduzidas, sobretudo
de Desenvolvimento da Produção do Ministério do em função das presenças da China, Índia e Rússia no
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior plano de concorrência econômica internacional. “O
(MDIC),Armando Meziat, e o painel teve como moderador México é, claramente, líder no norte da América
o diretor de Comércio Exterior (Decex) do MDIC, Latina e o Brasil é líder na América do Sul. Porém,
Arthur Pimentel. Expositores: Milton Costa Filho – não é suficiente. México e Brasil necessitam voltar a
Gerente-Geral da Petrobrás no México; e Ernesto Silva, olhar-se para mudar de paradigma e capturar novas
presidente da Associação dos Empresários mexicanos oportunidades de crescimento e progresso de suas
no Brasil, e Presidente da FEMSA – Divisão Mercosul. economias. México e Brasil devem olhar-se como
O executivo Ernesto Silva foi o primeiro a discursar no sócios, como aliados sinérgicos”, disse Ernesto Silva.
24 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O
de 40 países é também um fator positivo
que pode estimular as relações bilaterais
Brasil-México. Uma vez que esse país tem
Tratados de Livre Comércio com diversos
países, empresas brasileiras podem utilizar
o México como plataforma de exportação
de seus produtos para mercados atraentes,
como o dos Estados Unidos.

Nova dinâmica
As visitas do Presidente Filipe Calderón
ao Brasil, em 2006, e do secretário de
Economia do México, em julho de 2007,
assim como a visita do Presidente Luiz
Inácio Lula da Silva ao México, em agosto
de 2007, para Nuevo León e Cidade do
México, representam, na visão de Ernes-
to Silva, uma nova dinâmica nas relações
Ernesto Sila (presidente da FEMSA) diz que empresas mexicanas apostam no potencial da economia político-empresariais entre os dois países.
brasileira De acordo com o executivo, os primeiros
resultados dessas visitas foram: a revisão
para ampliar o ACE-53, investimentos
México no Brasil Brasil são superiores a US$ 15 bilhões, brasileiros em Nuevo Leon, entendimen-
e eles são oriundos principalmente dos tos na área de negócios de exportação e

E
m seguida, o executivo traçou o
setores de Telecomunicações, Bebidas e importação entre São Paulo e Nuevo Leon
quadro da presença das empresas
Alimentos, Eletrodomésticos, Hotelaria, e a assinatura de Protocolo de Cooperação
mexicanas no Brasil. Ele preside a
Autopeças, Química e Informática. De entre Monterrey e a Prefeitura de SP. “Nes-
ASEMEXBRA (Associação dos Empresá- acordo com Ernesto Silva, só a Coca-
rios mexicanos no Brasil), associação sem se contexto, a ASEMEXBRA e a FEMSA
Cola FEMSA e a FEMSA Cerveja Brasil atuam na construção de pontes entre Brasil
fins lucrativos e que tem como objetivo, investem no Brasil cerca de US$ 2 bilhões e México”, disse.
segundo informou Ernesto Silva, lograr ao ano. “O México é o maior investidor
o desenvolvimento das empresas mexi- no Brasil entre os países em desenvol-
canas no Brasil e das relações bilaterais vimento”, afirmou. Em contrapartida, Geografia econômica
entre México e Brasil. A associação reúne Ernesto Silva disse que os investimentos Para os investidores brasileiros, Ernes-
também empresários brasileiros que te- brasileiros no México ainda são pequenos, to Silva citou as regiões de Nuevo Leon,
nham alguma relação de negócio com o totalizando, segundo ele, cerca de US$ 1 Monterrey e Cidade do México como
México. Entre as empresas associadas da bilhão ao ano. áreas que podem ser aproveitadas para
ASEMEXBRA estão: FEMSA, Embratel, investimentos em razão das suas posições
Claro, Bimbo Softtek, Aeroméxico, Jugos “O México é o maior investidor estratégicas. Nuevo Leon está localizada
del Valle, Xignus-Yasaki do Brasil,Grupo no Brasil entre os países em no principal corredor logístico Norte-
Posadas (Caesar Park), Dako Eletrodo- desenvolvimento” Americano, gerando, assim, facilidade de
mésticos, entre outras. “Os membros da exportação aos EUA, pois está próximo
ERNESTO SILVA
ASEMEXBRA aportam, voluntariamente, aos portos do Golfo do México e Oceano
seu tempo, talento e esforço para propiciar Pacífico. A capital, Monterrey, está somen-
O comércio exterior também foi te a 200 Km da fronteira com o estado do
o desenvolvimento de uma rede de con-
abordado pelo palestrante. O executivo Texas. Só a cidade do México tem uma
tatos empresariais e sociais que facilite o
ressaltou a importância do México como população de 24 milhões. Também fica
intercâmbio de experiências e a estância destino das exportações brasileiras. Em próximo dos portos no Golfo do México
e imersão cultural dos mexicanos que 2006, as exportações Brasil a México US$ ou no Pacífico. “Exemplos de possíveis
residem no Brasil”, afirmou. 4,44 bilhões México a Brasil US$ 1,31 oportunidades entre México e Brasil têm
bilhões. É o quarto saldo comercial mais que ser avaliadas”, disse. Na avaliação de
Relações bilaterais favorável do Brasil com um superávit de Ernesto Silva, incentivos para investimen-
entre México e Brasil US$ 3,13 bilhões. A condição mexicana de tos diretos nos dois países, desenvolvimen-
Os investimentos diretos mexicano no propiciar um mercado aberto para mais to de parcerias para aproveitar relações

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O 25


P AINEL II

comerciais domésticas e de exportação


do México e Brasil (TLCs), ampliação do
acordo de cooperação entre a Petrobras e
Pemex para exploração de gás natural no
nordeste do México e a transferência de
tecnologia e desenvolvimento da produção
de biocombustível , além de parcerias para
produção de óleo de mamona em zonas
semi-áridas no Nordeste do México, a
utilização do aeroporto internacional de
Agualeguas para manutenção de aviões
e incentivos para programas culturais,
executivos e turismo são áreas nas quais
se vislumbram grandes oportunidades para
o fortalecimento das relações bilaterais
brasileiro-mexicanas.

“O México tem que acreditar no Milton Costa Filho, gerente geral da Petrobras-México, palestra sobre a atuação da empresa no
Brasil e o Brasil no México. Há México
quatro anos, a
FEMSA acreditou no Brasil e plementação da oferta e da demanda pela negócios. Fazemos o mesmo convite aos
chegou para ficar” sazonalidade e demanda doméstica com empresários brasileiros. Recordando que
massa crítica e economia de escala e tem Brasil e México estão destinados a ser: Os
ERNESTO SILVA
a “latinidade” como denominador comum. Leões da América”, disse, concluindo a sua
“O México tem que acreditar no Brasil apresentação.
e o Brasil no México. Há quatro anos, a
Complementaridade e parceria FEMSA acreditou no Brasil e chegou para As atividades da
O entendimento de que México e Bra- ficar. Nesse período, o Brasil nos brindou Petrobras no México
sil não são países de economias rivais e que com um ambiente propício para crescer e O segundo palestrante da sessão foi
têm um destino comum podem ajudar a progredir, nos ofereceu excelentes oportu- o gerente-Geral da Petrobrás no Méxi-
traçar estratégias que visam implantar a nidades de criação de valor; e, sobretudo, co, Milton Costa Filho. No início da sua
complementaridade, assim como parcerias recebemos do Brasil o mais importante: apresentação ele falou das atividades da
sinérgicas entre os dois países, argumentou o valor de sua gente Por isso, convidamos estatal de petróleo brasileira no México.
Ernesto Silva. Para ele, os desafios compar- aos empresários mexicanos a conhecer e Costa Filho revelou que a Petrobras tem
tilhados podem garantir um crescimento confiar no Brasil e desenvolver alianças e contratos de obra pública financiada com
econômico superior a 5-6% por ano, pois
propiciará maiores investimentos em infra-
estrutura e educação, e o desenvolvimento
das vantagens comparativas e competitivas Plano de Investimentos da Petrobrás 2008 – 2012
para se contraporem a China, Índia e Rús-
(100% = 112.4 bilhões de dólares)
sia. “Brasil e México precisam olhar um
ao outro como “aliados sinérgicos” para
atacar os mercados em que cada país já tem
estabelecidas fortes relações comerciais, e
ˆœVœ“LÕÃ̉ÛiˆÃ ,/
ÊÓÈ]ί
assim, consolidarem-se como as potências
£]ί
latino-americanas complementarias a nível
mundial”, declarou.
œÀ«œÀ>̈ۜ
Ernesto Silva disse que essa parceria Ó]ί
complementar é bastante plausível, uma ˆÃÌÀˆLՈXKœ
vez que México e Brasil possuem dispo- Ó]ί
nibilidade de matéria prima, infra-estru- *iÌÀœµÕ‰“ˆV>
tura e tecnologia desenvolvida, r ecursos Î]n¯ E ÊÈ]ä¯
humanos, localização geográfica, com-

26 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O


a PEMEX (estatal petrolífera mexicana) ambiente. Como exemplo desse plano de leo. “Como resultado da situação atual do
para a extração de gás associado em dois cooperação em conjunto com empresas setor energético do México, especialmen-
blocos: Cuervito e Fronterizo. “Os contra- mexicanas, o gerente da Petrobras citou as te no setor de hidrocarbonetos, teve início
tos são em sociedade com as companhias atividades de empresas brasileiras no setor um processo de reflexão - debate sobre o
Diavaz (Mexicana) e Teokoku (Japonesa) petroquímico do México. “Eles - os planos modelo de exploração de petróleo que o
e a duração dos contratos, firmados em de cooperação tecnológica - se realizam Estado mexicano tem seguido há quase 70
2003, é de 15 anos”, disse o gerente da no Grupo Unigel, PEMEX Petroquímica, anos”, afirmou o gerente. Ele disse ainda
Petrobras. Oxiteno, Producción de petroquímicos”,
afirmou o gerente. “Eles - os planos de cooperação
“Brasil e México estão Já em relação aos investimentos, o pa- tecnológica - da Petrobras
destinados a ser: Os Leões da lestrante apresentou um quadro no qual se realizam no Grupo unigel,
América”. revela que a Pemex projeta investir cerca PEMEX Petroquímica, Oxiteno,
de US$ 20 bilhões/ano durante o período
ERNESTO SILVA Producción de petroquímicos”
de 2008 a 2012 (Panorama de PEMEX,
MILTON COSTA FILHO
Julio 2007), enquanto que o plano de
Ele disse também que em agosto de investimentos da Petrobras, somando o in-
2007 foi assinado um Memorando de vestimento das empresas privadas do setor que o atual governo federal mexicano
Entendimento em Matéria de Cooperação de hidrocarbonetos brasileiro, está previs- verificou a necessidade de revisar e fazer
Energética México-Brasil, que tem como to um total de mais de US$ 140 bilhões algumas mudanças no marco jurídico do
objetivo impulsionar o intercâmbio de ex- em inversões para o desenvolvimento do setor de hidrocarbonetos. “Da mesma for-
pertos, e execução de estudos, projetos e setor de petróleo e gás da companhia para ma, o Poder Legislativo do México, através
programas, e a realização de investigações o período 2008-2012. das Comissões de Energia do Senado e da
e seminários conjuntos. No memorando, Câmara de Deputados, estão analisando
ficaram estabelecidas as áreas de colabo- modelos implementados em outros países
ração. Uma dessas áreas a ser trabalhada Perspectivas e coletando idéias para promover um novo
tratará do desenvolvimento tecnológico Dentro desse quadro de investimentos modelo que se ajuste à realidade do país”,
em refino e petroquímica, gás natural apresentados pelas duas empresas para os disse, concluindo, assim, a sua participa-
liquefeito, qualidade de combustíveis, próximos anos, Costa Filho ressaltou que ção. Em seguida, o presidente do Painel
eficiência energética, normalização e são boas as perspectivas de relacionamen- II, Armando Meziat deu por encerrada
conservação, energias renováveis e suas tos entre os dois países no setor de petró- a sessão.
tecnologias. Os biocombustíveis e suas ca-
deias produtivas e o fomento do comércio
de combustíveis em ambos os países para a
reestruturação da indústria e políticas de
preços, assim como, o impulso na relação
entre as companhias estatais e os institu-
tos de investigação do setor e promoção
de alianças estratégicas também constam
dos planos de trabalhos previstos no me-
morando de entendimento assinado por
Brasil e México. Além do memorando e as
áreas de atuação previstas no documento
assinao em agosto do ano passado, Costa
Filho disse ainda que a Petrobras firmou,
em 2005, um convênio de colaboração
científica, técnica e de capacitação com a
Pemex-Exploração e Produção.
Visão panorâmica da cidade do México à noite: uma das
Colaboração tecnológica e maiores cidades do mundo, a Cidade do México tem uma
investimentos futuros população de 19 milhões de habitantes, abrigando mais da
Na área tecnológica, Costa Filho disse metade da produção industrial do país, é também o centro
que há convênios específicos de colabo- cultural e político do México. Os altos índices de poluição da
ração tecnológica como a capacitação de metrópole mexicana é um dos fatores de grande preocupação.
mão-de-obra, dutos, petroquímica, meio

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O 27


P AINEL III

Exportando serviços
Palestrantes discutem a importância dos setores de serviços e dos
investimentos em logística para o comércio exterior entre Brasil e México

Fábio Martins Faria (MDIC) Edson Lupatini (MDIC) Jovelino Gomes Pires (AEB): palestrantes do Painel III

L
O Painel III do Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos upatini, em início da sua palestra,
Brasil-México teve como tema: As exportações de serviços e infra-estrutura. afirmou que a secretaria trata do
comércio doméstico no que diz
O objetivo foi debater a importância do setor de serviços, que vem apre-
respeito a varejo e atacado e também
sentando fortes tendências de crescimento dentro do cenário recente do no setor de serviços, tanto em âmbito
comércio exterior. Daí a necessidade de se elaborar estratégias para incen- nacional como internacional. No caso
tivar as trocas comerciais com o resto do mundo configura-se essencial para de serviços, ele disse que há dois anos
os países que buscam se inserir de forma relevante no comércio mundial. estão sendo montadas as bases estatís-
ticas de conhecimento desse segmento,
A sessão contou como expositores o presidente da Câmara de Logística da que incluem dados sobre profissionais
Associação de Exportadores Brasileiros (AEB), Jovelino Gomes Pires; e o se- liberais e empresas que atuam nessa
cretário de Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria área e tratando também de verificar e
e Comércio Exterior, Edson Lupatini. Para presidir o painel foi convidado o promover a primeira balança de ser-
viços do comércio externo e serviços
embaixador Gonçalo de Mello Mourão (diretor-geral do Departamento do
do Brasil. “Nós fizemos, recentemente,
México, América Central e Caribe do Ministério das Relações Exteriores o primeiro panorama do comércio
– MRE) e foi moderado pelo diretor de Planejamento e Desenvolvimento internacional de serviços. Temos os
do Comércio Exterior do MDIC, Fabio Martins Faria. dados consolidados de 2005 e 2006.

28 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O


E NCERRAMENTO

O conhecimento desse setor, até então,


não tinha um levantamento adequado
apropriado”, afirmou o secretário. De
acordo com ele, as exportações brasi-
leiras de serviços em 2006 atingiram
cerca de US$ 18 bilhões, contra US$
14,8 bilhões em 2005, ou seja, um
aumento de 20,8%. Já as importações
alcançaram, em 2006, US$ 27 bilhões,
contra US$ 22,4 bilhões, em 2005,
registrando, assim, um crescimento de
21, 2 %. “Estamos com um déficit de
US$ 9 bilhões. A grande rubrica desse
déficit se encontra na área de transpor-
te, mais precisamente na área de frete
internacional. E por que esse valor
aumentou de 2005 para 2006? Por-
que quanto mais bens são exportados, Edson Lupatini, secretário de Comércio e Serviços do MDIC, diz que o ministério está incentivando
verifica-se o aumento da necessidade o setor de serviços brasileiro
por esse tipo de serviço”, disse. No que
diz respeito à exportação, o palestrante tem diversos cursos de capacitação de a respeito da posição do Brasil dentro
informou que, em 2006, os principais mão-de-obra na área de serviços. Fora do comércio mundial de serviços.
serviços vendidos ao exterior foram: isso, a própria sociedade civil organiza- “Somos o 30º exportador do mundo e
turismo, com 24% da pauta; trans- da tem montado cursos de graduação e somos o 25º importador, com 1%. E
portes, 19,2%; e serviços prestados pós-graduação nessa área”, afirmou. no ano passado temos a 19ª maior taxa
à empresa de 12%. Na ponta impor- De acordo com Lupatini, uma das de crescimento de exportações nessa
tadora, os principais serviços foram: ações capitaneada pelo governo federal área de 20.6%”, concluiu. Em seguida,
transportes, com 24,25% ; turismo, dentro da categoria de comércio de ele passou a palavra para o presidente
com 21,3%; e, depois, a intermediação serviços é o mecanismo denominado da Câmara de Logística da Associação
financeira, com cerca 4%. MDIC-DOC que é um grupo de estu- de Exportadores Brasileiros, Jovelino
dos entre o Ministério de Desenvolvi- Gomes Pires.
Globalização mento, Indústria e Comércio Exterior
“No mundo globalizado, o setor e o Departament of Commerce, dos Serviços e logística
de serviços apresenta cada vez mais Estados Unidos. “Fizemos recente- O segundo expositor do painel foi
relevância. Nas economias desenvol- mente uma reunião, na qual estiveram Jovelino Gomes Pires, presidente da
vidas, o setor terciário responde por presentes o ministro do MDIC, Miguel Câmara de Logística da Associação
cerca de 80% do PIB. No Brasil esse Jorge, e o secretário de Comércio dos Exportadores do Brasil (AEB).
percentual é de 58%, um percentual dos EUA, Carlos Guitierrez. Uma Para ele, o grande problema que o
bastante importante”, considerou Lu- das ações que estamos discutindo é a Brasil apresenta na troca de bens, é a
patini. O secretário disse ainda que o que diz respeito a remessas expressas. dificuldade de o país conseguir superar
setor terciário nacional catalisa 60 % Nós estamos trabalhando junto coma os gargalos estruturais para colocar
do investimento estrangeiro direto no Receita Federal para montar um sis- produtos ou vender serviços no exte-
país. Além disso, segundo Lupatini, o tema para que possamos alavancar o rior. “O primeiro passo a ser dado é o
segmento de serviços responde por comércio internacional entre Brasil e do planejador, que é fazer um trabalho
51% do emprego formal no país. “Eu os Estados Unidos de remessa externa. de levantamento pelo Brasil todo de
diria que esse setor (de serviços) além Esse comércio, de fato, já existe, mas transparência de mercado. Isso é im-
de oferecer um amplo mercado de tra- é preciso reduzir as travas de nature- portantíssimo, porque quem está no
balho, é a área que melhor remunera. E za aduaneira existentes hoje. A outra interior do País pode procurar, através
o governo federal vem fazendo diver- questão na qual estamos trabalhando se do MDIC, abrir portas, e, pelo trabalho
sos investimentos em capacitação em refere à área de turismo, no que tange de transparência de mercado, saber o
conjunto com a iniciativa privada. Um à facilitação para obtenção de vistos que se pode oferecer que a gente possa
dos exemplos dessa parceria governo- para o turismo de negócios”, disse. preencher essas centenas de milhões de
iniciativa privada é o Sebrae. O Sebrae Por fim, o palestrante fez uma ressalva dólares que estão ficando de diferença
Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O 29
P AINEL III

a cada ano”, afirmou.


Em relação ao comércio internacio-
nal do setor de serviços, Gomes Pires
criticou o fato de o Brasil estar em 30º
lugar entre os principais exportadores
de serviços. “A área de serviços no
Brasil tem sido muito pouco explo-
rada. Temos uma abertura enorme de
mercado, e, por isso, que repito que a
área de serviços tem que ser explorada.
Isso é uma mina de ouro. Quando se
levantam os números das exportações,
conjugam-se sempre produtos e ser-
viços. Isso é errado. Eles devem ser
tratados de forma separada. É preciso
dar mais atenção à área de serviços”,
considerou.
O palestrante ressaltou que, entre Para Jovelino Gomes Pires da AEB, o Brasil precisa dar mais atenção ao setor de serviços

os segmentos de serviços, o ensino à


distância é o que pode dar melhores
ciente para dar e vender. O campo de pode trabalhar para a diversificação
resultados. “Somos muito fortes nesse
administração já é o primeiro campo da pauta. “O México importou, em
setor. Temos muitas universidades que
de concentração de estudantes do nível 2006, US$ 3,6 bilhões de aparelhos
têm todas as condições para isso. Deve-
superior, ultrapassando o Direito. Mas emissores, e o Brasil, exportou US$
mos começar a trabalhar em conjunto podemos elevar ainda mais a educação 2,8 bilhões. No entanto, as nossas
com o Paraguai, Angola, Portugal e, e, assim, os serviços.Tudo isso depende exportações desse produto para o Mé-
também, com o México. Nós temos de nós”, disse concluindo a sua parti- xico foram muito pequenas. Há uma
que trocar informação. Precisamos cipação. quantidade muito grande de produtos
crescer nessa área”, disse. Segundo que nós exportamos que o México
Gomes Pires, tanto México como o Integração pelo comércio compra e vice-versa, mas há um gran-
Brasil ainda estão ‘muito tímidos’ nesse de espaço a ser explorado”, disse. Ele
campo. Para ele, a melhor maneira de O último palestrante do painel foi o
diretor de Planejamento e Desenvolvi- afirmou também que o MDIC dispõe
se abrir o mercado é simplesmente de uma ferramenta de aferição virtual
mento do Comércio Exterior (Depla)
estimular investimentos em educação, chamada Radar Comercial, que faz o
do MDIC, Fabio Martins Faria. De
cultura. No entanto, ele afirmou que cruzamento das pautas exportadoras
início, ele revelou que, em relação ao
as barreiras para o incremento do co- e importadoras, colocando as diversas
comércio bilateral Brasil-México, há
mércio de serviços brasileiro estão no um estudo recente que coloca os dois oportunidades, inclusive o grau de
próprio País. “Não podemos produzir, países na mesma faixa de crescimento dinamismo do mercado.
concorrer e nem colocar serviços no no período de 2004-2007, calculado O palestrante ressaltou, ainda, que
metrô de Nova York, por exemplo, em torno de 4%, mas com perspectivas há um sentimento forte de ampliação
porque quisermos fazer isso, precisarí- muito favoráveis no cenário futuro. “As do comércio entre Brasil e México.
amos ter capacidade de produção aqui oportunidades são muito grandes. Mas “Os resultados alvissareiros dos acor-
dentro. Serviços é uma área fabulosa e para isso é necessário ampliar os nossos dos, sobretudo na área automotiva,
se a gente não acertar a nossa logística acordos. Em 2006, o Brasil exportou demonstram que temos grandes opor-
interna”, analisou. Para melhor ilus- US$ 4,4 bilhões, mas, desse total, US$ tunidades devemos seguir o desafio
trar isso, o palestrante disse que para 1,3 bilhão foi de automóveis. Isso de- traçado pelo MDIC de que temos que
tirar uma tonelada de soja no interior nota uma concentração muito grande ser arrojados nos acordos de abertura
e encaminhá-la ao porto há um custo da pauta. Por isso, precisamos alargar de mercado”, afirmou. Martins Faria
de U$ 88/tonelada. Enquanto que o as oportunidades de cooperação de co- concluiu a sua apresentação dizendo
mesmo processo feito nos EUA, esse mércio”, disse Martins Faria. De acor- que a abertura de mercado propicia
custo cai para US$ 15. “E por que isso? do com o diretor do Depla, o comércio crescimento sustentável das economias
Porque a gente não está investindo em de aparelhos emissores e transmissores e acelera o processo de integração re-
infra-estrutura. Temos educação sufi- de TV é um dos exemplos no qual se gional pela via do comércio.

30 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O


E NCERRAMENTO E NCERRAMENTO

Superar obstáculos nas


relações bilaterais
Palestrantes da sessão de encerramento discutem e apontam meios para
superar as dificuldades bilaterais de comércio

Embaixador Andrés Valencia; João Augusto de Souza Lima, presidente da FCCE; e o cônsul-geral do México no RJ, Andrés Ordoñez

A mesa da Sessão Solene de Encer- de Comércio e Serviços do MDIC xador do México no Brasil, Andrés
ramento foi composta pelos seguin- ,Edson Lupatini; a vice-Presi- Valencia.
tes participantes do seminário: o dente-executiva da Associação de
gerente-geral da Petrobras-México, Comércio Exterior do Brasil - AEB
Milton Costa Filho, o Presidente Lucia Maldonado, cônsul-Geral do
da Câmara de Logística da Asso- México no Rio de Janeiro, Andrés Dificuldades

O
ciação de Exportadores Brasileiros Ordóñez. Para fazer os pronuncia- coordenador de negociações do
MDIC iniciou o seu pronuncia-
– AEB, Jovelino Pires; o diretor de mentos da sessão foram convidados mento dizendo que, desde 2004, o
Planejamento e Desenvolvimento o coordenador-geral de negociações Brasil tem tentado aprofundar os acordos
do Comércio Exterior do MDIC, e acordos comerciais do Brasil do assinados com o México. No entanto, ele
afirmou que, apesar de ter havido uma
Fabio Martins Faria; o secretario MDIC, Wednes Costa, e o Embai- troca de listas de interesses, o México

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O 31


E NCERRAMENTO

Wednes Costa, coordenador-geral de negociações e acordos comerciais do Brasil do MDIC, em pronuciamento especial na sessão de Encerramento

não colocava o seu setor agrícola nas alertou que caso os entendimentos nos não é fácil conseguir um consenso no
negociações. “Conhecendo a dificuldade acordos comerciais entre Brasil e México marco jurídico na relação entre México
do México em negociar o setor agrícola, não forem aprofundadas, ambos os países e Brasil. As indústrias brasileiras e mexi-
em março de 2006, o Brasil apresen- serão “atropelado pelo espaço de livre canas cresceram de uma maneira muito
tou proposta que concede preferência comércio da Aladi”.
semelhante. E elas não são exatamente
tarifária de 20% dos produtos que não complementares, mas sim muitas vezes
constam da lista de exceções”, disse Wed- competitivas. Há, de um lado e do outro,
nes Costa. Ele explicou que a proposta “No mundo globalizado, o setor produtos extremamente sensíveis. O
do Brasil seria incluir todo o universo de serviços apresenta cada vez setor agropecuário é sensível para nós,
tarifário com a preferência de 20% para mais relevância. assim como os produtos eletro-eletrô-
os produtos excluídos e 30% para os
Nas economias desenvolvidas, nicos são sensíveis para a indústria brasi-
produtos que já tinham incluídos 20%.
o setor terciário responde por leira. Não vai ser fácil se persistimos nas
Isso seria feito de uma forma genérica,
cerca de 80% do posições que temos mantido nos últimos
admitindo a possibilidade de analisar as
PIB. No Brasil esse percentual é anos. Mas tenho certeza que os presi-
listas trocadas. “As propostas estão com
de 58%” dentes Lula e Calderon têm instruindo
o governo mexicano.
E D S O N L U PAT I N I os seus negociadores a encontrar pontos
Já tivemos duas reuniões e não houve
pronunciamento da parte do México. em comuns para que o comércio entre
Estava prevista uma reunião para o iní- os dois países avance”. Para o diplomata,
cio de setembro de 2007, mas que não essa é uma proposta de vontade política,
pôde ser realizada em razão da troca da
Remover obstáculos apesar de reconhecer também que esse
equipe negociadora mexicana. Então, de Após a palestra do coordenador de processo vai encontrar resistências inclu-
parte do governo brasileiro, estamos à negociações e acordos comerciais do sive nos setores produtivos. “Em todos os
disposição para avançar, principalmente MDIC, foi a vez do embaixador do Méxi- tratados comerciais, é preciso barganhar
pelo AC 53, já que o AC 55 já está todo co no Brasil, Andrés Valencia, fazer o úl- muito”, disse, concluindo assim a sua
negociado”, afirmou o palestrante. timo discurso do seminário. Ao começar participação. Em seguida, o presidente
Apesar do quadro apresentado, Wed- o seu discurso,Valencia disse que há uma da FCCE, João Augusto de Souza Lima,
nes Costa declarou que o relacionamento clara vontade expressa de se construir encerrou o seminário, agradecendo a
bilateral tem condições de melhorar. Ele um marco jurídico mais favorável nas participação dos empresários mexicanos
lembrou que está em curso uma discussão relações bilaterais e tratar de ultrapassar e brasileiros, representantes dos gover-
na Aladi para a adoção de um projeto de os obstáculos existentes. “Todos os que nos dos dois países, assim como os demais
espaço de livre-comércio. Ele, contudo, estão aqui presentes reconhecemos que presentes ao evento.

32 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O


ENTREVISTA I NTEGRAÇÃO

Em defesa do livre-comércio
regional
Representante mexicana na Aladi diz que a instituição busca concretizar
o projeto de criação do livre-comércio latino-americano

A América Latina e, em especial,


o Brasil representam peças impor-
tantes para o desenvolvimento das
relações comerciais mexicanas. Por
isso, desenvolver mecanismos que
permitam o estabelecimento do
livre-comércio regional é uma dos
desejos do governo mexicano. A
avaliação é da representante do Mé-
xico na Associação Latino-America-
na de Integração (Aladi), ministra
Dora Rodríguez Romero. Segundo
ela, o passo para a conformação
da integração regional já foi dado Ministra Dora Rodríguez Romero diz que o governo mexicano é favorável à criação de uma zona de
livre-comércio na América Latina
quando o Conselho de Ministros da
Aladi protocolaram resoluções que
mecanismos de convergência. O problema projeto regional, uma oportunidade de
permitem a criação de uma área de é achar esses mecanismos. Em 2004, na tornar realidade o que foi previsto no
livre-comércio em âmbito da Aladi, 13ª Reunião do Conselho de Ministros da Tratado de Montevidéu. Não sei se vamos
em 2004. Confira os principais tre- Aladi, os ministros tomaram uma decisão e atingir, mas temos que ter esperança e
estamos agora desenvolvendo mecanismos trabalhar corretamente para alcançar esse
chos da entrevista concedida à para que essas propostas se tornem viáveis objetivo. Já podemos ver isso com os pre-
em muito breve. sidentes de todos os países membros que
estão permitindo acesso mais fácil aos seus
“Temos que trabalhar mais na mercados.
questão da competitividade.
Como a Aladi está trabalhando para E, nesse quesito, é importante
que haja uma efetiva integração trabalhar na melhoria da Na América Latina, já há blocos re-
regional? educação, pois ela é a base” gionais como o Mercosul, a Comu-
nidade Andina entre outros. Esses
DORA RODRÍGUEZ
Dora Rodríguez - O grande projeto blocos comerciais que possuem,
atual da Aladi é a construção de um espaço ainda, países com visões políticas
O que pode representar esse projeto
de livre-comércio regional envolvendo diferentes podem representar um
para o futuro da Aladi?
todos os países membros Esse projeto já empecilho para esse projeto da
tem uma base e temos agora que atingir os Dora Rodríguez - Temos, através desse Aladi?

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O 33


I NTEGRAÇÃO

Dora Rodríguez - Não acredito que a Mas os países latino-americanos estão o primeiro exportador da América Latina.
existência de diferentes blocos econômicos trabalhando nesse e em outros pontos As exportações estão se tornando cada vez
seja um grande empecilho para o projeto específicos. mais importantes para economia mexicana,
de integração regional. No Tratado de representando, hoje, 41% do PIB.
Montevidéu (responsável pela criação “Em termos de comércio, a nossa
da Aladi em 1980) temos o princípio do região melhorou muito, sobretudo
reconhecimento da diversidade. O pro- as relações comerciais do Brasil Em relação às relações comerciais
jeto da Aladi também insere esses blocos com o Brasil, a grande constatação é
nesse processo de integração regional,
e do México”
DORA RODRÍGUEZ
a de que o México ainda mantém um
sobretudo porque esse projeto estimula o fluxo de comércio muito concentra-
processo de convergência, tendo em vista do com os EUA. É possível diminuir
os numerosos acordos de alcance parcial Mas é possível dizer que houve essa relação e aumentar o comércio
existentes na região sobre eliminação ou melhorias políticas e comerciais nas na região como um todo?
redução tarifária. relações entre os países da região?
Dora Rodríguez - Reconhecemos que
Dora Rodríguez - Eu preferiria não ainda é grande a concentração das nossas
A América Latina tem um histórico fazer comentários políticos. Mas em exportações para os EUA. Mas o governo
de problemas que impedem com termos de comércio, a nossa região mexicano está trabalhando para trazer
que a região acompanhe o cresci- melhorou muito, sobretudo as relações maior diversificação nos destinos, através
mento econômico visto em outras comerciais do Brasil e do México. Em de assinatura de tratados comerciais com
partes do mundo. Como a Aladi 2006, conseguimos alcançar um fluxo de o Japão, União Européia e também aqui
pode trabalhar para que esse qua- comércio de US$ 250 bilhões. O México é na América Latina e Caribe. Eu diria,
dro melhore?
“O governo mexicano está contudo, que os dois países necessitam de
Dora Rodríguez - Temos que trabalhar um esforço dos empresários para tornar as
mais na questão da competitividade. E, trabalhando para trazer maior
relações bilaterais mais intensas. Isso não
nesse quesito, é importante trabalhar na diversificação nos destinos” será apenas bom para a América Latina de
melhoria da educação, pois ela é a base. DORA RODRÍGUEZ forma ampla e geral.

O QUE É ALADI ? esse bloco, foi registrado na Secretaria-Geral da ALADI como


Acordo de Alcance Parcial de Complementação Econômica
A Associação Latino-Americana de Integração (ALADI), n.º 18 – ACE-18.). Além desse, podem ainda ser citados os
estabelecida pelo Tratado de Montevidéu (TM-80), firmado acordos do Mercosul com os demais membros da ALADI.
em 12/08/80, constitui o marco jurídico no âmbito do Os acordos de alcance parcial sobre redução ou eliminação
qual se desenrola o processo de integração econômica dos tarifária celebrados ao amparo da ALADI têm constituído
países da região. A ALADI, consoante o Artigo 1.º do Tra- importante fator de impulso ao crescimento do comércio
tado de Montevidéu, objetiva o estabelecimento, em forma entre seus membros. Enfim, a Aladi propicia a criação de uma
gradual e progressiva, de um mercado comum entre seus área de preferências econômicas, apóia e estimula todos os
membros. Atualmente, a Associação é integrada por doze esforços que visem à integração regional, com vistas à criação
países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, de um espaço comum para a economia.
Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
OTratado de Montevidéu estabeleceu alguns princípios para a Estatísticas de comércio:
consecução de seu objetivo, tais como: pluralismo em matéria No primeiro trimestre de 2007, o comércio do Brasil com
política e econômica; flexibilidade, para permitir a celebração os países-membros da ALADI foi marcado por um significa-
de acordos parciais, bilaterais ou plurilaterais; e convergência tivo aumento das importações (33,5%) e por um aumento
de acordos, para formar um espaço econômico integrado. moderado das exportações (14,7%). Como resultado, houve
Na estrutura jurídica da Aladi, há, pois, espaço para a cele- uma leve redução do superávit intra-regional, que passou de
bração de acordos sub-regionais de integração, plurilaterais e 3.392 para 3.264 milhões de dólares. Por um lado, diminuí-
bilaterais. Segundo estudo da ALADI, graças a esses acordos, ram as vendas destinadas a Cuba (-31,4%), Equador (-39,7%)
cerca de 87,1% do comércio intra-regional estará plenamente e México (-10,5%). Por outro, expandiram-se as demais
liberado este ano. O Mercosul é um bom exemplo dos resul- exportações a bom ritmo, destacando-se, pela sua incidência,
tados de tais negociações. O programa de liberalização comer- as destinadas à Argentina (15,5%), à Colômbia (54,3%), à
cial de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, que originou Venezuela (28%), ao Chile (19,3%) e ao Peru (64,1%).

34 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O


ENTREVISTA

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Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O 35
INFRA-STRUTURA

Incentivando investimentos em
solo mexicano
O México é um bom mercado para empresas brasileiras, afirma
representante do BNDES

O México é um país de baixo risco to Econômico e Social tem papel entrevista à Revista da FCCE e,
para investimentos, mas, ao contrá- preponderante para que empresas entre os assuntos abordados, ela
rio do que ocorre na América do brasileiras tenham condições de disse que as companhias brasileiras,
Sul, ainda é pouco explorado por atuar no mercado mexicano. Repre- sobretudo as de engenharia e infra-
empresas brasileiras. Essa atual con- sentando a instituição no Seminário estrutura, já deram mostras de que
jectura pode, contudo, se modificar, Bilateral de Comércio Exterior e são altamente capacitadas e que,
desde que as conversações entre Investimentos Brasil-México, a che- por isso, há grandes possibilidades
empresários e governos mexicanos fe do Departamento de Comércio de elas entrarem no México para
e brasileiros se intensifiquem. E o Exterior do BNDES, Luciene Fer- projetos futuros. Confira os trechos
Banco Nacional de Desenvolvimen- reira Monteiro Machado, concedeu da entrevista.
36 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O
ENERGIA

Atualmente, o governo brasileiro É possível afirmar que a linha de Mas então o sucesso das empresas
vem buscando estreitar os relacio- financiamento à exportação geren- brasileiras na América do Sul se dá
namentos com os países da América ciada pelo BNDES tem contribuído em razão da falta de concorrência e
Latina. Dentro desse quadro, qual a para o bom momento do comércio não interesse por parte das empre-
importância dessa região, e do Mé- exterior brasileiro? sas de outros países?
xico em particular, para o BNDES?
Luciene Machado - Acho que contribui Luciene Machado - Não diria que isso
Luciene Machado - O BNDES entende sim. O movimento em geral é na direção se dá de forma tão categórica. Mas é claro
que o fortalecimento das relações entre o contrária, porque a prioridade de política que tendo que priorizar outros mercados,
Brasil e os países da América Latina seja de e interesse comercial das empresas brasi- as empresas americanas e européias vão
alta prioridade. Desde 2003, o continente leiras normalmente vem antes da alterna- priorizar países mais próximos e com riscos
é foco da política externa do governo Lula tiva ao financiamento. Agora, não se pode menores. No caso da América do Sul, as
para a integração latino-americana. Nesse negar a importância da alavancagem que
empresas brasileiras vêem essa região como
contexto, o BNDES observa que o México o instrumento de financiamento traz para
o seu mercado natural, o que não impede
é um parceiro muito importante na busca uma relação comercial. Mesmo porque
operações de grande porte só se viabilizam com que as empresas não se interessem
por esse objetivo.
através de financiamentos de longo prazo. por outros mercados. Há empresas que
tecnicamente, em razão da experiência que
“O BNDES tem trabalhado já acumularam, são capazes e competitivas
bastante para que as empresas e, por isso, elas podem estar presentes nas
“O mercado mexicano é muito operações de grande porte em diversos
vendam produtos e projetos para atrativo e de baixíssimo risco, o países do mundo, e isso inclui também o
o México, sobretudo na área de que faz com que a concorrência e México.
infra-estrutura” o interesse outros países - como
LUCIENE MACHADO os Estados Unidos e países da
Europa - em atuar no México Em relação aos volumes de investi-
mentos na região da América Latina,
Como o BNDES está presente no seja muito grande”
é possível vislumbrar um cresci-
México? LUCIENE MACHADO mento em relação ao ano passado?
Luciene Machado - Nós atuamos no
México em duas vertentes. A primeira Luciene Machado - Há sim, sem dú-
delas é fazer com que empresas brasileiras A senhora poderia detalhar os vida. O BNDES está fechando 2007 com
tenham condições de se estabelecerem no projetos brasileiros no México que US$ 400 milhões em desembolso para
México, dentro da linha de internacionali- contam com o apoio do BNDES? investimentos na América Latina. Em
zação de empresas, programa ainda recente Luciene Machado - No momento não 2006, esse montante ficou em US$ 300
no banco, e que tem tido grande demanda, há grandes projetos brasileiros no México. milhões. A expectativa é que, em 2008,
pois as empresas buscam o banco para Estamos agora conversando com expor- estaremos crescendo ainda mais. É claro
fazer operações nesse país. Mas estamos tadores que demonstram algum interesse que os contratos que dão respaldo a esses
ainda em discussão.A outra vertente, é em participar de concorrências nesse país. desembolsos são em muito maior volume,
intensificar o programa de auxílio à expor- Já participamos de algumas concorrências, mas são obras que se efetivam co até cinco
tação brasileira nesse país. O BNDES tem mas até o momento não conseguimos sair anos de maturação.
trabalhado bastante para que as empresas vitoriosos. Isso demonstra que as empresas
vendam produtos e projetos para o México, brasileiras têm tido dificuldades em ganhar
sobretudo na área de infra-estrutura. licitações no México. A razão disso é por- Como o BNDES está acompanhando
que o mercado mexicano é muito atrativo
a formação do Banco do Sul?
e de baixíssimo risco, o que faz com que a
No México, como no restante da Luciene Machado - O BNDES tem
concorrência e o interesse de outros países -
América do Sul, os investimentos
como os Estados Unidos e países da Europa acompanhado, a pedido do governo bra-
também se concentram em projetos
de infra-estrutura? - em atuar no México sejam grandes. sileiro, todas as negociações objetivando a
implantação do Banco do Sul. O governo
Luciene Machado - Com certeza. Na brasileiro já deu mostras de que o Banco do
verdade, o setor de engenharia e infra- Sul é uma iniciativa na qual ele quer par-
estrutura acaba se tornando o nosso foco
“O setor de engenharia e infra-
estrutura acaba se tornando ticipar. Assim, o BNDES está trabalhando
aqui na América Latina. Temos empresas
muito competitivas na região. É claro que o nosso foco aqui na América em conjunto cm o Ministério da Fazenda e
além desses serviços, temos também au- nessa parceria estamos atuando como um
Latina. Temos empresas muito
xiliado empresas brasileiras em pequenas adviser técnico, uma espécie de consultor
competitivas na região” técnico, em razão da experiência do BN-
operações de vendas de máquinas e equi-
pamentos de menor porte. LUCIENE MACHADO DES no Brasil na área de fomento.

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O 37


NEGÓCIOS

Parceria e sinergia
Executivo mexicano elogia o ambiente de negócios brasileiro

Ernesto Silva, presidente da FEMSA, diz que empresários mexicanos estão satisfeitos com o Brasil

Ernesto Silva é presidente da Coca- de Empresários Mexicanos no Brasil, Como vem sendo a atuação da Femsa
no Brasil?
Cola Femsa (Fomento Econômico conversou com a Revista da FCCE
Ernesto Silva - Nos tornamos, em curto
Mexicano S.A) Mercosul e presi- sobre as perspectivas para o futuro prazo, no maior engarrafador dos produtos
dente do Conselho Administrativo da das relações bilaterais e a atuação das Coca-Cola no Brasil. Após nos consolidar-
mos nesse ramo, a Femsa também comprou
Femsa Cerveja Brasil. Sendo a maior empresas mexicanas no Brasil. um outro negócio que foi a cervejaria
empresa de bebidas da América La- Kaiser. Agora, também, já foi negociada
a compra de uma outra engarrafodora da
tina, o grupo Femsa tem operações Coca-Cola em Minas Gerais, e também,
em 9 países (México, Guatemala, em parceria com a Coca Cola, a Femsa
Como a Femsa decidiu entrar no comprou no México e no Brasil a empresa
Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Brasil? Sucos Del Vale.
Colômbia,Venezuela, Brasil e Argen- Ernesto Silva - A Femsa começou a olhar “Nós mexicanos que vivemos
outras oportunidades, fazer investimentos
tina) e atende a cerca 232 milhões no Brasil sentimos que
e comprar outras empresas para acelerar o
de consumidores. Palestrante do crescimento da empresa. Nós já tínhamos estamos em casa”
um negócio na Argentina, em Buenos E R N E S T O S I LVA
Painel II do Seminário Bilateral de
Aires, onde é a maior engarrafadora da
Comércio Exterior e Investimentos Coca-Cola. E como encontramos uma Como é a relação da Femsa, em ter-
oportunidade de comprar um negócio mos de mercado, com o Brasil?
Brasil-México, o executivo, que aqui no Brasil, decidimos, então, investir Ernesto Silva - O Brasil é o segundo
também é presidente da Associação também aqui. mercado da Femsa, depois do México. O

38 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O


Brasil tem um potencial impressionante. bom para os empresários dos dois países. Ernesto Silva – Sim. É importante falar
Eu brinco com os meus colegas mexicanos, O nome da palestra que eu vou dar será: que Brasil e México não são rivais. Eles
dizendo que eles têm que se cuidar, porque Os Leões da América, em referência aos têm que se olhar, um ao outro, como
a Femsa Brasil vai atingir, em breve, pata- Tigres Asiáticos. E isso é tão verdadeiro parceiros estratégicos e, sobretudo, sinér-
mares de volume de mercado parecidos que, para os próximos anos, temos muito a gicos, porque eles têm que aproveitar essa
com os do México. fazer e aproveitar. Esse é um grande desafio sinergia entre os dois países. É importante,
porque nós temos uma responsabilidade também, que coloquemos o nosso melhor
“O Brasil é o segundo perante a América Latina. empenho e atitude, porque nós temos que
mercado da Femsa, depois do “Temos que quebrar paradigmas quebrar paradigmas e começar a trabalhar
como parceiros em termos de indústria,
México” e começar a trabalhar como
comércio, tecnologia, educação, cultura.
E R N E S T O S I LVA parceiros” Então, temos um valor para capturar e
E R N E S T O S I LVA fazer crescer os PIBs de cada país para que
O senhor é presidente da Associação a nossa população possa progredir. O povo
dos Empresários mexicanos no Bra- O senhor gostaria de falar mais algu- está gritando e aí temos uma oportunidade
sil. Poderia falar mais a respeito da ma coisa para os nossos leitores? de ouro para aproveitar.
associação que preside?
Ernesto Silva - A nossa associação tem
acima de 50 mexicanas afiliadas. Entre Principais empresas mexicanas com investimento no Brasil
elas estão: a Femsa, Embratel, Claro, Ae-
roméxico, entre outras empresas também Empresa Setor Estado
importantes. O interessante é que se tem
uma mistura muito representativa do em- Telmex Telecomunicações SP
presariado mexicano no Brasil. Eu destaco Coca-Cola FEMSA Bebidas SP/MS
ainda que os investimentos mexicanos aqui
no Brasil chegam a US$ 14 bilhões. Isso faz FEMSA Cerveja Brasil Bebidas SP/AM/BA/CE/PR/RS/MT
com que o México seja o maior investidor Dako Eletrodomésticos - MABE Eletrodomésticos SP
latino-americano no Brasil. Isso é uma
mostra da confiança que o empresário Bimbo do Brasil Alimentos SP/RJ/PE
mexicano está tendo aqui. Caesar Park Hotel Hotelaria SP/RJ
Qual é a avaliação que os empresá-
Mabesa do Brasil S/A Higiene BA/SC
rios mexicanos fazem do Brasil?
Sucos del Valle do Brasil Bebidas SP
Ernesto Silva - Estamos muito conten-
tes porque nós mexicanos que vivemos Rassini - NHK Autopeças S/A Autopeças SP
no Brasil sentimos que estamos em casa.
Xignux Yazaki do Brasil Ltda Autopeças SP/PR/BA
Há muitas similaridades e achamos que é
muito fácil para os mexicanos fazerem ne- São Marco Ind. e Com. Ltda Autopeças SP
gócios aqui e, sobretudo, porque nós temos
uma mistura muito boa que é a alegria do Cablena do Brasil Autopeças SP
brasileiro, mas que também é muito traba- Eletro Manganês Químico MG
lhador. Essa mistura é realmente excelente,
pois no dia a dia a gente fica de 8 a 10 horas BBKO Consulting Tecnologia Informação SP
por dia num escritório. Dalka do Brasil Ltda Construção (Tanques) SP
Como o senhor observa o ambiente Cinetransformer Entretenimento SP
de negócios e o ambiente político
brasileiro para investimentos? Softtek Tecnologia Informação SP

Ernesto Silva - O atual ambiente de Marketing Group do Brasil Estudos de mercado SP


negócios é muito bom. Da mesma forma
Aeroméxico Aviação Civil SP
que vem ocorrendo em outros países, o
Brasil caminha no combate à informalidade Mexichem Químico SP
e à sonegação. O bom entendimento po-
Total Investido (US$ MM)* 15.481
lítico entre os nossos presidentes é muito

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O 39


ZONA FRANCA

Investindo na
tecnologia de alta
definição
Superintendente da Suframa aponta o ótimo
desempenho da produção de TVs LCD na Zona Franca
de Manaus

A TV de LCD (alta definição) está se


O
superintendente da Suframa disse
também que além de confirmarem vendas de TVs com tubo de imagem al-
consolidando como uma nova tecno- a nova opção dos consumidores cançaram US$ 1,7 bilhão. O faturamento
logia e a tendência da Zona Franca de por TVs com alta definição de imagem, do segmento de TVs de plasma chegou a
os números apontam que o televisor com US$ 245,8 milhões.
Manaus repete o que já ocorreu em cinescópio convencional -conhecido como
países da Europa e da Ásia, onde não tubo de imagem ou CRT (sigla em inglês Crescimento
para tubo de raios catódicos)- deve ficar O bom desempenho da produção de
há mais produção com cinescópios. obsoleto em três anos. Segundo o balanço TVs de alta definição é reflexo dos bons
resultados obtidos pela SUFRAMA, que
Essa é a visão otimista do superinten- da Suframa, a produção de TVs com tubo
encerrou os nove primeiros meses de 2007
de imagem na região caiu 18% de janeiro com faturamento de US$ 18,097 bilhões.
dente interino da Suframa, Oldemar a outubro deste ano, em comparação O resultado é 8,78% maior que o verifi-
Ianck, Ianck palestrante do Painel I com o mesmo intervalo de 2006. “Foram cado no mesmo período do ano passado
8.841.581 unidades, ante 10.796.718 no (US$ 1,460 bilhão a mais) e próximo ao
do Seminário Bilateral de Comércio ano passado. A queda deve chegar a 20% que o parque fabril faturou em todo 2005,
e Investimentos Brasil-México. Para até o final do ano. De acordo com o Cieam quando encerrou aquele ano com US$
(Centro das Indústrias do Amazonas), to- 18,964 bilhões.
Ianck, o Brasil responderá bem a dos os televisores produzidos no país saem Comparando mês a mês, segundo
da Zona Franca de Manaus”, disse. os indicadores de desempenho do pólo,
oferta deTVs de alta definição, já que divulgados nesta quarta-feira (dia 14)
a demanda interna mostra-se cada “Todos os televisores produzidos pela autarquia que gerencial o modelo de
desenvolvimento regional ZFM, foram
vez mais aquecida. O otimismo não é no país saem da Zona Franca de US$ 2,298 bilhões em setembro passado
Manaus” contra US$ 1,925 bilhão no mesmo mês
para menos. A produção deTVs com
OLDEMAR IANCK em 2006.
tela de LCD (cristal líqüido) na Zona Com relação às exportações, o pólo
continua sua trajetória de recuperação
Franca de Manaus aumentou 312% Apesar da evolução, o segmento de TVs das vendas. No último mês de setembro,
de LCD ainda representa apenas 6,2% do as vendas externas movimentaram US$
de janeiro a outubro de 2007 em total de televisores produzidos na ZFM de 109,637 milhões, contra US$ 106,690
relação ao mesmo período de 2006, janeiro a outubro de 2007 -o percentual milhões em agosto e US$ 104,889 milhões
em 2006 era de 1,3%. Os aparelhos com em julho. No acumulado do ano são US$
aponta balanço anual da Suframa tubo de imagem ainda predominam, com 766,878 milhões. “A expectativa é que
(Superintendência da Zona Franca 92% da produção no período. As TVs de este cenário se mantenha , com a expan-
plasma representam 1,6% da produção. A são de segmentos como o de duas rodas,
de Manaus) divulgado recentemen- divisão se reflete no faturamento com cada eletroeletrônico e o desenvolvimento de
tipo de TV. Os aparelhos de LCD vende- outros, como o de biocosméticos”, disse
te. Foram 596.362 unidades, ante
ram US$ 698 milhões às indústrias da Zona Ianck comemorando os os bons números
144.406 no ano passado. Franca de Manaus em 2007, enquanto as obtidos pela autarquia.

40 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O


Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O 41
ENERGIA

Desenvolvendo parcerias no
setor de energia
Gerente da Petrobras no México fala sobre as potencialidades dos acordos firmados
com a Pemex

Milton Costa Filho, gerente geral da Petrobras México, acredita no potencial das parcerias entre a Petrobras e a mexicana Pemex

A busca pelo estreitamento das para as áreas de biocombustíveis, dentro do marco legal. “A produção
relações entre Brasil e México, prospecção em águas profundas e e uso do etanol no México é uma
projeto desenvolvido pelo governo perfuração de poços. boa opção, sem dúvida, mas antes
do presidente Luiz Inácio Lula da Milton Costa, gerente-geral da Pe- verificar como são os relacionados
Silva, também passa por planos que trobras no México, que participou a cana de açúcar no México, assim
delineiam parcerias no campo da do Seminário Bilateral de Comércio como avaliar a participação da Pemex
energia. Para isso, firmar parcerias Exterior e Investimentos Brasil-Mé- nesta atividade. Ainda de acordo
e convênios nesse setor vem sendo xico, disse, em entrevista à Revista da com Costa Filho, há que verificar as
capitaneado pela Petrobras em FCCE, que a ampliação dos convê- condições gerais do setor energético
conjunto com a Pemex (estatal nios com a Pemex busca incrementar mexicano para poder decidir se vale
petrolífera mexicana), nos quais estão o apoio tecnológico e científico, a pena entrar. “Há uma discussão
previstos investimentos em conjunto assim como realizar investimentos que se tenham reformas legais no
42 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O
Milton Costa Filho e o embaixador Andrés Valencia

setor, então teremos que ver que se tas nas áreas de engenharia para enfrentar que interessam a Petrobras, nas quais gos-
as trocas poderiam vir, são reformas os desafios do futuro, a Petrobras pode, taríamos muito de aprender”.
nas quais abrirão oportunidades para através do acordo, desenvolver uma série Ele citou, por exemplo, fato de o Brasil
de estudos para determinar os recursos ter muita experiência em águas profundas,
empresas como Petrobras”, disse. O prospectivos nas diferentes bacias, sobre-
gerente ressaltou, no entanto, que tudo para exploração em águas profundas A produção e uso do etanol no
tais propostas ainda estão sendo le- do Golfo do México”, afirmou. O repre- México é uma boa opção, sem
vantadas, e no momento a Petrobrás sentante de Petrobras no México disse
dúvida, mas antes verificar como
tem se dedicado apenas a investir na ainda que o acordo de cooperação tecnoló-
gica e cientifica tem vigência de cinco anos a produção de cana de açúcar
produção de gás natural nos blocos
com possibilidade de renovação. ‘’É um está relacionada no México,
de Cuenca e de Burgos. “Na verda-
modelo de cooperação onde as empresas assim como avaliar a participação
de, estamos estudando e, muito em
têm objetivos comuns’’. Ele especificou da Pemex nesta atividade
breve, vamos ter uma resposta para que as cláusulas de confidencialidade do MILTON COSTA FILHO
atuar no setor de biocombustíveis no contrato foram incluídas porque são coisas
país”, disse. que podem ter impacto importante na
Petrobras e na Pemex. Costa, no entanto, enquanto que a Pemex possui avançadas
explicou que o contrato é uma ampliação técnicas de exploração de poços em terra.
de um acordo que firmado em março “Há, então, determinadas estruturas geo-
Produção e Exploração de 2005. “A idéia é ampliar para varias lógicas no México que não conhecemos
áreas, não somente para águas profundas. e que nos interessaria conhecer. De fato,

J
á na área de Exploração e Produção, são
verificadas boas oportunidades para a O fato é que Petrobras e Pemex são duas Petrobras e Pemex não são empresas que
Petrobras no México. “Como a Pemex das maiores empresas do mundo, e têm competem entre si, mas sim complemen-
tem um portfolio de mais de 200 oportu- competências em determinados setores tares, e esse é o espírito do convênio com
nidades exploratórias em águas profundas, de energia. O México tem uma tradição objetivos de melhorias e de aperfeiçoamen-
que se requer a participação de especialis- petrolífera e competência em muitas áreas to de seus processos de trabalho’’.

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O 43


SERVIÇOS S ERVIÇOS

Ambiente otimista para o setor


de serviços
Secretário de Comércio e Serviços do MDIC aposta no crescimento da
área de serviços brasileiro

As perspectivas do setor de serviços Como estão as relações bilaterais


entre Brasil e México ?
brasileiro são muito boas, com
tendências de crescimento para Lupatini - O nosso comércio interna-
cional é maior. No ano passado foi de
os próximos anos. A análise é do 22,5 bilhões e nós de 26,7 bilhões. Em
secretário de Comércio e Serviços termos de investimento, do México para
do MDIC, Edson Lupatini, que o Brasil, em 2005, o estoque estava em
quase US$ 2 bilhões, em 2006, o estoque
participou como palestrante do foi para US$ 2,8 bilhões. Só o fluxo de
Painel III do Seminário Bilateral de investimentos mexicanos que entrou em
Comércio Exterior e Investimentos 2005 do México foi de US$ 1, 7 bilhão, o
que mostra que esse setor está aquecido
Brasil-México. Em entrevista entre os dois países.
concedida a Revista da FCCE, o
secretário falou ainda sobre as O senhor acredita que é possível ha-
relações Brasil-México no setor ver um crescimento nessas relações?
ano anterior. Outro dado interessante é Lupatini – Acredito que sim. As nossas
de serviços. Confira os principais
constatar que os aumentos verificados nos exportações de serviços para o México
trechos da ntrevista: anos de 2004, 2005 e 2006 na área das têm muita coisa que não é captada, assim
exportações de serviços foram superiores como também na área de investimentos.
a taxa mundial nesse mesmo setor. Um exemplo disso é Petrobras, que faz
investimentos e prestações de serviços
Como o senhor avalia o setor de Há muitas empresas brasileiras do no México através da sua subsidiária loca-
serviços dentro da economia bra- setor de serviços operando no ex- lizada na Holanda. Então, aqueles serviços
sileira? terior? prestados por conta daqueles investimen-
Lupatini - Muito boa e tenho certeza Lupatini - Dos 155 sub-setores de servi- tos que foram feitos em solo mexicano,
de que o setor de serviços ganhará cada ços existentes no Brasil, 19 estão incluídos voltam como exportação da Holanda. E
vez mais importância dentro da economia no setor de exportação. Entre ele estão depois os recursos obtidos nessa opera-
brasileira. E por que tenho tanta certeza? serviços de engenharia, logística, software, ção vêm para o Brasil como resultados
Porque a atua conjectura econômica nos manutenção de equipamentos. Há ainda gerais da área internacional da Petrobras
demonstra claramente que a tendência de que ressaltar a forte presença do Brasil e não como resultados das exportações de
aumento do comércio de serviços brasilei- nos setor de serviços médicos no qual o serviços. Na verdade, isso é um meio que
ros com o resto do mundo é muito grande. país é referência mundial. Além disso, um as empresas encontraram para negociar.
Os dados que nós já temos no primeiro se- outro ponto a ser destacado é a presença O que é necessário é que o governo crie
mestre de 2007, recolhidos do Banco Cen- de profissionais brasileiros no exterior, o mecanismos para que se possa computar,
tral, indicam que está havendo um aumento que também está sendo incluído na área tornar visível esses resultados e entender
de 23% em relação ao mesmo período do de serviços. essa engenharia.

44 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O


D IPLOMACIA

“É preciso estreitar os
intercâmbios socioculturais”
Diplomata de carreira, tendo exer-
cido diversos cargos em represen-
tações diplomáticas mexicanas ao
redor do mundo, Andrés Ordóñez
também esteve presente no Seminá-
rio Bilateral de Comércio Exterior e
Investimentos Brasil-México. Além
de diplomata, é ensaísta e poeta,
escreveu diversos livros com ênfase
nos temas de política e literatura.
Confira a entrevista que o diplomata
concedeu à Revista da FCCE:

O relacionamento político entre


Brasil e México está sendo muito
bem avaliado. Como o senhor per- filtro do cinema americano. O México não Andrés Ordóñez - No campo da eco-
cebe isso? é somente tequila, assim como o Brasil nomia e do comércio, é possível afirmar
não é somente samba e carnaval. Por isso, que quando os brasileiros descobrirem o
Andrés Ordóñez - O segundo mandato acredito que seja preciso estreitar os inter- México e vice-versa, o destino da América
do presidente Lula coincide com a chegada câmbios socioculturais para que possamos Latina vai mudar 180º. No momento em
ao poder mexicano do presidente Calde- nos ver de forma menos estereotipada que os mexicanos descobrirem o potencial
rón. E o atual presidente mexicano vem possível.
dando uma nova diretriz na sua política e a força do Brasil e o Brasil, a dimensão
externa, no sentido de buscar se aproximar estratégica, política e econômica as coisas
cada vez mais com o Brasil. No seminário, foram apontados al- vão mudar não só para os dois países mas
guns obstáculos nas relações bilate- também em todo o continente latino-
rais comerciais entre Brasil e México. americano. Falar de integração regional
No campo das relações culturais é O senhor acredita que eles podem sem falar de integração Brasil-México, é
possível também verificar essa apro- ser superados em breve? falar no ar.
ximação?
Andrés Ordóñez - Sem dúvida. Sobre-
tudo nos campos do cinema e da literatura. Andrés Ordóñez culturais na Embaixada do México na Grécia
Nesses campos temos visto composições Antes de se tornar cônsul-geral do México e Cônsul Adjunto no Consulado Geral do
mexicano-brasileiras. Rubem Fonseca, por no Rio de Janeiro, Andrés Ordóñez ocupou México em São Paulo. Atualmente é o Côn-
exemplo, é um dos escritores prediletos os cargos de Secretário-técnico e Assessor sul Geral do México no Rio de Janeiro.
a juventude mexicana. Toda a sua obra do Ministro das Relações Exteriores do Mé- É graduado em Literatura pela Universidade
está sendo traduzida no México. De fato, xico, Assessor do Vice-ministro de Assuntos Nacional Autônoma do México e Doutor
há muita coisa acontecendo entre os dois Multilaterais, Diretor Geral de Assuntos (Ph. D.) em Filosofia pela Universidade de
países no sentindo de nos aproximarmos Culturais, Diretor para países da América do Londres. Tem sido professor e pesquisador
culturalmente. Sul, Diretor da Área Política para o Sistema na Universidade Nacional Autônoma do
Como o senhor observa a visão que das Nações Unidas e Diretor Acadêmico da México e no Instituto Tecnológico e de Es-
os brasileiros têm do México? Academia Diplomática Mexicana. tudos Superiores de Monterrey, e professor
Serviu como chefe do setor político nas convidado nas Universidades de São Paulo
Andrés Ordóñez - O Brasil ainda tem
representações diplomáticas do México em e da Havana. Foi pesquisador visitante no
uma visão muito estereotipada do México.
Israel e Cuba. Foi responsável por assuntos Ibero-Amerikanisches Institut de Berlin.
Os nossos povos se vêem ainda através do

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O 45


RELAÇÕES BILATERIAIS

Em 2006, México registrou um fluxo de comércio de


US$ 518 bilhões. O crescimento anotado foi de 16,1%
sobre o ano anterior, quando o fluxo de comércio
mexicano havia alcançado US$ 446 bilhões.

Intercâmbio comercial Brasil – México


A R T I G O E L A B O R A D O P E L A E Q U I P E D O D E PA RTA M E N TO D E
P L A N E J A M E N TO E D E S E N VO LV I M E N T O
D O C O M É R C I O E X T E R I O R DA S E C R E TA R I A
DE COMÉRCIO EXTERIOR DO MDIC

O país figura como o 15º maior exportador mundial, com participação de 2,1%
nas exportações mundiais de 2006. Nesse ano o México realizou vendas de US$
250 bilhões e registrou um crescimento de 17,0% sobre o ano anterior.
Nas importações mundiais o México também aparece em destaque como o 14º
maior importador, uma participação de 2,2% no total. Em 2006, o país importou
US$ 268 bilhões. Esse montante representa um crescimento de 15,3% em relação
à soma de 2005.
Pelo exposto, nota-se que o país é deficitário em suas relações comerciais. À
exceção de 1995 e 1996, esse déficit persistiu desde 1990. No ano de 2006, o saldo
negativo foi de US$ 18 bilhões. No ano de 2005, havia sido de US$ 19 bilhões,
que representa uma pequena redução de 5%.
O principal parceito comercial mexicano são os Estados Unidos. No ano de
2006, 84,8% das exportações do país se dirigiram a esse mercado, representando
uma soma de US$ 211,9 bilhões. O Segundo maior destino das vendas mexicanas
é o Canadá, com um total de US$ 5,2 bilhões e participação de 2,1% no total.
Seguindo-se ao Canadá, os principais destinos foram: Espanha (total de US$ 3,3
bilhões e participação de 1,3%), Alemanha (US$ 3,0 bilhões, 1,1%), Colômbia
(US$ 2,1 bilhões, 0,7%), Venezuela (US$ 1,8 bilhão, 0,6%), China (US$ 1,7
bilhão, 0,7%), Japão (US$ 1,6 bilhão, 0,6%), Aruba (US$ 1,5 bilhão, 0,6%) e
Países Baixos (US$ 1,3 bilhão, 0,5%).
Os Estados Unidos também são a principal origem das importações do México.
Em 2006 50,9% das compras do país se originaram desse mercado, o equivalente
a US$ 130,4 bilhões. Em seguida, as principais origens foram: China (US$ 24,4
bilhões, 9,5%), Japão (US$ 15,3 bilhões, 6,0%), Coréia do Sul (US$ 10,6 bilhões,
4,2%), Alemanha (US$ 9,4 bilhões, 3,7%), Canadá (US$ 7,4 bilhões, 2,9%),
Taiwan (US$ 5,0 bilhões, 1,9%), Malásia (US$ 4,5 bilhões, 1,7%), Brasil (US$
4,5 bilhões, 1,7%) e Itália (US$ 3,5% bilhões, 1,6%).
A pauta do comércio exterior mexicano é relativamente desconcentrada. Em
2006, o item com maior participação na pauta importadora foi maquinaria elétri-
ca, participação de 22,1% do total, o equivalente a US$ 56,5 bilhões. Os demais
principais produtos importados pelo país foram: maquinaria mecânica (US$ 39,9
bilhões, participação de 15,6%), automóveis (US$ 25,0 bilhões, 9,8%), plásticos e
obras (US$ 15,9 bilhões, 6,2%), combustíveis minerais (US$ 14,5 bilhões, 5,7%),
instrumentos óticos e médicos (US$ 9,9 bilhões, 3,9%), ferro e aço (US$ 7,0 bi-
lhões, 2,7%), produtos de ferro e aço (US$ 6,3 bilhões, 2,4%) químicos orgânicos
(US$ 6,1 bilhões, 2,4%) e papel e cartão (US$ 4,5 bilhões, 1,8%).
Do lado das exportações, o México vende, principalmente: maquinaria elétrica
(US$ 61,7 bilhões, 24,7%), automóveis (US$ 39,5 bilhões, 15,8%), combustíveis
minerais (US$ 39,0 bilhões, 15,6%), maquinaria mecânica (US$ 32,7 bilhões,

46 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O


13,1%), instrumentos óticos e médicos (US$ 8,7 bilhões, 3,5%), móveis
(US$ 5,9 milhões, 2,4%), plásticos e obras (US$ 5,0 bilhões, 2,0%), produtos
de ferro e aço (US$ 3,8 bilhões, 1,5%), vestuário (US$ 3,8 bilhões, 1,5%) e
produtos hortícolas (US$ 3,5 bilhões, 1,4%).
O Brasil é importante mercado fornecedor das importações mexicanas. Em
2006, o País figurou como o 9º maior fornecedor e foi responsável por 1,7%
das importações do México. A maior participação alcançada pelo Brasil nas
importações mexicanas foi em 2004, quando participou com 1,9% da pauta.

Intercâmbio comercial entre


Brasil e México – 2006
O México é um dos principais parceiros comerciais do Brasil. Em 2006, o
país foi responsável por 3,2% das exportações nacionais, atingindo a cifra de
US$ 4,5 bilhões. Esse valor foi 9,4% acima do alcançado no ano anterior, de
US$ 4,1 bilhões e recorde histórico no comércio bilateral.
As importações brasileiras de produtos mexicanos também apresentaram
crescimento e atingiram a cifra inédita de US$ 1,3 bilhão, 55,3% acima do
alcançado em 2005, de US$ 844 milhões. A participação mexicana no total da
pauta de importação brasileira é significativa, representando 1,4% em 2006.
Os recordes nas importações e exportações entre os dois países implicou no
maior resultado no fluxo comercial bilateral, um total de US$ 5,8 bilhões. Esse
resultado é 17,3% superior ao alcançado em 2005, total de US$ 4,9 bilhões.
O Brasil é historicamente superavitário no comércio bilateral com México.
O maior saldo positivo ocorreu em 2004, quando foi de US$ 3,3 bilhões. No
ano de 2006, esse superávit foi de US$ 3,1 bilhões.
No rol de mercados de destino das exportações brasileiras em 2006, o
México situou-se como o sexto principal mercado, posição idêntica à obser-
vada em 2005. Nas vendas externas brasileiras à Aladi, que somaram US$ 31,4
bilhões em 2006, o país figurou como o segundo colocado, abaixo apenas da
Argentina, com participação de 14,1% dessas vendas. Em 2005, também na
segunda posição, o México deteve 12,9% das exportações brasileiras à Aladi,
que somaram US$ 25,4 bilhões.
No que concerne às importações, o México foi o 19º mercado fornecedor ao
Brasil em 2006, duas posições acima da observada em 2005 (21ª). Relativamente
às compras brasileiras da Aladi, cujo montante alcançou US$ 16,3 bilhões em
2006, o México foi o quarto mercado, respondendo por 8,0% dessas compras.
Em 2005, situado em idêntica colocação, a participação mexicana foi de 7,3%
nas aquisições brasileiras da Aladi, que somaram US$ 11,6 bilhões.
Em 2006, a pauta de exportação brasileira para o México foi composta de
96,3% de produtos industrializados e 3,7% de produtos básicos. Em relação ao
desempenho dos grupos, observa-se que os produtos semimanufaturados cres-
ceram 17,4%, os manufaturados aumentaram em 8,8% e os básicos, 8,6%.
Os principais itens exportados pelo Brasil para o mercado em análise foram:
automóveis (US$ 1,3 bilhão, 29,7% da pauta), autopeças (US$ 298 milhões,
6,7%), produtos semimanufaturados de ferro ou aço (US$ 239 milhões, 5,4%),
veículos de carga (US$ 215 milhões, 4,8%), laminados planos de ferro ou
aço (US$ 161 milhões, 3,6%), motores para automóveis (US$ 156 milhões,
3,5%), máquinas e aparelhos para terraplanagem (US$ 125 milhões, 2,8%),
pneumáticos (US$ 124 milhões, 2,8%), chassis com motor (US$ 102 milhões,
2,3%) e minério de ferro (US$ 89 milhões, 2,0%)
Considerando os principais produtos exportados para o México, aqueles que
mais cresceram foram: gasolina (de zero para US$ 41,0 milhões), veículos de
carga (+63,5%, para US$ 214,7 milhões), pneumáticos (+62,9%, para US$
124,1 milhões), bombas, compressores e ventiladores (+58,3%, para US$
66,3 milhões), medicamentos (+53,6%, para US$ 62,9 milhões) e produtos
manufaturados de ferro ou aço (+36,3%, para US$ 238,7 milhões).

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O 47


RELAÇÕES BILATERIAIS

Já a pauta de importação brasileira de produtos provenientes do


México em 2006 foi composta em quase sua totalidade de produtos
industrializados, que responderam por 98,2% da pauta. Os principais pro-
dutos importados, nesse período, foram: automóveis (US$ 318 milhões,
24,3% de participação), partes de aparelhos transmissores ou receptores
(US$ 95 milhões, 7,3%), circuitos integrados (US$ 77 milhões, 5,9%),
motores para automóveis (US$ 64 milhões, 4,9%), produtos semima-
nufaturados de ferro ou aço (US$ 54 milhões, 4,2%), partes e acessórios
de máquinas automáticas para processamento de dados (US$ 44 milhões,
3,3%), matérias corantes (US$ 39 milhões, 3,0%), ácidos carboxílicos
(US$ 38 milhões, 2,9%), máquinas automáticas para processamento de
dados e suas unidades (US$ 38 milhões, 2,9%) e medicamentos (US$
32 milhões, 2,5%).
Considerando os principais produtos originários do México, no perío-
do comparativo 2006/2005, os itens que mais cresceram foram: aparelhos
transmissores e receptores de telefonia celular (saltaram de US$ 3 mil para
US$ 17,7 milhões), automóveis de passageiros (de US$ 27,3 milhões para
US$ 318,1 milhões), aparelhos transmissores e receptores de telecomu-
nicações (de US$ 87 mil para US$ 9,9 milhões), aparelhos elétricos de
comutação para telefonia e telegrafia (+520,1%, para US$ 16,1 milhões)
e circuitos integrados (+101,8%, para US$ 76,9 milhões).
As exportações brasileiras para o México são concentradas em São
Paulo. Em 2006, o estado foi responsável por 49,3% (US$ 2,2 bilhões)
das vendas nacionais para o país. As demais principais unidades da federa-
ção que realizaram vendas ao mercado mexicano foram: Bahia (US$ 586

48 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O


milhões, participação de 13,1% no total), Minas Gerais (US$ (US$ 24 milhões, 1,8%), Distrito Federal (US$ 20 milhões, 1,5%) e
420 milhões, 9,4%), Paraná (US$ 291 milhões, 6,5%), Rio Rio Grande do Saul (US$ 16 milhões, 1,2%).
Grande do Sul (US$ 277 milhões, 6,2%), Santa Catarina (US$ No ano de 2006, 3.411 empresas brasileiras efetuaram vendas ao
177 milhões, 4,0%), Espírito Santo (US$ 159 milhões, 3,6%), México. Na comparação com o ano anterior, em que foram contabili-
Rio de Janeiro (US$ 146 milhões, 3,3%), Amazonas (US$ 58 zadas 3.456 empresas, houve decréscimo de 1,3%, o que, em termos
milhões, 1,3%) e Pará (US$ 45 milhões, 1,0%). absolutos, significou queda de 45 empresas.
Igualmente ao que ocorre com a exportação, às importações Em relação às importações, em 2006, 2.013 empresas brasileiras
brasileiras de produtos franceses são concentradas em São Paulo. realizaram compras de produtos originários do México, 9,0% acima do
A participação na pauta de importação nacional proveniente número verificado no mesmo período de 2005 (1.846), representando
do México foi 39,0% (US$ 511 milhões). Seguidamente a São aumento de 167 empresas.
Paulo estão: Bahia (US$ 283 milhões, 21,6%), Amazonas (US$ Elaboração: Departamento de Planejamento e Desenvolvimento
117 milhões, 8,9%), Paraná (US$ 114 milhões, 8,7%), Minas do Comércio Exterior – DEPLA da Secretaria de Comércio Exterior
Gerais (US$ 81 milhões, 6,2%), Rio de Janeiro (US$ 80 milhões, – SECEX do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
6,1%), Espírito Santo (US$ 51 milhões, 4,0%), Santa Catarina Exterior - MDIC.

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O 49


As tintas da
intensidade
Frida Kahlo
Uma das grandes artistas
do século XX, ela soube
transformar todo o
sofrimento de uma vida em
telas fortes e de leituras
complexas. Conheça
um pouco da vida dessa
grande pintora mexicana

‘’Pinto a mim mesmo


porque sou sozinha e
porque sou o assunto
que conheço melhor’’

50 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O


ARTES PLÁSTICAS

M
agdalena Carmen Frida Kahlo y conheço melhor”.
Calderon, mais conhecida como
Frida Kahlo, foi uma artista emo- O reconhecimento de sua arte
cionalmente revolucionária e talentosa. Em 1929, Frida casou-se com Diego
A artista plástica mexicana, que se no- Rivera. Famoso militante socialista, Ri-
tabilizou por ter pintado a si mesma de vera foi um dos pintores mexicanos mais
mil formas, e que transformou todas as importantes do século XX, e fez parte do
suas dores e desamores em arte maior, é movimento muralista, que defendia uma
considerada uma das grandes artistas do arte mais acessível à população de classes
século XX. Ela soube transformar todo o mais baixas. Militante e, ao mesmo tempo,
sofrimento de uma vida em telas fortes e amante de várias mulheres, Rivera fora o
de leituras complexas. maior incentivador da carreira artística de
Nascida em Coyoacán, Cidade do Mé- Frida. “Pega da vida tudo o que ela te der,
xico, em 6 de julho de 1907, ela moveu-se, seja o que for, sempre que te interesse e
por toda a sua carreira, pela paixão e sen- possa dar certo”, dizia Rivera a Frida, no
sualidade. Orgulhosa de sua mexicanidade intuito de fazê-la entender a importância
e de sua tradição cultural, Frida enfrentou de se ir fundo na arte para alcançar resul-
de frente a reinante americanização cultu-
tados imprevisíveis. Ao que tudo indica,
ral do seu país, tudo isso mesclado a um
Frida levou muito a sério esse conselho.
peculiar senso de humor. Na comemoração
Em 1930, o casal viajou para os Estados
dos 100 anos de seu nascimento, a arte
Unidos, para trabalhar e fazer exposições.
de Frida Kahlo ainda permanece viva não
somente no coração e na alma dos seus “E a sensação Frida, que sempre nutriu certa antipatia
compatriotas, mas também dentro da aos EUA (ela costumava chamar esse país
história da pintura mundial. nunca mais de Gringolândia), buscou reafirmar ainda
mais a sua mexicanidade nesse país vestin-
O acidente me deixou, de do roupas típicas, o que chamava a atenção
dos americanos.
Frida foi uma atuante militante comu- Esses traços de forte personalidade
nista e agitadora cultural. No entanto, ela
procurou em sua arte estampar a inten-
que meu corpo fizeram com que fosse admirada e respei-
tada. No entanto, ainda nos EUA, Frida,
sidade do seu ser, através de tintas fortes
em suas telas em auto-retratos, pontuado
carrega em si mais uma vez, se viu em mais uma tragédia.
Após saber que havia engravidado, sofre
por uma vida tumultuada por dores físicas
e dramas emocionais. Não era para menos. todas as um aborto, fazendo com que
o seu sonho de ser mãe ficasse
Aos seis anos contraiu poliomielite (parali-
sia infantil) e permaneceu um longo tempo chagas comprometido. Foi nesse
período que Frida começou
de cama. Recuperou-se, mas sua perna
a produzir telas relacionadas
direita ficou afetada. Ela teve, assim, de
conviver com um pé atrofiado e uma perna
do a essa perda. De volta ao México,
ela teve de superar ainda a
mais fina que a outra.
Em 1925, mais uma tragédia se abateu mundo’’ morte da mãe Matilde (vítima
em sua vida. No ônibus, em que Frida e o da câncer), mais um aborto e
seu então noivo Alejandro Gómez Arias algumas crises no seu casamento com
estavam, colidiu com um trem. O violen- Diego, que a traia até com a sua irmã mais
to choque foi no meio do ônibus, e Frida nova, Cristina.
recebeu todo o baque do acidente. Ela foi Em 1939, ela retornou aos EUA, só
varada por um ferro que lhe atravessou que, dessa vez, sozinha. Em Nova York, a
o abdome, a coluna vertebral e a pélvis. artista plástica faz sua primeira exposição
Ela sofreu múltiplas fraturas, fez várias individual, e é sucesso de crítica. Essa
cirurgias e ficou muito tempo presa em grande exposição acaba levando-a a Paris
uma cama. Sobre o acidente e as seqüelas onde entra no mundo da vanguarda artís-
deixadas em seu corpo, ela declarou, de tica dos surrealistas. Foi lá, na Cidade Luz,
forma dramática, que “a sensação nunca que Frida conheceu Pablo Picasso,Wassily
mais me deixou, de que meu corpo carrega Kandinsky, Marcel Duchamp, Paul Éluard
em si todas as chagas do mundo”. e Max Ernst. Após a sua passagem por
Foi a partir dessa dolorosa experiência Paris, o famoso museu do Louvre adquiriu
que Frida começou a se dedicar incessan- um de seus auto-retratos.Contudo, a crise
temente à pintura. Valendo-se do espelho conjugal com Rivera se reacende e, no
que a sua mãe pendurou no teto em cima mesmo ano, ela se divorcia. A separação
de sua cama, Frida se auto-retratava, dizen- não durou muito tempo e, um ano depois,
do que “eu pinto-me porque estou muitas ela volta a viver com o marido, não con-
vezes sozinha e porque sou o assunto que seguindo, porém, diminuir as turbulências

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O 51


ARTES PLÁSTICAS

no relacionamento. Mesmo assim, em


1942, o casal começa a dar aulas de arte
em uma escola recém aberta na Cidade
do México.

Morte prematura
Apesar do reconhecido sucesso artísti-
co, Frida teve de enfrentar seu estado de
saúde, que passou a piorar cada vez mais,
“Não sei
levando à amputação da sua perna direita, se minhas
em 1950. Esse episódio acabou por fazer
com que ela caísse em profunda depres- pinturas são ou
são. Mas, apesar de tantos dissabores, ela
continuou pintando. Nesse período, Frida não surrealistas,
pintou as suas últimas obras, como ‘Natu- mas, do que tenho
reza Morta (Viva a Vida)’ e, mesmo com
a saúde debilitada, ela não se desligou por certeza é que são
completo dos movimentos sociais, como
da vez em que participou, em julho de a expressão mais
1954, da manifestação contra a interven-
ção americana na Guatemala. E foi nesse
franca do meu
mesmo ano que Frida, então com 47 anos, ser”
foi encontrada morta em seu leito. Oficial- Frida Kahlo e Diego Rivera
mente, a morte foi causada por ‘embolia
pulmonar’, mas há suspeita de suicídio. No
diário, a pintora deixou as últimas palavras:
“Espero alegre a minha partida - e espero
Comemoração dos 100 anos
não retornar nunca mais.” ara as comemorações do centenário de nascimento da artista mexicana
A contribuição de Frida Kahlo para
a arte latino-americana do século XX é
P Frida Kahlo em seu país, o México realizou a maior exposição da pintora
no Museu de Palácio de Belas Artes da Cidade do México. Com o título
de valor incalculável. O seu olhar nasce “Frida Kahlo, 1907-2007: homenagem nacional” a exposição foi de julho
desde o grande amor pelo povo do seu a agosto de 2007. Concomitantemente, mais de cem obras de Frida até
país natal e ela o mantém sem desviá-lo ao então inéditas foram tornadas públicas. Esses quadros estavam guardados
exterior. Seu reconhecimento universal é,
em um acervo secreto no arquivo do museu Casa Azul, que foi a casa onde
sem dúvida, motivo de orgulho as obras
a artista nasceu e mais tarde viveu com Diego Rivera.
são certamente as mais cotadas entre os
representantes da arte da pintura em nosso
continente.

Para conhecer mais


CINEMA Frida
o ano de 2002, sob a direção de Julie Taymor, é lançado o filme que narra a
N história da pintora, interpretada pela atriz Salma Hayek. O longa metragem
conta ainda com a presença de Alfred Molina, interpretando Diego Rivera. Bem
recebido pela crítica internacional, o filme concorreu a seis Oscars (premiação
da academia de cinema norte-americana), inclusive o de melhor atriz protago-
nista para Selma Hayek. Dentre as nominações, Frida ganhou duas categorias:
Melhor maquiagem e melhor música original. Disponível em DVD.

LIVRO O Diário de Frida Kahlo


Diário de Frida Kahlo foi publicado no Brasil pela José Olympio Editora (com
O introdução de Carlos Fuentes, comentários de Sarah M. Lowe, e tradução
de Mário Pontes). Os diários foram escritos com tinta colorida, entremeados
de desenhos com símbolos esotéricos pré-colombianos, cobrem os anos de
1934 a 1944.

52 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O


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C U R TA S

Gasoduto
• A Petrobras iniciará, no
primeiro trimestre de 2008,
a construção do terceiro
trecho do Gasene, gasoduto
que ligará Cacimbas (ES)
a Catu (BA). O projeto
terá financiamento
do Banco Nacional
de Desenvolvimento
Econômico e Social
(BNDES), orçado no valor
de R$ 4,51 bilhões. A
obra, segundo informou a
assessoria da Petrobras em
comunicado à imprensa,
vai garantir a integração
Sebrae encomendou pesquisa que aponta o setor agrícola brasileiro como o mais justo e solidário.
da malha de gasodutos das
regiões Sudeste e Nordeste.
Setor agrícola lidera vários fóruns e redes expansão de 37% em relação Além disso, será um meio
o Comércio Justo na de articulação regional aos 12 meses anteriores. As fundamental para permitir
América Latina na América Latina. Em aprovações continuam em a colocação no mercado
uma delas, 12 de seus 42 patamares bem superiores ao brasileiro da produção de
• A América Latina é hoje membros trabalham com das liberações, acentuando gás natural da Bacia do
uma das maiores apostas
do setor agrícola para o lojas especializadas em hiato iniciado em 2005. Espírito Santo. A previsão
mercado do Comércio produtos artesanais. De acordo com a assessoria é de que o trecho entre
Justo e Solidário no do banco, o BNDES Cacimbas e Catu, com
mundo. No ranking dos Sorteio de celulares aprovou R$ 88,9 bilhões, 946 km de extensão, seja
países com movimentos • Antes da Sessão Solene de valor equivalente a um concluído em dezembro de
mais significativos estão Encerramento do Seminário crescimento de 39% na 2009. Para a execução da
Peru, México, Colômbia, Bilateral de Comércio comparação com o mesmo obra, a Petrobras contratou
Exterior Investimentos período anterior. Os a empresa estatal chinesa
Nicarágua e Brasil. É o que
Brasil-México, o enquadramentos somaram Sinopec Group, a sexta
revela o estudo inédito
presidente da FCCE, João R$ 112,4 bilhões (alta de maior companhia petrolífera
sobre o Comércio Justo
Augusto de Souza Lima, 32%) e as consultas R$ do mundo.
promovido pelo Sebrae.
sorteou dois celulares.
A pesquisa, realizada pela 133,3 bilhões (aumento de
Os vencedores foram: a
consultoria Schneider & 40%). O setor de infra-
estudante o 1º período de México quer facilitar
Associados, encomendada estrutura manteve destaque
Relações Internacionais da entrada de turistas
pela Unidade de Acesso a nas aprovações dos últimos
Universidade Estácio de Sá, brasileiros
Mercados do Sebrae, revela 12 meses encerrados em
que na América Latina existe
Ana Luísa Somner, 18 anos,
outubro, com elevação • O México pretende
e o estudante do 3º período tornar mais fácil a entrada
um total de 465 operadores de Relações Internacionais de 80% ante os 12 meses de turistas brasileiros em
certificados ativos. Desses, da Faculdade Bennett, anteriores, e permaneceu seu território, simplificando
359 são produtores e 106 Henrique Barandier como o segmento que mais as exigências para o visto,
são formados por traders, Beranger, de 19 anos. contribuiu para a diferença segundo informou o
ou seja, empresas que entre aprovações e liberações pridente mexicano, Felipe
apóiam essa forma de da instituição. Entre Calderón, em recente
comercialização. BNDES bate recordes novembro de 2006 e outubro entrevista a um jornal
Desde o surgimento de • Os desembolsos de 2007 foram aprovados mexicano. Ele informou
iniciativas concretas para do Banco Nacional de R$ 37,9 bilhões em que instruiu as secretarias
o Comércio Justo dos Desenvolvimento Econômico projetos de infra-estrutura de Governo (Interior) e
produtos de pequenos e Social (BNDES) atingiram e desembolsados R$ 25,8 Relações Exteriores para
produtores visando também R$ 66,6 bilhões entre bilhões, o que representa adotar medidas migratórias
o mercado interno, na novembro de 2006 e outubro uma expansão de 60% na mais flexíveis, facilitando,
década de 80, foram criados de 2007, o que representa mesma base de comparação. assim, as viagens de

54 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B R A S I L • M É X I C O


empresários e turistas do amazônica Amazonas apresenta níveis o México continua a ser uma
Brasil e de outros países do elevados de conservação da presença sempre bem-vinda na
Mercosul. Esta iniciativa
• O Pólo Industrial de
natureza e de biodiversidade, integração latino-americana.
Manaus (PIM) tem freado
faz parte de um programa a degradação ambiental no apesar de pressões no sentido
nacional de apoio ao turismo Amazonas. É o que aponta do avanço da fronteira
no México, atividade a Análise Ambiental e de agropecuária e em relação a Brasil-México
econômica que em 2006 algumas espécies vegetais e • Representantes do
Sustentabilidade do Estado do
movimentou 12,176 bilhões animais. Ministério da Cultura
Amazonas (AAS), produzida
de dólares, um aumento México e Mercosul participaram da VI Reunião
pela Comissão Econômica
de 3,2% em relação ao ano Apesar das tentativas d da Subcomissão Cultural e
anterior. Desde outubro de para a América Latina e o
Caribe (Cepal), a pedido do governo brasileiro em firmar Educacional Brasil-México
2005, o México exige visto um acordo de livre comércio para discutir o intercâmbio e
de entrada dos cidadãos Governo do Estado.
no âmbito Mercosul- a divulgação das respectivas
brasileiros, após o aumento A análise ambiental
México, as negociações expressões e manifestações
do número de imigrantes foi feita com base em
foram suspensas em razão culturais, além da troca
ilegais procedentes do metodologia desenvolvida
das “resistências mexicanas”, de experiências sobre as
Brasil detidos no território pela Organização
conforme informou o o políticas culturais de ambos os
mexicano. para Cooperação e
embaixador Gonçalo Mourão, países. O encontro realizado
Desenvolvimento Econômico
diretor do Departamento do em novembro no Palácio
(OCDE), caracterizada México, América Central e do Itamaraty, em Brasília
CEPAL aponta Pólo pela ênfase na integração Caribe do Itamaraty, durante - objetivou programar ações
Industrial da Amazônia entre meio ambiente, a visita do presidente Luis bilaterais nas áreas da Cultura
como freio à degradação economia e aspectos sociais. Inácio Lula da Silva àquele e da Educação, culminando
ambiental na região O documento indica que o país em outubro último. com a assinatura do Programa
Segundo Mourão, ss dois Executivo Cultural Brasil-
países devem se ater à México para o período de
ampliação do acordo de 2007-2010. As ações a serem
preferências tarifárias de trabalhadas no Programa
2002, que envolve apenas 800 serão destinadas à promoção
itens. “No momento, o livre da diversidade cultural,
comércio não é tema. Isso não de reforço à Economia da
significa que não queremos Cultura e de estímulo ao
o livre comércio com o intercâmbio de experiências
México. Significa apenas em matéria de legislação e
que a ampliação daquele incentivos, levando em conta o
acordo é mais importante, profundo impacto econômico
A Revista dos Seminários Bilaterais urgente e possível no e sociocultural das atividades
de Comércio Exterior e Investimento, momento”, afirmou o culturais no desenvolvimento
diplomata, acrescentando que das duas nações.
organizados pela FCCE, é distribuída
entre as mais destacadas personalidades,
do Brasil e do exterior, que atuam no
comércio internacional.

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Federação das Câmaras de Comércio Exterior
Foreign Trade Chambers Federation
Fédération des Chambres de Commerce Extérieur
Federación de las Cámaras de Comercio Exterior

Conselho Superior
Membros Vitalícios

Antônio Delfim Netto

Benedicto Fonseco Moreira

Bernardo Cabral

carlos Geraldo Langoni

Ernane Galvêas

Giulite Coutinho
Gustavo Affonso Capanema (vice-presidente)

José Carlos Fragoso Pires

Laerte Setúbal Filho

Milton Cabral

Paulo D’Arrigo Vellinho

Paulo Pires do Rio

Paulo Tarso Flecha de Lima

Philippe Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança

Theóphilo de Azevedo Santos (Presidente)

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